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PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS II - ESSENCIAL

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Aula 11 - Prof. Possati
.Exame CFC Essencial 2020.2
(Intensivo)
Autores:
Antonio Daud, Fábio Dutra,
Guilherme Neves, Guilherme Sant
Anna, Tonyvan de Carvalho
Oliveira, Luciano Rosa, Júlio
Cardozo, Gilmar Possati
Aula 11 - Prof. Possati
9 de Setembro de 2020
 
 
 
 
 
 
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Pronunciamentos Contábeis (II) 
1. CPC 12 – Ajuste a Valor Presente .......................................................................... 2 
1.1. Contextualização .................................................................................................................... 2 
1.2. Alcance ................................................................................................................................... 3 
1.3. Mensuração ............................................................................................................................ 5 
1.4. Passivos Não Contratuais ..................................................................................................... 19 
1.5. Efeitos Fiscais ....................................................................................................................... 20 
1.6. Classificação ......................................................................................................................... 20 
1.7. Divulgação ............................................................................................................................ 20 
1.8. Questões Exame CFC .......................................................................................................... 21 
1.9. Resumo ................................................................................................................................. 27 
2. CPC 16 – Estoques .............................................................................................. 30 
2.1. Definições ............................................................................................................................. 30 
2.2. Mensuração de Estoque ....................................................................................................... 32 
2.3. Questões Fixação ................................................................................................................. 39 
2.4. Questões Exame CFC .......................................................................................................... 43 
2.5. Resumo ................................................................................................................................. 55 
3. CPC 18 - INVESTIMENTOS EM CONTROLADAS E COLIGADAS ....................... 56 
3.1. Aspectos Societários ............................................................................................................ 56 
3.2. Aspectos Introdutórios (CPC 18) .......................................................................................... 57 
3.3. Método de Equivalência Patrimonial (MEP) ......................................................................... 58 
3.4. Distribuição de Dividendos .................................................................................................. 70 
3.5. Questões Exame CFC .......................................................................................................... 71 
4. Lista das Questões Comentadas ......................................................................... 77 
5. Gabarito ............................................................................................................... 92	
 
 
Antonio Daud, Fábio Dutra, Guilherme Neves, Guilherme Sant Anna, Tonyvan de Carvalho Oliveira, Luciano Rosa, Júlio Cardozo 
Aula 11 - Prof. Possati
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Ademais, a doutrina destaca que com a adoção do AVP a Contabilidade Societária corrige o 
problema de tratar de forma semelhante transações a prazo e à vista. 
1.1.3. Previsão na Legislação Societária 
O AVP está previsto na legislação societária. Segundo o art. 183, inciso VIII, da Lei 6.404/76, 
Art. 183. No balanço, os elementos do ativo serão avaliados segundo os seguintes critérios: 
VIII – os elementos do ativo decorrentes de operações de longo prazo serão ajustados a valor 
presente, sendo os demais ajustados quando houver efeito relevante. 
Além disso, em seu art. 184, III, referida Lei estabelece: 
Art. 184. No balanço, os elementos do passivo serão avaliados de acordo com os seguintes critérios: 
III – as obrigações, os encargos e os riscos classificados no passivo não circulante serão ajustados 
ao seu valor presente, sendo os demais ajustados quando houver efeito relevante. 
Seguindo essa mesma orientação, o CPC 12 em seu item 21 estabelece o seguinte: 
Os elementos integrantes do ativo e do passivo decorrentes de operações de longo 
prazo, ou de curto prazo quando houver efeito relevante, devem ser ajustados a valor 
presente com base em taxas de desconto que reflitam as melhores avaliações do 
mercado quanto ao valor do dinheiro no tempo e os riscos específicos do ativo e do 
passivo em suas datas originais. 
Agora que o assunto já está contextualizado de maneira geral, vamos passar, de fato, ao estudo 
dos pontos específicos do CPC 12. 
1.2. Alcance 
O CPC 12 trata essencialmente de questões de mensuração, não alcançando com detalhes 
questões de reconhecimento. 
Mas, professor existe diferença entre reconhecimento e mensuração? 
Existe, meu camarada! O próprio CPC 12 nos dá a resposta: 
RECONHECIMENTO = envolve a decisão de “quando registrar”. 
MENSURAÇÃO = envolve a decisão de “por quanto registrar” 
Nesse sentido, no CPC 12 determina-se que a mensuração contábil a valor presente seja aplicada 
no reconhecimento inicial de ativos e passivos. Apenas em certas situações excepcionais, como a 
que é adotada numa renegociação de dívida em que novos termos são estabelecidos, o ajuste a 
valor presente deve ser aplicado como se fosse nova medição de ativos e passivos. 
Dentro do tópico “alcance” o CPC 12 destaca um ponto bem interessante: a aplicação do conceito 
de ajuste a valor presente nem sempre equipara o ativo ou o passivo a seu valor justo. Por isso, 
valor presente e valor justo não são sinônimos. 
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VALOR PRESENTE VALOR JUSTO 
Vamos entender melhor o porquê dessa diferença. 
Segundo conceitos extraídos do próprio CPC 12, temos: 
Valor justo (fair value) - é o valor pelo qual um ativo pode ser negociado, ou um passivo liquidado, 
entre partes interessadas, conhecedoras do negócio e independentes entre si, com a ausência de 
fatores que pressionem para a liquidação da transação ou que caracterizem uma transação 
compulsória. 
Valor presente (present value) - é a estimativa do valor corrente de um fluxo de caixa futuro, no 
curso normal das operações da entidade. 
Como base nessa definição, o CPC 12 ensina o seguinte quanto à diferença entre esses conceitos: 
AVP: tem como objetivo efetuar o ajuste para demonstrar o valor presente de um fluxo de caixa 
futuro. Esse fluxo de caixa pode estar representado por ingressos ou saídas de recursos (ou 
montante equivalente; por exemplo, créditos que diminuam a saída de caixa futuro seriam 
equivalentes a ingressos de recursos). Para determinar o valor presente de um fluxo de caixa, três 
informações são requeridas: valor do fluxo futuro (considerando todos os termos e as condições 
contratados), data do referido fluxo financeiro e taxa de desconto aplicável à transação. 
Valor justo: tem como primeiro objetivo demonstrar o valor de mercado de determinado ativo ou 
passivo; na impossibilidade disso, demonstrar o provável valor que seria o de mercado por 
comparação a outrosativos ou passivos que tenham valor de mercado; na impossibilidade dessa 
alternativa também, demonstrar o provável valor que seria o de mercado por utilização do ajuste 
a valor presente dos valores estimados futuros de fluxos de caixa vinculados a esse ativo ou passivo; 
finalmente, na impossibilidade dessas alternativas, pela utilização de fórmulas econométricas 
reconhecidas pelo mercado. 
Sendo assim, podemos concluir que em algumas circunstâncias o valor justo e o valor presente 
podem coincidir, mas não são expressões que podem ser usadas de forma equivalente. 
Por oportuno, vale aqui destacar a excelente lição presente no Manual de Contabilidade Societária: 
Cabe observar que os conceitos de ajuste a valor presente e valor justo não são sinônimos, 
enquanto o ajuste a valor presente busca mensurar ativos e passivos levando-se em consideração 
o valor do dinheiro no tempo e as incertezas a eles associados, mas medidos sempre com base na 
taxa prevalecente na data original da contratação, a mensuração a valor justo busca demonstrar o 
valor de mercado de determinado ativo ou passivo, o que significa que prevalece a taxa da data 
do balanço. 
Assim, em algumas circunstancias, o valor justo e o valor presente podem coincidir, mas isso não 
é uma regra, sendo que, ao aplicar a técnica de ajuste a valor presente, passado o primeiro ano, o 
reconhecimento da receita ou despesa financeira deve respeitar a taxa de juros da transação na 
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data de sua origem, independentemente da taxa de juros de mercado em períodos subsequentes. 
Ou seja, determinada a taxa de ajuste a valor presente, ela permanecerá a mesma até o vencimento 
da operação. Por exemplo, a compra de uma máquina à vista ou o valor presente dos 
compromissos firmados no caso de compra a prazo produzem o mesmo valor, já que os encargos 
financeiros, normalmente, são adicionados aos valores de uma transação à vista. No entanto, pode 
ser que isso não aconteça, como por exemplo, no caso de uma promoção. Nesse caso, prevalece 
o menor valor para o adquirente do bem e para a receita do vendedor. 
1.3. Mensuração 
1.3.1. Diretrizes Gerais 
O CPC 12 não nos fornece uma enumeração minuciosa de quais ativos ou passivos são abarcados 
pela norma. A ideia do CPC 12 é estabelecer diretrizes gerais e de metas a serem alcançadas. 
Nesse sentido, como diretriz geral a ser observada, ativos, passivos e situações que apresentarem 
uma ou mais das características abaixo devem estar sujeitos aos procedimentos de mensuração 
tratados neste Pronunciamento: 
a) transação que dá origem a um ativo, a um passivo, a uma receita ou a uma despesa ou outra 
mutação do patrimônio líquido cuja contrapartida é um ativo ou um passivo com liquidação 
financeira (recebimento ou pagamento) em data diferente da data do reconhecimento desses 
elementos; 
b) reconhecimento periódico de mudanças de valor, utilidade ou substância de ativos ou passivos 
similares emprega método de alocação de descontos; 
c) conjunto particular de fluxos de caixa estimados claramente associado a um ativo ou a um 
passivo; 
Vamos ver como essas diretrizes já foram exploradas em prova? 
 
1. (FCC/Auditor de Contas Públicas/MPE-PB/2015) Para que ativos e passivos sejam ajustados a 
valor presente eles devem: 
I. Ser uma transação que dá origem a um ativo, a um passivo, a uma receita ou a uma despesa ou 
outra mutação do patrimônio líquido cuja contrapartida é um ativo ou um passivo com liquidação 
financeira (recebimento ou pagamento) em data igual a da data do reconhecimento desses 
elementos. 
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II. Ter reconhecimento periódico de mudanças de valor, utilidade ou substância de ativos ou 
passivos similares e empregar método de alocação de descontos. 
III. Ser um conjunto particular de fluxos de caixa exatos e claramente associado a um ativo ou a um 
passivo. 
Está correto o que se afirma APENAS em 
a) II. 
b) I. 
c) III. 
d) I e II. 
e) II e III. 
Comentários 
Vamos analisar as assertivas: 
I – Errado. Conforme vimos, uma das diretrizes estabelecidas pelo CPC 12 é: 
(a) transação que dá origem a um ativo, a um passivo, a uma receita ou a uma despesa 
ou outra mutação do patrimônio líquido cuja contrapartida é um ativo ou um passivo 
com liquidação financeira (recebimento ou pagamento) em data diferente da data do 
reconhecimento desses elementos; 
II – Certo. Conforme vimos, uma das diretrizes estabelecidas pelo CPC 12 é justamente essa: 
(b) reconhecimento periódico de mudanças de valor, utilidade ou substância de ativos 
ou passivos similares emprega método de alocação de descontos; 
III – Errado. Conforme vimos, uma das diretrizes estabelecidas pelo CPC 12 é: 
(c) conjunto particular de fluxos de caixa estimados claramente associado a um ativo ou 
a um passivo; 
Gabarito: A 
Em termos de meta a ser alcançada, o CPC 12 informa que ao se aplicar o conceito de valor 
presente deve-se associar tal procedimento à mensuração de ativos e passivos levando-se em 
consideração o valor do dinheiro no tempo e as incertezas a eles associados. Desse modo, as 
informações prestadas possibilitam a análise e a tomada de decisões econômicas que resultam na 
melhor avaliação e alocação de recursos escassos. Para tanto, diferenças econômicas entre ativos 
e passivos precisam ser refletidas adequadamente pela Contabilidade a fim de que os agentes 
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econômicos possam definir com menor margem de erro os prêmios requeridos em contrapartida 
aos riscos assumidos. 
Nos termos do CPC 12, ativos e passivos monetários com juros implícitos ou explícitos embutidos 
devem ser mensurados pelo seu valor presente quando do seu reconhecimento inicial, por ser este 
o valor de custo original dentro da filosofia de valor justo (fair value). Por isso, quando aplicável, o 
custo de ativos não monetários deve ser ajustado em contrapartida; ou então a conta de receita, 
despesa ou outra conforme a situação. A esse respeito, uma vez ajustado o item não monetário, 
não deve mais ser submetido a ajustes subsequentes no que respeita à figura de juros embutidos. 
Ressalte-se que nem todo ativo ou passivo não-monetário está sujeito ao efeito do ajuste a valor 
presente; por exemplo, um item não monetário que, pela sua natureza, não está sujeito ao ajuste 
a valor presente é o adiantamento em dinheiro para recebimento ou pagamento em bens e 
serviços. 
O CPC 12 destaca, ainda, que quando houver Pronunciamento específico do CPC que discipline a 
forma pela qual um ativo ou passivo em particular deva ser mensurado com base no ajuste a valor 
presente de seus fluxos de caixa, referido pronunciamento específico deve ser observado. A regra 
específica sempre prevalece à regra geral. Caso especial é o relativo à figura do Imposto de Renda 
Diferido Ativo e à do Imposto de Renda Diferido Passivo, objeto de Pronunciamento Técnico 
específico1, mas que, conforme previsto nas Normas Internacionais de Contabilidade, não são 
passíveis de ajuste a valor presente, o que deve ser observado desde a implementação deste 
Pronunciamento. 
Com relação aos empréstimos e financiamentos subsidiados, a exemplo dos financiamentos do 
BNDES, o CPC 12 tece as seguintes considerações: 
Por questões das mais variadas naturezas, não há mercado consolidado de dívidasde longo prazo 
no Brasil, ficando a oferta de crédito ao mercado em geral com essa característica de longo prazo 
normalmente limitada a um único ente governamental. Assim, excepcionalmente, até que surja um 
efetivo mercado competitivo de crédito de longo prazo no Brasil, passivos dessa natureza (e ativos 
correspondentes no credor) não estão contemplados por este Pronunciamento como sujeitos à 
aplicação do conceito de valor presente por taxas diversas daquelas a que tais empréstimos e 
financiamentos já estão sujeitos. Não estão abrangidas nessa exceção operações de longo prazo, 
mesmo que financiadas por entes governamentais que tenham características de subvenção ou 
 
1 O CPC 32 (tributos sobre o lucro) estabelece em seu item 47 regra específica para mensuração de ativos e passivos 
fiscais diferidos, senão vejamos: 
47. Os ativos e passivos fiscais diferidos devem ser mensurados pelas alíquotas que se espera que sejam aplicáveis no 
período quando for realizado o ativo ou liquidado o passivo, com base nas alíquotas (e legislação fiscal) que estejam 
em vigor ao final do período que está sendo reportado. 
 
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auxílio governamental, tratadas no Pronunciamento Técnico CPC 07 Subvenção e Assistência 
Governamentais. 
Pessoal, conforme podemos observar até o momento, o AVP não se aplica a todos os ativos e 
passivos indiscriminadamente. Apesar de não existir uma enumeração de quais ativos ou passivos 
são abarcados pela norma, objetivamente leve para a prova o seguinte: 
 
REGRA à AVP é aplicável a elementos integrantes do ativo e do passivo decorrentes de operações 
de longo prazo, ou de curto prazo quando houver efeito relevante. 
EXCEÇÕES 
§ Tributos diferidos sobre o lucro; 
§ Recebíveis ou pagáveis sem prazo determinado; 
§ Empréstimos, financiamentos e mútuos sem encargos financeiros ou com juros diferentes das 
condições normais de mercado. 
Sobre essas exceções, acho interessante estudar um pouco mais. 
§ Tributos diferidos sobre o lucro 
Os valores ativos e passivos diferidos relativos a Imposto de Renda e Contribuição Social não 
devem ser ajustados a valor presente. O CPC 12 destaca que essa vedação foi efetuada com o 
argumento de não ser possível determinar com exatidão as datas em que os referidos valores serão 
realizados. 
Segundo o Manual FIPECAFI, trata-se de uma exceção sem fundamentação técnica, calcada na 
dificuldade prática de, em muitas situações, conseguir-se identificar com clareza e objetividade 
quando esses tributos serão devidos ou recuperados. 
§ Recebíveis ou pagáveis sem prazo determinado 
O CPC 12 admite que determinados ativos e passivos não têm como ser trazidos a valor presente 
em função de se tratar de recebíveis ou pagáveis sem prazo determinado ou de difícil/impossível 
determinação de quando a liquidação financeira se dará. Nessa perspectiva se enquadram muitos 
dos contratos de mútuos2 entre partes relacionadas que não possuem data prevista para 
vencimento, o que impossibilita o cálculo do ajuste a valor presente. 
 
2 Contrato de mútuo é aquele que trata da transferência de bens fungíveis, móveis, que podem ser substituídos por 
outros de mesma espécie, qualidade e quantidade. As partes envolvidas são chamadas mutuante e mutuário. O 
mutuante é aquele que empresta ou transfere a propriedade do bem fungível. 
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§ Empréstimos, financiamentos e mútuos sem encargos financeiros ou com juros diferentes das 
condições normais de mercado 
O CPC 12 informa que os empréstimos, financiamentos e mútuos entre partes relacionadas 
contratados sem encargos financeiros ou com juros diferentes das condições normais de mercado 
não estão sujeitos ao ajuste. De qualquer forma, todas as condições devem ser divulgadas em 
notas explicativas com detalhamento necessário. 
Exemplo: Financiamentos do BNDES, contratados com taxas de juros diferentes das taxas 
praticadas pelo mercado em geral para outras modalidades de empréstimos. Nesse caso, não se 
aplica o AVP. 
1.3.2. Diretrizes mais Específicas 
Pessoal, aqui nesse ponto do CPC 12 é que entra o estudo da contabilização do AVP. Vamos ver 
o que dispõe o CPC 12 e depois passaremos a detalhar como funciona a contabilização e, é claro, 
como é explorado em prova. 
Segundo o CPC 12, “a quantificação do ajuste a valor presente deve ser realizada em base 
exponencial "pro rata die", a partir da origem de cada transação, sendo os seus efeitos apropriados 
nas contas a que se vinculam”. 
Observe que os juros “embutidos”/contratados em cada transação são reconhecidos pro rata die 
(em proporção ao dia = juros diário sobre um valor), conforme veremos na sequência. O termo 
“base exponencial” indica que o cálculo deve ser realizado na sistemática de juros compostos. 
O Manual FIPECAFI ensina que essa forma de contabilização faz com que a informação contábil 
reflita melhor a real natureza da receita gerada, que não foi em virtude da transação de venda, mas 
fruto do prazo dado para pagamento da transação no qual a empresa cobra juros, mesmo que não 
esteja explicitamente contratado. 
Vamos agora estudar como funciona, de fato, a contabilização do AVP. Para tanto, vamos separar 
nosso estudo em duas partes: contabilização do AVP para contas ativas e contabilização do AVP 
para contas passivas. 
1.3.3. Contabilização do AVP para contas ativas 
Conforme já estudamos, a contabilização do AVP deve ocorrer no reconhecimento inicial do 
ativo/passivo, ou seja, no momento inicial da transação. 
Assim, por exemplo, em uma transação de venda de mercadorias a longo prazo, o desconto 
relativo ao valor presente deverá ser registrado no mesmo momento em que for reconhecida a 
receita de vendas. Vamos ver um exemplo de contabilização disposto no Manual FIPECAFI, o qual 
 
Exemplo de bem fungível: dinheiro 
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adaptamos para o nosso propósito (realmente entender! A didática dos livros doutrinários é 
péssima rsrsrs). 
Valor negociado da venda = R$ 10.000,00 
Prazo para recebimento = 14 meses 
Taxa de Juros = 2% ao mês 
Nesse caso, temos os seguintes registros: 
Pela transação da venda 
D – Contas a Receber a Longo Prazo (não circulante) 
C – Receita Bruta de Vendas ... 10.000,00 
Pelo registro do ajuste a valor presente no momento em que é realizada a venda 
D – Receita Bruta de Vendas 
C – Ajuste a Valor Presente (Receita Financeira a Apropriar) ... 2.421,25* 
* Para acharmos esse valor devemos utilizar a seguinte fórmula matemática: 
VP =
VF
(1 + 𝑖)! 
VP = Valor Presente 
VF = Valor Futuro 
i = Taxa 
n = prazo 
Assim, temos: 
VP =
10.000
(1 + 0,02)"# = 7.578,75	 
Logo, AVP = 10.000,00 – 7.578,75 = 2.421,25 
Essa receita financeira a apropriar mensalmente é reconhecida no resultado do exercício, 
utilizando-se a mesma taxa efetiva de juros (2% a.m), por meio do seguinte lançamento: 
Mês 1 
D – Ajuste a Valor Presente (Receita Financeira a Apropriar) 
C – Receita Financeira ... 151,57 (7.578,75 x 2%) 
Esse é o lançamento no mês 1. Os demais meses seguem a seguinte lógica: 
 
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Por ora, antes de passarmos ao estudo das “situações reais de combate”, o que você precisa extrair 
desse exemplo é o seguinte: 
à Saber as contas envolvidas (debitadas e creditadas); 
à Entender que o AVP envolve o conhecimento de três fatores: 
i. O valor futuro do elemento (ativo/passivo): esse valor, em regra, é o valor a prazo (negociado). 
No nosso exemplo é R$ 10.000,00. 
ii. A data futura do fluxo: aqui temos que saber quando a empresa vai receber (no caso de um 
ativo) ou pagar (no caso de um passivo). No exemplo acima, seria 14 meses após a venda. 
iii. A taxa de desconto utilizada para trazer o elemento a valor presente: esse dado é fornecido 
pela questão. No exemplo acima a taxa é de 2% a.m. 
Pessoal, vale destacar que a contabilização do ajuste a valor presente não se aplica exclusivamente 
às transações de vendas de mercadorias, produtos e/ou serviços (essa é a situação mais comum e 
que também costuma ser exigida em provas). 
A contabilização do AVP se aplica também aos casos de venda de ativos imobilizados, ou quaisquer 
outros ativos cujo preço negociado não seja o equivalente ao valor à vista. 
1.3.4. Contabilização do AVP para contas passivas 
Vamos nos valer de outro exemplo doutrinário disposto no Manual FIPECAFI, o qual adaptamos 
para fins didáticos: 
A empresa X comprou uma máquina a prazo no valor de R$ 50.157,00, a qual será paga em 5 
parcelas anuais de R$ 10.031,00. A taxa de juros contratada nessa operação é de 20% ao ano. 
Nesse caso, teremos a seguinte contabilização: 
D – Máquinas ... 30.000,00 
D – AVP (Despesa Financeira a transcorrer) ... 20.157,00 
C – Financiamentos ... 50.157,00 
Observação: R$ 30.000,00 é o valor presente do valor futuro de R$ 50.157,00. Para achar o valor 
precisamos realizar um cálculo de matemática financeira. Aqui vamos nos concentrar no 
entendimento geral, até porque na prova de Contabilidade não vamos precisar realizar cálculos 
nesse nível. 
No final do ano quando do pagamento da primeira parcela, a empresa faria os seguintes registros: 
Pela apropriação da despesa financeira 
D – Despesa Financeira 
C – AVP (Despesa Financeira a Transcorrer) ... 1.672,00 
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Observação: R$ 1.672,00 refere-se à diferença entre o valor nominal da dívida R$ 10.031,00 e o 
valor presente, à taxa de 20%, por 1 período, R$ 8.539,00. Não se estressa com o cálculo 
matemático, mas sim na ideia geral. 
Pelo pagamento da parcela do financiamento 
D – Financiamentos 
C – Disponível (Caixa/Bancos) ... 10.031,00 
Agora que já estudamos os exemplos doutrinários, vamos ver “exemplos reais”, “situações reais 
de combate”. 
 
2. (FBC/Exame de Suficiência CFC/Bacharel/2012.1) Uma sociedade empresária realizou uma 
venda a prazo no valor de R$110.250,00, para recebimento em uma única parcela, após o prazo 
de dois anos. Observando o que dispõe a NBC TG 12 – Ajuste a Valor Presente, foi registrado um 
ajuste a valor presente desta operação, considerando-se uma taxa de juros composta de 5% a.a. 
O montante do ajuste a valor presente da operação, na data de seu registro inicial, é de: 
a) R$10.022,73. 
b) R$10.250,00. 
c) R$11.025,00. 
d) R$11.300,63. 
Comentários 
O primeiro passo para resolver a questão é identificar os dados que estão sendo fornecidos: 
Valor Futuro = 110.250,00 
Data = 2 anos 
Taxa = 5% ao ano 
Valor Presente = ? 
Agora, basta aplicarmos a fórmula: 
	
VP =
VF
(1 + 𝑖)! 
Assim, temos: 
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VP =
110.250
(1 + 0,05)$ = 100.000 
O Ajuste a Valor Presente é encontrado pela diferença entre o Valor Futuro e o Valor Presente. 
AVP = 110.250 – 100.000 = 10.250,00 
Dificilmente os cálculos em prova de Contabilidade passam de dois períodos, justamente porque 
a ideia não é medir conhecimento de matemática financeira, mas sim se você tem o entendimento 
do ajuste a valor presente. 
Gabarito: B 
Vamos ver outra exigência sobre esse ponto. 
 
3. (CESPE/Contador/FUB/2015) O item apresenta uma situação hipotética seguida de uma 
assertiva a ser julgada em relação ao reconhecimento e à mensuração contábil, de acordo com os 
pronunciamentos contábeis emitidos pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis. 
Após cinco anos de uso, foi realizada a venda de determinado bem imobilizado pelo valor de R$ 
400.000, para recebimento após um ano da data da venda. A empresa considera que 6,5 % a.a. é 
uma taxa de juros livre de riscos adequada para mensurar o ajuste em valor presente. Nessa 
situação, no momento da venda, o ajuste em valor presente é igual a R$ 26.000. 
Comentários 
Dados informados: 
Valor Futuro = 400.000,00 
Data = 1 ano 
Taxa = 6,5% ao ano 
Valor Presente = ? 
Agora, basta aplicarmos a fórmula: 
VP =
VF
(1 + 𝑖)! 
Assim, temos: 
VP =
400.000
(1 + 0,065)" = 𝟑𝟕𝟓. 𝟓𝟖𝟔, 𝟖𝟓 
Antonio Daud, Fábio Dutra, Guilherme Neves, Guilherme Sant Anna, Tonyvan de Carvalho Oliveira, Luciano Rosa, Júlio Cardozo 
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O Ajuste a Valor Presente é encontrado pela diferença entre o Valor Futuro e o Valor Presente. 
AVP = 400.000 – 375.586,85 = 24.413,15 
Gabarito: Errado 
Agora vamos ver um estilo de exigência um pouco diferente (e mais complexo). Trata-se de uma 
excelente questão para fixarmos os conhecimentos que estudamos até o momento. 
 
4. (FCC/Auditor Substituto de Conselheiro/TCM-RJ/2015) Um lote de mercadorias para 
comercialização foi adquirido a prazo em 30/09/2014 pelo valor de R$ 1.900.000,00, para 
pagamento em dezembro de 2015. Se a compra fosse realizada à vista, o preço de aquisição teria 
sido R$ 1.200.000,00. No mês de outubro de 2014 a empresa realizou a venda de 70% dessas 
mercadorias pelo valor de R$ 1.500.000,00, para recebimento em novembro de 2015. Se a venda 
das mercadorias tivesse sido feita à vista o preço de venda seria R$ 1.000.000,00. Em 31/12/2014 
o valor que a empresa deveria pagar para o fornecedor era R$ 1.250.000,00 e o valor que seria 
cobrado do cliente era R$ 1.300.000,00. 
Nesse caso, a empresa reconheceu, no resultado de 2014, Resultado Bruto com Vendas no valor 
de 
a) R$ 170.000,00. 
b) R$ 660.000,00 e Despesa Financeira = R$ 50.000,00, apenas. 
c) R$ 160.000,00; Receita Financeira = R$ 300.000,00 e Despesa Financeira = R$ 50.000,00. 
d) R$ 330.000,00 (prejuízo) e Receita Financeira = R$ 300.000,00, apenas. 
e) R$ 160.000,00, apenas. 
Comentários 
Pessoal, antes de passarmos à resolução dessa questão, vamos aproveitar a situação indicada nela 
para resgatarmos o que estudamos sobre a importância do CPC 12 e também o seu objetivo geral. 
Antes da sistemática do Ajuste a Valor Presente, a Contabilidade registrava o valor da compra a 
prazo direto no Estoque. Como sabemos, quando a empresa compra mercadorias a prazo, há juros 
embutidos e, portanto, ao registrar esses juros como estoque a contabilização ficava distorcida. 
Do mesmo modo, no momento da venda dessas mercadorias a prazo, a empresa registrava o juro 
que ela embutiu nessa venda como receita bruta de vendas, sem reconhecer a receita financeira 
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No mês de outubro de 2014 a empresa realizou a venda de 70% dessas mercadorias pelo valor de 
R$ 1.500.000,00, para recebimento emnovembro de 2015. Se a venda das mercadorias tivesse 
sido feita à vista o preço de venda seria R$ 1.000.000,00. 
Em outubro houve uma venda de 70% das mercadorias anteriormente adquiridas, o que equivale 
a 840.000,00 (70% de 1.200.000), por 1.500.000,00. Se essas vendas fossem à vista o preço seria 
1.000.000,00, ou seja, 500.000,00 são de juros embutidos (não são receitas de vendas, mas sim 
receitas financeiras)! Logo, temos o seguinte lançamento: 
D – Clientes (contas a receber/duplicatas a receber) ... 1.500.000,00 
C – Ajuste a Valor Presente (Receita Financeira a apropriar) ... 500.000,00 
C – Receita Bruta de Vendas ... 1.000.000,00 
 
D – Custo da Mercadoria Vendida 
C – Estoques ... 840.000,00 
Pessoal, como no cálculo do lucro bruto não entra receita/despesa financeira, é importante 
entendermos esses registros, pois eles nos fornecem aquilo que realmente é operacional e o que 
é financeiro. 
Bem... vamos para a parte final da questão. 
Em 31/12/2014 o valor que a empresa deveria pagar para o fornecedor era R$ 1.250.000,00 e o 
valor que seria cobrado do cliente era R$ 1.300.000,00. 
 Com essa informação nós podemos verificar quanto foi reconhecido de receita e despesa 
financeira. Veja o raciocínio: 
à O valor de 1.250.000,00 é o valor presente de fornecedores em 31/12/2014. 
Logo, houve um reconhecimento de despesas financeiras de 50.000,00. 
Como assim, professor? Simples, camarada! Volte lá no nosso balanço em 30/09/2014. Veja que 
tínhamos a pagar líquido para o fornecedor 1.200.000,00, devendo ser apropriado 700.000,00 de 
despesa financeira. Agora como o saldo da conta é de 1.250.000,00, significa que a situação é a 
seguinte: 
Fornecedores 1.900.000,00 
(-) AVP (650.000,00) 
Total 1.250.000,00 
Observe que houve uma apropriação (reconhecimento) de despesa no valor de 50.000,00, por 
meio do seguinte lançamento: 
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D – Despesas Financeiras 
C – AVP (Despesas Financeiras a Apropriar) ... 50.000,00 
E a receita financeira, como fica? 
à O valor de 1.300.000,00 é o valor presente de clientes em 31/12/2014. 
Logo, houve um reconhecimento de receitas financeiras de 300.000,00. 
Tínhamos a receber líquido de clientes em outubro/2014 o valor de 1.000.000,00, devendo ser 
apropriado 500.000,00 de receita financeira. A situação era a seguinte: 
Clientes 1.500.000,00 
(-) AVP (500.000,00) 
Total 1.000.000,00 
Agora como o saldo da conta é de 1.300.000,00, significa que a situação é a seguinte: 
Clientes 1.500.000,00 
(-) AVP (200.000,00) 
Total 1.300.000,00 
Observe que houve uma apropriação (reconhecimento) de receita no valor de 300.000,00, por 
meio do seguinte lançamento: 
D – AVP (Receitas Financeiras a Apropriar) 
C – Receitas Financeiras ... 300.000,00 
Ao elaborar a Demonstração do Resultado do Exercício, temos a seguinte situação: 
Receita Bruta de Vendas 1.000.000,00 
(-) Custo da Mercadoria Vendida (840.000,00) 
(=) Lucro Bruto 160.000,00 
(+) Receitas Financeiras 300.000,00 
(-) Despesas Financeiras (50.000,00) 
(=) Lucro Líquido do Exercício 410.000,00 
Veja que não há mistérios... essa questão poucos acertam na prova... é uma questão que faz a 
diferença no resultado final, pois somente quem realmente está preparado consegue resolver. 
Gabarito: C 
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1.4. Passivos Não Contratuais 
Nos termos do CPC 12, passivos não contratuais são aqueles que apresentam maior complexidade 
para fins de mensuração contábil pelo uso de informações com base no valor presente. Fluxos de 
caixa ou séries de fluxos de caixa estimados são carregados de incerteza, assim como são os 
períodos para os quais se tem a expectativa de desencaixe ou de entrega de produto/prestação 
de serviço. Logo, muito senso crítico, sensibilidade e experiência são requeridos na condução de 
cálculos probabilísticos. Pode ser que em determinadas situações a participação de equipe 
multidisciplinar de profissionais seja imperativo para execução da tarefa. 
O CPC 12 destaca que o desconto a valor presente é requerido quer se trate de passivos 
contratuais, quer se trate de passivos não contratuais, sendo que a taxa de desconto 
necessariamente deve considerar o risco de crédito da entidade. 
Aqui vale até inserirmos nossa “corujinha”, pois esse ponto costuma frequentar as provas. 
 
à O desconto a valor presente é requerido para os passivos contratuais e não contratuais; 
à A taxa de desconto necessariamente deve considerar o risco de crédito da entidade. 
Vamos ver como o assunto já foi exigido em prova! 
 
5. (CESPE/Contador/CADE/2014) Com base no pronunciamento técnico de ajuste a valor 
presente, do CPC, julgue o item subsequente. 
O desconto a valor presente é requerido no caso de passivos contratuais, devendo a taxa de 
desconto considerar o risco de crédito da entidade. Quanto aos passivos não contratuais, não 
ocorre a apuração do valor presente apesar do seu registro como provisões futuras. 
Comentários 
Segundo o CPC 12, 
O desconto a valor presente é requerido quer se trate de passivos contratuais, quer se trate de 
passivos não contratuais, sendo que a taxa de desconto necessariamente deve considerar o risco 
de crédito da entidade. Quando da edição de norma que dê legitimidade à aplicação do conceito 
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de ajuste a valor presente, como é o caso deste Pronunciamento Técnico, a técnica deve ser 
aplicada a todos os passivos, inclusive às provisões. 
 Gabarito: Errado 
1.5. Efeitos Fiscais 
Segundo o CPC 12, para fins de desconto a valor presente de ativos e passivos, a taxa a ser aplicada 
não deve ser líquida de efeitos fiscais, e, sim, antes dos impostos. 
No tocante às diferenças temporárias observadas entre a base contábil e fiscal de ativos e passivos 
ajustados a valor presente, o CPC 12 informa que essas diferenças temporárias devem receber o 
tratamento requerido pelas regras contábeis vigentes para reconhecimento e mensuração de 
imposto de renda e contribuição social diferidos (CPC 32). 
1.6. Classificação 
O CPC 12 estabelece que na classificação dos itens que surgem em decorrência do ajuste a valor 
presente de ativos e passivos, quer seja em situações de reconhecimento inicial, quer seja nos 
casos de nova medição, dentro da filosofia do valor justo, deve ser observada a primazia da 
essência sobre a forma, conforme determina o CPC 00 – Estrutura Conceitual. 
Nesse sentido, o CPC 12 informa que a operação comercial que se caracterize como de 
financiamento deve ser reconhecida como tal, sendo que o valor consignado na documentação 
fiscal que serve de suporte para a operação deve ser adequadamente decomposto para efeito 
contábil. 
Os Juros embutidos devem ser expurgados do custo de aquisição das mercadorias e devem ser 
apropriados pela fluência do prazo (aplicação do princípio da competência). 
O CPC 12 lembra, ainda, que o ajuste de passivos, por vezes, implica ajuste no custo de aquisição 
de ativos. Nesse sentido, o Pronunciamento cita como exemplo as operações de aquisição e de 
venda a prazo de estoques e ativo imobilizado, posto que juros imputados nos preços devem ser 
expurgados na mensuraçãoinicial desses ativos. 
1.7. Divulgação 
Segundo o CPC 12, em se tratando de evidenciação em nota explicativa, devem ser prestadas 
informações mínimas que permitam que os usuários das demonstrações contábeis obtenham 
entendimento inequívoco das mensurações a valor presente levadas a efeito para ativos e passivos, 
compreendendo o seguinte rol não exaustivo: 
a) descrição pormenorizada do item objeto da mensuração a valor presente, natureza de seus 
fluxos de caixa (contratuais ou não) e, se aplicável, o seu valor de entrada cotado a mercado; 
b) premissas utilizadas pela administração, taxas de juros decompostas por prêmios incorporados 
e por fatores de risco (risk-free, risco de crédito, etc.), montantes dos fluxos de caixa estimados ou 
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séries de montantes dos fluxos de caixa estimados, horizonte temporal estimado ou esperado, 
expectativas em termos de montante e temporalidade dos fluxos (probabilidades associadas); 
c) modelos utilizados para cálculo de riscos e inputs dos modelos; 
d) breve descrição do método de alocação dos descontos e do procedimento adotado para 
acomodar mudanças de premissas da administração; 
e) propósito da mensuração a valor presente, se para reconhecimento inicial ou nova medição e 
motivação da administração para levar a efeito tal procedimento; 
f) outras informações consideradas relevantes. 
1.8. Questões Exame CFC 
6. (CONSULPLAN/Exame de Suficiência/2018.1) Em 06/11/2017, uma Sociedade Empresária 
vendeu mercadorias para revenda com as seguintes condições de pagamento: 
• 60% do valor da venda foi recebido à vista, em dinheiro. 
• o restante do valor da venda foi a prazo, com parcelamento em três prestações mensais, 
iguais e consecutivas de R$ 300,00 com a primeira prestação devendo ser quitada um mês após a 
venda. 
• Informações adicionais: 
• a Sociedade Empresária exigiu o pagamento de 1,2% ao mês de taxa de juros compostos 
na fatia que representa a venda parcelada. 
• o Custo das Mercadorias Vendidas na transação de venda foi R$ 878,82. 
Com base nas informações apresentadas e desconsiderando-se a incidência de impostos, assinale 
os lançamentos contábeis que refletem corretamente o registro da venda realizada pela Sociedade 
Empresária em 06/11/2017. Admita que os lançamentos contábeis foram efetuados com valores 
aproximados e que a Sociedade Empresária adota o mês comercial de 30 dias em suas vendas 
parceladas. 
a) 
 
b) 
 
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c) 
 
d) 
 
Comentários 
Pessoal, questão que pode parecer difícil em um primeiro momento. Mas, há um detalhe que deixa 
ela muito fácil de acertar sem qualquer cálculo! 
Conforme estudamos, quando efetuamos o ajuste a valor presente reconhecemos a diferença entre 
o valor futuro e o valor presente por meio da conta “juros a apropriar”. Agora, observe as opções... 
veja que apenas a opção “A” apresenta uma resposta com essa conta. É marcar ela e partir para a 
próxima! 
De qualquer forma, vamos detalhar a resolução. 
Observe que a questão solicita o lançamento da venda de mercadorias, sem informar o valor da 
venda. Assim, vamos efetuar o cálculo: 
1ª Parcela = 300/(1,012)¹ = 296,44 
2ª Parcela = 300/(1,012)² = 292,92 
3ª Parcela = 300/(1,012)³ = 289,45 
 878,82 
 A diferença entre o valor futuro (3x 300,00 = 900,00) e o valor presente (878,82) representa os 
juros a apropriar (21,18). 
A questão informa que o valor a prazo das vendas representa 40% do total das vendas. Logo, por 
meio de uma regra de três simples podemos encontrar o valor da venda total: 
878,82 ________ 40% 
X ____________ 100% 
X = 2.197,05 (total das vendas) 
Vendas à vista = 1.318,23 (60%) 
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Vendas a prazo = 878,82 
Efetuando os lançamentos, temos: 
Para as vendas à vista 
D – Caixa (AC) 
C – Receita de Venda ... 1.318,23 
Para as vendas a prazo 
D – Duplicatas a Receber ... 900,00 
C – Receita de Vendas ... 878,82 
C – Juros a Apropriar ... 21,18 
Pela baixa da mercadoria em estoque 
D – CMV 
C – Mercadorias para revenda ... 878,82 
Gabarito: A 
7. (FBC/Exame de Suficiência/2017.1) Uma Sociedade Empresária efetuou, em 31.12.2015, uma 
venda no valor de R$40.000,00, para receber o valor em parcela única, com vencimento em cinco 
anos. Caso a venda fosse efetuada à vista, de acordo com opção disponível, o valor da venda teria 
sido de R$24.836,85, o que corresponde a uma taxa de juros imputada de 10% ao ano, equivalente 
à taxa de juros de mercado. 
Considerando-se apenas as informações apresentadas e de acordo com a NBC TG 12 – AJUSTE A 
VALOR PRESENTE, o valor contábil atualizado de Contas a Receber decorrente dessa transação 
de venda, em 31.12.2016, é de: 
a) R$40.000,00. 
b) R$36.000,00. 
c) R$27.320,54. 
d) R$24.836,85. 
Comentários 
A questão está mais para matemática financeira que Contabilidade! O valor presente em 
31/12/2015 é de R$ 24.836,85 e o valor futuro é de R$ 40.000,00 (31/12/2020). A questão quer 
saber qual o valor em 31/12/2016. Logo, basta pegar o valor presente e multiplicar pela taxa por 
um período (1 ano). Assim, temos: 
24.836,85 x 10% = 2.483,68 
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24.836,35 + 2.483,68 = 27.320,54 
Gabarito: C 
8. (FBC/Exame de Suficiência CFC/2016.2) Uma Sociedade Empresária vendeu um equipamento 
no dia 31.12.2015. As condições de venda não explicitam cobrança de juros e definem que, do 
total de R$28.125.000,00 cobrado, 18% serão recebidos à vista e o saldo restante dividido em três 
parcelas anuais iguais e sucessivas, vincendas ao final do primeiro, segundo e terceiro anos, 
respectivamente. 
Apesar da não explicitação das condições de venda, é observada uma taxa de juros imputada de 
10% ao ano, quando comparada com a condição de mercado, que, se aplicada, deve utilizar a 
tabela de coeficientes multiplicadores de desconto a seguir. 
Coeficiente multiplicador de desconto com aplicação da taxa de 10% ao ano 
Período 0 1,00000 
Período 1 0,90909 
Período 2 0,82645 
Período 3 0,75131 
Período 4 0,68301 
Considerando-se a NBC TG 12 – AJUSTE A VALOR PRESENTE, a NBC TG 30 – RECEITAS e as 
informações apresentadas, o valor da receita com vendas desse equipamento, em 31.12.2015, é 
de, aproximadamente: 
a) R$30.431.250,00. 
b) R$26.028.388,13. 
c) R$24.180.159,39. 
d) R$22.389.586,88. 
Comentários 
Inicialmente precisamos calcular o valor recebido à vista: 
28.125.000,00 x 0,18 = 5.062.500,00 
 Logo, o valor recebido a prazo é de 23.062.500,00 (28.125.000,00 - 5.062.500,00), sendo cada parcela 
de 7.687.500,00 (23.062.500/3). 
Agora, precisamos trazer a valor presente todas as parcelas. Para tanto, utilizamos os coeficientes 
disponibilizados pela questão: 
1) 7.687.500 x 0,90909 = 6.988,629,37 
2) 7.687.500 x 0,82645 = 6.353.334,37 
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3) 7.687.500 x 0,75131 = 5.775.695,62Total a prazo 19.117.659,37 
Total = 19.117.659,37 (a prazo) + 5.062.500,00 (à vista) = 24.180.159,37 
Gabarito: C 
9. (FBC/Exame de Suficiência/2016.2) Em 31.1.2016, uma Sociedade Empresária efetuou uma 
venda a longo prazo com as seguintes condições: 
Valor da venda a prazo R$20.000,00 
Prazo para recebimento 14 meses 
Quantidade de parcelas 1 parcela 
Taxa de juros imputada 2% ao mês 
Sistema de capitalização Juros compostos 
Para atendimento às Normas Brasileiras de Contabilidade, a Sociedade Empresária registra a 
receita financeira a apropriar, a crédito de Juros a Apropriar (conta redutora das Contas a Receber, 
classificada no longo prazo). 
Mensalmente, a receita financeira relativa ao período é reconhecida no resultado, 
proporcionalmente ao tempo transcorrido e utilizando-se a taxa de juros imputada. 
Considerando-se as informações apresentadas, a parcela da receita financeira reconhecida no 
resultado, em fevereiro de 2016, é de, aproximadamente: 
a) R$303,15. 
b) R$312,50. 
c) R$345,89. 
d) R$400,00. 
Comentários 
Traduzindo... venda de mercadorias pelo valor de R$ 20 mil a ser recebido daqui a 14 meses em 
uma parcela só com incidência de juros de 2% ao mês. A questão quer saber o valor da parcela da 
receita financeira de fevereiro de 2016 (a primeira após a venda). 
Assim, precisamos trazer o montante da venda a prazo a valor presente. 
𝑉𝑃 =
20.000,00
(1 + 0,02)"# = 15.157,25 
De posse do valor presente, basta multiplicarmos pela taxa (2%): 
15.157,25 x 2% = 303,15 
Gabarito: A 
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10. (FBC/Exame de Suficiência/2012.1) Uma sociedade empresária realizou uma venda a prazo no 
valor de R$110.250,00, para recebimento em uma única parcela, após o prazo de dois anos. 
Observando o que dispõe a NBC TG 12 – Ajuste a Valor Presente, foi registrado um ajuste a valor 
presente desta operação, considerando-se uma taxa de juros composta de 5% a.a. 
O montante do ajuste a valor presente da operação, na data de seu registro inicial, é de: 
a) R$10.022,73. 
b) R$10.250,00. 
c) R$11.025,00. 
d) R$11.300,63. 
Comentários 
Efetuando os cálculos, temos: 
𝑉𝑃 =
110.250,00
(1 + 0,05)$ = 100.000,00 
Ajuste a Valor Presente = 110.250,00 – 100.000,00 
AVP = 10.250,00 
Gabarito: B 
 
 
 
 
 
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2. CPC 16 – ESTOQUES 
2.1. Definições 
O CPC 16 destaca os seguintes conceitos, os quais 
costumam ser exigidos em prova: 
ü Estoques são ativos: 
a) mantidos para venda no curso normal dos negócios; 
b) em processo de produção para venda; ou 
c) na forma de materiais ou suprimentos a serem 
consumidos ou transformados no processo de 
produção ou na prestação de serviços. 
Pessoal, os estoques basicamente são ativos que a 
empresa mantém para venda, como insumo na produção de outros bens para venda ou na 
prestação de serviços. 
Interessante notar que os requisitos acima são independentes, ou seja, basta o ativo atender a 
qualquer um dos três requisitos para que seja classificado como estoque. Vamos ver alguns 
exemplos para facilitar a nossa visualização: 
a) mantidos para venda no curso normal dos negócios. 
Uma loja de autopeças comprou mercadorias de uma indústria de rolamentos para revenda. Nesse 
caso, as mercadorias são consideradas como estoque, pois são mantidas para venda no curso 
normal dos negócios. 
b) em processo de produção para venda. 
Uma indústria de eletrônicos adquire matéria-prima para produção de aparelhos telefônicos e 
posterior venda. Nesse caso, essa matéria-prima é considerada como estoque, pois representa um 
ativo em processo de produção para venda. 
c) na forma de materiais ou suprimentos a serem consumidos ou transformados no processo de 
produção ou na prestação de serviços. 
Uma indústria cerealista adquire arroz com casca para beneficiamento, embalagem e venda. Nesse 
caso, o arroz adquirido é um estoque, pois representa um ativo a ser transformado no processo de 
produção. 
Cabe destacar que os estoques não são somente bens tangíveis. Apesar de ser mais comum esse 
tipo de estoque, existem estoques de bens intangíveis e também estoques de serviços. 
Nos termos do CPC 16, 
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Os estoques compreendem bens adquiridos e destinados à venda, incluindo, por exemplo, 
mercadorias compradas por um varejista para revenda ou terrenos e outros imóveis para revenda. 
Os estoques também compreendem produtos acabados e produtos em processo de produção 
pela entidade e incluem matérias-primas e materiais aguardando utilização no processo de 
produção, tais como: componentes, embalagens e material de consumo. No caso de prestador de 
serviços, os estoques devem incluir os custos do serviço, [...] para o qual a entidade ainda não 
tenha reconhecido a respectiva receita. 
ü Valor realizável líquido é o preço de venda estimado no curso normal dos negócios deduzido dos 
custos estimados para sua conclusão e dos gastos estimados necessários para se concretizar a 
venda. 
Exemplo: Uma indústria de televisores possui uma grande quantidade estocada de TVs “Full 
HD” na qual possui a perspectiva de venda por R$ 1.000,00. No entanto, sua concorrente lança 
uma TV com nova tecnologia “4K”, vale dizer, com definição 4 vezes maior do que a “Full HD”. 
Nesse sentido, com o surgimento da nova tecnologia, o valor esperado de venda cai para R$ 
750,00, considerando-se todos os custos para concretizar a venda. Nesse caso, o valor realizável 
líquido é de R$ 750,00. 
ü Valor justo é o preço que seria recebido pela venda de um ativo ou que seria pago pela 
transferência de um passivo em uma transação não forçada entre participantes do mercado na 
data de mensuração. 
Exemplo: vamos pegar a situação do exemplo anterior. Um cliente quer aproveitar o surgimento 
da nova tecnologia “4K” para adquirir finalmente uma TV “Full HD” (quem nunca fez isso, não é 
mesmo?), já que os preços estão mais atraentes fruto da “torra de estoque”. Ao realizar uma 
pesquisa de preços no mercado, chegou a um valor médio de R$ 700,00. Esse é o valor justo (as 
partes são independentes e a transação não é compulsória... o cliente compra se quiser!). 
Observe que o valor realizável líquido não necessariamente é igual ao valor justo. 
O CPC 16 destaca que o valor realizável líquido refere-se à quantia líquida que a entidade espera 
realizar com a venda do estoque no curso normal dos negócios. O valor justo reflete o preço pelo 
qual uma transação ordenada para a venda do mesmo estoque no mercado principal (ou mais 
vantajoso) para esse estoque ocorreria entre participantes do mercado na data de mensuração. O 
primeiro é um valor específico para a entidade, ao passo que o segundo já não é. Por isso, o valor 
realizável líquido dos estoques pode não ser equivalente ao valor justo deduzido dos gastos 
necessários para a respectiva venda. 
Em suma, temos: 
Valor realizável líquido à valor que a entidade espera receber pela venda do estoque; 
Valor Justo à preço pelo qual ocorreria a venda do estoque no mercado. 
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2.2. Mensuração de EstoqueAntes de passarmos ao que estabelece o CPC 16, vamos ver o que dispõe a Lei 6.404/76: 
Art. 183. No balanço, os elementos do ativo serão avaliados segundo os seguintes critérios: 
[...] 
II - os direitos que tiverem por objeto mercadorias e produtos do comércio da companhia, assim 
como matérias-primas, produtos em fabricação e bens em almoxarifado, pelo custo de aquisição 
ou produção, deduzido de provisão para ajustá-lo ao valor de mercado, quando este for 
inferior; 
O CPC 16 segue o mesmo raciocínio da Lei, senão vejamos: 
Os estoques objeto deste Pronunciamento devem ser mensurados pelo valor de custo ou pelo 
valor realizável líquido, dos dois o menor. 
 
2.2.1. Custos do Estoque 
Pessoal, esse é o ponto mais importante do CPC 16 para fins de prova. A maioria das questões 
exigem o que estudaremos na sequência, portanto, dê especial atenção a essa parte, ok? 
Custo do Estoque: O valor de custo do estoque deve incluir todos os custos de aquisição e de 
transformação, bem como outros custos incorridos para trazer os estoques à sua condição e 
localização atuais. 
E o que são custos de aquisição e transformação? 
 
O custo de aquisição dos estoques compreende o preço de compra, os impostos de importação 
e outros tributos (exceto os recuperáveis junto ao fisco), bem como os custos de transporte, seguro, 
manuseio e outros diretamente atribuíveis à aquisição de produtos acabados, materiais e serviços. 
Descontos comerciais, abatimentos e outros itens semelhantes devem ser deduzidos na 
determinação do custo de aquisição. 
Os custos de transformação de estoques incluem os custos diretamente relacionados com as 
unidades produzidas ou com as linhas de produção, como pode ser o caso da mão-de-obra direta. 
Também incluem a alocação sistemática de custos indiretos de produção, fixos e variáveis, que 
sejam incorridos para transformar os materiais em produtos acabados. Os custos indiretos de 
produção fixos são aqueles que permanecem relativamente constantes independentemente do 
volume de produção, tais como a depreciação e a manutenção de edifícios e instalações fabris, 
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despesa do período em que são incorridos. O custo dos estoques de prestador de serviços não 
inclui as margens de lucro nem os gastos gerais não atribuíveis que são frequentemente incluídos 
nos preços cobrados pelos prestadores de serviços. 
Outras formas para mensuração do custo à Outras formas para mensuração do custo de estoque, 
tais como o custo-padrão ou o método de varejo, podem ser usadas por conveniência se os 
resultados se aproximarem do custo. 
O custo-padrão leva em consideração os níveis normais de utilização dos materiais e bens de 
consumo, da mão-de-obra e da eficiência na utilização da capacidade produtiva. 
O método de varejo é muitas vezes usado no setor de varejo para mensurar estoques de grande 
quantidade de itens que mudam rapidamente, itens que têm margens semelhantes e para os quais 
não é praticável usar outros métodos de custeio. 
Camaradas, esses são os principais pontos que devemos saber sobre a mensuração dos estoques. 
Vale reiterar que esses pontos acima são os mais exigidos em provas. 
Para finalizar esse tópico sobre a mensuração dos estoques, transcrevo abaixo dispositivo da Lei n. 
6.404/76 que às vezes é exigido de forma literal: 
Art. 183, § 4° Os estoques de mercadorias fungíveis destinadas à venda poderão ser avaliados 
pelo valor de mercado, quando esse for o costume mercantil aceito pela técnica contábil. 
Mercadorias fungíveis = commodities (soja, café, arroz, etc). Os preços das commodities são 
estabelecidos pela cotação em bolsa de valores, por isso são facilmente avaliadas pelo valor do 
mercado. 
Vamos ver como esses pontos do CPC 16 são exigidos na prática? 
 
11. (CESPE/Analista Judiciário/Contadoria/STJ/2015) Com relação aos critérios de avaliação de 
ativos de companhias abertas, julgue o item a seguir. 
O imposto de importação e os impostos não recuperáveis junto ao fisco, diretamente atribuíveis à 
aquisição de mercadorias destinadas à revenda, devem compor o custo de aquisição desses 
estoques. 
Comentários 
Trata-se de exigência do item mais importante do CPC 16, abaixo descrito: 
11. O custo de aquisição dos estoques compreende o preço de compra, os impostos de 
importação e outros tributos (exceto os recuperáveis junto ao fisco), bem como os custos de 
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transporte, seguro, manuseio e outros diretamente atribuíveis à aquisição de produtos acabados, 
materiais e serviços. Descontos comerciais, abatimentos e outros itens semelhantes devem ser 
deduzidos na determinação do custo de aquisição. 
Gabarito: Certo 
2.2.2. Critérios de valoração de estoque 
Segundo o CPC 16, o custo dos estoques de itens que não são normalmente intercambiáveis e de 
bens ou serviços produzidos e segregados para projetos específicos deve ser atribuído pelo uso 
da identificação específica dos seus custos individuais. 
O CPC 16 informa que a identificação específica do custo significa que são atribuídos custos 
específicos a itens identificados do estoque. Este é o tratamento apropriado para itens que sejam 
segregados para um projeto específico, independentemente de eles terem sido comprados ou 
produzidos. 
Uma indústria de motores nucleares para submarinos, por exemplo, pode se enquadrar nesses 
dispositivos do CPC 16. Veja que um motor nuclear representa um exemplo de bem produzido 
para um projeto específico. Nesse caso, a indústria deve possuir um controle específico dos seus 
custos individuais. 
Porém, o mais comum é a existência de grandes quantidades de itens de estoque que sejam 
geralmente intercambiáveis. Nesse caso, a identificação específica de custos não é apropriada. Em 
tais circunstâncias, o CPC 16 destaca que um critério de valoração dos itens que permanecem nos 
estoques deve ser usado. 
Nos termos do CPC 16, o custo dos estoques de itens de estoque que sejam geralmente 
intercambiáveis (regra geral) deve ser atribuído pelo uso do critério Primeiro a Entrar, Primeiro a 
Sair (PEPS) ou pelo critério do custo médio ponderado. 
Critério PEPS (Primeiro a Entrar, Primeiro a Sair): pressupõe que os itens de estoque que foram 
comprados ou produzidos primeiro sejam vendidos em primeiro lugar e, consequentemente, os 
itens que permanecerem em estoque no fim do período sejam os mais recentemente comprados 
ou produzidos. 
Critério do custo médio ponderado: o custo de cada item é determinado a partir da média 
ponderada do custo de itens semelhantes no começo de um período e do custo dos mesmos itens 
comprados ou produzidos durante o período. A média pode ser determinada em base periódica 
ou à medida que cada lote seja recebido, dependendo das circunstâncias da entidade. 
O CPC 16 destaca que a entidade deve usar o mesmo critério de custeio para todos os estoques 
que tenham natureza e uso semelhantes para a entidade. Para os estoques que tenham outra 
natureza ou uso, podem justificar-se diferentes critérios de valoração. 
Vale destacar que o critério UEPS (Último a Entrar, Primeiro a Sair) não é previsto pelo CPC 16. 
 
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2.2.3. Valor Realizável Líquido 
O CPC 16 destaca alguns pontos a serem considerados na mensuração pelo valor realizável líquido. 
Segundo o CPC16, o custo dos estoques pode não ser recuperável se esses estoques estiverem 
danificados, se se tornarem total ou parcialmente obsoletos ou se os seus preços de venda tiverem 
diminuído (o exemplo da TV “Full HD” se enquadra nessa situação). O custo dos estoques pode 
também não ser recuperável se os custos estimados de acabamento ou os custos estimados a 
serem incorridos para realizar a venda tiverem aumentado. A prática de reduzir o valor de custo 
dos estoques (write down) para o valor realizável líquido é consistente com o ponto de vista de 
que os ativos não devem ser escriturados por quantias superiores àquelas que se espera que sejam 
realizadas com a sua venda ou uso. 
Nesse ponto o CPC 16 aplica o princípio da prudência, segundo o qual os ativos devem figurar 
pelo menor valor quando estamos diante de duas situações válidas. 
O CPC 16 informa, ainda, que as estimativas do valor realizável líquido devem ser baseadas nas 
evidências mais confiáveis disponíveis no momento em que são feitas as estimativas do valor dos 
estoques que se espera realizar. Essas estimativas devem levar em consideração variações nos 
preços e nos custos diretamente relacionados com eventos que ocorram após o fim do período, à 
medida que tais eventos confirmem as condições existentes no fim do período. 
Finalizando esse tópico, o CPC 16 estabelece que em cada período subsequente deve ser feita 
uma nova avaliação do valor realizável líquido. 
Quando as circunstâncias que anteriormente provocaram a redução dos estoques abaixo do custo 
deixarem de existir ou quando houver uma clara evidência de um aumento no valor realizável 
líquido devido à alteração nas circunstâncias econômicas, a quantia da redução deve ser revertida 
(a reversão é limitada à quantia da redução original) de modo a que o novo montante registrado 
do estoque seja o menor valor entre o custo e o valor realizável líquido revisto. Isso ocorre, por 
exemplo, com um item de estoque registrado pelo valor realizável líquido quando o seu preço de 
venda tiver sido reduzido e, enquanto ainda mantido em período posterior, tiver o seu preço de 
venda aumentado. 
2.2.4. Reconhecimento como despesa no resultado 
Nos termos do CPC 16, quando os estoques são vendidos, o custo escriturado desses itens deve 
ser reconhecido como despesa do período em que a respectiva receita é reconhecida. Trata-se da 
contabilização do Custo da Mercadoria Vendida (CMV). 
A quantia de qualquer redução dos estoques para o valor realizável líquido e todas as perdas de 
estoques devem ser reconhecidas como despesa do período em que a redução ou a perda 
ocorrerem. 
Pessoal, esse dispositivo do CPC 16 é análogo ao que estudamos no CPC 01 – Redução ao Valor 
recuperável de Ativos. Na oportunidade, estudamos que aquele CPC não se aplicava aos Estoques, 
pois havia um pronunciamento específico para tanto (o CPC 16). É justamente nesse ponto do CPC 
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16 que o assunto é tratado. Vale reiterar aqui o que dispõe o CPC 16 sobre a redução ao valor 
realizável líquido que vimos anteriormente: 
A prática de reduzir o valor de custo dos estoques (write down) para o valor realizável líquido é 
consistente com o ponto de vista de que os ativos não devem ser escriturados por quantias 
superiores àquelas que se espera que sejam realizadas com a sua venda ou uso. 
Veja que para os ativos em geral a redução toma por base o valor recuperável. Já no caso dos 
estoques, o valor considerado é o valor realizável líquido. 
O CPC 16 informa, ainda, que a quantia de toda reversão de redução de estoques, proveniente 
de aumento no valor realizável líquido, deve ser registrada como redução do item em que for 
reconhecida a despesa ou a perda, no período em que a reversão ocorrer. 
Vamos ver um exemplo para facilitar nossa visualização desses dispositivos. 
Exemplo 
A Cia. Cerealista Arrozal Ltda. adquiriu em 31/01/20X1 estoques no valor de R$ 100.000,00, já 
incluso todos os custos de aquisição. Ao final do mês de fevereiro, a Cia. estimou um valor 
realizável líquido de R$ 80.000,00. Já ao final do mês de março esse valor era de R$ 90.000,00. 
Efetuar os lançamentos necessários para a correta mensuração dos estoques em cada uma das 
datas (31/01; 28/02; 31/03). 
Na data de aquisição (31/01) 
D – Estoques 
C – Disponível ... 100.000,00 
Em 28/02 como houve uma redução no valor realizável líquido devemos reconhecer uma perda 
por redução ao valor realizável líquido pelo valor da diferença entre o custo de aquisição e o valor 
realizável líquido. Assim, temos: 
D – Despesas com Perdas por Redução ao Valor Realizável Líquido 
C – Perdas Estimadas p/ Redução do Valor Realizável Líquido ... 20.000,00 
Em 31/03 como houve um aumento do valor realizável líquido de 10.000,00, devemos efetuar uma 
reversão de parte da perda estimada. Assim, temos: 
D – Perdas Estimadas p/ Redução do Valor Realizável Líquido 
C – Reversão de Perdas p/ Redução ao Valor Realizável Líquido (Receita) ... 10.000,00 
Veja que não tem mistérios... bem tranquilo, não é mesmo? 
Finalizando esse tópico de reconhecimento no resultado, o CPC 16 reforça o que já estudamos 
acima: 
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 Os estoques devem ser avaliados pelo seu valor de custo — que inclui todos os custos de aquisição 
e de transformação, assim como outros gastos realizados para trazer os estoques à sua condição e 
à sua localização atuais — ou pelo seu valor realizável líquido, dos dois, o menor. 
Comentários 
Conforme vimos, segundo o CPC 16, os estoques devem ser mensurados pelo valor de custo ou 
pelo valor realizável líquido, dos dois o menor. 
Vimos, ainda, que: 
Custo do Estoque: O valor de custo do estoque deve incluir todos os custos de aquisição e de 
transformação, bem como outros custos incorridos para trazer os estoques à sua condição e 
localização atuais. 
Gabarito: Certo 
13. (CESPE/Analista Judiciário/Contadoria/STJ/2015) Com relação aos critérios de avaliação de 
ativos de companhias abertas, julgue o item a seguir. 
Valores anormais de desperdício de matéria-prima não são considerados custos de estoques e 
devem ser reconhecidos como despesas do período em que ocorreu o desperdício. 
Comentários 
Exigência do item 38 do CPC 16: 
38. O valor do estoque baixado, reconhecido como despesa durante o período, o qual é 
denominado frequentemente como custo dos produtos, das mercadorias ou dos serviços 
vendidos, consiste nos custos que estavam incluídos na mensuração do estoque que agora é 
vendido. Os custos indiretos de produção eventualmente não alocados aos produtos e os 
valores anormais de custos de produção devem ser reconhecidos como despesa do período 
em que ocorrem, sem transitar pelos estoques, dentro desse mesmo grupo, mas de forma 
identificada. As circunstâncias da entidade também podem admitir a inclusão de outros 
valores, tais como custos de distribuição. 
Lembre-se: 
Perdas Normais: apropriadas aos estoques (custo de produção) 
Perdas Anormais: apropriadas ao resultado (despesa do exercício) 
Gabarito: Certo 
14. (CESPE/Auditor/TCE-ES/2012) De acordo com a legislação societária e os pronunciamentos do 
Comitê de Pronunciamentos Contábeis, julgue o item a seguir. 
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Na mensuração de estoque, o valor realizável líquido refere-se à quantia pelaqual um ativo pode 
ser trocado entre compradores e vendedores dispostos a isso, conhecedores do negócio e 
independentes entre si. 
Comentários 
A questão exige conhecimentos do Pronunciamento Técnico CPC 16 (R1) – Estoques que 
estabelece o tratamento contábil para os estoques, proporciona orientação sobre a determinação 
do valor de custo dos estoques e sobre o seu subsequente reconhecimento como despesa em 
resultado, incluindo qualquer redução ao valor realizável líquido. Orienta, ainda, sobre o método 
e os critérios usados para atribuir custos aos estoques. Vejamos o item do Pronunciamento que foi 
alvo de cobrança, com os devidos destaques: 
6. Os seguintes termos são usados neste Pronunciamento, com os significados especificados: 
Estoques são ativos: 
(a) mantidos para venda no curso normal dos negócios; 
(b) em processo de produção para venda; ou 
(c) na forma de materiais ou suprimentos a serem consumidos ou transformados no processo de 
produção ou na prestação de serviços. 
Valor realizável líquido é o preço de venda estimado no curso normal dos negócios deduzido dos 
custos estimados para sua conclusão e dos gastos estimados necessários para se concretizar a 
venda. 
Valor justo é aquele pelo qual um ativo pode ser trocado ou um passivo liquidado entre partes 
interessadas, conhecedoras do negócio e independentes entre si, com ausência de fatores que 
pressionem para a liquidação da transação ou que caracterizem uma transação compulsória. 
7. O VALOR REALIZÁVEL LÍQUIDO refere-se à quantia líquida que a entidade espera realizar com 
a venda do estoque no curso normal dos negócios. O VALOR JUSTO reflete a quantia pela qual o 
mesmo estoque pode ser trocado entre compradores e vendedores conhecedores e dispostos a 
isso. O primeiro é um valor específico para a entidade, ao passo que o segundo já não é. Por isso, 
o valor realizável líquido dos estoques pode não ser equivalente ao valor justo deduzido dos gastos 
necessários para a respectiva venda. 
Observe que a banca inverteu os conceitos de Valor Realizável Líquido e Valor Justo, fato que 
tornou o item incorreto. Mais uma vez a banca utiliza uma velha estratégia (inversão de conceitos) 
para tentar confundir o candidato. Portanto, fique atento com possíveis inversões de conceitos. 
Gabarito: Errado 
15. (CESPE/Analista/Finanças e Controle/MPU/2015) Julgue o item que se segue, relativo à 
contabilização dos itens do ativo e do passivo. 
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O valor de custo do estoque deve incluir todos os custos de aquisição e de transformação bem 
como outros custos incorridos para trazer os estoques à sua condição e à sua localização atuais. 
Comentários 
Lembre-se: 
Custo do Estoque: O valor de custo do estoque deve incluir todos os custos de aquisição e de 
transformação, bem como outros custos incorridos para trazer os estoques à sua condição e 
localização atuais. 
E o que são custos de aquisição e transformação? 
O custo de aquisição dos estoques compreende o preço de compra, os impostos de importação 
e outros tributos (exceto os recuperáveis junto ao fisco), bem como os custos de transporte, seguro, 
manuseio e outros diretamente atribuíveis à aquisição de produtos acabados, materiais e serviços. 
Descontos comerciais, abatimentos e outros itens semelhantes devem ser deduzidos na 
determinação do custo de aquisição. 
Os custos de transformação de estoques incluem os custos diretamente relacionados com as 
unidades produzidas ou com as linhas de produção, como pode ser o caso da mão-de-obra direta. 
Também incluem a alocação sistemática de custos indiretos de produção, fixos e variáveis, que 
sejam incorridos para transformar os materiais em produtos acabados. Os custos indiretos de 
produção fixos são aqueles que permanecem relativamente constantes independentemente do 
volume de produção, tais como a depreciação e a manutenção de edifícios e instalações fabris, 
máquinas e equipamentos e os custos de administração da fábrica. Os custos indiretos de 
produção variáveis são aqueles que variam diretamente, ou quase diretamente, com o volume de 
produção, tais como materiais indiretos e certos tipos de mão-de-obra indireta. 
Gabarito: Certo 
16. (CESPE/Contador/FUB/2015) O item apresenta uma situação hipotética seguida de uma 
assertiva a ser julgada em relação ao reconhecimento e à mensuração contábil, de acordo com os 
pronunciamentos contábeis emitidos pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis. 
Determinada indústria teve gastos extraordinários de estocagem no valor de R$ 4.000 e perdas 
anormais de matérias-primas aplicadas na produção no valor de R$ 5.000. Nessa situação, o valor 
de estoque desses produtos será reduzido em R$ 1.000. 
Comentários 
Tanto os gastos extraordinários de estocagem (armazenamento) como as perdas anormais devem 
ser reconhecidas no resultado como despesas. Logo, nessa situação, o valor do estoque desses 
produtos não sofrerá alteração decorrente dos eventos citados no item. Lembre-se do que dispõe 
o CPC 16: 
16. Exemplos de itens não incluídos no custo dos estoques e reconhecidos como despesa do 
período em que são incorridos: 
Antonio Daud, Fábio Dutra, Guilherme Neves, Guilherme Sant Anna, Tonyvan de Carvalho Oliveira, Luciano Rosa, Júlio Cardozo 
Aula 11 - Prof. Possati
.Exame CFC Essencial 2020.2 (Intensivo)
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a) valor anormal de desperdício de materiais, mão-de-obra ou outros insumos de produção; 
b) gastos com armazenamento, a menos que sejam necessários ao processo produtivo entre uma 
e outra fase de produção; 
c) despesas administrativas que não contribuem para trazer o estoque ao seu local e condição 
atuais; e d) despesas de comercialização, incluindo a venda e a entrega dos bens e serviços aos 
clientes. 
Gabarito: Errado 
2.4. Questões Exame CFC 
17. (FBC/Exame de Suficiência CFC/Bacharel/2017.1) De acordo com a NBC TG 16 (R1) – 
ESTOQUES, estoques compreendem ativos mantidos para venda no curso normal dos negócios; 
em processo de produção para venda; ou na forma de materiais ou suprimentos a serem 
consumidos ou transformados no processo de produção ou na prestação de serviços. 
Assinale a opção em que NÃO constam exemplos de Estoque. 
a) produtos acabados e produtos em processo de produção pela entidade. 
b) custos de mercadorias vendidas, veículos de uso e software de uso. 
c) matérias-primas e materiais que aguardam utilização no processo de produção, tais como 
embalagens e material de consumo. 
d) mercadorias compradas por um varejista para revenda ou terrenos e outros imóveis para 
revenda. 
Comentários 
Nos termos do CPC 16, 
Os estoques compreendem bens adquiridos e destinados à venda, incluindo, por 
exemplo, mercadorias compradas por varejista para revenda ou terrenos e outros imóveis 
para revenda. Os estoques também compreendem produtos acabados e produtos em 
processo de produção pela entidade e incluem matérias-primas e materiais, aguardando 
utilização no processo de produção, tais como: componentes, embalagens e material de 
consumo. Os custos incorridos para cumprir o contrato com o cliente, que não resultam 
em estoques (ou ativos dentro do alcance de outro pronunciamento), devem ser 
contabilizados de acordo com o CPC 47 – Receita de Contrato com Cliente. 
De posse desse conceito, fica fácil identificar que apenas a opção “B” não nos retorna exemplos 
de estoques. Custos das Mercadorias Vendidas é uma conta de resultado (despesa). Veículos de 
uso é classificado como ativo imobilizado. Por fim, software de uso é um ativo intangível. 
Gabarito: B 
Antonio Daud, Fábio Dutra, Guilherme Neves, Guilherme Sant Anna, Tonyvan de Carvalho Oliveira, Luciano Rosa, Júlio Cardozo 
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