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Aula 11 - Prof. Possati .Exame CFC Essencial 2020.2 (Intensivo) Autores: Antonio Daud, Fábio Dutra, Guilherme Neves, Guilherme Sant Anna, Tonyvan de Carvalho Oliveira, Luciano Rosa, Júlio Cardozo, Gilmar Possati Aula 11 - Prof. Possati 9 de Setembro de 2020 1 92 Pronunciamentos Contábeis (II) 1. CPC 12 – Ajuste a Valor Presente .......................................................................... 2 1.1. Contextualização .................................................................................................................... 2 1.2. Alcance ................................................................................................................................... 3 1.3. Mensuração ............................................................................................................................ 5 1.4. Passivos Não Contratuais ..................................................................................................... 19 1.5. Efeitos Fiscais ....................................................................................................................... 20 1.6. Classificação ......................................................................................................................... 20 1.7. Divulgação ............................................................................................................................ 20 1.8. Questões Exame CFC .......................................................................................................... 21 1.9. Resumo ................................................................................................................................. 27 2. CPC 16 – Estoques .............................................................................................. 30 2.1. Definições ............................................................................................................................. 30 2.2. Mensuração de Estoque ....................................................................................................... 32 2.3. Questões Fixação ................................................................................................................. 39 2.4. Questões Exame CFC .......................................................................................................... 43 2.5. Resumo ................................................................................................................................. 55 3. CPC 18 - INVESTIMENTOS EM CONTROLADAS E COLIGADAS ....................... 56 3.1. Aspectos Societários ............................................................................................................ 56 3.2. Aspectos Introdutórios (CPC 18) .......................................................................................... 57 3.3. Método de Equivalência Patrimonial (MEP) ......................................................................... 58 3.4. Distribuição de Dividendos .................................................................................................. 70 3.5. Questões Exame CFC .......................................................................................................... 71 4. Lista das Questões Comentadas ......................................................................... 77 5. Gabarito ............................................................................................................... 92 Antonio Daud, Fábio Dutra, Guilherme Neves, Guilherme Sant Anna, Tonyvan de Carvalho Oliveira, Luciano Rosa, Júlio Cardozo Aula 11 - Prof. Possati .Exame CFC Essencial 2020.2 (Intensivo) www.estrategiaconcursos.com.br 3 92 Ademais, a doutrina destaca que com a adoção do AVP a Contabilidade Societária corrige o problema de tratar de forma semelhante transações a prazo e à vista. 1.1.3. Previsão na Legislação Societária O AVP está previsto na legislação societária. Segundo o art. 183, inciso VIII, da Lei 6.404/76, Art. 183. No balanço, os elementos do ativo serão avaliados segundo os seguintes critérios: VIII – os elementos do ativo decorrentes de operações de longo prazo serão ajustados a valor presente, sendo os demais ajustados quando houver efeito relevante. Além disso, em seu art. 184, III, referida Lei estabelece: Art. 184. No balanço, os elementos do passivo serão avaliados de acordo com os seguintes critérios: III – as obrigações, os encargos e os riscos classificados no passivo não circulante serão ajustados ao seu valor presente, sendo os demais ajustados quando houver efeito relevante. Seguindo essa mesma orientação, o CPC 12 em seu item 21 estabelece o seguinte: Os elementos integrantes do ativo e do passivo decorrentes de operações de longo prazo, ou de curto prazo quando houver efeito relevante, devem ser ajustados a valor presente com base em taxas de desconto que reflitam as melhores avaliações do mercado quanto ao valor do dinheiro no tempo e os riscos específicos do ativo e do passivo em suas datas originais. Agora que o assunto já está contextualizado de maneira geral, vamos passar, de fato, ao estudo dos pontos específicos do CPC 12. 1.2. Alcance O CPC 12 trata essencialmente de questões de mensuração, não alcançando com detalhes questões de reconhecimento. Mas, professor existe diferença entre reconhecimento e mensuração? Existe, meu camarada! O próprio CPC 12 nos dá a resposta: RECONHECIMENTO = envolve a decisão de “quando registrar”. MENSURAÇÃO = envolve a decisão de “por quanto registrar” Nesse sentido, no CPC 12 determina-se que a mensuração contábil a valor presente seja aplicada no reconhecimento inicial de ativos e passivos. Apenas em certas situações excepcionais, como a que é adotada numa renegociação de dívida em que novos termos são estabelecidos, o ajuste a valor presente deve ser aplicado como se fosse nova medição de ativos e passivos. Dentro do tópico “alcance” o CPC 12 destaca um ponto bem interessante: a aplicação do conceito de ajuste a valor presente nem sempre equipara o ativo ou o passivo a seu valor justo. Por isso, valor presente e valor justo não são sinônimos. Antonio Daud, Fábio Dutra, Guilherme Neves, Guilherme Sant Anna, Tonyvan de Carvalho Oliveira, Luciano Rosa, Júlio Cardozo Aula 11 - Prof. Possati .Exame CFC Essencial 2020.2 (Intensivo) www.estrategiaconcursos.com.br 4 92 VALOR PRESENTE VALOR JUSTO Vamos entender melhor o porquê dessa diferença. Segundo conceitos extraídos do próprio CPC 12, temos: Valor justo (fair value) - é o valor pelo qual um ativo pode ser negociado, ou um passivo liquidado, entre partes interessadas, conhecedoras do negócio e independentes entre si, com a ausência de fatores que pressionem para a liquidação da transação ou que caracterizem uma transação compulsória. Valor presente (present value) - é a estimativa do valor corrente de um fluxo de caixa futuro, no curso normal das operações da entidade. Como base nessa definição, o CPC 12 ensina o seguinte quanto à diferença entre esses conceitos: AVP: tem como objetivo efetuar o ajuste para demonstrar o valor presente de um fluxo de caixa futuro. Esse fluxo de caixa pode estar representado por ingressos ou saídas de recursos (ou montante equivalente; por exemplo, créditos que diminuam a saída de caixa futuro seriam equivalentes a ingressos de recursos). Para determinar o valor presente de um fluxo de caixa, três informações são requeridas: valor do fluxo futuro (considerando todos os termos e as condições contratados), data do referido fluxo financeiro e taxa de desconto aplicável à transação. Valor justo: tem como primeiro objetivo demonstrar o valor de mercado de determinado ativo ou passivo; na impossibilidade disso, demonstrar o provável valor que seria o de mercado por comparação a outrosativos ou passivos que tenham valor de mercado; na impossibilidade dessa alternativa também, demonstrar o provável valor que seria o de mercado por utilização do ajuste a valor presente dos valores estimados futuros de fluxos de caixa vinculados a esse ativo ou passivo; finalmente, na impossibilidade dessas alternativas, pela utilização de fórmulas econométricas reconhecidas pelo mercado. Sendo assim, podemos concluir que em algumas circunstâncias o valor justo e o valor presente podem coincidir, mas não são expressões que podem ser usadas de forma equivalente. Por oportuno, vale aqui destacar a excelente lição presente no Manual de Contabilidade Societária: Cabe observar que os conceitos de ajuste a valor presente e valor justo não são sinônimos, enquanto o ajuste a valor presente busca mensurar ativos e passivos levando-se em consideração o valor do dinheiro no tempo e as incertezas a eles associados, mas medidos sempre com base na taxa prevalecente na data original da contratação, a mensuração a valor justo busca demonstrar o valor de mercado de determinado ativo ou passivo, o que significa que prevalece a taxa da data do balanço. Assim, em algumas circunstancias, o valor justo e o valor presente podem coincidir, mas isso não é uma regra, sendo que, ao aplicar a técnica de ajuste a valor presente, passado o primeiro ano, o reconhecimento da receita ou despesa financeira deve respeitar a taxa de juros da transação na Antonio Daud, Fábio Dutra, Guilherme Neves, Guilherme Sant Anna, Tonyvan de Carvalho Oliveira, Luciano Rosa, Júlio Cardozo Aula 11 - Prof. Possati .Exame CFC Essencial 2020.2 (Intensivo) www.estrategiaconcursos.com.br 5 92 data de sua origem, independentemente da taxa de juros de mercado em períodos subsequentes. Ou seja, determinada a taxa de ajuste a valor presente, ela permanecerá a mesma até o vencimento da operação. Por exemplo, a compra de uma máquina à vista ou o valor presente dos compromissos firmados no caso de compra a prazo produzem o mesmo valor, já que os encargos financeiros, normalmente, são adicionados aos valores de uma transação à vista. No entanto, pode ser que isso não aconteça, como por exemplo, no caso de uma promoção. Nesse caso, prevalece o menor valor para o adquirente do bem e para a receita do vendedor. 1.3. Mensuração 1.3.1. Diretrizes Gerais O CPC 12 não nos fornece uma enumeração minuciosa de quais ativos ou passivos são abarcados pela norma. A ideia do CPC 12 é estabelecer diretrizes gerais e de metas a serem alcançadas. Nesse sentido, como diretriz geral a ser observada, ativos, passivos e situações que apresentarem uma ou mais das características abaixo devem estar sujeitos aos procedimentos de mensuração tratados neste Pronunciamento: a) transação que dá origem a um ativo, a um passivo, a uma receita ou a uma despesa ou outra mutação do patrimônio líquido cuja contrapartida é um ativo ou um passivo com liquidação financeira (recebimento ou pagamento) em data diferente da data do reconhecimento desses elementos; b) reconhecimento periódico de mudanças de valor, utilidade ou substância de ativos ou passivos similares emprega método de alocação de descontos; c) conjunto particular de fluxos de caixa estimados claramente associado a um ativo ou a um passivo; Vamos ver como essas diretrizes já foram exploradas em prova? 1. (FCC/Auditor de Contas Públicas/MPE-PB/2015) Para que ativos e passivos sejam ajustados a valor presente eles devem: I. Ser uma transação que dá origem a um ativo, a um passivo, a uma receita ou a uma despesa ou outra mutação do patrimônio líquido cuja contrapartida é um ativo ou um passivo com liquidação financeira (recebimento ou pagamento) em data igual a da data do reconhecimento desses elementos. Antonio Daud, Fábio Dutra, Guilherme Neves, Guilherme Sant Anna, Tonyvan de Carvalho Oliveira, Luciano Rosa, Júlio Cardozo Aula 11 - Prof. Possati .Exame CFC Essencial 2020.2 (Intensivo) www.estrategiaconcursos.com.br 6 92 II. Ter reconhecimento periódico de mudanças de valor, utilidade ou substância de ativos ou passivos similares e empregar método de alocação de descontos. III. Ser um conjunto particular de fluxos de caixa exatos e claramente associado a um ativo ou a um passivo. Está correto o que se afirma APENAS em a) II. b) I. c) III. d) I e II. e) II e III. Comentários Vamos analisar as assertivas: I – Errado. Conforme vimos, uma das diretrizes estabelecidas pelo CPC 12 é: (a) transação que dá origem a um ativo, a um passivo, a uma receita ou a uma despesa ou outra mutação do patrimônio líquido cuja contrapartida é um ativo ou um passivo com liquidação financeira (recebimento ou pagamento) em data diferente da data do reconhecimento desses elementos; II – Certo. Conforme vimos, uma das diretrizes estabelecidas pelo CPC 12 é justamente essa: (b) reconhecimento periódico de mudanças de valor, utilidade ou substância de ativos ou passivos similares emprega método de alocação de descontos; III – Errado. Conforme vimos, uma das diretrizes estabelecidas pelo CPC 12 é: (c) conjunto particular de fluxos de caixa estimados claramente associado a um ativo ou a um passivo; Gabarito: A Em termos de meta a ser alcançada, o CPC 12 informa que ao se aplicar o conceito de valor presente deve-se associar tal procedimento à mensuração de ativos e passivos levando-se em consideração o valor do dinheiro no tempo e as incertezas a eles associados. Desse modo, as informações prestadas possibilitam a análise e a tomada de decisões econômicas que resultam na melhor avaliação e alocação de recursos escassos. Para tanto, diferenças econômicas entre ativos e passivos precisam ser refletidas adequadamente pela Contabilidade a fim de que os agentes Antonio Daud, Fábio Dutra, Guilherme Neves, Guilherme Sant Anna, Tonyvan de Carvalho Oliveira, Luciano Rosa, Júlio Cardozo Aula 11 - Prof. Possati .Exame CFC Essencial 2020.2 (Intensivo) www.estrategiaconcursos.com.br 7 92 econômicos possam definir com menor margem de erro os prêmios requeridos em contrapartida aos riscos assumidos. Nos termos do CPC 12, ativos e passivos monetários com juros implícitos ou explícitos embutidos devem ser mensurados pelo seu valor presente quando do seu reconhecimento inicial, por ser este o valor de custo original dentro da filosofia de valor justo (fair value). Por isso, quando aplicável, o custo de ativos não monetários deve ser ajustado em contrapartida; ou então a conta de receita, despesa ou outra conforme a situação. A esse respeito, uma vez ajustado o item não monetário, não deve mais ser submetido a ajustes subsequentes no que respeita à figura de juros embutidos. Ressalte-se que nem todo ativo ou passivo não-monetário está sujeito ao efeito do ajuste a valor presente; por exemplo, um item não monetário que, pela sua natureza, não está sujeito ao ajuste a valor presente é o adiantamento em dinheiro para recebimento ou pagamento em bens e serviços. O CPC 12 destaca, ainda, que quando houver Pronunciamento específico do CPC que discipline a forma pela qual um ativo ou passivo em particular deva ser mensurado com base no ajuste a valor presente de seus fluxos de caixa, referido pronunciamento específico deve ser observado. A regra específica sempre prevalece à regra geral. Caso especial é o relativo à figura do Imposto de Renda Diferido Ativo e à do Imposto de Renda Diferido Passivo, objeto de Pronunciamento Técnico específico1, mas que, conforme previsto nas Normas Internacionais de Contabilidade, não são passíveis de ajuste a valor presente, o que deve ser observado desde a implementação deste Pronunciamento. Com relação aos empréstimos e financiamentos subsidiados, a exemplo dos financiamentos do BNDES, o CPC 12 tece as seguintes considerações: Por questões das mais variadas naturezas, não há mercado consolidado de dívidasde longo prazo no Brasil, ficando a oferta de crédito ao mercado em geral com essa característica de longo prazo normalmente limitada a um único ente governamental. Assim, excepcionalmente, até que surja um efetivo mercado competitivo de crédito de longo prazo no Brasil, passivos dessa natureza (e ativos correspondentes no credor) não estão contemplados por este Pronunciamento como sujeitos à aplicação do conceito de valor presente por taxas diversas daquelas a que tais empréstimos e financiamentos já estão sujeitos. Não estão abrangidas nessa exceção operações de longo prazo, mesmo que financiadas por entes governamentais que tenham características de subvenção ou 1 O CPC 32 (tributos sobre o lucro) estabelece em seu item 47 regra específica para mensuração de ativos e passivos fiscais diferidos, senão vejamos: 47. Os ativos e passivos fiscais diferidos devem ser mensurados pelas alíquotas que se espera que sejam aplicáveis no período quando for realizado o ativo ou liquidado o passivo, com base nas alíquotas (e legislação fiscal) que estejam em vigor ao final do período que está sendo reportado. Antonio Daud, Fábio Dutra, Guilherme Neves, Guilherme Sant Anna, Tonyvan de Carvalho Oliveira, Luciano Rosa, Júlio Cardozo Aula 11 - Prof. Possati .Exame CFC Essencial 2020.2 (Intensivo) www.estrategiaconcursos.com.br 8 92 auxílio governamental, tratadas no Pronunciamento Técnico CPC 07 Subvenção e Assistência Governamentais. Pessoal, conforme podemos observar até o momento, o AVP não se aplica a todos os ativos e passivos indiscriminadamente. Apesar de não existir uma enumeração de quais ativos ou passivos são abarcados pela norma, objetivamente leve para a prova o seguinte: REGRA à AVP é aplicável a elementos integrantes do ativo e do passivo decorrentes de operações de longo prazo, ou de curto prazo quando houver efeito relevante. EXCEÇÕES § Tributos diferidos sobre o lucro; § Recebíveis ou pagáveis sem prazo determinado; § Empréstimos, financiamentos e mútuos sem encargos financeiros ou com juros diferentes das condições normais de mercado. Sobre essas exceções, acho interessante estudar um pouco mais. § Tributos diferidos sobre o lucro Os valores ativos e passivos diferidos relativos a Imposto de Renda e Contribuição Social não devem ser ajustados a valor presente. O CPC 12 destaca que essa vedação foi efetuada com o argumento de não ser possível determinar com exatidão as datas em que os referidos valores serão realizados. Segundo o Manual FIPECAFI, trata-se de uma exceção sem fundamentação técnica, calcada na dificuldade prática de, em muitas situações, conseguir-se identificar com clareza e objetividade quando esses tributos serão devidos ou recuperados. § Recebíveis ou pagáveis sem prazo determinado O CPC 12 admite que determinados ativos e passivos não têm como ser trazidos a valor presente em função de se tratar de recebíveis ou pagáveis sem prazo determinado ou de difícil/impossível determinação de quando a liquidação financeira se dará. Nessa perspectiva se enquadram muitos dos contratos de mútuos2 entre partes relacionadas que não possuem data prevista para vencimento, o que impossibilita o cálculo do ajuste a valor presente. 2 Contrato de mútuo é aquele que trata da transferência de bens fungíveis, móveis, que podem ser substituídos por outros de mesma espécie, qualidade e quantidade. As partes envolvidas são chamadas mutuante e mutuário. O mutuante é aquele que empresta ou transfere a propriedade do bem fungível. Antonio Daud, Fábio Dutra, Guilherme Neves, Guilherme Sant Anna, Tonyvan de Carvalho Oliveira, Luciano Rosa, Júlio Cardozo Aula 11 - Prof. Possati .Exame CFC Essencial 2020.2 (Intensivo) www.estrategiaconcursos.com.br 9 92 § Empréstimos, financiamentos e mútuos sem encargos financeiros ou com juros diferentes das condições normais de mercado O CPC 12 informa que os empréstimos, financiamentos e mútuos entre partes relacionadas contratados sem encargos financeiros ou com juros diferentes das condições normais de mercado não estão sujeitos ao ajuste. De qualquer forma, todas as condições devem ser divulgadas em notas explicativas com detalhamento necessário. Exemplo: Financiamentos do BNDES, contratados com taxas de juros diferentes das taxas praticadas pelo mercado em geral para outras modalidades de empréstimos. Nesse caso, não se aplica o AVP. 1.3.2. Diretrizes mais Específicas Pessoal, aqui nesse ponto do CPC 12 é que entra o estudo da contabilização do AVP. Vamos ver o que dispõe o CPC 12 e depois passaremos a detalhar como funciona a contabilização e, é claro, como é explorado em prova. Segundo o CPC 12, “a quantificação do ajuste a valor presente deve ser realizada em base exponencial "pro rata die", a partir da origem de cada transação, sendo os seus efeitos apropriados nas contas a que se vinculam”. Observe que os juros “embutidos”/contratados em cada transação são reconhecidos pro rata die (em proporção ao dia = juros diário sobre um valor), conforme veremos na sequência. O termo “base exponencial” indica que o cálculo deve ser realizado na sistemática de juros compostos. O Manual FIPECAFI ensina que essa forma de contabilização faz com que a informação contábil reflita melhor a real natureza da receita gerada, que não foi em virtude da transação de venda, mas fruto do prazo dado para pagamento da transação no qual a empresa cobra juros, mesmo que não esteja explicitamente contratado. Vamos agora estudar como funciona, de fato, a contabilização do AVP. Para tanto, vamos separar nosso estudo em duas partes: contabilização do AVP para contas ativas e contabilização do AVP para contas passivas. 1.3.3. Contabilização do AVP para contas ativas Conforme já estudamos, a contabilização do AVP deve ocorrer no reconhecimento inicial do ativo/passivo, ou seja, no momento inicial da transação. Assim, por exemplo, em uma transação de venda de mercadorias a longo prazo, o desconto relativo ao valor presente deverá ser registrado no mesmo momento em que for reconhecida a receita de vendas. Vamos ver um exemplo de contabilização disposto no Manual FIPECAFI, o qual Exemplo de bem fungível: dinheiro Antonio Daud, Fábio Dutra, Guilherme Neves, Guilherme Sant Anna, Tonyvan de Carvalho Oliveira, Luciano Rosa, Júlio Cardozo Aula 11 - Prof. Possati .Exame CFC Essencial 2020.2 (Intensivo) www.estrategiaconcursos.com.br 10 92 adaptamos para o nosso propósito (realmente entender! A didática dos livros doutrinários é péssima rsrsrs). Valor negociado da venda = R$ 10.000,00 Prazo para recebimento = 14 meses Taxa de Juros = 2% ao mês Nesse caso, temos os seguintes registros: Pela transação da venda D – Contas a Receber a Longo Prazo (não circulante) C – Receita Bruta de Vendas ... 10.000,00 Pelo registro do ajuste a valor presente no momento em que é realizada a venda D – Receita Bruta de Vendas C – Ajuste a Valor Presente (Receita Financeira a Apropriar) ... 2.421,25* * Para acharmos esse valor devemos utilizar a seguinte fórmula matemática: VP = VF (1 + 𝑖)! VP = Valor Presente VF = Valor Futuro i = Taxa n = prazo Assim, temos: VP = 10.000 (1 + 0,02)"# = 7.578,75 Logo, AVP = 10.000,00 – 7.578,75 = 2.421,25 Essa receita financeira a apropriar mensalmente é reconhecida no resultado do exercício, utilizando-se a mesma taxa efetiva de juros (2% a.m), por meio do seguinte lançamento: Mês 1 D – Ajuste a Valor Presente (Receita Financeira a Apropriar) C – Receita Financeira ... 151,57 (7.578,75 x 2%) Esse é o lançamento no mês 1. Os demais meses seguem a seguinte lógica: Antonio Daud, Fábio Dutra, Guilherme Neves, Guilherme Sant Anna, Tonyvan de Carvalho Oliveira, Luciano Rosa, Júlio Cardozo Aula 11 - Prof. Possati .Exame CFC Essencial 2020.2 (Intensivo) www.estrategiaconcursos.com.br12 92 Por ora, antes de passarmos ao estudo das “situações reais de combate”, o que você precisa extrair desse exemplo é o seguinte: à Saber as contas envolvidas (debitadas e creditadas); à Entender que o AVP envolve o conhecimento de três fatores: i. O valor futuro do elemento (ativo/passivo): esse valor, em regra, é o valor a prazo (negociado). No nosso exemplo é R$ 10.000,00. ii. A data futura do fluxo: aqui temos que saber quando a empresa vai receber (no caso de um ativo) ou pagar (no caso de um passivo). No exemplo acima, seria 14 meses após a venda. iii. A taxa de desconto utilizada para trazer o elemento a valor presente: esse dado é fornecido pela questão. No exemplo acima a taxa é de 2% a.m. Pessoal, vale destacar que a contabilização do ajuste a valor presente não se aplica exclusivamente às transações de vendas de mercadorias, produtos e/ou serviços (essa é a situação mais comum e que também costuma ser exigida em provas). A contabilização do AVP se aplica também aos casos de venda de ativos imobilizados, ou quaisquer outros ativos cujo preço negociado não seja o equivalente ao valor à vista. 1.3.4. Contabilização do AVP para contas passivas Vamos nos valer de outro exemplo doutrinário disposto no Manual FIPECAFI, o qual adaptamos para fins didáticos: A empresa X comprou uma máquina a prazo no valor de R$ 50.157,00, a qual será paga em 5 parcelas anuais de R$ 10.031,00. A taxa de juros contratada nessa operação é de 20% ao ano. Nesse caso, teremos a seguinte contabilização: D – Máquinas ... 30.000,00 D – AVP (Despesa Financeira a transcorrer) ... 20.157,00 C – Financiamentos ... 50.157,00 Observação: R$ 30.000,00 é o valor presente do valor futuro de R$ 50.157,00. Para achar o valor precisamos realizar um cálculo de matemática financeira. Aqui vamos nos concentrar no entendimento geral, até porque na prova de Contabilidade não vamos precisar realizar cálculos nesse nível. No final do ano quando do pagamento da primeira parcela, a empresa faria os seguintes registros: Pela apropriação da despesa financeira D – Despesa Financeira C – AVP (Despesa Financeira a Transcorrer) ... 1.672,00 Antonio Daud, Fábio Dutra, Guilherme Neves, Guilherme Sant Anna, Tonyvan de Carvalho Oliveira, Luciano Rosa, Júlio Cardozo Aula 11 - Prof. Possati .Exame CFC Essencial 2020.2 (Intensivo) www.estrategiaconcursos.com.br 13 92 Observação: R$ 1.672,00 refere-se à diferença entre o valor nominal da dívida R$ 10.031,00 e o valor presente, à taxa de 20%, por 1 período, R$ 8.539,00. Não se estressa com o cálculo matemático, mas sim na ideia geral. Pelo pagamento da parcela do financiamento D – Financiamentos C – Disponível (Caixa/Bancos) ... 10.031,00 Agora que já estudamos os exemplos doutrinários, vamos ver “exemplos reais”, “situações reais de combate”. 2. (FBC/Exame de Suficiência CFC/Bacharel/2012.1) Uma sociedade empresária realizou uma venda a prazo no valor de R$110.250,00, para recebimento em uma única parcela, após o prazo de dois anos. Observando o que dispõe a NBC TG 12 – Ajuste a Valor Presente, foi registrado um ajuste a valor presente desta operação, considerando-se uma taxa de juros composta de 5% a.a. O montante do ajuste a valor presente da operação, na data de seu registro inicial, é de: a) R$10.022,73. b) R$10.250,00. c) R$11.025,00. d) R$11.300,63. Comentários O primeiro passo para resolver a questão é identificar os dados que estão sendo fornecidos: Valor Futuro = 110.250,00 Data = 2 anos Taxa = 5% ao ano Valor Presente = ? Agora, basta aplicarmos a fórmula: VP = VF (1 + 𝑖)! Assim, temos: Antonio Daud, Fábio Dutra, Guilherme Neves, Guilherme Sant Anna, Tonyvan de Carvalho Oliveira, Luciano Rosa, Júlio Cardozo Aula 11 - Prof. Possati .Exame CFC Essencial 2020.2 (Intensivo) www.estrategiaconcursos.com.br 14 92 VP = 110.250 (1 + 0,05)$ = 100.000 O Ajuste a Valor Presente é encontrado pela diferença entre o Valor Futuro e o Valor Presente. AVP = 110.250 – 100.000 = 10.250,00 Dificilmente os cálculos em prova de Contabilidade passam de dois períodos, justamente porque a ideia não é medir conhecimento de matemática financeira, mas sim se você tem o entendimento do ajuste a valor presente. Gabarito: B Vamos ver outra exigência sobre esse ponto. 3. (CESPE/Contador/FUB/2015) O item apresenta uma situação hipotética seguida de uma assertiva a ser julgada em relação ao reconhecimento e à mensuração contábil, de acordo com os pronunciamentos contábeis emitidos pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis. Após cinco anos de uso, foi realizada a venda de determinado bem imobilizado pelo valor de R$ 400.000, para recebimento após um ano da data da venda. A empresa considera que 6,5 % a.a. é uma taxa de juros livre de riscos adequada para mensurar o ajuste em valor presente. Nessa situação, no momento da venda, o ajuste em valor presente é igual a R$ 26.000. Comentários Dados informados: Valor Futuro = 400.000,00 Data = 1 ano Taxa = 6,5% ao ano Valor Presente = ? Agora, basta aplicarmos a fórmula: VP = VF (1 + 𝑖)! Assim, temos: VP = 400.000 (1 + 0,065)" = 𝟑𝟕𝟓. 𝟓𝟖𝟔, 𝟖𝟓 Antonio Daud, Fábio Dutra, Guilherme Neves, Guilherme Sant Anna, Tonyvan de Carvalho Oliveira, Luciano Rosa, Júlio Cardozo Aula 11 - Prof. Possati .Exame CFC Essencial 2020.2 (Intensivo) www.estrategiaconcursos.com.br 15 92 O Ajuste a Valor Presente é encontrado pela diferença entre o Valor Futuro e o Valor Presente. AVP = 400.000 – 375.586,85 = 24.413,15 Gabarito: Errado Agora vamos ver um estilo de exigência um pouco diferente (e mais complexo). Trata-se de uma excelente questão para fixarmos os conhecimentos que estudamos até o momento. 4. (FCC/Auditor Substituto de Conselheiro/TCM-RJ/2015) Um lote de mercadorias para comercialização foi adquirido a prazo em 30/09/2014 pelo valor de R$ 1.900.000,00, para pagamento em dezembro de 2015. Se a compra fosse realizada à vista, o preço de aquisição teria sido R$ 1.200.000,00. No mês de outubro de 2014 a empresa realizou a venda de 70% dessas mercadorias pelo valor de R$ 1.500.000,00, para recebimento em novembro de 2015. Se a venda das mercadorias tivesse sido feita à vista o preço de venda seria R$ 1.000.000,00. Em 31/12/2014 o valor que a empresa deveria pagar para o fornecedor era R$ 1.250.000,00 e o valor que seria cobrado do cliente era R$ 1.300.000,00. Nesse caso, a empresa reconheceu, no resultado de 2014, Resultado Bruto com Vendas no valor de a) R$ 170.000,00. b) R$ 660.000,00 e Despesa Financeira = R$ 50.000,00, apenas. c) R$ 160.000,00; Receita Financeira = R$ 300.000,00 e Despesa Financeira = R$ 50.000,00. d) R$ 330.000,00 (prejuízo) e Receita Financeira = R$ 300.000,00, apenas. e) R$ 160.000,00, apenas. Comentários Pessoal, antes de passarmos à resolução dessa questão, vamos aproveitar a situação indicada nela para resgatarmos o que estudamos sobre a importância do CPC 12 e também o seu objetivo geral. Antes da sistemática do Ajuste a Valor Presente, a Contabilidade registrava o valor da compra a prazo direto no Estoque. Como sabemos, quando a empresa compra mercadorias a prazo, há juros embutidos e, portanto, ao registrar esses juros como estoque a contabilização ficava distorcida. Do mesmo modo, no momento da venda dessas mercadorias a prazo, a empresa registrava o juro que ela embutiu nessa venda como receita bruta de vendas, sem reconhecer a receita financeira Antonio Daud, Fábio Dutra, Guilherme Neves, Guilherme Sant Anna, Tonyvan de Carvalho Oliveira, Luciano Rosa, Júlio Cardozo Aula 11 - Prof. Possati .Exame CFC Essencial 2020.2 (Intensivo) www.estrategiaconcursos.com.br 17 92 No mês de outubro de 2014 a empresa realizou a venda de 70% dessas mercadorias pelo valor de R$ 1.500.000,00, para recebimento emnovembro de 2015. Se a venda das mercadorias tivesse sido feita à vista o preço de venda seria R$ 1.000.000,00. Em outubro houve uma venda de 70% das mercadorias anteriormente adquiridas, o que equivale a 840.000,00 (70% de 1.200.000), por 1.500.000,00. Se essas vendas fossem à vista o preço seria 1.000.000,00, ou seja, 500.000,00 são de juros embutidos (não são receitas de vendas, mas sim receitas financeiras)! Logo, temos o seguinte lançamento: D – Clientes (contas a receber/duplicatas a receber) ... 1.500.000,00 C – Ajuste a Valor Presente (Receita Financeira a apropriar) ... 500.000,00 C – Receita Bruta de Vendas ... 1.000.000,00 D – Custo da Mercadoria Vendida C – Estoques ... 840.000,00 Pessoal, como no cálculo do lucro bruto não entra receita/despesa financeira, é importante entendermos esses registros, pois eles nos fornecem aquilo que realmente é operacional e o que é financeiro. Bem... vamos para a parte final da questão. Em 31/12/2014 o valor que a empresa deveria pagar para o fornecedor era R$ 1.250.000,00 e o valor que seria cobrado do cliente era R$ 1.300.000,00. Com essa informação nós podemos verificar quanto foi reconhecido de receita e despesa financeira. Veja o raciocínio: à O valor de 1.250.000,00 é o valor presente de fornecedores em 31/12/2014. Logo, houve um reconhecimento de despesas financeiras de 50.000,00. Como assim, professor? Simples, camarada! Volte lá no nosso balanço em 30/09/2014. Veja que tínhamos a pagar líquido para o fornecedor 1.200.000,00, devendo ser apropriado 700.000,00 de despesa financeira. Agora como o saldo da conta é de 1.250.000,00, significa que a situação é a seguinte: Fornecedores 1.900.000,00 (-) AVP (650.000,00) Total 1.250.000,00 Observe que houve uma apropriação (reconhecimento) de despesa no valor de 50.000,00, por meio do seguinte lançamento: Antonio Daud, Fábio Dutra, Guilherme Neves, Guilherme Sant Anna, Tonyvan de Carvalho Oliveira, Luciano Rosa, Júlio Cardozo Aula 11 - Prof. Possati .Exame CFC Essencial 2020.2 (Intensivo) www.estrategiaconcursos.com.br 18 92 D – Despesas Financeiras C – AVP (Despesas Financeiras a Apropriar) ... 50.000,00 E a receita financeira, como fica? à O valor de 1.300.000,00 é o valor presente de clientes em 31/12/2014. Logo, houve um reconhecimento de receitas financeiras de 300.000,00. Tínhamos a receber líquido de clientes em outubro/2014 o valor de 1.000.000,00, devendo ser apropriado 500.000,00 de receita financeira. A situação era a seguinte: Clientes 1.500.000,00 (-) AVP (500.000,00) Total 1.000.000,00 Agora como o saldo da conta é de 1.300.000,00, significa que a situação é a seguinte: Clientes 1.500.000,00 (-) AVP (200.000,00) Total 1.300.000,00 Observe que houve uma apropriação (reconhecimento) de receita no valor de 300.000,00, por meio do seguinte lançamento: D – AVP (Receitas Financeiras a Apropriar) C – Receitas Financeiras ... 300.000,00 Ao elaborar a Demonstração do Resultado do Exercício, temos a seguinte situação: Receita Bruta de Vendas 1.000.000,00 (-) Custo da Mercadoria Vendida (840.000,00) (=) Lucro Bruto 160.000,00 (+) Receitas Financeiras 300.000,00 (-) Despesas Financeiras (50.000,00) (=) Lucro Líquido do Exercício 410.000,00 Veja que não há mistérios... essa questão poucos acertam na prova... é uma questão que faz a diferença no resultado final, pois somente quem realmente está preparado consegue resolver. Gabarito: C Antonio Daud, Fábio Dutra, Guilherme Neves, Guilherme Sant Anna, Tonyvan de Carvalho Oliveira, Luciano Rosa, Júlio Cardozo Aula 11 - Prof. Possati .Exame CFC Essencial 2020.2 (Intensivo) www.estrategiaconcursos.com.br 19 92 1.4. Passivos Não Contratuais Nos termos do CPC 12, passivos não contratuais são aqueles que apresentam maior complexidade para fins de mensuração contábil pelo uso de informações com base no valor presente. Fluxos de caixa ou séries de fluxos de caixa estimados são carregados de incerteza, assim como são os períodos para os quais se tem a expectativa de desencaixe ou de entrega de produto/prestação de serviço. Logo, muito senso crítico, sensibilidade e experiência são requeridos na condução de cálculos probabilísticos. Pode ser que em determinadas situações a participação de equipe multidisciplinar de profissionais seja imperativo para execução da tarefa. O CPC 12 destaca que o desconto a valor presente é requerido quer se trate de passivos contratuais, quer se trate de passivos não contratuais, sendo que a taxa de desconto necessariamente deve considerar o risco de crédito da entidade. Aqui vale até inserirmos nossa “corujinha”, pois esse ponto costuma frequentar as provas. à O desconto a valor presente é requerido para os passivos contratuais e não contratuais; à A taxa de desconto necessariamente deve considerar o risco de crédito da entidade. Vamos ver como o assunto já foi exigido em prova! 5. (CESPE/Contador/CADE/2014) Com base no pronunciamento técnico de ajuste a valor presente, do CPC, julgue o item subsequente. O desconto a valor presente é requerido no caso de passivos contratuais, devendo a taxa de desconto considerar o risco de crédito da entidade. Quanto aos passivos não contratuais, não ocorre a apuração do valor presente apesar do seu registro como provisões futuras. Comentários Segundo o CPC 12, O desconto a valor presente é requerido quer se trate de passivos contratuais, quer se trate de passivos não contratuais, sendo que a taxa de desconto necessariamente deve considerar o risco de crédito da entidade. Quando da edição de norma que dê legitimidade à aplicação do conceito Antonio Daud, Fábio Dutra, Guilherme Neves, Guilherme Sant Anna, Tonyvan de Carvalho Oliveira, Luciano Rosa, Júlio Cardozo Aula 11 - Prof. Possati .Exame CFC Essencial 2020.2 (Intensivo) www.estrategiaconcursos.com.br 20 92 de ajuste a valor presente, como é o caso deste Pronunciamento Técnico, a técnica deve ser aplicada a todos os passivos, inclusive às provisões. Gabarito: Errado 1.5. Efeitos Fiscais Segundo o CPC 12, para fins de desconto a valor presente de ativos e passivos, a taxa a ser aplicada não deve ser líquida de efeitos fiscais, e, sim, antes dos impostos. No tocante às diferenças temporárias observadas entre a base contábil e fiscal de ativos e passivos ajustados a valor presente, o CPC 12 informa que essas diferenças temporárias devem receber o tratamento requerido pelas regras contábeis vigentes para reconhecimento e mensuração de imposto de renda e contribuição social diferidos (CPC 32). 1.6. Classificação O CPC 12 estabelece que na classificação dos itens que surgem em decorrência do ajuste a valor presente de ativos e passivos, quer seja em situações de reconhecimento inicial, quer seja nos casos de nova medição, dentro da filosofia do valor justo, deve ser observada a primazia da essência sobre a forma, conforme determina o CPC 00 – Estrutura Conceitual. Nesse sentido, o CPC 12 informa que a operação comercial que se caracterize como de financiamento deve ser reconhecida como tal, sendo que o valor consignado na documentação fiscal que serve de suporte para a operação deve ser adequadamente decomposto para efeito contábil. Os Juros embutidos devem ser expurgados do custo de aquisição das mercadorias e devem ser apropriados pela fluência do prazo (aplicação do princípio da competência). O CPC 12 lembra, ainda, que o ajuste de passivos, por vezes, implica ajuste no custo de aquisição de ativos. Nesse sentido, o Pronunciamento cita como exemplo as operações de aquisição e de venda a prazo de estoques e ativo imobilizado, posto que juros imputados nos preços devem ser expurgados na mensuraçãoinicial desses ativos. 1.7. Divulgação Segundo o CPC 12, em se tratando de evidenciação em nota explicativa, devem ser prestadas informações mínimas que permitam que os usuários das demonstrações contábeis obtenham entendimento inequívoco das mensurações a valor presente levadas a efeito para ativos e passivos, compreendendo o seguinte rol não exaustivo: a) descrição pormenorizada do item objeto da mensuração a valor presente, natureza de seus fluxos de caixa (contratuais ou não) e, se aplicável, o seu valor de entrada cotado a mercado; b) premissas utilizadas pela administração, taxas de juros decompostas por prêmios incorporados e por fatores de risco (risk-free, risco de crédito, etc.), montantes dos fluxos de caixa estimados ou Antonio Daud, Fábio Dutra, Guilherme Neves, Guilherme Sant Anna, Tonyvan de Carvalho Oliveira, Luciano Rosa, Júlio Cardozo Aula 11 - Prof. Possati .Exame CFC Essencial 2020.2 (Intensivo) www.estrategiaconcursos.com.br 21 92 séries de montantes dos fluxos de caixa estimados, horizonte temporal estimado ou esperado, expectativas em termos de montante e temporalidade dos fluxos (probabilidades associadas); c) modelos utilizados para cálculo de riscos e inputs dos modelos; d) breve descrição do método de alocação dos descontos e do procedimento adotado para acomodar mudanças de premissas da administração; e) propósito da mensuração a valor presente, se para reconhecimento inicial ou nova medição e motivação da administração para levar a efeito tal procedimento; f) outras informações consideradas relevantes. 1.8. Questões Exame CFC 6. (CONSULPLAN/Exame de Suficiência/2018.1) Em 06/11/2017, uma Sociedade Empresária vendeu mercadorias para revenda com as seguintes condições de pagamento: • 60% do valor da venda foi recebido à vista, em dinheiro. • o restante do valor da venda foi a prazo, com parcelamento em três prestações mensais, iguais e consecutivas de R$ 300,00 com a primeira prestação devendo ser quitada um mês após a venda. • Informações adicionais: • a Sociedade Empresária exigiu o pagamento de 1,2% ao mês de taxa de juros compostos na fatia que representa a venda parcelada. • o Custo das Mercadorias Vendidas na transação de venda foi R$ 878,82. Com base nas informações apresentadas e desconsiderando-se a incidência de impostos, assinale os lançamentos contábeis que refletem corretamente o registro da venda realizada pela Sociedade Empresária em 06/11/2017. Admita que os lançamentos contábeis foram efetuados com valores aproximados e que a Sociedade Empresária adota o mês comercial de 30 dias em suas vendas parceladas. a) b) Antonio Daud, Fábio Dutra, Guilherme Neves, Guilherme Sant Anna, Tonyvan de Carvalho Oliveira, Luciano Rosa, Júlio Cardozo Aula 11 - Prof. Possati .Exame CFC Essencial 2020.2 (Intensivo) www.estrategiaconcursos.com.br 22 92 c) d) Comentários Pessoal, questão que pode parecer difícil em um primeiro momento. Mas, há um detalhe que deixa ela muito fácil de acertar sem qualquer cálculo! Conforme estudamos, quando efetuamos o ajuste a valor presente reconhecemos a diferença entre o valor futuro e o valor presente por meio da conta “juros a apropriar”. Agora, observe as opções... veja que apenas a opção “A” apresenta uma resposta com essa conta. É marcar ela e partir para a próxima! De qualquer forma, vamos detalhar a resolução. Observe que a questão solicita o lançamento da venda de mercadorias, sem informar o valor da venda. Assim, vamos efetuar o cálculo: 1ª Parcela = 300/(1,012)¹ = 296,44 2ª Parcela = 300/(1,012)² = 292,92 3ª Parcela = 300/(1,012)³ = 289,45 878,82 A diferença entre o valor futuro (3x 300,00 = 900,00) e o valor presente (878,82) representa os juros a apropriar (21,18). A questão informa que o valor a prazo das vendas representa 40% do total das vendas. Logo, por meio de uma regra de três simples podemos encontrar o valor da venda total: 878,82 ________ 40% X ____________ 100% X = 2.197,05 (total das vendas) Vendas à vista = 1.318,23 (60%) Antonio Daud, Fábio Dutra, Guilherme Neves, Guilherme Sant Anna, Tonyvan de Carvalho Oliveira, Luciano Rosa, Júlio Cardozo Aula 11 - Prof. Possati .Exame CFC Essencial 2020.2 (Intensivo) www.estrategiaconcursos.com.br 23 92 Vendas a prazo = 878,82 Efetuando os lançamentos, temos: Para as vendas à vista D – Caixa (AC) C – Receita de Venda ... 1.318,23 Para as vendas a prazo D – Duplicatas a Receber ... 900,00 C – Receita de Vendas ... 878,82 C – Juros a Apropriar ... 21,18 Pela baixa da mercadoria em estoque D – CMV C – Mercadorias para revenda ... 878,82 Gabarito: A 7. (FBC/Exame de Suficiência/2017.1) Uma Sociedade Empresária efetuou, em 31.12.2015, uma venda no valor de R$40.000,00, para receber o valor em parcela única, com vencimento em cinco anos. Caso a venda fosse efetuada à vista, de acordo com opção disponível, o valor da venda teria sido de R$24.836,85, o que corresponde a uma taxa de juros imputada de 10% ao ano, equivalente à taxa de juros de mercado. Considerando-se apenas as informações apresentadas e de acordo com a NBC TG 12 – AJUSTE A VALOR PRESENTE, o valor contábil atualizado de Contas a Receber decorrente dessa transação de venda, em 31.12.2016, é de: a) R$40.000,00. b) R$36.000,00. c) R$27.320,54. d) R$24.836,85. Comentários A questão está mais para matemática financeira que Contabilidade! O valor presente em 31/12/2015 é de R$ 24.836,85 e o valor futuro é de R$ 40.000,00 (31/12/2020). A questão quer saber qual o valor em 31/12/2016. Logo, basta pegar o valor presente e multiplicar pela taxa por um período (1 ano). Assim, temos: 24.836,85 x 10% = 2.483,68 Antonio Daud, Fábio Dutra, Guilherme Neves, Guilherme Sant Anna, Tonyvan de Carvalho Oliveira, Luciano Rosa, Júlio Cardozo Aula 11 - Prof. Possati .Exame CFC Essencial 2020.2 (Intensivo) www.estrategiaconcursos.com.br 24 92 24.836,35 + 2.483,68 = 27.320,54 Gabarito: C 8. (FBC/Exame de Suficiência CFC/2016.2) Uma Sociedade Empresária vendeu um equipamento no dia 31.12.2015. As condições de venda não explicitam cobrança de juros e definem que, do total de R$28.125.000,00 cobrado, 18% serão recebidos à vista e o saldo restante dividido em três parcelas anuais iguais e sucessivas, vincendas ao final do primeiro, segundo e terceiro anos, respectivamente. Apesar da não explicitação das condições de venda, é observada uma taxa de juros imputada de 10% ao ano, quando comparada com a condição de mercado, que, se aplicada, deve utilizar a tabela de coeficientes multiplicadores de desconto a seguir. Coeficiente multiplicador de desconto com aplicação da taxa de 10% ao ano Período 0 1,00000 Período 1 0,90909 Período 2 0,82645 Período 3 0,75131 Período 4 0,68301 Considerando-se a NBC TG 12 – AJUSTE A VALOR PRESENTE, a NBC TG 30 – RECEITAS e as informações apresentadas, o valor da receita com vendas desse equipamento, em 31.12.2015, é de, aproximadamente: a) R$30.431.250,00. b) R$26.028.388,13. c) R$24.180.159,39. d) R$22.389.586,88. Comentários Inicialmente precisamos calcular o valor recebido à vista: 28.125.000,00 x 0,18 = 5.062.500,00 Logo, o valor recebido a prazo é de 23.062.500,00 (28.125.000,00 - 5.062.500,00), sendo cada parcela de 7.687.500,00 (23.062.500/3). Agora, precisamos trazer a valor presente todas as parcelas. Para tanto, utilizamos os coeficientes disponibilizados pela questão: 1) 7.687.500 x 0,90909 = 6.988,629,37 2) 7.687.500 x 0,82645 = 6.353.334,37 Antonio Daud, Fábio Dutra, Guilherme Neves, Guilherme Sant Anna, Tonyvan de Carvalho Oliveira, Luciano Rosa, Júlio Cardozo Aula 11 - Prof. Possati .Exame CFC Essencial 2020.2 (Intensivo) www.estrategiaconcursos.com.br 25 92 3) 7.687.500 x 0,75131 = 5.775.695,62Total a prazo 19.117.659,37 Total = 19.117.659,37 (a prazo) + 5.062.500,00 (à vista) = 24.180.159,37 Gabarito: C 9. (FBC/Exame de Suficiência/2016.2) Em 31.1.2016, uma Sociedade Empresária efetuou uma venda a longo prazo com as seguintes condições: Valor da venda a prazo R$20.000,00 Prazo para recebimento 14 meses Quantidade de parcelas 1 parcela Taxa de juros imputada 2% ao mês Sistema de capitalização Juros compostos Para atendimento às Normas Brasileiras de Contabilidade, a Sociedade Empresária registra a receita financeira a apropriar, a crédito de Juros a Apropriar (conta redutora das Contas a Receber, classificada no longo prazo). Mensalmente, a receita financeira relativa ao período é reconhecida no resultado, proporcionalmente ao tempo transcorrido e utilizando-se a taxa de juros imputada. Considerando-se as informações apresentadas, a parcela da receita financeira reconhecida no resultado, em fevereiro de 2016, é de, aproximadamente: a) R$303,15. b) R$312,50. c) R$345,89. d) R$400,00. Comentários Traduzindo... venda de mercadorias pelo valor de R$ 20 mil a ser recebido daqui a 14 meses em uma parcela só com incidência de juros de 2% ao mês. A questão quer saber o valor da parcela da receita financeira de fevereiro de 2016 (a primeira após a venda). Assim, precisamos trazer o montante da venda a prazo a valor presente. 𝑉𝑃 = 20.000,00 (1 + 0,02)"# = 15.157,25 De posse do valor presente, basta multiplicarmos pela taxa (2%): 15.157,25 x 2% = 303,15 Gabarito: A Antonio Daud, Fábio Dutra, Guilherme Neves, Guilherme Sant Anna, Tonyvan de Carvalho Oliveira, Luciano Rosa, Júlio Cardozo Aula 11 - Prof. Possati .Exame CFC Essencial 2020.2 (Intensivo) www.estrategiaconcursos.com.br 26 92 10. (FBC/Exame de Suficiência/2012.1) Uma sociedade empresária realizou uma venda a prazo no valor de R$110.250,00, para recebimento em uma única parcela, após o prazo de dois anos. Observando o que dispõe a NBC TG 12 – Ajuste a Valor Presente, foi registrado um ajuste a valor presente desta operação, considerando-se uma taxa de juros composta de 5% a.a. O montante do ajuste a valor presente da operação, na data de seu registro inicial, é de: a) R$10.022,73. b) R$10.250,00. c) R$11.025,00. d) R$11.300,63. Comentários Efetuando os cálculos, temos: 𝑉𝑃 = 110.250,00 (1 + 0,05)$ = 100.000,00 Ajuste a Valor Presente = 110.250,00 – 100.000,00 AVP = 10.250,00 Gabarito: B Antonio Daud, Fábio Dutra, Guilherme Neves, Guilherme Sant Anna, Tonyvan de Carvalho Oliveira, Luciano Rosa, Júlio Cardozo Aula 11 - Prof. Possati .Exame CFC Essencial 2020.2 (Intensivo) www.estrategiaconcursos.com.br 30 92 2. CPC 16 – ESTOQUES 2.1. Definições O CPC 16 destaca os seguintes conceitos, os quais costumam ser exigidos em prova: ü Estoques são ativos: a) mantidos para venda no curso normal dos negócios; b) em processo de produção para venda; ou c) na forma de materiais ou suprimentos a serem consumidos ou transformados no processo de produção ou na prestação de serviços. Pessoal, os estoques basicamente são ativos que a empresa mantém para venda, como insumo na produção de outros bens para venda ou na prestação de serviços. Interessante notar que os requisitos acima são independentes, ou seja, basta o ativo atender a qualquer um dos três requisitos para que seja classificado como estoque. Vamos ver alguns exemplos para facilitar a nossa visualização: a) mantidos para venda no curso normal dos negócios. Uma loja de autopeças comprou mercadorias de uma indústria de rolamentos para revenda. Nesse caso, as mercadorias são consideradas como estoque, pois são mantidas para venda no curso normal dos negócios. b) em processo de produção para venda. Uma indústria de eletrônicos adquire matéria-prima para produção de aparelhos telefônicos e posterior venda. Nesse caso, essa matéria-prima é considerada como estoque, pois representa um ativo em processo de produção para venda. c) na forma de materiais ou suprimentos a serem consumidos ou transformados no processo de produção ou na prestação de serviços. Uma indústria cerealista adquire arroz com casca para beneficiamento, embalagem e venda. Nesse caso, o arroz adquirido é um estoque, pois representa um ativo a ser transformado no processo de produção. Cabe destacar que os estoques não são somente bens tangíveis. Apesar de ser mais comum esse tipo de estoque, existem estoques de bens intangíveis e também estoques de serviços. Nos termos do CPC 16, Antonio Daud, Fábio Dutra, Guilherme Neves, Guilherme Sant Anna, Tonyvan de Carvalho Oliveira, Luciano Rosa, Júlio Cardozo Aula 11 - Prof. Possati .Exame CFC Essencial 2020.2 (Intensivo) www.estrategiaconcursos.com.br 31 92 Os estoques compreendem bens adquiridos e destinados à venda, incluindo, por exemplo, mercadorias compradas por um varejista para revenda ou terrenos e outros imóveis para revenda. Os estoques também compreendem produtos acabados e produtos em processo de produção pela entidade e incluem matérias-primas e materiais aguardando utilização no processo de produção, tais como: componentes, embalagens e material de consumo. No caso de prestador de serviços, os estoques devem incluir os custos do serviço, [...] para o qual a entidade ainda não tenha reconhecido a respectiva receita. ü Valor realizável líquido é o preço de venda estimado no curso normal dos negócios deduzido dos custos estimados para sua conclusão e dos gastos estimados necessários para se concretizar a venda. Exemplo: Uma indústria de televisores possui uma grande quantidade estocada de TVs “Full HD” na qual possui a perspectiva de venda por R$ 1.000,00. No entanto, sua concorrente lança uma TV com nova tecnologia “4K”, vale dizer, com definição 4 vezes maior do que a “Full HD”. Nesse sentido, com o surgimento da nova tecnologia, o valor esperado de venda cai para R$ 750,00, considerando-se todos os custos para concretizar a venda. Nesse caso, o valor realizável líquido é de R$ 750,00. ü Valor justo é o preço que seria recebido pela venda de um ativo ou que seria pago pela transferência de um passivo em uma transação não forçada entre participantes do mercado na data de mensuração. Exemplo: vamos pegar a situação do exemplo anterior. Um cliente quer aproveitar o surgimento da nova tecnologia “4K” para adquirir finalmente uma TV “Full HD” (quem nunca fez isso, não é mesmo?), já que os preços estão mais atraentes fruto da “torra de estoque”. Ao realizar uma pesquisa de preços no mercado, chegou a um valor médio de R$ 700,00. Esse é o valor justo (as partes são independentes e a transação não é compulsória... o cliente compra se quiser!). Observe que o valor realizável líquido não necessariamente é igual ao valor justo. O CPC 16 destaca que o valor realizável líquido refere-se à quantia líquida que a entidade espera realizar com a venda do estoque no curso normal dos negócios. O valor justo reflete o preço pelo qual uma transação ordenada para a venda do mesmo estoque no mercado principal (ou mais vantajoso) para esse estoque ocorreria entre participantes do mercado na data de mensuração. O primeiro é um valor específico para a entidade, ao passo que o segundo já não é. Por isso, o valor realizável líquido dos estoques pode não ser equivalente ao valor justo deduzido dos gastos necessários para a respectiva venda. Em suma, temos: Valor realizável líquido à valor que a entidade espera receber pela venda do estoque; Valor Justo à preço pelo qual ocorreria a venda do estoque no mercado. Antonio Daud, Fábio Dutra, Guilherme Neves, Guilherme Sant Anna, Tonyvan de Carvalho Oliveira, Luciano Rosa, Júlio Cardozo Aula 11 - Prof. Possati .Exame CFC Essencial 2020.2 (Intensivo) www.estrategiaconcursos.com.br 32 92 2.2. Mensuração de EstoqueAntes de passarmos ao que estabelece o CPC 16, vamos ver o que dispõe a Lei 6.404/76: Art. 183. No balanço, os elementos do ativo serão avaliados segundo os seguintes critérios: [...] II - os direitos que tiverem por objeto mercadorias e produtos do comércio da companhia, assim como matérias-primas, produtos em fabricação e bens em almoxarifado, pelo custo de aquisição ou produção, deduzido de provisão para ajustá-lo ao valor de mercado, quando este for inferior; O CPC 16 segue o mesmo raciocínio da Lei, senão vejamos: Os estoques objeto deste Pronunciamento devem ser mensurados pelo valor de custo ou pelo valor realizável líquido, dos dois o menor. 2.2.1. Custos do Estoque Pessoal, esse é o ponto mais importante do CPC 16 para fins de prova. A maioria das questões exigem o que estudaremos na sequência, portanto, dê especial atenção a essa parte, ok? Custo do Estoque: O valor de custo do estoque deve incluir todos os custos de aquisição e de transformação, bem como outros custos incorridos para trazer os estoques à sua condição e localização atuais. E o que são custos de aquisição e transformação? O custo de aquisição dos estoques compreende o preço de compra, os impostos de importação e outros tributos (exceto os recuperáveis junto ao fisco), bem como os custos de transporte, seguro, manuseio e outros diretamente atribuíveis à aquisição de produtos acabados, materiais e serviços. Descontos comerciais, abatimentos e outros itens semelhantes devem ser deduzidos na determinação do custo de aquisição. Os custos de transformação de estoques incluem os custos diretamente relacionados com as unidades produzidas ou com as linhas de produção, como pode ser o caso da mão-de-obra direta. Também incluem a alocação sistemática de custos indiretos de produção, fixos e variáveis, que sejam incorridos para transformar os materiais em produtos acabados. Os custos indiretos de produção fixos são aqueles que permanecem relativamente constantes independentemente do volume de produção, tais como a depreciação e a manutenção de edifícios e instalações fabris, Antonio Daud, Fábio Dutra, Guilherme Neves, Guilherme Sant Anna, Tonyvan de Carvalho Oliveira, Luciano Rosa, Júlio Cardozo Aula 11 - Prof. Possati .Exame CFC Essencial 2020.2 (Intensivo) www.estrategiaconcursos.com.br 35 92 despesa do período em que são incorridos. O custo dos estoques de prestador de serviços não inclui as margens de lucro nem os gastos gerais não atribuíveis que são frequentemente incluídos nos preços cobrados pelos prestadores de serviços. Outras formas para mensuração do custo à Outras formas para mensuração do custo de estoque, tais como o custo-padrão ou o método de varejo, podem ser usadas por conveniência se os resultados se aproximarem do custo. O custo-padrão leva em consideração os níveis normais de utilização dos materiais e bens de consumo, da mão-de-obra e da eficiência na utilização da capacidade produtiva. O método de varejo é muitas vezes usado no setor de varejo para mensurar estoques de grande quantidade de itens que mudam rapidamente, itens que têm margens semelhantes e para os quais não é praticável usar outros métodos de custeio. Camaradas, esses são os principais pontos que devemos saber sobre a mensuração dos estoques. Vale reiterar que esses pontos acima são os mais exigidos em provas. Para finalizar esse tópico sobre a mensuração dos estoques, transcrevo abaixo dispositivo da Lei n. 6.404/76 que às vezes é exigido de forma literal: Art. 183, § 4° Os estoques de mercadorias fungíveis destinadas à venda poderão ser avaliados pelo valor de mercado, quando esse for o costume mercantil aceito pela técnica contábil. Mercadorias fungíveis = commodities (soja, café, arroz, etc). Os preços das commodities são estabelecidos pela cotação em bolsa de valores, por isso são facilmente avaliadas pelo valor do mercado. Vamos ver como esses pontos do CPC 16 são exigidos na prática? 11. (CESPE/Analista Judiciário/Contadoria/STJ/2015) Com relação aos critérios de avaliação de ativos de companhias abertas, julgue o item a seguir. O imposto de importação e os impostos não recuperáveis junto ao fisco, diretamente atribuíveis à aquisição de mercadorias destinadas à revenda, devem compor o custo de aquisição desses estoques. Comentários Trata-se de exigência do item mais importante do CPC 16, abaixo descrito: 11. O custo de aquisição dos estoques compreende o preço de compra, os impostos de importação e outros tributos (exceto os recuperáveis junto ao fisco), bem como os custos de Antonio Daud, Fábio Dutra, Guilherme Neves, Guilherme Sant Anna, Tonyvan de Carvalho Oliveira, Luciano Rosa, Júlio Cardozo Aula 11 - Prof. Possati .Exame CFC Essencial 2020.2 (Intensivo) www.estrategiaconcursos.com.br 36 92 transporte, seguro, manuseio e outros diretamente atribuíveis à aquisição de produtos acabados, materiais e serviços. Descontos comerciais, abatimentos e outros itens semelhantes devem ser deduzidos na determinação do custo de aquisição. Gabarito: Certo 2.2.2. Critérios de valoração de estoque Segundo o CPC 16, o custo dos estoques de itens que não são normalmente intercambiáveis e de bens ou serviços produzidos e segregados para projetos específicos deve ser atribuído pelo uso da identificação específica dos seus custos individuais. O CPC 16 informa que a identificação específica do custo significa que são atribuídos custos específicos a itens identificados do estoque. Este é o tratamento apropriado para itens que sejam segregados para um projeto específico, independentemente de eles terem sido comprados ou produzidos. Uma indústria de motores nucleares para submarinos, por exemplo, pode se enquadrar nesses dispositivos do CPC 16. Veja que um motor nuclear representa um exemplo de bem produzido para um projeto específico. Nesse caso, a indústria deve possuir um controle específico dos seus custos individuais. Porém, o mais comum é a existência de grandes quantidades de itens de estoque que sejam geralmente intercambiáveis. Nesse caso, a identificação específica de custos não é apropriada. Em tais circunstâncias, o CPC 16 destaca que um critério de valoração dos itens que permanecem nos estoques deve ser usado. Nos termos do CPC 16, o custo dos estoques de itens de estoque que sejam geralmente intercambiáveis (regra geral) deve ser atribuído pelo uso do critério Primeiro a Entrar, Primeiro a Sair (PEPS) ou pelo critério do custo médio ponderado. Critério PEPS (Primeiro a Entrar, Primeiro a Sair): pressupõe que os itens de estoque que foram comprados ou produzidos primeiro sejam vendidos em primeiro lugar e, consequentemente, os itens que permanecerem em estoque no fim do período sejam os mais recentemente comprados ou produzidos. Critério do custo médio ponderado: o custo de cada item é determinado a partir da média ponderada do custo de itens semelhantes no começo de um período e do custo dos mesmos itens comprados ou produzidos durante o período. A média pode ser determinada em base periódica ou à medida que cada lote seja recebido, dependendo das circunstâncias da entidade. O CPC 16 destaca que a entidade deve usar o mesmo critério de custeio para todos os estoques que tenham natureza e uso semelhantes para a entidade. Para os estoques que tenham outra natureza ou uso, podem justificar-se diferentes critérios de valoração. Vale destacar que o critério UEPS (Último a Entrar, Primeiro a Sair) não é previsto pelo CPC 16. Antonio Daud, Fábio Dutra, Guilherme Neves, Guilherme Sant Anna, Tonyvan de Carvalho Oliveira, Luciano Rosa, Júlio Cardozo Aula 11 - Prof. Possati .Exame CFC Essencial 2020.2 (Intensivo) www.estrategiaconcursos.com.br 37 92 2.2.3. Valor Realizável Líquido O CPC 16 destaca alguns pontos a serem considerados na mensuração pelo valor realizável líquido. Segundo o CPC16, o custo dos estoques pode não ser recuperável se esses estoques estiverem danificados, se se tornarem total ou parcialmente obsoletos ou se os seus preços de venda tiverem diminuído (o exemplo da TV “Full HD” se enquadra nessa situação). O custo dos estoques pode também não ser recuperável se os custos estimados de acabamento ou os custos estimados a serem incorridos para realizar a venda tiverem aumentado. A prática de reduzir o valor de custo dos estoques (write down) para o valor realizável líquido é consistente com o ponto de vista de que os ativos não devem ser escriturados por quantias superiores àquelas que se espera que sejam realizadas com a sua venda ou uso. Nesse ponto o CPC 16 aplica o princípio da prudência, segundo o qual os ativos devem figurar pelo menor valor quando estamos diante de duas situações válidas. O CPC 16 informa, ainda, que as estimativas do valor realizável líquido devem ser baseadas nas evidências mais confiáveis disponíveis no momento em que são feitas as estimativas do valor dos estoques que se espera realizar. Essas estimativas devem levar em consideração variações nos preços e nos custos diretamente relacionados com eventos que ocorram após o fim do período, à medida que tais eventos confirmem as condições existentes no fim do período. Finalizando esse tópico, o CPC 16 estabelece que em cada período subsequente deve ser feita uma nova avaliação do valor realizável líquido. Quando as circunstâncias que anteriormente provocaram a redução dos estoques abaixo do custo deixarem de existir ou quando houver uma clara evidência de um aumento no valor realizável líquido devido à alteração nas circunstâncias econômicas, a quantia da redução deve ser revertida (a reversão é limitada à quantia da redução original) de modo a que o novo montante registrado do estoque seja o menor valor entre o custo e o valor realizável líquido revisto. Isso ocorre, por exemplo, com um item de estoque registrado pelo valor realizável líquido quando o seu preço de venda tiver sido reduzido e, enquanto ainda mantido em período posterior, tiver o seu preço de venda aumentado. 2.2.4. Reconhecimento como despesa no resultado Nos termos do CPC 16, quando os estoques são vendidos, o custo escriturado desses itens deve ser reconhecido como despesa do período em que a respectiva receita é reconhecida. Trata-se da contabilização do Custo da Mercadoria Vendida (CMV). A quantia de qualquer redução dos estoques para o valor realizável líquido e todas as perdas de estoques devem ser reconhecidas como despesa do período em que a redução ou a perda ocorrerem. Pessoal, esse dispositivo do CPC 16 é análogo ao que estudamos no CPC 01 – Redução ao Valor recuperável de Ativos. Na oportunidade, estudamos que aquele CPC não se aplicava aos Estoques, pois havia um pronunciamento específico para tanto (o CPC 16). É justamente nesse ponto do CPC Antonio Daud, Fábio Dutra, Guilherme Neves, Guilherme Sant Anna, Tonyvan de Carvalho Oliveira, Luciano Rosa, Júlio Cardozo Aula 11 - Prof. Possati .Exame CFC Essencial 2020.2 (Intensivo) www.estrategiaconcursos.com.br 38 92 16 que o assunto é tratado. Vale reiterar aqui o que dispõe o CPC 16 sobre a redução ao valor realizável líquido que vimos anteriormente: A prática de reduzir o valor de custo dos estoques (write down) para o valor realizável líquido é consistente com o ponto de vista de que os ativos não devem ser escriturados por quantias superiores àquelas que se espera que sejam realizadas com a sua venda ou uso. Veja que para os ativos em geral a redução toma por base o valor recuperável. Já no caso dos estoques, o valor considerado é o valor realizável líquido. O CPC 16 informa, ainda, que a quantia de toda reversão de redução de estoques, proveniente de aumento no valor realizável líquido, deve ser registrada como redução do item em que for reconhecida a despesa ou a perda, no período em que a reversão ocorrer. Vamos ver um exemplo para facilitar nossa visualização desses dispositivos. Exemplo A Cia. Cerealista Arrozal Ltda. adquiriu em 31/01/20X1 estoques no valor de R$ 100.000,00, já incluso todos os custos de aquisição. Ao final do mês de fevereiro, a Cia. estimou um valor realizável líquido de R$ 80.000,00. Já ao final do mês de março esse valor era de R$ 90.000,00. Efetuar os lançamentos necessários para a correta mensuração dos estoques em cada uma das datas (31/01; 28/02; 31/03). Na data de aquisição (31/01) D – Estoques C – Disponível ... 100.000,00 Em 28/02 como houve uma redução no valor realizável líquido devemos reconhecer uma perda por redução ao valor realizável líquido pelo valor da diferença entre o custo de aquisição e o valor realizável líquido. Assim, temos: D – Despesas com Perdas por Redução ao Valor Realizável Líquido C – Perdas Estimadas p/ Redução do Valor Realizável Líquido ... 20.000,00 Em 31/03 como houve um aumento do valor realizável líquido de 10.000,00, devemos efetuar uma reversão de parte da perda estimada. Assim, temos: D – Perdas Estimadas p/ Redução do Valor Realizável Líquido C – Reversão de Perdas p/ Redução ao Valor Realizável Líquido (Receita) ... 10.000,00 Veja que não tem mistérios... bem tranquilo, não é mesmo? Finalizando esse tópico de reconhecimento no resultado, o CPC 16 reforça o que já estudamos acima: Antonio Daud, Fábio Dutra, Guilherme Neves, Guilherme Sant Anna, Tonyvan de Carvalho Oliveira, Luciano Rosa, Júlio Cardozo Aula 11 - Prof. Possati .Exame CFC Essencial 2020.2 (Intensivo) www.estrategiaconcursos.com.br 40 92 Os estoques devem ser avaliados pelo seu valor de custo — que inclui todos os custos de aquisição e de transformação, assim como outros gastos realizados para trazer os estoques à sua condição e à sua localização atuais — ou pelo seu valor realizável líquido, dos dois, o menor. Comentários Conforme vimos, segundo o CPC 16, os estoques devem ser mensurados pelo valor de custo ou pelo valor realizável líquido, dos dois o menor. Vimos, ainda, que: Custo do Estoque: O valor de custo do estoque deve incluir todos os custos de aquisição e de transformação, bem como outros custos incorridos para trazer os estoques à sua condição e localização atuais. Gabarito: Certo 13. (CESPE/Analista Judiciário/Contadoria/STJ/2015) Com relação aos critérios de avaliação de ativos de companhias abertas, julgue o item a seguir. Valores anormais de desperdício de matéria-prima não são considerados custos de estoques e devem ser reconhecidos como despesas do período em que ocorreu o desperdício. Comentários Exigência do item 38 do CPC 16: 38. O valor do estoque baixado, reconhecido como despesa durante o período, o qual é denominado frequentemente como custo dos produtos, das mercadorias ou dos serviços vendidos, consiste nos custos que estavam incluídos na mensuração do estoque que agora é vendido. Os custos indiretos de produção eventualmente não alocados aos produtos e os valores anormais de custos de produção devem ser reconhecidos como despesa do período em que ocorrem, sem transitar pelos estoques, dentro desse mesmo grupo, mas de forma identificada. As circunstâncias da entidade também podem admitir a inclusão de outros valores, tais como custos de distribuição. Lembre-se: Perdas Normais: apropriadas aos estoques (custo de produção) Perdas Anormais: apropriadas ao resultado (despesa do exercício) Gabarito: Certo 14. (CESPE/Auditor/TCE-ES/2012) De acordo com a legislação societária e os pronunciamentos do Comitê de Pronunciamentos Contábeis, julgue o item a seguir. Antonio Daud, Fábio Dutra, Guilherme Neves, Guilherme Sant Anna, Tonyvan de Carvalho Oliveira, Luciano Rosa, Júlio Cardozo Aula 11 - Prof. Possati .Exame CFC Essencial 2020.2 (Intensivo) www.estrategiaconcursos.com.br 41 92 Na mensuração de estoque, o valor realizável líquido refere-se à quantia pelaqual um ativo pode ser trocado entre compradores e vendedores dispostos a isso, conhecedores do negócio e independentes entre si. Comentários A questão exige conhecimentos do Pronunciamento Técnico CPC 16 (R1) – Estoques que estabelece o tratamento contábil para os estoques, proporciona orientação sobre a determinação do valor de custo dos estoques e sobre o seu subsequente reconhecimento como despesa em resultado, incluindo qualquer redução ao valor realizável líquido. Orienta, ainda, sobre o método e os critérios usados para atribuir custos aos estoques. Vejamos o item do Pronunciamento que foi alvo de cobrança, com os devidos destaques: 6. Os seguintes termos são usados neste Pronunciamento, com os significados especificados: Estoques são ativos: (a) mantidos para venda no curso normal dos negócios; (b) em processo de produção para venda; ou (c) na forma de materiais ou suprimentos a serem consumidos ou transformados no processo de produção ou na prestação de serviços. Valor realizável líquido é o preço de venda estimado no curso normal dos negócios deduzido dos custos estimados para sua conclusão e dos gastos estimados necessários para se concretizar a venda. Valor justo é aquele pelo qual um ativo pode ser trocado ou um passivo liquidado entre partes interessadas, conhecedoras do negócio e independentes entre si, com ausência de fatores que pressionem para a liquidação da transação ou que caracterizem uma transação compulsória. 7. O VALOR REALIZÁVEL LÍQUIDO refere-se à quantia líquida que a entidade espera realizar com a venda do estoque no curso normal dos negócios. O VALOR JUSTO reflete a quantia pela qual o mesmo estoque pode ser trocado entre compradores e vendedores conhecedores e dispostos a isso. O primeiro é um valor específico para a entidade, ao passo que o segundo já não é. Por isso, o valor realizável líquido dos estoques pode não ser equivalente ao valor justo deduzido dos gastos necessários para a respectiva venda. Observe que a banca inverteu os conceitos de Valor Realizável Líquido e Valor Justo, fato que tornou o item incorreto. Mais uma vez a banca utiliza uma velha estratégia (inversão de conceitos) para tentar confundir o candidato. Portanto, fique atento com possíveis inversões de conceitos. Gabarito: Errado 15. (CESPE/Analista/Finanças e Controle/MPU/2015) Julgue o item que se segue, relativo à contabilização dos itens do ativo e do passivo. Antonio Daud, Fábio Dutra, Guilherme Neves, Guilherme Sant Anna, Tonyvan de Carvalho Oliveira, Luciano Rosa, Júlio Cardozo Aula 11 - Prof. Possati .Exame CFC Essencial 2020.2 (Intensivo) www.estrategiaconcursos.com.br 42 92 O valor de custo do estoque deve incluir todos os custos de aquisição e de transformação bem como outros custos incorridos para trazer os estoques à sua condição e à sua localização atuais. Comentários Lembre-se: Custo do Estoque: O valor de custo do estoque deve incluir todos os custos de aquisição e de transformação, bem como outros custos incorridos para trazer os estoques à sua condição e localização atuais. E o que são custos de aquisição e transformação? O custo de aquisição dos estoques compreende o preço de compra, os impostos de importação e outros tributos (exceto os recuperáveis junto ao fisco), bem como os custos de transporte, seguro, manuseio e outros diretamente atribuíveis à aquisição de produtos acabados, materiais e serviços. Descontos comerciais, abatimentos e outros itens semelhantes devem ser deduzidos na determinação do custo de aquisição. Os custos de transformação de estoques incluem os custos diretamente relacionados com as unidades produzidas ou com as linhas de produção, como pode ser o caso da mão-de-obra direta. Também incluem a alocação sistemática de custos indiretos de produção, fixos e variáveis, que sejam incorridos para transformar os materiais em produtos acabados. Os custos indiretos de produção fixos são aqueles que permanecem relativamente constantes independentemente do volume de produção, tais como a depreciação e a manutenção de edifícios e instalações fabris, máquinas e equipamentos e os custos de administração da fábrica. Os custos indiretos de produção variáveis são aqueles que variam diretamente, ou quase diretamente, com o volume de produção, tais como materiais indiretos e certos tipos de mão-de-obra indireta. Gabarito: Certo 16. (CESPE/Contador/FUB/2015) O item apresenta uma situação hipotética seguida de uma assertiva a ser julgada em relação ao reconhecimento e à mensuração contábil, de acordo com os pronunciamentos contábeis emitidos pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis. Determinada indústria teve gastos extraordinários de estocagem no valor de R$ 4.000 e perdas anormais de matérias-primas aplicadas na produção no valor de R$ 5.000. Nessa situação, o valor de estoque desses produtos será reduzido em R$ 1.000. Comentários Tanto os gastos extraordinários de estocagem (armazenamento) como as perdas anormais devem ser reconhecidas no resultado como despesas. Logo, nessa situação, o valor do estoque desses produtos não sofrerá alteração decorrente dos eventos citados no item. Lembre-se do que dispõe o CPC 16: 16. Exemplos de itens não incluídos no custo dos estoques e reconhecidos como despesa do período em que são incorridos: Antonio Daud, Fábio Dutra, Guilherme Neves, Guilherme Sant Anna, Tonyvan de Carvalho Oliveira, Luciano Rosa, Júlio Cardozo Aula 11 - Prof. Possati .Exame CFC Essencial 2020.2 (Intensivo) www.estrategiaconcursos.com.br 43 92 a) valor anormal de desperdício de materiais, mão-de-obra ou outros insumos de produção; b) gastos com armazenamento, a menos que sejam necessários ao processo produtivo entre uma e outra fase de produção; c) despesas administrativas que não contribuem para trazer o estoque ao seu local e condição atuais; e d) despesas de comercialização, incluindo a venda e a entrega dos bens e serviços aos clientes. Gabarito: Errado 2.4. Questões Exame CFC 17. (FBC/Exame de Suficiência CFC/Bacharel/2017.1) De acordo com a NBC TG 16 (R1) – ESTOQUES, estoques compreendem ativos mantidos para venda no curso normal dos negócios; em processo de produção para venda; ou na forma de materiais ou suprimentos a serem consumidos ou transformados no processo de produção ou na prestação de serviços. Assinale a opção em que NÃO constam exemplos de Estoque. a) produtos acabados e produtos em processo de produção pela entidade. b) custos de mercadorias vendidas, veículos de uso e software de uso. c) matérias-primas e materiais que aguardam utilização no processo de produção, tais como embalagens e material de consumo. d) mercadorias compradas por um varejista para revenda ou terrenos e outros imóveis para revenda. Comentários Nos termos do CPC 16, Os estoques compreendem bens adquiridos e destinados à venda, incluindo, por exemplo, mercadorias compradas por varejista para revenda ou terrenos e outros imóveis para revenda. Os estoques também compreendem produtos acabados e produtos em processo de produção pela entidade e incluem matérias-primas e materiais, aguardando utilização no processo de produção, tais como: componentes, embalagens e material de consumo. Os custos incorridos para cumprir o contrato com o cliente, que não resultam em estoques (ou ativos dentro do alcance de outro pronunciamento), devem ser contabilizados de acordo com o CPC 47 – Receita de Contrato com Cliente. De posse desse conceito, fica fácil identificar que apenas a opção “B” não nos retorna exemplos de estoques. Custos das Mercadorias Vendidas é uma conta de resultado (despesa). Veículos de uso é classificado como ativo imobilizado. Por fim, software de uso é um ativo intangível. Gabarito: B Antonio Daud, Fábio Dutra, Guilherme Neves, Guilherme Sant Anna, Tonyvan de Carvalho Oliveira, Luciano Rosa, Júlio Cardozo Aula 11 - Prof. Possati .Exame
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