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Doença de Chagas - estudo dirigido

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- 5º Ciências Biológicas
Com relação à Doença de Chagas, responda:
 
1. Qual o agente etiológico da Doença de Chagas?
Causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi e transmitida principalmente por insetos da subfamília Triatominae. Os sintomas mudam ao longo do curso da infecção
2. O ciclo dessa doença é monoxênico ou heteroxênico? Por quê?
O Tripasnossoma cruzi possui um ciclo biológico heteroxênico. Isso significa que tem como hospedeiro intermediário os triatomíneos, o ser humano, ou animais por sua vez, assume o papel de hospedeiro definitivo, completando o ciclo de evolução. 
3. Descreva o ciclo da Doença de Chagas destacando as principais formas evolutivas.
1- O ciclo de vida do T. cruzi inicia quando o barbeiro, se alimenta do hospedeiro vertebrado, elimina suas fezes e urina, onde podem estar presentes as formas tripomastigotas.
2- Os parasitas tripomastigotas penetram na pele e infectam as células do hospedeiro, onde transformam-se em amastigota.
3- Quando as células estão tomadas por parasitos, eles novamente mudam para a forma tripomastigotas. Por estarem com grande quantidade de parasitos, as células se rompem e os protozoários atingem a corrente sanguínea e também outros órgãos.
4- Nessa fase, se o hospedeiro vertebrado for picado pelo barbeiro, os protozoários serão transmitidos ao inseto. 
5- No intestino do barbeiro, mudam sua forma para epimastigotas, onde multiplicam-se e tornam-se novamente tripomastigotas, as formas infectantes aos vertebrados.
Obs: Amastigota: apresenta forma arredondada. O núcleo e o cinetoplasto não são observados com microscópios ópticos. Não possui flagelos. Presente na fase intracelular, durante a fase crônica da doença.
Epimastigota: apresenta tamanho variável com formato alongado e núcleo semi-central. Representa a forma encontrada no tubo digestivo do barbeiro, o vetor da doença de chagas.
Tripomastigota: apresenta formato alongado e fusiforme. É a forma presente na fase extracelular, que circula no sangue, na fase aguda da doença. É a forma infectante para os vertebrados.
4. Quais são as formas de transmissão da Doença de chagas? 
As formas habituais de transmissão da doença de C hagas para o homem s ão: a vetorial, a transfusional, a transplacentária (congênita) e, mais recentemente, a transmissão pela via oral, pela ingestão de alimentos contaminados pelo T. cruzi. Mecanismos de transmissão menos comuns envolvem acidentes de laboratório, manejo de animais infectados, transplante de órgãos sólidos e leite materno. 
Transmissão vetorial
A doença de Chagas, primitivamente uma enzootia, passou a representar um grave problema 
de s aúde pública, com a domiciliação e colonização de vetores, provocada p elo desequilíbrio ambiental e invasão humana desses ecótopos. A transmissão vetorial acontece p elo contato do homem suscetível com as excretas contaminadas dos triatomíneos, também conhecidos como “barbeiros” ou “chupões”. Esses, ao picarem os vertebrados, em geral defecam após o repasto, eliminando formas infectantes de tripomastigotas metacíclicos, que penetram pelo orifício da picada ou p or s olução de continuidade deixada pelo ato de coçar.
Transmissão transfusional
A transmissão transfusional da doença de Chagas é a segunda via mais importante de propagação da doença nos centros urbanos, sendo considerada a principal forma de transmissão em países não endêmicos (Canadá, Espanha, EUA e outros) e em países latino-americanos que estejam em processo de erradicação do vetor. O Brasil, que nos anos 80 apresentava prevalência média de 7,03% em candidatos à doação de sangue, teve esse coeficiente diminuído para 3,18%, na déc ada de 90, e atualmente para 0,6%, na hemorrede pública, e de 0,7%, na rede privada. Esses índices refletem a efetividade dos programas de combate ao vetor e maior controle do sangue e hemoderivados, através de uma rigorosa triagem clínica e da doação voluntária de sangue. Também a atuação mais efetiva da vigilância sanitária sobre os serviços de hemoterapia públicos e privados tem contribuído para o aumento da segurança transfusional e, consequentemente, para eliminação da transmissão sanguínea dessa doença.
Transmissão vertical
A principal via da transmissão vertical é a transplacentária e pode ocorrer em qualquer fase da doença materna: aguda, indeterminada ou crônica. A t ransmissão também pode se dar em qualquer época da gestação, sendo mais provável no último trimestre, ou ocorrer na passagem no canal do parto, pelo contato das mucosas do feto com o sangue da mãe infectada. A transmissão congênita de ve ser considerada em crianças nascidas de mãe com sorologia positiva para T. cruzi. Para confirmação de caso, é necessário identificar os parasitos no sangue do recém-nascido ou sorologia positiva após os 6 meses de idade. 
Transmissão por via oral
A transmissão do T. cruzi por via oral é comum entre animais (mamíferos), no ciclo primitivo deste parasito, p or meio da ingesta de vetores e reser vatórios infectados. É esporádica e circunstancial em humanos e ocorre quando alimentos são contaminados com o parasito, principalmente a partir de triatomíneo ou suas dejeções. Também, pode ocorrer por meio da ingesta de carne crua ou mal cozida de caça ou alimentos contaminados por urina ou secreção anal de marsupiais infectados, por acidentes em laboratório, ou por meio de hábitos primitivos de ingestão de t riatomíneos. Sabe-se que a transmissão oral pode ocorrer a partir de formas tripomastigotas, epimastigotas e, provavelmente, de amastigotas. Esse tipo de transmissão ocorre em locais definidos, em um determinado tempo, por diferentes tipos de alimentos – geralmente encontrando-se vetores ou reservatórios infectados nas mediações da área de produção, manuseio ou utilização do alimento contaminado. Entre os alimentos, podem-s e incluir sopas, caldos, sucos de cana, açaí, bacaba, carne de caça semicrua. 
Transmissão por leite materno
Em gestante ou lactante com diagnóstico de D CA ou coinfecção T. cruzi-HIV, recomenda-se não oferecer amamentação no p eito em vir tude da possibilidade de transmissão por meio do leite ou fissura mamilar.
Transmissão por acidentes laboratoriais
Acidentes laboratoriais também po dem ocorrer devido a contato com culturas de T. cruzi, exposição às fezes infectadas de tr iatomíneos ou sangue (paciente ou animal) contendo formas tripomastigotas. 
Transmissão por transplante de órgãos
Nas duas últimas décadas, com o aumento do número de transplantes, essa via de transmissão tem adquirido relevância. A doença de Chagas aguda que ocorre após esse mecanismo de transmissão apresenta-se mais grave, uma vez que os receptores estão imunocomprometidos e os pacientes infectados apresentam manifestações clínicas de doença aguda: febre, nódulos cutâneos eritematosos, hep atoesplenomegalia, lnfadenomegalia, mialgias, cefa leia. A confirmação do diagnóstico d a infecção é baseada no isolamento do agente, no sangue ou em biópsias de pele, e/ou soroconversão.
5. Em que consiste a patogenia da Doença de Chagas?
 A infecção chagásica apresenta duas fases bem distintas: a fase aguda ou inicial, assintomática ou oligossintomática (maioria) ou sintomática, com febre, adenomegalia, hepaesplenomegalia, conjuntive unilateral, miocardite e meningoencefalite. Ela pode ser fatal em até 10% dos casos graves, a grande maioria com meningoencefalite, quase sempre fatal nos menores de dois anos de idade. 
6. Como a Doença de Chagas evolui da fase aguda para a fase crônica?
 Na fase aguda a doença pode ser assintomática ou apresentar sintomas leves como ja apresentado nas questões anteriores. Esses sintomas podem desaparecer sozinhos, mas se não tratados a doença pode evoluir para a fase crônica que pode durar anos para desenvolver. Esse processo pode levar mais de 20 anos do momento inicial da infecção até o desenvolvimento de problemas cardíacos ou digestivos. Alterações no batimento do coração como arritmias, taquicardia e insuficiência cardíaca podem levar à morte súbita. Outras complicações como o aumento do esôfago e cólon também são percebidaspodendo levar à desnutrição.
7. Quais são as principais alterações encontradas na fase aguda? E na fase crônica?
Normalmente a fase aguda é assintomática e inaparente. Quando aparente, o quadro clínico da infecção surge de 5 a 14 dias após a transmissão pelo vetor e 30 a 40 dias para as infecções por transfusão sanguínea, mas as manifestações crônicas da doença de Chagas aparecem mais tarde, na vida adulta, 20 a 40 anos depois da infecção original. O quadro grave é caracterizado por febre de intensidade variável, mal-estar, inflamação dos gânglios linfáticos e inchaço do fígado e do baço. Pode ocorrer e persistir durante até oito semanas uma reação inflamatória no local da penetração do parasito (inchação, edema), conhecida como chagoma. O edema inflamatório unilateral das pálpebras (sinal de Romaña) ocorre em 10% a 20% dos casos quando a contaminação ocorre na mucosa ocular. Em alguns casos há manifestações fatais, ou que podem constituir uma ameaça à vida, incluindo inflamação do coração e inflamações que comprometem a meninge e o cérebro. A fase crônica sintomática decorre com maior frequência de lesões cardíacas, com aumento do volume do coração, alterações do ritmo de contração, e comprometimento do tubo digestivo, com inchação do esôfago e do estômago.
A doença crônica é majoritariamente benigna, não trazendo maiores problemas para 7 em cada 10 portadores. Nos outros 3 podem ocorrer problemas cardíacos, digestivos ou neurológicos, nessa ordem de frequência. No Brasil a cardiopatia da doença de Chagas é uma importante causa de morte entre adultos de 30 a 60 anos e uma grande causa de implante de marcapasso cardíaco e de transplante de coração. 
8. Quais os métodos diagnósticos viáveis durante a fase aguda da doença? E durante a fase crônica?
Na fase aguda e nas formas crônicas da doença de Chagas o diagnóstico do agente causador poderá ser realizado pela detecção do parasito por meio de métodos laboratoriais de visualização do parasito direta ou indiretamente e pela presença de anticorpos no soro, por meio de testes específicos, conhecidos como imunofluorescência indireta (IFI), hemaglutinação indireta (HAI) e enzimas (Elisa). Testes de maiores complexidades como o teste molecular, utilizando reação em cadeia da polimerase (PCR) acoplado à hibridização com sondas moleculares, e o western blot (WB) têm apresentado resultados promissores e podem ser utilizados como teste confirmatório em qualquer fase da doença. 
9. Como a imunidade do hospedeiro se estabelece na Doença de Chagas?
Os primeiros estudos relacionados à resposta imune dos portadores da doença de Chagas focalizaram-se na resposta humoral. A detecção de anticorpos reativos ao parasita foi e é uma importante ferramenta para diagnóstico da infecção em humanos. Anticorpos reativos a epitopos de galactose e que podem mediar a lise de formas tripomastigotas foram encontrados no soro de pacientes crônicos. Esses anticorpos foram denominados “anticorpos líticos” (AL). Estudos recentes mostraram que AL são encontrados em níveis mais elevados no soro de pacientes com a forma indeterminada do que a forma cardíaca da doença, sugerindo um papel protetor para esses anticorpos. Estudos referentes a outras classes de anticorpos, por outro lado, sugerem sua participação na patogenia da doença, uma vez que anticorpos reativos contra diversas estruturas do hospedeiro são encontrados em portadores da doença de Chagas crônicos. Também já foram encontrados, no soro de pacientes crônicos, anticorpos anti-T. cruzi capazes de estimular a proliferação de linfócitos T e B de portadores da doença de Chagas. Esses anticorpos estimulam preferencialmente células B CD5+, uma sub-população celular relacionada a processos autoimunes. É possível que anticorpos desempenhem um importante papel na evolução clínica da doença de Chagas. Talvez o fato de que a destruição tecidual observada nos portadores da doença de Chagas crônicos esteja associada à presença de um infiltrado inflamatório tenha contribuído para que a maioria dos estudos imunológicos em portadores da doença de Chagas focalizem-se na resposta celular. Não obstante à importância clara da resposta celular nos mecanismos imunopatológicos na doença de Chagas, estudos que permitam a melhor compreensão da resposta humoral são fundamentais. Afinal, considerando-se a complexidade das interações parasita-hospedeiro, é improvável que apenas um braço do sistema imunológico esteja associado à evolução da doença.
10. Como o ciclo silvestre da Doença d e Chagas pode evoluir para um ciclo doméstico?
A Doença de Chagas é o resultado das intervenções humanas no meio ambiente, podendo assim ser considerada como uma antropozoonose. O agente etiológico da doença era restrito as áreas silvestres, desenvolvendo seu ciclo biológico em mamíferos que viviam naquele habitat. Por conta da destruição da vegetação natural, os triatomíneos modificaram seu comportamento, passando a habitar casas de pau a pique e locais de criação de animais. Geralmente essas casas não paresentam boa infra estrutura, compostas pela presença de frestas e buracos sendo geralmente mal iluminadas. Dessa forma os insetos se adaptam facilmente e encontram condições favoráveis para o seu desenvolvimento. Além disso, nesses locais ainda é comum o uso de lenha para cozinhar. Assim os insetos vetores podem ser conduzidos na madeira despercebidamente até interior dos domicílios

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