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A EVOLUÇÃO DO CAPITALISMO- MATERIAL DIDÁTICO

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1. Introdução 
Desde o século XV, diversos acontecimentos históricos 
e consequentes transformações sociais vêm definindo 
aquilo que hoje chamamos de capitalismo. Nele, a vida 
em sociedade ganhou características específicas no 
que diz respeito as formas de produção, conhecimento, 
cultura, consumo e afins, que se distinguem das 
sociedades que o precederam. 
Apesar de suas feições particulares, o capitalismo surge 
de intensas relações com os processos de dissolução 
das sociedades feudais, as quais eram organizadas em torno do trabalho servil e da 
produção agrícola nos feudos que, com o decorrer do tempo, foi substituída por novos 
interesses ligados ao comércio e ao mercado, que passaram a ser o eixo central da 
emergente sociedade capitalista. O campo deu lugar as cidades; as manufaturas e as 
indústrias mudaram as relações de produção da velha sociedade e o consumo ganhou 
proporções cada vez maiores em consequência da necessidade de desenvolvimento em 
larga escala de mercadorias. 
 
 
2. Antecedentes do capitalismo 
 
2.1. Feudalismo (séculos V - XV) 
O feudalismo foi o sistema político, econômico e social predominante na Europa durante 
a Idade Média. Tinha por base a descentralização política, a autossuficiência dos feudos, 
tidos como a unidade de produção da época, e a imobilidade social dos estamentos. 
A sociedade feudal era dividida, basicamente, em 3 estamentos: 
1. Nobreza: tida como a classe mais alta, era composta pelos proprietários de terras, 
os chamados senhores feudais, que determinavam as regras dentro de seus 
feudos. 
2. Clero: composto pelos membros da Igreja Católica, era o estamento mais 
poderoso do feudalismo, exercendo grande poder na política e sendo um grande 
detentor de terras. 
 
Fonte: Cepal (2015) 
3. Servos e camponeses: estamento composto pelos trabalhadores dos feudos que 
não tinham direito a salário, mas não eram escravos, pois não pertenciam aos 
senhores feudais. Em troca do direito de usar as terras do senhor feudal eles 
tinham que prestar serviços e pagar tributos ao mesmo. 
 
A produção no feudalismo era marcada pela autossuficiência dos feudos, isto é, 
produzia-se somente o que seria consumido, não havendo comércio ou dinheiro. Quando 
necessário, trocava-se produtos por outros produtos. 
 
 
Fonte: Página Ler e Aprender1. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. Disponível em: https://lereaprender.com.br/feudalismo/. Acesso em: 27 out. 2020 
 
Crise do feudalismo 
 
 
Fonte: CURADO (2019)2. 
 
Os primeiros sintomas da crise do feudalismo começaram a surgir com as denominadas 
revoltas camponesas, que tiveram como principal causa a queda da produtividade 
agrícola entre os séculos XI e XII, combinada ao aumento populacional e a resistência 
da nobreza em reduzir as taxas cobradas dos trabalhadores. Isso resultou em miséria e 
fome entre camponeses, fator que foi agravado, ainda, pela catástrofe demográfica da 
Peste Negra ao dizimar 40% da população europeia. 
 
Tudo isso, juntamente a reativação do comércio pelas cruzadas e a ascensão da nova 
classe burguesa, culminou no enfraquecimento da nobreza e flexibilização das relações 
de servidão. Muito do poder da nobreza foi transferido aos reis, fragilizando as relações 
feudais e minando as bases do feudalismo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 Conhecimento cientifico. Disponível em: https://conhecimentocientifico.r7.com/feudalismo-o-que-era-
como-funcionava-e-como-terminou/. Acesso em: 21 out. 2020. 
 
2.2. Renascimento comercial e urbano 
 
 
Fonte: TEODORO (2020)3. 
 
Com a reabertura do mar mediterrâneo, em decorrência das Cruzadas, entre os séculos 
XI e XIII, novas rotas foram estabelecidas ligando regiões produtoras. No cruzamento 
destas rotas foram organizados centros de comércio temporários, as chamadas feiras, 
que reuniam mercadores das mais diversas partes da Europa. 
 
A fim de se protegerem de assaltos, os mercadores das feiras começam a se estabelecer 
ao redor de palácios e mosteiros, formando os chamados burgos, que, com o tempo, 
foram crescendo e se desenvolvendo, constituindo as cidades. 
 
Por muito tempo os moradores dos burgos, por ainda se estabelecerem em áreas 
pertencentes aos feudos, foram obrigados a pagar taxas de impostos aos senhores 
feudais, fenômeno este quebrado pelo chamado movimento comunal, garantindo a 
independência urbana da nova classe emergente: a burguesia. Essa nova classe quebra 
a organização econômica e social da sociedade de estamentos ao permitir a mobilidade 
social daqueles que desenvolviam suas atividades comerciais e, com isso, acumulavam 
renda. 
 
O novo sistema comercial, diferentemente da organização de produção feudal, baseava-
se no trabalho livre e assalariado. Essa mudança foi crucial para os acontecimentos que 
viriam na transição da Idade Média para a Idade Moderna, a decadência do feudalismo 
e o início da primeira fase do capitalismo. 
 
 
 
 
 
 
3 Escola Educação. Disponível em: https://escolaeducacao.com.br/resumo-do-renascimento-comercial-e-
urbano/. Acesso em: 21 out. 2020 
2.3. Mercantilismo e absolutismo 
 
Na Idade Média, os reis expandem seu poder econômico e político por meio do 
mercantilismo e do absolutismo. Nesses sistemas, o Estado passava a controlar a 
economia e partir em busca de colônias para adquirir matéria prima por meio daquilo que 
se chamou de pacto colonial. Nele, as colônias eram proibidas de promover o 
desenvolvimento manufatureiro, sendo responsáveis pelo envio de materiais primários 
necessários ao desenvolvimento das metrópoles. 
 
Esse enriquecimento das metrópoles favoreceu a burguesia, que passou a contestar o 
poder dos reis, acarretando na crise do sistema absolutista. Dentro disto, com as 
revoluções burguesas, o triunfo do capitalismo se fez garantido. 
 
2.4. Iluminismo 
 
Fonte: Página Só História4. 
O Iluminismo foi uma corrente de pensamento predominante na Europa no século XVIII. 
Tinha como principal foco a defesa da razão sobre a fé, retratando a visão de mundo da 
classe burguesa ascendente. Seus pensadores contestavam o mercantilismo e as 
doutrinas absolutistas, apoiando valores liberais políticos e econômicos. 
Os primeiros teóricos iluministas surgiram ainda no século XVII, sendo influenciados 
pelas mudanças na Europa da época, resultantes de acontecimentos como o 
Renascimento, a Reforma Protestante, expansão marítima e comercial, além da 
ascensão da burguesia. 
 
 
 
4 Disponível em: <https://www.sohistoria.com.br/resumos/iluminismo.php>. Acesso em 21 out. 2020 
Racionalismo e empirismo 
 
Fonte: Portal vestibulando (2014?) 5 
Segundo o pensamento iluminista, o verdadeiro conhecimento poderia ser obtido tanto 
por via do racionalismo abstrato, cujo maior representante foi René Descartes, como por 
meio do empirismo inglês, representado por filósofos como Francis Bacon e John Locke. 
O racionalismo, método científico apresentado por René Descartes, estabelecia a razão 
como único caminho para o conhecimento da verdade. 
Descartes acreditava que, para se chegar a conhecimentos mais amplos, todas as 
teorias precisavam ser questionadas. Dentro disto, era necessário, primeiramente, partir 
dos denominados axiomas, isto é, verdades básicas e inquestionáveis. Um de seus 
primeiros axiomas foi o famoso “Penso, logo existo” (Cogito, ergo sum). 
Segundo René Descartes o “espírito humano tem em si meios de alcançar a verdade, se 
souber cultivar sua independência e conduzir-se com o método”. Ou seja, a certeza de 
algo é possível pois o espírito humano já carrega em si ideias claras e distintas, que são 
inativas e por isso não estão sujeitas ao erro. 
 
5. Disponível em: https://www.portaldovestibulando.com/2014/11/francis-bacon-questoes-de-
vestiulares.html. Acesso em: 23 out. 2020 
 
O empirismo, assim como o racionalismo, investigou problemas filosóficos relacionados 
ao conhecimento. Contudo, contrapondo-se a este, que privilegiava a razão e partia da 
consciência como fonte segura de verdade, o empirismoacreditava que a construção do 
conhecimento se dava por meio da experiência sensível. A propósito, a palavra 
empirismo vem do grego empeiria, que significa “experiência”. 
Um dos filósofos formuladores do empirismo foi Francis Bacon, que valorizou a indução 
e insistiu na necessidade da experiência, criticando a lógica racionalista, 
predominantemente dedutiva. 
Na mesma linha empirista, John Locke proferiu que nada está no espírito que não tenha 
passado primeiro pelos sentidos, ou seja, o conhecimento não é inato, mas resultado da 
forma como processamos as informações que recebemos através da experiência. Para 
ele, quando nascemos somos como uma “tabua rasa”, isto é, uma folha em branco que 
é escrita na medida que vivemos e temos experiências no mundo. Em suma, todo 
conhecimento é baseado na experiência, que nos fornecem ideias acerca de tudo aquilo 
que podemos saber. 
As fontes das ideias, para Locke, são duas: 
1. Sensação: é a percepção que temos de objetos sensíveis/daquilo que nos é 
externo, como o gosto do chocolate, a visão do mar, o som da voz de um ente 
querido, entre outros. 
2. Reflexão ou sentido externo: é a operação de nossas mentes com as ideias 
obtidas por meio da sensação. É somente nesse estágio que atingimos o real 
entendimento das coisas. 
Isso não quer dizer que para os empiristas a razão seja depreciada no processo 
cognitivo, mas sim que devemos privilegiar a experiência, subordinando esta a um 
trabalho posterior da razão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2.5. Liberalismo 
 Figura- John Locke 
 
Fonte: Página Beduka (2019)6 
Intimamente ligado a ascensão e fortalecimento da burguesia e aos ideais Iluministas 
dos séculos XVII e XVIII, o liberalismo surgiu como uma forma de oposição a estrutura 
do Antigo Regime, baseado no absolutismo monárquico e seu correspondente regime 
econômico: o mercantilismo. Ou seja, a doutrina liberal tinha em sua essência um 
conjunto de ideias que se contrapunham ao intervencionismo do Estado, ao poder 
absoluto dos reis, e a sociedade estratificada e baseada em privilégios. 
Um dos primeiros grandes movimentos revolucionários fundamentados pelos ideais 
liberais foram a Revolução Puritana e a Revolução Gloriosa, que compunham as 
denominadas Revoluções Inglesas do século XVII. A partir dessas revoluções os 
ingleses instituíram uma monarquia parlamentarista, abrindo-se a possibilidade de 
participação política de pessoas que não pertencessem à nobreza, sendo o poder do rei 
limitado e a burguesia fortalecida. 
Durante as Revoluções Inglesas um nome de grande destaque foi John Locke, que, além 
de um filósofo empirista, é conhecido por ser um dos principais percursores da ideologia 
liberal. Seu pensamento parte da questão da legitimidade do poder: o que torna legítimo 
o poder do Estado? 
Segundo Locke, para se entender o propósito, a justificativa e os limites da autoridade 
do Estado, deveríamos investigar os indivíduos na ausência dessa autoridade, na 
condição que ele denominou de estado de natureza. Nesse estado, os homens 
 
6 Disponível em: https://beduka.com/blog/exercicios/historia-exercicios/exercicios-sobre-liberalismo/. 
Acesso em: 24 out.2020 
 
desfrutariam dos chamados direitos naturais, que são: o direito à vida, à liberdade 
individual, à igualdade e à propriedade privada, sendo esta última derivada do trabalho 
e, portanto, natural. 
Entretanto, sendo os próprios homens, dentro de sua liberdade, juízes de si mesmo, se 
faz necessária a consolidação de um pacto de mútua conservação de seus direitos 
naturais para que inconvenientes não venham a ocorrer. Assim nasce a sociedade 
política, onde os indivíduos, por conveniência e necessidade, abrem mão de seu direito 
natural de justiça, passando-o ao governo no denominado “contrato social”. 
Dentro disto, para Locke, a função do Estado é preservar as liberdades individuais, e não 
as restringir. Ao não cumprir com sua função, o mesmo pode ser derrubado pelos 
indivíduos sociais, uma vez que todo poder político é tido pelo consentimento da maioria. 
A partir disso se dá o nascimento do chamado liberalismo político, em oposição ao então 
regime absolutista vigente. 
 
Liberalismo político 
O liberalismo, no geral, tinha como principal intuito acabar com a opressão do Estado 
sobre a liberdade do indivíduo, sobretudo no que diz respeito as esferas econômicas e 
políticas, abandonando a visão medieval de Estado absolutista com poderes irrestritos. 
Dentro disto, os liberais adotam uma visão política pautada no republicanismo ou no 
parlamentarismo, sistemas em que se permitia a divisão dos poderes, retirando das 
mãos do monarca o poder absoluto. 
Charles de Montesquieu, um filósofo francês que influenciou o liberalismo e a Revolução 
Industrial, defendia a divisão dos poderes estatais em: 
1. Poder Legislativo: responsáveis pela criação das leis; 
2. Poder Executivo: encarregado de executar a lei e governar; 
3. Poder Judiciário: a quem cabe punir crimes e aplicar as sanções necessárias. 
 
Fonte: Página Politize!7 
 
Nesta formulação, Montesquieu não deixa em uma única mão a tarefa de legislar, 
administrar e julgar, uma vez que acredita que a concentração de poder tende a gerar 
um abuso do mesmo, suprimindo as liberdades individuais. 
Em resumo, os ideais do liberalismo político são: 
 Defesa dos direitos e liberdades individuais: o liberalismo não reconhece os 
direitos coletivos, para ele o indivíduo é o agente das relações jurídico-sociais, 
detendo de direitos individuais. 
 Estado mínimo: a intervenção do Estado é limitada ao plano legal, não podendo, 
este, atuar ou intervir em todas as esferas sociais. Deste modo, o poder estatal 
atua em função de promover as condições mínimas necessárias para o livre 
desenvolvimento de cada cidadão, o que significa também a ausência de 
assistencialismo. 
 Igualdade perante a lei: todos são iguais perante a lei, tratados como tais pelo 
Estado, não existindo privilégios. 
 Governos representativos e constitucionais. 
 
7 Disponível em: https://www.politize.com.br/separacao-dos-tres-poderes-executivo-legislativo-e-
judiciario/ . Acesso em: 22 out. 2020 
 
 
Liberalismo econômico 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: BEZERRA (2020?)8 
 
Apesar das primeiras manifestações do liberalismo terem se dado nas Revoluções 
Americanas, seu grande estopim ocorreu com a Revolução Francesa, em 1789, que 
transformou a forma de pensar de grande parte da Europa. Muito embora tenha tido início 
no século XVII, com John Locke, foi por meio de Adam Smith que esta doutrina foi 
ampliada também para a economia, criando-se o denominado Liberalismo Econômico. 
O liberalismo econômico consiste na ideia de que o Estado não deve intervir na 
economia, uma vez que esta deve ser dada por meio da livre iniciativa dos cidadãos, que 
devem ter liberdade para produzir e fazer comércio, sendo os únicos responsáveis por 
sua riqueza e sucesso. Dentro disto, em seu livro “A Riqueza das Nações”, Adam Smith 
coloca o livre mercado como o grande “regulador” da sociedade, sendo as falhas 
corrigidas naturalmente por meio daquilo que ele chamou de “mão invisível”, que faria 
com que a economia se desenvolvesse autonomamente através da iniciativa privada, 
sem a necessidade de intervenção estatal. 
Em resumo, dentre os principais ideais do liberalismo econômico estão: 
 Reconhecimento da propriedade privada: não há obrigação de objetivos sociais 
para a propriedade privada, sendo ela utilizada exclusivamente por quem a 
adquiriu. 
 
8 Toda Matéria. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/adam-smith/. Acesso em: 24 out. 2020 
 
Figura- Adam Smith 
 Livre mercado e concorrência: diz respeito a liberdade para o comércio produzir, 
determinar seus preços e controlar seu padrão de produção, sendo o próprio 
mercado, por meio da lei da oferta e procura, regulador da demanda e do valor 
das mercadorias, sem a necessidade de intervenção do Estado. 
 Tributaçãomínima: o imposto sobre as empresas quase não existia. 
Em suma, enquanto pensamento político, o liberalismo atua na garantia das liberdades 
individuais, e, enquanto doutrina econômica, na liberdade de propriedade e comércio. 
No entanto, o sistema é duramente criticado no século XIX pelo marxismo, corrente de 
pensamento que aponta o liberalismo como responsável pela grande concentração de 
riqueza nas mãos da burguesia e a pobreza da classe operária. Além disso, os ideais 
liberalistas passam a perder força após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), quando 
o Estado teve o papel de reorganização das economias nacionais. 
 
Consequências do liberalismo 
O liberalismo teve inúmeras consequências para o mundo moderno. Além de romper 
com as estruturas sociais vigentes na época de sua ascensão, o mesmo influenciou 
movimentos revolucionários como as Revoluções Inglesas, que resultaram na ascensão 
da classe burguesa na Inglaterra e a Revolução Francesa, movimento que acabou com 
o Antigo Regime na França e marcou a transição da Idade Moderna para a 
Contemporânea. 
Além disso, as teorias liberais foram amplamente difundidas na Europa, em territórios 
altamente industrializados, permitindo a manutenção de um sistema capitalista onde as 
regras de manutenção econômica eram regidas pelo mercado e os salários, modos de 
contratação, preço e venda eram determinados por instituições privadas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3. Consolidação da sociedade capitalista 
3.1. As fases do capitalismo 
 
 
Fonte: SOUZA (2020)9 
O capitalismo começou a emergir no século XV, com a decadência do sistema feudal. 
Desde então, passou por diversas fases, apresentando múltiplas faces até se 
transformar naquilo que conhecemos hoje. Apesar das divergências ainda encontradas 
entre os estudiosos quanto sua origem e relação com o mercantilismo do Antigo Regime, 
podemos decompor o modo de produção capitalista em 3 fases: 
 
1ª fase: Capitalismo Comercial (século XV- XVII) 
Na primeira fase do capitalismo, também denominada de pré-capitalista, o modelo 
econômico vigente era o mercantilismo, que apresentava como principais características: 
o controle estatal da economia, a proteção do mercado interno, o acumulo de metais 
preciosos e a balança comercial favorável, ocorrendo mais exportação do que 
importação. 
Acreditava-se que a riqueza no mundo não poderia ser aumentada, mas sim 
redistribuída. Dentro disto, os países buscavam a acumulação de riquezas por meio do 
protecionismo e acumulo de metais oriundos de trocas comerciais com outros países. 
Foi nesse período que as nações europeias passaram a explorar recursos de suas 
colônias, como aconteceu no Brasil. 
Nessa fase, os privilégios das classes sociais já era uma marca das atividades 
econômicas. Enquanto a Igreja Católica, a monarquia e a nobreza, enriqueciam com as 
 
9 Descomplica. Disponível em: < https://descomplica.com.br/artigo/capitalismo-como-funciona-surgimento-e-
caracteristicas/6KQ/>. Acesso em: 21 out.2020. 
práticas mercantilistas e exploração das colônias, a nova classe burguesa emergente 
era condenada. 
 
2ª fase: Capitalismo Industrial (século XVIII-XIX) 
 
Fonte: SOUZA (2020)10 
A transição do Capitalismo Comercial, no século XVII, para o Capitalismo Industrial, 
ocorreu em meio a revoluções políticas e tecnológicas, como a Revolução Francesa, 
iniciada em 1789 e a Revolução Industrial, que começou na Inglaterra em 1760, tendo 
como seu principal marco a introdução da máquina a vapor, o que possibilitou a transição 
da produção manufatureira para a produção industrial. 
Além de alterar a forma de produção vigente, a Revolução Industrial provou significativas 
transformações em todas as esferas globais, inclusive nas paisagens, podendo esta ser 
vista por meio do denominado êxodo urbano, responsável pela formação de massas de 
trabalhadores. 
Assim, a produção industrial se fazia cada vez mais necessária, pois, devido ao 
crescimento demográfico e expansão das cidades, era preciso que mercadorias fossem 
produzidas e distribuídas de maneira mais eficiente e em maior escala. Nesse período, 
o poder passou para as mãos da burguesia, que cresceu e se desenvolveu com a 
intensificação do comércio. 
A economia, nessa fase do capitalismo industrial, era fundamentada pelos ideais do 
liberalismo econômico, cujo maior representante foi Adam Smith. Para o economista, o 
bom desenvolvimento econômico e o enriquecimento estavam vinculados ao livre 
comércio, a não intervenção estatal na economia e a garantia da propriedade privada. 
Segundo ele, a lei da oferta e procura por si só seria capaz de regular o mercado, sem a 
necessidade da intervenção do Estado. 
 
10 Descomplica. Disponível em: < https://descomplica.com.br/artigo/capitalismo-como-funciona-surgimento-e-
caracteristicas/6KQ/>. Acesso em: 21 out.2020. 
O modo de produção em vigor nessa fase resultou no aumento da produtividade, 
diminuição no valor das mercadorias e acumulação de capital. Contudo, tais avanços só 
foram possíveis por meio de condições de trabalho precárias, com cargas horárias 
exorbitantes e diminuição dos salários. 
 
3ª fase: Capitalismo Financeiro (a partir do Século XX) 
A terceira fase do capitalismo, também denominada Capitalismo Financeiro, teve inicio 
no século XX, com o final da Segunda Guerra Mundial, quando bancos e empresas se 
uniram para maior obtenção de lucros. Neste período, as indústrias deixam para trás 
seus moldes originais e, com o apoio das instituições financeiras, internacionalizam-se. 
É nesse contexto que surgem as multinacionais e transnacionais, fortalecendo práticas 
monopolistas. Nesse modelo, quem dita as leis do mercado são as instituições 
financeiras e os grandes grupos empresariais. Sua denominação – Capitalismo 
Financeiro – ocorre em função das empresas passarem a vender parcelas de suas ações 
na chamada bolsa de valores, produzindo riqueza por especulação. 
Dentre as principais características dessa fase estão a elevada concorrência 
internacional, a evolução tecnológica, globalização, monopólio comercial, elevadas taxas 
de urbanização e exploração da mão de obra. 
 
3.2. Keynesianismo 
Figura- Economista inglês John Maynard Keynes 
 
Fonte: Página Politize! (2019) 11 
 
11 Disponível em: https://www.politize.com.br/keynesianismo/. Acesso em: 24/10/2020 
Em decorrência da adoção de políticas liberais na terceira fase do capitalismo, o sistema 
passa por uma das piores crises econômicas da história – a crise de 1929. Essa recessão 
se deu, sobretudo, por conta de uma excessiva produção dos Estados Unidos associada 
a redução da demanda de produtos, fazendo com que as empresas perdessem seu valor 
e houvesse uma quebra na bolsa de valores. 
Para salvar o mercado, foi necessária a intervenção do Estado na economia, fugindo dos 
moldes liberalistas de regulação da mesma. Assim, um novo modelo econômico precisou 
ser adotado: o Keynesianismo. 
Criado pelo economista britânico John Maynard Keynes, o modelo Keynesiano defendia 
a intervenção do Estado na economia com o fim de evitar crises, garantir o consumo e o 
emprego, sendo, por isso, também chamado de Welfare state ou Estado do bem-estar 
social. 
O sistema perde força a partir dos anos 1980, dando lugar ao denominado 
neoliberalismo, com seus ideais de Estado mínimo e pouca participação estatal na 
economia, onde as regras do mercado são suficientes para garantir o crescimento 
econômico e o desenvolvimento social. 
 
4. Uma análise dos clássicos 
A formação da sociologia também é resultado do processo de consolidação da sociedade 
capitalista. Sua origem, como todo e qualquer acontecimento histórico, tem ligação direta 
com as necessidades sociais que se manifestaram no momento de seu nascimento, que 
está ligado a forma como o capitalismo se difundiu nos séculos XIX e XX, especialmente 
com seu desenvolvimento social e político e a consequente necessidade de se explicar 
as transformações sociais ocorridas noperíodo. 
Dentre os primeiros pensadores da sociologia estão: Mostesquieu, Saint-Simon e Comte. 
Já entre os reconhecidos como clássicos se encontram: Marx, Weber e Durkheim. Estes, 
partindo de diferentes métodos de análise, desenvolveram grandes estudos acerca da 
sociedade capitalista e seus mecanismos de funcionamento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4.1. Karl Marx 
Karl Marx contribuiu para a análise do capitalismo ao formular 
uma teoria na qual a sociedade é tida como resultado de 
embates de grupos sociais distintos. Sua análise social é 
marcada pelo exame das relações de força dos indivíduos. Em 
sua obra “O capital”, Marx expõe a lógica de valorização do 
capital com base na exploração do trabalho. 
Segundo o autor, a chave para explicar as transformações 
sociais é a relação conflituosa entre classes sociais distintas e 
com interesses contrários. Essa divisão é fruto de um processo 
histórico de lutas em que, uma das classes sociais se torna 
dominante e acaba por controlar os interesses da outra. 
 Fonte: BELÉM (2012)12 
Para ele, a sociedade moderna é dividida em duas grandes classes: a burguesia (classe 
capitalista, proprietária dos meios de produção) e o proletariado (trabalhadores), sendo 
a última subordinada a primeira. Essa relação tem como base a retirada, pela burguesia 
nascente no século XVIII, dos meios de produção dos produtores livres. Ou seja, a classe 
trabalhadora foi expropriada de suas terras, ferramentas, casas e locais de trabalho, 
sendo forçada a vender sua força aos burgueses, em troca de um salário, para garantia 
de seu sustento. 
Segundo Marx, é com base na exploração do trabalho assalariado que a sociedade 
capitalista produz e reproduz sua existência. O trabalhador, tendo somente sua força 
para vender, trabalha mais horas do que o necessário para produzir algo referente ao 
valor de seu salário. O excedente produzido é chamado por Marx de mais-valia, termo 
criado por ele para explicar a diferença entre o valor do que o trabalhador produz e o seu 
salário. 
O valor das horas trabalhadas e não pagas ao trabalhador, isto é, a mais-valia, é 
reaplicado na produção, resultando na denominada acumulação de capital, a qual 
enriquece ainda mais o proprietário dos meios de produção, perpetuado as relações de 
dominação e exploração do trabalhador pela burguesia. 
 
12 Disponível em: https://acervo.revistabula.com/posts/livros/o-segredo-de-karl-marx. Acesso em: 24 out. 2020 
 
Nessas relações, Marx percebe a divisão do trabalho como um fator de exploração e 
alienação do trabalhador na sociedade capitalista. Segundo ele, quanto mais específico 
e repetitivo for um trabalho, mais alienado o operário ficará de sua atividade 
e condições trabalhistas, não percebendo a exploração que vêm 
sofrendo ao vender sua força. 
Os trabalhadores, ao perceberem a desproporção entre seu 
trabalho e o salário recebido, entram em conflito com os 
proprietários dos meios de produção, sendo, o processo de 
desenvolvimento do capitalismo, marcado por inúmeros 
enfrentamentos entre as classes sociais. 
 
 
4.2. Émile Durkheim 
Durkheim foi particularmente influenciado pelos 
desdobramentos históricos dos séculos XVIII e XIX, 
contribuindo para a análise do sistema capitalista ao tentar 
explicar a desordem provocada pelas transformações 
industriais e políticas, dentro de um mundo cada vez 
mais tomado pela divisão do trabalho. Sua sociologia 
buscou entender e ordenar uma sociedade caótica, ao 
tentar encontrar o denominado estado de equilíbrio 
social. 
Nos termos de Durkheim, a sociologia deve ter como foco 
o estudo dos fatos sociais, isto é, formas de pensar, sentir 
e agir que exercem uma força externa sobre os indivíduos. 
Para ser considerado um fato social, o fenômeno 
Fonte: PORFÍRIO13 observado deveria apresentar as seguintes características: 
1. Ser geral: estar presente e ser reconhecível em toda sociedade ou grupo social; 
2. Ser dotado de externalidade: se apresentar de forma exterior às consciências 
individuais, existindo independentemente das vontades e anseios das mesmas. 
3. Ser uma força coercitiva externa aos indivíduos, moldando suas vontades 
individuais às coletivas. 
Um exemplo de fato social é a crescente especialização do trabalho, promovida pela 
produção industrial que, para Durkheim, resultou em uma forma superior de 
solidariedade, e não de conflito, como postulado por Marx. 
Para o autor, existem duas formas de solidariedade: 
 
13 Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/biografia/emile-durkheim.htm. Acesso em: 24 de 
out. 2020. 
 
1. Solidariedade mecânica: aquela que une as pessoas pelas crenças, tradições e 
costumes comuns. 
2. Solidariedade orgânica: aquela que une as pessoas em virtude da divisão social 
do trabalho, ou seja, o fato de dependerem uma das outras para seu trabalho. 
Nas palavras de Durkheim: “[...] a divisão do trabalho [...] não servia apenas para dotar 
nossas sociedades de luxo, invejável talvez, mas supérfluo; ela seria uma condição de 
existência da sociedade. Graças à divisão social do trabalho, ou pelo menos por seu 
intermédio, se garantiria a coesão social; ela determinaria os traços essenciais da 
constituição da sociedade. Por isso mesmo [...] caso seja essa realmente a função da 
divisão do trabalho, ela deve ter um caráter moral, porque as necessidades de ordem, 
de harmonia e de solidariedade social são geralmente consideradas morais”. 
Em suma, segundo Durkheim, a interdependência em razão da divisão do trabalho gera 
solidariedade, fazendo a sociedade funcionar e garantindo a chamada coesão social. 
Dentro disto, as relações de trabalho devem ser preservadas. 
 
4.3. Max Weber 
Max Weber, assim como Durkheim, também se empenhou em 
sistematizar a Sociologia, contudo, diferentemente deste, não 
considerava a sociedade superior e exterior aos indivíduos. Seu 
pensamento tem como base a ideia de que a compreensão dos 
fenômenos estruturais – como o capitalismo – deve partir da 
análise de ações individuais, uma vez que, segundo ele, as 
normas sociais só se tornam concretas no momento em que cada 
indivíduo se manifesta. Assim, a ação social individual é sempre 
orientada pela ação de outra pessoa, ou seja, os fenômenos 
sociais são consequência das ações individuais. 
O indivíduo, segundo o autor, não é considerado produto de um 
Fonte: OLIVEIRA14 meio coercitivo, mas sim responsável pelos seus próprios atos. A 
sociedade não tem um sentido próprio, mas é reproduzida pelos indivíduos, que por meio 
de suas ações lhe dão sentido. 
Weber, bem como Marx, analisava o trabalho sobre um ponto de vista histórico. Para 
ele, cada sociedade opera e se forma por meio de condições específicas, tornando o 
trabalho, na sociedade capitalista, uma atividade fundamental para a preservação da 
mesma. 
Embora reconhecesse o impacto do trabalho e da economia sobre a vida social, Weber 
teve como foco a análise de como outros aspectos da sociedade, como a religião, por 
exemplo, tinham forte influência sobre a economia. 
Em sua obra mais famosa “A ética protestante e o espírito do capitalismo”, Weber faz 
uma análise acerca de como o desenvolvimento do capitalismo foi favorecido em países 
 
14 Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/introducao-teoria-max-weber.htm. Acesso em: 27 out. 
2020. 
onde o protestantismo era mais forte. Isto ocorreu, segundo ele, pelo fato de que alguns 
ideais do protestantismo, como a valorização do trabalho e a doutrina da predestinação 
de Calvino, favoreciam o sistema. 
Dentro disto, o autor defende que a ascensão e desenvolvimento do capitalismo só foi 
possível devido a sede de lucro e ética religiosa. Assim, nasce aquilo que Weber chamou 
de “espírito do capitalismo”, no qual o trabalho duro e disciplinado aparece como uma 
virtude, sendo um caminho não só para o sucesso, mas para a salvação espiritual. Isto 
é, a sociedade capitalista sedesenvolve por meio de uma lógica em que a dignidade do 
homem passa a estar diretamente relacionada ao seu trabalho e, a vida material, ganha 
grande importância. 
 
5. Exercícios 
1. (ENEM-2016) 
TEXTO I – Cidadão 
Tá vendo aquele edifício, moço? 
Ajudei a levantar 
Foi um tempo de aflição 
Eram quatro condução 
Duas pra ir, duas pra voltar 
Hoje depois dele pronto 
Olho pra cima e fico tonto 
Mas me vem um cidadão 
E me diz desconfiado 
“Tu tá aí admirado 
Ou tá querendo roubar?” 
Meu domingo tá perdido 
Vou pra casa entristecido 
Dá vontade de beber 
E pra aumentar meu tédio 
Eu nem posso olhar pro prédio 
Que eu ajudei a fazer. 
BARBOSA, L. In: ZÉ RAMALHO. 20 Super Sucessos. Rio de Janeiro: Sony Music, 1999 
(fragmento). 
TEXTO II 
O mais trabalhador fica mais pobre à medida que produz mais riqueza e sua produção cresce em 
força e extensão. O trabalhador torna-se uma mercadoria ainda mais barata à medida que cria mais 
bens. Esse fato simplesmente subentende que o objeto produzido pelo trabalho, o seu produto, 
agora se lhe opõe como um ser estranho, como uma força independente do produtor. 
MARX, K. Manuscritos econômicos (Primeiro manuscrito). São Paulo: Boitempo Editorial, 2004 
(adaptado). 
Com base nos textos, a relação entre trabalho e modo de produção capitalista é: 
a) baseada na desvalorização do trabalho especializado e no aumento da demanda social por 
novos postos de emprego. 
b) fundada no crescimento proporcional entre o número de trabalhadores e o aumento da 
produção de bens e serviços. 
c) estruturada na distribuição equânime de renda e no declínio do capitalismo industrial e 
tecnocrata. 
d) instaurada a partir do fortalecimento da luta de classes e da criação da economia solidária. 
e) derivada do aumento da riqueza e da ampliação da exploração do trabalhador 
2. (ENEM-2015) 
 O impulso para o ganho, a perseguição do lucro, do dinheiro, da maior quantidade possível de 
dinheiro não tem, em si mesma, nada que ver com o capitalismo. Tal impulso existe e sempre 
existiu. Pode-se dizer que tem sido comum a toda sorte e condição humanas em todos os 
tempos e em todos os países, sempre que se tenha apresentada a possibilidade objetiva para 
tanto. O capitalismo, porém, identifica-se com a busca do lucro, do lucro sempre renovado por 
meio da empresa permanente, capitalista e racional. Pois assim deve ser: numa ordem 
completamente capitalista da sociedade, uma empresa individual que não tirasse vantagem das 
oportunidades de obter lucros estaria condenada à extinção. 
WEBER, M. A ética protestante e o espírito do capitalismo. São Paulo: Martin Claret, 2001 
(adaptado). 
O capitalismo moderno, segundo Max Weber, apresenta como característica fundamental a 
a) competitividade decorrente da acumulação de capital. 
b) implementação da flexibilidade produtiva e comercial. 
c) ação calculada e planejada para obter rentabilidade. 
d) socialização das condições de produção 
e) mercantilização da força de trabalho. 
 
3. (ENEM-2013) 
Na produção social que os homens realizam, eles entram em determinadas relações 
indispensáveis e independentes de sua vontade; tais relações de produção correspondem a um 
estágio definido de desenvolvimento das suas forças materiais de produção. A totalidade dessas 
relações constitui a estrutura econômica da sociedade fundamento real, sobre o qual se erguem as 
superestruturas política e jurídica, e ao qual correspondem determinadas formas de consciência 
social. 
MARX, K. Prefácio à Critica da economia política, In: MARX, K.: ENGELS, F. Textos 3. São Paulo: 
Edições Sociais, 1977 (adaptado). 
Para o autor, a relação entre economia e política estabelecida no sistema capitalista faz com que 
a) o proletariado seja contemplado pelo processo de mais-valia. 
b) o trabalho se constitua como o fundamento real da produção material. 
c) a consolidação das forças produtivas seja compatível com o progresso humano. 
d) a autonomia da sociedade civil seja proporcional ao desenvolvimento econômico. 
e) a burguesia revolucione o processo social de formação da consciência de classe. 
 
4. (ENEM, 2000) 
O texto abaixo, de John Locke (1632-1704), revela algumas características de uma 
determinada corrente de pensamento: 
Se o homem no estado de natureza é tão livre, conforme dissemos, se é senhor absoluto 
da sua própria pessoa e posses, igual ao maior e a ninguém sujeito, por que abrirá ele 
mão dessa liberdade, por que abandonará o seu império e sujeitar-se-á ao domínio e 
controle de qualquer outro poder? Ao que é óbvio responder que, embora no estado de 
natureza tenha tal direito, a utilização do mesmo é muito incerta e está constantemente 
exposto à invasão de terceiros porque, sendo todos senhores tanto quanto ele, todo o 
homem igual a ele e, na maior parte, pouco observadores da equidade e da justiça, o 
proveito da propriedade que possui nesse estado é muito inseguro e muito arriscado. 
Estas circunstâncias obrigam-no a abandonar uma condição que, embora livre, está 
cheia de temores e perigos constantes; e não é sem razão que procura de boa vontade 
juntar-se em sociedade com outros que estão já unidos, ou pretendem unir-se para a 
mútua conservação da vida, da liberdade e dos bens a que chamo de propriedade. 
(Os Pensadores. São Paulo: Nova Cultural, 1991.) 
 
Do ponto de vista político, podemos considerar o texto como uma tentativa de justificar: 
a) A existência do governo como um poder oriundo da natureza. 
b) A origem do governo como uma propriedade do rei. 
c) O absolutismo monárquico como uma imposição da natureza humana. 
d) A origem do governo como uma proteção à vida, aos bens e aos direitos. 
e) O poder dos governantes, colocando a liberdade individual acima da propriedade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Referências 
MACHADO, Igor José de Renó; AMORIM, Henrique; BARROS, Celso 
Rocha. Sociologia hoje. 1ª. ed. São Paulo: Ática, 2013. 424 p. v. Único. ISBN 
978850816311-3. 
CASTALDI, Maria José Zanardi Dias (Coord.). Sociologia: Ensino Médio/ SESI-SP 
(Movimento do Aprender). 1. ed. São Paulo: SESI, 2012. 264 p. v. Único. ISBN 978-85-
8170-021-2. 
SANTANA, Gustavo. A separação dos três poderes: Executivo, Legislativo e 
Judiciário. [S. l.], 1 mar. 2016. Disponível em: https://www.politize.com.br/separacao-
dos-tres-poderes-executivo-legislativo-e-judiciario/. Acesso em: 19 out. 2020. 
COELHO, Larissa. Mapa mental: liberalismo. Disponível em: 
https://descomplica.com.br/artigo/mapa-mental-liberalismo/4ys/. Acesso em: 15 de 
outubro de 2020. 
GUIA DO ESTUDANTE. John Locke. [S. l.], 16 ago. 2017. Disponível em: 
https://guiadoestudante.abril.com.br/especiais/john-locke/. Acesso em: 20 out. 2020. 
SOUZA, Guilherme. Capitalismo: como funciona, surgimento e características. [S. 
l.], 9 jul. 2020. Disponível em: https://descomplica.com.br/artigo/capitalismo-como-
funciona-surgimento-e-caracteristicas/6KQ/. Acesso em: 20 out. 2020. 
SOUZA, Amanda de. Liberalismo: entenda essa corrente política. [S. l.], 11 maio 
2016. Disponível em: https://www.politize.com.br/liberalismo-o-que-e/. Acesso em: 19 
out. 2020.

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