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PESAGEM E MEDIDAS DE VOLUME Pesagem: 1) Generalidades ● Relembrando: erro, erro grosseiro, erros de pesagem 2) Tipos de balanças eletrônicas, especificações 3) Como escolher? ● Sensibilidade da balança A pesagem é a medida da ação da gravidade sob um corpo e é DIRETAMENTE proporcional a massa desse corpo. Consiste em comparar uma massa desconhecida com uma massa conhecida como unidade É realizada com o auxílio de balanças TIPOS DE BALANÇA UTILIZADAS NO LAB: ● analitica ● semianalitica ● balança de precisão/ granatária COMO ESCOLHER UMA BALANÇA: Relembrar: Precisão X Exatidão PRECISÃO: grau de variação de resultados obtidos de uma medição (variação entre = quanto mais perto melhor) EXATIDÃO: grau de conformidade com o valor medido em relação a sua definição ou com respeito a uma referência padrão (proximidade ao valor real). ERRO: pode ser definido como a diferença entre o valor obtido no processo de medição e o valor verdadeiro da grandeza medida Tipos de erro: Inerentes ao processo/ intrínsecos Extrínsecos ou grosseiros Não são passíveis de ser evitado -Erro do equipamento - Variação intra e interindividual (quanto mais treinada a pessoa melhor) complexidade do processo Erros que comprometem a qualidade da operação que está sendo desempenhada. São inadmissíveis/ DEVEM ser evitados -manipulador -equipamento ( escolha inadequada, descalibrado) O erro total no processo é um somatório de diversas fontes de erros inerentes, de maneira que pode ser tolerável ou não, dependendo do grau de exatidão requerido. Diferentes processos admitem magnitudes diferentes de erros. (medidas analíticas, tipo de substância, excipiente, fármaco, quantidade de substância). Fármaco é mais importante do q completar oq falta com o excipiente por exemplo. O erro é expresso em porcentagem por isso a quantidade de substância é importante Em operações farmacêuticas o erro máximo admitido é de 5% Relacionando com a pesagem: Toda medida está associada a um erro e esse erro pode estar associado a precisão do instrumento (erro inerente/inevitável) e a perícia de quem realiza a medida (erro grosseiro) No caso vamos admitir que o erro grosseiro não ocorrerá,. COMO CONTROLAR O ERRO? O que a balança mostra/ a situação real A medida que as quantidades pesadas vão aumentando o erro em gramas se mantém constante e o erro em porcentagem diminui. A diferenças entre as balanças está nas suas especificações e os seus parâmetros mais importantes: Carga máxima: peso máximo, incluindo recipientes e materiais para tara que pode ser colocado em uma balança Carga mínima: valor da menor quant de produto que a balança está habilitada a pesar Sensibilidade: mudança de carga que causará alteração de uma subdivisão da escala na posição do elemento de indicação do peso da balança, em repouso. Escala da foto anterior (do 0,00 para 0,01) Quantidade mínima pesável (QMP): esse parâmetro permite identificar qual a balança adequada para uma pesagem específica. É calculado a partir do erro aceitável e da sensib da balança, define a mínima quantidade a ser pesada com a exatidão desejada. Ou seja tem que determinar antes qual erro posso admitir pra depois poder determinar e calcular qual a qnt que pode ser pesado naquela balança específica, é calculado para cada pesagem que será feita. Analítica (0,0001g) Semi-analítica (0,001g) de precisão/ granatária (0,1g) Escolha da balança correta: duas possibilidades: ● quando a sensibilidade da balança pe desconhecida → calcular a menor quantidade a ser pesada numa balança com o erro máximo admissível ● Quando a sensibilidade é conhecida SENSIBILIDADE DESCONHECIDA: Problema: Se tenho no lab uma balança (balança problema, BP) da qual desconheço a sensibilidade, como posso estabelecer que quantidade pode ser pesada com a exatidão necessária considerando uma margem de erro aceitável? = como calcular a QMP (qnt mínima pensável) desta balança Solução: No lab pensamos quantidades crescentes numa balança + precisão (balança analítica, BA) nos tornando possível calcular o erro percentual embutido em cada pesagem e desta forma determinar a menor massa que o erro tolerado é admissível (normalmente menos ou = a 5%.) Erro potencial: primeiro a ser calculado, erro que potencialmente estará embutido cada vez que essa mesma quantidade for pesada. É a diferença entre a quantidade que achei que tava pensando da medida realmente pesada. Erro relativo: Erro potencial dividido pelo valor obtido na pesagem da balança problema. Erro percentual: é o erro relativo multiplicado por 100 Calcule a menor quantidade que é possível ser pesada com o erro máx de 5% FÓRMULA: SENSIBILIDADE CONHECIDA: Mais simples de determinar. Problema: Se tenho no lab uma balança da qual conheço a sensibilidade, como posso estabelecer que quantidade pode ser pesada com a exatidão necessária considerando uma margem de erro aceitável? Solução: a sensibilidade é a menor quantidade que a balança reconhece com aumento de massa sobre o prato; quantidades inferiores não são reconhecidas e constituem o erro inerente a medida. Portanto a sensibilidade se equivale a porcentagem de erro tolerável (normalmente de 5%) Parte-se do pressuposto de que a sensibilidade é = ao erro admissível Determinar a quantidade mínima pesável (QMP) com erro de 5% em uma balança de precisão cuja a sensibilidade é 50mg Determinar a quantidade mínima pesável (QMP) com erro de 5% em uma balança de precisão cuja a sensibilidade é 0,1 mg Se: sensibilidade = % do erro aceitável (normalmente 5%) Então: 100% = menor quantidade pesável com erro aceitável LOCAL ADEQUADO PARA UMA BALANÇA A balança analítica deve assentar-se nivelada sobre a mesa ou prateleira firme e pesada, protegida por amortecedores de choque, como esteiras de cortiça ou lâminas de borracha, ou ainda sobre bancada de concreto, apoiada a pilares que estejam fixos no chão ou conectados aos elementos da construção do prédio a fim de impedir vibrações. Deve estar em local isolado, que ofereça segurança e estabilidade a medida , em ambiente de atmosfera relativamente seca, protegida do ataque de gases e vapores ácidos, à distância de fontes de calor (luz solar direta, fornos, estufas, muflas etc.) e de correntes de ar. Evitar: ● Vibração (Recorte na bancada onde é colocado uma superfície anti vibração). ● luz solar direta e outras fontes de calor ASSEGURAR: ● temperatura ambiente constante (21°C +- 2°C) ● umidade relativa entre 45% e 60% ( uma umidade muito baixa pode causar eletricidade estática e muito alta pode ter problemas de condensação) → por isso normalmente dentro do ambiente da balança se usa agentes dessecantes como sílica gel ou cloreto de cálcio. CUIDADOS COM A BALANÇA ANTES DA PESAGEM: - Sensibilidade deve ser inspecionada periodicamente por técnico habilitado - quando não está usando a porta deve permanecer travada e fechada - Proteger a balança contra corrosão (somente metais e plásticos não reativos e materiais vítreos) Conservação e limpeza: prato e caixas devem permanecer limpos, isentos de pó e substâncias que acidentalmente caiam no prato ou no piso da caixa. Tais materiais devem ser removidos imediatamente. -sempre manter o prato da balança e câmara de pesagem limpos - pincel fino para eliminar resíduos de amostras - pano absorvente para remover líquidos Usar sempre papéis de pesagem ou recipientes adequados a massa, como béqueres, vidros de relógios, cadinhos, cápsulas de porcelana e pesa-filtros com ou sem tampa (Precisa ter COMPATIBILIDADE de peso entre suporte e materiala ser pesado) COMO OPERAR UMA BALANÇA: antes da pesagem: verificar se a balança é adequada ao trabalho proposto (capacidade máx e QMP); Constatar se a balança encontra-se nivelada e limpa, se não, proceder a limpeza e nivelamento Verificar a voltagem da balança, ligá la e aguardar o tempo de aquecimento e estabilização zerar (tarar( a balança Nivelamento (foto): Ao iniciar a pesagem: Verificar se a amostra está na temperatura ambiente precauções especiais ao se pesar líquidos o piso deve ser colocado no centro do prato as laterais da câmara de pesagem mantidas sempre fechadas retirar o material pesado e se necessário, limpar a balança e , em seguida fechar a porta lateral; SEMPRE ESPERAR QUE A ESCALA ESTEJA PARADA ANTES DE TARAR A BALANÇA Tarar a balança e proceder novas medições, se necessário. Após a pesagem: se não for mais realizar pesagem subsequente, desligar a balança e limpar todas as superfícies com pano seco ou pincel, fechar as portas da mesma e desconectar da rede elétrica (controvérsia) se outras pesagens vão ser realizadas, limpar o prato com cuidado utilizando pincel seco, fechar as portas e zerar a balança. Outros fatores que podem comprometer a pesagem/ fontes de erros na pesagem 1) TEMPERATURA: efeito: o mostrador varia constantemente em uma direção motivo: diferença de temperatura entre a amostra e o ambiente da câmara de pesagem provoca correntes de ar que geram forças sobre o prato de pesagem a amostra parece mais leve (chamada flutuação dinâmica) medidas corretivas: 2) VARIAÇÃO DE MASSA Efeito observado: mostrador indica leituras que aumentam ou diminuem, continua e lentamente Motivo: ganho de massa devido a uma amostra higroscópica (ganho de umidade atmosférica) ou perda de massa por evaporação de água ou de substâncias voláteis. Medidas corretivas: 3) ELETROSTÁTICA Efeito observado: mostrador da balança fica instável e indica massas diferentes a cada pesagem da mesma amostra Motivo: seu frasco de pesagem está carregado eletrostaticamente - cargas foram-se por fricção ou durante o transporte dos materiais, especialmente os pós e grânulos - Ar seco (umidade relativa menor que 40%): cargas eletrostáticas retidas ou dispersadas lentamente - os erros de pesagem acontecem por forças de atração eletrostáticas que atuam entre a amostra e o ambiente Medidas corretivas: 4) MAGNETISMO Efeito observado: baixa reprodutibilidade. O resultado da pesagem de uma amostra metálica depende de sua posição sobre o prato da balança. Motivo: se o material for magnético (ex.: ferro, aço, níquel et.) pode estar ocorrendo atração mútua com o prato da balança, criando forças que levam a uma medida errônea. Medidas corretivas: MEDIDAS DE VOLUME - generalidades - classificação de vidrarias - causas de erro e como evitar - sistema internacional de unidades e medidas de interesse farmacêutico medida do volume de líquidos: feita em instrumentos (vidrarias) graduados ou volumétricos; a escolha do instrumento adequado é dependente da necessidade de maior ou menor precisão Compara-se seu nível, com os traços marcados do aparelho. Lê-se assim o nível do líquido baseando-se no menisco que é a superfície curva do líquido. (olhar o centro) Como escolher a vidraria? Critérios: Precisao e exatidao (erro admitido e qual vidraria se aproxima mais - tem maior ou menor exatidão) Classificação em TC e TD 2 aspectos são importantes: Aderência do fluido nas paredes internas área superficial do menisco (maior a área maior a chance de erro) Ou seja, a precisão de uma vidraria está relacionada com a geometria do alimento. TC (to contain): aparelhos calibrados para conter um volume líquido. Vidrarias que servem para conter líquido mas não servem para medida (com exceção do balão volumétrico). →não são adequados para transferir líquidos TD (to delivery): aparelho calibrados para dar escoamento a determinados volumes INSTRUMENTOS VOLUMÉTRICOS TD: ● tem seus volumes corrigidos com respeito a aderência portanto escoam o volume indicado quando usados numa transferências ● capazes de realizar medidas com a precisão e exatidão necessárias ● volume liberado depende da forma, do tempo de drenagem, da superfície interna, da viscosidade e tensão superficial do líquido (determinam o tempo de escoamento), do ângulo do aparelho em relação ao solo TC: Becker, erlenmeyer, kitassato TD: pipetas volumétricas, cálices, provetas, buretas, pipetas graduadas. Erros nas medidas de volume: ● leitura da graduação volumétrica sem considerar as características do menisco ● uso de vidraria inadequada (escolher vidraria compatível com a viscosidade e o volume) ● compatibilidade do volume medido com a capacidade do instrumento ● uso de vidraria molhada ou suja ● dilatações e contrações provocadas pelas variações de temperatura ● formação de bolhas nos recipientes ● controle indevido do tempo de escoamento ● erro de paralaxe (é muito comum de se cometer e está relacionado com a observação errada na escala de graduação por conta de um desvio otico causado pelo angulo de visão do observador) SI - unidades de massa SI - unidades volume ALGUMAS MEDIDAS DE INTERESSE FARMACÊUTICO: MISTURAS 1) Generalidades 2) Mistura de sólidos 3) Mistura de líquidos e semissólidos 4) Misturas em escala laboratorial Definição: é uma operação unitária cujo objetivo é trabalhar com dois ou mais componentes, inicialmente separados ou parcialmente misturados, com o propósito de que cada um dos componentes (partícula, molécula) fique em contato o mais próximo possível de cada unidade dos outros componentes. Ou seja é a transformação de substâncias isoladas em uma única. OBJETIVOS: misturas de líquidos miscíveis dispersão de líquidos imiscíveis mistura de 2 ou mais sólidos mistura de liquidos e solidos auxilio na transferência de calor auxilio na transferência de massa Redução de aglomerados de partículas dispersão de gases em líquidos (aeração) aceleração de reações químicas obtenção de materiais com propriedades diferentes da matéria prima original A MISTURA SE REALIZA PARA PROMOVER O CONTATO ÍNTIMO ENTRE SUSTANCIAS (objetivo principal) Como operação farmacêutica ela assegura a distribuição homogênea de componentes de uma mistura → Viabiliza a preparação de praticamente todas as FF: distribuição homogênea da subst ativa. aparencia homogenia, liberação do fármaco no local exato e na taxa desejada → Garante estabilidade física do sistema Misturas podem ser homog (subst dispersas em nível molecular), hetero (duas ou mais fases) e coloidais(partículas dispersas em uma fase contínua, a olho nu parece homogêneo mas no microscópio não é ). Nas misturas coloidais ocorre o efeito Tyndall: efeito óptico de espalhamento ou dispersão da luz provocado por partículas de uma dispersão coloidal:; torna possível visualizar o trajeto que a luz faz pela dispersão dos raios luminosos TIPOS DE MISTURAS: positivas: se misturam espontaneamente e são irreversíveis por difusão. Não necessita energia para formar mas fornecer energia a ela diminui o tempo para a homogeneização. Ex.: líquidos miscíveis ou gases misturas negativas: componentes tendem a se separara: energia deve ser fornecida constantemente para manter os componentes dispersos. Geralmente mais difíceis de formar, exigindo mais eficiência da operação de mistura. misturas neutras: componentes nao tem tendência nem a misturar e nem a separar espontaneamente. Ex.:misturas de pós e pastas. A OPERAÇÃO DE MISTURA: Mistura ordenada (IDEAL): condição de mistura perfeita e ideal que é alcançada quando cada partículaestá adjacente uma a uma com outro componente. (só na teoria) Mistura aleatória: é aquela em que a probabilidade de encontrar um constituinte é a mesma em todos os pontos da mistura, e igual à proporção em que o constituinte entra na mistura. 2) MISTURAS DE SÓLIDOS (pós) Definição: conjunto de partículas sólidas, fisicamente distintas, que se comportam em conjunto. Fatores que influenciam a mistura ideal: ● granulometria (tamanho e dispersão); ● Densidade e relação entre densidades; ● fluxo (coesão) ● proporção dos componentes. Tamanho das partículas: homogeneidade, resistência mecânica, comportamento reológico a tendência a segregação da mistura normalmente está relacionada com as diferenças de tamanho. Comportamento reológico é relacionado com a viscosidade Densidade: forças gravitacionais que agem sobre a partícula. Forma: fluidez, segregação Coesão: tendência a agregação Características de escoamento: facilidade de mistura Conteúdo de umidade: - material seco: escoamento mais fácil - material úmido: escoamento dificultado MISTURAS: Equipamentos de Mistura Grande escala: indústria farmacêutica MISTURADORES (aparelhos destinados a realizar a mistura. Misturadores móveis → operação realizada por movimento de rotação dos recipientes que contêm os componentes da mistura. O próprio misturador se mistura em volta de um eixo Misturadores estáticos com agitação interna → constituídos por recipientes fixos que contém em seu interior elementos necessários para impulsionar os movimentos do material a ser misturado. Mecanismos dos equipamentos de mistura: ● Difusão (revolvimento e tombamento) ● Convecção (revolvimento) Difusão: ➔ ocorre quando as partículas roam por um plano inclinado acarretando mudanças frequentes e aleatórias de direção nas suas trajetórias. ➔ as partículas são orientadas uma em relação às outras quando colocadas em movimento aleatório: modificam suas posições relativas devido a modificação da posição de conjuntos de partículas ➔ criação de planos de deslizamento no seio do sólido durante a mistura como resultado da mistura de grupos de partículas ➔ provoca o deslocamento relativo de porções grandes do material Os misturadores que utilizam o mecanismo de difusão são chamados de misturadores de volteadura e podem ser de vários tipos: cilindros horizontais ou inclinados, misturados em V ou em Y, cone duplo. Normalmente são usados na mistura de grânulos e pós de fluxo livre. Ação da mistura difusiva resultando em movimento suave. Os misturadores em V são mais utilizados em pequena e média escala por sua versatilidade. O misturador de duplo cone é mais utilizado em grandes escalas. As principais vantagens de misturadores móveis são: facilidade nas operações de carga e descarga do material e facilidade de limpeza e da manutenção. Convecção (revolvimento): ➔ Ocorre quando grupos de partículas são transportadas em conjunto de uma zona do pó para a outra. ➔ Movimento de mistura que transfere um grupo de partículas de um componente de um ponto para outro ➔ eficazes para a mistura de produtos pastosos de densidade elevada e, produtos alimentícios em pó (refrescos pó, achocolatado, chocolate, gelatinas, preparação de granulação via úmida, etc) Problemas relacionados com a mistura de pós: segregação. Mistura de partículas de DIFERENTES PROPRIEDADES FÍSICAS, TAMANHO e DENSIDADE → tendência de não-mistura (dissociação 3) MISTURA DE LÍQUIDOS E SEMISSÓLIDOS Objetivos: ● misturar líquidos miscíveis para formar soluções ● dispersar líquidos imiscíveis para formar emulsões ● suspender partículas sólidas em meio líquido para formar suspensões ● acelerar as taxas de transferência de calor e massa ● facilitar reações químicas ● dispersar gases em líquidos Vários fatores influenciam a mistura de líquidos: ● Viscosidade (por ser líquido muitas vezes não tem a viscosidade constante, alguns ficam mais viscosos com maior aplicação de força..) ● Densidade ● Relação entre densidades ● Miscibilidade A mistura de líquidos é feita utilizando equipamentos (misturadores) que são selecionados de acordo com a viscosidade do líquido a ser misturado. Misturadores por hélice/pás: Mistura de líquidos de viscosidade pequena a moderada Misturadores por turbina: fluidos mais viscosos como emulsões e cremes Misturadores estáticos: são utilizados nas misturas positivas (que ocorrem espontaneamente). Misturas que podem ser usadas nos misturadores estáticos: Líquido/líquido, líquido/gás e gás/gás. Misturas de Semissólidos (emulsões, loções, cremes, pomadas e pastas) Misturadores planetários: hélice ou pa que se movimenta de forma planetária, semelhantes as batedeiras planetárias de cozinha mas em dimensões grandes Misturadores Sigma: duas pás que giram em sentido contrário. Normalmente usados para preparações bastante viscosas. Ex.: pastas. 4) MISTURAS EM ESCALA LABORATORIAL Pequena escala: usados na farmácia magistral: LÍQUIDOS E SEMISSÓLIDOS: PÓS: Seguir algumas condições: quantidades iguais, tamanho das partículas iguais, densidades aparentes iguais e baixa umidade residual. Na prática é muito difícil satisfazer todas essas medidas (principalmente quantidades iguais). Por conta disse existem técnicas de mistura a serem utilizadas na mistura manual: 1) Ordem crescente: quando houver quantidades semelhantes de pós. Os pós numa mistura são sempre misturados 2 a 2, iniciando pelo de menor quantidade. A cada subst adicionada é necessário avaliar se as quantidades são semelhantes, se sim adiciona toda a quantidade de uma vez só. 2) Diluição geométrica: quando tem quantidades diferentes. Quando temos uma quantidade muito diferente de substância a primeira substância de menor quantidade vai ser adicionada e uma porção da substância 2 semelhante a substância 1 será adicionada para fazer a mistura. FILTRAÇÃO ● É a separação de partículas sólidas presentes em um fluido atravessando um meio poroso que retém o sólido. ● O sólido da suspensão fica retido sobre o meio filtrante, formando um depósito (torta), cuja espessura vai aumentando no decorrer da operação Por que é realizada a filtração? ➢ Classificação (separação de partículas maiores das menores) ➢ Padronização de produto (garantir um produto final limpo e puro) ➢ Remoção de compostos organolépticos (remoção de sabores e odores e compostos orgânicos de um líquido) ➢ clarificação (filtração de líquidos que contém uma pequena quantidade de sólidos em sua composição, diminuindo sua turbidez) ➢ esterilização de produtos (remover microorganismos do ar e de líquidos, salas estéreis, colírios) ➢ estética visual (obter líquidos com brilho, transparência..) ➢ reciclagem de líquidos ou sólidos (recuperação de subprodutos ou reciclagem de produtos químicos) ➢ proteção de equipamentos ➢ controle de poluição ambiental ELEMENTOS DE UM SISTEMA DE FILTRAÇÃO A filtração pode ter dois objetivos: 1- O recolhimento da torta (precipitado) 2- O recolhimento do filtrado O principal componente do sistema de filtração é o FILTRO ou MEIO FILTRANTE → é qualquer substância capaz de reter sólidos quando é passada uma suspensão através dele. Por isso a escolha do material filtrante é a parte mais importante de uma filtração. CARACTERÍSTICAS DESEJÁVEIS DO MATERIAL FILTRANTE: ● Elevado poder de retenção ● grande resistência mecânica ou química (compatibilidade) ● fácil desprendimento da torta (QUANDO O OBJETIVO É ISOLAR O SÓLIDO) ● elevado volume de filtração antes da saturação (vida útil do filtro) ● elevado volume filtrado por unidade de tempo com mínimaresistência ao fluxo (custo e duração da filtração ● nenhum componente do filtro deve ser extraído durante a filtração (o líquido que vai passar não pode solubilizar nenhum componente do filtro) ● pequena ou nula capacidade de adsorção de substâncias ● pequena ou nula capacidade de adsorção de componentes de baixo peso molecular (perda obriga a aumentar [ ] e introduz erro não controlado) Exemplos de materiais empregados nos filtros: Propriedades características dos filtros: OS FILTROS SE CARACTERIZAM POR: 1) Fluxo V / ΔtΔ 2) Porosidade (relação entre o volume ocupado pelos poros do filtro e o volume total do mesmo) e = volume f iltro volume poros 3) Superfície efetiva de filtração MECANISMO DE RETENÇÃO DE PARTÍCULAS Crivado: ação mecânica - diâmetro da partícula x poro do filtro (partículas maiores que o diâmetro do poro ficam retidas) Adsorção: atração eletrostática ou forças de van der waals Formação de torta: materiais depositam-se sobre o filtro formando uma capa/ camada que atua como meio filtrante. TIPOS DE FILTRAÇÃO A filtração pode ser de dois tipos: 1- Filtração em superfície: realizada por uma membrana filtrante que tem uma área (altura desprezível) e o mecanismo que predomina é o crivado (mecanismo que as partículas ficam retidas em relação ao diâmetro do poro) 2- Filtração em profundidade: o filtro tem altura considerável (importante volume do material filtrante) e o mecanismo que predomina é o de adsorção. FILTRAÇÃO EM SUPERFÍCIE: “filtros de membrana” Tamanho do poro perfeitamente definido Principais vantagens ● tamanho do poro controlado na fabricação: retenção de 100% das partículas → permite esterilização e ultra limpeza de fluidos ● Estrutura homogênea e ausência de fibras: evita contaminação do filtrado ● espessura estreita → pouca retenção de líquido Principal desvantagem: Entopem mais rapidamente que os filtros em profundidade FILTRAÇÃO EM PROFUNDIDADE Não possuem um tamanho de poro definido, o tamanho não é a principal causa de retenção das partículas. Suspensão penetra ate que o diametro das particulas é maior que o poro Algumas partícuals ficam retidas nos canais do meio filtrante por adsorção Principais vantagens: ● não entopem tão rápido como os filtros de superfície ● grande capacidade de retenção: partículas retidas na superfície e no interior da matriz Desvantagens: ● absorvem líquidos: difícil filtração de pequenos volumes; ● o material filtrante pode ceder impurezas ou fragmentos ao filtrado ● não garantem uma proteção absoluta de partículas cujo tamanho seja igual ao valor nominal do tipo de filtro A principal diferença entre o filtro superfície do de profundidade é em relação ao limite de separação/ diâmetro de poro. Os filtros de membrana tem um valor absoluto (todos os poros com um diâmetro semelhante) já os em profundidade tem um limite de separação nominal, diâmetro de poro não definido. FATORES QUE AFETAM A VELOCIDADE DE FILTRAÇÃO: 1) PRESSÃO 2) SUPERFÍCIE 3) VISCOSIDADE DO FLUIDO 4) RESISTÊNCIA DA TORTA 1) A pressão pode ser + ou - e tem uma influência positiva sobre a velocidade de filtração (↑P ↑Velocidade de filtração). Porém a utilização de pressão pode apresentar riscos, é necessário se atentar para a segurança). Um fator limitante relacionado a utilização de pressão tá em relação às características da torta: tortas compressíveis podem inviabilizar a utilização de pressão. 2) Quanto maior a área de superfície maior é a velocidade de filtração. Isso ocorre devido ao fato de que a torta vai se distribuir por uma área superficial maior. Na indústria são muito utilizados os filtros em série (↑ a superfície sem alterar significativamente a área ocupada pelo filtro). 3) A viscosidade do fluido exerce uma influência negativa. Para solucionar esse problema tem duas estratégias: a) aumentar a temperatura porém deve-se atentar para a termolabilidade dos compostos presentes na solução. b) diluição (↑volume do líquido, ↑ tempo de filtração) 4) A resistência da torta aumenta com o aumento da espessura, significa que a medida que vai transcorrendo o tempo de filtração vai aumentando a espessura da torta, ou seja, vai aumentando a espessura do material filtrante. ● Quanto maior a espessura da torta mais difícil a passagem do líquido. ● Quanto maior o conteúdo de sólidos: operação mais lenta Obs: menor tamanho de partículas aumenta o valor da resistência específica: gera precidipato mais compressível e menos poroso diminuindo a velocidade de filtração. Estratégias: ● remoção periódica da torta ● aumento da permeabilidade da torta: inclusão de auxiliares de filtração → torta com poros mais abertos ou com compressibilidade reduzida ESTRATÉGIAS MAIS UTILIZADAS PARA AUMENTAR A VELOCIDADE DE FILTRAÇÃO: ● Aumento da área disponível para a filtração (↑a área de filtração, por ex. usando um filtro pregueado) ● Aumento da diferença de pressão (usar pressão ou vácuo) ● Diminuição da viscosidade do filtrado ● Redução da espessura da torta filtrante ● Aumento da permeabilidade da torta filtrante MODALIDADES DE FILTRAÇÃO Quanto ao tipo de procedimento: Filtração convencional ou clarificante: retem particulas grandes - acima de 10um Microfiltração: separa partículas pequenas (entre 10-0,1 um). Ex.: a do papel filtro no laboratório Ultrafiltração: utiliza membranas que separam macromoléculas e partículas coloidais de moléculas orgânicas dissolvidas de baixo peso molecular (0,2-0,002um) Osmose Inversa: nível mais baixo da escala de filtração: transferência de solvente através de uma membrana semipermeável: só passa o solvente e não as outras moléculas. Exemplo: dessalinização de águas. Quanto à força impulsora: Centrifugação: pode ser utilizada como uma aliada/ força impulsora da filtração. ESCOLHA DO FILTRO Parâmetros gerais: Concentração da suspensão Grau de separação que se deseja efetuar (se se deseja uma eliminação completa ou parcial das partículas) Quantidade de material a ser filtrado Custos Parâmetros específicos: Características da suspensão: Viscosidade, [ ] de sólidos, granulometria, homogeneidade e temperatura Características da torta: Compressibilidade , propriedades físico-químicas, uniformidade e estado de pureza desejado Parâmetros específicos do filtro: é importante considerar se é necessário uma filtração de superfície ou de profundidade e o diâmetro do poro. Também é importante considerar se é necessário uma filtração estéril ou não estéril. EQUIPAMENTOS UTILIZADOS: Escala laboratorial: funis Suporte aos filtros, são adequados para quando se faz a filtração por gravidade. O de porcelana tem saída para uma bomba, usado para filtração a vácuo. de vidro sinterizado: é um filtro de profundidade de material poroso e é capaz de reter partículas de diâmetro muito baixo, normalmente usado quando o objetivo é a obtenção do filtrado. de aço inox: é um filtro de superfície, sistema filtrando constituído por uma rede de diferentes porosidades, indicado para materiais corrosivos. de membrana: usado quando se necessita de uma filtração que garanta que todas as partículas de tamanho muito pequeno ficam retidas. Ex.: filtração esterilizante unidades de filtração/ centrifugação: utilizam a força centrífuga como propulsora da filtração. outros filtros: ↑ tem como acoplar vácuo e usa filtro de membrana Escala industrial: o principal objetivo é a filtração de grandes volumes em períodos de tempo relativamente curtos Modo de operação: ● em lote, batelada ou regime descontínuo● contínuos Tipos: ● de gravidade ● rotativos ● centrifugadores O que eles têm em comum é normalmente a utilização de filtros em sequência para que aumente a superfície de filtração sem aumentar proporcionalmente o espaço ocupado. Filtros prensa: grande superfície de filtração em um volume relativamente pequeno Vantagem: eleva velocidade de filtração e economia Desvantagem: de difícil limpeza e montagem Filtro de Placas Filtro de Tambor rotativo Aplicações Farmacêuticas : EXTRAÇÃO ● É uma operação unitária de separação baseada nos diferentes graus de solubilidade dos constituintes de um material em um solvente. (retirada seletiva de um ou + compostos de um sistema utilizando um solvente no qual essa(s) substâncias são solúveis. COMPONENTES DE UMA EXTRAÇÃO: Os componentes de uma extração são a matriz, que contém a substância de interesse e o solvente que é o líquido que vai ser usado para retirar seletivamente essa substância da matriz. A operação se dá a partir do contato do solvente com a matriz gerando o EXTRATO (produto da extração) + MARCO (resíduo = matriz da qual foi retirada a subst de interesse) A extração tem sempre duas fases de composições diferentes: 1) ocorre a transferência de componentes de uma fase a outra e vice-versa 2) esta transferência entre as fases ocorre até que o estado de equilíbrio seja atingido. Os componentes que vão ser transferidos durante essa operação dependem do solvente utilizado na extração pq a extração é completamente dependente da solubilidade do soluto no solvente utilizado. Ou seja, a mesma matriz utilizando um solvente diferente será obtido um produto diferente. Resumindo: os componentes que vão ser transferidos de uma fase para outra vai depender do solvente utilizado e da solubilidade das substâncias presentes na matriz desse solvente. GENERALIDADES: De uma maneira geral os componentes da mistura partem de uma matriz que pode ser de diferentes complexidades (desde uma solução até uma mistura contendo diversas substâncias). ● Os componentes da mistura são solúveis, em diferentes graus no solvente ● Em caso ideal, o componente a ser extraído é solúvel no solvente e outros componentes não: o soluto é o único componente transferido da mistura inicial para a fase do solvente ● Removendo-se o solvente do extrato obtém-se o produto extraído CRITÉRIOS DE ESCOLHA DO SOLVENTE: É determinante para a qualidade do extrato obtido. 1) Separabilidade 2) Performance 3) Aceitabilidade Importante que cada um seja individualmente o melhor possível considerando o TODO. 1) SEPARABILIDADE DO SOLVENTE Solubilidade: solvente deve solubilizar o soluto e se separar facilmente da matriz (é o principal critério de escolha pois ele condiciona a SELETIVIDADE que está diretamente relacionada com a qualidade da extração) Viscosidade: a transferencia de materia é favorecida por baixas viscosidades Estabilidade e reatividade química: o solvente não deve reagir com outras substâncias do sistema e deve ser quimicamente estável. 2) PERFORMANCE DO SOLVENTE Seletividade: capacidade do solvente em extrair o soluto sem extrair outros compostos Capacidade: quantidade de solvente necessária para tratar a matriz. Quanto menor, melhor será a extração em termos de processo e de custo (extrato mais concentrado) 3) ACEITABILIDADE Inflamabilidade e toxicidade: quanto menos inflamável e tóxico for o solvente, menores serão os riscos associados a sua utilização Recuperabilidade: fácil separação após a extração para ser utilizado (normalmente por destilação, exigindo adequada volatilidade) Custo e disponibilidade: fatores decisivos quando houver mais de uma possibilidade de uso. A EXTRAÇÃO COMO OPERAÇÃO FARMACÊUTICA: Separação dos constituintes desejáveis de MPs brutas por meio da ação de solventes nos quais estes são solúveis. EXTRAÇÃO: em uma matriz complexa, vários componentes podem ser solúveis no solvente portanto → extratos podem não conter apenas uma única substância, mas várias. Composição depende do material empregado e das condições da extração. Produto preliminar da extração: solução extrativa SOLUÇÃO EXTRATIVA Aquela que resulta da dissolução parcial de uma substância de composição heterogênea num determinado solvente ● produtos químicos de composição definida ● drogas de origem vegetal O solvente apenas dissolve alguns constituintes da droga, ficando a maior parte desta por dissolver → resíduo ou marco Características desejáveis: ● deve apresentar um bom rendimento extrativo no mínimo de tempo e com um mínimo de solvente (economia) ● a estrutura química dos compostos dissolvidos deverá manter-se tal como na planta (eficiência) Importância da escolha do método e parâmetros de extração. Fatores que influenciam a extração Exemplo: folhas secas → matriz/ droga é a planta, líquido extrator é o solvente e o sistema será submetido a condições específicas de extração que é a EXTRAÇÃO PROPRIAMENTE DITA. Com relação a droga/ matriz os fatores que influenciam são: quantidade, natureza (polar ou apolar), teor de umidade e granulometria. Em relação ao solvente os parâmetros são: seletividade, volume e toxicidade. Em relação aos métodos extrativos são muitos parâmetros que vão condicionar o método escolhido: relação droga solvente, solução de células intactas, solução de células desintegradas, pH, temperatura, interação entre os constituintes dissolvidos, velocidade de estabelecimento do equilíbrio, agitação. 1) Droga ● quantidade ● natureza: profundo conhecimento da composição química do material a extrair - constituintes de interesse e indesejáveis - permitindo a seleção do solvente mais adequado (seletividade) ● granulometria: tamanho de partícula x superfície de contato com o solvente ● teor de umidade 2) Solvente ● Seletividade: as matrizes a serem extraídas são normalmente bastante complexas; quando o objetivo é a separação de algumas substâncias específicas de outras indesejáveis, a seletividade do solvente é primordial. Ex.: EtOH( etanol) e água- proporções diferentes resultam em diferentes polaridades e, portanto, extração de diferentes compostos ● Volume: a solubilidade não pode ser fator limitante para a extração, portanto a quantidade de solvente deve exceder este valor ● Toxicidade: uso preferencial dos solventes não tóxicos e amigáveis ao ambiente 3) métodos extrativos/ parâmetros de extração ● relação droga:solvente: depende da solubilidade dos compostos a extrair; a solubilidade não pode ser um fator limitante para a extração ● solução de células intactas/ solução de células desintegradas: células intactas oferecem resistência a extração, que “retira” os compostos por difusão; em células desintegradas os constituintes dissolvem-se rapidamente no solvente, facilitando a extração. ● temperatura; o aumento da temperatura provoca um aumento na velocidade de dissolução das substâncias, portanto processos a quente são sempre mais rápidos do que aqueles realizados a temperatura ambiente; no entanto, este recurso não pode ser utilizado em substâncias termossensíveis. ● pH: afeta diretamente a solubilidade de muitas drogas ● interação entre os constituintes dissolvidos: determinadas sust dissolvidas podem interferir na solubilidade de outras; possibilidade de incompatibilidades químicas (Ex.: em plantas) ● velocidade de estabelecimento do equilíbrio: tempo de estabelecimento do equilíbrio de extração, depende da estrutura da MPV (matéria prima vegetal), do grau de divisão desta, da natureza das substâncias a extrair e do solvente; Equilíbrio é considerado o pontofinal da extração, ou seja, quando a [ ] do soluto na matriz e no solvente se equivalem a extração cessa. ● agitação: a extração depende de fenômenos de difusão, portanto a renovação do solvente em contato com a substância a extrair tem grande influência na velocidade de dissolução. Na agitação estática se forma um microambiente concentrado que diminui o gradiente de concentração da substância entre o interior da matriz e a fase do solvente. A agitação faz com que esse microambiente se disperse renovando a sua força extrativa. EXEMPLO: padronização de extrato de folhas de Cecropia glaziovii (embaúba) Repercussão dos fatores na concentração obtida do marcador químico (ácido clorogênico) Gráfico 1: maior concentração de ácido clorogênico foi no tempo de 4 dias e numa concentração de etanol %. Diretamente proporcional ao etanol e inversamente proporcional ao tempo. Gráfico 2: maior concentração de ácido clorogênico foi obtida no tempo __. E a concentração de etanol 30% enquanto a droga:solvente 12% massa/volume. MÉTODOS EXTRATIVOS Métodos a quente: ● Infusão ● Decocção Métodos a frio: ● Maceração ● digestão ● percolação ● turbólise. Fatores de escolha do método: Natureza do material de partida Adaptabilidade ao método Possibilidade de uso de calor Interesse em obter extração completa ou parcial Infusão: material vegetal em contato com água fervente, em recipiente fechado Para partes vegetais de estrutura mole, que devem ser confundidas cortadas ou pulverizadas grosseiramente para facilitar a extração.. Vantagens: fácil, baixo custo e eficiente para pequenas quantidades. Subst devem ser estáveis a mudança de T Decocção: material vegetal em contato com um solvente em ebulição (normalmente água), durante certo tempo Uso restrito, muitas substâncias se alteram em aquecimento prolongado Usada em materiais vegetais duros e de natureza lenhosa (caules, raízes e rizomas). Maceração Planta é adequadamente triturada em contato com o solvente a frio Extração por difusão Recipiente fechado, sem renovação do solvente. Com agitação ocasional (mesmo assim é considerado um método estático) período prolongado (horas ou dias, demora para atingir o equilíbrio) temperatura 15 a 20°C Separação da solução extrativa do marco: prensagem, coagem, filtração. É uma operação não exaustiva, dependente do farmacógeno (parte da planta que contém a substância ativa), granulometria, seletividade do solvente e solubilidade das substâncias. Vantagens: extração, sem degradação de substância sativas termolábeis Simplicidade, baixo custo Desvantagens: baixa permeabilidade do solvente a droga pouca solubilidade dos ativos a frio saturação do solvente lentidão do processo. Pode ser realizada em diferentes condições, por isso pode ser classificada em tipos: maceração propriamente dita (é a maceração comum, estática, realizada a frio e que demanda tempo para atingir o equilíbrio) maceração dinâmica (mantém as condições da maceração pp dita mas mantém uma agitação constante, reduz o tempo em relação a pp dita) remaceração (quando a operação é repetida usando o mesmo material já extraído e renovando apenas o líquido extrator, ou seja, adição de solvente ao resíduo. Causa aumento na quantidade de soluto extraído) digestão (maceração a quente) - mesmas condições da maceração propriamente dita mas com temperatura de 40-60°. Percolação: droga previamente triturada libera seus componente solúveis pela passagem lenta de um solvente através dela (material vegetal) Extração exaustiva Operação dinâmica: indicada na extração de substâncias ativas presentes em pequenas quantidades e pouco solúveis. Caráter cinético pela renovação contínua do solvente ● a difusão será muito mais rápida que na maceração, pois o equilíbrio absoluto entre as [ ] dos líquidos intra e extra celular nunca será atingido, uma vez que o solvente é constantemente renovado. ● Desta maneira é possível obter-se o esgotamento total da droga vegetal. A extração continuará ocorrendo enquanto houver material para dissolver, e enquanto o solvente for renovado. Procedimento: Vantagens: não ocorre a saturação do solvente, o que torna a extração mais eficiente. Consegue-se esgotar mesmos substâncias em baixa concentração. Desvantagens: sofre influência da permeabilidade do solvente na droga vegetal, solubilidade a frio dos ativos e gasto de grandes volumes de solvente. Turbo-Extração Extração e redução do tamanho de partículas simultâneas resultado da aplicação de elevadas forças de cisalhamento. ● Elevada força de cisalhamento: ● Rompimento das células ● Rápida dissolução das substancias ativas ● Extração realizada em minutos ● Quase esgotamento da droga ● Simplicidade, rapidez e versatilidade da técnica ● Pode ser utilizado para uma gama enorme de materiais exceto aqueles que são muito duros Ocorre a redução drásticas do tamanho das partículas que leva ao rompimento das células e rápida dissolução das substâncias ativas Vantagens: simplicidade, rapidez e versatilidade da técnica Desvantagens: difícil separação da solução extrativa por filtração geração de calor durante o procedimento, obrigando o operador a controlar a temperatura impossibilidade de uso para extração de substâncias voláteis limitação do uso para matéria-prima vegetal de elevada dureza. Extração com soxhlet Extração com solventes voláteis extração contínua e exaustiva Quando o solvente condensado ultrapassa um certo volume, ele escoa de volta para o balão, onde é aquecido, e novamente evaporado. Os solutos são concentrados no balão. O solvente, quando entra em contato com a fase sólida, está sempre puro, pois vem de uma destilação! Comparação de métodos extrativos: ESTERILIZAÇÃO Esterilidade: ausência de microorganismos viáveis. ESTERILIZAÇÃO: operação que visa a completa destruição de todos os organismos vivos e seus esporos ou a sua completa remoção das preparações GENERALIDADES: ● O produto resultante desta operação deve ser aprovado em um teste de esterilidade, que visa demonstrar: ● a eficiência da operação de esterilização ● o desempenho do equipamento ● o desempenho do pessoal ● Nestes testes é essencial a qualificação e a validação de equipamento e de processo ● validação: ato de verificar que um procedimento é capaz de produzir o resultado pretendido sob todas as condições esperadas Qualificação: procedimento que garante que equipamentos e instalações estejam adequados ao uso pretendido de acordo com o plano de testes pré-determinados e critérios de aceitação definidos. É de responsabilidade do farmacêutico: → A produção de medicamentos que tenham por função primordial exterminar microorganismos como líquidos antissépticos e formulações antibióticas → A produção de medicamentos estéreis, sem microorganismos vivos, como injeções e colírios; → A produção de medicamentos que devem ser eficazmente protegidos contra a deterioração microbiana. Portanto, o principal interesse farmacêutico com relação a microrganismos é eliminá-los ou, no mínimo, inibir seu crescimento Ação bacteriostática (MO vivo não multiplica: morte lenta) INIBIÇÃO: bloqueio da multiplicação Ação bactericida (morte rápida do microorganismo) MORTE: Perda irreversível da capacidade de reprodução. Qualquer tipo de falha na esterilização pode trazer graves consequencias, como por exemplo: - Deterioração do produto que que se for identificado antes da preparação ser utilizada se inutiliza o produto (não causa grandes consequências) - Se não for identificada por meio de deletérios ao produto pode causar uma possível infecção por usode preparação contaminada. Exemplo: caso que ocorreu em Roraima Por isso é fundamental completar a operação com eficiência e que seja comprovado a esterilidade do produto. MÉTODOS DE ESTERILIZAÇÃO: Tem por finalidade remover, ou destruir TODAS AS FORMAS DE VIDA, animal ou vegetal, macroscópica ou microscópica, saprófitas ou não, do produto considerado, não garantido a inativação de toxinas e enzimas celulares. Não confundir com desinfecção que tem por finalidade a destruição ou remoção de patógenos (forma vegetativa). Não há destruição de todas as formas de vira PLANEJAMENTO DE UMA OPERAÇÃO DE ESTERILIZAÇÃO Conhecimento fundamental: ● Avaliação dos fatores que influenciam a eficiência dos processos físicos e químicos utilizados ● Compreensão da cinética de inativação das células FATORES QUE AFETAM A EFICIÊNCIA DA OPERAÇÃO DE ESTERILIZAÇÃO ● Tipo de material ● Natureza do microrganismo (sensível ou resistente) ● Nível de contaminação e localização dos contaminantes ● Concentração, tempo de exposição e concentração do agente desinfetante ● Fatores físico-químicos: temperatura, pH, umidade relativa e dureza da água (ppte agentes químicos) CINÉTICA DE INATIVAÇÃO CELULAR A morte de uma população de células expostas ao calor ou radiação frequentemente segue uma cinética de primeira ordem quando uma velocidade de desaparecimento é exponencial: uma fração constante é eliminada por unidade de tempo Concentração de células X tempo de exposição é chamado de curva de sobrevivência(é uma reta). Esses dados permitem calcular o índice D e Z: Índice D: ou tempo de redução decimal: É o tempo em minutos necessário para reduzir a população microbiana em 90% , ou 1 ciclo logarítmico, a uma condição específica cinética de 1 ordem = mesma variação percentual na concentração ocorre em intervalos de tempo sucessivos. Indica a taxa de morte microbiana a uma dada temperatura. Índice Z: número de graus de mudança de temperatura necessária para alcançar uma mudança de 10x no índice D. Indica o efeito da alteração da temperatura na taxa de mortalidade. MÉTODOS DE ESTERILIZAÇÃO RECOMENDADO POR FARMACOPÉIAS 1) Esterilização por vapor sob pressão 2) Esterilização por calor seco 3) Esterilização gasosa (óxido de etileno) 4) Esterilização por radiação ionizante Terminais → são submetidos após o produto acabado (1,2,3 e 4) 5) Esterilização por filtração → não terminal CLASSIFICAÇÃO POR MÉTODOS: Métodos físicos: ● Esterilização por calor (vapor sob pressão ou calor sexo) ● Filtração ● Radiação Método químico: ● Esterilização gasosa ESTERILIZAÇÃO POR CALOR: ● Fervura: NÃO É UMA FORMA DE ESTERILIZAÇÃO: são necessárias temperaturas mais elevadas para assegurar a destruição de todos os microorganismos. ● Microrganismos variam em sua resposta ao calor: ● Esporos: podem sobreviver a temperaturas superiores a 100°C ● Bactérias não formadoras de esporos, fungos e leveduras: destruídas a temperaturas mais baixas. *Tabela de resistência ao calor de diferentes microorganismos. Mecanismos e locais alvo: ainda incertos Os mais aceitos: Danos a membrana externa Membrana citoplasmática Danos a coagulação do RNA Danos ao DNA Desnaturação de proteínas e enzimas → resultado de uma reação hidrolítica Deve promover danos irreversíveis a funções metabólicas, sendo esperado que se comporte conforme cinética de primeira ordem, resultando em curvas de sobreviventes lineares em função do tempo. Ocorre em 3 fases: 1- Fase de aquecimento: elevação gradativa de T °C a um nível adequado 2- Fase de estabilização: T °C alcançada e mantida pelo tempo requerido 3- Fase de queda de temperatura: T °C da câmara diminui antes do produto/preparação ser removido com segurança A esterilização por calor pode ser uma combinação de 3 fatores: temperatura, tempo e presença de vapor Quando temos só temperatura e tempo (ausência do vapor) = esterilização por Calor seco → ocorre uma oxidação dos microrganismos. Já no calor úmido (presença de vapor) o que ocorre é a hidrólise de proteínas (enzimas) e ácidos nucleicos essenciais Para utilizar a esterilização por calor é fundamental conhecer as termorresistências dos materiais e preparações que vão ser utilizados e também conhecer a sensibilidade dos microrganismos Por calor são considerados métodos simples, econômicos e seguros CALOR SECO: ● Normalmente feito em estufas e é menos eficiente que o calor umido mas é um método eficiente quando pretende-se esterilizar materiais que são termorresistentes. ● A temperatura é menos uniforme do que por calor úmido ● Tempo de exposição tem que ser maior (2 horas) do que no calor úmido CALOR ÚMIDO: ● A esterilização se dá pela coagulação/ desnaturação das proteínas → ocorre uma ruptura das pontes de hidrogênio que mantém a estrutura tridimensional das proteínas ● PADRÃO-OURO entre métodos de esterilização Vantagens: ➢ Maior quantidade de calor transferida devido a presença de água ➢ Maior grau de penetração no material ➢ Ciclos mais rápidos ➢ Maior uniformidade de temperatura Esterilização em autoclave: método mais confiável, versátil e universalmente utilizado. AUTOCLAVES: ● Eliminação de todos os organismos e esporos ● Combinação de vapor, temperatura e pressão 15 min, 121°C, pressão de 103 kPa ● Rápida transferência de calor aos materiais ● A água condensada auxilia na hidratação dos MO que ficam mais sensíveis a temperatura o grau de hidratação de uma célula é determinante para a resistência ao calor. FILTRAÇÃO: ● Materiais termossensíveis: remoção física dos MO contaminantes em meios de cultura, enzimas, vacinas, antibióticos, vitaminas, entre outros. ● Exclusão por tamanho em função do diâmetro de poro do filtro ● Método eficiente, porém condicionado pela escolha do filtro em função do material a ser filtrado → Viscosidade deve ser baixa ● O mecanismo utilizado é o CRIVADO (filtros de superfície. Dependem do diâmetro dos poros ● Capacidade de adsorção: composição, espessura e fluido ● necessário um suporte de filtro + membranas filtrantes (ésteres de celulose, porosidade 0,22um ou menor) → capazes de reter 100% de uma cultura contendo 10^7 microrganismos por cm2. RADIAÇÃO: Tem dois tipos: 1) Radiação eletromagnética: raios gama, raios-X, UV, IR… 2) Partículas de radiação: raios alfa, raios beta, prótons... Raios gama: (propaga-se à velocidade da luz e penetra inclusive em folhas de chumbo) Raios UV: ativo contra esporos de bactérias, vírus e células vegetativas (destruição do DNA), porém baixo poder de penetração: usado para desinfecção de superfícies e como parte do tratamento para água potável. *Alternativa para substâncias que não podem ser esterilizadas pelo calor *normalmente usados em instalações especializadas (não em instalações farmacêuticas industriais convencionais). Efeitos sobre os microorganismos: Efeito direto: principal alvo para a inativação é o DNA celular; sobrevivência a radiação deve-se unicamente a capacidade do microrganismo reparar o DNA danificado Efeito indireto: passagem da radiação através da agua gera radicais livres e peróxidos extremamente reativos e destrutivos efeitos lesivos em lipídios, proteínas,carboidratos e ácidos nucleicos → Para fins de esterilização, os tempos de exposição requeridos são longos mas o processo é previsível e proporciona um nível reprodutível de letalidade. MÉTODOS QUÍMICOS GASES: ● O mais usado é o óxido de etileno (bactericida, fungicida, viricida, esporcida e protozocida) ● Materiais que não resistem a altas temperaturas ● Facilidade de permeação através de materiais● Limite de segurança - 5 ppm → Limitações dos gases: altamente inflamáveis, resíduos tóxicos e mutagênicos. Outros agentes químicos: ● Fenol e agentes fenólicos lesão das membranas plasmáticas, inativação e desnaturação das proteínas ● Biguanidas: Clorexidina → lesão/ruptura das membranas ● Halogênios: Iodo (inibição de enzimas e proteínas) Cloro (oxidação de componentes celulares) ● Álcoois: desnaturação de proteínas e solubilização de lipídeos. Mais efetivo: etanol 70% (não desidrata a parede celular, porém, desnatura proteínas e lipídeos). Não elimina esporos. Características de um agente químico ideal: ● Amplo espectro ● Toxicidade seletiva (para microorganismo) ● Solúvel e estável ● Não corrosivo, não deve corar ● Alto poder de penetração, não gerar resíduos tóxicos ● Não combinar/ reagir com outros agentes químicos ● Disponibilidade e preço razoável ● Não poluir o meio ambiente.
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