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Contabilidade Financeira I
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Contabilidade Financeira I
Apontamentos do Cap. 1
Introdução
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Contabilidade Financeira I
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Cap. I – Introdução
1. A evolução da contabilidade como instrumento de 
gestão
2. Noção, objectivos e divisões da contabilidade
3. Utentes das demonstrações financeiras
4. Normalização contabilística actual: normas aplicáveis 
e CNC
5. Normas internacionais de contabilidade/relato 
financeiro
6. Profissões ligadas à contabilidade
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1. A evolução da contabilidade como instrumento de 
gestão
Segundo a maioria dos autores, a génese da contabilidade está
estreitamente associada à necessidade sentida pelo homem de 
suprir as limitações da sua memória.
Criação e aperfeiçoamento contínuo de um 
sistema de classificação e registo que 
permita avaliar, a qualquer momento, a 
composição e extensão do património de 
uma empresa.
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1. A evolução da contabilidade como instrumento de 
gestão
Se no início eram apenas registadas as transacções da empresa com 
o exterior, os registos contabilísticos alargaram-se progressivamente 
a todos os factos patrimoniais. 
Terá sido a revolução industrial e o consequente desenvolvimento 
das unidades capitalistas que conduziu à necessidade de 
aperfeiçoamento da técnica contabilística.
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1. A evolução da contabilidade como instrumento de 
gestão
Actualmente não basta recordar o passado e conhecer o presente!
É necessário projectar o futuro!
A CONTABILIDADE, além de proceder ao relato dos factos 
passados, É UM PODEROSO INSTRUMENTO DE GESTÃO.
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2. Noção, objectivos e divisões da contabilidade
A contabilidade é…
… uma ciência que tem por objectivo o estudo do património das 
empresas, dando a conhecer, em qualquer momento, a sua 
composição qualitativa e quantitativa.
… uma técnica de gestão que tem por finalidade a determinação da 
situação patrimonial das empresas e dos seus resultados.
… é um sistema de informação que permite conhecer a situação 
económica, financeira e monetária da entidade no seu todo ou de 
qualquer das parcelas em que se encontre subdividida.
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2. Noção, objectivos e divisões da contabilidade
Objectivos históricos da contabilidade:
• Suprir as limitações da memória humana,
• Constituir um meio de prova entre partes discordantes ou em 
litígio. 
Hoje, a contabilidade deve dar uma imagem verdadeira e 
apropriada da posição económico-financeira e dos resultados
das operações da empresa, por forma a ser útil a um vasto 
leque de utentes na sua tomada de decisão.
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2. Noção, objectivos e divisões da contabilidade
Contabilidade externa, geral ou financeira – procede ao registo 
das relações da empresa com o exterior, tem por base documentos 
externos, é obrigatória (DL 158/2009), presta informação para 
utentes externos, determina resultados globais, …
Contabilidade interna, analítica ou de gestão – procede ao registo 
das operações internas da empresa, tem por base documentos 
internos, é facultativa, presta informação para utilizadores internos, 
determina resultados tão pormenorizados quanto necessário para 
auxílio à tomada de decisão, …
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3. Utentes das demonstrações financeiras
Investidores actuais e potenciais – quando comprar, deter ou 
vender partes de capital;
Mutuantes – capacidade de cumprir os compromissos assumidos; 
Empregados – estabilidade retributiva e de postos de trabalho;
Fornecedores e outros credores comerciais - continuidade da 
relação comercial e capacidade de cumprir PMP;
Clientes – continuidade da relação comercial e qualidade do 
produto/serviço;
Governo e seus departamentos – regulação da actividade, definição 
de políticas de tributação e estatísticas nacionais;
Público – preocupações ambientais, económicas e sociais.
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4. Normalização contabilística actual: normas aplicáveis e 
CNC
“As informações prestadas pela contabilidade ultrapassam, em 
larga escala, o âmbito da empresa e dos seus mais directos 
colaboradores, revestindo interesse para um vasto conjunto de 
utilizadores. Sendo assim, será fundamental que as 
informações contabilísticas sejam obtidas a partir de 
métodos e procedimentos comummente conhecidos e 
aceites, por forma a que se elaborem documentos 
susceptíveis de interpretação e comparáveis com os de 
outras unidades.”
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Objectivos da normalização contabilística:
• Elaboração de um quadro de contas a ser seguido pelas 
unidades económicas;
• Definição de regras de mensuração e de reconhecimento dos 
elementos das demonstrações financeiras;
• Definição do conteúdo, regras de movimentação e articulação 
das contas;
• Concepção de mapas-modelo para as demonstrações financeiras 
das unidades económicas;
• Criação de normas contabilísticas e respectivas interpretações a 
serem seguidas pelas entidades.
4. Normalização contabilística actual: normas aplicáveis e 
CNC
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“Em síntese, normalizar consiste em criar uma metodologia 
comum, a ser seguida pelas unidades económicas visando, 
fundamentalmente, a comparabilidade das informações inter-
unidades, a universalidade dos dados recolhidos e a sua 
compreensibilidade pelos diversos agentes económicos.”
4. Normalização contabilística actual: normas aplicáveis e 
CNC
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1977Até 1977 apenas os 
sectores bancário e 
segurador dispunham de 
normalização imposta 
por lei
É aprovado o POC de 77, 
extensivo à generalidade das 
empresas (DL 47/77 de 7 de 
Fevereiro)
1986
Adesão de Portugal à Comunidade 
Europeia � adaptação da legislação 
nacional à comunitária
• Novo POC em vigor desde 1 de Janeiro 
de 1990 (DL 410/89 de 21 de 
Novembro) � transposição da 4ª
Directiva Comunitária
• 1991 – profunda alteração ao POC de 
89 (DL 238/91 de 2 de Julho) �
transposição da 7ª Directiva 
Comunitária
4. Normalização contabilística actual: normas aplicáveis e 
CNC
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2003
Iniciou-se o processo de remodelação do então modelo 
contabilístico, decorrente da aprovação, em 15 de Janeiro de 
2003, pelo Conselho Geral da CNC, do “Projecto de Linhas de 
Orientação para um Novo Modelo de Normalização Contabilística”
que, em linhas muito gerais, visava fundamentalmente a adopção 
a nível nacional das normas do IASB.
4. Normalização contabilística actual: normas aplicáveis e 
CNC
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1/1/2010
Entrada em vigor do Sistema de Normalização Contabilística 
(SNC), aprovado pelo Decreto-Lei n.º 158/2009 de 13 de Julho.
Foi revogado o POC e demais legislação complementar.
4. Normalização contabilística actual: normas aplicáveis e 
CNC
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Estrutura legal do SNC
Aprova as normas contabilísticas e 
de relato financeiro (1 a 28)
n.º 15655/2009
Aprova a norma contabilística e de 
relato financeiro para pequenas 
entidades
n.º 15654/2009
Aprova 2 normas interpretativasn.º 15653/2009
Aprova a Estrutura Conceptualn.º 15652/2009
Avisos
Aprova o Código de Contasn.º 1011/2009
Aprova os Modelos de 
Demonstrações Financeiras
n.º 986/2009
Portarias
4. Normalização contabilística actual: normas aplicáveis e 
CNC
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Comissão de Normalização Contabilística
� Criada em 1975, é um organismo tecnicamente independente, 
que funciona administrativa e financeiramente no âmbito do 
Ministério das Finanças e da Administração Pública;
� O Decreto-Lei n.º 160/2009 procedeu ao ajustamento e à
adaptação do seu regime de competências, organização e 
funcionamento. 
4. Normalização contabilística actual: normas aplicáveis e 
CNC
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Porém, existem outros organismosnormalizadores:
• Banco de Portugal;
• Instituto de Seguros de Portugal;
• Comissão de Normalização Contabilística da Administração 
Pública; e
• Comissão do Mercado de Valores Mobiliários.
4. Normalização contabilística actual: normas aplicáveis e 
CNC
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5. Normas internacionais de contabilidade/relato financeiro
International Accounting Standards Comittee (IASC) –
organismo supranacional, criado em 1973, com os seguintes 
objectivos:
• Conceber e publicar normas de contabilidade que devem ser 
observadas na elaboração e publicação das demonstrações 
financeiras e promover a sua divulgação e aceitação a nível 
mundial;
• Melhorar a harmonização contabilística com vista a garantir a 
comparabilidade da informação financeira preparada e emitida 
pelas entidades, independentemente do país em que tal ocorra.
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5. Normas internacionais de contabilidade/relato financeiro
Em 2001, alterações significativas na estrutura e funcionamento 
do IASC levaram a que passasse a denominar-se International
Accounting Standards Board (IASB). Consequentemente as 
normas emitidas deixaram de se denominar International
Accounting Standards (IAS) e passaram a denominar-se 
International Financial Reporting Standards (IFRS).
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5. Normas internacionais de contabilidade/relato financeiro
De acordo com o art. 4.º do Decreto-Lei 158/2009:
• As DFC das entidades com valores mobiliários admitidos 
à negociação num mercado regulamentado devem ser
elaboradas (desde 2005 – Decreto-Lei 35/2005) de acordo com 
as NIC adoptadas na UE;
• As DFC das entidades sem valores mobiliários admitidos à
negociação num mercado regulamentado, podem ser
elaboradas de acordo com as NIC adoptadas na UE desde que 
sujeitas a CLC;
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5. Normas internacionais de contabilidade/relato financeiro
• As DFI das empresas incluídas no âmbito da consolidação
(com ou sem valores mobiliários admitidos à negociação num 
mercado regulamentado) podem ser elaboradas de acordo com 
as NIC adoptadas na UE ficando sujeitas a CLC.
• As DFI das empresas que não pertencem a grupos e que 
possuem valores mobiliários admitidos à negociação, 
devem ser elaboradas de acordo com as NIC adoptadas na UE.
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6. Profissões ligadas à contabilidade
TOC – assumem a função de planificar, organizar e coordenar a 
execução da contabilidade
ROC – assumem a responsabilidade de emitir uma opinião sobre se 
as demonstrações financeiras apresentam ou não, de forma 
verdadeira e apropriada, a posição financeira e os resultados da 
entidade.
Os TOC e os ROC desempenham um papel fulcral no tratamento da 
informação financeira, sendo que os TOC preparam e os ROC 
auditam a informação financeira que é da responsabilidade da 
administração, direcção ou gerência das entidades e é submetida à
aprovação dos titulares do capital da empresa reunidos em 
assembleia geral ou outro órgão com competência.
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6. Profissões ligadas à contabilidade
Quem tem de possuir TOC?
� As entidades sujeitas aos impostos sobre o rendimento que 
possuam ou devam possuir contabilidade regularmente organizada, 
segundo os planos de contas oficialmente aplicáveis, em 
conformidade com o determinado no Estatuto da Ordem dos 
Técnicos Oficiais de Contas (OTOC).
Quem são os TOC?
� Os profissionais inscritos na OTOC.
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6. Profissões ligadas à contabilidade
Quais as funções dos TOC?
1. Planificar, organizar e coordenar a execução da contabilidade das 
entidades que possuam, ou que devam possuir, contabilidade 
regularmente organizada segundo os planos de contas 
oficialmente aplicáveis ou o sistema de normalização 
contabilística, conforme o caso, respeitando as normas legais, os 
princípios contabilísticos vigentes e as orientações das entidades 
com competências em matéria de normalização contabilística;
2. Assumir a responsabilidade pela regularidade técnica, nas áreas 
contabilística e fiscal, das entidades referidas na alínea anterior;
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6. Profissões ligadas à contabilidade
Quais as funções dos TOC?
3. Assinar, conjuntamente com o representante legal das entidades 
referidas no n.º 1, as respectivas demonstrações financeiras e 
declarações fiscais, fazendo prova da sua qualidade, nos termos e 
condições definidos pela Ordem, sem prejuízo da competência e 
das responsabilidades cometidas pela lei comercial e fiscal aos 
respectivos órgãos;
4. Com base nos elementos disponibilizados pelos contribuintes por 
cuja contabilidade sejam responsáveis, assumir a 
responsabilidade pela supervisão dos actos declarativos para a 
segurança social e para efeitos fiscais relacionados com o 
processamento de salários.
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6. Profissões ligadas à contabilidade
Compete ainda aos TOC:
1. Exercer funções de consultoria nas áreas da contabilidade, da 
fiscalidade e da segurança social;
2. Intervir, em representação dos sujeitos passivos por cujas 
contabilidades sejam responsáveis, na fase graciosa do 
procedimento tributário, no âmbito de questões relacionadas com 
as suas competências específicas;
3. Desempenhar quaisquer outras funções definidas por lei, 
adequadas ao exercício das respectivas funções, designadamente 
as de perito nomeado pelos tribunais ou por outras entidades 
públicas ou privadas.
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6. Profissões ligadas à contabilidade
Quem tem de possuir ROC?
• As sociedades anónimas;
• As sociedades por quotas com conselho fiscal;
• As sociedades por quotas sem conselho fiscal e outras empresas que 
durante dois anos consecutivos tenham ultrapassado dois dos três
limites seguintes:
- Total do balanço 1.500.000€
- Total de rendimentos 3.000.000€
- N.º médio de trabalhadores 50
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6. Profissões ligadas à contabilidade
Quem tem de possuir ROC?
• Os fundos de investimento;
• Os fundos de pensões;
• As empresas públicas;
• Os institutos públicos e outras entidades que por legislação 
específica estejam obrigados à certificação legal de contas.
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6. Profissões ligadas à contabilidade
Quem são os ROC?
� Os profissionais inscritos na Ordem dos Revisores Oficiais de Contas 
(OROC).
Quais as funções dos ROC?
1. A revisão legal das contas, a auditoria às contas e os serviços 
relacionados, de empresas ou de outras entidades;
2. O exercício de quaisquer outras funções que por lei exijam a 
intervenção própria e autónoma dos ROC sobre determinados actos 
ou factos patrimoniais de empresas ou de outras entidades.
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BIBLIOGRAFIA
[1] Borges, A., Rodrigues, A., Rodrigues, R. (2010). Elementos de 
contabilidade geral (25.ª Edição). Lisboa: Áreas Editora
[2] Aviso n.º 15652/2009: Estrutura conceptual
[3] Decreto-Lei n.º 158/2009: Aprovação do SNC
[4] Decreto-Lei n.º 160/2009: Regime jurídico de organização e 
funcionamento da CNC
[5] Decreto-Lei n.º 310/2009:Estatuto da Ordem dos Técnicos 
Oficiais de Contas

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