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1 Contabilidade Financeira I 10/11 Contabilidade Financeira I Apontamentos do Cap. 1 Introdução 2 Contabilidade Financeira I 10/11 Cap. I – Introdução 1. A evolução da contabilidade como instrumento de gestão 2. Noção, objectivos e divisões da contabilidade 3. Utentes das demonstrações financeiras 4. Normalização contabilística actual: normas aplicáveis e CNC 5. Normas internacionais de contabilidade/relato financeiro 6. Profissões ligadas à contabilidade 3 Contabilidade Financeira I 10/11 1. A evolução da contabilidade como instrumento de gestão Segundo a maioria dos autores, a génese da contabilidade está estreitamente associada à necessidade sentida pelo homem de suprir as limitações da sua memória. Criação e aperfeiçoamento contínuo de um sistema de classificação e registo que permita avaliar, a qualquer momento, a composição e extensão do património de uma empresa. 4 Contabilidade Financeira I 10/11 1. A evolução da contabilidade como instrumento de gestão Se no início eram apenas registadas as transacções da empresa com o exterior, os registos contabilísticos alargaram-se progressivamente a todos os factos patrimoniais. Terá sido a revolução industrial e o consequente desenvolvimento das unidades capitalistas que conduziu à necessidade de aperfeiçoamento da técnica contabilística. 5 Contabilidade Financeira I 10/11 1. A evolução da contabilidade como instrumento de gestão Actualmente não basta recordar o passado e conhecer o presente! É necessário projectar o futuro! A CONTABILIDADE, além de proceder ao relato dos factos passados, É UM PODEROSO INSTRUMENTO DE GESTÃO. 6 Contabilidade Financeira I 10/11 2. Noção, objectivos e divisões da contabilidade A contabilidade é… … uma ciência que tem por objectivo o estudo do património das empresas, dando a conhecer, em qualquer momento, a sua composição qualitativa e quantitativa. … uma técnica de gestão que tem por finalidade a determinação da situação patrimonial das empresas e dos seus resultados. … é um sistema de informação que permite conhecer a situação económica, financeira e monetária da entidade no seu todo ou de qualquer das parcelas em que se encontre subdividida. 7 Contabilidade Financeira I 10/11 2. Noção, objectivos e divisões da contabilidade Objectivos históricos da contabilidade: • Suprir as limitações da memória humana, • Constituir um meio de prova entre partes discordantes ou em litígio. Hoje, a contabilidade deve dar uma imagem verdadeira e apropriada da posição económico-financeira e dos resultados das operações da empresa, por forma a ser útil a um vasto leque de utentes na sua tomada de decisão. 8 Contabilidade Financeira I 10/11 2. Noção, objectivos e divisões da contabilidade Contabilidade externa, geral ou financeira – procede ao registo das relações da empresa com o exterior, tem por base documentos externos, é obrigatória (DL 158/2009), presta informação para utentes externos, determina resultados globais, … Contabilidade interna, analítica ou de gestão – procede ao registo das operações internas da empresa, tem por base documentos internos, é facultativa, presta informação para utilizadores internos, determina resultados tão pormenorizados quanto necessário para auxílio à tomada de decisão, … 9 Contabilidade Financeira I 10/11 3. Utentes das demonstrações financeiras Investidores actuais e potenciais – quando comprar, deter ou vender partes de capital; Mutuantes – capacidade de cumprir os compromissos assumidos; Empregados – estabilidade retributiva e de postos de trabalho; Fornecedores e outros credores comerciais - continuidade da relação comercial e capacidade de cumprir PMP; Clientes – continuidade da relação comercial e qualidade do produto/serviço; Governo e seus departamentos – regulação da actividade, definição de políticas de tributação e estatísticas nacionais; Público – preocupações ambientais, económicas e sociais. 10 Contabilidade Financeira I 10/11 4. Normalização contabilística actual: normas aplicáveis e CNC “As informações prestadas pela contabilidade ultrapassam, em larga escala, o âmbito da empresa e dos seus mais directos colaboradores, revestindo interesse para um vasto conjunto de utilizadores. Sendo assim, será fundamental que as informações contabilísticas sejam obtidas a partir de métodos e procedimentos comummente conhecidos e aceites, por forma a que se elaborem documentos susceptíveis de interpretação e comparáveis com os de outras unidades.” 11 Contabilidade Financeira I 10/11 Objectivos da normalização contabilística: • Elaboração de um quadro de contas a ser seguido pelas unidades económicas; • Definição de regras de mensuração e de reconhecimento dos elementos das demonstrações financeiras; • Definição do conteúdo, regras de movimentação e articulação das contas; • Concepção de mapas-modelo para as demonstrações financeiras das unidades económicas; • Criação de normas contabilísticas e respectivas interpretações a serem seguidas pelas entidades. 4. Normalização contabilística actual: normas aplicáveis e CNC 12 Contabilidade Financeira I 10/11 “Em síntese, normalizar consiste em criar uma metodologia comum, a ser seguida pelas unidades económicas visando, fundamentalmente, a comparabilidade das informações inter- unidades, a universalidade dos dados recolhidos e a sua compreensibilidade pelos diversos agentes económicos.” 4. Normalização contabilística actual: normas aplicáveis e CNC 13 Contabilidade Financeira I 10/11 1977Até 1977 apenas os sectores bancário e segurador dispunham de normalização imposta por lei É aprovado o POC de 77, extensivo à generalidade das empresas (DL 47/77 de 7 de Fevereiro) 1986 Adesão de Portugal à Comunidade Europeia � adaptação da legislação nacional à comunitária • Novo POC em vigor desde 1 de Janeiro de 1990 (DL 410/89 de 21 de Novembro) � transposição da 4ª Directiva Comunitária • 1991 – profunda alteração ao POC de 89 (DL 238/91 de 2 de Julho) � transposição da 7ª Directiva Comunitária 4. Normalização contabilística actual: normas aplicáveis e CNC 14 Contabilidade Financeira I 10/11 2003 Iniciou-se o processo de remodelação do então modelo contabilístico, decorrente da aprovação, em 15 de Janeiro de 2003, pelo Conselho Geral da CNC, do “Projecto de Linhas de Orientação para um Novo Modelo de Normalização Contabilística” que, em linhas muito gerais, visava fundamentalmente a adopção a nível nacional das normas do IASB. 4. Normalização contabilística actual: normas aplicáveis e CNC 15 Contabilidade Financeira I 10/11 1/1/2010 Entrada em vigor do Sistema de Normalização Contabilística (SNC), aprovado pelo Decreto-Lei n.º 158/2009 de 13 de Julho. Foi revogado o POC e demais legislação complementar. 4. Normalização contabilística actual: normas aplicáveis e CNC 16 Contabilidade Financeira I 10/11 Estrutura legal do SNC Aprova as normas contabilísticas e de relato financeiro (1 a 28) n.º 15655/2009 Aprova a norma contabilística e de relato financeiro para pequenas entidades n.º 15654/2009 Aprova 2 normas interpretativasn.º 15653/2009 Aprova a Estrutura Conceptualn.º 15652/2009 Avisos Aprova o Código de Contasn.º 1011/2009 Aprova os Modelos de Demonstrações Financeiras n.º 986/2009 Portarias 4. Normalização contabilística actual: normas aplicáveis e CNC 17 Contabilidade Financeira I 10/11 Comissão de Normalização Contabilística � Criada em 1975, é um organismo tecnicamente independente, que funciona administrativa e financeiramente no âmbito do Ministério das Finanças e da Administração Pública; � O Decreto-Lei n.º 160/2009 procedeu ao ajustamento e à adaptação do seu regime de competências, organização e funcionamento. 4. Normalização contabilística actual: normas aplicáveis e CNC 18 Contabilidade Financeira I 10/11 Porém, existem outros organismosnormalizadores: • Banco de Portugal; • Instituto de Seguros de Portugal; • Comissão de Normalização Contabilística da Administração Pública; e • Comissão do Mercado de Valores Mobiliários. 4. Normalização contabilística actual: normas aplicáveis e CNC 19 Contabilidade Financeira I 10/11 5. Normas internacionais de contabilidade/relato financeiro International Accounting Standards Comittee (IASC) – organismo supranacional, criado em 1973, com os seguintes objectivos: • Conceber e publicar normas de contabilidade que devem ser observadas na elaboração e publicação das demonstrações financeiras e promover a sua divulgação e aceitação a nível mundial; • Melhorar a harmonização contabilística com vista a garantir a comparabilidade da informação financeira preparada e emitida pelas entidades, independentemente do país em que tal ocorra. 20 Contabilidade Financeira I 10/11 5. Normas internacionais de contabilidade/relato financeiro Em 2001, alterações significativas na estrutura e funcionamento do IASC levaram a que passasse a denominar-se International Accounting Standards Board (IASB). Consequentemente as normas emitidas deixaram de se denominar International Accounting Standards (IAS) e passaram a denominar-se International Financial Reporting Standards (IFRS). 21 Contabilidade Financeira I 10/11 5. Normas internacionais de contabilidade/relato financeiro De acordo com o art. 4.º do Decreto-Lei 158/2009: • As DFC das entidades com valores mobiliários admitidos à negociação num mercado regulamentado devem ser elaboradas (desde 2005 – Decreto-Lei 35/2005) de acordo com as NIC adoptadas na UE; • As DFC das entidades sem valores mobiliários admitidos à negociação num mercado regulamentado, podem ser elaboradas de acordo com as NIC adoptadas na UE desde que sujeitas a CLC; 22 Contabilidade Financeira I 10/11 5. Normas internacionais de contabilidade/relato financeiro • As DFI das empresas incluídas no âmbito da consolidação (com ou sem valores mobiliários admitidos à negociação num mercado regulamentado) podem ser elaboradas de acordo com as NIC adoptadas na UE ficando sujeitas a CLC. • As DFI das empresas que não pertencem a grupos e que possuem valores mobiliários admitidos à negociação, devem ser elaboradas de acordo com as NIC adoptadas na UE. 23 Contabilidade Financeira I 10/11 6. Profissões ligadas à contabilidade TOC – assumem a função de planificar, organizar e coordenar a execução da contabilidade ROC – assumem a responsabilidade de emitir uma opinião sobre se as demonstrações financeiras apresentam ou não, de forma verdadeira e apropriada, a posição financeira e os resultados da entidade. Os TOC e os ROC desempenham um papel fulcral no tratamento da informação financeira, sendo que os TOC preparam e os ROC auditam a informação financeira que é da responsabilidade da administração, direcção ou gerência das entidades e é submetida à aprovação dos titulares do capital da empresa reunidos em assembleia geral ou outro órgão com competência. 24 Contabilidade Financeira I 10/11 6. Profissões ligadas à contabilidade Quem tem de possuir TOC? � As entidades sujeitas aos impostos sobre o rendimento que possuam ou devam possuir contabilidade regularmente organizada, segundo os planos de contas oficialmente aplicáveis, em conformidade com o determinado no Estatuto da Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas (OTOC). Quem são os TOC? � Os profissionais inscritos na OTOC. 25 Contabilidade Financeira I 10/11 6. Profissões ligadas à contabilidade Quais as funções dos TOC? 1. Planificar, organizar e coordenar a execução da contabilidade das entidades que possuam, ou que devam possuir, contabilidade regularmente organizada segundo os planos de contas oficialmente aplicáveis ou o sistema de normalização contabilística, conforme o caso, respeitando as normas legais, os princípios contabilísticos vigentes e as orientações das entidades com competências em matéria de normalização contabilística; 2. Assumir a responsabilidade pela regularidade técnica, nas áreas contabilística e fiscal, das entidades referidas na alínea anterior; 26 Contabilidade Financeira I 10/11 6. Profissões ligadas à contabilidade Quais as funções dos TOC? 3. Assinar, conjuntamente com o representante legal das entidades referidas no n.º 1, as respectivas demonstrações financeiras e declarações fiscais, fazendo prova da sua qualidade, nos termos e condições definidos pela Ordem, sem prejuízo da competência e das responsabilidades cometidas pela lei comercial e fiscal aos respectivos órgãos; 4. Com base nos elementos disponibilizados pelos contribuintes por cuja contabilidade sejam responsáveis, assumir a responsabilidade pela supervisão dos actos declarativos para a segurança social e para efeitos fiscais relacionados com o processamento de salários. 27 Contabilidade Financeira I 10/11 6. Profissões ligadas à contabilidade Compete ainda aos TOC: 1. Exercer funções de consultoria nas áreas da contabilidade, da fiscalidade e da segurança social; 2. Intervir, em representação dos sujeitos passivos por cujas contabilidades sejam responsáveis, na fase graciosa do procedimento tributário, no âmbito de questões relacionadas com as suas competências específicas; 3. Desempenhar quaisquer outras funções definidas por lei, adequadas ao exercício das respectivas funções, designadamente as de perito nomeado pelos tribunais ou por outras entidades públicas ou privadas. 28 Contabilidade Financeira I 10/11 6. Profissões ligadas à contabilidade Quem tem de possuir ROC? • As sociedades anónimas; • As sociedades por quotas com conselho fiscal; • As sociedades por quotas sem conselho fiscal e outras empresas que durante dois anos consecutivos tenham ultrapassado dois dos três limites seguintes: - Total do balanço 1.500.000€ - Total de rendimentos 3.000.000€ - N.º médio de trabalhadores 50 29 Contabilidade Financeira I 10/11 6. Profissões ligadas à contabilidade Quem tem de possuir ROC? • Os fundos de investimento; • Os fundos de pensões; • As empresas públicas; • Os institutos públicos e outras entidades que por legislação específica estejam obrigados à certificação legal de contas. 30 Contabilidade Financeira I 10/11 6. Profissões ligadas à contabilidade Quem são os ROC? � Os profissionais inscritos na Ordem dos Revisores Oficiais de Contas (OROC). Quais as funções dos ROC? 1. A revisão legal das contas, a auditoria às contas e os serviços relacionados, de empresas ou de outras entidades; 2. O exercício de quaisquer outras funções que por lei exijam a intervenção própria e autónoma dos ROC sobre determinados actos ou factos patrimoniais de empresas ou de outras entidades. 31 Contabilidade Financeira I 10/11 BIBLIOGRAFIA [1] Borges, A., Rodrigues, A., Rodrigues, R. (2010). Elementos de contabilidade geral (25.ª Edição). Lisboa: Áreas Editora [2] Aviso n.º 15652/2009: Estrutura conceptual [3] Decreto-Lei n.º 158/2009: Aprovação do SNC [4] Decreto-Lei n.º 160/2009: Regime jurídico de organização e funcionamento da CNC [5] Decreto-Lei n.º 310/2009:Estatuto da Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas