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www.pontodosconcursos.net Página 1 (79) 3246 2418 / 3302 0022 CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS – ADEMIR COSTA PROFESSOR ADEMIR DA COSTA CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS TEMAS EDUCACIONAIS E PEDAGÓGICOS Módulo I 1. Planejamento e organização do trabalho peda- gógico. Entendendo por Organização do Trabalho Pedagógico o trabalho efetivo desenvolvido na escola, no interior da sala de aula e as ideias e ações que permeiam o projeto político-pedagógico. Assim, consideramos o Trabalho enquanto condição de produção do conhecimento; a Educação - enquanto práxis transformadora do sujeito; o Conhecimento - enquanto libertador do homem e possibilidade de superação do real. O trabalho pedagógico compreende todas as atividades teórico- práticas desenvolvidas pelos profissionais do estabelecimento de ensino para a realização do processo educativo escolar. Todos os processos que ocorrem em sala de aula devem ser entendidos e explicados sempre em uma perspectiva mais ampla da organização do trabalho pedagógico na escola e esta organização no contexto sócio‐cultural maior da sociedade capitalista, tendo como princípio fundante o trabalho. Consideramos que a organização do trabalho pedagógico assume, no espaço escolar, a forma global do trabalho do pedagogo, contemplando o planejamento, a gestão escolar e a docência. Portanto, a organização do trabalho pedagógico deve ser pensada a partir das relações dialéticas estabelecidas entre a escola, enquanto espaço privilegiado de educação, e o modo de produção capitalista. ✓ Natureza do Trabalho Pedagógico Para que a escola contribua na construção da cidadania, por meio da transmissão significativa dos conhecimentos historicamente construídos, faz-se necessário repensar as relações de poder e a organização do trabalho pedagógico procurando compreender a natureza e especificidade do trabalho educativo. Como substrato de análise a dialética historicista, procuramos entender o espaço escolar, com suas múltiplas redes de relações e neste sentido se põe como o lugar que apresenta uma dupla perspectiva: a) Dimensão Ontológica - se define como um espaço formador dos sujeitos históricos, pois, estes a partir de suas práticas sociais cotidianas se relacionarão mediados por relações sociais de trabalho. b) Dimensão Epistemológica - constitui-se como um lugar "privilegiado" de apropriação do conhecimento historicamente produzido pela humanidade bem como, um lugar de produção de conhecimento: o conhecimento educativo. 1.1.2. Distinção em Marx Há algum tempo vem sendo estimulada a figura do especialista, a racionalização administrativa, a hierarquia de funções, enfim, um modelo técnico-burocrático de organização escolar tido como “moderno”. ➢ A distinção entre essas análises tem se baseado muito em conceitos desenvolvidos por Marx. A questão do tra- balho produtivo/trabalho improdutivo é um exemplo. ➢ Para Marx, trabalho produtivo é todo o trabalho que produz mais-valia, que valoriza o capital. ➢ Marx, em suas obras, vale-se de vários exemplos pa- ra distinguir um trabalho do outro: casos do cantor, do professor, do médico. Para ele, o que importa é a forma como e por quem o trabalho é apropriado. Se um cantor, como diz Marx, pratica a sua arte em público sem ser contratado por um empresário da arte, ficando para si mesmo com o tota ➢ l ➢ arrecadado, seu trabalho é improdutivo. ➢ No entanto, se este trabalho é realizado por troca de salário, ficando o excedente com o capitalista, seu traba- lho é produtivo. ➢ Por este raciocínio, os professores que atuam na rede privada são trabalhadores produtivos, enquanto os pro- fessores da rede pública são trabalhadores improdutivos. Essa discussão, em termos da escola de hoje, não parece conduzir a lugares frutíferos. 1.1.3. Educação e Trabalho em Gramsci ➢ As relações sociais engendradas no fordismo requere- ram uma nova educação das pessoas. Novas subjetivida- des tiveram que ser construídas socialmente para que se instaurasse essa conformação social, que tinha – e tem – o trabalho como o eixo central da vida social. Foi neste contexto que Gramsci desenvolveu o conceito do trabalho como princípio educativo. ➢ O princípio educativo do trabalho são as formas como a sociedade educa a subjetividade dos indivíduos e a vida social para o trabalho e para a vida social. São as rela- ções sociais que formam o trabalhador. ➢ No caso do fordismo, Gramsci (1988) mostra como as relações sociais conformaram e disciplinaram o trabalha- dor parcelarizado, ou seja, como as relações de trabalho e o disciplinamento da vida social despiram a identidade do trabalhador artesão e educaram-no segundo a identi- dade do trabalhador operário. 1.1.4. O trabalho pedagógico em Frigotto ➢ Portanto, a escola não é uma mera ferramenta e cria- ção do capital, mas um espaço de contradições que toma determinada direção de acordo com a luta de classes, cabendo destacar que “não é da natureza da escola ser capitalista, senão que por ser o modo de produção social da existência dominantemente capitalista, tende a medi- ar os interesses do capital” (FRIGOTTO, 1989: 223). ➢ A função social da escola, transmitir o conhecimento produzido pela humanidade, pode ser funcional ao capital na medida em que possibilita o desenvolvimento das for- ças produtivas e, hegemonizada pelas relações capitalis- tas, pode reproduzir a força de trabalho, tal como se ne- cessita hoje, um saber fragmentado e não um saber em que predomine os fundamentos do trabalho. Além disso, podemos destacar o interesse do capital sobre a escola pela sua dimensão socializadora, de coesão e adaptabili- dade social. Com efeito, observamos que a escola, na etapa da acumulação flexível, é o único direito social que se expande. Isso ocorre por fatores combinados, seja para dar a população a sensação de humanização já reti- http://www.pontodosconcursos.net/ www.pontodosconcursos.net Página 2 (79) 3246 2418 / 3302 0022 CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS – ADEMIR COSTA rada em outras esferas, seja por que sua negação pode- ria provocar um dano maior que suas concessões home- opáticas, ou ainda a quebra de empresas que obtêm lu- cro como fornecedoras no entorno das escolas. ➢ Portanto, a escola não é uma mera ferramenta e cria- ção do capital, mas um espaço de contradições que toma determinada direção de acordo com a luta de classes, cabendo destacar que “não é da natureza da escola ser capitalista, senão que por ser o modo de produção social da existência dominantemente capitalista, tende a medi- ar os interesses do capital” (FRIGOTTO, 1989: 223). 1.1.5. Trabalho pedagógico em Libâneo ➢ Situa a educação como fenômeno social universal determinando o caráter existencial e essencial da mesma. ➢ Educação, a não intencional - refere-se a influências do contexto social e do meio ambiente sobre os indivíduos. ➢ Educação intencional - refere-se àquelas que têm objetivos e intenções definidos. ➢ A educação pode ser também, formal ou não-formal, dependendo sempre dos objetivos. a) A educação não-formal é aquela realizada fora dos sistemas educacionais convencionais, e b) A educação formal é a que acontece nas escolas, agências de instrução e educação ou outras. ➢ Coloca as ideologias como valores apresentados pela minoria dominante, politizando a prática educativa e de- monstrando o seu envolvimento com o social. ➢ Escola é o campo específico de atuação política do professor, politizando ainda mais o ambiente escolar. ✓ 1.1.6. Trabalho pedagógico em Saviani Com o início da Modernidade o desempenho das fábricas passa ser uma referência para o funcionamento das escolas. Nesse sentido,Saviani (2006), afirma que a produção capitalista dita normas de relacionamento e traz a universalização do ensino. Contudo, continua mantendo a dualidade da educação. Uma educação para o disciplinamento e com um currículo mínimo capaz de garantir a formação de um trabalhador com as elementares noções de leitura e de escrita e a matemática prática elementar. E a outra escola destinada à formação da elite dominante. 1.1.7. Fontana e Tumolo Apresentam, para fins didáticos, quatro situações ilustrativas de trabalho docente da nossa realidade: a) a docência como um processo simples de trabalho, como produção de valor e não de mais valia. É o caso, por exemplo, do professor que ensina o seu filho a ler; b) a docência como produção de valor de troca, isto é, vendida pelo próprio trabalhador, tal como o professor que ministra aulas particulares que não produz mais- valia; c) a docência na escola pública, que não produz mais valia para o capital e sim valor de uso e d) a docência que produz mais- valia, quando o professor vende sua força de trabalho ao proprietário da escola privada. Os autores consideram limitada a discussão sobre o trabalho docente que tem por base o processo de trabalho ao invés da relação social de produção. Discutindo a tese da proletarização docente, os autores ressaltam, primeiramente, que apenas o trabalho docente na escola privada poderia ser considerado como proletário, propondo, então, a seguinte distinção: a) o trabalho docente da escola privada não é proletário porque é feito pelo professor, e muito menos porque suas condições de trabalho se deterioraram, ou porque seu trabalho pode ser padronizado, fragmentado e flexibilizado, tal qual acontece com outros trabalhadores. b) Nem é proletário porque há uma desqualificação de sua força de trabalho e uma perda do controle de seu trabalho, mas sim, porque, independentemente das características do processo de trabalho, esse professor é um trabalhador inserido num processo de produção de capital. c) “Como proletário, ele ‘deixa de ser’ professor, ‘deixa de ser’ categoria profissional de professores e ‘passa a ser’ classe: classe proletária. Como classe proletária, o professor não se distingue dos outros trabalhadores proletários [...]”(FONTANA e TUMOLO, 2006, p.11) que estabelecem a relação capitalista de produção e produzem capital. 1.2. Processo de planejamento. O planejamento é um processo de sistematização e or- ganização das ações do professor. É um instrumento da racionalização do trabalho pedagógico que articula a ati- vidade escolar com os conteúdos do contexto social (LI- BÂNEO, 1991). Planejamento é um processo de busca de equilíbrio entre meios e fins, entre recursos e objetivos, na busca da me- lhoria do funcionamento do sistema educacional. (SO- BRINHO, 1994, p.3). Planejamento é um “processo de tomada de decisão so- bre uma ação. Processo que num planejamento coletivo (que é nossa meta) envolve busca de informações, ela- boração de propostas, encontro de discussões, reunião de decisão, avaliação permanente”. Planejamento é pro- cesso de reflexão, de tomada de decisão [...] enquanto processo, ele é permanente (VASCONCELOS, 1995, p.43). 1.2.1. Concepção, importância, dimensões e ní- veis. Em síntese, o planejamento é uma tomada de decisão sistematizada, racionalmente organizada sobre a educa- ção, o educando, o ensino, o educador, as matérias, as disciplinas, os conteúdos, os métodos e técnicas de ensi- http://www.pontodosconcursos.net/ www.pontodosconcursos.net Página 3 (79) 3246 2418 / 3302 0022 CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS – ADEMIR COSTA no, a organização administrativa da escola e sobre a co- munidade escolar. ❖ Níveis de organização do planejamento da edu- cação ✓ Macro no Planejamento do Sistema de Educação, que corresponde ao planejamento da educação em âmbi- to nacional, estadual e municipal. Este planejamento ela- bora, incorpora e reflete as políticas educacionais. ✓ O planejamento global da escola corresponde às ações sobre o funcionamento administrativo e pedagógi- co da escola; para tanto, este planejamento necessita da participação em conjunto da comunidade escolar. Nos dias atuais, em que o trabalho pedagógico tem sido solicitado em forma de projeto, o planejamento escolar pode estar contido no Projeto Político Pedagógico – PPP, ou no Plano de Desenvolvimento Escolar – PDE. ✓ O planejamento curricular é a organização da di- nâmica escolar. É um instrumento que sistematiza as ações escolares do espaço físico às avaliações da apren- dizagem. ✓ O planejamento de ensino envolve a organização das ações dos educadores durante o processo de ensino, integrando professores, coordenadores e alunos na ela- boração de uma proposta de ensino, que será projetada para o ano letivo e constantemente avaliada. ✓ O planejamento de aula organiza ações referentes ao trabalho na sala de aula. É o que o professor prepara para o desenvolvimento da aprendizagem de seus alunos coerentemente articulado com o planejamento curricular, com o planejamento escolar e com o planejamento de ensino. ❖ Dimensões do planejamento Todo planejamento deve retratar a prática pedagógica da escola e do professor. No entanto, a história da educação brasileira tem demonstrado que o planejamento educacional tem sido uma prática desvinculada da realidade social, marcada por uma ação mecânica, repetitiva e burocrática, contribuindo pouco para mudanças na qualidade da educação escolar. A importância do planejamento como uma prática crítica e transformadora do pedagogo; por isso, faz-se necessário que você compreenda as duas dimensões que constituem o planejamento: ✓ Dimensão política – toda ação humana é eminen- temente uma ação política. O planejamento não pode ser uma ação docente encarada como uma atividade neutra, descompromissada e ingênua. Mesmo quando o docente “não” planeja, ele traduz uma escolha política. A ação de planejar é carregada de intencionalidades, por isso, o planejamento deve ser uma ação pedagógica comprome- tida e consciente. ✓ Dimensão técnica – o saber técnico é aquele que permite viabilizar a execução do ensino, é o saber fazer a atividade profissional. No caso da prática do planejamen- to educacional, o saber técnico determina a competência para organizar as ações que serão desenvolvidas com visando à aprendizagem dos alunos. Cabe ao professor saber fazer, elaborar, organizar a prática docente. Veja, o que diz Morin (1999) sobre as quatro aprendizagens fundamentais para alicerçarem o conhecimento. Verifique que a dimensão técnica é a segunda aprendizagem: aprender a fazer - para poder agir sobre o meio envol- vente. A dimensão técnica do conhecimento é o aprender do aluno a fazer fazendo. 1.3. Planejamento participativo. Para que a escola possa se organizar e funcionar de ma- neira eficaz, bem como cumprir suas funções sociais e educacionais, o planejamento participativo é um recurso extremamente importante na busca do aperfeiçoamento dos afazeres e auxilia, sobremaneira, na realização do trabalho coletivo. Ao implementar o planejamento participativo, os gesto- res desvinculam-se das tomadas de decisões centraliza- das e alinham-se às possibilidades de trabalho participa- tivo e coletivo com vistas a eliminar os improvisos e ações isoladas. 1.3.1 Concepção, construção, acompanhamento e avaliação. Nesse sentido, planejamento, plano de aulas e necessi- dades educativas devem caminhar paralelamente juntas para o bom aproveitamento e desenvolvimento da insti- tuição escolar (LUCK, 2008). ✓ Não possui caráter técnico e burocrático; ✓ Um instrumento crítico e não excludente às opiniões dos envolvidos,respeitando e colocando em prática a participação de todos; ✓ Compromisso com a transformação social e educacio- nal; ✓ Encontra respaldo na teoria cognitiva encontramos fundamentos de desenvolvimentos e participação, explo- rando a capacidade cognitiva na prática dos educadores; ✓ Também se fundamenta na teoria afetiva, encontra- mos o engajamento e encorajamento entre as equipes que interagem entre si para um determinado objetivo. ❖ Fases do planejamento participativo ✓ preparação do Plano Escolar, entendido como o re- gistro sistematizado e justificado das decisões tomadas pelos agente educacionais que vivenciam o dia-a-dia da escola; ✓ acompanhamento da execução das operações pen- sadas no Plano Escolar, de forma a fazer, caso seja ne- cessário, as alterações nas operações de forma que essas alcancem os objetivos propostos; ✓ revisão de todo o caminhar, avaliando as operações que favoreceram o alcance dos objetivos e aquelas ope- rações que pouca influência tiveram sobre o mesmo, ini- ciando-se assim um novo planejamento. http://www.pontodosconcursos.net/ www.pontodosconcursos.net Página 4 (79) 3246 2418 / 3302 0022 CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS – ADEMIR COSTA Em síntese, 0 planejamento caracteriza-se, desta forma como um processo ininterrupto de planejar, acompanhar, avaliar, replanejar... ❖ Avaliação A democratização desse espaço pela via da participação é extremamente relevante para que a escola supere o ritual puro e simples de identificação de problemas e avance para o patamar de um diagnóstico emancipador, capaz de confrontar diferentes visões sobre uma mesma realidade para tomada de decisões, o que amplifica as possibilidades de ações e de acertos. Entretanto, não é possível identificar problemas sem que a autoavaliação institucional seja considerada, pois essa se insere como instrumento democrático de aperfeiçoamento e recondução das ações e como forma de sistematização escolar, num movimento de prática reflexiva sob o exercício da ação-reflexão-ação, tendo como referência a realidade/situação que a escola se encontra, seus indicadores e as metas a serem alcançadas e o quanto a escola tem que caminhar para realizar a missão prevista no seu projeto político pedagógico. Auto avaliação e as avaliações externas são ferramentas capazes de fornecer elementos que conduzam a uma melhor organização do trabalho escolar, pelo reconhecimento dos seus pontos fortes (potencialidades) e seus pontos fracos (fragilidades), reafirmando a necessidade da avaliação percorrer todas as etapas do planejamento. 1.3. Planejamento escolar O planejamento é de extrema importância, desde que, na sua elaboração, os principais autores saibam relacionar os conteúdos com a realidade educacional. O plano não deve estar desvinculado das relações que há entre a es- cola e a realidade do aluno, no sentido de buscar novos caminhos, cujo objetivo é transformar a realidade exis- tente. 1.3.1 Planos da escola, do ensino e da aula. a) Plano da escola Como afirma Libaneo, (2001, p. 225): “[...] É o documento mais global; expressa orientações gerais que sintetizam, de um lado, as ligações do projeto pedagógico da escola com os planos de ensino propriamente ditos”. No entanto, o planejamento escolar é apontado como alternativa de organização coletiva, em que diversos segmentos envolvendo (professores das diversas áreas, alunos, funcionários administrativos e comunidade) discutir e decidir coletivamente e publicamente os objetivos, metas, finalidades, valores, atitudes e solucionem os problemas comuns à escola, viabilizando assim a materialização de uma escola realmente democrática e objetiva. Planejar consiste em prever e decidir sobre: ➢ o que pretendemos realizar; o que vamos fazer; ➢ como vamos fazer; ➢ como devemos analisar a situação a fim de verificar se o que pretendemos foi atingido. O planejamento escolar inclui tanto a previsão das atividades didáticas em termos da sua organização e coordenação em face dos objetivos propostos, quanto a sua revisão e adequação no decorrer do processo de ensino. O planejamento é um meio para se programar as ações docentes, mas é também um momento de pesquisa e reflexão intimamente ligado à avaliação. b) Plano de Ensino O planejamento de ensino configura-se como um roteiro organizado de unidades didáticas para um ano ou semestre composto dos seguintes elementos: justificativa da disciplina; conteúdos; objetivos gerais e específicos; metodologia e avaliação. Assim, Um planejamento de ensino deverá prever: ➢ Objetivos (para que ensinar e aprender?); ➢ Conteúdos (o que ensinar e aprender?); ➢ Métodos (como e com o que ensinar e apren- der?); ➢ Tempo (quando e onde ensinar e aprender?) e ➢ Avaliação (como e o que foi efetivamente ensi- nado e aprendido?). Estes elementos estão todos ligados à concepção que a escola e os professores tem como principio básico: ➢ a função da educação; ➢ a função da escola, ➢ das especificidades das disciplinas; ➢ e sobre seus objetivos sociais e pedagógicos. Tais elementos visam a assegurar a racionalização, a organização e a coordenação do trabalho docente, de modo que a previsão das ações docentes possibilite ao professor a realização de um ensino de qualidade e evite a improvisação e a rotina. Sobre esses elementos materializam-se os referenciais político-pedagógicos da prática pedagógica dos professores. Podemos dizer que o planejamento de ensino é a especificação do planejamento de currículo. Onde traduz em termos mais concretos e operacionais o que o professor fará na sala de aula, para conduzir os alunos a alcançar os objetivos educacionais propostos. c) Plano de aula Na elaboração do plano de aula, deve-se levar em consideração, em primeiro lugar, que a aula é um período de tempo variável, as características dos alunos, suas possibilidades, necessidade e interesses. Por isso é importante que o professor faça uma sondagem do que os alunos já sabem sobre os conhecimentos a serem abordados. O processo de ensino e aprendizagem se compõe de uma sequência articulada de fases: ➢ Preparação e apresentação dos objetivos, conte- údos e tarefas; ➢ Desenvolvimento da matéria nova; ➢ Consolidação (fixação, exercícios, recapitulação, sistematização); Síntese integradora e aplicação e Avaliação. A aula é a forma predominante de organização didática do processo de ensino. É na aula que organizamos ou criamos as situações docentes, isto é, as condições e meios necessários para que os alunos assimilem ativamente conhecimentos, habilidades e desenvolvam suas capacidades cognoscitivas. Um plano para ser considerado adequado deve seguir alguns princípios, como: Coerência e unidade; ➢ Continuidade e sequência; ➢ Flexibilidade; http://www.pontodosconcursos.net/ www.pontodosconcursos.net Página 5 (79) 3246 2418 / 3302 0022 CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS – ADEMIR COSTA ➢ Objetividade e funcionalidade e a Precisão. Como o planejamento requer que se pense no futuro. Ele é formado também pelos componentes básicos do planejamento de ensino, onde o objetivo é a descrição clara do que se pretende alcançar como resultado da nossa atividade, eles nascem da própria situação da comunidade, da família, da escola, da disciplina, do professor e principalmente do aluno. Os objetivos, portanto, são sempre do aluno e para o aluno. TEMAS EDUCACIONAIS E PEDAGÓGICOS Módulo II 2. Currículo do proposto à prática. O termo currículo é usado dentro e fora da sala de aula de várias maneiras e com vários sentidos, conceitos ou definições. Assim sendo, para distinguir o uso dessetermo ou palavra no sentido de denotar o conteúdo programático de um assunto ou da área de estudos específicos, no sentido d e se referir ao programa total das disciplinas de uma escola de qualquer nível ou grau de ensino. 2.1. Definições 2.1.1. Concepção de Edgar Morin Define currículo como terreno fértil para a constituição de uma teoria educacional mais ampla, tendo em vista que permite a interação coletiva de vários sujeitos, tais como, professores e alunos, nos espaços formal e informal. 2.1.2. Concepção de Macedo (2002), Saviani (2003), Silva (1999) Identificam o currículo como produto da seleção cultural, onde estão inclui avaliação, organização, distribuição e conteúdos programáticos, compreendendo não apenas um conjunto de conhecimentos acadêmicos ou científicos e saberes organizados estruturalmente através de uma grade ou desenho curricular, acontecendo aí, também a ligação dos saberes e/ou conhecimentos científicos com o processo didático-pedagógico. 2.2. Tipos de currículo O currículo escolar pode ser formal, real e oculto. É assim que tipificam os teóricos preocupados com a temática em qualquer academia em que qualquer continente até o momento conhecido e habitável humanamente falando. 2.2.1. Currículo formal Assim sendo, entende-se por currículo formal o conjunto de prescrições oriundas das diretrizes curriculares, produzidas tanto no âmbito nacional, a exemplo dos PCNs – Planos Currículares Nacionais da Educação Infantil, do Ensino Fundamental I e II e do Ensino Médio, quanto nas secretarias de educação estaduais e municipais e bem assim na própria escola, onde indica os documentos oficiais, nas propostas pedagógicas e nos regimentos escolares das instituições educacionais em todos os níveis e graus de ensino da Educação Básica, segundo a Lei nº 9.93/96 (BRASIL, 1996). 2.2.2. Currículo real Por outro lado, entende-se como currículo real a transposição pragmática do currículo formal, a interpretação que professores e alunos constroem, conjuntamente, no exercício cotidiano de enfrentamento das dificuldades, sejam conceituais, materiais, de relação entre professor e alunos e entre os alunos. São os resumos e ou as sínteses construídas por professores e alunos, a partir dos elementos do currículo formal e das experiências pessoais vivenciadas de cada um na construção de sua aprendizagem escolar e social. 2.2.3. Currículo oculto O currículo oculto é aquele que escapa das prescrições, não foi planejamento, não consta dos conteúdos originários do currículo formal ou do real. São as práticas preconceituosas, discriminatórias e formas de compreensão e tratamentos envolvendo professor aluno. O currículo oculto também vai se manifestar, entre outras formas, na maneira como os funcionários tratam os alunos e seus pais, no modo de organização das salas de aula, no uso da quadra de esportes, no tipo de cartaz pendurado nas paredes, nas condições de higiene e conservação dos sanitários, no próprio espaço físico da escola como um todo. 2.2.4. Currículo integrado Para Santomé (1996, p.64), o currículo integrado é a “[…] forma de organizar os conteúdos culturais dos currículos de maneira significativa, de tal forma que desde o primeiro momento os alunos e alunas compreendem o quê e o porquê das tarefas escolares nas quais se envolvem”. Diante de tal afirmação o uso de vídeo em sala de aula passa a ter um papel especial, agradável e contextualizado no tocante a aprendizagem dos alunos, além de ser mais uma fonte de pesquisa usada pelos discentes, além de mostrar parte de sua realidade social e educacional. Segundo Bernstein, a integração coloca as disciplinas e cursos isolados numa perspectiva relacional, de tal modo que o abrandamento dos enquadramentos e das classificações do conhecimento escolar promove maior iniciativa de professores e alunos, maior integração dos saberes escolares com os saberes cotidianos dos alunos, combatendo, assim, a visão hierárquica e dogmática do conhecimento. No ‘currículo integrado’, conhecimentos de formação geral e específicos para o exercício profissional também se integram. Um conceito específico não é abordado de forma técnica e instrumental, mas visando a compreendê-lo como construção histórico-cultural no processo de desenvolvimento da ciência com finalidades produtivas. Em razão disto, no ‘currículo integrado’ nenhum conhecimento é só geral, posto que estrutura objetivos de produção, nem somente específico, pois nenhum conceito apropriado produtivamente pode ser formulado ou compreendido desarticuladamente das ciências e das linguagens. 2.3. Teorias curriculares 2.3.1. As Teorias Curriculares Tradicionais http://www.pontodosconcursos.net/ https://www.nucleodoconhecimento.com.br/tag/educacao-infantil https://www.nucleodoconhecimento.com.br/tag/educacao-infantil http://www.sites.epsjv.fiocruz.br/dicionario/verbetes/curint.html http://www.sites.epsjv.fiocruz.br/dicionario/verbetes/curint.html www.pontodosconcursos.net Página 6 (79) 3246 2418 / 3302 0022 CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS – ADEMIR COSTA Afirmam que “o currículo aparece, assim, como o conjunto de objetivos de aprendizagem selecionados que devem dar lugar à criação de experiências apropriadas que tenham efeitos cumulativos avaliáveis, de modo que se possa manter o sistema numa revisão constante, para que nele se operem as oportunas reacomodações” (SACRISTÁN, 2000, p. 46). Nesse sentido, a elaboração do currículo limitava-se a ser uma atividade burocrática, desprovida de sentido e fundamentada na concepção de que o ensino estava centrado na figura do professor, que transmitia conhecimentos específicos aos alunos, estes vistos apenas como meros repetidores dos assuntos apresentados. 2.3.2. Teorias Curriculares Críticas Definem que “o currículo oculto é constituído por todos aqueles aspectos do ambiente escolar que, sem fazer parte do currículo oficial, explícito, contribuem, de forma implícita para aprendizagens sociais relevantes […]o que se aprende no currículo oculto são fundamentalmente atitudes, comportamentos, valores e orientações…”, Silva (1999). Assim sendo, a função do currículo, mais do que um conjunto coordenado e ordenado de matérias, seria também a de conter uma estrutura crítica que permitisse uma perspectiva libertadora e conceitualmente crítica em favorecimento das massas populares. As práticas curriculares, nesse sentido, eram vistas como um espaço de defesa das lutas no campo cultural e social. 2.3.3. Teorias Curriculares Pós-críticas Afirmam que “…o conhecimento não é exterior ao poder, o conhecimento não se opõe ao poder. O conhecimento não é aquilo que põe em xeque o poder: o conhecimento é parte inerente do poder […], o mapa do poder é ampliado para incluir os processos de dominação centrados na raça, na etnia, no gênero e na sexualidade “, na concepção de Silva. Desse modo, mais do que a realidade social dos indivíduos, era preciso compreender também os estigmas étnicos e culturais, tais como a racialidade, o gênero, a orientação sexual e todos os elementos próprios das diferenças entre as pessoas. Nesse sentido, era preciso estabelecer o combate à opressão de grupos semanticamente marginalizados e lutar por sua inclusão no meio social. TEMAS EDUCACIONAIS E PEDAGÓGICOS Questões dos Módulos I e II O planejamento ajuda-nos a garantir a diversidade da interação e da efetiva participação dos alunos no dia-a- dia. Com certeza, no cotidiano, várias situações envolvem o ato de planejar. Temos a sensação de que nossas experiências terão mais sucesso se planejarmos tudo antes de realizá-las. A intencionalidade do planejamento diz respeito também a como relacionamosas atitudes dos alunos com os conhecimentos sistematizados. Em relação às ideias e às estruturas do texto acima, julgue os itens seguintes. 1. O planejamento educacional tem como principal obje- tivo harmonizar as utopias dos professores e realizar seus desejos educacionais, excluindo as crianças. 2. O planejamento auxilia o professor unicamente no seu trabalho com os alunos, sem se preocupar com o com- portamento pessoal. 3. O planejamento assegura a presença dos conheci- mentos sistematizados no dia-a-dia. 4. O planejamento engloba o presente e o futuro dos alunos, garantindo relações com a aprendizagem futura. 5. Planejamento de ensino é o processo de decisão sobre atuação concreta dos professores, no cotidiano de seu trabalho pedagógico, envolvendo as ações e situações, em constante interações entre professor e alunos e entre os próprios alunos. O ato de planejar é um ato decisório político, científico e técnico. Político na medida em que se estabelece uma finalidade a ser intencionalmente alcançada; cientifico, pois a ciência desvenda conexões objetivas da realidade e permite uma ação consciente; técnico, pois se refere à construção de modos operacionais que vão mediar a decisão política e a compreensão científica do processo de nossa ação. (Adaptado. Cipriano C. Luckesi. Avaliação da Aprendizagem Escolar). Em relação às ideias e às estruturas do texto acima, julgue os itens seguintes. 6. O planejamento escolar consiste num documento ela- borado pela equipe pedagógica da escola e executado pelo professor em sala de aula e num ato decisório que indica o caminho a seguir pelo professor e aluno durante o ano letivo. 7. O planejamento escolar consiste num ato burocrático de preencher formulários e na ação do professor isolado desvinculada do Projeto Pedagógico. 8. O Planejamento, plano e projetos pressupõem a com- preensão sobre as relações de aproximação entre eles e traduzem projetos políticos pedagógicos distintos quanto ao lugar e ao papel da educação e da gestão escolar. Com relação ao processo de planejamento em educação, julgue os itens subsequentes. 9. Como características essenciais do planejamento edu- cacional brasileiro em diversos momentos históricos, des- tacam-se a descontinuidade das ações governamentais e a redução das ações de planejamento à elaboração e execução de orçamentos. 10. O estabelecimento da missão da instituição constitui ação de planejamento de nível estratégico, e a elabora- ção dos objetivos departamentais, de nível operacional. 11. O Plano Nacional de Educação é instrumento de pla- nejamento educacional pertencente ao nível tático de planejamento. 12. Na composição de grupos para a construção de pla- nejamento participativo, deve-se priorizar a reunião de participantes com ideias afins, evitando-se, desse modo, a ocorrência de conflitos que possam atrapalhar a conse- cução das ações e metas previstas. 13. Segundo a abordagem tradicional de planejamento, que se apoia na teoria positivista, as ações de planeja- http://www.pontodosconcursos.net/ www.pontodosconcursos.net Página 7 (79) 3246 2418 / 3302 0022 CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS – ADEMIR COSTA mento cabem aos especialistas que ocupam os mais ele- vados níveis hierárquicos. 14. Para que o planejamento seja efetivamente instru- mento para a ação, ele deve ser um guia de orientação deve ser objetivo, coerente, flexível e organizado. O pla- nejamento não deve ser rígido, não deve ser restrito (te- ológico - questões religiosas) e não pode servir apenas como instrumento para a transmissão de conteúdos e conhecimentos na sala de aula. 15. O planejamento de ensino, processo de sistematiza- ção dos conteúdos e ações docentes, visa organizar o trabalho pedagógico, racionalizando as atividades do pro- fessor e do aluno, na situação de ensino-aprendizagem. 16. Em uma perspectiva tradicional de planejamento, ao realizar o planejamento de ensino de sua disciplina, o professor deve traçar objetivos gerais e específicos, de- vendo estes ser alcançáveis em menor tempo que aque- les e explicitar desempenhos observáveis. 17. Na elaboração do planejamento de ensino, a organi- zação sequencial de conteúdos apresenta duas dimen- sões: a vertical, que é o sequenciamento dos conteúdos pelo seu grau de complexidade, e a horizontal, que está relacionada aos diferentes campos do conhecimento. 18. Sobre o planejamento educacional participativo, ela- borado na perspectiva das teorias críticas, traz consigo duas dimensões fundamentais: o trabalho individual e o compromisso com a transformação social. Concebe e realiza o planejamento dentro de um modelo de decisão unificado e homogeneizador. 19. O planejamento de ensino deve ser articulado, por isso os níveis de abrangência favorecem apenas uma análise organizacional e não devem delimitar o seu uni- verso de forma específica. 20. A prática educativa requer organização prévia por meio do planejamento das ações didáticas e pedagógicas da escola. Uma vez estabelecido, esse planejamento educacional não pode ser mudado, pois constitui um do- cumento formal. 21. Os planos de aula são os principais instrumentos do nível de planejamento escolar. 22. Os interesses, desejos, ideologias e propostas dos educadores influenciam o planejamento de ensino, uma vez que as visões de mundo e de sociedade desses pro- fissionais se consolidam no ato de planejar os objetivos e metas de ensino. 23. No planejamento de ensino, entende-se por objetivo geral a seleção, pelo professor, de experiências adequa- das de aprendizagem, a comunicação aos alunos do que se espera deles e a padronização da avaliação. A função social da escola tem sido cada vez mais diversi- ficada. Ela se funda na premente necessidade do acom- panhamento, por parte das instituições educativas, das mudanças que se processam aceleradamente em função dos avanços da ciência e da tecnologia e o mundo do trabalho. Em relação às ideias e às estruturas do texto acima, julgue os itens seguintes. 24. Os conteúdos curriculares devem reforçar o ensino de conteúdos da prática e minimizar os conteúdos teóricos. 25. A cultura escolar deve desenvolver um ensino que crie conexões entre o que o aluno aprende e as experiên- cias de vida. 26. As questões sobre o currículo estão no centro das discussões atuais. Segundo Marisa Vorraber Costa (2001), as teorias curriculares expressam determinadas visões de mundo e de currículo. Na teoria pós-crítica, o currículo precisa levar em consideração, principalmente, identidades, diferenças, alteridades, gênero e multiculturalismo. 27. Entre as várias definições o currículo constitui um conjunto articulado de saberes, regidos por uma ordem social que elege determinadas narrativas consideradas válidas, envolve elementos culturais e diz respeito unicamente a uma listagem de conteúdos a serem transmitidos aos educandos. Os currículos da educação infantil, do ensino fundamental e do ensino médio devem ter base nacional comum, a ser complementada, em cada sistema de ensino e em cada estabelecimento escolar, por uma parte diversificada, exigida pelas características regionais e locais da sociedade, da cultura, da economia e dos educandos. Em relação às ideias e às estruturas do texto acima, julgue os itens seguintes. 28. O currículo oculto expressa uma operação fundamental da análise sociológica, que consiste em descrever os processos sociais que moldam nossa subjetividade como que por detrás de nossas costas, sem nosso conhecimento consciente. 29. Currículo prescrito é aquele preestabelecido em todo um território, seja nacional ou estatal, que todos os professores devemseguir e executar. Ele atribui à escola o papel de reproduzir a cultura e é imposto por documentos oficiais como Lei. 30. Currículo real é aquele que acontece dentro da sala de aula entre educadores e seus alunos. Tendo caráter bem prático e flexível, ele diz respeito às atividades planejadas e desenvolvidas no Projeto Político‐Pedagógico da escola e os planos de aula realizados pelos professores. 31. Currículo oculto são as influências externas e internas que afetam a aprendizagem dos alunos de alguma maneira, as manifestações e simbologias no ambiente escolar. Este tipo de currículo diz respeito aos conteúdos diários que os alunos aprendem durante as aulas, seus atos, comportamentos, gestos, percepções, mas que não http://www.pontodosconcursos.net/ www.pontodosconcursos.net Página 8 (79) 3246 2418 / 3302 0022 CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS – ADEMIR COSTA são oficiais, ou seja, não se encontram documentados em papel. 32. Conteúdos, códigos e práticas são elementos essenciais da estrutura do currículo, sendo os códigos oriundos das concepções epistemológicas e opções políticas que embasam o currículo da escola. Em sua contestação das subjetividades modernas, as teorias pós-críticas não apontam nenhum telos perfeccionista, salvacionista ou progressista. Elas não supõem uma exegese pela qual buscariam a interpretação mais coincidente como o sujeito ‘real’. Não constituem uma doutrina geral sobre o que é ‘bom ser’, nem um corpo de princípios imutáveis do que é ‘certo fazer’. Tampouco normatizam as condutas humanas, escorando-as em verdades seguras ou em fundamentos racionais” (CORAZZA, 2002, p.56). Em relação às ideias e às estruturas do texto acima, julgue os itens seguintes. 33. O currículo a partir das teorias pós-criticas em educação é um modo de subjetivação, vinculado a modos de saber e de poder. É uma linguagem, é o que dizemos e fazemos, é a compreensão de nossa temporalidade e espaço. 34. O currículo a partir das teorias pós-criticas em educação acredita que não existe posição neutra e que a reprodução das desigualdades sociais ocorre nos discursos e conteúdos trabalhados em sala de aula. São muitos os trabalhos que defendem propostas de integração do conhecimento escolar, tanto em concepções curriculares tradicionais como em concepções curriculares críticas. Em relação aos currículos integrados, julgue os itens seguintes. 35. São baseados nos interesses e necessidades dos alunos e na relevância social do conhecimento. 36. Adaptam-se mais facilmente aos atuais processos de trabalho e à crescente mobilidade nos empregos. 37. Possibilitam analisar problemas e buscar soluções do cotidiano, ampliando o conhecimento de alunos e de professores. 38. Sustentam uma organização do trabalho pedagógico, mantendo relações hierárquicas e assimétricas entre docentes. Currículo é uma construção social do conhecimento, pressupondo a sistematização dos meios para que esta construção se efetive; a transmissão dos conhecimentos historicamente produzidos e as formas de assimilá-los, portanto, produção, transmissão e assimilação são processos que compõem uma metodologia de construção coletiva do conhecimento escolar, ou seja, o currículo propriamente dito. Em relação às ideias e às estruturas do texto acima, julgue os itens seguintes. 39. Atitudes e valores transmitidos no cotidiano escolar que não estão explicitados em documentos fazem parte do currículo oculto da escola e O educador tem papel fundamental no processo curricular. 40. O currículo real é aquele que acontece em decorrência de um projeto pedagógico e dos planos de ensino. TEMAS EDUCACIONAIS E PEDAGÓGICOS Módulo III 3. Tecnologias da Informação e comunicação na educação. 3.1. Contextualização e definição Segundo Chiavenato (2002, p.142), comunicação “é a troca de informações entre indivíduos. Significa tornar comum uma mensagem ou informação. Constitui um dos processos fundamentais da experiência humana e da organização social”. A comunicação pode ser feita de maneira verbal (oral e escrita) e não verbal na qual ocorre a troca de sinais, com os movimentos com a cabeça, expressão do solhos e da face, postura, mímica, paralinguagem, dentre outras formas de expressão (ROSA,LANDIM,2009). A crescente globalização e criação de novas tecnologias ao longo dos anos têm proporcionado à população, novos meios de comunicação (SALGADO, 2002). Por consequência, a sociedade tem descoberto novas formas de ensinar e aprender, no entanto, não é o suficiente (MORAN, 2004). Além, do ato da aprendizagem, os alunos precisam ser inovadores, empreendedores, criativos, independentes, com comportamento ético e preocupações sociais (MORAN, 2004). Desta maneira, as Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) são um conjunto de recursos tecnológicos e computacionais, presentes no processo de utilização da informação (VELLOSO, 2003). Elas estão cada vez mais presentes na vida da população e inseridas no processo educacional (CRUZ et al, 2010). A nova era da tecnologia está produzindo mudanças mundiais tanto na economia e comunicação, quanto no modo de pensar a educação (RIBAS, 2008). 3.2. As tecnologias da educação e educação A introdução das tecnologias da informação e da comunicação no processo educacional tem a finalidade de intensificar a melhoria dos recursos midiáticos utilizados em sala de aula pelos professores que atuam em uma instituição de ensino, seja ela particular ou pública. A tecnologia vem modificando os conceitos de toda a sociedade ao longo de sua evolução pela história. No campo educacional, o resultado não seria diferente, ela torna-se mais uma ferramenta no processo de ensino- aprendizagem. As grandes mudanças que ocorreram na educação, e, mais precisamente, na teoria pedagógica estão de certo modo ligadas às transformações que se deram nos meios de comunicação: ora da educação realizada por meio da oralidade e da imitação ao ensino por meio da linguagem escrita, tendo como seu principal suporte o livro impresso, ora dos recursos computacionais hoje disponíveis. 3.3. O professor e as TIC http://www.pontodosconcursos.net/ www.pontodosconcursos.net Página 9 (79) 3246 2418 / 3302 0022 CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS – ADEMIR COSTA (SANTOS et al., 2010) afirma que o desenvolvimento das novas tecnologias na sala de aula não diminui o papel dos educadores, pelo contrário, ele deixa de ser o transmissor do saber, tornando-se um elemento do conjunto, organizando o saber coletivo. As tecnologias não substituem o professor, mas permitem que algumas das tarefas e funções dos professores possam ser modificadas (MORAN, 1998). A tarefa de passar informações pode ser deixada aos bancos de dados, livros, vídeos ou programas em CDROM, segundo Freire e Shor (1986). a) O professor deve ser motivador: Muitas vezes, o professor em sala de aula não utiliza uma TIC, pois acredita que os estudantes já as dominam de forma facilitada. Nesses casos, em virtude desse conhecimento projetado, cabe ao professor permitir que eles façam uso das TIC para beneficiar-se em função do conteúdo programático apresentado. b) O professor deve ser um líder: O professor deve conhecer a TIC inserida para transmitir o conhecimento de um determinado conteúdo. Ele deve agir estrategicamente e buscar junto aos estudantes so- luções colaborativas e que permitam a participação de- les. É necessário lembrar que ser um líder também re- quer ser aprendiz. c) O professor deve planejar: O docente deve conhecer seus conteúdos programáticos e planejar o uso das TIC em relação a eles. De nada adi-anta utilizar uma TIC sem o planejamento adequado, pois a intenção de uma ferramenta como esta é auxiliar o professor no processo ensino aprendizagem e não torná- la um recurso isolado para ajudar o docente, quando este não possui suas aulas previamente preparadas. d) O professor deve gerenciar o tempo: Muitos usuários acreditaram que as TIC poderiam realizar a demissão de diversos trabalhadores. Pode-se dizer, nesse sentido, que essa informação é um conceito intan- gível e inadequado. O professor deve conhecer o mo- mento certo de trazer para o ambiente escolar a relação entre a teoria e a prática, e nada mais concreto do que gerenciar o fator tempo para essa finalidade. Impor a condição de que a TIC é uma forma de aprendizado rápi- da, é um conceito errôneo, pois mesmo com a inserção da tecnologia, o tempo de aprendizado é relevante para que o docente ensine e o aluno aprenda o conteúdo. e) O professor deve harmonizar os conteúdos e as tecnologias: Em um ambiente, o docente deve ser o responsável pela escolha das tecnologias com que irá trabalhar no proces- so ensino-aprendizagem. Para isso, é preciso que o pro- fessor conheça as TIC disponíveis na escola em que se insere e, dessa forma, saiba utilizá-las de acordo com os conteúdos ministrados por ele em sala de aula. f) O professor deve fazer a avaliação: O propósito da avaliação com o uso da TIC deixa de ser aquele que está apenas no papel. Com o uso da tecnolo- gia, os processos de interação e a construção do conhe- cimento por parte do aluno permitem que esse construa suas habilidades e demonstre competências de acordo com a evolução do aprendizado. USO DAS TICS NA EDUCAÇÃO PONTOS POSITIVOS PONTOS NEGATIVOS As TIC no processo educacional podem enriquecer as aulas, diversificando as metodologias de ensino e aprendizagem onde os professores deixam de ser mestres e passam a ser facilitadores deste processo, proporcionam agilidade e eficiência tanto para os professores quanto para os alunos (RIBAS, 2008) (SOLTOSKI, SOUZA, 2011). As ferramentas tecnológicas ainda não foram absorvidas de maneira efetiva, motivos: despreparo inicial de professores que desconhecem o modo de utilizá-las e muitas vezes elas acabam não atuando como ferramentas pedagógicas, dificuldade de investimento financeiro, limitação de banda em algumas regiões do país e possíveis conflitos culturais (ALVES, 2012). A introdução das TIC nas salas de aula auxilia no processo de ensino e aprendizagem, proporcionando o aluno todo tempo a construir conhecimento, uma vez que facilitam o acesso a informações (RIBAS, 2008) Facilidade de divulgação de informações, que muitas vezes são equivocadas ou até mesmo erradas, além disso, os alunos podem ser prejudicados por materiais retirados de fontes nada confiáveis, duvidosas ou sem nenhuma fundamentação teórica. (SOLTOSKI, SOUZA, 2011). A flexibilidade da internet valoriza a importância do auto estudo e aprendizagem dirigida, destacando a atuação do professor que na maior parte do tempo acompanha, gerencia, supervisiona, avalia o aluno (MORAN, 2009). As cópias ou plágios dos conteúdos disponibilizados na internet em trabalhos escolares. Nesse ponto de vista, a internet acaba facilitando a vida do aluno, prejudicando o seu desenvolvimento intelectual (CRUZ, 2010). O uso do computador no processo de ensino e aprendizagem permite para os alunos e professores um espaço amplo de pesquisa, poderoso em recursos, comunicação e velocidade (REIS, SANTOS, TVARES, 2012). Falta de preparo dos usuários para a utilização das TIC associada à precariedade de estrutura para a utilização de tais recursos acaba tornando os equipamentos mal utilizados ou até inúteis (SOLTOSKI, SOUZA, 2011). As TIC permitem estreitar as relações entre alunos e professores através da utilização de programas que permitem à comunicação à distância como e-mails e chats, expandindo o processo de ensino para além da sala de aula servindo como meio de troca de materiais, desenvolvimento de Este novo homem precisa ser capaz de resolver problemas, precisa dominar as novas TIC e estar em constante busca pelo conhecimento para não ser deixado para trás (BUENO, VARELLA, 2010). http://www.pontodosconcursos.net/ www.pontodosconcursos.net Página 10 (79) 3246 2418 / 3302 0022 CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS – ADEMIR COSTA trabalhos em conjuntos, novos conhecimentos compartilhados, etc. (CARDIM, 2009) (RIBAS, 2008). 3.3. TIC no processo de ensino e aprendizagem e seus benefícios e uso O docente, a fim de dinamizar suas aulas, no intuito de que os alunos aprendam o conteúdo programático de uma forma diferente e interessante, pode usar a todo o momento um leque de estratégias metodológicas. Dentre essas possibilidades, as TIC se encaixam perfeitamente, pois proporcionam uma troca de informações de diversas formas que podem levar ao conhecimento (FREIRE, 2011). ✓ Em se tratando de sala de aula, as TIC são vistas co- mo molas propulsoras e recursos dinâmicos para a edu- cação, uma vez que, quando utilizadas de maneira corre- ta pelos educadores e educandos permitem intensificar a melhoria das práticas pedagógicas desenvolvidas em sala de aula e fora dela (FREIRE, 2011). ✓ O uso das TIC no processo de ensino e aprendizagem estimula os alunos, permite a dinamização dos conteú- dos, e o desenvolvimento da autonomia e criatividade dos mesmos (ANDRADE, 2011). ✓ Essas tecnologias, facilitam também as trocas interin- dividuais levando o aluno todo tempo a construir conhe- cimento, pois facilitam o acesso a informações (RIBAS, 2008). ✓ Como já dito, a sociedade de hojê exige um cidadão mais criativo, autônomo e atento às novidades e mudan- ças que ocorrem todo o tempo no mundo. A introdução das TIC na educação ajuda significativamente nesse con- texto, sendo vistas então como um benefício em se tra- tando dessa formação do cidadão moderno. 3.4. As TICS em sala de aula 3.4.1. Planejamento didático O planejamento didático pode ser uma organização fe- chada e rígida quando o professor trabalha com esque- mas, aulas expositivas, apostilas e avaliação tradicional e que, de certa maneira, pode facilitar para os alunos, mas, por outro lado, transfere para o aluno um pacote pronto do conhecimento (MORAN, 2009). No planejamento didático com uso das TICs, prevalece uma organização aberta e flexível quando se trabalha com projetos a partir de experiências adquiridas. Profes- sores ao elaborarem um planejamento didático devem saber que existe a necessidade de saber escolher aquilo que melhor possa atender aos alunos em consonância com a realidade atual (MORAN, 2009). 3.4.2. Pesquisa A internet tem se tornado, cada vez mais, um dos princi- pais meios de acesso às informações, e, com isso, uma fonte de pesquisa inesgotável. Acesso a portais de busca e pesquisa de textos científicos facilitam muito as pesqui- sas na busca das informações. Mas, os conteúdos disponibilizados devem ser analisados criticamente para que o acesso às tecnologias existentes seja democratizado. O uso e adequação das TICs em sala de aula exigem um planejamento e uma metodologia da prática de ensino. Nesse processo, o professor continua tendo um papel fundamental, não como transmissor do conhecimento, mas sim como mediador no acesso e organização dos processos. Pode ajudar os alunos a serem criteriosos nas escolhas de conteúdo e, comparar textos com múltiplas visões. Com base em temas de interesse, pode propor investigações das mais simples até as mais complexase assim ajudar no desenvolvimento de um pensamento construtivista e organização semântica continua (MORAN, 2009). 3.5. Hipertexto Os textos, ao longo da história da humanidade, apresentam-se, em sua maioria, como narrativas retóricas e lineares, ou seja, a narrativa segue uma temporalidade linear, com acontecimentos subsequentes. Mas nem sempre foi assim, e hoje em dia também não é mais só assim. O termo hipertexto foi criado por Theodore Nelson, na década de 1960, para denominar a forma de escrita e de leitura não linear na informática. O hipertexto se assemelha à forma como o cérebro humano processa o conhecimento: fazendo relações, acessando informações diversas, construindo ligações entre fatos, imagens, sons, enfim, produzindo uma teia de conhecimentos. No hipertexto, o leitor passa a ter uma participação mais ativa, pois ele pode seguir caminhos variados dentro do texto, selecionando pontos que o levam a outros textos ou outras mídias para complementar o sentido de sua leitura. O leitor torna-se, assim, um coautor do texto, pois constrói tramas paralelas de acordo com seu interesse. No entanto, o hipertexto não está somente na internet. Um livro de formato tradicional também pode ter sua estrutura interna em forma de hipertexto. Um livro de contos, por exemplo, pode ser lido sem seguir a ordem em que os contos foram organizados. As enciclopédias e os dicionários também apresentam estrutura hipertextual, já que indicam outros verbetes que complementam a consulta do leitor. E ainda há livros em que o autor coloca nas margens informações complementares ao texto principal, buscando o formato hipertextual. 3.6. Cibercultura O filósofo Pierre Lévy, traça suas percepções sobre a o crescimento do ciberespaço, novo meio de comunicação que surge da interconexão de computadores e o consequente surgimento da cibercultura. Segundo ele, “a cibercultura expressa o surgimento de um novo universal, diferente das formas que vieram antes dele no sentido de que ele se constrói sobre a indeterminação de um sentido global qualquer” (LÉVY, 1999, p. 15). Assim, Cibercultura é a cultura que surgiu, surge, ou está surgindo, a partir do uso da rede de computadores, e de outros suportes tecnológicos (como, por exemplo, o smartphone) através da comunicação virtual, a indústria do entretenimento e o comércio eletrônico, no qual se configura o presente. O prefixo ciber vem da palavra inglesa cybernetics. http://www.pontodosconcursos.net/ https://pt.wikipedia.org/wiki/Cultura https://pt.wikipedia.org/wiki/Rede_de_computadores https://pt.wikipedia.org/wiki/Com%C3%A9rcio_eletr%C3%B4nico www.pontodosconcursos.net Página 11 (79) 3246 2418 / 3302 0022 CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS – ADEMIR COSTA O termo Cibercultura tem vários sentidos, mas se pode entender como a forma sociocultural que advém de uma relação de trocas entre a sociedade, a cultura e as novas tecnologias de base micro-eletrônicas surgidas na década de 1970, graças à convergência das telecomunicações com a informática. A cibercultura é um termo utilizado na definição dos agenciamentos sociais das comunidades no espaço eletrônico virtual. Estas comunidades estão ampliando e popularizando a utilização da Internet e outras tecnologias de comunicação, possibilitando assim maior aproximação entre as pessoas de todo o mundo, seja por meio da construção colaborativa, das multimodalidades e/ou da hipertextualidade. Por outro lado, o ciberespaço ao funcionar como um novo lugar de sociabilidade, acaba por originar novas formas de relações sociais, com códigos, estruturas e especificidades próprias. Entretanto, esses novos códigos não são completamente inéditos e sim uma reformulação das possibilidades já conhecidas de sociabilidade, tanto de espaço/tempo virtuais, quanto de seus agentes sociais, cuja capacidade de metamorfose é levada às últimas consequências. TEMAS EDUCACIONAIS E PEDAGÓGICOS Questões do Módulo III Ao navegar na internet, podemos acessar ambientes e conteúdos virtuais como recursos tecnológicos a serviço da aprendizagem. Para Lévy (2010), o hipertexto é uma tecnologia da inteligência. Sobre o texto e a sua temática, julgue os itens subsequentes: 41. O hipertexto constitui uma rede de interfaces e cria possibilidades de pesquisa por palavras-chave. 42. O hipertexto apresenta uma interface de leitura linear e possibilita a visualização gráfica de mapas interativos. A inserção da tecnologia da informação e da comunicação na sociedade trouxe transformações diversas ao ser humano, pois, por meio dela, é possível gerir conhecimento em qualquer lugar do mundo, permitindo que a troca de informações entre as pessoas seja possível e facilitada, independentemente do formato ou da distância envolvida. Sobre o texto e a sua temática, julgue os itens subsequentes: 43. Um Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) permite integrar múltiplas mídias, linguagens e recursos, apresentar informações de maneira organizada, desenvolver interações entre pessoas, elaborar e socializar as produções considerando determinados objetivos. 44. O professor deve ser um usuário alerta, crítico e seletivo do que propõem os especialistas dos softwares educativos, na tomada de decisão sobre o uso desses recursos didáticos em suas aulas. 45. O uso dos softwares educativos determina os objetivos de aprendizagem no planejamento de sequências didáticas e, desta feita, na atualidade, as TIC têm avançado de maneira que podem ser usadas para substituir o trabalho educativo do professor e de outros atores na escola. Com o uso das tecnologias da informação e da comunicação no trabalho pedagógico, o professor precisa se dar conta que pode potencializar a comunicação e a aprendizagem utilizando interfaces da Internet. Sobre o tema, julgue as afirmativas a seguir. 46. A ferramenta está para a sociedade industrial como instrumento de fabricação, de manufatura. A interface está para a cibercultura como espaço on-line de encontro e de comunicação entre duas ou mais faces. É mais do que um mediador de interação ou tradutor de sensibilidades entre as faces. Isso sim seria "ferramenta", termo inadequado para exprimir o sentido de "ambiente", de "espaço" no ciberespaço ou "universo paralelo de zeros e uns. 47. O professor pode lançar mão das interfaces para a co-criação da comunicação e da aprendizagem em sua sala de aula presencial e on-line. Elas favorecem integração, sentimento de pertença, trocas, crítica e autocrítica, discussões temáticas, elaboração, colaboração, exploração, experimentação, simulação e descoberta. 48. Apenas de forma mediada, o chat permite discussões temáticas e elaborações colaborativas que estreitam laços e impulsionam a aprendizagem. O texto das participações é quase sempre telegráfico, ligeiro, não linear e próximo da linguagem oral, efervescente e polifônico. Considerando que o uso da Internet na escola é exigência da cibercultura, isto é, do novo ambiente comunicacional-cultural que surge com a interconexão mundial de computadores em forte expansão no início do século XXI, novo espaço de sociabilidade, de organização, de informação, de conhecimento e de educação, julgue as afirmativas a seguir as afirmativas a seguir. 49. A educação do cidadão não pode estar alheia ao novo contexto socioeconômico-tecnológico, cuja característica geral não está mais na centralidade da produção fabril ou da mídia de massa, mas na informação digitalizada como nova infraestrutura básica, como novo modo de produção. C 50. Na cibercultura, a lógica comunicacional não supõe rede hipertextual, multiplicidade, interatividade, imaterialidade, virtualidade, tempo real, multissensorialidade e multidirecionalidade.51. O computador e a Internet definem essa nova ambiência informacional e dão o tom da nova lógica comunicacional, que toma o lugar da distribuição em massa, própria da fábrica e da mídia clássica, até então símbolos societários. 52. A contribuição da educação para a inclusão do aprendiz na cibercultura exige um aprendizado prévio por parte do professor. Uma vez que não basta convidar a um site para se promover inclusão na cibercultura, ele precisará se dar conta de pelo menos quatro exigências da cibercultura oportunamente favoráveis à educação cidadã. TEMAS EDUCACIONAIS E PEDAGÓGICOS Módulo IV 4 Educação a distância 4.1. Contextualização O desenvolvimento da tecnologia e da internet possibilitou um avanço em uma modalidade de ensino: a educação a distância (EaD). No início o ensino era feito por meio de correspondência com apostilas impressas. Nos anos 1970, além dos materiais impressos a educação a distância tinha como suporte a TV, o rádio e até mesmo o telefone. Atualmente destacam-se as infinitas possibilidades que a internet oferece para a EaD. Com isso a busca por cursos na modalidade ensina a distância tem crescido cada vez mais. É possível obter certificados de nível técnico até de pós-graduação. 4.2. Conceitos 4.2.1. Conceito de Keegan em 1991 O autor define a Educação a Distância como a separação física entre professor e aluno, que a distingue do ensino presencial, comunicação de mão dupla, onde o estudante http://www.pontodosconcursos.net/ www.pontodosconcursos.net Página 12 (79) 3246 2418 / 3302 0022 CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS – ADEMIR COSTA beneficia-se de um diálogo e da possibilidade de iniciativas de dupla via com possibilidade de encontros ocasionais com propósitos didáticos e de socialização. 4.2.2. Conceito de Chaves, em 1999. A Educação a Distância, no sentido fundamental da expressão, é o ensino que ocorre quando o ensinante e o aprendente estão separados (no tempo ou no espaço). No sentido que a expressão assume hoje, enfatiza-se mais a distância no espaço e propõe-se que ela seja contornada através do uso de tecnologias de telecomunicação e de transmissão de dados, voz e imagens (incluindo dinâmicas, isto é, televisão ou vídeo). 4.2.3. O conceito de Educação a Distância no Brasil[ O conceito de Educação a Distância no Brasil é definido oficialmente no Decreto nº 5.622 de 19 de dezembro de 2005 (BRASIL, 2005): Art. 1o Para os fins deste Decreto, caracteriza- -se a Educação a Distância como modalidade educacional na qual a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em lugares ou tempos diversos. Em síntese a educação a distância funciona a partir de uma integração virtual, em uma plataforma, entre um aluno e um tutor EAD, separados por tempo e espaço, mas que se relacionam de maneira eficiente no sentido de garantir um aprendizado completo e eficaz. 4.3. Especificidades ➢ Democratização do acesso ao ensino: A educação a distância possibilita que o ensino seja democratizado e alcance todas as esferas sociais e econômicas. Além dis- so, outra possibilidade importante que a educação a dis- tância possibilita é a inclusão de pessoas com deficiência, seja física ou mental, que não podem ou conseguem fre- quentar uma instituição convencional. ➢ Flexibilidade de horários: educação a distância possibilita que o aluno tenha mais flexibilidade de horá- rios para estudar, o que ajuda muito quem trabalha ou faz outros cursos presenciais. As aulas online permitem cronogramas alternativos de acordo com a disponibilida- de do aluno. ➢ Acesso a cursos de graduação e pós-graduação: Na modalidade de ensino a distância é possível conseguir um diploma em diferentes cursos, de idiomas, técnicos, atividades variadas e até mesmo graduação e pós- graduação. De acordo com o Ministério da Educação (MEC) os cursos de graduação necessariamente precisam um mínimo de classes presenciais. ➢ Personalização da aprendizagem: Na modalidade de educação a distância (EaD) o aluno é a principal peça dentro do processo de aprendizagem. O aluno tem auto- nomia e é auto responsável pelo se rendimento e ritmo de estudo. O aluno tem a possibilidade de seguir a se- quencia de aprendizagem que lhe é mais agradável, sem fugir do plano de aula do curso. 4.4. Educação a Distância e currículo O ensino à distância tem percorrido um longo caminho desde a sua entrada na arena educacional, há décadas. O seu processo de ensino e aprendizagem teve início por meio de conteúdo impresso, por correspondência, e evoluiu para o modo de aprendizagem on-line, o qual foi completado pelo desenvolvimento de ambientes multimídias, possibilitando a disponibilização de ferramentas tecnológicas flexível. 4.4.1. EAD e a construção do currículo Com a finalidade de desenvolver o desenho de um currículo consoante às demandas sociais, consideramos que algumas estratégias devem ser consideradas tais como: a) a identificação do grupo de estudantes-alvo, com a análise de suas características e estilos de aprendizagem, seus conhecimentos prévios, fatores motivacionais, sua intenção de fazer o curso e a capacidade de aplicar o que foi aprendido; b) a identificação dos resultados de aprendizagem do curso e com base no grupo alvo, desenvolver objetivos que são realistas, assim como mensuráveis, a fim de alcançar os resultados pretendidos; c) a identificação do modo de entrega do conteúdo instrucional em um processo de aprendizagem à distância proposto, bem como as ferramentas de ensino disponíveis para o programa de distância no método de entrega de conteúdo selecionado e que podem ser apresentações, vídeo, podcasts, arquivos PDF, imagens, etc.; d) a identificação dos métodos disponíveis para a interação como os fóruns de discussão e bate-papo; e) o desenvolvimento de material instrucional que considera as características dos estudantes, os objetivos e eficácia da aprendizagem; f) apresentação do conteúdo instrucional por meio de estratégias designadas dentro de um prazo realista e com orientação adequada. O programa deve promover a disciplina para o estudo, bem como manter a motivação adequada; g) o desenvolvimento de um mecanismo em que o feedback seja contínuo e incentivador, dando a devida atenção ao estudante em trajetória e evolução. O currículo na Educação a distância deve contemplar: ✓ As dimensões sociais, políticas, educativas, cognitivas e relacionais dos estudantes na construção do conheci- mento. ✓ Metodologicamente, a participação dos estudantes nos fóruns, para debater os textos estudados e as ideias suportadas pelas reflexões feitas a partir deles. ✓ O uso dos materiais didáticos, utilizando as mídias digitais, a avaliação e a participação autônoma e consci- ente são aspectos essenciais para garantir experiências exitosas na educação a distância on-line. 4.5. EAD e as ferramentas Para que um curso em ead seja bem executado é necessário conhecer as ferramentas para ead disponíveis e usá-las. Cada uma das ferramentas têm suas particularidades e podem ser ou não utilizadas juntas. Veja a lista de ferramentas que separamos para você analisar e utilizar as que mais se adequam a sua realidade: 4.5.1. AVA O AVA (ambiente virtual de aprendizagem) é uma das ferramentas mais conhecidas e utilizadas. Nela ficam armazenadas todas as outras ferramentas que poderão ser utilizadas dentro do curso. Por exemplo, os materiais de estudo que serão lidos, links para artigos, vídeos ou áudios que possam complementar o aprendizado, entre outros. O AVA pode ser personalizado de acordo comas necessidades de cada um e oferece uma melhor experiência para o aluno que for utilizar. 4.5.2. Fóruns http://www.pontodosconcursos.net/ http://www.estudiosite.com.br/site/educacao-a-distancia/vantagens-e-limitacoes-do-ead/ https://www.edools.com/faq/o-que-e-ava/ www.pontodosconcursos.net Página 13 (79) 3246 2418 / 3302 0022 CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS – ADEMIR COSTA Dentro de cada aula ou módulo é possível deixar um espaço para um fórum de discussão. Para que assim os alunos participem, interagindo com outros alunos. Essa ferramenta possibilita a troca de experiências e conhecimentos. Os fóruns de discussão são fixos e visíveis para todos os participantes, sendo um ótimo local para que alunos e professores compartilharem links e materiais de apoio. 4.5.3. Chat O chat, diferente do fórum, é um espaço para interação durante uma aula. Dessa forma, alunos e professores conseguem trocar experiências sobre o assunto. Essa ferramenta visa a criação de vínculo entre os participantes. 4.5.4. E-mail Apesar de haver locais dentro da plataforma para troca de experiência, o e-mail é uma ótima ferramenta para contato direto entre alunos e professores. Com ela, alunos com dúvidas mais específicas, problemas relacionados com o conteúdo ou a plataforma, ou mesmo contato para a posterioridade, podem entrar contato com o professor. 4.5.5. Blog O blog é uma das ferramentas para ead que possibilita um aprendizado mais profundo de conteúdos relacionados com o que é apresentado nas aulas. Nele é possível disponibilizar conteúdos diversificados, servindo como um material auxiliar ao apresentado em curso. Além disso, é um excelente canal para divulgação do seu curso. Nele é possível compartilhar de textos, áudios, vídeos e imagens sobre o conteúdo abordado, sendo uma ferramenta de fácil manuseio e edição. 4.5.6. Biblioteca virtual É dentro das bibliotecas virtuais que os alunos podem consultar materiais que serão apoio durante o curso. Por exemplo, o professor cita uma obra em que o conteúdo todo é embasado, ele pode disponibilizá-lo para os alunos na biblioteca virtual. 4.6. Diferença de ferramentas assíncronas e síncronas 4.6.1. Ferramentas síncronas: são online e que permitem interação em tempo real, instantaneamente. Webconferência, Audioconferência e Chat, são algumas das ferramentas síncronas comuns na EAD. 4.6.2. Ferramentas assíncronas: são as desconectadas de tempo e espaço. Também tem uma interação online (por se tratar de EAD), mas a relação entre o aluno e o professor é de acordo com o tempo de cada um. As ferramentas assíncronas da EAD permitem uma reflexão antes de conversar, são menos constrangedoras para pessoas mais tímidas e menos extrovertidas. Fórum, e- mail e blog são algumas ferramentas assíncronas comuns na EAD. TEMAS EDUCACIONAIS E PEDAGÓGICOS Questões do Módulo IV Os ambientes virtuais reúnem as ferramentas usadas no decorrer do curso, como materiais de estudo, links para vídeos, chats e fóruns. Para acessá-los, os alunos inserem login e senha, e o uso fica restrito aos participantes cadastrados. Por ser online, eles podem ser acessados de qualquer local, em qualquer horário. Além de personalizados de acordo com o que a instituição busca oferecer, esse ambientes dão ao estudante uma visão organizada das possibilidades do curso e permitem uma navegação facilitada. Acerca da temática acima, julgue os itens subsequentes 53. Na prática de EaD (Ensino a Distância), existe um recurso de comunicação síncrono, isto é, em tempo real, pelo qual os participantes recebem mensagens no momento que alguém os enviou e vice-versa. Para ser realizado, é necessário determinar horários e o número de participantes, além de um mediador para organizar as perguntas, as respostas e os comentários. Esse recurso chama-se: Chat. Considerando a educação a distância (EAD), julgue os itens abaixo. 54. A EAD no Brasil iniciou-se em 1904, com a instalação das escolas internacionais abertas, instituições basicamente privadas, que ofereciam cursos pagos por correspondência. 55. A LDB vigente considera a EAD um instrumento importante na formação e na capacitação de professores em serviço. A EAD propicia a redução de custos de médio e longo prazos, comparativamente à prática de ensino presencial tradicional. 56. A televisão, o vídeo, o rádio e o computador são instrumentos pedagógicos auxiliares e podem substituir a interação direta entre professores e alunos. 57. As possibilidades da EAD são relevantes com relação ao crescimento dos índices de conclusão do ensino médio e fundamental. Uma das competências individuais é o saber fazer, ou seja, a habilidade de transformar o conhecimento em ações concretas. A respeito das atribuições de tutores, professores e alunos no âmbito da educação à distância (EAD), julgue os itens subsequentes. 58. O tutor representa um elo entre docente e discente, pois auxilia nas atividades de competência do primeiro, bem como acompanha e apoia pedagogicamente o segundo. 59. O perfil do aluno da EAD é previsível, uma vez que as pessoas que buscam essa modalidade de ensino possuem fácil acesso aos meios tecnológicos e estão preparadas para lidar com tecnologias de informação e comunicação (TIC), o que facilita a ação dos profissionais que trabalham com a EAD. 60. Entre as competências do professor que atua na EAD incluem-se capacitar equipes, desenvolver metodologias de ensino à distância, coordenar o trabalho dos tutores e propor metodologias de avaliação à distância. TEMAS EDUCACIONAIS E PEDAGÓGICOS Módulo V 5 Educação para a diversidade, cidadania e educação em e para os direitos humanos. 5.1. Educação em direitos humanos A educação como direito humano é considerada um direito social integrante da denominada segunda geração de direitos, formulados e afirmados a partir do século XIX. São muitas as referências à importância do direito à educação, mas poucas as reflexões que têm se dedicado a aprofundar o conteúdo deste direito numa perspectiva ampla, sem reduzi-lo à escolarização, abordagem que constitui a tendência quase exclusiva dos trabalhos que vêm sendo realizados. Sergio Haddad afirma, na introdução do Relatório sobre o Direito à Educação, realizado pela Plataforma Brasileira de Direitos Humanos, Econômicos, Sociais e Culturais, em 2004: a) Conceber a Educação como Direito Humano diz res- peito a considerar o ser humano na sua vocação ontoló- gica de querer "ser mais", diferentemente dos outros seres vivos, buscando superar sua condição de existência no mundo. Para tanto, utiliza-se do seu trabalho, trans- forma a natureza, convive em sociedade. Ao exercitar sua vocação, o ser humano faz História, muda o mundo, http://www.pontodosconcursos.net/ www.pontodosconcursos.net Página 14 (79) 3246 2418 / 3302 0022 CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS – ADEMIR COSTA por estar presente no mundo de uma maneira permanen- te e ativa. b) A educação é um elemento fundamental para a reali- zação dessa vocação humana. Não apenas a educação escolar, mas a educação no seu sentido amplo, a educa- ção pensada num sistema geral, que implica na educação escolar, mas que não se basta nela, porque o processo educativo começa com o nascimento e termina apenas no momento da morte do ser humano. Isto pode ocorre no âmbito familiar, na sua comunidade, no trabalho, jun- to com seus amigos, nas igrejas, etc. Os processos edu- cativos permeiam a vida das pessoas. c) Os sistemas escolares são parte deste processo edu- cativo em que aprendizagens básicas são desenvolvidas. Ali, conhecimentos essenciais são transmitidos, normas, comportamentos e habilidades
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