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HORA DE ESCOLHER -
Camila, da Creche
Aventura do Aprender, em
Osasco, aponta sua opção
de brinquedo. Foto:Patrícia
Stavis
Endereço da página:
https://novaescola.org.br/conteudo/2494/projeto-para-
desenvolver-oralidade-e-escrita-na-pre-escola
Publicado em NOVA ESCOLA 01 de Abril | 2008
Prática Pedagógica
Projeto para desenvolver
oralidade e escrita na
pré-escola
Trabalho faz com que as crianças expressem suas
preferências e respeitem os colegas
Adriana Toledo
A comida favorita, a história mais legal, a
música mais divertida. As crianças adoram
trocar experiências e falar sobre as coisas que
gostam de fazer. "Eu prefiro brincar de
boneca", diz Camila Vieira de Souza, 5 anos, da
Creche Aventura do Aprender, em Osasco, na
Grande São Paulo. "Eu adoro jogar bola,
contam alguns dos colegas dela. Eu gosto mais
de pular corda", afirmam outros, mostrando
que desde cedo são capazes de fazer escolhas
e manifestar-se a respeito delas. Como esses
temas rendem muito bate-papo na hora do
parque ou da merenda, a organização não-
governamental Associação das Mulheres pela
Educação - que presta consultoria pedagógica
a algumas creches da cidade resolveu usá-los
como base de um projeto didático. 
O principal objetivo é desenvolver a
linguagem", justifica Terezinha dos Santos,
coordenadora de Educação e presidente da entidade. Durante a primeira
fase, os educadores dedicam atenção à oralidade, fazendo a garotada se
expressar e justificar suas opções. Numa segunda etapa, o foco é a escrita e o
objetivo, a montagem de um livro coletivo com as predileções dos autores. 
https://novaescola.org.br/conteudo/2494/projeto-para-desenvolver-oralidade-e-escrita-na-pre-escola
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/educacao-infantil/gestao/linguagem-oral-escrita-428161.shtml
No decorrer do trabalho, outras metas importantes também são alcançadas.
Falar sobre o que agrada e o que satisfaz ajuda na construção da identidade
e favorece a criação de vínculos, pois muitos vão se identificar com o gosto do
colega. Caso isso não aconteça e apareçam divergências durante as
exposições, o resultado também é positivo: está criada a oportunidade de
aprender a respeitar as diferenças e a diversidade de opiniões. Além disso, a
variedade de citações amplia o repertório em relação a brinquedos,
brincadeiras, livros, músicas etc. Por revelar muito sobre a personalidade e os
gostos individuais, é interessante que o projeto seja proposto no início do
ano para haver maior aproximação entre todos. 
Intervenção didática
Embora seja interessante deixar o grupo falar à vontade, cabe ao educador
fazer interferências que incitem à participação, principalmente dos mais
tímidos. A professora Luciane Teixeira, da Creche Aventura do Aprender,
desenvolve a atividade atualmente na pré-escola. "Na hora do conto, quando
alguém tem dificuldade de se expressar espontaneamente, eu pergunto por
que aquela é a história preferida, o que é mais legal nela, de qual
personagem mais gosta." Depois, ela procura confrontar as opiniões,
questionando se os outros concordam ou não com aquele colega. Nessa fase,
é fundamental usar a sensibilidade. "Quando dois falarem ao mesmo tempo,
é preciso dizer 'Quando você fala, você não gosta de ser escutado?' Então
vamos esperar o amigo terminar para que você possa falar depois?"", ensina
Clélia Cortez, coordenadora pedagógica da Creche Central da Universidade de
São Paulo, na capital paulista. 
Como explica o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, entre
4 e 6 anos a garotada usa a língua para brincar, expressar desejos, opiniões,
idéias, sentimentos ou fazer relatos de acontecimentos. E situações de
interação como a proposta por Luciane contribuem para a construção do
conhecimento sobre as regularidades da linguagem oral, como a repetição de
palavras e o uso de algumas delas como apoio para o pensamento ("né",
"então" etc.). As crianças dessa faixa etária empregam os recursos de que
dispõem. Muitas vezes chegam a criar expressões e palavras visando a
apropriar-se das convenções ("Minha lista de preferições é...", em vez de
"preferências"). 
Um projeto como esse pode desencadear uma série de outras ações, com os
mesmos princípios, para ser realizadas em outros momentos ou até mesmo
fora da sala. Uma idéia, dada por Clélia, é a garotada escrever um bilhete
para a merendeira com a lista das frutas prediletas, pedindo que faça, com
elas, uma gostosa sobremesa. Outra sugestão é propor uma pesquisa sobre
os animais mais citados - podem ser os dinossauros, sempre presentes no
imaginário da garotada, ou então os bons e fiéis cãezinhos. "Com isso, o
educador consegue que o pequeno se sinta acolhido e perceba a importância
de sua opinião", ressalta Clélia.
Tudo vai para o papel 
Depois da ênfase nas atividades de oralidade, o trabalho começa a se
concentrar na leitura e na escrita. Vale lembrar que na pré-escola às crianças
estão no processo de alfabetização e escrevem de acordo com suas hipóteses
sobre o funcionamento do sistema de escrita. Mais uma vez as intervenções
do professor são essenciais. "Para ajudar as crianças a avançar nos registros
escritos, é preciso conhecer as diferentes fases do aprendizado da
alfabetização", recomenda Beatriz Gouveia, coordenadora do programa Além
das Letras, do Instituto Avisa Lá, em São Paulo. Segundo ela, antes de tudo se
deve fazer dessas atividades momentos de reflexão sobre a língua escrita.
Para que isso ocorra, uma das principais intervenções é pedir que cada um
leia o próprio registro. Luciane Teixeira ajuda a turma a avançar na escrita
distribuindo, logo no começo do ano, crachás para todos. Mais do que
facilitar o entrosamento, nesse projeto a identificação tem por objetivo
estimular a comparação entre as grafias dos nomes. As crianças observam
que o "bru" de "bruxa" que está no título do livro de contos preferido da
turma é igual ao de "Bruno" e que o "ma" de "maçã" - a fruta mais gostosa,
segundo boa parte da turma - está também no nome de Maria. 
Uma página por autor 
O ponto alto dessa etapa é a elaboração do produto final, o livro. Luciane
costuma dar uma folha para cada um preencher com os itens que prefere.
Depois de escrever e revisar, a turma toda se envolve na decisão sobre o
título da obra, o visual da capa e a ordem das páginas. Antes de colaborar na
montagem final, cada um escreve o nome completo e faz uma ilustração. A
professora propõe o desenho do auto-retrato por achar que ele ajuda ainda
mais a personalizar a produção. Nessa fase, ela apresenta obras desse gênero
de autoria de pintores famosos, que serão analisadas pelos pequenos e
servirão de referência nas produções artísticas. Para enriquecer os momentos
de criação, solicita que todos levem de casa uma foto recente. Uma outra
opção é oferecer um espelho para que a garotada se observe antes dos
primeiros traços. Luciane também deixa à disposição material de pintura,
como giz de cera e lápis de cor. 
Na opinião de Beatriz Gouveia, esse projeto é uma excelente opção para
incluir a garotada nas práticas de linguagem, incentivando a compreensão de
sua função comunicativa e da leitura e da escrita convencionais. A
possibilidade de trabalhar com as listas é outra vantagem. Os pequenos
aprendem a estrutura do gênero e que a organização das palavras, dentro de
um contexto, adquire um sentido. Palavras como "carro", "doce" e "bola" são
aparentemente desconexas. Mas, organizadas em uma lista das preferências,
passam a ter um campo semântico definido e uma função comunicativa. 
Beatriz também elogia a idéia da criação de um livro. "Essa iniciativa convida
a assumir o papel de leitor e escritor." O terceiro trunfo é trabalhar questões
de interação. Afinal, é por meio das relações sociais que a criança se insere no
mundo da linguagem e tem acesso a outras realidades. "O projeto abre a
possibilidade de expor idéias, trabalhar em grupo, respeitar a opinião do
outro e entender as diferenças", opina Clélia Cortez.
Quer saber mais?Contatos 
Associação das mulheres pela Educação, R. Frei Gaspar, 59, 06230-000, Osasco, SP, tel. (11) 3687-8590
Creche Aventura do Aprender, R. Frei Gaspar, 39, 06230-000, Osasco, SP, tel. (11) 3602-1873 
Creche Central da Universidade de São Paulo, Av. da Universidade, 200, 05508-900. São Paulo, SP, tel. (11) 3032-
2233 
Bibliografia 
Contextos de Alfabetização Inicial, Ana Teberosky e Marta Soler Gallart, 176 págs.,Ed. Artmed, tel. 0800-703-3444,
38 reais 
Ler e Escrever na Escola: o Real, oPossível, o Necessário, Délia Lerner, 128 págs., Ed. Artmed, 36 reais

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