Dotson & Davis (1991) 2038-5_Gordura_corporal_Rev1_2003_Portugues pdf

Prévia do material em texto

Copyright© 2003 por Colégio Brasileiro de Atividade Física, Saúde e Esporte.
jan/fev 2003Fit Perf J Rio de Janeiro 2 1
Endereço para correspondência:
Data de Recebimento: Data de Aprovação:novembro / 2002 dezembro / 2002
EISSN 1676-5133 doi:10.3900/fpj.2.1.41.p
Artigo Original
Estudo comparativo de métodos para 
predição do percentual de gordura 
corporal: uma abordagem do método 
de Dotson & Davis (1991)
Mônica Torres
Centro Universitário Universidade da Cidade - RJ
mtorres@alternex.com.br
TORRES, M., SILVA, V.F. Estudo comparativo de métodos para predição do percentual de gordura corporal: uma abordagem do 
método de Dotson & Davis (1991). Fitnees & Performance Journal, v.2, n.1, 41-48, 2003.
Estrada Benvindo Novaes, 2555 bl.3 – apt.805 – Recreio dos Bandeirantes – RJ – CEP 22783-010
RESUMO: Os métodos de avaliação da composição corporal (CC) têm sido objeto de investigação desde tempos remotos. Mudanças ocorridas nos níveis de 
gordura (G) do organismo relacionam-se, diretamente, com o rendimento e a produtividade do indivíduo. O presente estudo trata da comparação dos resultados 
obtidos por diferentes métodos para a predição do percentual de gordura corporal (%GC) no ser humano – circunferências x dobras cutâneas. A amostra desta 
análise é composta de 86 indivíduos do sexo feminino e 45 do sexo masculino, teoricamente saudáveis, praticantes de um programa de exercícios. A faixa etária de 
ambos os grupos varía dos 15 aos 65 años. As medidas do tecido adiposo, forma tomadas através de um compasso Lange-Skinfolds, nos pontos determinados pelos 
protocolos de Faulkner, Jackson y Pollock, Guedes e Oliveira. As medidas de circunferência, ateridas segundo Dotson e Davis, utilizaram, como instrumento, uma 
fi ta métrica Guillick. A análise de variância (ANOVA), efetivada sobre os dados grupados do universo amostral feminino, revela diferença signifi cativa no teste entre 
protocolos, com F (3,25) = 442,015; p<0.0001. A ANOVA, realizada com os dados do sexo masculino, revela, através de seus resultados, não haver diferenças no 
teste entre protocolos: F (3,44) = 0,623; p>0,05. Após uma normatização dos valores correspondentes ao % GC dos protocolos utilizados, testou-se a hipótese de 
proporcionalidade entre os resultados dos protocolos. Quanto ao sexo masculino, observa-se uma signifi cância de 95% de certeza de proporcionalidade direta entre 
os protocolos. Quanto ao feminino, embora os valores das correlações sejam em termos absolutos mais baixos, também observa-se concordância entre os vários 
protocolos e o proposto por Dotson e Davis. Ao avaliar o nível de concordância entre os protocolos estudados sob o ponto de vista qualitativo, são estabelecidas, sob 
forma de intervalos, as seguintes ranks: 1) magro; 2) atleta; 3) ideal; 4) gordo; e 5) obeso. O resultado do teste de Friedman em Two-way ANOVA, feito por ranks, 
denota que um indivíduo gordo poderia, por fraqueza dos níveis classifi catórios observados em um protocolo, vir a ser enquadrado como obeso em outro. Através do 
test não-paramétrico de correlação de classes (Spearman) observa-se que os protocolos são proporcionais. Os resultados indicam que a medida de circunferência, 
no caso específi co do protocolo de Dotson e Davis, pode ser considerada como adequada à mensuração do % GC na população estudada.
Palavras-chave: Antropometria, circunferências, composição corporal, percentual de gordura corporal, peso corporal ideal.
Vernon Furtado da Silva
Pos-graduação Programa de Motricidade Humana da Universidade Castelo Branco - RJ
vis@castelobranco.br
41-48
ABSTRACT
A comparative study of methods for prediction of body fat percentual: 
an approach to the method of Dotson & Davis (1991)
Evaluation methods for body composition (BC) have been investigated since 
remote times. Changes in fat levels are intimately linked to the individual’s 
performance and productivity. The present study aims to compare the results 
obtained by different methods for prediction of body fat percentual (BFP) for 
human beings – circumferences x skinfolds. The sample of this analysis is 
composed of 86 female individuals and 45 male individuals, aged 15-65 
years, theoretically they are healthy, and users of an exercise program. The 
measures of adipose tissue were taken using a Lange-skinfolds compass, in 
the points determined by the protocols of Faulkner, Jackson & Pallock, Guedes 
and Oliveira. The circumference measures were taken according to Dotson 
& Davis using a Guillick measuring tape. The analysis of variance (ANOVA) 
was conducted using the data obtained from the female group. This revealed 
a significant difference in the test among protocols, with F(3.25) = 442.015, 
p < 0,0001. The ANOVA made use of data obtained from the male group. 
This revealed that there were no differences in the test among protocols: 
F(3.44)=0.623; p>0.05. After a normalization of values corresponding to 
(BFP) of the protocols, the proportionality was tested among the results of 
them. Concerning the masculine sex, a significant of 95% of certainty of direct 
proportionality was observed among the protocols. With respect to the feminine, 
although the values of correlations were in lower absolute terms, agreement 
was also observed among several protocols and the one proposed from the 
qualitative point of view, the following ranks were established as follows: 1) 
thin, 2) athlete; 3) ideal; 4) fat ad 5) obese. The result of two-way ANOVA, 
done by ranks, denoted that a fat individual could, for weakness of the clas-
sificatory levels observed in a protocol, come to be framed as obese in another 
one. Through the non-parametric test of classes (Spearman), it was observed 
that the protocols were proportional. The results indicate that the circumfer-
ence measure, in the specific case, by the protocol of Dotson & Davis can be 
considered suitable for the measure of BFP for this sample.
Keywords: Anthropometry, circumferences, corporal composition, Percentile 
body fat, ideal corporal weight
RESUMEN
Estudio comparativo de métodos para predicción del porcentual de 
gordura: un abordaje del método de Dotson & Davis (1991)
Los métodos de evaluación de la composición corporal (CC) están siendo objeto 
de investigación desde tiempos remotos. Cambios ocurridos en los niveles de 
gordura (G) del organismo se relacionan, directamente, con el rendimiento y la 
productividad del individuo. El presente estudio trata de la comparación de los 
resultados obtenidos por diferentes métodos para la predicción del porcentual de 
gordura corporal (%GC) en el ser humano – circunferencias x doblas cutáneas. 
La muestra de este análisis es compuesta de 86 individuos del sexo femenino y 
45 del sexo masculino, teóricamente saludables, practicantes de un programa de 
ejercicios. La franja etaria de ambos los grupos varía de las 15 a los 65 años. Las 
medidas del tejido adiposo, habían sido tomadas a través de un compás Lange-
Skinfolds, en los puntos determinados por los protocolos de Faulkner, Jackson y 
Pollock, Guedes y Oliveira. Las medidas de circunferencia, contrastadas según 
Dotson y Davis, utilizaron, como instrumento, una cinta métrica Guillick. El análisis 
de variancia (ANOVA), efectiva sobre los datos agrupados del universo amostral 
femenino, revela diferencia significativa en el test entre protocolos, con F (3,25) 
= 442,015; p<0.0001. La ANOVA, realizada con los datos del sexo masculino, 
revela, a través de sus resultados, no haber diferencias en el test entre protocolos: F 
(3,44) = 0,623; p>0,05. Tras una normalización de los valores correspondientes a 
lo % GC de los protocolos utilizados, se comprobó la hipótesis de proporcionalidad 
entre los resultados de los protocolos. Cuánto al sexo masculino, se observa una 
acepción de 95% de certidumbre de proporcionalidad directa entre los protocolos. 
Cuanto al femenino, aunque los valores de las correlaciones seamos en términos 
absolutos más bajos, también se observa concordancia entre los varios protocolosy lo propuesto por Dotson y Davis. Al evaluar el nivel de concordancia entre los 
protocolos estudiados bajo la visión cualitativo, son establecidas, bajo forma de 
intervalos, las siguientes ranks: 1) delgado; 2) atleta; 3) ideal; 4) gordo; y 5) obeso. 
El resultado del test de Friedman en Two-way ANOVA, hecho por ranks, denota 
que un individuo gordo podría, por flojera de los niveles clasificatorios observados 
en un protocolo, venir a ser encuadrado como obeso en otro. A través del test 
no-paramétrico de correlación de clases (Spearman) se observa que los protocolos 
son proporcionales. Los resultados indican que la medida de circunferencia, en 
el caso específico del protocolo de Dotson y Davis, puede ser considerada como 
adecuada a la mensuración del % GC en la población estudiada.
Palabras clave: Antropometría, circunferencias, composición corporal, por-
centual de gordura corporal, peso corporal ideal.
INTRODUÇÃO
Métodos de avaliação da composição corporal têm sido objeto 
de investigação desde tempos remotos. Na medicina, trabalhos 
sobre endocrinologia frequentemente enfatizam a necessidade 
da avaliação e do acompanhamento das modifi cações da 
composição corporal, como importante instrumento para ade-
quação da dieta nutricional. Tal fato comprova a existência de 
problemas de saúde que podem ocorrer devido ao excesso de 
peso. Vários autores, como Rizo (1977), Guedes (1989), Pollock 
e Wilmore (1993) demonstram a relação entre peso e saúde, 
e apontam os males causados pela obesidade. Ao se admitir 
que algumas enfermidades resultam de estágios avançados 
de negligência referente à saúde e de hábitos contra ela, pes-
soas com níveis de gordura acima dos limites - as sedentárias 
ou as fumantes, por exemplo - não podem ser consideradas 
plenamente saudáveis.
Acompanhando a evolução dos métodos de treinamento para o 
bem da saúde e de sua manutenção, verifi cou-se que o wellness 
se mostra como um dos más promissores instrumentos orientado-
res da qualidade de vida. Daí, formas alternativas de avaliação 
antropométrica passaram a ser pesquisadas e propostas na 
literatura referente ao assunto (Behnke, 1978; Dotson, 1991; 
Kahn, 1993; Katch 1990; Wright, 1974).
Atualmente, a quantidade de gordura corporal tem sido determi-
nada, de forma indireta, através da espessura do tecido subcutâ-
neo, da pesagem hidrostática, do ultra-som, da bioimpedância, 
do rayo x, e, em poucos casos, por rádio isótopos.
Uma das grandes desvantagens em que estas formas de 
avaliação tropeçam refere-se à questão econômica: muitas 
vezes, impossiveis de serem custeados, relatos da difi cultade 
de aplicação normalmente têm sido sugeridos pela literatura 
sobre o assunto.
Outro método contemporâneo, mas pouco conhecido no Brasil, 
é o que toma como base medições por circunferências. Origina-
riamente proposto por Dotson e Davis (1991), ele encontra se-
42 Fit Perf J, Rio de Janeiro, 2, 1, 42, jan/fev 2003
melhança em outros estudos feitos por Wilmore e Behnke (1970); 
Wright e Wilmore (1974); e também Katch y McArdle (1991).
A medida da circunferência carece, além da divulgação técnica, 
da verifi cação de sua aplicabilidade no contexto da população 
brasileira frequentadora de academias de ginástica, clubes de 
fi tness e ambientes similares. Explica-se: devido à grande reper-
cussão das metodologias tradicionais (dobra cutânea, bioimpe-
dância e pesagem hidrostática), pouca atenção é prestada ao 
conhecimento científi co desta nova metodologia, fato este que 
corrobora a necessidade de sua investigação.
Objetivos do Estudo
Este estudo verifi ca a metodologia da circunferência proposta por 
cientistas de reconhecida competência, tentando estudar princí-
pios de indicação, ou não, do método de Dotson y Davis (1991) 
para a predição do percentual de gordura corporal (%GC) na 
população brasileira. Pretende-se estabelecer a correlação entre 
o %GC cálculo deste percentual - e um protocolo que emprega 
medidas de circunferência (Dotson e Davis).
Relevância do Estudo
Através do acompanhamento regular das modifi caçõess ocorridas 
no %GC, o indivíduo garante a qualidade de vida, evitando a 
instalação de doenças hipocinéticas e coronarianas, aumentando, 
desta sorte, a expectativa de uma vida saudável.
METODOLOGIA
Mostra
A amostra do presente estudo foi constituída por indiví-
duos teoricamente saudáveis, ou seja, aqueles que não 
apresentaram oo relataram, mesmo quando questionados, 
nenhuma característica de doenças de qualquer natureza. 
Quadro 1 - Equações utilizadas para o cálculo do percentual de gordura corporal através da medida das circunferências
Autores Equações Circunferências utilizadas % G ideal
PARA HOMENS: PARA HOMENS:
Dotson & Davis (1991)
%GC = + [85,20969. Log (AB-Pç)]- [69,73016 . 
Log (estatura/pol)] + 37,26673 
(r= 0.90) [S.E.=3,52%)
pescoço (NK) e abdome (AB)
(pol)
HOMENS: 12 – 20%
PARA MULHERES: PARA MULHERES:
%GC = + [161,27327. Log (AB+GL)]- 
[100,81032 . Log (estatura/pol)] – 69,55016 
(r= 0.90) [S.E.= 3,64%)
pescoço (NK);
abdome (AB) e glúteo (GL) 
(pol)
MULHERES: 16 – 30%
%GC= percentual de gordura corporal
Quadro 2 - Equações utilizadas para o cálculo do percentual de gordura corporal através da medida das dobras cutâneas
Autores Equações Dobras cutâneas utilizadas % G ideal
PARA HOMENS E MULHERES
FAULKNER 
citado em RIZZO 
(1997)
%GC=å 4 dobras x 0.153 + 5.783
tríceps (TR)
subscapular(SB); suprailiaca(SI); 
abdome (AB).
HOMENS 11%
MULHERES 15%
PARA HOMENS:
POLLOCK 
& WILMORE (1993)
HOMENS ADULTOS= 1,1093800 – 0,0008267 
(X3) + 0,00000016 (X3)2 – 0,0002574 (age) 
(r=0.91) (Dc S.E. = 0,008) (BFP S.E. = 3,4)
X3= soma das dobras:
Peito (PT)
Abdominal (AB) e coxa (CX)
HOMENS 16%
MULHERES ADULTAS PARA MULHERES:
Dc = 1,10994921 – 0,0009929 (X2) + 
0,00000023 (X3)2 – 0,0001392 (idade) (r=0.84) 
(Dc S.E. = 0,009) (%GC S.E. = 3,9)
SIRI: %GC = [(4,95 / Dc) – 4,5] x 100
X2 = soma das dobras:
Triciptal (TR), Suprailiaca (SI),
Coxa (CX)
MULHERES 23%
HOMENS PARA HOMENS:
Dc = 1,17136 – 0,0676) x log (TR + SI + AB) 
(erro padrão = 0,894)
Triceps (TR);
 suprailíaca (SI);
 Abdomen (AB).
HOMENS: 15%
MULHERES PARA MULHERES:
GUEDES (1989)
Dc = 1,16650 – 0,07063 x log (SB + SI + TG) 
(erro padrão = 0,853)
SIRI:
%GC = [(4,95 / Dc) – 4,5] x 100
Subscapular (SB);
suprailíaca (SI) and coxa (CX)
MULHERES 25%
%GC percentual de gordura corporal
 Dc. densidade corporal.
Dados estimados por Novaes e Furtado em análise do somatotipo em alunos candidates ao vestibular da UGF, 1985.mimeo.
Fit Perf J, Rio de Janeiro, 2, 1, 43, jan/fev 2003 43
A idade de ambos os sexos, se consideradas em conjunto, 
varia entre 15 e 65 anos. A amostra compô-se de 131 
indivíduos, 45 homens e 86 mulheres, praticantes de um 
programa de ginástica e/ ou musculação em academias, 
clubes e condomínios do Rio de Janeiro. Excluíram-se do 
estudo indivíduos dedicados a um programa de exercícios 
com intensidade (duração) de mais de quatro sessões 
semanais (1 hora cada sessão); indivíduos praticantes 
de atividades físicas o treinamento físico extenuante - os 
atletas - e; finalmente, os obesos, uma vez que a proposta 
da pesquisa deve se mostrar coerente com os protocolos 
em questão.
Todos os voluntários, que se prontifi caram a colaborar com esta 
pesquisa submeteram-se a um exame antropométrico, no qual se 
coletaram os dados relativos aos protocolos selecionados para 
o cálculo do %GC, objeto de estudo.
Observando-se as mesmas condições de ensaio, efetuaram-
se, sucessivamente, e antes de qualquer atividade extenuante, 
as medidas abaixo descritas. Os sujeitos estavam descalços 
Quadro 3 – Equações utilizadas para o cálculo do percentual de gordura corporal 
Autores Equações Dobras cutâneas utilizadas
OLIVEIRA (1986)
HOMENS
PARA HOMENS E MULHERES
Suprailíaca (SI) e Coxa (CX).
CO* = 2,40298 + 0,299611 x CO (r2 = 0.71)
SI* = 2,94761 + 0,370399 x SI (r2 = 0.82)
SLOAN, 1967: 
Dc = 1,107 – 0,003845 x CO* - 0,001493 x SI* (r= 0.82)
MULHERES
CO* = 2,81551 + 0,292612 x CO (r2 = 0.72)
SI* = 3,26107 + 0,459128 x SI (r2 = 0.69)
VOLZ e col., 1984: 
Dc = 1,12 – 0,0365 x log (SI*) – 0,0389 x log (CO*)
(r = 0.61)
BROZEK:
BFP = [(4,57 / CD) – 4,142] x 100
%GC percentual de gordura corporal
Dc densidade corporal (g/ml) * valores preditos para ultra-som
Tabela 1 – Médias, desvio padrão e variâncias do universo amostral, em percentual de gordura corporal (%GC)
PROTOCOLOS
Componentes AnalíIticos FAULKNER POLLOCK GUEDES DOTSON WRIGHT OLIVEIRA
Sexo feminino
N 86,00 86,00 86,00 86,00 86,00 86,00
Média 19,51 27,63 27,40 32,60 16,41 25,41
D.P 4,69 6,40 4,56 6,73 8,96 3,15
Variância 21,91 40,90 20,81 45,28 80,20 9,95
Mínimo 10,22 12,37 16,47 19,84 12,42 18,43
Máximo 31,95 46,96 38,44 49,90 37,72 34,33
Sexo masculino
N 45,00 45,00 45,00 45,00 45,00 45,00
Média 16,48 15,15 17,44 16,89 17,34 15,32
D.P 5,46 7,45 7,80 6,30 5,67 5,59
Variância 29,80 55,54 60,87 39,69 32,15 31,25
Mínimo 8,69 2,14 1,37 5,85 7,14 6,40
Máximo 29,04 33,51 28,75 28,44 30,04 27,14
Gráfi co 2 – Comparação dos índices de %GC do grupo masculino 
em escore absolutoGráfi co 1 – Comparação dos índices de %GC do grupo feminino 
em escore absoluto
44 Fit Perf J, Rio de Janeiro, 2, 1, 44, jan/fev 2003
e com um mínimo de roupas, em todas as instâncias dos 
testes. Os homens vestiam apenas um calção e as mulheres, 
top e short.
Medida do peso
Expressas em quilogramas, realizaram-se duas medidas para 
cada indivíduo.
Medida da estatura
Anotou-se o mais próximo de 0.1cm, a partir do ponto onde o “ní-
vel” equilibrado, apoiado no vértex do indivíduo, tocou a escala.
Medida da espessura das dobras cutâneas (dc) 
(mm)
Realizaram-se três medidas sucessivas, no mesmo local, e 
computou-se a média aritmética. O sentido das dobras obedeceu 
ao sentido das fi bras musculares do local medido. Os pontos 
medidos foran: o peito (PT), o tríceps (TR), a subescapular (SB), 
o suprailíaco (SÍ), o abdome (AB) e a coxa (CX).
Medida das circunferências (Cir) (cm)
Efetuaram-se duas medidas sucessivas no mesmo local. No caso 
de eventual diferença, houve uma terceira medida: a média arit-
mética foi computada. Registrou-se a medida fi nal aproximando o 
resultado para o 0,5cm anterior ao aferido, quando o mesmo não 
atingia um número cheio. As partes medidas se constituíram-se 
em pontos específi cos do pescoço, braço, antebraço, abdome, 
glúteo, coxa e panturrilha.
Instrumentação
• Balança, para determinação do peso corporal, com oscila-
ções em 100g, e escala variando de 0 a 140 quilograma; a 
calibragem constatada e apoiada em solo nivelado.
• Fita métrica, de lona, graduada em centímetros e décimos 
de centímetros - escala de parede - e nível de alumínio (para 
a medida da estatura).
• Compasso Lange Skinfold (para as medidas das espessuras 
das dobras cutâneas).
• Fita métrica fl exível de lona; escala em centímetros e pole-
gadas escrita horizontalmente, com tensão permanente em 
todas as medidas (para a mensuração das circunferências).
• Tabelas, fi chas, cartas e requerimentos.
Tratamento Estatístico
Utilizou-se o Teste de Análise de Variância simples (ANOVA 
one way), e a correlação de Pearson para dados paramétricos, 
além dos Testes de Friedman two-way ANOVA e a correlação de 
Sperman para dados não-paramétricos. Todos estes elementos 
destinaram-se a avaliar o grau de correspondência das medi-
Tabela 2 – Correlações dos escores/protocolos- masculino r of Pearson
Masculino FAULKNER POLLOCK GUEDES DOTSON WRIGHT OLIVEIRA
FAULKNER 1,00
POLLOCK 0,94*** 1,00
GUEDES 0,94*** 0,95*** 1,00
DOTSON 0,82*** 0,83*** 0,84*** 1,00
WRIGHT 0,77*** 0,81*** 0,82*** 0,96*** 1,00
OLIVEIRA 0,90*** 0,94*** 0,89*** 0,75*** 0,70*** 1,00
g.I = 43 / p < 0,05* / r tab = 0,2875 / p < 0,01* / r tb = 0,3721 / p < 0,001*** / r tab = 0,4896
Tabela 3 - Correlações dos escores/protocolos- feminino r of Pearson
Feminino FAULKNER POLLOCK GUEDES DOTSON WRIGHT OLIVEIRA
FAULKNER 1,00
POLLOCK 0,88*** 1,00
GUEDES 0,94*** 0,94*** 1,00
DOTSON 0,79*** 0,73*** 0,75*** 1,00
WRIGHT 0,67*** 0,53*** 0,59*** 0,85*** 1,00
OLIVEIRA 0,89*** 0,94*** 0,97*** 0,68*** 0,51*** 1,00
g.I = 84 / p < 0,05* / r tab = 0,2172 / p < 0,01* / r tab = 0,2830 / p < 0,001*** / r tab = 0,3568
Gráfi co 4 - Comparação gráfi ca dos escores relativos de %GC do 
grupo masculino
Gráfi co 3 –Comparação gráfi ca dos escores relativos de %GC do 
grupo feminino
Fit Perf J, Rio de Janeiro, 2, 1, 45, jan/fev 2003 45
das obtidas pelos protocolos de: Faulkner; Pollock e Wilmore; 
Guedes; Wright e Wilmore e, ainda, Oliveira, comparando-se 
com as medidas encontradas através do método proposto por 
Dotson e Davis. O nível de signifi cância defi nido para o teste das 
hipóteses elaboradas foi de p< 0,05.
PROTOCOLOS
Os indivíduos estudados foram mensurados em milímetros 
(referentes às dobras cutâneas), centímetros (referentes as cir-
cunferências e à estatura) e quilogramas (referente ao peso 
corporal). Os dados obtidos serviram de base para o cálculo 
do porcentual de gordura, obedecendo as determinações dos 
protocolos mencionados.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os dados resultantes das respectivas mensurações constituem, 
então, a matriz analítica das médias, desvio-padrão e variân-
cias, correspondentes a cada protocolo estudado, conforme a 
Tabela 1.
A análise de Variância (ANOVA), efetivada com os dados gru-
pados do universo amostral feminino, revelou haver diferença 
signifi cativa no teste entre protocolos, sendo F (3,25) = 442,015; 
p< 0,00001. Disso resultou a discrepância das curvas das mé-
dias referentes aos indivíduos deste grupo plotadas relativamente 
aos protocolos de Faulkner, Pollock, Guedes, Dotson, Wright e 
Oliveira (Gráfi co 1).
A ANOVA, efetivada de acordo com os dados relativos ao sexo 
masculino, alcançou resultados que revelaram não haver dife-
renças no teste entre protocolos, pois F (3,44) = 0,623; p = 
0,7366 > 0,05 (Os escores absolutos medidos estão plotados 
no Gráfi co 2).
Transformação dos escores
Verifi cada a natureza da relação dos escores absolutos (mensura-
ções) entre protocolos, procedeu-se a um estudo destes escores, 
através da sua transformação em termos relativos.
Escore no protocolo i = 
 100. (valor observado – valor mínimo do grupo) 
(valor máximo do grupo – valor mínimo do grupo)
Correlação dos escores/ protocolos r de Pearson
Normatizados os escores, fez-se um estudo de correlação 
utilizando-se coefi ciente r de Pearson, com a meta de se testar a 
hipótese de proporcionalidade entre os resultados dos protocolos. 
Os resultados presentifi cam-se nas Tabelas 2 e 3.
De acordo com tais resultados podemos facilmente constatar 
uma alta signifi cância na relação funcional de proporcionalida-
de direta, entre os protocolos. A relação é estabelecida por p< 
0,001, em todas as comparações. Isto nos permite dizer que os 
protocolos são concordantes na clasifi cação dos indivíduos do 
sexo masculino, no universo amostral analisado. Além disso, todos 
os protocolos se correlacionam com o proposto por Dotson e 
Davis, objetivo central da pesquisa em pauta.
A propósito do sexo feminino, a Tabela 3 atesta que também 
existe, entre os vários protocolos, concordância com o proposto 
por Dotson e Davis. No entanto, os valores das correlações são, 
neste caso, mais baixos, em comparação com todos os valores 
obtidos a propósito do sexo masculino (p< 0,05).
Em síntese, o que se nota, quanto ao sexo feminino, é que os 
protocolos apresentam condições iniciais diferentes, fator respon-
sável pelas diferenças na fase do teste de variância.
No momento da verifi cação através dos escores relativos, as cur-
vas de comparação dispersiva evidenciam igual comportamento 
funcional, devido aos altos índices de correlação efetivada. Pode-
se mais claramente observar este fator na plotagem dos escores 
vista no Gráfi co 3, a propósito do grupo femenino, e no 4, com 
referência ao masculino.
Distribução do %GC por classes qualitativas
Avaliando-se o nível de concordância entre os protocolosestu-
dados, agora sob o ponto de vista de classifi cação qualita-
tiva, estruturam-se, sob a forma de intervalos bem defi nidos nos 
escores dos protocolos, ranks, constituídas do seguinte modo: 
1) magro; 2) atleta; 3) ideal; 4) gordo; 5) obeso. Os intervalos 
Figura 1 – Distribuição do %GC por classes – HOMENS
Figura 2 - Distribuição do %GC por classes – MULHERES
Quadro 4 – Resultados do teste não-paramétrico de Friedman em Two-Way ANOVA, escores absolutos
SEXO QUI-QUADRADO RESULTADO
Feminino (86) 274,695 è p < 0,0001 Diferem
Masculino (45) 80,863 è p < 0,0001 Diferem
g. I = (6 protocolos – 1 ) = 5 Qui-Tabela = 11,07 (0,05 ) and 20,52 (0,001)
46 Fit Perf J, Rio de Janeiro, 2, 1, 46, jan/fev 2003
foram organizados a partir do cruzamento dos limites dados pelos 
respectivos protocolos, conforme Figuras 1 e 2.
Classifi cados todos os indivíduos, do universo amostral, nos 
protocolos possíveis de quantifi car os intervalos-verdade das 
classes qualitativas, através dos protocolos de Faulkner, Pollock, 
Guedes, Oliveira, Wright, Dotson & Dabis, passou-se então aos 
testes da hipótese principal, agora visualizada sob o aspecto de 
classifi cação qualitativa.
Inicialmente, a fi m de verifi car-se a possível existência de diferen-
ça estatísticas entre as classifi cações qualitativas dos respectivos 
protocolos, utilizou-se conforme o descrito no ítem de tratamento 
estatístico, o teste não-paramétrico de Friedman em Two-Way 
ANOVA, por ranks. Obtiveram-se os resultados seguintes:
Estes resultados denotam que, para uma signifi cância p< 0,0001 
(99,999% de certeza), existem diferenças marcantes entre os re-
sultados dos protocolos, quanto à classifi cação qualitativa, tanto 
para o sexo masculino, quanto para o feminino.
Tais resultados indicam, portanto, que as diferencias entre as 
classes qualitativas são signifi cativas, uma vez que as mesmas, 
segundo os respectivos protocolos estudados, não são estatísti-
camente concordantes. Com o respaldo do trabalho estatístico 
realizado, ao se classifi car escores dos vários protocolos em 
valores absolutos, referentes aos pontos radicais de cada rank, 
seria possível - por fraqueza dos níveis qualitativos classifi catórios 
depreendidos por protocolos – obter-se os resultados em termos 
da classifi cação de %GC de um ou mais indivíduos do grupo, 
como o exposto na Figura 3.
Isto signifi ca que, em verdade, a discrepância de resultados entre 
os protocolos está mais diretamente associada, ou talvez total-
mente, ao critério de estabelecimento da dispersão classifi catória 
de cada protocolo.
Aplicou-se o teste também paramétrico de correlação de clas-
ses (Spearman), visando-se verifi car a proporcionalidade das 
respectivas classifi cações qualitativas dos produtos. O propósito 
foi especifi car se as diferenças entre protocolos, no que tange à 
classifi cação avaliativa, acompanhavam uma mesma tendência 
ao evoluir de um rank para outro.
Observou-se que, para uma signifi cância de p< 0,01, o r cal-
culado teria de ser maior do que 0,3568, concernente ao sexo 
feminino, e 0,4896, ao sexo masculino. Em consequência, todas 
as correlações apresentadas no quadro 5 são signifi cativas, exceto 
as correlações apresentadas ao sexo feminino dos protocolos de 
Dotson e Wright com o de Oliveira, onde não foram encontradas 
correlações signifi cativas.
Os referidos resultados indicam, excetuando as correlações 
entre o protocolo de Oliveira e os de Dolson e Wright, que na 
comparação efetivada entre os dados do grupo feminino existe 
uma “signifi cativa” tendência dos intervalos ranks avancem de um 
nível para outro, em uma proporção bastante paralela.
CONCLUSÕES
Conclui-se que os resultados da análise estatística relativos aos 
dados das medições de percentual de gordura, através dos dois 
referenciais metodológicos - dobras cutâneas e circunferências 
- são robustos, em termos de indicarem que o método de cir-
cunferência é tão efi ciente quanto o que utiliza dobras cutâneas. 
Pelo menos em termos dos protocolos que foram comparados 
neste estudo.
Os resultados demonstram que, em termos estruturais, o método 
de circunferência - no caso específi co, o protocolo de Dotson e 
Quadro 5 – Resultados do teste não-paramétrico de correlação de classes (SPEARMAN)
FEMININO
n=86, p < 0,05 è r (Tabela 3) = 0,2172*
P < 0,001 è r (Tabela 3) = 0,3568*
PROTOCOLO FAULKNER POLLOCK GUEDES DOTSON WRIGHT
FAULKNER 1
POLLOCK r = 0,6142** 1
GUEDES r = 0,5493** r = 0,3879** 1
DOTSON r = 0,6484** r = 0,5696** r = 0,3809** 1
WRIGHT r = 0,5959** r = 0,4383** r = 0,2952** r = 0,8485** 1
OLIVEIRA r = 0,2468** r = 0,1525** r = 0,4815** r = 0,0574** r = 0,0267**
MASCULINO
n=45, p < 0,05 è r (Tabela 2) = 0,2875*
P < 0,001 è r (Tabela 2) = 0,4896*
PROTOCOLO FAULKNER POLLOCK GUEDES DOTSON WRIGHT
FAULKNER 1
POLLOCK r = 0,7283** 1
GUEDES r = 0,8502** r = 0,8274** 1
DOTSON r = 0,6645** r = 0,7121** r = 0,7453** 1
WRIGHT r = 0,6951** r = 0,7450** r = 0,7271** r = 0,9242** 1
OLIVEIRA r = 0,7618** r = 0,8236** r = 0,8447** r = 0,7165** r = 0,7064**
Figura 3 – Classifi cação qualitativa dos resultados do %GC abso-
luto exemplifi cada em dois indivíduos componentes da amostra
Fit Perf J, Rio de Janeiro, 2, 1, 47, jan/fev 2003 47
Davis - pode ser julgado igual aos outros protocolos, que ba-
seiam-se na dobra cutânea para efetivar o cálculo de percentual 
de gordura. Por consequência, considerá-lo tão efi ciente quanto 
os protocolos de Faulkner, Pollock, Guedes, Wright e Oliveira, a 
fi m de obter o referido cálculo, portanto uma alternativa justifi -
cável com considerável apoio científi co.
REFERÊNCIAS 
BEHNKE, A.R.; WILMORE, J.H. Routine anthropometry and arm radiography in assessment 
of nutritional status: its potential. Journal Parent Enteral Nutrition, n.2, p.532, 1978.
DE ROSE, E.H. Técnicas de avaliação da composição corporal. Revista de Medicina do 
Esporte. Porto Alegre, v.1, n.1, p.45-48, 1973.
DONOGHUE, W. How to measure your % body fat. 8. ed. Plymouth, Michigan: Creative 
Health Products, 1996.
DOTSON, C.; DAVIS, P. Manual of certifi ed fi tness coordinator training system. 10.ed. 
Burtoneville: ARA, 1991.
EDWARDS, D.; HAMMOND, W.; HEALE, M; TANNA, J.; HITEHOUSER, R. Design and 
accuracy of caliper for measuring subcutaneous tissue thickners. Journal of Nutrition, 
v.2, n.9, p.133-143, 1995.
GERY, T.; JACK, R.; NELSON, N. Research methods in physical activity. 2. ed. ISBN, 1990.
GUEDES, D. Composição corporal: princípios, técnicas e aplicações. Florianópolis: 
CEITEC, 1989.
KAHN, H.; WILLIAMSON, D. Sagital abdominal diameter. International Journal of Obesity, 
MacMillian Press Ltd, v.17, n.11, 1993.
KATCH, E.I.; KATCH, V.L. Measurement and prediction errors in body composition asses-
sment and the search for the perfect prediction equation. Research Quarterly for Exercise 
ad Sport, v.51, p.249-260, 1980.
_______. A new approach for estimating excess body fat from changes in abdominal girth. 
American Journal of Human Biology, v.2, p-125-131, 1990.
KATCH, E.; McARDLE, W. Nutrição, controle de peso e exercício. 3. ed. Rio de Janeiro: 
MEDSI, 1990.
KATCH, E.; KATCH, V.; McARLE, W. Fisiologia do exercício. Energia, nutrição e desempenho 
humano. Rio de Janeiro: Koogan, 1991.
LEA, FEBIGER. Guidelines for exercise testing and prescription. 4.ed. Philadelphia: American 
College of Sports Medicine, 1991.
MUELLER, W.H.; MALINA, R.M. Relative reliability of circumferences and skinfold measures 
of body fat distribution. American Journal of Physical Anthropology, v.72, p.437, 1987.
OLIVEIRA, F. Predição de medidas ultra-sônicas para espessuras de tecido adiposo, a partir 
de medidas obtidas com o compasso-nomograma, 1986. Máster thesis UFRJ. Mimeo
POLLOCK, M.; WILMORE, J. Exercícios na saúde e na doença. Rio de Janeiro: MEDSI, 1993.
POLLOCK, M.; SCHMIDT, D.H.; JACKSON, A.S. Measuremente of cardiorespiratory fi tness 
and body compostion in the clinical setting. Compr, Ther. n.6, p.7-12, 1980.
RIZZO, I. Caderno de biometria. Rio de Janeiro: LADEBIO,1997.
Universidade Federal do Paraná. Normas para apresentação de trabalhos. 4.ed. Paraná: 
UFPR.
WILMORE, J.H.; BEHNKE, A.R. An anthropometry estimation of body density and lean 
body weight in young women. American Journal of Clinical Nutrition, New York, v.23, 
p.267-274, 1970.
WRIGHT, H.; DOTSON, C.O.; DAVIS, P.O. Investigation of assessment techniques for body 
composition of women marines. U.S. Navy Medicine, v.71, p.15-26, 1980.
_______. Development of a simple technique for measurement of percent body fat in man. 
U.S. Navy Medcine, v.72, n.5, May 1981.
WRIGHT, .F.H.; WILMORE, J.H. Estimation of relative body fat and lean body weight in a 
United States Corps population. Aerospace Medicine, v.45, p.301-306, 1974.
48 Fit Perf J, Rio de Janeiro, 2, 1, 48, jan/fev 2003