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DIREITOS HUMANOS

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DIREITOS HUMANOS – CAS 2020 
2 
Autoridades 
 
Governador do Estado do Rio de Janeiro 
Exmº Sr Wilson Witzel 
 
Secretário de Estado de Polícia Militar 
Exmº Sr Coronel Rogério Figueredo de Lacerda 
 
Subsecretário de Estado de Polícia Militar 
Ilmº Sr Coronel Márcio Pereira Basílio 
 
Diretor-Geral de Ensino e Instrução 
Ilmº Sr Coronel Rogério Quemento Lobasso 
 
Comandante do CFAP 31 de Voluntários 
Ilmº Sr Tenente-Coronel PM Marcelo Andre Teixeira da Silva 
 
Comandante do Centro de Educação a Distância da Polícia 
Militar - CEADPM 
Ilmº Sr Tenente-Coronel PM Alexandra Ferraz de Oliveira 
 
DIREITOS HUMANOS – CAS 2020 
3 
APRESENTAÇÃO 
 
Estamos vivendo a era da tecnologia, na qual a informação está cada dia mais latente e 
veloz em nossa rotina diária. 
Este curso tem por objetivo , aperfeiçoar os 2º Sargentos da Polícia Militar do Estado do 
Rio de Janeiro. Para tal, o Curso ocorrerá na modalidade semipresencial, através de módulos, 
sendo destes um disponibilizado no ambiente virtual de aprendizagem, por intermédio da Escola 
Virtual, no Centro de Educação a Distância da Polícia Militar (CEADPM)e um módulo de 
disciplinas práticas ministrado do Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças (CFAP 31 
Vol.). 
É fundamental o seu empenho no curso, pois você terá na parte EaD autonomia de 
estudos e de horários, mas também é necessário disciplina e dedição para o êxito dessa jornada, 
pois depende do esforço coletivo e também individual para que tenhamos policiais cada vez mais 
qualificados,bem treinados e aperfeiçoados para cumprirmos nossa missão, buscando cada vez 
mais a excelência de nossas ações. 
O bom treinamento envolve aspectos físicos e cognitivos, na era da informação e da 
tecnologia, precisamos nos aprimorar cada vez mais a fim de garantir uma tropa consciente, 
respeitosa, pautada em valores morais e institucionais, garantindo assim o cumprimento de suas 
funções com dignidade e excelência. 
Esperamos que você aproveite ao máximo os conhecimentos adquiridos através deste 
curso e busque uma reflexão acerca de suas funções perante a sociedade, seus companheiros 
de profissão. Que seja um momento de repensar as práticas e fortelecer seu vínculo profissional, 
ampliando cada vez mais seus conhecimentos para lidar com as particularidades de ser um 
Policial Militar no Estado do Rio de Janeiro. 
 
Desejamos a todos bons estudos! 
 
Rogério Quemento Lobasso - Coronel PM 
Diretor-Geral de Ensino e Instrução 
 
Marcelo André Teixeira da Silva – Ten. Coronel PM 
 Comandante do CFAP 
 
 
 
DIREITOS HUMANOS – CAS 2020 
4 
Desenvolvedores 
 
CEADPM 
Supervisão Geral EAD 
CAP PM Ped Vania Pereira Matos da Silva 
 
Equipe Técnica 
SUBTEN PM Wilian Jardim de Souza 
3º SGT PM Edson dos Santos Vasconcelos 
 
Diagramação 
2º SGT PM Wallace Reis Fernandes 
CB PM Michele Pereira da Siva de Oliveira 
CB PM Thiago Silva Amaral 
 
Design Instrucional 
CAP PM Ped Vania Pereira Matos da Silva 
CB PM Michele Pereira da Siva de Oliveira 
 
Vídeo e animação 
CB PM Joyce Gaspar de Almeida 
 
Designer Gráfico 
2º SGT PM Wallace Reis Fernandes 
SD PM Leonardo da Silva Ramos 
 
Suporte ao Aluno 
2º SGT PM Anderson Inacio de Oliveira 
CFAP 
 
Supervisão Geral do Curso 
MAJ PM Maria Isabel Conceição Silva Sardinha 
 
Coordenação Pedagógica 
CAP PM Ped Patrícia Kalife Paiva 
 
Equipe Técnica 
TEN PM Ped Paulo Alexandre Baptista 
2ºSGT PM Elaine Xavier Oliveira Alves de Lima 
CB PM Juliana Pereira de Carvalho 
 
Conteudista 
MAJ PM Maria Clara Alves Lima 
Revisor de Conteúdo 
2º TEN RR Carlos Vieira 
 
 
DIREITOS HUMANOS – CAS 2020 
5 
 
SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................ 6 
DIREITOS HUMANOS .............................................................................................................. 7 
OS DIREITOS HUMANOS SÃO GARANTIDOS PELA NOSSA CONSTITUIÇÃO ....... 19 
ESTUDOS DOS PRINCIPAIS TRATADOS E DEMAIS INSTRUMENTOS GLOBAIS 
REFERENTES AOS DIREITOS HUMANOS ....................................................................... 22 
TEORIA GERAL DOS DIREITOS HUMANOS / CONSTITUIÇÃO DE 1988-BRASIL .. 26 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITOS HUMANOS – CAS 2020 
6 
INTRODUÇÃO 
 
O conceito de dignidade da pessoa humana é central para a problemática dos direitos 
humanos. Falar dessa questão é inseparável de uma reflexão sobre o alcance e o sentido da 
ideia de pessoa. Trata-se de pensar o conceito de pessoa a partir de duas contribuições 
importantes: a de Boécio (480 – 524) e a de Boaventura de Bagnoregio (1217 – 1274). 
Enquanto na definição de Boécio – talvez a mais conhecida e privilegiada – o homem se 
caracteriza como substância racional, em Boaventura essa ênfase é para a dimensão relacional 
da criatura humana. Dizer pessoa humana é falar de um ser de relação, que ganha sentido 
quando estabelece e vive em constante relação com outros homens; é, portanto, falar de uma 
criatura que somente alcança a sua plenitude numa vida de relação com o outro. O fato de ser 
pessoa (desde sempre relação com o outro) expressa, segundo Boaventura, a própria noção de 
dignidade. 
 
 “A dignidade é atributo intrínseco, da essência, da pessoa 
humana, único ser que compreende um valor interno, superior a 
qualquer preço, que não admite substituição equivalente. Assim 
a dignidade entranha e se confunde com a própria natureza do 
ser humano”. (SILVA, 1998, pág. 91) 
 
Nesse sentido, toda violência pode ser entendida como uma forma de violação da 
dignidade humana, porque redutora do outro a si mesmo. 
 
 
DIREITOS HUMANOS – CAS 2020 
7 
DIREITOS HUMANOS 
 
O que são os direitos Humanos? 
 
Os direitos humanos são direitos inerentes a todos os seres humanos, 
independentemente de raça, sexo, nacionalidade, etnia, idioma, religião ou qualquer outra 
condição. 
Auditório da ONU 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Estudantes da Escola Secundária Butkhak em Cabul, no Afeganistão, participam da 
Semana de Ação Global, uma campanha internacional que defende uma educação gratuita e de 
qualidade para todas e todos. Foto: ONU/Fardin Waezi 
Os direitos humanos incluem o direito à vida e à liberdade, à liberdade de opinião e de 
expressão, o direito ao trabalho e à educação, entre e muitos outros. Todos merecem estes 
direitos, sem discriminação. 
 
Sargento, você sabia que o Direito Internacional dos Direitos 
Humanos estabelece as obrigações dos governos de agirem de determinadas 
maneiras ou de se absterem de certos atos, a fim de promover e proteger os 
direitos humanos e as liberdades de grupos ou indivíduos? 
https://nacoesunidas.org/acao/direito-internacional/
https://nacoesunidas.org/acao/direito-internacional/
DIREITOS HUMANOS – CAS 2020 
8 
Desde o estabelecimento das Nações Unidas, em 1945 – em meio ao forte lembrete 
sobre os horrores da Segunda Guerra Mundial –, um de seus objetivos fundamentais tem sido 
promover e encorajar o respeito aos direitos humanos para todos, conforme estipulado na Carta 
das Nações Unidas: 
“Considerando que os povos das Nações Unidas reafirmaram, na Carta da ONU, 
sua fé nos direitos humanos fundamentais, na dignidade e no valor do ser humano e na 
igualdade de direitos entre homens e mulheres, e que decidiram promover o progresso social e 
melhores condições de vida em uma liberdade mais ampla, … a Assembleia Geral proclama a 
presente Declaração Universal dos Diretos Humanos como o ideal comum a ser atingido por 
todos os povos e todas as nações…” 
Preâmbulo da Declaração Universal dos Direitos Humanos, 1948 
Contexto e definição dos direitos humanos 
Os direitos humanos são comumente compreendidos como aqueles direitos inerentes ao 
ser humano.O conceito de Direitos Humanos reconhece que cada ser humano pode desfrutar 
de seus direitos humanos sem distinção de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou 
de outro tipo, origem social ou nacional ou condição de nascimento ou riqueza. 
Os direitos humanos são garantidos legalmente pela lei de direitos humanos, protegendo 
indivíduos e grupos contra ações que interferem nas liberdades fundamentais e na dignidade 
humana. 
Estão expressos em tratados, no direito internacional consuetudinário, conjuntos de 
princípios e outras modalidades do Direito. A legislação de direitos humanos obriga os Estados 
a agir de uma determinada maneira e proíbe os Estados de se envolverem em atividades 
específicas. No entanto, a legislação não estabelece os direitos humanos. Os direitos humanos 
são direitos inerentes a cada pessoa simplesmente por ela ser um humano. 
Tratados e outras modalidades do Direito costumam servir para proteger formalmente os 
direitos de indivíduos ou grupos contra ações ou abandono dos governos, que interferem no 
desfrute de seus direitos humanos. 
 
Algumas das características mais importantes dos direitos humanos 
 
Você saberia citar algumas das características mais importantes dos 
direitos humanos? Que tal aprender? 
 
 
São elas: 
 Os direitos humanos são fundados sobre o respeito pela dignidade e o valor de cada 
pessoa; 
https://www.youtube.com/watch?v=frae04L0k7M
https://www.youtube.com/watch?v=frae04L0k7M
https://nacoesunidas.org/carta/
https://nacoesunidas.org/carta/
http://www.un.org/en/universal-declaration-human-rights/index.html
http://www.un.org/en/sections/issues-depth/human-rights/index.html
DIREITOS HUMANOS – CAS 2020 
9 
 Os direitos humanos são universais, o que quer 
dizer que são aplicados de forma igual e sem 
discriminação a todas as pessoas; 
 Os direitos humanos são inalienáveis, e 
ninguém pode ser privado de seus direitos 
humanos; eles podem ser limitados em 
situações específicas. Por exemplo, o direito à 
liberdade pode ser restringido se uma pessoa é 
considerada culpada de um crime diante de um 
tribunal e com o devido processo legal; 
 Os direitos humanos são indivisíveis, inter-relacionados e interdependentes, já que 
é insuficiente respeitar alguns direitos humanos e outros não. Na prática, a violação 
de um direito vai afetar o respeito por muitos outros; 
 Todos os direitos humanos devem, portanto, ser vistos como de igual importância, 
sendo igualmente essencial respeitar a dignidade e o valor de cada pessoa. 
 
Normas internacionais de direitos humanos 
 
A expressão formal dos direitos humanos inerentes se dá através das normas 
internacionais de direitos humanos. Uma série de tratados internacionais dos direitos humanos 
e outros instrumentos surgiram a partir de 1945, conferindo uma forma legal aos direitos 
humanos inerentes. 
A criação das Nações Unidas viabilizou um fórum ideal para o desenvolvimento e a 
adoção dos instrumentos internacionais de direitos humanos. Outros instrumentos foram 
adotados a nível regional, refletindo as preocupações sobre os direitos humanos particulares a 
cada região. 
A maioria dos países também adotou constituições e outras leis que protegem 
formalmente os direitos humanos básicos. Muitas vezes, a linguagem utilizada pelos Estados 
vem dos instrumentos internacionais de direitos humanos. 
As normas internacionais de direitos humanos consistem, principalmente, de tratados e 
costumes, bem como declarações, diretrizes e princípios, entre outros. 
 
Tratados 
 
Um tratado é um acordo entre os Estados, que se comprometem com regras específicas. 
Tratados internacionais têm diferentes designações, como pactos, cartas, protocolos, 
convenções e acordos. Um tratado é legalmente vinculativo para os Estados que tenham 
consentido em se comprometer com as disposições do tratado – em outras palavras, que são 
parte do tratado. 
https://treaties.un.org/
DIREITOS HUMANOS – CAS 2020 
10 
Um Estado pode fazer parte de um tratado através de uma ratificação, adesão ou 
sucessão. 
A ratificação é a expressão formal do consentimento de um Estado em se 
comprometer com um tratado. Somente um Estado que tenha assinado o tratado anteriormente 
– durante o período no qual o tratado esteve aberto a assinaturas – pode ratificá-lo. 
A ratificação consiste de dois atos processuais: a nível interno, requer a aprovação pelo 
órgão constitucional apropriado – como o Parlamento, por exemplo. A nível internacional, de 
acordo com as disposições do tratado em questão, o instrumento de ratificação deve ser 
formalmente transmitido ao depositário, que pode ser um Estado ou uma organização 
internacional como a ONU. 
A adesão implica o consentimento de um Estado que não tenha assinado anteriormente 
o instrumento. Estados ratificam tratados antes e depois de este ter entrado em vigor. O mesmo 
se aplica à adesão. 
Um Estado também pode fazer parte de um tratado por sucessão, que acontece em 
virtude de uma disposição específica do tratado ou de uma declaração. A maior parte dos 
tratados não são auto-executáveis. Em alguns Estados tratados são superiores à legislação 
interna, enquanto em outros Estados tratados recebem status constitucional e em outros apenas 
certas disposições de um tratado são incorporadas à legislação interna. 
Um Estado pode, ao ratificar um tratado, formular reservas a ele, indicando que, embora 
consinta em se comprometer com a maior parte das disposições, não concorda com se 
comprometer com certas disposições. No entanto, uma reserva não pode derrotar o objeto e o 
propósito do tratado. 
Além disso, mesmo que um Estado não faça parte de um tratado ou não tenha formulado 
reservas, o Estado pode ainda estar comprometido com as disposições do tratado que se 
tornaram direito internacional consuetudinário ou constituem normas imperativas do direito 
internacional, como a proibição da tortura. Todos os tratados das Nações Unidas estão reunidos 
em treaties.un.org. 
 
Costume 
 
O direito internacional consuetudinário – ou simplesmente “costume” – é o termo usado 
para descrever uma prática geral e consistente seguida por Estados, decorrente de um 
sentimento de obrigação legal. 
Assim, por exemplo, enquanto a Declaração Universal dos Direitos Humanos não é, em 
si, um tratado vinculativo, algumas de suas disposições têm o caráter de direito internacional 
consuetudinário. 
Normas gerais do direito internacional – princípios e práticas com os quais a maior parte 
dos Estados concordaria – constam, muitas vezes, em declarações, proclamações, regras, 
diretrizes, recomendações e princípios. 
https://treaties.un.org/
DIREITOS HUMANOS – CAS 2020 
11 
Apesar de não ter nenhum feito legal sobre os Estados, elas representam um consenso 
amplo por parte da comunidade internacional e, portanto, têm uma força moral forte e inegável 
em termos na prática dos Estados, em relação a sua conduta das relações internacionais. 
O valor de tais instrumentos está no reconhecimento e na aceitação por um grande 
número de Estados e, mesmo sem o efeito vinculativo legal, podem ser vistos como uma 
declaração de princípios amplamente aceitos pela comunidade internacional. 
A Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indígenas, por exemplo, 
recebeu o apoio dos Estados Unidos em 2010, o último dos quatro Estados-membros da ONU 
que se opuseram a ela. Ao adotar a 
Declaração, os Estados se comprometeram a reconhecer os direitos dos povos indígenas sob a 
lei internacional, com o direito de serem respeitados como povos distintos e o direito de 
determinar seu próprio desenvolvimento de acordo com sua cultura, prioridades e leis 
consuetudinárias (costumes). 
 
 
Já se passaram 70 anos desde que líderes mundiais determinaram explicitamente quais 
direitos todos no planeta poderiam esperar e exigir simplesmente por serem humanos. Nascida 
do desejo de impedir outro Holocausto,a Declaração Universal dos Direitos Humanos continua 
a demonstrar o poder das ideias para mudar o mundo. 
 
DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS DA ONU- 
HISTÓRICO 
http://unicrio.org.br/docs/declaracao_direitos_povos_indigenas.pdf
https://www.ohchr.org/EN/NewsEvents/Pages/DisplayNews.aspx?NewsID=23856&LangID=E
DIREITOS HUMANOS – CAS 2020 
12 
 
Sargento, você sabia que a Declaração Universal dos Direitos 
Humanos (DUDH) foi adotada em 10 de dezembro de 1948? 
 
 
O que são Direitos Humanos, segundo a Sociologia? 
 
Direitos Humanos são uma categoria de direitos básicos assegurados a todo e qualquer 
ser humano, não importando a classe social, raça, nacionalidade, religião, cultura, profissão, 
gênero, orientação sexual ou qualquer outra variante possível que possa diferenciar os seres 
humanos. 
Apesar de o senso comum acreditar que Direitos Humanos são uma espécie de 
entidade que dá suporte a algumas pessoas ou que são uma invenção para proteger alguns tipos 
de pessoas, eles, na verdade, são muito mais do que isso. Para entender melhor, precisamos 
fazer algumas distinções conceituais necessárias antes de nos aprofundar no assunto. 
 
Mitos e verdades sobre os Direitos Humanos 
 
 Os Direitos Humanos não foram criados por alguém - Em primeiro lugar, os Direitos 
Humanos não são uma invenção, e sim o reconhecimento de que, apesar de todas as 
diferenças, existem aspectos básicos da vida humana que devem ser respeitados e 
garantidos. A Declaração Universal dos Direitos Humanos foi redigida a fim de 
resguardar os direitos já existentes desde que houve qualquer indício de racionalidade 
nos seres humanos. Assim sendo, ela não criou ou inventou direitos em seus artigos, 
mas se limitou a escrever oficialmente aquilo que, de algum modo, já existia 
anteriormente à sua redação. Portanto, quando o senso comum fala que “os Direitos 
Humanos foram criados para...”, já podemos identificar algo de errado no comentário. 
Os Direitos Humanos são assegurados a toda e qualquer pessoa. 
 
 Os Direitos Humanos são universais - Em segundo lugar, a extensão dos Direitos 
Humanos é universal, aplicando-se a todo e qualquer tipo de pessoa. Portanto, eles 
não servem para proteger ou beneficiar alguém e condenar outros, mas tem aplicação 
geral. Então, frases repetidas pelo senso comum, como “Direitos Humanos servem 
para proteger bandidos”, não estão corretas, visto que os Direitos Humanos são uma 
proteção a todos os humanos. Alegações com base na Declaração Universal dos Direitos 
Humanos podem ser feitas para evitar ações que violem os direitos de réus ou 
criminosos, como o cárcere injustificado, a tortura ou o assassinato. 
https://brasilescola.uol.com.br/filosofia/senso-comum.htm
https://brasilescola.uol.com.br/geografia/declaracao-universal-dos-direitos-humanos.htm
DIREITOS HUMANOS – CAS 2020 
13 
 Os Direitos Humanos não são uma pessoa - Por último, os Direitos Humanos não são 
uma entidade, uma ONG ou uma pessoa que se apresenta fisicamente e tem vontade 
própria. Portanto, a frase repetida pelo senso comum, “Mas quando morre um policial, 
os Direitos Humanos não vão dar apoio à família. ” Está duplamente incorreta, visto que 
os Direitos Humanos não são entidade ou pessoas e que eles se estendem a todos, 
inclusive policiais. 
 
Você saberia dizer como surgiram os Direitos Humanos? 
 
 
Podemos fazer uma primeira incursão na Revolução Americana, em que a carta Bill of 
Rights (ou Declaração dos Direitos dos Cidadãos dos Estados Unidos) assegura certos direitos 
aos nascidos no país. Entre eles, garante o direito à vida, à liberdade, à igualdade e 
à propriedade. Assim, o governo não poderia atacar um desses direitos de alguém sem o devido 
processo e julgamento dentro dos parâmetros da lei. 
Na mesma época em que essa emenda americana foi oficialmente aceita, estourou 
a Revolução Francesa, em 1789, e foi redigida a Declaração dos Direitos do Homem e do 
Cidadão. De cunho liberal e baseada nos ideais iluministas que pregavam a igualdade, 
a liberdade e a fraternidade, essa declaração tinha por objetivo assegurar que nenhum homem 
deveria ter mais poder ou direitos que outro – o que representava o ideal republicano e 
democrata, que à época ameaçava o Antigo Regime, no qual apenas uma pessoa concentrava 
poderes. 
Nesse primeiro momento, tanto a declaração americana quanto a francesa não 
asseguravam direitos amplos a todos os membros da raça humana, pois, no período, mulheres 
ainda não possuíam todos os seus direitos civis garantidos e ainda havia escravidão. 
Somente em 1948 foi publicada a carta oficial contendo a Declaração Universal dos 
Direitos Humanos, a qual asseguraria, para todos e todas, os seus direitos básicos. A história 
desse documento acompanha a história do início da Organização das Nações Unidas (ONU), 
que iniciou suas atividades em fevereiro de 1945. 
 
https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/historia/o-que-foi-revolucao-americana.htm
https://brasilescola.uol.com.br/historiag/revolucao-francesa.htm
https://brasilescola.uol.com.br/historiag/onu1.htm
DIREITOS HUMANOS – CAS 2020 
14 
 
O que se queria naquele ano era evitar novas tragédias, como as ocorridas durante 
a Segunda Guerra Mundial — por exemplo, a chamada “solução final” do governo nazista 
contra o povo judeu ou os atos anteriores ao início oficial da guerra, como as prisões arbitrárias 
e o exílio de judeus, bem como a escravização de povos, outros genocídios etc. Com o fim da 
Segunda Guerra, o cenário resultante continha milhões de mortos, milhões em situação de 
miséria e fome, e milhares de civis que tiveram algum direito violado por ataques, ações ou 
crimes de guerra. 
Para elaborar estratégias que evitassem novas tragédias, representantes de 50 países 
reuniram-se para elaborar um organismo mundial que visava a garantir a paz e o respeito entre 
os povos. A primeira ação elaborada foi a formação de uma Comissão de Direitos Humanos 
da ONU, que ficaria responsável pela redação de um documento prescritivo para listar todos os 
direitos fundamentais dos seres humanos. A declaração foi concluída em 18 de junho de 1948 e 
aprovada pela Assembleia Geral da ONU em 10 de dezembro de 1948. 
Hoje, 193 países são signatários da ONU. Isso significa que, entre outras coisas, eles 
devem garantir em seus territórios o respeito aos direitos básicos dos cidadãos. Não há uma 
maneira expressa e objetiva da organização fiscalizar e regular o cumprimento dos Direitos 
Humanos, mas as legislações da maioria dos países ocidentais democráticos, bem como 
seus sistemas judiciários, recorrem aos artigos expressos na Declaração Universal dos 
Direitos Humanos para formularem seus textos legais e aplicarem as decisões e medidas 
jurídicas. 
 
Direitos humanos e a ONU 
 
Além de ter redigido o documento central que trata dos Direitos Humanos no mundo, a 
ONU tem a tarefa de garantir a aplicação de tais direitos. Porém, a organização não pode atuar 
como uma fiscal ou central reguladora ordenando ações dentro dos países e dos governos. O 
que a ONU pode fazer é, no máximo, recomendações para que os países signatários sigam os 
preceitos estabelecidos no documento. 
Além de recomendações, são comuns 
ações estratégicas envolvendo os países 
signatários para pressionar governos 
para que respeitem os Direitos 
Humanos dentro de seus territórios, 
como embargos econômicos, cortes 
de relações comerciais, restrições em 
zonas de livre comércio e restrições ou 
cortes de relações exteriores. 
 
 
https://brasilescola.uol.com.br/historiag/segunda-guerra-mundial.htm
DIREITOS HUMANOS – CAS 2020 
15 
Direitos Humanos no Brasil 
 
Há muito o que se discutir a respeito dos Direitos Humanos no Brasil: 
 Em primeiro lugar: existem inúmeros desrespeitos a tal categoria de direitos 
em nosso território por parte de governos, de agentes de Estado e de empresas. 
 Em segundo lugar: há uma relutância do senso comumem aceitar essa 
categoria de direitos, percebendo-se, inclusive, que quem critica tais direitos 
também está assegurado por eles. 
 Em terceiro lugar: podemos perceber que personalidades que dedicaram as 
suas vidas a lutar por tais direitos foram ameaçadas, mortas ou silenciadas. 
 
Ao longo do tempo, percebemos que as constituições foram, gradativamente, 
adequando-se e sendo aperfeiçoadas quanto às garantias dos Direitos Humanos dos cidadãos 
brasileiros. Tomemos, como exemplo, os saltos qualitativos representados pela Constituição 
Federal de 1934, que garantiu avanços para a classe trabalhadora e estabeleceu o sufrágio 
feminino, e pela Constituição Federal de 1988, que está totalmente alinhada com a Declaração 
Universal dos Direitos Humanos. 
Também esbarramos em alguns problemas em relação à garantia dos Direitos Humanos 
em território brasileiro hoje. Os principais fatores que evidenciam essas falhas são as altas taxas 
de homicídios, em especial de jovens, moradores de periferias e negros; o abuso policial e as 
execuções cometidas por policiais ou milícias; o falho sistema prisional, que se encontra em 
crise; as ameaças aos defensores dos Direitos Humanos; a miséria e a alta desigualdade social; 
a violência contra a mulher; e o trabalho em situações análogas à escravidão. 
 
 
 
 
https://brasilescola.uol.com.br/historiab/constituicao-1934.htm
https://brasilescola.uol.com.br/historiab/constituicao-1934.htm
https://brasilescola.uol.com.br/historiab/constituicao.htm
DIREITOS HUMANOS – CAS 2020 
16 
Artigos da Declaração Universal de Direitos Humanos 
 
Policial, você sabia que o documento oficial da ONU chamado 
Declaração Universal dos Direitos Humanos possui 30 artigos 
antecedidos por um preâmbulo? Vamos estudá-los? 
 
O preâmbulo traz as justificativas para a redação de tal documento e estabelece as bases 
sobre as quais os artigos foram pensados. Abaixo, explicamos cada um dos artigos da 
Declaração Universal dos Direitos Humanos. 
Artigo 1º — trata da liberdade e da igualdade, que devem estender-se a todos os seres 
humanos. 
Artigo 2º — todas as pessoas podem requerer para si os direitos apresentados no 
documento. Nenhuma discriminação, de qualquer origem, pode ser feita. 
Artigo 3º — são apresentados os direitos mais fundamentais: à vida, à liberdade e à 
segurança pessoal. 
Artigo 4º — diz que ninguém pode ser mantido em regimes de escravidão ou servidão. 
Artigo 5º — diz que ninguém pode ser submetido à tortura, à crueldade ou a qualquer 
tipo de tratamento degradante. 
Artigo 6º — a personalidade jurídica (ou seja, o reconhecimento legal e jurídico de todos 
como cidadãos) deve ser reconhecida em todo e qualquer lugar. 
Artigo 7º — a lei deve ser igual para todos, deve proteger a todos, e o documento da 
declaração também vale para todos, não importando as diferenças. 
Artigo 8º — toda pessoa pode recorrer ao sistema de justiça contra as violações da lei 
que as atingirem. 
Artigo 9º — proíbe as prisões, detenções ou exílios arbitrários, ou seja, que não foram 
resultados de um processo legal que comprove o ato como determinação de uma sentença 
judicial ou de algum tipo de medida judicial válida. 
Artigo 10º — todo mundo tem direito a um 
julgamento oficial, público, imparcial e justo. 
Artigo 11º — com dois incisos, o artigo 
afirma que alguém que é acusado de um delito é 
inocente até que se prove o contrário e que não se 
pode condenar alguém por uma ação que, no 
momento em que foi cometida, não era crime em 
âmbito nacional ou internacional. 
Artigo 12º — a lei deve proteger para que 
ninguém sofra intromissões no âmbito privado de 
suas vidas. 
Artigo 13º — tratando de fronteiras e 
territórios, os dois incisos desse artigo falam que 
DIREITOS HUMANOS – CAS 2020 
17 
todo mundo tem o direito de residir onde quiser dentro de um Estado e que todos podem 
abandonar ou retornar ao seu Estado de origem quando quiserem. 
Artigo 14º — os dois incisos desse artigo garantem o direito à busca de asilo em outros 
países por perseguição, salvo em caso de processo legal legítimo. 
Artigo 15º — os dois incisos desse direito dizem que a nacionalidade é um direito de 
todos e que ninguém pode ser privado dele. 
Artigo 16º — os três incisos desse artigo dizem que: a partir da idade em que o 
casamento é permitido, todos têm o direito de se casar, independente de qualquer diferença 
existente entre eles, desde que haja o consentimento de ambas as partes; e que o Estado deve 
garantir a proteção à família, entendendo que essa é o elemento fundamental da sociedade. 
Artigo 17º — diz que toda pessoa tem direito à propriedade e que ninguém pode ser 
arbitrariamente privado dela. 
Artigo 18º — trata da liberdade religiosa, garantindo o direito a todos de escolherem e 
mudarem seus credos religiosos, bem como manifestá-los em âmbito público ou privado. 
Artigo 19º — diz que todos têm o direito à liberdade de expressão, ninguém pode ser 
censurado ou discriminado por suas opiniões, e todos têm o direito de divulgá-las. 
Artigo 20º — todo mundo pode reunir-se pacificamente, e ninguém pode ser obrigado a 
participar de qualquer tipo de reunião. 
Artigo 21º — todo mundo pode participar da política e da vida pública de seu país, seja 
diretamente, seja por meio de representantes eleitos por votação. O terceiro inciso desse artigo 
diz ainda que a vontade popular é o fundamento primeiro que confere legitimidade aos poderes 
públicos. 
Artigo 22º — todos têm direito à segurança e à seguridade social e podem exigir esses 
direitos em suas diversas formas possíveis. 
Artigo 23º — tratando do trabalho, os quatro incisos desse artigo garantem a todas as 
pessoas: a possibilidade de escolha do trabalho; o trabalho digno; a remuneração compatível, 
justa e digna por qualquer tipo de trabalho; a remuneração igual pelo trabalho igual; e a 
possibilidade de fundação e filiação a sindicatos. 
Artigo 24º — todo mundo tem direito ao descanso, ao lazer, a uma jornada de trabalho 
compatível com o descanso e a férias remuneradas periódicas. 
Artigo 25º — o primeiro inciso diz que 
todo mundo tem direito a condições básicas de 
vida que garantam, para si e para a sua família, 
as condições básicas de subsistência (saúde, 
bem-estar, alimentação, vestuário, moradia e 
serviços sociais necessários). No caso de perda 
dos meios de subsistência involuntária, também 
é assegurada a assistência social. O segundo 
inciso garante o amparo à maternidade e à 
infância, que devem ser protegidas. 
DIREITOS HUMANOS – CAS 2020 
18 
Artigo 26º — tratando da educação, esse artigo diz que todas as pessoas têm o direito 
ao ensino elementar, universal e gratuito. Diz também que o ensino superior deve estar aberto a 
todos em igualdade, que a educação deve promover o respeito e os Direitos Humanos, e que 
cabe aos pais a escolha do tipo de educação que seus filhos vão receber. 
Artigo 27º — todos têm o direito de participar e usufruir da cultura, das artes e da ciência 
produzidas em sua comunidade. 
Artigo 28º — todos, sem distinção, têm direito à ordem e à garantia dos direitos 
estabelecidos na Declaração. 
Artigo 29º — todos têm deveres para com as comunidades e, seguindo o cumprimento 
dos deveres, têm seus direitos garantidos. 
Artigo 30º — os direitos e garantias apresentados na Declaração não podem ser 
utilizados para destruir ou atacar qualquer direito fundamental. 
 
Resumo 
 
Os Direitos Humanos são uma categoria de direitos básicos e inalienáveis. Garantem 
direitos básicos a todos os membros da espécie humana. Seus primeiros reconhecimentos 
ocorreram na Revolução Americana e na Revolução Francesa. Foram oficializados, no século 
XX, por meio da Declaração Universal dos Direitos Humanos, da ONU. Possuem como objetivo 
garantir direitos fundamentais, como a vida, a liberdade, a saúde e a segurança das pessoas, 
bem como o direito à defesa e ao justo julgamento a quem seja acusadode um crime. 
 
Evolução dos direitos humanos no brasil 
 
 
Sargento, vamos estudar a evolução dos Direitos Humanos no Brasil? 
 
 
 
 Os direitos humanos são um importante instrumento de proteção a toda e qualquer 
pessoa no mundo. Por isso, são garantidos por inúmeros tratados e documentos jurídicos em 
diversos países, um deles o Brasil. Neste 
texto falaremos especificamente sobre os 
direitos humanos no Brasil. Nosso país 
conta com uma série de ferramentas para 
garantir que os direitos humanos sejam 
estendidos a todos os nossos cidadãos. 
Mas infelizmente na prática ainda não 
atingimos este objetivo. 
 
DIREITOS HUMANOS – CAS 2020 
19 
OS DIREITOS HUMANOS SÃO GARANTIDOS PELA NOSSA 
CONSTITUIÇÃO 
 
No Brasil, os direitos humanos são garantidos na Constituição Federal de 1988, o que 
pode ser considerado um grande avanço jurídico, já que o país conta com uma história marcada 
por episódios de graves desrespeitos a esses direitos. 
A mais recente constituição garante os direitos civis, políticos, econômicos, sociais e 
culturais dos nossos cidadãos. Essas garantias aparecem, por exemplo, logo no primeiro artigo, 
onde é estabelecido o princípio da cidadania, da dignidade da pessoa humana e os valores 
sociais do trabalho. 
Já no artigo 5º é estabelecido o direito à vida, à privacidade, à igualdade, à liberdade e 
outros importantes direitos fundamentais, sejam eles individuais ou coletivos. 
Visando garantir a cidadania e a dignidade humana, a Constituição defende princípios 
como: 
 Igualdade entre gêneros; 
 Erradicação da pobreza, da marginalização e das desigualdades sociais; 
 Promoção do bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, gênero, idade ou cor; 
 Racismo como crime imprescritível; 
 Propôs direito de acesso à saúde, à previdência, à assistência social, à educação, à 
cultura e ao desporto; 
 Reconhecimento de crianças e adolescentes como pessoas em desenvolvimento; 
 Estabelecimento da política de proteção ao idoso, ao portador de deficiência e aos 
diversos agrupamentos familiares; 
 Orientação de preservação da cultura indígena. 
 
Ainda que a Constituição de 1988 seja o marco mais evidente dos direitos humanos no 
Brasil, eles já apareciam anteriormente, até mesmo em outras constituições. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.politize.com.br/constituicao-de-1988/
http://www.egov.ufsc.br/portal/conteudo/os-direitos-humanos-no-brasil-e-constitui%C3%A7%C3%A3o-de-1988-o-desafio-da-efetiva%C3%A7%C3%A3o-dos-direitos-h
https://www.politize.com.br/constituicao-de-1988/
DIREITOS HUMANOS – CAS 2020 
20 
 
ATUAIS DESAFIOS DOS DIREITOS HUMANOS NO BRASIL. 
 
Você já parou para pensar quais são os atuais desafios dos Direitos 
Humanos no Brasil? Saberia dizer quais são eles? 
 
Os direitos fundamentais resguardados pela atual constituição colocam o Brasil como 
um dos países com o mais completo ordenamento jurídico em relação aos direitos humanos. 
Com isso, os direitos humanos tornaram-se um compromisso do Governo Federal e hoje são 
conduzidos como uma política pública. Contudo, décadas após a instauração da nova 
constituição, ainda existem muitas dificuldades em tirar esses princípios do papel. 
Segundo o assessor de direitos humanos da Anistia Internacional, Maurício Santoro, 
os direitos humanos no Brasil são uma questão marcada por contradições. Para ele, o país 
apresenta ótimas leis sobre o assunto, mas o grande problema é que elas ainda não são 
cumpridas. 
O relatório Estado dos Direitos Humanos no Mundo, organizado pela Anistia 
Internacional, mostra que entre as principais falhas do Brasil em direitos humanos, aparecem 
problemas como: 
 A alta taxa de homicídios no país, sobretudo de jovens negros; 
 Os abusos policiais e as execuções extrajudiciais, cometidas por policiais em 
operações formais ou paralelas, em grupos de extermínio ou milícias; 
 A crítica situação do sistema prisional; 
 A vulnerabilidade dos defensores de direitos humanos, principalmente em 
áreas rurais; 
 A violência sofrida pela população indígena, sobretudo pelas falhas em políticas 
de demarcação de terras; e 
 As várias formas de violência contra as mulheres. 
 
A grande preocupação é que estes problemas persistem no país há cerca de 30 
anos, sem que as autoridades tenham criado soluções efetivas para mudar o cenário. Para o 
diretor executivo da Anistia Internacional no Brasil, Atila Roque, o Brasil vive em um estado 
permanente de violação de direitos humanos. Mesmo que o país tenha avançado em algumas 
áreas, como na redução da pobreza, a situação se manteve crítica em diversos outros setores. 
Segundo Roque, a boa notícia é que, apesar das falhas governamentais em melhorar a 
situação dos direitos humanos, a sociedade tem 
investido em transformar esse cenário. A mudança vem 
ocorrendo na mobilização das periferias e favelas, 
principais vítimas das violações de direitos humanos, e 
nas diversas manifestações de pessoas saindo às ruas 
ou lançando campanhas para reivindicar seus direitos. 
https://www.politize.com.br/politicas-publicas-o-que-sao/
https://anistia.org.br/
https://anistia.org.br/wp-content/uploads/2017/02/AIR2017_ONLINE-v.2-2.pdf
https://www.politize.com.br/crise-do-sistema-prisional-brasileiro-causas/
https://www.nexojornal.com.br/expresso/2017/03/01/Por-que-cresce-o-n%C3%BAmero-de-mortes-de-defensores-de-direitos-humanos-no-Brasil
https://www.politize.com.br/movimento-indigena/
http://brasil.elpais.com/brasil/2016/02/23/politica/1456259176_490268.html
http://brasil.elpais.com/brasil/2016/02/23/politica/1456259176_490268.html
http://brasil.elpais.com/brasil/2016/02/23/politica/1456259176_490268.html
DIREITOS HUMANOS – CAS 2020 
21 
DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA. 
 
Sargento, você sabe o que é dignidade da pessoa humana? Vamos 
aprender? 
 
O conceito de dignidade da pessoa humana é central para a problemática dos direitos 
humanos. Falar dessa questão é inseparável de uma reflexão sobre o alcance e o sentido da 
ideia de pessoa. Trata-se de pensar o conceito de pessoa a partir de duas contribuições 
importantes: a de Boécio (480 – 524) e a de Boaventura de Bagnoregio (1217 – 1274). 
Enquanto na definição de Boécio – talvez a mais conhecida e privilegiada – o homem se 
caracteriza como substância racional, em Boaventura essa ênfase é para a dimensão relacional 
da criatura humana. Dizer pessoa humana é falar de um ser de relação, que ganha sentido 
quando estabelece e vive em constante relação com outros homens; é, portanto, falar de uma 
criatura que somente alcança a sua plenitude numa vida de relação com o outro. O fato de ser 
pessoa (desde sempre relação com o outro) expressa, segundo Boaventura, a própria noção de 
dignidade. 
“A dignidade é atributo intrínseco, da essência, da pessoa humana, único ser que 
compreende um valor interno, superior a qualquer preço, que não admite substituição 
equivalente. Assim a dignidade entranha e se confunde com a própria natureza do ser humano”. 
(SILVA,1998, pág. 91) 
Nesse sentido, toda violência pode ser entendida como uma forma de violação da 
dignidade humana, porque redutora do outro a si mesmo. 
Balestreri conceitua o agente de Segurança Pública como um cidadão qualificado que 
representa o Estado, em seu contato mais imediato com a população, o qual porta a singular 
permissão para o uso da força e das armas, no âmbito da lei. Dessa forma, a fim de não incorrer 
em nenhuma violação de direitos junto à sociedade, torna-se imprescindível agir em consonância 
as leis, normas e tratados internacionais dos direitos humanos. 
O Policial, no exercício de sua cidadania, tem o direito de ser bem assistido pelo Estado, 
estar bem equipado, preparado e ter boas condições de trabalho refletindo, assim, a imagem da 
Instituição e de seu País. O Policial Militar, inequivocamente, é sujeito de Direitos Humanos; 
respeitar e conceber sua cidadania são fundamentos imprescindíveispara o crescimento de 
todos. 
Ainda, pela normativa internacional de Direitos Humanos, o Estado tem obrigações 
fundamentais para a formação continuada do Policial Militar, onde observaremos mais adiante 
quando trataremos dos Princípios Básicos sobre a Utilização da Força e de Armas de Fogo pelos 
funcionários responsáveis pela aplicação da lei (PBUFAF). 
No estudo da normativa internacional fica claramente evidenciado que o Policial Militar é 
sujeito de Direitos Humanos, cabendo ao Estado promover sua execução nos parâmetros 
internacionais contratados, preservando individualidades e fortalecendo, profissionalmente, 
capacidades física, psicológica, intelectual e social. 
DIREITOS HUMANOS – CAS 2020 
22 
ESTUDOS DOS PRINCIPAIS TRATADOS E DEMAIS 
INSTRUMENTOS GLOBAIS REFERENTES AOS DIREITOS 
HUMANOS 
 
Durante o estudo da disciplina 
DIREITOS HUMANOS, possibilitaremos a 
discussão dos principais valores inseridos nos 
Instrumentos Internacionais de Direitos 
Humanos relacionados à atividade policial, a 
saber: 
a. Declaração Universal dos Direitos 
Humanos (DUDH); 
b. Código de Conduta para os 
Funcionários Responsáveis pela 
Aplicação da Lei (CCEAL); 
c. Princípios Básicos sobre a Utilização da Força e de Armas de Fogo pelos Funcionários 
Responsáveis pela Aplicação da Lei; 
d. Convenção contra a Tortura e outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou 
Degradantes; 
e. Conjunto de Princípios para a Proteção de Todas as Pessoas sujeitas a qualquer 
forma de Detenção ou Prisão. 
 
Presidência da República 
Secretaria-Geral 
Subchefia para Assuntos Jurídicos 
DECRETO Nº 10.255, DE 27 DE FEVEREIRO DE 2020 
 
 
Convoca a Quinta Conferência 
Nacional dos Direitos da Pessoa com 
Deficiência. 
 
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, caput, 
inciso VI, alínea “a”, da Constituição, 
DECRETA: 
Art. 1º Fica convocada a Quinta Conferência Nacional dos Direitos da Pessoa com 
Deficiência, sob a coordenação do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, a 
realizar-se em Brasília, Distrito Federal, no mês de dezembro de 2020, em data a ser 
estabelecida em ato do Ministro de Estado da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, com 
o tema “Cenário atual e futuro na implementação dos direitos da pessoa com deficiência: 
construindo um Brasil mais inclusivo”. 
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/DEC%2010.255-2020?OpenDocument
DIREITOS HUMANOS – CAS 2020 
23 
Art. 2º As diretrizes gerais para a organização e a realização da Quinta Conferência 
Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência serão objeto de ato do Ministro de Estado da 
Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, a ser publicado no prazo de trinta dias, contado da 
data de publicação deste Decreto. 
Art. 3º A convocação das conferências municipais, estaduais e distrital dos direitos da 
pessoa com deficiência é da competência dos governos municipais, estaduais e distrital, 
respectivamente. 
Parágrafo único. A eventual impossibilidade de realização das conferências regionais 
não interferirá na realização da Quinta Conferência Nacional dos Direitos da Pessoa com 
Deficiência. 
Art. 4º A Quinta Conferência Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência será 
presidida pelo Ministro de Estado da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos e, em suas 
ausências ou seus impedimentos, pelo Presidente do Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa 
com Deficiência. 
Art. 5º O Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos dará publicidade aos 
resultados da Quinta Conferência Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência, no prazo de 
trinta dias, contado da data de seu encerramento. 
Art. 6º Este decreto entra em vigor na data de sua publicação. 
Brasília, 27 de fevereiro de 2020; 199º da Independência e 132º da República. 
JAIR MESSIAS BOLSONARO 
Tatiana Barbosa de Alvarenga 
 
 
 
 
DIREITOS HUMANOS – CAS 2020 
24 
Características dos direitos humanos ou especificidades dos direitos 
humanos 
 
 Indivisibilidade: Os direitos humanos não podem ser divididos ou cindidos, pois 
são um conjunto único de direitos. 
 Interdependentes: Significa que dependem de outros, possuem interseções 
para atingirem finalidades, como por exemplo, os direitos humanos de 1º, 2º, 3º, 
4º e 5º gerações/dimensões. 
 Interrelacionalidade: Os direitos humanos estão relacionados com os sistemas 
de proteção dos direitos humanos, ou seja, não há hierarquia. (O posicionamento 
hierárquico dos tratados de direitos humanos no ordenamento jurídico sempre 
geram discussões, no entanto, existem doutrinas com posicionamentos 
divergentes a respeito. Sendo assim, é imprescindível analisar todos os 
posicionamentos para se obter um estudo geral perante ao jurídico da questão- 
Professora Adriane Ouverney) 
 
 Há ainda os sistemas de proteção Global e os sistemas de proteção Regional. O 
sistema Global é o sistema da ONU de proteção de direitos humanos. Como exemplo se pode 
citar o Lula quando peticionou perante o órgão de Comissão de direitos humanos da ONU. O 
sistema Regional da OEA – Corte Interamericana de Direitos Humanos e Comissão 
Interamericana (Lei Maria da Penha). Petição, art. 44 do Pacto de São José da Costa Rica, 
conforme dispositivo abaixo: Art.44º Qualquer pessoa ou grupo de pessoas, ou entidade não 
governamental legalmente reconhecida em um ou mais Estados membros da Organização, pode 
apresentar à Comissão petições que contenham denúncias ou queixas de violação desta 
Convenção por um Estado- parte. 
 Imprescritibilidade: Significa dizer que a pretensão de respeito e concretização 
de direitos humanos não se esgota pelo passar dos anos, podendo ser exigida 
a qualquer momento, assim, não sofre o decurso do tempo. O art. 46, §1º, alínea 
“b” da Convenção Americana de Direitos Humanos, dispõe que a petição ou a 
comunicação internacional deve respeitar 6 (seis) meses a partir da data em que 
o prejudicado (vítima) tenha recebido a notificação da decisão definitiva do seu 
país. 
 
Artigo 46º 1. Para que uma petição ou comunicação apresentada de acordo com os 
artigos 44 ou 45 seja admitida pela Comissão, será necessário: que seja apresentada dentro do 
prazo de seis meses, a partir da data em que o presumido prejudicado em seus direitos tenha 
sido notificado da decisão definitiva; Os tribunais internacionais não podem ser considerados 
como grau de recurso, por uma questão simples de direito internacional, além de soberania. 
 Vedação do Retrocesso ou Regresso (efeito “Cliquet”): Uma vez estabelecido os 
Direitos Humanos, não se admite o retrocesso visando limitação ou diminuição 
DIREITOS HUMANOS – CAS 2020 
25 
do direito, como por exemplo, as cláusulas pétreas, em que os direitos não 
podem ser retirados ou diminuídos, mas podem ser aumentados ou melhorados. 
 Históricos: Significa que os direitos humanos não surgiram todos ao mesmo 
tempo, são frutos de conquistas históricas, e foram construídos gradualmente. 
Como marco temos a 2ª Guerra Mundial (1945) e a Declaração Universal dos 
Direitos Humanos (1948). (É de suma importância interagir com o surgimento 
dos ideais dos Direitos Humanos para um entendimento mais concreto da 
formação dos mesmos em sociedade, questão histórica e social dos 
acontecimentos em detrimento das nações- Profª Adriane Ouverney). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITOS HUMANOS – CAS 2020 
26 
TEORIA GERAL DOS DIREITOS HUMANOS / CONSTITUIÇÃO DE 
1988-BRASIL 
 
Interpretação dos Direitos 
Humanos. Máxima Efetividade: Os 
Direitos Humanos devem ter aplicação 
direta, imediata e integral. Não necessita 
de complemento, não tem prazo e não 
tem restrição. Primazia da norma mais 
favorável: É a aplicação da norma mais 
favorável. Margem de apreciação: É 
baseada no sistema Europeu de proteção 
dos Direitos Humanos, a corte europeia 
se utiliza da margem deapreciação para 
a reparação do dano ou lesão no seu 
tempo, modo e disposição. 
Obs.: Essa teoria não se utiliza no sistema americano. O que é possível é o controle de 
convencionalidade, ou seja, a compatibilidade das leis do país com as convenções ou tratados 
internacionais de Direitos Humanos. 
Direitos Humanos na Constituição Federal Art.4º, CF, são os princípios chamados de 
abertura para o Direito Internacional. 
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos 
seguintes princípios: 
II - Prevalência dos direitos humanos; 
VI - Defesa da paz; 
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo; 
X - Concessão de asilo político. 
Art.5º, §1°, 2°, e 3°, CF/88, aplicação imediata, ou seja, os Direitos são autoaplicáveis, 
vinculam os três poderes. 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-
se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à 
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: 
§ 1º As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata. 
§ 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros 
decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que 
a República Federativa do Brasil seja parte. 
§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem 
aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos 
dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. ” Os direitos previstos 
DIREITOS HUMANOS – CAS 2020 
27 
na Constituição Federal não excluem outros decorrentes de tratados internacionais de Direitos 
Humanos. Isso é chamado de Cláusula de abertura dos Direitos Humanos. 
 Artigo 5º, caput CF/88 – todos são iguais perante a lei sem distinção de qualquer 
natureza. Art. 5º da CF/88. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, 
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à 
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: Artigo 5º, § 
1º CF/88 os direitos humanos são autoaplicáveis. Art. 5º da CF/88 (...) § 1º. As normas 
definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata. Artigo 5º, § 2º CF/88 – 
os direitos aqui previstos não excluem outros decorrentes de Tratados (também chamados de 
Convenções) de Direitos Humanos. 
Cláusula de abertura para os Direitos Humanos. Art. 5º da CF/88 (...) § 2º. Os direitos e 
garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos 
princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do 
Brasil seja parte. 
Artigo 5º, § 3º CF/88 – foi introduzido pela EC 45/2004 – diz que Tratados Internacionais 
de Direitos Humanos que foram aprovados com quórum de 3/5, em turnos, nas 2 casas do 
Congresso, serão equivalentes as Emendas Constitucionais. Art. 5º da CF/88 (...) § 3º. Os 
tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada 
Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos 
membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. 
 
Mas com o Pacto de São José da Costa Rica, também chamado de Convenção 
Americana de Direitos Humanos, há previsão de somente uma prisão civil que seria a do devedor 
de alimentos. 1969 vigor 1978 BR 1992 Tratado Internacional Direitos Humanos – se for matéria 
de DH exige quórum de 3/5, em 2 turnos, nas 02 casas do Senado – EC= (norma constitucional). 
Poderá ser também de matéria simples = norma supralegal. (PSJCR) Comum – matéria simples 
– norma infraconstitucional. Página 2 de 2  CF/88  Convenção das Pessoas com Deficiência e 
seu protocolo facultativo  Normas Supralegais (PSJCR)  Normas Supralegais (PSJCR) 
Artigo 5º, § 4º CF/88 – o Brasil também se submete ao Tribunal Penal Internacional (TPI) 
– EC 45/2004. Art. 5º da CF/88 (...) §4º. O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal 
Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão. 
Este Tratado foi criado pelo Estatuto de Roma. DICA: artigo 5º do Estatuto fala dos 
crimes que são julgados pela TPI São 4 crimes: genocídio, guerra, agressão x Estado Artigo 109, 
inciso V - A, § 5º da CF/88 Art. 109 da CF/88. Aos juízes federais compete processar e julgar: As 
causas relativas a direitos humanos a que se refere o § 5º deste artigo; § 5º. 
ATENÇÃO: 1) Bloco de Constitucionalidade; 2) Recurso Extraordinário 466343/2008; e 3) 
Súmula Vinculante 25 CF/88 – dizia que tínhamos 02 tipos de prisão civil: Prisão civil por 
dívidas; Prisão para o devedor de alimentos. 
DIREITOS HUMANOS – CAS 2020 
28 
Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o Procurador-Geral da República, 
com a finalidade de assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de tratados 
internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, poderá suscitar, perante o 
Superior Tribunal de Justiça, em qualquer fase do inquérito ou processo, incidente de 
deslocamento de competência para a Justiça Federal. Federalização dos crimes graves contra 
os Direitos Humanos. Federalizar é deslocar a competência. 
 Presunção de inocência. Todo homem acusado de um ato delituoso tem o direito de ser 
presumido inocente até que sua culpabilidade tenha sido provada., art. 14 PDCP. “ XII. Direito a 
privacidade. 
Art. 5º, X da CF. XIII. Direito à liberdade de locomoção e residência dentro do País, 
Remédio efetivo: solução/devido processo legal - contraditório e ampla defesa, art. 5º 
LV, XXXIV e XXXV. Presumido inocente até que sua culpabilidade tenha sido provada: Ninguém 
será culpado até o trânsito em julgado da sentença penal condenatória. 
Proibição da tortura, da servidão e escravidão (sem exceções). 
 Podemos dividir em duas partes: 
 Valores - Valores como igualdade, fraternidade, presunção da inocência, 
propriedade, privacidade, liberdade de pensamento, opinião, consciência e 
religião, segurança social, esforço nacional pela cooperação internacional, 
direitos econômicos, sociais e culturais indispensáveis à dignidade humana e ao 
livre desenvolvimento de sua personalidade, são elementos constitutivos da 
Declaração Universal dos Direitos Humanos. 
Nota-se que o Brasil, na Constituição de 05 Out. 1988, incluiu em seu bojo os valores 
acima estudados, principalmente no Art. 5º, como Direitos e Garantias Fundamentais. 
Assim, passou a resgatar credibilidade internacional como membro da ONU. 
 b) Violações - Ações como escravagismo, tortura e prisão ilegal são tratadas 
como violações da dignidade humana. As leis brasileiras passaram a tratar esses 
atos de forma específica, cominando penas aos transgressores, todavia 
acreditamos que, apenas o conhecimento da lei e punições não constituam 
motivações determinantes para que tais violações não ocorram. 
 
Conclusão 
 
O Brasil, perante a comunidade 
internacional, a partir de 1988, ao promulgar a 
Carta Constitucional, deixou claro que adoção 
e apoio aos tratados significariam bem mais 
que agregar ―letras mortas‖. 
 
 
 
DIREITOS HUMANOS – CAS 2020 
29 
A CONDIÇÃO HUMANA E ABORDAGENS HISTÓRICO – 
CULTURAIS DOS DIREITOS HUMANOS 
 
Você certamente já ouviu falar em Cidadania? Sabe o que é? 
 
Podemos entender cidadania como o verdadeiro alicerce para a concretização dos 
direitos humanos, ou seja: O amplo conjunto de direitos e obrigações da pessoa, sob a 
vigência do Estado Democrático de Direito. 
Para concretização da cidadania, no Brasil, o poder público deverá promover para 
todas as pessoas os Direitos: 
 Civis: onde os princípios de liberdade, opinião, expressão e de pensamento 
são definidos pelo Estado como imprescindíveis; 
 Políticos: onde o cidadão tem o direito de votar e ser votado; Sociais: onde o bem estar econômico e social, contemplados pela segurança 
e demais políticas sociais básicas, apresenta qualidade de vida saudável. 
 
Conduta Ética e Legal na Aplicação da Lei 
 
Sargento, você sabia que a conduta do Policial Militar deverá estar 
pautada no Estado Democrático de Direito, com enfoque moral e 
ético centrado nos valores da cidadania, na promoção e defesa 
dos Direitos Humanos? 
 
Esses valores éticos, legais, morais e emocionais devem estar presentes em toda sua 
vida profissional e pessoal. Como representante do Estado, ao Policial Militar cabe o exercício 
exemplar em todas as suas ações, diante da sociedade em que é partícipe. 
 ÉTICA – (Ethikos) Palavra de origem grega, cujo significado pertence ao (ethos), 
ou seja, "bom costume", ―com caráter‖, ―bons hábitos‖ etc. 
 LEGAL – Estado Democrático de Direitos, ou seja, em conformidade com as leis 
vigentes, aprovada no Congresso e sancionadas pelo chefe do poder Executivo, 
todos escolhidos pelo povo. 
Estudiosos assinalam que Ética e moral podem ser diferenciados. 
 Moral tem fundamentos em valores na obediência a costumes e hábitos criados. 
 Ética fundamenta as ações morais especificamente pela razão, ou seja, pela 
racionalidade humana. 
No que tange ao Emocional, o Policial Militar tem o Direito de estar equipado 
apropriadamente e possuir um treinamento condizente com as suas atividades de forma eficaz 
e contínua, possuir condições dignas de trabalho e ter a preocupação institucional pelo seu bem-
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estar físico, psicológico e social, para que possa desempenhar de maneira equilibrada, 
consciente e coerente as suas atividades policiais. 
No conjunto de matérias elencadas para a formação do Policial Militar encontramos o 
―Controle de estresse‖ e ―Ética‖, onde serão ministrados assuntos valorosos por profissionais 
competentes. 
 
Código de Conduta para os Funcionários Responsáveis pela Aplicação da 
Lei (CCEAL); 
 
Conduta Ética e Legal na Aplicação da Lei”. Resolução 34/169 da 
Assembleia Geral das Nações Unidas em 17 de dezembro de 1979. 
 
Artigo 1 - Os funcionários responsáveis pela aplicação da lei 
devem cumprir, a todo o momento, o dever que a lei lhes impõe, servindo a 
comunidade e protegendo todas as pessoas contra atos ilegais, em 
conformidade com o elevado grau de responsabilidade que a sua profissão 
requer. 
Comentário: 
A. A expressão «funcionários responsáveis pela aplicação da lei» inclui todos os agentes 
da lei, quer nomeados, quer eleitos, que exerçam poderes de polícia, especialmente poderes de 
prisão ou detenção. 
B. Nos países onde os poderes policiais são exercidos por autoridades militares, quer 
em uniforme, quer não, ou por forças de segurança do Estado, a definição dos funcionários 
responsáveis pela aplicação da lei incluirá os funcionários de tais serviços. 
C. O serviço à comunidade deve incluir, em particular, a prestação de serviços de 
assistência aos membros da comunidade que, por razões de ordem pessoal, econômica, social 
e outras emergências, necessitam de ajuda imediata. 
D. A presente disposição visa, não só todos os atos violentos, destruidores e prejudiciais, 
mas também a totalidade dos atos proibidos pela legislação penal. É igualmente aplicável à 
conduta de pessoas não susceptíveis de incorrerem em responsabilidade criminal. 
 
Artigo 2. - No cumprimento do seu dever, os funcionários responsáveis pela aplicação 
da lei devem respeitar e proteger a dignidade humana, manter e apoiar os direitos fundamentais 
de todas as pessoas. 
Comentário: 
A. Os direitos do homem em questão são identificados e protegidos pelo 
direito nacional e internacional. De entre os instrumentos internacionais 
relevantes contam-se a Declaração Universal dos Direitos Humano, o Pacto 
Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos, a Declaração sobre a 
Proteção de Todas as Pessoas contra a Tortura e Outras Penas ou 
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Tratamentos Cruéis, Desumanos ou Degradantes, a Declaração das Nações Unidas sobre a 
Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial, a Convenção Internacional sobre a 
Supressão e Punição do Crime de Apartheid, a Convenção sobre a Prevenção e Punição do 
Crime de Genocídio, as Regras Mínimas para o Tratamento de Reclusos, e a Convenção de 
Viena sobre Relações Consulares. 
B. Os comentários nacionais a esta cláusula deve indicar as 
provisões regionais ou nacionais que definem e protegem estes direitos. 
 
Artigo 3 - Os funcionários responsáveis pela aplicação da lei só 
podem empregar a força quando tal se afigure estritamente necessário e na 
medida exigida para o cumprimento do seu dever. 
Comentário: 
A. Esta disposição salienta que o emprego da força por parte dos funcionários responsáveis pela 
aplicação da lei deve ser excepcional. Embora admita que estes funcionários possam estar 
autorizados a utilizar a força na medida em que tal seja razoavelmente considerado como 
necessário, tendo em conta as circunstâncias, para a prevenção de um crime ou para deter ou 
ajudar à detenção legal de delinquentes ou de suspeitos, qualquer uso da força fora deste 
contexto não é permitido. 
B. A lei nacional restringe normalmente o emprego da força pelos funcionários 
responsáveis pela aplicação da lei, de acordo com o princípio da proporcionalidade. Deve-se 
entender que tais princípios nacionais de proporcionalidade devem ser respeitados na 
interpretação desta disposição. A presente disposição não deve ser em nenhum caso, 
interpretada no sentido da autorização do emprego da força em desproporção com o legítimo 
objetivo a atingir. 
C. O emprego de armas de fogo é considerado uma medida extrema. Devem fazer-se 
todos os esforços no sentido de excluir a utilização de armas de fogo, especialmente contra as 
crianças. 
Em geral, não deverão utilizar-se armas de fogo, exceto quando um suspeito ofereça 
resistência armada, ou quando, de qualquer forma coloque em perigo vidas alheias e não haja 
suficientes medidas menos extremas para dominá-lo ou deter. Cada vez que uma arma de fogo 
for disparada, deverá informar-se prontamente às autoridades competentes. 
 
Artigo 4 - As informações de natureza confidencial em 
poder dos funcionários responsáveis pela aplicação da 
lei devem ser mantidas em segredo, a não ser que o 
cumprimento do dever ou as necessidades da justiça 
estritamente exijam outro comportamento. 
Comentário: 
A. Devido à natureza dos seus deveres, os 
funcionários responsáveis pela aplicação da lei obtêm 
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informações que podem relacionar-se com a vida particular de outras 
pessoas ou ser potencialmente prejudiciais aos seus interesses e 
especialmente à sua reputação. Deve-se ter a máxima cautela na 
salvaguarda e utilização dessas informações as quais só devem ser 
divulgadas no desempenho do dever ou no interesse. Qualquer 
divulgação dessas informações para outros fins é totalmente abusiva. 
 
Artigo 5 - Nenhum funcionário responsável pela aplicação da lei pode infligir, instigar ou tolerar 
qualquer ato de tortura ou qualquer outra pena ou tratamento cruel, desumano ou degradante, 
nem invocar ordens superiores ou circunstanciais excepcionais, tais como o estado de guerra ou 
uma ameaça à segurança nacional, instabilidade política interna ou qualquer outra emergência 
pública como justificação para torturas ou outras penas ou tratamentos cruéis, desumanos ou 
degradantes. 
Comentário: 
A. Esta proibição decorre da Declaração sobre a 
Proteção de Todas as Pessoas contra a Tortura e 
outras Penas ou Tratamentos Cruéis, Desumanos ou 
Degradantes, adotada pela Assembleia Geral, de 
acordo com a qual: «tal ato é uma ofensa contra a 
dignidade humana e será condenado como uma 
negação aos propósitos da Carta das Nações Unidas 
e como uma violação aos direitos e liberdades 
fundamentaisafirmados na Declaração Universal dos 
Direitos do Homem (e noutros instrumentos internacionais sobre os direitos do homem)». 
B. A Declaração define tortura da seguinte forma: Tortura significa qualquer ato pelo qual 
uma dor violenta ou sofrimento físico ou mental é imposto intencionalmente a uma pessoa por 
um funcionário público, ou por sua instigação, com objetivos tais como obter dela ou de uma 
terceira pessoa informação ou confissão, puni-la por um ato que tenha cometido ou se supõe 
tenha cometido, ou intimidá-la a ela ou a outras pessoas. “Não se considera tortura a dor ou 
sofrimento apenas resultante, inerente ou consequência de sanções legítimas, na medida em 
que sejam compatíveis com as Regras Mínimas para o Tratamento de Reclusos”. 
C. A expressão «penas ou tratamento cruéis, desumanos ou degradantes» não foi 
definida pela Assembleia Geral, mas deve ser interpretada de forma a abranger uma proteção 
tão ampla quanto possível contra abusos, quer físico, quer mental. 
 
Artigo 6 - Os funcionários responsáveis pela aplicação da 
lei devem assegurar a proteção da saúde das pessoas à sua 
guarda e, em especial, devem tomar medidas imediatas para 
assegurar a prestação de cuidados médicos sempre que tal seja 
necessário. 
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Comentário: 
A. «Cuidados Médicos», significando serviços prestados por qualquer 
pessoal médico, incluindo médicos diplomados e paramédicos, devem 
ser assegurados quando necessários ou solicitados. 
B. Embora o pessoal médico esteja geralmente adstrito aos serviços de 
aplicação da lei, os funcionários responsáveis pela aplicação da lei 
devem tomar em consideração a opinião de tal pessoal, quando este 
recomendar que deva proporcionar-se à pessoa detida tratamento 
adequado, através ou em colaboração com pessoal médico não adstrito aos serviços de 
aplicação da lei. 
C. Subentende-se que os funcionários responsáveis pela aplicação da lei devem 
assegurar também cuidados médicos às vítimas de violação da lei ou de acidentes que dela 
decorram. 
 
Artigo 7 - Os funcionários responsáveis pela aplicação da lei não devem cometer 
qualquer ato de corrupção. Devem, igualmente, opor se rigorosamente e combater todos os atos 
desta índole. 
Comentários: 
A. Qualquer ato de corrupção, tal como qualquer outro abuso 
de autoridade, é incompatível com a profissão de funcionário 
responsável pela aplicação da lei. A lei deve ser aplicada na 
íntegra em relação a qualquer funcionário que cometa um ato 
de corrupção, dado que os Governos não podem esperar 
aplicar a lei aos cidadãos se não a puderem ou quiserem 
aplicar aos seus próprios agentes e dentro dos seus próprios 
organismos. 
B. Embora a definição de corrupção incumba a sujeição à legislação nacional, devem 
entender-se como incluindo tanto a execução ou a omissão de um ato, praticado pelo 
responsável, no desempenho das suas funções ou com estes relacionados, em virtude de 
ofertas, promessas ou vantagens, pedidas ou aceitos, como a aceitação ilícita destas, uma vez 
a ação cometida ou omitida. 
C. A expressão «ato de corrupção», anteriormente referida, deve ser entendida no 
sentido de abranger tentativas de corrupção. 
 
Artigo 8 - Os funcionários responsáveis pela aplicação 
da lei devem respeitar a lei e o presente Código. Devem, 
também, na medida das suas possibilidades, evitar e 
opor-se vigorosamente a quaisquer violações da lei ou do 
Código. 
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Os funcionários responsáveis pela aplicação da lei que 
tiverem motivos para acreditar que se produziu ou irá produzir uma 
violação deste Código, devem comunicar o fato aos seus superiores 
e, se necessário, a outras autoridades com poderes de controle ou de 
reparação competentes. 
Comentários: 
A. Este Código será observado sempre que tenha sido incorporado 
na legislação ou na prática nacionais. Se a legislação ou a prática 
contiverem disposições mais limitativas do que as do atual Código, 
devem observar-se essas disposições mais limitativas. 
B. O presente artigo procura preservar o equilíbrio entre a necessidade de disciplina interna do 
organismo do qual, em larga escala, depende a segurança pública, por um lado, e a necessidade 
de, por outro lado, tomar medidas em caso de violações dos direitos humanos básicos. Os 
funcionários responsáveis pela aplicação da lei devem informar das violações os seus superiores 
hierárquicos e tomar medidas legítimas sem respeitar a via hierárquica somente quando não 
houver outros meios disponíveis ou eficazes. Subentende-se que 
os funcionários responsáveis pela aplicação da lei não devem 
sofrer sanções administrativas ou de outra natureza pelo fato de 
terem comunicado que se produziu ou que está prestes a 
produzir-se uma violação deste Código. 
C. A expressão «autoridade com poderes de controle e 
de reparação competentes» refere-se a qualquer autoridade ou 
organismo existente ao abrigo da legislação nacional, quer esteja 
integrado nos organismos de aplicação da lei quer seja independente destes, com poderes 
estatutários, consuetudinários ou outros para examinarem reclamações e queixas resultantes de 
violações deste Código. 
D. Nalguns países pode considerar-se que os meios de comunicação social («mass media») 
desempenham funções de controle, análogas às descritas na alínea anterior. 
Consequentemente, os funcionários responsáveis pela aplicação da lei poderão como último 
recurso e com respeito pelas leis e costumes do seu país e pelo disposto no artigo 4 do presente 
Código, levar as violações à atenção da opinião pública através dos meios de comunicação 
social. 
 
E. Os funcionários responsáveis pela aplicação 
da lei que cumpram as disposições deste Código 
merecem o respeito, o total apoio e a colaboração da 
comunidade em que exercem as suas funções, do 
organismo de aplicação da lei no qual servem e dos 
demais funcionários responsáveis pela aplicação da lei. 
 
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PRINCÍPIOS BÁSICOS SOBRE A UTILIZAÇÃO DA FORÇA E 
ARMAS DE FOGO PELOS RESPONSÁVEIS PELA APLICAÇÃO 
DA LEI (PBUFAF). 
 
Praticidade Fundamentada na Normativa Internacional de 
Direitos Humanos e nas Leis Internas, no que Concerne ao 
Exercício da Função Policial Militar. 
 
O exercício profissional responsável pela aplicação da lei constitui altíssima relevância 
para a Segurança Pública e, em decorrência, para o crescimento de pessoas e instituições. Não 
há sociedade evolutiva sem segurança, e sua oferta inadequada interfere na qualidade de vida 
da população, em todos os níveis. 
O apuro técnico na formação continuada e a constante revisão nas condições de trabalho 
dos Policiais Militares devem ser temas constantes na agenda dos chefes, diretores e 
comandantes. A Normativa internacional da ONU (Organização das Nações Unidas), em que o 
Brasil é membro, prevê, ainda, a responsabilidade dos Governantes para com a Vida e a 
Liberdade de todos. 
A ameaça contra a vida e à Segurança dos Policiais é considerada ―[...] uma ameaça à 
estabilidade da sociedade no seu todo‖. Policial ameaçado, agredido, violado em seus direitos 
configura Crime contra os Estados Democráticos de Direito e a inarredável DEMOCRACIA. 
O Papel do Policial Militar, na sociedade, por relevância social e empenho na manutenção da 
ordem e segurança pública de todos, requer das autoridades constituídas, viabilidade e 
imposição nas qualificações, formação e conduta dos mesmos. 
Em situação de conflito, com evidente ameaça de integridade física, própria ou de outrem, o 
Policial terá a obrigação funcional de atuar. 
Neste mister, o uso da força e arma de fogo, se houver necessidade, deverão ocorrer 
dentro dos chamados ―meios necessários‖ para conter a agressão, ou seja, ―[...] funcionários 
só podem utilizar a força quando for estritamente necessário e somente na medida exigida para 
o desempenho das suas funções‖. 
O uso da forçae de armas de fogo por Policiais Militares é restrito ao respeito aos 
―Direitos do Homem‖, já que a vida constitui o mais elementar e inalienável bem, defendido pela 
normativa Internacional da ONU, em que somos membros e devemos ―atenção particular‖, bem 
como às leis internas do País. Consta na Normativa Internacional, ainda que ―Os Governos 
devem ter em conta os Princípios Básicos a seguir enunciados, que foram formulados tendo em 
vista auxiliar os Estados membros a garantirem e a promoverem o verdadeiro papel dos 
funcionários responsáveis pela aplicação lei, a observá-los no quadro das respectivas legislação 
e prática nacionais e a submetê-los à atenção dos funcionários responsáveis pela 
aplicação da lei, bem como de outras pessoas como os juízes, os magistrados do 
Ministério Público, os advogados, os representantes do poder executivo e do 
poder legislativo e o público em geral. 
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Princípios Básicos Sobre a Utilização da Força e de Armas de Fogo pelos 
Funcionários Responsáveis pela Aplicação da Lei 
 
Sargento, que tal estudar esses princípios? Saberia dizer quais são 
eles? Vamos aprender? 
 
 
DISPOSIÇÕES GERAIS 
 
PRINCÍPIO 1 - Os Governos e os organismos de aplicação da lei devem adotar e 
aplicar regras sobre a utilização da força e de armas de fogo contra as pessoas, 
por parte dos funcionários responsáveis pela aplicação da lei. Ao elaborarem essas 
regras, os Governos e os organismos de aplicação da lei devem manter, sob 
permanente avaliação as questões éticas ligadas à utilização da força e de armas de fogo. 
 
PRINCÍPIO 2 - Os Governos e os organismos de aplicação da lei devem 
desenvolver um leque de meios tão amplos quanto possível e habilitar os 
funcionários responsáveis pela aplicação da lei com diversos tipos de armas e de 
munições, que permitam uma utilização diferenciada da força e das armas de fogo. 
Para o efeito, deveriam ser desenvolvidas armas neutralizadoras não letais, para uso nas 
situações apropriadas, tendo em vista limitar de modo crescente o recurso a meios que possam 
causar a morte ou lesões corporais, para o mesmo efeito, deveria também ser possível dotar os 
funcionários responsáveis pela aplicação da lei de equipamentos defensivos, tais como escudos, 
viseiras, coletes antibalas e veículos blindados, a fim de se reduzir a necessidade de utilização 
de qualquer tipo de armas. 
 
PRINCÍPIO 3 - O desenvolvimento e utilização de armas neutralizadoras não letais 
deveria ser objeto de uma avaliação cuidadosa, a fim de reduzir ao mínimo os 
riscos com relação a terceiros, e a utilização dessas armas deveria ser submetida 
a um controlo estrito. 
 
PRINCÍPIO 4 - Os funcionários responsáveis pela aplicação da lei, no exercício das 
suas funções, devem, na medida do possível, recorrer a meios não violentos antes 
de utilizarem a força ou armas de fogo. Só poderão recorrer à força ou a armas de 
fogo se outros meios se mostrarem ineficazes ou não permitirem alcançar o 
resultado desejado. 
 
PRINCÍPIO 5 - Sempre que o uso legítimo da força ou de armas de fogo seja 
indispensável, os funcionários responsáveis pela aplicação da lei devem: 
 
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A. Utilizá-las com moderação e a sua ação deve ser proporcional à gravidade da 
infração e ao objetivo legítimo a alcançar; 
B. Esforçar-se por reduzirem ao mínimo os danos e lesões e respeitarem e 
preservarem a vida humana; 
C. Assegurar a prestação de assistência e socorros médicos às pessoas feridas ou afetadas, tão 
rapidamente quanto possível; 
D. Assegurar a comunicação da ocorrência à família ou pessoas próximas da pessoa ferida ou 
afetada, tão rapidamente quanto possível. 
 
PRINCÍPIO 6 - Sempre que da utilização da força ou de armas de fogo pelos 
funcionários responsáveis pela aplicação da lei resultem lesões ou a morte, os 
responsáveis farão um relatório da ocorrência aos seus superiores, de acordo com 
o princípio 22. 
 
PRINCÍPIO 7 - Os Governos devem garantir que a utilização arbitrária ou abusiva 
da força ou de armas de fogo pelos funcionários responsáveis pela aplicação da lei 
seja punida como infracção penal, nos termos da legislação nacional. 
 
PRINCÍPIO 8 - Nenhuma circunstância excepcional, tal como a instabilidade política 
interna ou o estado de emergência, pode ser invocada para justificar uma derrogação 
dos presentes Princípios Básicos. 
 
PRINCÍPIO 9 - Os funcionários responsáveis pela aplicação da lei não devem fazer 
uso de armas de fogo contra pessoas, salvo em caso de legítima defesa, defesa 
de terceiros contra perigo iminente de morte ou lesão grave, para prevenir um crime 
particularmente grave, que ameace vidas humanas, para proceder à detenção de 
pessoa que represente essa ameaça e que resista à autoridade, ou impedir a sua fuga, e 
somente quando medidas menos extremas se mostrem insuficientes para alcançarem aqueles 
objetivos. Em qualquer caso, só devem recorrer intencionalmente à utilização letal de armas de 
fogo quando isso seja estritamente indispensável para proteger vidas humanas. 
 
PRINCÍPIO 10 - Nas circunstâncias referidas no princípio 9, os funcionários 
responsáveis pela aplicação da lei devem identificar-se como tal e fazer uma 
advertência clara da sua intenção de utilizarem armas de fogo, deixando um prazo 
suficiente para que o aviso possa ser respeitado, exceto se esse modo de 
proceder colocar indevidamente em risco a segurança daqueles responsáveis implicar um perigo 
de morte ou lesão grave para outras pessoas ou se mostrar manifestamente inadequado ou inútil, 
tendo em conta as circunstâncias do caso. 
 
DIREITOS HUMANOS – CAS 2020 
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PRINCÍPIO 11 - As normas e regulamentações relativas à utilização de armas de 
fogo pelos funcionários responsáveis pela aplicação da lei devem incluir diretrizes 
que: 
A. Especifiquem as circunstâncias nas quais os funcionários responsáveis pela 
aplicação da lei sejam autorizados a transportar armas de fogo e prescrevam os tipos de armas 
de fogo e munições autorizados; 
B. Garantam que as armas de fogo sejam utilizadas apenas nas circunstâncias adequadas e de 
modo a reduzir ao mínimo o risco de danos inúteis; 
C. Proíbam a utilização de armas de fogo e de munições que provoquem lesões desnecessárias 
ou representem um risco injustificado; 
D. Regulamentem o controle, armazenamento e distribuição de armas de fogo e prevejam 
nomeadamente procedimentos de acordo com os quais os funcionários responsáveis pela 
aplicação da lei devam prestar contas de todas as armas e munições que lhes sejam distribuídas; 
E. Prevejam as advertências a efetuar, sendo caso disso, se houver utilização de armas de fogo; 
F. Prevejam um sistema de relatórios de ocorrência, sempre que os funcionários responsáveis 
pela aplicação da lei utilizem armas de fogo no exercício das suas funções. 
 
MANUTENÇÃO DA ORDEM EM CASO DE REUNIÕES ILEGAIS 
 
PRINCÍPIO 12 - Dado que a todos é garantido o direito de participação em reuniões lícitas e 
pacíficas, de acordo com os princípios enunciados na Declaração Universal dos 
Direitos do Homem e no Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos, 
os Governos e os serviços e funcionários responsáveis pela aplicação da lei 
devem reconhecer que a força e as armas de fogo só podem ser utilizadas de 
acordo com os princípios 13 e 14. 
 
PRINCÍPIO 13 - Os funcionários responsáveis pela aplicação da lei devem 
esforçar-se por dispersar as reuniões ilegais, mas não violentas sem recurso à 
força e, quando isso não for possível, limitar a utilização da força ao estritamente 
necessário. 
 
PRINCÍPIO 14 - Os funcionários responsáveis pela aplicação da lei só podem 
utilizar armas de fogo para dispersarem reuniões violentas se não for possível 
recorrer a meios menos perigosos, e somente nos limites do estritamente 
necessário. Os funcionários responsáveis pela aplicação da lei não devem