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ETICA E DEONTOLOGIA

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1 
 
 
 ÉTICA E DEONTOLOGIA – CAS 2020 
2 
AUTORIDADES 
Governador do Estado do Rio de Janeiro 
Exmº Sr Wilson Witzel 
 
Secretário de Estado de Polícia Militar 
Exmº Sr Coronel Rogério Figueredo de Lacerda 
 
Subsecretário de Estado de Polícia Militar 
Ilmº Sr Coronel Márcio Pereira Basílio 
 
Diretor-Geral de Ensino e Instrução 
Ilmº Sr Coronel Rogério Quemento Lobasso 
 
Comandante do CFAP 31 de Voluntários 
Ilmº Sr Tenente-Coronel PM Marcelo Andre Teixeira da Silva 
 
Comandante do Centro de Educação a Distância da Polícia Militar - 
CEADPM 
Ilmº Sr Tenente-Coronel PM Alexandra Ferraz de Oliveira 
 ÉTICA E DEONTOLOGIA – CAS 2020 
3 
 APRESENTAÇÃO 
 
Estamos vivendo a era da tecnologia, na qual a informação está cada dia 
mais latente e veloz em nossa rotina diária. Este curso tem por objetivo , 
aperfeiçoar os 2º Sargentos da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro. Para 
tal, o Curso ocorrerá na modalidade semipresencial, através de módulos, sendo 
destes um disponibilizado no ambiente virtual de aprendizagem, por intermédio 
da Escola Virtual, no Centro de Educação a Distância da Polícia Militar 
(CEADPM) e um módulo de disciplinas práticas ministrado do Centro de 
Formação e Aperfeiçoamento de Praças (CFAP 31 Vol.). 
É fundamental o seu empenho no curso, pois você terá na parte EaD 
autonomia de estudos e de horários, mas também é necessário disciplina e 
dedição para o êxito dessa jornada, pois depende do esforço coletivo e também 
individual para que tenhamos policiais cada vez mais qualificados,bem treinados 
e aperfeiçoados para cumprirmos nossa missão, buscando cada vez mais a 
excelência de nossas ações. 
O bom treinamento envolve aspectos físicos e cognitivos, na era da 
informação e da tecnologia, precisamos nos aprimorar cada vez mais a fim de 
garantir uma tropa consciente, respeitosa, pautada em valores morais e 
institucionais, garantindo assim o cumprimento de suas funções com dignidade 
e excelência. 
Esperamos que você aproveite ao máximo os conhecimentos adquiridos 
através deste curso e busque uma reflexão acerca de suas funções perante a 
sociedade, seus companheiros de profissão. Que seja um momento de repensar 
as práticas e fortelecer seu vínculo profissional, ampliando cada vez mais seus 
conhecimentos para lidar com as particularidades de ser um Policial Militar no 
Estado do Rio de Janeiro. 
Desejamos a todos bons estudos! 
Rogério Quemento Lobasso - Coronel PM 
Diretor-Geral de Ensino e Instrução 
 
Marcelo André Teixeira da Silva – Ten. Coronel PM 
Comandante do CFAP 
 ÉTICA E DEONTOLOGIA – CAS 2020 
4 
Desenvolvedores 
 
CEADPM 
Supervisão Geral EAD 
CAP PM Ped Vania Pereira Matos da Silva 
 
Equipe Técnica 
SUBTEN PM Wilian Jardim de Souza 
3º SGT PM Edson dos Santos Vasconcelos 
 
Diagramação 
2º SGT PM Wallace Reis Fernandes 
CB PM Michele Pereira da Siva de Oliveira 
CB PM Thiago Silva Amaral 
 
Design Instrucional 
CAP PM Ped Vania Pereira Matos da Silva 
CB PM Michele Pereira da Siva de Oliveira 
 
Vídeo e animação 
CB PM Joyce Gaspar de Almeida 
 
Designer Gráfico 
2º SGT PM Wallace Reis Fernandes 
SD PM Leonardo da Silva Ramos 
 
Suporte ao Aluno 
2º SGT PM Anderson Inacio de Oliveira 
 
CFAP 
Supervisão Geral do Curso 
MAJ PM Maria Isabel Conceição Silva Sardinha 
 
Coordenação Pedagógica 
CAP PM Ped Patrícia Kalife Paiva 
 
Equipe Técnica 
1° TEN PM Ped Paulo Alexandre Baptista 
2º SGT PM Elaine Xavier Oliveira Alves de Lima 
CB PM Juliana Pereira de Carvalho 
SD PM Eduarda Vasconcellos Dias de Oliveira 
 
Conteudista 
SUBTEN PM Lenilson Cardoso dos Santos 
 
Revisor de Conteúdo 
2º TEN RR Carlos Vieira 
 ÉTICA E DEONTOLOGIA – CAS 2020 
5 
SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................ 6 
OS PRINCÍPIOS ÉTICOS E SUA APLICAÇÃO NO EXERCÍCIO DO DIREITO. ............ 9 
O QUE É ÉTICA ....................................................................................................................... 15 
ÉTICA E MORAL ...................................................................................................................... 16 
ÉTICA A NICÔMACO .............................................................................................................. 17 
ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO ............................................................................................ 18 
CONCLUSÃO ........................................................................................................................... 20 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: ..................................................................................... 21 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 ÉTICA E DEONTOLOGIA – CAS 2020 
6 
INTRODUÇÃO 
 
As doutrinas éticas fundamentais nascem e 
desenvolvem-se em diferentes épocas e sociedades, como 
resposta aos conflitos básicos apresentados entre os homens. 
O senso moral baseia-se em princípios, valores e costumes 
contextualizados no tempo e na sociedade e tem por objetivo 
a regulação moral da vida cotidiana, pois é na dinâmica da 
vida social que se constroem as relações éticas fundamentais. 
Atualmente, a ética contempla a condição de vida do 
homem no mundo e dos seus limites e possibilidades. Num 
mundo de intensas transformações culturais, é preciso 
compreender que a diversidade humana tem provocado 
modificações nas relações sociais. 
Por este motivo é necessário buscar recursos em outras áreas do conhecimento com 
vistas à análise do comportamento humano. É desta forma que se pretende trabalhar com o 
profissional de segurança pública, fazendo com que ele também se reconheça como ator 
fundamental no processo de construção de uma sociedade mais justa e íntegra, já que, o 
sentimento de pertencimento social é intrínseco à cidadania. 
 
O estudo da ética é de fundamental importância para que o profissional de 
segurança pública possa optar, com segurança, sobre sua conduta ao defrontar-se com 
as situações de dualidade, tão freqüentes em seu cotidiano profissional. Além disso, há 
uma dimensão pedagógica no seu “fazer profissional” que requer que ele aja de acordo 
com os princípios éticos, entendendo o significado do seu exemplo como protagonista 
do bem-estar social. 
 
Para tanto, convém explicar que a Filosofia é um conhecimento instituinte, no sentido de 
questionar o saber instituído, eis aí um de seus grandes desafios. Por este motivo Platão assinala 
que a primeira virtude do filósofo é “admirar-se”. 
Diante de distintas formas de pensar a vida do ser humano, partimos do pressuposto de 
Ética como um ramo da Filosofia, que destina-se a investigar a moral. Entendida como a ciência 
da moral (metamoral). No entanto, também pode-se entender como a reflexão sobre as noções 
e princípios que fundamentam a vida moral. 
Essa reflexão orienta-se nas mais diversas direções, dependendo da concepção de ser 
humano tomada como ponto de partida. Quando a Ética desce da sua generalidade, fala-se de 
uma moral. Esta se prende mais a determinados períodos e lugares, sendo conceituada como o 
conjunto de normas e regras adquiridas por hábitos e costumes. Já o termo “Deontologia” 
designa a ciência ou a teoria (logos) do que é preciso fazer (em grego, deon). Essa palavra, 
criada por Jeremy Benthan e que significava “moral geral”, veio a assumir uma acepção muito 
particular: a de um conjunto de regras e de deveres profissionais. 
 ÉTICA E DEONTOLOGIA – CAS 2020 
7 
Daí surgem os códigos de conduta, pelos quais são representadas as regras e os 
deveres inerentes ao exercício das profissões. 
 
A Deontologia Policial Militar, então, deve 
basear-se na Ética autêntica, ou seja, na ética 
fundadora dos princípios, uma deontologia 
trabalhada à luz de uma permanente retomada, 
comandada pelareflexão, descartando-se a 
possibilidade de torná-la uma ética profissional 
aplicada segundo um enganoso e oportunista 
moralismo. 
 
Nobres companheiros de profissão, esperamos com a disciplina: “Ética e Deontologia 
Policial Militar”, tratar questões pertinentes à sua ascensão intelectual e, por conseguinte, 
profissional. Um conteúdo pensado para você, estudante do Curso Especial de Formação de 
Sargentos, através de um estudo sistemático (crítico e reflexivo na medida do possível) que vise 
proporcionar a você um delineamento ético para um fazer policial pleno e democrático. 
Sendo assim, cumpre à PMERJ – Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro – e a todos 
os seus membros, ter observância, promover e zelar pela sua conduta em prol do 
desenvolvimento, bem como o encorajamento do respeito aos direitos do homem e das 
liberdades fundamentais para todos, sem qualquer distinção, difundindo, em particular, os 
valores expressos nos documentos fundamentais nacionais e internacionais. 
Nesse sentido, a natureza das funções de aplicação da lei para defesa da ordem pública 
e a forma como essas funções são exercidas, têm uma incidência direta sobre a qualidade de 
vida dos indivíduos e da sociedade no seu conjunto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 ÉTICA E DEONTOLOGIA – CAS 2020 
8 
SIGNIFICADO DE ÉTICA 
 
Sargento, você saberia dizer o que é ética? Que tal aprender? 
 
 
Aprenda a pronunciar 
 
Substantivo feminino. Parte da filosofia responsável pela investigação dos princípios que 
motivam, distorcem, disciplinam ou orientam o comportamento humano, refletindo especialmente 
a respeito da essência das normas, valores, prescrições e exortações presentes em qualquer 
realidade social. 
POR EXTENSÃO. Conjunto de regras e preceitos de ordem valorativa e moral de um indivíduo, 
de um grupo social ou de uma sociedade. 
"é. profissional" 
Na atualidade, o papel da ética tem sido foco de significativas discussões nos meios 
acadêmico e profissional. Isto porque na sociedade contemporânea, desventurosamente, tem se 
tornado comum a exposição de condutas antiéticas nas diferentes áreas profissionais e do 
conhecimento. É bem verdade que a conduta humana não está sempre em conformidade com 
as leis éticas, contudo, existe a necessidade de se ressaltar a importância da ética na 
fundamentação da ação humana, pois o conteúdo ético é universal na humanidade e 
característico da espécie humana, diga-se, universal, porém não estático. 
Segundo Leonardo Boff (2003), a crise moral e ética que se instalou na atualidade 
propicia a desintegração das relações interpessoais, justificada na grande tensão encontrada 
pela tentativa de funcionamento em torno de interesses particulares em detrimento dos 
interesses do direito e da justiça, assim ele afirma: "Tal fato se agrava ainda mais por causa da 
própria lógica dominante da economia e do mercado que se rege pela competição, que cria 
oposições e exclusões, e não pela cooperação que harmoniza e inclui" (Boff, 2003: 27). 
O fato ético, em interface com as transformações sociais, detém proporcionalmente a 
possibilidade de atualizações. Segundo Ashley (2003: 60), "da mesma forma que as sociedades 
transformam- se ao longo do tempo, os valores culturais de que os indivíduos se servem para 
organizar sua realidade e suas ações, também tendem a sofrer modificações". 
Deste modo, o conteúdo ético mencionado está sujeito a alterações da mesma maneira 
que ocorre com o meio social. Conceitos outrora considerados éticos podem perder tal status por 
ora ou definitivamente. A reorganização produz uma nova realidade. Trata-se de um movimento 
que deve estar sempre em análise, pois a sociedade é dinâmica e está em processo contínuo 
de mudança, como expressa muito bem, a perspectiva dialética. A ética relaciona-se com as 
ações do homem, sendo direcionada para as inter-relações sociais. Sob o ponto de vista 
dialético, o ideal ético fundamenta-se em uma vida social igualitária e justa, ou seja, a ética, 
nessa visão, tem como pedra angular o bem coletivo (Braga, 2006). 
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 ÉTICA E DEONTOLOGIA – CAS 2020 
9 
OS PRINCÍPIOS ÉTICOS E SUA APLICAÇÃO NO EXERCÍCIO DO 
DIREITO. 
 
Agora que você já sabe o significado de ética. Vamos aprender sobre 
os Princípios Éticos e sua Aplicação no Exercício do Direito? 
 
A conceituação de toda e qualquer categoria inserida nas Ciências Sociais e Humanas, 
ao longo da história da Filosofia, se constitui em tarefa árdua devido à grande variedade de 
pontos de vista. Entretanto, se faz necessário tal exercício no sentido de apresentar, em maior 
ou menor grau, objetividade dos significados, com a finalidade de contribuir para a melhor 
compreensão do assunto. 
Na tentativa de se conceituar Ética, a realidade relatada se comprova. "A ética é 
daquelas coisas que todo mundo sabe o que são, mas que não são fáceis de explicar, quando 
alguém pergunta" (Valls, 1993:7). Para Augusto Comte (1798-1857), citado por Lima (2007) a 
Ética consiste na: (...) a suprema ciência, do amor por princípio, do amor sem cabeça, moral 
cósmica, naturalista e social, pois recompõe os laços do universo da natureza com o universo 
da moralidade e vê nas regras do comportamento humano um caso das leis que presidem a 
ordem universal. Ética em que o homem está submetido, em virtude de sua submissão à 
humanidade (...). 
De acordo com Vázquez (1984:12), "Ética é um conjunto sistemático de conhecimentos 
racionais e objetivos a respeito do comportamento humano moral, melhor dizendo, é a teoria ou 
ciência do comportamento moral do homem em sociedade". 
Durkeim conceitua Ética da seguinte forma: "Tudo que é relativo aos bons costumes ou 
às normas de comportamento admitidas e observadas, em certa época, numa dada sociedade" 
(Durkeim apud Oliveira, 2006). 
 
Segundo Moore (1975: 4) "a Ética é a investigação geral 
sobre aquilo que é bom, isso se dá porque o maior objetivo da Ética 
é tentar aproximar o ser humano da perfeição, alcançar a sua 
realização pessoal". 
 
Sob o ponto de vista de Jean-Paul Sartre (1905-1980), de acordo com Lima (2007), a 
ética é: (...) uma moral da ambiguidade e da situação. Vai da liberdade absoluta e inútil à 
liberdade histórica, da náusea diante da gratuidade das coisas, do em si e o para si, do ser e do 
nada, do ser para outros, do existencialismo como humanismo, da crítica da razão dialética. É o 
homem, o ser humano, isto é, cada indivíduo em determinadas circunstâncias, em determinada 
"situação", que por sua livre escolha cria o valor de seu ato. Todos os valores são relativizados, 
exceto aquele que a liberdade outorga a si mesma, quando se considera fim supremo (...). 
Segundo o Dicionário Aurélio Buarque de Holanda, Ética é "o estudo dos juízos de apreciação 
 ÉTICA E DEONTOLOGIA – CAS 2020 
10 
que se referem à conduta humana susceptível de qualificação do ponto de vista do bem e do 
mal, seja relativamente à determinada sociedade, seja de modo absoluto". 
Etimologicamente observado, Ética origina - se no grego ethos, e encontra correlação no 
latim morale, com o significado sinônimo de 
conduta ou ainda referente aos costumes. 
Podemos concluir que etimologicamente ética e 
moral são palavras iguais, porém, será 
apresentada posteriormente a diferenciaçãobásica entre Ética e Moral. 
Uma das configurações atribuídas à 
palavra Ética é de cunho filosófico. Ética 
enquanto parte da Filosofia diz respeito a uma direção para reflexão sobre a complexa questão 
da moral no ser humano, relacionado ao meio social em que está inserido. 
O autor Henrique Cláudio de Lima Vaz, em sua obra intitulada "Ética e Direito", alerta 
para o perigo das teorias consideradas na atualidade que questionam a validade da Ética 
filosófica, dizendo: (...) parece difícil admitir que uma teoria do ethos no sentido filosófico da sua 
justificação ou fundamentação racional possa desaparecer do horizonte cultural da nossa 
civilização, a menos que desapareça a própria filosofia e a civilização venha a mudar de alma e 
de destino. (Vaz, 2002: 63). 
A Ética, como categoria filosófica, impulsiona o exercício crítico - reflexivo das bases 
moralistas, quando necessária elucidação à dos fatos morais. Desta forma, é notável que a Ética, 
na Filosofia, não oferece um código de normas, antes incentiva o homem, como ser racional e 
social, a praticar o senso crítico e auto - avaliativo em suas atitudes e modo de agir. 
Neste sentido, o professor Ângelo V. Cenci afirma: A ética não pode prescrever 
conteúdos ao agir, nem pode instrumentalizá-lo; não é seu papel fornecer soluções concretas ao 
agir humano. A ética precisa contar com a capacidade de os indivíduos encontrarem saídas 
plausíveis, racionais para o seu agir. 
A ética filosófica (formal e universalista) não pode, paternalisticamente, dizer o que o 
indivíduo deve fazer, prescrevendo ações; ela não pode se constituir em um receituário para a 
conduta cotidiana dos indivíduos, nem servir de desculpa para justificar seu agir mediante 
motivos puramente externos. A justa medida requerida pela ética não é extraída por intermédio 
de fórmula alguma; ela é medida qualitativamente, por isso requer mediania. (Cenci, 2002:88). 
De acordo com Marilena Chauí (1998), o que foi apresentado por Cenci (2002) 
corresponde ao principal pilar da diferenciação entre Moral e Ética, pois para ela toda moral é 
normativa enquanto designada a ditar aos sujeitos os padrões de conduta individual e ou social, 
assim como os valores e costumes das sociedades das quais participam. Já a ética não é 
necessariamente normativa. A professora ainda sistematiza a subdivisão de ética em normativa 
e não normativa. Normativa seria a ética de deveres e obrigações e não normativa a ética que 
tem como objeto de estudo as ações e paixões humanas embasadas no ideal da felicidade de 
acordo com o critério da relação razão - vontade - liberdade. 
 ÉTICA E DEONTOLOGIA – CAS 2020 
11 
De qualquer forma, não se pode pensar filosoficamente a Ética se não relacionada ao 
agente ético. Neste sentido, seria responsabilidade da Ética a definição da figura do agente ético 
e de suas atitudes. De acordo com este paradigma, o agente ético corresponde ao sujeito 
consciente que sabe o que são suas ações, sendo livre para escolher o que faz e responsável 
pelas consequências de seus atos (Chauí, 1998). 
Para Souto & Souto (1981), o sujeito, desde que em perfeito estado de juízo, já possui a ideia do 
que é certo ou errado em suas atitudes. Nas sociedades em geral existem os códigos de conduta 
estabelecendo o que deve ser considerado como certo ao agir. Dessa forma, existe a ideia de 
como fazer. 
O jurista João Baptista Herkenhoff (1987:83) enuncia o seu entendimento acerca de Ética 
ditando: "o mundo ético é o mundo do "dever ser (mundo dos juízos de valor) em contraposição 
ao mundo do "ser" (mundo dos juízos de realidade). Já a moral, segundo Herkenhoff (1987: 85), 
"é a parte subjetiva da ética" que ordena o comportamento humano para consigo mesmo, além 
de englobar os costumes, obrigações, maneiras e procedência do homem em convívio com os 
demais. 
 
A moral é compreendida na forma de uma conduta voluntária isenta de 
pressões externas ao indivíduo. 
 
Assim, a moral pode ser entendida como a listagem de normas de ação específica, 
estando então implícita em códigos, normatizações e leis que regulamentam a ação do ser 
humano em meio social. Por ocasião da exposição de definições da palavra moral, é importante 
ressaltar que alguns a igualam à Ética, mas na realidade contemporânea, por certo que ambas 
são aplicadas diferentemente. 
Segundo Vázquez (1984), a moral deriva da necessidade comum aos indivíduos de se 
relacionarem buscando o bem para a coletividade, podendo ser definida também como um 
conjunto de normas e regras que tem a finalidade reguladora das interações entre os indivíduos 
dividindo o mesmo espaço em um mesmo tempo. A moral, dessa forma, consiste em um dado 
histórico mutável e dinâmico que evolui conforme as transformações políticas, econômicas e 
sociais, tendo em vista que a existência de princípios morais estáticos seria impossível. 
Segundo Nicola Abbagnano (1970: 652), em seu Dicionário de Filosofia, moral é um substantivo 
configurado de diferentes formas, tais como: 1 - O mesmo que Ética; 2 - O objeto da Ética que 
consiste na conduta direcionada por normas. 
Para Søren Aabye Kierkegaard (1813-1855), citado por Lima (2007), a moral é existente 
em uma vida que levou a sério o cristianismo, do poeta cristão, do indivíduo diante de Deus. 
Existe a definição que circula em torno do entrelaçamento entre Ética e Moral, no sentido 
de que existiria um método científico para se estudar a Moral, baseado em uma teoria que 
propicia a descrição das normas e valores comportamentais. "A Ética é uma ciência da moral, 
pois questiona ao buscar por que e em quais condições determinada ação é considerada boa ou 
 ÉTICA E DEONTOLOGIA – CAS 2020 
12 
má, até que ponto ajuda a construir a identidade de uma nação, grupo ou pessoa". (Ribeiro, 
2000: 137). 
Mesmo diante de tantos percalços controversos, a distinção entre ética e moral é 
necessária, pois, verifica-se, que sem a moral, a ética se tornaria em inutilidade no sentido de 
consistir em abstrata reflexão de experiência. 
 
Em resumo, a diferenciação entre Moral e Ética pode 
acontecer de várias maneiras: Ética é princípio, moral são 
aspectos particulares de determinado tipo de conduta; Ética é 
permanente, moral é temporária; a Ética possui a propriedade da 
universalidade enquanto que a moral é restrita à dada cultura; 
Ética é regra, moral é prática de tal regra; Ética é teoria, moral é 
prática desta teoria. 
 
Definindo, verifica-se que Direito é uma palavra oriunda do latim directum, derivada do 
verbo dirigere, que tem o significado de ordenar. Conclui-se, etimologicamente falando, que o 
vocábulo Direito significa "aquilo que é reto" "que está coerente com a justiça e equidade". 
Portanto, pode-se dizer que Direito é a disciplina da qual se originam as normas a serem 
observadas pelo homem e englobam direitos e deveres, dos quais ninguém se isenta. Conforme 
Pinho (1995), o Direito pode ser entendido como "aquilo que é" ou "que deve ser". Assim, o 
Direito surgiu em resposta à necessidade de se estabelecer regras gerais para o convívio do 
homem em sociedade. O Direito é considerado antes de tudo, uma instituição ética que trabalha 
no sentido de aplicar as leis, os princípios morais, tais como: igualdade, justiça, liberdade, dentre 
outros, na solução de controvérsias. 
Diante da escorreita explicitação de tais conceitos, é possível observar a Ética em 
interface com o Direito, se acatada a definição de conduta amparada na aplicação de regras 
morais no meio de convívio social, ou seja, a caracterização do homem enquanto ser relacional. 
É essa face normativa da Ética que a relaciona intimamente com o Direito. Nesse sentido, a 
contínua discussão da Ética dentro do Direito encontra respaldo no fato de ser uma área das 
Ciências Humanas que busca a consolidação e manutenção da justiça e da moralidade social. 
Faz-se apropriada, aqui, a definição de Cenci (2002: 90) para Ética, que "nasce 
amparadano ideal grego da justa medida, do equilíbrio das ações". Ângelo Cenci ainda esclarece 
que "a justa medida é a busca do agenciamento do agir humano de tal forma que o mesmo seja 
bom para todos". 
 
Para tanto, indaga-se: e não é esse o fundamento para o exercício 
cotidiano dos profissionais do Direito? 
 
 Resta evidente, embora alguns até discordem, que os valores éticos e morais devem 
ser o fundamento da construção do profissional do Direito, no sentido da aplicação dos princípios 
 ÉTICA E DEONTOLOGIA – CAS 2020 
13 
morais enumerados pela Ética geral aplicada ao campo profissional, possibilitando a prática da 
ética profissional. A pessoa tem que estar imbuída de certos princípios ou valores próprios do 
ser humano para vivenciá-lo nas suas atividades de 
trabalho. De um lado, ela exige a deontologia, isto é, o 
estudo dos deveres específicos que orientam o agir 
humano no seu campo profissional; de outro lado, exige 
a diciologia, isto é, o estudo dos direitos que a pessoa 
tem ao exercer suas atividades (Camargo, 1999: 33). 
O Direito, se analisado sob o ponto de vista cultural, abarca o sentido de ser uma 
realidade referente a valores, possuindo como missão intrínseca a progressiva busca pela 
segurança jurídica que consiste em bem social e da justiça. Tais objetivos são comuns à Ética, 
contudo, não se pode atribuir à norma ética o valor imperativo da norma jurídica. São definidas 
como normas éticas: (...) as normas que disciplinam o comportamento do homem, quer o íntimo 
e subjetivo, quer o exterior e social. Prescrevem deveres para a realização de valores. Não 
implicam apenas em juízos de valor, mas impõem a escolha de uma diretriz considerada 
obrigatória, numa determinada coletividade. Caracterizam-se pela possibilidade de serem 
violadas. (Herkenhoff, 1987: 87). 
Acresce-se ainda, a validade da norma jurídica que só é verificável quando esta 
resguarda os princípios éticos. Pode-se tomar como exemplo da prerrogativa de 
retorno aos valores morais e da vinculação entre Ética e Direito, o Constitucionalismo. A ideologia 
de democracia materializa-se com a indelével proteção dos direitos e garantias fundamentais do 
cidadão, por intermédio da Constituição que rege o país. 
O saudoso jurisconsulto Miguel Reale em seu livro "Lições 
Preliminares de Direito" já defendia que "(...) as normas éticas não 
envolvem apenas um juízo de valor sobre os comportamentos 
humanos, mas culminam na escolha de uma diretriz considerada 
obrigatória numa coletividade" (Reale, 2002:33). Nesta perspectiva, a 
ética pode ser entendida como uma tomada de decisão, uma escolha 
embasada em um conjunto de valores organizadores de uma 
determinada sociedade. De acordo com Reale (2002: 35), "toda 
norma ética expressa um juízo de valor, ao qual se liga uma sanção (...)". 
A ética, neste sentido, corresponde a uma obrigação e seu cumprimento tem como 
pressuposto a ideia do que é justo diante da sociedade, que pode ser aceita ou não de acordo 
com o juízo de valor de cada um. 
Miguel Reale (2002: 42) afirma que "a teoria do mínimo ético consiste em dizer que o Direito 
representa apenas o mínimo de Moral declarado obrigatório para que a sociedade possa 
sobreviver", relacionando Direito e Moral, ambos inseridos em um complexo ético, pois o viver 
de forma ética corresponde ao ato de acrescer uma regra moral de uma norma jurídica em uma 
situação qualquer. 
 ÉTICA E DEONTOLOGIA – CAS 2020 
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Ao contrário do que acontece na realidade, onde se constata que na prática jurídica 
ocorre comumente a conduta antiética, principalmente entre aqueles que exercem papel de 
maior poder, sendo verificada a falta de respeito e de profissionalismo de alguns profissionais 
com relação àqueles que somente necessitam e buscam soluções para as lides, a observância 
dos preceitos éticos no exercício do Direito se faz necessária por ser uma questão que merece 
atenção de todos os envolvidos no assunto, dada a sua relevância ímpar. Uma vez que o Direito 
vive a constante transformação de acordo com o desenvolvimento sócio-cultural, também a ética 
se adéqua ao Direito sem perder o conteúdo de seus princípios. 
Ressalta-se ainda, a relevância da ética no exercício da profissão do Direito, tendo em 
vista a natureza da atividade jurídica relacionada aos principais valores éticos, quais sejam, a 
justiça e moralidade. 
Referente à conduta ética do profissional do Direito - especificamente o advogado, tem-
se que: O serviço profissional é bem de consumo e, para ser consumido, há de ser divulgado 
mediante publicidade. Em relação à advocacia, é necessária uma postura prudencial. Não se 
procura advogado como se busca um bem de consumo num supermercado. A contratação do 
causídico está sempre vinculada à ameaça ou efetiva lesão de um bem da vida do constituinte 
(Nalini, 2006: 247). 
Ainda esse mesmo autor, vem a nos esclarecer sobre a responsabilidade do profissional 
do Direito no que tange à probidade: "(...) quem escolhe a profissão de advogado deve ser probo. 
(...) Quem procura um advogado está quase sempre em situação de angústia e desespero. 
Precisa nutrir ao menos a convicção de estar a tratar com alguém acima de qualquer suspeita" 
(Nalini, 2006: 252.). 
Sobre a Ética e o profissional exercendo o Direito, pode-se salientar ainda que, não 
existe o exercício de defesa da justiça e equidade sem a aplicação de normas éticas a embasar 
o ordenamento jurídico. Nesse sentido, comenta com muita propriedade Ruy de Azevedo Sodré 
(1967:32), "a ética profissional do advogado consiste, portanto, na persistente aspiração de 
amoldar sua conduta, sua vida, aos princípios básicos dos valores culturais de sua missão e 
seus fins, em todas as esferas de suas atividades". 
Por fim, temos que a Ética é o estudo geral do que é certo ou errado, bom ou mal, justo 
ou injusto, apropriado ou inapropriado. Assim, é possível a conclusão do objetivo da Ética na 
fundamentação de regras estabelecidas pela Moral e pelo Direito, porém, ressaltando, que ela 
se diferencia de ambos, na medida em que não dita regras. (Glock & Goldim, 2003). 
 
 
 
 
 
 ÉTICA E DEONTOLOGIA – CAS 2020 
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O QUE É ÉTICA 
 
Você sabia que a Ética é o nome dado ao ramo da filosofia dedicado 
aos assuntos morais? 
 
A palavra ética é derivada do grego, e significa aquilo que pertence ao caráter. 
Num sentido menos filosófico e mais prático podemos compreender um pouco melhor 
esse conceito examinando certas condutas do nosso dia a dia, quando nos referimos por 
exemplo, ao comportamento de alguns profissionais tais como um médico, jornalista, advogado, 
empresário, um político e até mesmo um professor. 
Para estes casos, é bastante comum ouvir expressões como: ética médica, ética 
jornalística, ética empresarial e ética pública. 
A ética pode ser confundida com lei, embora, com certa frequência, a lei tenha como 
base princípios éticos. 
Porém, diferentemente da lei, nenhum indivíduo pode ser compelido, pelo Estado ou por 
outros indivíduos, a cumprir as normas éticas, nem sofrer qualquer sanção pela desobediência 
a estas; mas a lei pode ser omissa quanto a questões abrangidas pela ética. 
 
A ética abrange uma vasta área, podendo ser aplicada à vertente profissional. Existem 
códigos de ética profissional que indicam como um indivíduo deve se comportar no 
âmbito da sua profissão. A ética e a cidadania são dois dos conceitos que constituem a 
base de uma sociedade próspera. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.significados.com.br/etica-profissional/
https://www.significados.com.br/etica-e-cidadania/
 ÉTICA E DEONTOLOGIA – CAS 2020 
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ÉTICA E MORAL 
 
Que tal aprendermos um pouco mais sobre a diferença entre ética e moral? 
Ética e moral são temas relacionados, mas são diferentes, porque moral se fundamenta 
na obediência a normas, costumes ou mandamentos culturais, hierárquicos ou religiosos e a 
ética, busca fundamentaro modo de viver pelo pensamento humano. 
No contexto filosófico, ética e moral possuem diferentes significados. A ética está 
associada ao estudo fundamentado dos valores morais que orientam o comportamento humano 
em sociedade, enquanto a moral são os costumes, regras, tabus e convenções estabelecidas 
por cada sociedade. 
Os termos possuem origem etimológica distinta. A palavra “ética” vem do 
Grego “ethos” que significa “modo de ser” ou “caráter”. Já a palavra “moral” tem origem no termo 
latino “morales” que significa “relativo aos costumes”. 
 Ética é um conjunto de conhecimentos extraídos da investigação do comportamento 
humano ao tentar explicar as regras morais de forma racional, fundamentada, científica 
e teórica. É uma reflexão sobre a moral. 
 Moral é o conjunto de regras aplicadas no cotidiano e usadas continuamente por cada 
cidadão. Essas regras orientam cada indivíduo, norteando as suas ações e os seus 
julgamentos sobre o que é moral ou imoral, certo ou errado, bom ou mau. 
No sentido prático, a finalidade da ética e da moral é muito semelhante. São ambas 
responsáveis por construir as bases que vão guiar a conduta do homem, determinando o seu 
caráter, altruísmo e virtudes, e por ensinar a melhor forma de agir e de se comportar em 
sociedade. 
Na filosofia, a ética não se resume à moral, que geralmente é entendida como costume, 
ou hábito, mas busca a fundamentação teórica para encontrar o melhor modo de viver; a busca 
do melhor estilo de vida. A ética abrange diversos campos, como antropologia, psicologia, 
sociologia, economia, pedagogia, política, e até mesmo educação física e dietética. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.significados.com.br/etica-e-moral/
 ÉTICA E DEONTOLOGIA – CAS 2020 
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ÉTICA A NICÔMACO 
 
O livro intitulado "Ética a Nicômaco" é da autoria de Aristóteles e foi dedicado ao seu pai, 
cujo nome era Nicômaco. 
Esta é a principal obra de Aristóteles sobre Ética e é constituída por dez livros, onde 
Aristóteles é como um pai que está preocupado com a educação e felicidade do seu filho, mas 
também tem por objetivo fazer com que as pessoas pensem sobre as suas ações, colocando 
assim a razão acima das paixões, procurando a felicidade individual e coletiva, porque o ser 
humano vive em sociedade e as suas atitudes devem ter em vista o bem comum. 
Nas obras aristotélicas, a ética é vista como parte da política que precede a própria 
política, e está relacionada com o indivíduo, enquanto que a política retrata o homem na sua 
vertente social. 
Para Aristóteles, toda a racionalidade prática visa um fim ou um bem e a ética tem como 
propósito estabelecer a finalidade suprema que está acima e justifica todas as outras, e qual a 
maneira de alcançá-la. Essa finalidade suprema é a felicidade, e não se trata dos prazeres, 
riquezas, honras, e sim de uma vida virtuosa, sendo que essa virtude se encontra entre os 
extremos e só é alcançada por alguém que demonstre prudência. 
 
 
 
 
 
 ÉTICA E DEONTOLOGIA – CAS 2020 
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ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO 
 
Sargento, você sabia que o tema da ética no serviço público está 
diretamente relacionado com a conduta dos funcionários que ocupam 
cargos públicos? 
 
Tais indivíduos devem agir conforme um padrão ético, exibindo valores morais como a 
boa fé e outros princípios necessários para uma vida saudável no seio da sociedade. 
Quando uma pessoa é eleita para um cargo público, a sociedade deposita nela 
confiança, e espera que ela cumpra um padrão ético. Assim, essa pessoa deve estar ao nível 
dessa confiança e exercer a sua função seguindo determinados valores, princípios, ideais e 
regras. 
De igual forma, o servidor público deve assumir o compromisso de promover a igualdade 
social, de lutar para a criação de empregos, de desenvolver a cidadania e de robustecer a 
democracia. Para isso ele deve estar preparado para pôr em prática políticas que beneficiem o 
país e a comunidade no âmbito social, econômico e político. 
Um profissional que desempenha uma função pública deve ser capaz de pensar de forma 
estratégica, inovar, cooperar, aprender e desaprender quando necessário, elaborar formas mais 
eficazes de trabalho. Infelizmente os casos de corrupção no âmbito do serviço público são fruto 
de profissionais que não trabalham de forma ética. 
Sargento, o que é Ética Profissional? Conjunto de regras e preceitos 
de ordem valorativa e moral de um indivíduo, de um grupo social ou de 
uma sociedade. “É. profissional" 
Ética é uma palavra de origem grega (éthos), que significa “propriedade do caráter”. 
Ser ético é agir dentro dos padrões convencionais, é proceder bem, é não prejudicar o próximo. 
Ser ético é cumprir os valores estabelecidos pela sociedade em que se vive. 
O indivíduo que tem ética profissional cumpre com todas as atividades de sua profissão, 
seguindo os princípios determinados pela sociedade e pelo seu grupo de trabalho. 
Cada profissão tem o seu próprio código de ética, que pode variar ligeiramente, graças 
a diferentes áreas de atuação. 
No entanto, há elementos da ética profissional que são universais e por isso aplicáveis 
a qualquer atividade profissional, como a honestidade, responsabilidade, competência e etc. 
E Código de Ética Profissional? Você sabe o que é? 
 
O Código de Ética Profissional é o conjunto de normas éticas, que devem ser seguidas 
pelos profissionais no exercício de seu trabalho. Este código é elaborado pelos Conselhos, 
que representam e fiscalizam o exercício da profissão. O código de ética médica, por exemplo, 
em seu texto descreve: 
 ÉTICA E DEONTOLOGIA – CAS 2020 
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“O presente código contém as normas éticas que devem ser seguidas pelos médicos no exercício 
da profissão, independentemente da função ou cargo que ocupem. 
A fiscalização do cumprimento das normas estabelecidas neste código é atribuição dos 
Conselhos de Medicina, das Comissões de Ética, das autoridades de saúde e dos médicos em 
geral. 
Os infratores do presente Código, sujeitar-se-ão às penas disciplinares previstas em lei”. 
Sargento, você já ouviu falar em Deontologia? 
Sabe o que é? 
Vamos aprender? 
 
Deontologia é uma filosofia que faz parte da filosofia moral contemporânea, que 
significa ciência do dever e da obrigação. A deontologia é um tratado dos deveres e da moral. 
É uma teoria sobre as escolhas dos indivíduos, o que é moralmente necessário e serve para 
nortear o que realmente deve ser feito. 
O termo deontologia foi criado no ano de 1834, pelo filósofo inglês Jeremy Bentham, 
para falar sobre o ramo da ética em que o objeto de estudo é o fundamento do dever e das 
normas. A deontologia é ainda conhecida como "Teoria do Dever". 
Immanuel Kant também deu sua contribuição para a deontologia, uma vez que a dividiu 
em dois conceitos: razão prática e liberdade. Para Kant, agir por dever é a maneira de dar à ação 
o seu valor moral; e por sua vez, a perfeição moral só pode ser atingida por uma livre vontade. 
A deontologia também pode ser o conjunto de princípios e regras de conduta ou deveres 
de uma determinada profissão, ou seja, cada profissional deve ter a sua deontologia própria para 
regular o exercício da profissão, e de acordo com o 
Código de Ética de sua categoria. 
Para os profissionais, deontologia são 
normas estabelecidas não pela moral e sim para a 
correção de suas intenções, ações, direitos, deveres 
e princípios. 
O primeiro Código de Deontologia foi feito na 
área da medicina, nos Estados Unidos. A 
Deontologia Policial Militar está recepcionada 
principalmente na Lei RJ 443/81- Estatuto do Policial 
Militar. 
 
Deontologia jurídica 
 
A deontologia jurídica é a ciência que se preocupa em cuidar dos deveres e dos direitos dos 
profissionais que trabalham com a justiça. Advogados, juízes, desembargadores, Policiais e etc, 
são alguns exemplos de profissionais abrangidos pela deontologia jurídica. 
 ÉTICA E DEONTOLOGIA – CAS 2020 
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CONCLUSÃODe acordo com o apresentado, é possível afirmar que é de grande valia a recuperação 
do sentido da ética, enquanto instrumento indispensável da vida social, pois é dos fatos concretos 
instalados na sociedade que se originam os costumes e o próprio Direito. 
Pode-se concluir que a ética norteia a maneira de se comportar do homem, incluindo 
tanto nas esferas públicas e sociais, com nas íntimas e subjetivas. A ética não está limitada 
somente ao conjunto de juízos de valor, mas se sobressai imponente como código de disciplina 
aprendido obrigatoriamente pela sociedade. 
O conjunto de deveres morais é a diretriz da conduta do sujeito na vida e na profissão 
que exerce, sendo que tal conjunto contribui para a conscientização profissional que deve ser 
composta de práticas que resultem em integridade, dignidade e probidade, de forma coerente 
para com o ordenamento jurídico vigente. 
Em síntese, o sujeito deve ansiar pela ética profissional em seu desempenho cotidiano, 
ressaltando a validade de sua adoção como código principal de vida, pois, tanto ética quanto a 
moral deve ser resguardada, propiciando crescimento profissional. Além disso, é de crucial 
importância que o profissional do Direito, como agente transformador da sociedade, oriente o ser 
humano no sentido de uma vida digna amparada por princípios éticos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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