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1 Aula RIPS 14 09 2020 texto 1

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Aula 14/09 - texto 1 
https://sway.office.com/kC9xakmfdGQ6PTzM 
Compromisso social 
BOCK, A. M. B.. Psicologia e sua ideologia: 40 anos de compromisso com as elites. In: ______. (Org.). 
Psicologia e compromisso social. São Paulo: Cortez, 2009. 
Objetivos: discutir o compromisso da Psicologia ao longo de sua trajetória no Brasil 
Pontos de partida: “[...] a Psicologia sempre esteve vinculada à sociedade brasileira e sempre 
respondeu a demandas sociais, portanto, manteve em toda sua existência um determinado 
compromisso com a sociedade. Mas qual compromisso?” (p. 16) 
A que se refere a ideia de compromisso? 
Compromisso social x compromisso com as elites 
1. Uma história de compromisso com as elites 
a. As ideias e teorias psicológicas historicamente responderam aos interesses das elites 
b. Controle, higiene, diferenciação e categorização da população, com vistas à 
reprodução do capital 
Colonização: exploração. Ideias psicológicas com vistas ao comportamento e aspectos morais de 
indígenas, mulheres e crianças. O papel da Igreja e de Portugal 
Império: ideias psicológicas voltadas à higienização, na Medicina e na Educação. Moral como natural. 
Imoralidade associada à pobreza e negritude. 
República: desenvolvimento econômico: ideias psicológicas ligadas ao Trabalho. Testes psicológicas 
para seleção dos aptos às funções nas fábricas. 
2. Os 40 anos de profissão regulamentada (em 2020, fará 58) 
a. A inserção de psicólogas e psicólogos na sociedade é pequena em comparação ao 
seu potencial humano e técnico. 
b. Pouca diversidade na atuação e, consequentemente, limitada contribuição à 
sociedade. 
c. Naturalização do desenvolvimento psíquico levou ao afastamento de um projeto de 
ser humano e de sociedade. Obs.: Yamamoto (2012) discorre sobre compromisso 
social e projeto ético-político. 
d. Feminização da profissão 
e. Psicologia Comunitária (anos de 1970) 
3. Alguns elementos ideológicos da profissão 
1. Caráter ideológico da Psicologia: “[...] ideologia compreendida como processo de ocultamento 
da base material e social das ideias, processo esse que pode se dar em decorrência de construção 
teórica” (p.21). 
2. A Psicologia tem naturalizado o fenômeno psicológico 
1. Desconsideração do cotidiano, da cultura e valores sociais, das formas de produção de 
sobrevivência, das relações sociais que permitem compreender o mundo psíquico 
2. O “verdadeiro eu” 
3. Psicologia corretiva de desvios e patologias 
1. Concepções sobre a subjetividade deveriam unir o mundo objetivo e o mundo subjetivo 
2. Candidatos à humanidade. O mundo psicológico é construído 
3. Compromisso com a construção de leituras do ser humano que, ao falar do mundo psíquico, 
fale também do mundo social e, nesse sentido, a transformação psíquica é necessariamente 
transformação social. 
3. Os psicólogos não têm concebido suas intervenções como trabalho 
 
Ser humano considerado como autônomo. Psicologia consertaria o que fora planejado pela natureza 
e corrompido pela sociedade. 
Bastaria “ajudar” incondicionalmente as pessoas, colaborar e intervir para que o próprio sujeito se 
autoconduza e se autodesenvolva (Obs.: ideia da mônada social) 
A psicóloga e o psicólogo trabalham, empregam energia para transformar em uma direção 
(referência à categoria atividade). O que significa que há um padrão do que é 
certo/normal/desejável/esperado socialmente e, caso a pessoa se enquadre, configura-se “cura” 
A Psicologia construiu um discurso de “ajuda ao que sofre”, naturalizando o autodesenvolvimento e 
autodeterminação. Escondeu-se atrás desse discurso e, portanto, ocultou seu projeto social. 
“Tornou o discurso sobre seu trabalho ideológico” (p. 25). 
Não significa dizer que estamos distantes/acima/além da moral e dos valores sociais, mas é 
necessário perceber essa relação e não naturalizar (Obs.: Trazer à consciência) 
4. A Psicologia tem concebido os sujeitos como responsáveis e capazes de promover seu próprio 
desenvolvimento 
a. O Barão de Münchausen: “[...]o ser humano possui em si mesmo uma força motriz 
que o movimenta para o destino de seu desenvolvimento” (p.26). 
b. Compreensão do fenômeno psicológico naturalizado, a partir do próprio ser humano 
(Obs.: psicologismo). Sociedade como uma barreira ao desenvolvimento.--- 
c. Caráter ideológico 
d. Consequências: responsabilização das pessoas pelo seu desenvolvimento. 
Apartamento do sujeito e da sua subjetividade do mundo social. Isenção das 
instituições e modos de produção da sobrevivência. 
 
4. Fechando a reflexão 
a. Ausência e isenção da discussão de projetos sociais porque, da forma como se 
concebe, não há necessidade dessa discussão. 
b. As relações sociais e as formas de produção da vida são responsáveis pela produção 
do mundo psicológico. Necessidade de inclusão da cultura na sua compreensão. 
c. Necessidade de superação das ideologias para construção de um novo compromisso 
com a sociedade, de trabalho pela melhoria da qualidade de vida, em nome dos 
direitos humanos. (Obs.: essas reflexões necessariamente nos mobilizam a um 
exame interno || importância do processo terapêutico para tomada de consciência 
de si e do seu lugar no mundo) 
 
Arte: Jean Michel Basquiat 1 (Nova Iorque, 1960-1988) 
 
1https://pt.wikipedia.org/wiki/Jean-Michel_Basquiat

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