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Processo Civil 3 - Recursos e ações

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2 
 
SUMÁRIO 
1. Observações Gerais .............................................................................................................. 3 
2. Procedimento Comum ........................................................................................................... 6 
3. Petição Inicial ........................................................................................................................ 7 
4. Contestação ........................................................................................................................ 45 
5. Reconvenção ....................................................................................................................... 91 
6. Réplica ............................................................................................................................... 103 
7. Exceções de impedimento e suspeição ............................................................................ 111 
8. Memoriais / Razões Finais Escritas .................................................................................. 123 
9. Teoria Geral dos Recursos ............................................................................................... 127 
10. Recursos Cabíveis no CPC/15 .......................................................................................... 145 
11. Recurso Adesivo ............................................................................................................... 145 
12. Apelação ............................................................................................................................ 150 
14. Agravo de Instrumento ...................................................................................................... 189 
15. Agravo Interno ................................................................................................................... 218 
16. Embargos de Declaração – AULA COMPLEMENTAR EAD ............................................ 229 
17. Recurso Ordinário – AULA COMPLEMENTAR EAD ........................................................ 241 
18. Recurso Especial ............................................................................................................... 249 
19. Recurso Extraordinário –AULA COMPLEMENTAR .......................................................... 274 
20. Agravo em Recurso Especial e Extraordinário - AULA COMPLEMENTAR ..................... 287 
21. Embargos de Divergência - AULA COMPLEMENTAR ..................................................... 294 
22. Reperscussão geral e suspensão de todos os processos pendentes .............................. 302 
23. Reclamação ....................................................................................................................... 314 
24. Incidente de assunção de competência/IAC ..................................................................... 319 
25. Procedimentos especiais - introdução .............................................................................. 320 
26. Ação de consignação em pagamento ............................................................................... 321 
27. Ação monitória ................................................................................................................... 335 
28. Dissolução parcial da sociedade ....................................................................................... 351 
29. Embargos de terceiro ........................................................................................................ 364 
31. Homologação do penhor legal .......................................................................................... 408 
32. Regulação de avaria grossa .............................................................................................. 415 
33. Divisão e demarcação de terras particulares .................................................................... 422 
34. Restauração de autos ....................................................................................................... 440 
35. Ação de exigir contas ........................................................................................................ 447 
36. Oposição ........................................................................................................................... 459 
37. Habilitação ......................................................................................................................... 462 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
1. OBSERVAÇÕES GERAIS 
 
 1ª parte: Redação de peça profissional, valendo 5,00 (cinco) pontos, 
acerca de tema da área jurídica de opção do examinando e do seu 
correspondente direito processual. A peça será desenvolvida em, no máximo, 
cinco páginas sinalizadas, sendo o total de 150 linhas. 
 
 O caderno de textos definitivos da prova prático-profissional NÃO 
PODERÁ SER ASSINADO, RUBRICADO E/OU CONTER QUALQUER 
PALAVRA E/OU MARCA que o identifique em outro local que não o 
apropriado (capa do caderno), sob pena de ser anulado. Assim, a detecção de 
qualquer marca identificadora no espaço destinado à transcrição dos textos 
definitivos acarretará a anulação da prova prático-profissional e a eliminação do 
examinando. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
01 
 
4 
 
 
 Para a redação da peça profissional, o examinando deverá formular 
texto com a extensão máxima definida na capa do caderno de textos 
definitivos; para a redação das respostas às questões discursivas, a extensão 
máxima do texto será de 30 (trinta) linhas para cada questão. Será 
desconsiderado, para efeito de avaliação, qualquer fragmento de texto que for 
escrito fora do local apropriado ou que ultrapassar a extensão máxima 
permitida. 
 Quando da realização das provas prático-profissionais, caso a peça 
profissional e/ou as respostas das questões discursivas exijam assinatura, o 
examinando deverá utilizar apenas a palavra “ADVOGADO...”. Ao texto que 
contenha outra assinatura, será atribuída NOTA ZERO, por se tratar de 
identificação do examinando em local indevido. 
 
 
 
 
 
5 
 
 
 O texto da peça profissional e as respostas às questões discursivas 
serão avaliados quanto à adequação ao problema apresentado, ao domínio do 
raciocínio jurídico, à fundamentação e sua consistência, à capacidade de 
interpretação e exposição e à técnica profissional demonstrada, sendo que a 
mera transcrição de dispositivos legais, desprovida do raciocínio jurídico, 
NÃO ENSEJARÁ PONTUAÇÃO. Ou seja, você deve explicar a sua resposta, 
jamais meramente transcrever o artigo, súmula ou OJ. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
 
2. DO PROCEDIMENTO COMUM 
 
Hoje, com o advento do Código de Processo Civil de 2015 não existe 
mais o procedimento comum dividido em ordinário e sumário. 
Observar, neste caso, a previsão do artigo 1.049 do CPC/2015 quanto à 
aplicação do procedimento comum: 
Art. 1.049. Sempre que a lei remeter a procedimento previsto na lei 
processual sem especificá-lo, será observado o procedimento comum 
previsto neste Código. 
E se a lei remeter a procedimento sumário? Observar a previsão do 
parágrafo único do artigo 1.049 do CPC: 
Parágrafo único. Na hipótese de a lei remeter ao procedimento 
sumário, será observado o procedimento comum previsto neste 
Código, com as modificações previstas na própria lei especial, se 
houver. 
NÃO ESQUECER: Não existe mais o processo cautelar. As cautelares 
estão reunidas dentro da tutela provisória de urgência. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
02 
 
7 
 
 
3. DA PETIÇÃO INICIAL 
 
3.1 Importância da petição inicial 
Segundo o princípio da inércia da jurisdição, o Poder Judiciário somente 
pode agir se for provocado, de forma que a demanda é o meio pelo qual o 
autor impulsiona a jurisdição. 
A demanda é proposta através da Inicial, sendo que a ação é 
considerada proposta quando a petição inicial for protocolada,consoante 
previsão do 312 do NCPC: 
 
Art. 312. Considera-se proposta a ação quando a petição inicial for 
protocolada, todavia, a propositura da ação só produz quanto ao réu 
os efeitos mencionados no art. 240 depois que for validamente citado. 
 
Segundo Viana (2018, p. 16), a petição inicial delimita o âmbito de 
defesa e os limites do qual o órgão jurisdicional atuará, conforme o princípio da 
congruência. 
 
3.2 Dica para identificar se é petição inicial 
 Se justamente a peça deve desencadear o processo. 
 
3.3 Dos requisitos da petição inicial 
Considera-se proposta a demanda a partir do protocolo da petição 
inicial, dando, assim, início ao processo. Os elementos presentes no art. 319 
do CPC/15 devem constar na petição inicial para desencadear o processo. 
A petição inicial estabelece o limite de conhecimento do magistrado, 
determinando os efeitos da coisa julgada. 
A petição inicial é apresentada por escrito, seja processo físico ou 
eletrônico e deve ser redigida na língua portuguesa (ATENÇÃO: Juizado 
Especial Cível tem como um dos critérios orientadores o princípio da 
oralidade). Mesmo nas hipóteses em que é permitida a apresentação da 
petição inicial de forma oral, deverá ser reduzida a termo, datada e assinada. 
 
03 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm
 
8 
 
 
 
 
 
No CPC/15, a petição inicial deve preencher os requisitos estabelecidos 
no artigo 319. São requisitos da Inicial, conforme o art. 319: 
 
Art. 319. A petição inicial indicará: 
I - o juízo a que é dirigida; 
II - os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união 
estável, a profissão, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas 
Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, o endereço 
eletrônico, o domicílio e a residência do autor e do réu; 
III - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido; 
IV - o pedido com as suas especificações; 
V - o valor da causa; 
VI - as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos 
fatos alegados; 
VII - a opção do autor pela realização ou não de audiência de 
conciliação ou de mediação. 
§ 1o Caso não disponha das informações previstas no inciso II, 
poderá o autor, na petição inicial, requerer ao juiz diligências 
necessárias a sua obtenção. 
§ 2o A petição inicial não será indeferida se, a despeito da falta de 
informações a que se refere o inciso II, for possível a citação do réu. 
§ 3o A petição inicial não será indeferida pelo não atendimento ao 
disposto no inciso II deste artigo se a obtenção de tais informações 
tornar impossível ou excessivamente oneroso o acesso à justiça. 
 
Os requisitos do artigo 319 do CPC/15 devem ser cumpridos pelo Autor 
na petição inicial do processo de conhecimento que tramita pelo procedimento 
comum, não se tratando de uma faculdade, mas, sim, de uma obrigação. 
O art. 319 do CPC/15 é aplicável aos demais processos e 
procedimentos com algumas diferenças, se houver previsão nesse sentido. 
Consequência de não serem observados os requisitos do artigo 319 do 
CPC/15: juiz deverá ordenar a emenda da petição inicial, e se não for 
cumprida  indeferimento da petição inicial e a extinção do processo sem 
resolução de mérito. 
Além dos requisitos do art. 319 do CPC/15, a petição inicial deve ser 
elaborada de forma clara e técnica, com raciocínio lógico, ou seja, ter INÍCIO, 
MEIO e FIM. 
 
9 
 
3.3.1 Quanto ao juízo que é dirigida a petição inicial 
(ENDEREÇAMENTO) 
Neste caso devem ser observadas as regras de competência para 
conhecer e processar a referida ação. O endereçamento é a indicação do 
juízo que receberá a inicial neste primeiro momento do processo. Jamais 
haverá a indicação pessoal do juiz, apenas a indicação do juízo competente, 
mesmo sendo um único juiz na comarca. 
Lembre-se que a petição inicial poderá ser direcionada ao juízo de 
primeiro grau ou a ação poderá tramitar diretamente nos tribunais. 
O endereçamento deverá ser feito no cabeçalho da petição inicial. 
Para fazer o endereçamento correto na petição inicial, considerando que 
não há demanda anteriormente proposta, devem ser analisadas as regras de 
competência estabelecidas na Constituição Federal, nas Constituições 
Estaduais e no próprio Código de Processo Civil. 
Segundo Viana (2018, p. 118)  se o juiz for absolutamente 
incompetente para julgar o processo (competência definida em razão da 
matéria e da função)  deverá remeter os autos ao juízo competente. 
Porém, se o juiz for relativamente incompetente (competência definida 
em razão do valor da causa e do território)  deverá aguardar que o réu 
alegue a incompetência em preliminar de contestação. 
Lembrando que hoje, ambas, tanto a incompetência absoluta quanto a 
relativa, são alegadas em preliminares de contestação. 
 Então, sobre as consequências de se propor a ação no juízo que não é 
competente, Viana (2018, p. 118) esclarece: 
 
Se a inicial for distribuída para juízo absolutamente incompetente: o 
magistrado, de ofício, deverá remeter a ação ao juízo competente. Se assim 
não o fizer, o réu poderá alegar a incompetência absoluta em preliminar de 
contestação; 
 
 
10 
 
Se a inicial for distribuída a juízo relativamente incompetente: o magistrado 
deverá aguardar que o réu alegue a incompetência relativa em preliminar de 
contestação. Se o réu assim não fizer  o juiz tornar-se-á competente. 
 
EXEMPLOS DE ENDEREÇAMENTO (passo inicial da construção da 
peça processual): 
 
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ...Vara Cível da 
Comarca de Santa Cruz do Sul – RS (ou Rio Grande do Sul) 
OU 
Douto Juízo da ...Vara Cível da Comarca de Santa Cruz do Sul – RS 
 
No exemplo acima, não se sabe onde a ação vai tramitar. Ou seja, onde 
há mais de um juízo competente, em que a petição inicial vai ser distribuída 
não é possível prever qual será a vara em que ação vai tramitar. Portanto, 
deve-se fazer o endereçamento de forma genérica. 
Então deve-se fazer de forma genérica, consoante seguem ainda os 
exemplos abaixo: 
 
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ... Vara Cível da 
Comarca de Santa Cruz do Sul – RS. 
OU 
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito de uma das Varas 
Cíveis da Comarca de Santa Cruz do Sul – RS. 
OU 
Douto juízo de uma das Varas Cíveis da Comarca de Santa Cruz do 
Sul – RS. 
 
É de destacar que para o correto endereçamento da petição inicial 
devem ser observadas as regras de competência. Ou seja, o candidato deve 
analisar a competência estabelecida na constituição federal, na constituição 
estadual, nas leis de organização judiciária, bem como no próprio CPC. 
 
11 
 
 Assim, deve-se: 
 
 Verificar se é caso de competência originária dos tribunais. Caso não for: 
 Verificar se se trata de justiça comum ou especial; 
 Se for justiça comum  Verificar se é justiça estadual ou federal; 
 Verificar, ainda, qual a comarca ou subseção judiciária competente. 
 Por fim, verificar dentro da comarca se há vara especializada. 
 
Verificar se a causa é caso de competência originária dos tribunais, ou 
seja, se a causa deve ser ajuizada diretamente nos tribunais ou não, como no 
caso do art. 108, I da CF, que estabelece a competência originária dos 
Tribunais Regionais Federais. 
Se não for caso de competência originária dos tribunais, verificar se se 
trata de justiça comum ou especializada. 
 
Então, em primeiro lugar: verificar se a ação deve ser proposta 
diretamente em um tribunal específico, em caso negativo, verificar se 
deve ser justiça comum ou especializada. 
 
 JUSTIÇA COMPETENTE: se é justiça comum ou justiça 
especializada. 
 
A justiça especializada é dividida em justiça militar, eleitoral e do 
trabalho. A justiça comum pode ser estadual ou federal. 
Para verificar qual justiça competente, deve ser feita uma análise 
excludente: só será justiça comum se não for justiça especializada. 
E entre a justiça comum federal ou estadual, também será por exclusão:se não for competência da justiça federal, será da estadual. 
Para saber se se trata de justiça comum estadual ou federal, deve-se 
analisar o artigo 109, I da CF, no qual está estabelecida a competência da 
Justiça Federal. 
 
 
12 
 
 VERIFICAR QUAL O FORO COMPETENTE: onde deverá ser 
proposta a ação. 
Para saber onde deverá ser proposta a ação, deve-se observar as 
regras de competência estabelecidas no CPC. 
 Arts. 46 a 53 do CPC: 
Art. 53. É competente o foro: 
I - para a ação de divórcio, separação, anulação de casamento e 
reconhecimento ou dissolução de união estável: 
a) de domicílio do guardião de filho incapaz; 
b) do último domicílio do casal, caso não haja filho incapaz; 
c) de domicílio do réu, se nenhuma das partes residir no antigo 
domicílio do casal; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 OBSERVAR AINDA, O SIGNIFICADO DE ALGUMAS EXPRESSÕES: 
 
Portanto, de acordo com as regras da competência expostas, poderão 
ocorrer os seguintes endereçamentos: 
FÓRUM  é apenas o prédio onde funciona o órgão jurisdicional  
Logo não será utilizado no endereçamento da petição inicial. 
FORO  neste caso se refere à competência TERRITORIAL, ou seja, 
onde a demanda deverá ser proposta EXEMPLO: foro da comarca de Santa 
Cruz do Sul – RS. 
VARA OU JUÍZO  se refere à competência de quem vai julgar a 
demanda dentro do foro. Exemplo: vara de família. 
 
 
 
 
 
 
13 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
a) No caso da Justiça Estadual com uma única vara: (o enunciado da 
peça processual deve informar expressamente que é vara única) 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA 
CÍVEL DA COMARCA DE CURITIBA – PARANÁ. 
OU 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA 
ÚNICA DA COMARCA DE CURITIBA – PARANÁ. 
OU 
DOUTO JUÍZO DA VARA ÚNICA DA COMARCA DE CURITIBA – 
PARANÁ. 
 
b) No caso da Justiça Estadual quando tiver mais de uma vara: 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ...VARA 
CÍVEL DA COMARCA DE CURITIBA – PARANÁ. 
OU 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DE UMA 
DAS VARAS CÍVEIS DA COMARCA DE CURITIBA – PARANÁ. 
OU 
DOUTO JUÍZO DA ...VARA CÍVEL DA COMARCA DE CURITIBA-
PARANÁ. 
OU 
 
14 
 
DOUTO JUÍZO DE UMA DAS VARAS CÍVEIS DA COMARCA DE 
SANTA CRUZ DO SUL – RS. 
 
c) No caso de Comarca (Justiça Estadual) com vara especializada: 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DE UMA 
DAS VARAS DE FAMÍLIA E SUCESSÕES DA COMARCA DE CURITIBA – 
PARANÁ. 
Ou 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ...VARA 
DE FAMÍLIA E SUCESSÕES DA COMARCA DE SANTA CRUZ DO SUL – RS. 
Ou 
DOUTO JUÍZO DA ...VARA DE FAMÍLIA E SUCESSÕES DA 
COMARCA DE SANTA CRUZ DO SUL – RS. 
 
d) No caso de Comarca (Justiça Estadual) com foros regionais: 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DE UMA 
DAS VARAS CÍVEIS DO FORO REGIONAL DE SARANDI DA COMARCA DE 
PORTO ALEGRE – RS. 
Ou 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ... VARA 
CÍVEL DO FORO REGIONAL DE SARANDI DA COMARCA DE PORTO 
ALEGRE – RS. 
Ou 
DOUTO JUÍZO DA ...VARA CÍVEL DO FORO REGIONAL DE SARANDI 
DA COMARCA DE PORTO ALEGRE – RS. 
 
e) No caso da Justiça Federal: 
EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) FEDERAL 
DA ... VARA CÍVEL FEDERAL DA SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE SANTA CRUZ 
DO SUL - RS. 
 
 
 
15 
 
f) No caso do Juizado Especial Cível Estadual: 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO ... 
JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE SANTA CRUZ DO SUL – RS. 
OU 
DOUTO JUÍZO DO ... JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE 
SANTA CRUZ DO SUL – RS. 
 
g) No caso de Tribunal de Justiça: 
 EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR 
PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO 
GRANDE DO SUL. 
 
h) No caso de Tribunal Federal: 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR FEDERAL 
PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4ª 
REGIÃO. 
(Como exemplo, o estado do Rio Grande do Sul pertence à 4º região, 
contudo, caso a problemática da FGV não informe a região a que pertence o 
Estado, o examinando não deverá informar, a fim de evitar a identificação de 
peça). 
 
i) No caso do STJ: 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE DO 
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. 
 
j) No caso do STF: 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE DO 
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. 
 
Após o endereçamento, dá-se um espaço e inicia-se a qualificação das 
partes, conforme previsão do inciso II do artigo 319 do CPC. 
 
 
16 
 
3.3.2 Quanto à qualificação das partes 
 Neste caso, indica-se o polo ativo (quem pede) e o polo passivo (em 
face de quem se pede). Ou seja, quem possui a legitimidade para ingressar 
com a ação e quem deve responder, cumprindo, assim, um dos requisitos do 
artigo 17 do CPC, que impõe a legitimidade da parte para postular em juízo. 
Previsão do art. 319, II, do CPC: “os nomes, os prenomes, o estado civil, 
a existência de união estável, a profissão, o número de inscrição no Cadastro 
de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, o endereço 
eletrônico, o domicílio e a residência do autor e do réu”. 
Neste caso o que se verifica é a qualificação das partes, sendo inovação 
no CPC de 2015 o endereço eletrônico. Inclusão também no que se refere à 
existência da União Estável, bem como o número de inscrição no Cadastro 
de Pessoas Físicas (CPF) ou no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica 
(CNPJ). 
Se, por exemplo, o autor não possua o endereço eletrônico (e-mail), nem 
disponha o endereço eletrônico da parte contrária, deve ser comunicado na 
qualificação, já que é exigência do inciso II. 
 
ATENÇÃO: Observar que no caso do Exame de Ordem aplicado pela 
FGV, não poderão ser inventados quaisquer dados. Devem ser indicados 
na peça somente aqueles fornecidos pelo problema, sob pena de se considerar 
como identificação da peça. Os dados não indicados devem ser redigidos de 
forma genérica, conforme previsão do edital. 
 
Exemplo de qualificação das partes: 
 
FULANO DE TAL, nacionalidade..., profissão..., estado civil...(verificar 
no problema se há menção sobre união estável), portadora do RG nº..., e do 
CPF nº..., com endereço eletrônico..., residente e domiciliada na Rua..., nº..., 
bairro..., Cidade..., Estado..., CEP..., por intermédio de seu advogado 
constituído (procuração em anexo), inscrito na OAB sob o nº..., endereço 
eletrônico..., com endereço profissional na Rua..., nº..., Bairro..., Cidade..., 
 
17 
 
Estado..., CEP..., onde recebe intimações, vem, respeitosamente, à presença 
de Vossa Excelência, ajuizar, pelo procedimento comum (com fundamento no 
artigo...), a presente (....) 
 
Exemplo de qualificação das partes quando se tratar de incapaz: 
 
FULANA DE TAL, nacionalidade..., estado civil... (verificar se vive ou 
não em União Estável), profissão..., portadora do RG nº..., inscrita no CPF sob 
o nº..., menor absolutamente incapaz, nascida em..., neste ato representada 
(OBS: totalmente incapaz são representados e relativamente incapazes serão 
assistidos) por sua genitora (verificar problema), CICLANA DE TAL, 
nacionalidade..., estado civil..., profissão..., portadora do RG nº..., e do CPF 
nº..., ambas residentes e domiciliadas na Rua..., nº..., bairro..., município de..., 
Estado..., CEP..., e com endereço eletrônico..., por intermédio de seu 
advogado constituído (procuração em anexo), inscrito na OAB sob o nº..., 
endereço eletrônico..., com endereço profissional na Rua..., nº..., Bairro..., 
Cidade..., Estado..., CEP..., onde recebe intimações, vem, respeitosamente, à 
presença de Vossa Excelência, ajuizar, pelo procedimento comum com 
fundamento ... 
 
 OBSERVAR AINDA QUANTO À DIFICULDADE DO AUTOR EM 
QUALIFICAR O RÉU 
De acordo com o art. 319, §1º, do CPC, se o autor não dispuser das 
informações quanto à qualificação do réu constantes no inciso II do art. 319, 
poderá requerer ao juiz diligências necessárias a fim de obter as informações 
exigidas pela lei. 
O §2º refere que nãodeverá ocorrer o indeferimento da Petição Inicial, 
se mesmo faltando informações exigidas pelo inciso II do art. 319, for possível 
realizar a citação do Réu. 
Ainda, o § 3o estabelece que a petição inicial não será indeferida pelo 
não atendimento ao disposto no inciso II do art. 319 se a obtenção de tais 
informações tornar impossível ou excessivamente oneroso o acesso à justiça. 
 
18 
 
 
 OBSERVAR TAMBÉM A CAPACIDADE PROCESSUAL DAS 
PESSOAS CASADAS E EM UNIÃO ESTÁVEL 
As pessoas casadas, para ajuizar ações que versem sobre direitos reais 
imobiliários, precisam do consentimento do outro cônjuge, o que se 
denominado outorga uxória ou marital  art. 73 e 74 do CPC: 
 
Art. 73. O cônjuge necessitará do consentimento do outro para 
propor ação que verse sobre direito real imobiliário, salvo quando 
casados sob o regime de separação absoluta de bens. 
§ 1o Ambos os cônjuges serão necessariamente citados para a ação: 
I - que verse sobre direito real imobiliário, salvo quando casados sob 
o regime de separação absoluta de bens; 
II - resultante de fato que diga respeito a ambos os cônjuges ou de 
ato praticado por eles; 
III - fundada em dívida contraída por um dos cônjuges a bem da 
família; 
IV - que tenha por objeto o reconhecimento, a constituição ou a 
extinção de ônus sobre imóvel de um ou de ambos os cônjuges. 
§ 2o Nas ações possessórias, a participação do cônjuge do autor ou 
do réu somente é indispensável nas hipóteses de composse ou de 
ato por ambos praticado. 
§ 3o Aplica-se o disposto neste artigo à união estável comprovada 
nos autos. 
 
Art. 74. O consentimento previsto no art. 73 pode ser suprido 
judicialmente quando for negado por um dos cônjuges sem justo 
motivo, ou quando lhe seja impossível concedê-lo. 
Parágrafo único. A falta de consentimento, quando necessário e não 
suprido pelo juiz, invalida o processo. 
 
 OBSERVAR TAMBÉM A REPRESETAÇÃO DAS PESSOAS 
JURÍDICAS E DOS ENTES DESPERSONALIZADOS: 
Art. 75 do CPC: serão representados em juízo, ativa e passivamente: 
 
Art. 75. Serão representados em juízo, ativa e passivamente: 
I - a União, pela Advocacia-Geral da União, diretamente ou mediante 
órgão vinculado; 
II - o Estado e o Distrito Federal, por seus procuradores; 
III - o Município, por seu prefeito ou procurador; 
IV - a autarquia e a fundação de direito público, por quem a lei do 
ente federado designar; 
V - a massa falida, pelo administrador judicial; 
VI - a herança jacente ou vacante, por seu curador; 
VII - o espólio, pelo inventariante; 
VIII - a pessoa jurídica, por quem os respectivos atos constitutivos 
designarem ou, não havendo essa designação, por seus diretores; 
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm
 
19 
 
IX - a sociedade e a associação irregulares e outros entes 
organizados sem personalidade jurídica, pela pessoa a quem couber 
a administração de seus bens; 
X - a pessoa jurídica estrangeira, pelo gerente, representante ou 
administrador de sua filial, agência ou sucursal aberta ou instalada no 
Brasil; 
XI - o condomínio, pelo administrador ou síndico. 
 
Exemplo de qualificação das partes quando se tratar de pessoa jurídica: 
 
EMPRESA TAL, pessoa jurídica de direito privado, devidamente inscrita 
no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídicas (ou pode colocar CNPJ) sob o nº..., 
endereço eletrônico..., com sede na Rua..., nº..., Bairro..., Cidade..., Estado..., 
CEP..., representada nos termos do inciso VIII do artigo 75 do Código de 
Processo Civil por seu Diretor (ver conforme enunciado)..., (poderá qualificar o 
diretor) conforme Contrato Social (se for sociedade limitada, porque se for 
sociedade anônima será estatuto) em anexo, por intermédio de seu advogado 
constituído (procuração em anexo), inscrito na OAB sob o nº..., endereço 
eletrônico..., com endereço profissional na Rua..., nº..., Bairro..., Cidade..., 
Estado..., CEP..., onde recebe intimações, vem, respeitosamente, à presença 
de Vossa Excelência, ajuizar, pelo procedimento comum (ou com fundamento 
nos artigos...), a presente (...) 
 
 OBSERVAR TAMBÉM A CAPACIDADE POSTULATÓRIA: 
É a capacidade para pleitear algo em juízo. No Brasil, os advogados, 
Defensoria Pública e o Ministério Público têm capacidade postulatória. A 
atuação do advogado no processo depende de procuração, que será 
DISPENSADA para evitar preclusão, decadência, prescrição e, ainda, para 
praticar ato considerado urgente, na forma do art. 104 do CPC. 
Esses casos admitem a juntada ulterior do mandato (prazo de 15 dias 
prorrogáveis por até 15 por despacho do juiz), na forma do art. 104, §1º, do 
CPC. 
 
 
 
 
20 
 
3.3.3 Dos fatos e fundamentos jurídicos 
 Os fatos e fundamentos jurídicos constituem a causa de pedir e a razão 
pela qual se está postulando algo no poder judiciário. A causa de pedir, junto 
com as partes e pedidos constitui os elementos que identificam a ação. 
Nos fatos, o examinando deverá fazer a narração correspondendo aos 
fatos ocorridos que levam ao ajuizamento da demanda. É necessário descrever 
os fatos pertinentes e relevantes que constituem a relação jurídica. 
ATENÇÃO: para fins de avaliação da FGV, os fatos devem 
corresponder exatamente ao narrado no enunciado, não podendo o 
examinando inventar quaisquer dados, sob pena de identificação de peça. 
DICA: procure apresentar os fatos de forma lógica: com início, meio e 
fim, de forma clara e concisa. Não se estenda muito neste tópico sob pena de 
faltar espaço para redação dos fundamentos jurídicos e pedidos, que 
costumam ter maior pontuação envolvida. 
Os autores JOÃO AGUIRRE E RENATO MONTANS DE SÁ apresentam 
na sua obra PRÁTICA CIVIL 7. Ed. Saraiva: São Paulo, 2017, p. 31, o seguinte 
esquema para uma boa apresentação dos fatos na petição inicial, consoante 
segue em 3 passos: 
 
1º Descrever a relação jurídica: descrever a relação fática jurídica 
mantida entre as partes, da qual derivou o conflito. Assim, aqui deve ser 
descrita a situação de fato ou de direito que antecedeu o conflito ou com ele foi 
concomitante. Os autores citam exemplos: 
a) O fato de autor e réu estarem trafegando de automóvel na mesma via; 
b) O casamento entre o autor e a Ré; 
c) O contrato de compra e venda de determinado produto celebrado 
entre as partes; 
d) A doação feita pelo autor ao Réu; 
e) O fato de o Réu ter se obrigado a pintar um quadro; 
 
2º Descrever o Fato Gerador: ou seja, o motivo principal que deu 
origem ao conflito. Aqui deve ser descrito o fato em si que deu origem à 
 
21 
 
pretensão ou ao direito potestativo do autor. Exemplificam os doutrinadores 
acima: 
a) O fato de o réu ter, imprudentemente, abalroado a traseira do 
automóvel do autor; 
b) O fato de ter se tornado insuportável a continuidade da vida em 
comum; 
c) O fato de o produtor vendido conter um vício; 
d) O fato de o autor ter incorrido em erro escusável no momento da 
doação; 
e) O fato de o réu não ter entregue o quadro na data aprazada; 
 
3º Descrever a conclusão: isto é, a consequência lógica e jurídica da 
união entre a relação e fato gerador, o que levará aos objetivos que o autor 
pretende com a ação. Aqui deve ser descrito o que se pretende com a ação. 
Exemplificam Aguirre e Sá da Seguinte forma: 
a) O autor deve ser indenizado pelo réu; 
b) A separação do casal; 
c) O réu deve trocar o produto viciado; 
d) O negócio jurídico deve ser anulado; 
e) O réu deve pintar o quadro, conforme pactuado; 
 
 
 
 
 
NOS ARGUMENTOS JURÍDICOS, o examinando deverá fazer a 
fundamentação que ensejou o pedido da ação, demonstrar os dispositivos 
legais aplicáveis, jurisprudências e entendimentos doutrinários acerca do tema 
objeto do litígio (no caso da OAB não se tem acesso à doutrina). 
 
 
 
 
22 
 
 
 
 
 
 
 OBSERVAÇÃO: na petição inicial esses requisitos são cumpridos da 
seguinte forma: 
 
 I – DOS FATOS; 
 II – DO DIREITO OU II – DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS. 
 
A partir dos fatosusar a nomenclatura correta para as partes, de acordo 
com o tipo de peça: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
23 
 
3.3.4 Do pedido com as suas especificações 
O pedido é justamente o que o autor quer com a prestação jurisdicional. 
O pedido deve ser certo e determinado. 
 
 
 
 
 
 
O pedido tem dois aspectos: o imediato e o mediato. 
O PEDIDO IMEDIATO indica a espécie de prestação jurisdicional 
pretendida pelo autor. 
 EXEMPLO DE PEDIDO IMEDIATO: sentença declaratória, constitutiva, 
etc. Pode se apresentar da seguinte maneira, por exemplo: Requer a Vossa 
Excelência a total procedência da ação com a CONDENAÇÃO DO RÉU... 
O PEDIDO MEDIATO, por sua vez, significa o bem da vida a ser 
atingido pela prestação jurisdicional. 
EXEMPLO: divórcio. Consiste na providência que se quer do Poder 
Judiciário. Acaba por delimitando os limites da prestação jurisdicional, de forma 
que esta não poderá ser infra, ultra ou citra petita. Assim, o pedido deve ser 
formulado de FORMA PRECISA. 
Darlan Barroso e Juliana Francisca Lettiére (2016) definem pedido 
mediato como os efeitos práticos, exemplificando como: o valor da coisa, o 
valor da obrigação... 
EXEMPLO DE PEDIDO MEDIATO: Requer a condenação do Réu ao 
pagamento da quantia de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) a título de 
danos materiais. 
O artigo 322 do CPC/15 exige que o pedido deve ser certo, ou seja, 
deve constar expressamente na petição inicial o que se pretende do Judiciário. 
Deve ser expresso, explícito. 
 
Art. 322. O pedido deve ser certo. 
 
24 
 
§ 1o Compreendem-se no principal os juros legais, a correção 
monetária e as verbas de sucumbência, inclusive os honorários 
advocatícios. 
§ 2o A interpretação do pedido considerará o conjunto da postulação 
e observará o princípio da boa-fé. 
 
Além disso, conforme previsão do artigo 324 do CPC, o pedido deve ser 
determinado, ou seja, de forma a estabelecer os limites do que pretende o 
autor. 
Art. 324. O pedido deve ser determinado. 
 
EXEMPLO: Requer a condenação do Réu ao pagamento de indenização 
por dano material no valor de R$ 5.000,00. 
NÃO se pode fazer genericamente: Requer a condenação do Réu ao 
pagamento da indenização por dano material. 
 
 OBSERVAR QUANTO AO PEDIDO GENÉRICO: 
 Previsão do §1º do art. 324 do CPC: 
 
Art. 324. O pedido deve ser determinado. 
§ 1º É lícito, porém, formular pedido genérico: 
I - nas ações universais, se o autor não puder individuar os bens 
demandados; 
II - quando não for possível determinar, desde logo, as 
consequências do ato ou do fato; 
III - quando a determinação do objeto ou do valor da condenação 
depender de ato que deva ser praticado pelo réu. 
§ 2º O disposto neste artigo aplica-se à reconvenção. 
 
Quanto aos incisos do artigo 324, Vian (2018, p. 127) ensina: 
I - Nas ações universais, se o autor não puder individuar os bens 
demandados: essas ações universais, segundo o autor mencionado, são 
aquelas que apresentam um conjunto de bens materiais demandados, 
tratando-se de uma “universalidade de bens”, como o que ocorre no caso do 
espólio. Cita o autor que, numa ação de petição de herança, por exemplo, o 
pedido é genérico uma vez que se refere a todos os bens que couberem ao 
quinhão; 
 
 
25 
 
II - Quando não for possível determinar, desde logo, as 
consequências do ato ou do fato: Vian (2018, p. 127) refere nesse inciso que 
pode ocorrer que os efeitos jurídicos do ato ou fato ilícito não foram 
efetivamente determinados e, em razão disso, o autor não conseguiu 
determinar o quanto devido. Como exemplo, cita que em algumas ações de 
indenização não é possível indicar no momento da propositura da ação, com 
precisão, as consequências que a vitima sofreu. Ex: não sabe se a vítima está 
incapacitada temporária ou definitivamente. 
 
III - Quando a determinação do objeto ou do valor da condenação 
depender de ato que deva ser praticado pelo réu: Vian (2018, p. 128) refere 
que existem situações em que, dependendo do comportamento do Réu, a 
extensão do pedido feito pelo autor poderá variar, citando como exemplo, a 
ação de exigir contas. Isso porque, o saldo credor poderá variar de acordo com 
as contas apresentadas pelo Réu, sendo impossível ao Autor, precisar na 
inicial o montante do saldo. 
 
 OBSERVAR QUE OS PEDIDOS PODEM SER ALTERNATIVOS, 
SUBSIDIÁRIOS OU CUMULATIVOS; 
 
a) Do pedido alternativo – art. 325 do CPC/15 
O pedido alternativo pode ser requerido quando há mais de uma forma 
de cumprir a obrigação pleiteada. 
ATENÇÃO: Não se trata de cumulação de pedidos, já que apenas um 
pedido é formulado na petição inicial, contudo, esse pedido pode ser adimplido 
por mais de um modo. 
DESTACA-SE: neste caso, os pedidos possuem a mesma hierarquia, 
sendo que o Réu poderá cumprir a obrigação por mais de um modo. 
 
Art. 325. O pedido será alternativo quando, pela natureza da 
obrigação, o devedor puder cumprir a prestação de mais de um 
modo. 
 
 
26 
 
O art. 325, parágrafo único, menciona que quando por lei ou contrato, a 
escolha pelo modo de adimplemento da obrigação couber ao devedor, mesmo 
que o autor não tenha formulado pedido alternativo, o juiz assegurará o direito 
do devedor de cumprir a prestação de um ou outro modo. 
 
 
Parágrafo único. Quando, pela lei ou pelo contrato, a escolha couber 
ao devedor, o juiz lhe assegurará o direito de cumprir a prestação de 
um ou de outro modo, ainda que o autor não tenha formulado pedido 
alternativo. 
 
Assim, se a escolha couber ao devedor a escolha pelo pedido será 
feita na contestação. 
 
• Exemplo de pedido alternativo: Requer a condenação do Réu 
para que cumpra a obrigação de ...ou a obrigação de... 
 
b) Cumulação de pedidos 
A cumulação poderá ser própria ou imprópria. Ocorre cumulação 
própria quando o autor formula mais de um pedido, esperando que todos 
sejam atendidos. Ou seja, aqui o autor pede o acolhimento de ambos os 
pedidos. 
• Exemplo de pedido com cumulação própria: Requer a 
condenação do Requerido para que cumpra a obrigação a obrigação de 
PAGAR DANOS MATERIAIS no valor de R$... E DANOS MORAIS no valor 
de R$.... 
Coloca-se ainda a possibilidade de pedido cumulativo sucessivo: apenas 
se passará a analisar o segundo pedido se o primeiro for procedente. 
EXEMPLO: Pedir o reconhecimento da paternidade e alimentos. Somente 
fixará alimentos se reconhecer a paternidade. 
 
Há quem chame apenas de pedido sucessivo  há a formulação de um 
pedido principal e outro secundário, requerendo-se o acolhimento do pedido 
secundário se o principal não for acolhido. 
 
 
27 
 
Na cumulação imprópria há a formulação de vários pedidos ao mesmo 
tempo de modo que apenas um deles seja atendido  cumulação subsidiária 
ou cumulação eventual  previsão do art. 326 do CPC: 
 
Art. 326. É lícito formular mais de um pedido em ordem subsidiária, a 
fim de que o juiz conheça do posterior, quando não acolher o anterior. 
Parágrafo único. É lícito formular mais de um pedido, 
alternativamente, para que o juiz acolha um deles. 
Parágrafo único. Quando, pela lei ou pelo contrato, a escolha couber 
ao devedor, o juiz lhe assegurará o direito de cumprir a prestação de 
um ou de outro modo, ainda que o autor não tenha formulado pedido 
alternativo. 
 
Na cumulação subsidiária: tenho o pedido principal, mas se ele não for 
atendido, quero o pedido subsidiário. Portanto, se difere do pedido alternativo, 
pois no alternativo não há hierarquia. 
O artigo 327 estabelece os requisitos para a cumulação de pedidos: 
 
Art. 327. É lícita a cumulação, em um único processo, contra o 
mesmo réu, de vários pedidos, ainda que entre eles não haja 
conexão. 
§ 1º São requisitos de admissibilidade da cumulação que: 
I - os pedidos sejam compatíveis entre si; 
II - seja competente para conhecer deles o mesmo juízo; 
III - seja adequado para todos os pedidos o tipo de procedimento. 
§ 2º Quando, para cada pedido, corresponder tipo diverso de 
procedimento, seráadmitida a cumulação se o autor empregar o 
procedimento comum, sem prejuízo do emprego das técnicas 
processuais diferenciadas previstas nos procedimentos especiais a 
que se sujeitam um ou mais pedidos cumulados, que não forem 
incompatíveis com as disposições sobre o procedimento comum. 
§ 3º O inciso I do § 1o não se aplica às cumulações de pedidos de 
que trata o art. 326. 
 
 
Para haver a cumulação de pedidos, é necessário que todos os pedidos 
tramitem sobre o mesmo procedimento. Se houver procedimentos diversos 
para os pedidos, deverá tramitar no procedimento comum, sendo que ao final 
do §2º, verifica-se que o procedimento comum torna-se maleável. Porém, para 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm
 
28 
 
tanto, não podem ser incompatíveis com as disposições sobre o procedimento 
comum. 
 
c) Pedidos de Prestação periódica: 
Ocorre naquelas obrigações de trato sucessivo, ou seja, aquelas que 
não são cumpridas em um único momento. Exemplo: um carnê com 
vencimento mensal em 12 parcelas. 
 
 OS PEDIDOS VÃO SER ESPECÍFICOS DE ACORDO COM OS TIPOS 
DE AÇÕES: 
 
Ação Declaratória: 
Busca conferir certeza para dizer se uma determinada relação ou 
situação jurídica existe ou não existe. Verbo a ser utilizado: DECLARAR. 
LOGO, O PEDIDO SERÁ DECLARATÓRIO. Ex: Requer que seja 
declarado... 
 
Ação Constitutiva: 
Objetiva criar, modificar ou extinguir uma relação jurídica. Ex.: o divórcio. 
Verbo a ser utilizado: DECRETAR. 
 
Ação Condenatória: 
Busca a condenação do Réu a alguma obrigação. Verbo a ser 
utilizado: CONDENAR. 
EX: Requer a condenação do Réu... 
 
Ação Mandamental: 
Busca uma ordem do poder judiciário, substituindo a vontade por uma 
ordem judicial. Verbos a serem utilizados: DETERMINAR, ORDENAR. 
 
 
 
 
29 
 
Ação Executiva: 
Objetiva a entrega de coisa ou obrigação de fazer ou não fazer. Verbos 
a serem utilizados: DETERMINAR, ORDENAR. 
 
 
 EXEPLOS DE TIPOS DE PEDIDOS: 
Condenatório: 
Que o Réu seja condenado a cumprir o contrato, passando em definitivo 
o imóvel descrito na inicial para o nome do Autor, no prazo de 15 (quinze) dias, 
a contar da intimação da sentença, sob pena de multa cominatória diária no 
valor de R$... (CHACON, 2016, p. 41) 
Que o Réu seja condenado ao pagamento de R$... (...) a título de danos 
morais, devidamente corrigidos e atualizados desde a data da prática do ato 
ilícito até a data do efetivo pagamento (CHACON, 2016, p. 41). 
 
Declaratório: 
Que seja declarada a anulação do casamento havido entre as partes, 
com a expedição dos mandados competente para as averbações necessárias 
no Cartório de Registro Civil. (CHACON, 2016, p. 42). 
 
Pedido Declaratório e Condenatório: 
Que seja declarada extinta a relação locatícia, com fundamento na falta 
de pagamento dos aluguéis e seus acessórios, condenando-se o Réu à 
desocupação voluntária, para que, no prazo legal, desocupe de pessoas e 
bens o imóvel, sob pena da decretação efetiva do despejo forçado. (CHACON, 
2016, p. 42). 
 
Pedido Constitutivo: 
Que seja decretado o divórcio dos Requerentes, emitindo-se o 
competente mandado para o Cartório de Registro Civil, homologando-se os 
termos do acordo apontados na Inicial, por sentença, para que surta seus 
regulares efeitos. (CHACON, 2016, p. 42). 
 
30 
 
 
ATENÇÃO: Observar que o pedido deverá ser formulado de acordo com o 
procedimento  como no caso dos procedimentos especiais, em que os 
pedidos podem variar justamente de acordo com o tipo de procedimento. 
EXEMPLO: requerer o depósito no caso da ação de consignação em 
pagamento. 
 
3.3.5 Valor da causa 
O valor da causa pode ser utilizado como critério a fim de determinar a 
competência, por exemplo. O valor da causa tem efeitos patrimoniais no 
processo, também no que se refere às verbas devidas pelas partes umas às 
outras, à aplicação de multas e despesas no processo, para cálculo de custas 
judiciais, por exemplo. 
Trata-se, assim, de elemento essencial que deve constar na petição 
inicial, conforme art. 319, VI do CPC/15. 
Deste modo, o valor da causa sempre constará na petição inicial, 
independentemente se for procedimento contencioso ou voluntário, mesmo que 
a causa não tenha conteúdo econômico que seja imediatamente aferível, 
conforme previsão do art. 291 do CPC: 
 
Art. 291. A toda causa será atribuído valor certo, ainda que não 
tenha conteúdo econômico imediatamente aferível. 
 
De acordo com o art. 291 do CPC/15, é possível que o valor da causa 
seja fixado de forma provisória, sendo ajustado ao final, com a sentença. 
Dessa forma, se não for possível de início apontar o valor certo, ao menos 
deve se atribuir um valor hipotético. 
 
 CRITÉRIOS PARA FIXAÇÃO DA CAUSA: Previsão no art. 292 do 
CPC: 
Art. 292. O valor da causa constará da petição inicial ou da 
reconvenção e será: 
 
I - na ação de cobrança de dívida, a soma monetariamente corrigida 
do principal, dos juros de mora vencidos e de outras penalidades, se 
houver, até a data de propositura da ação; 
 
31 
 
II - na ação que tiver por objeto a existência, a validade, o 
cumprimento, a modificação, a resolução, a resilição ou a rescisão de 
ato jurídico, o valor do ato ou o de sua parte controvertida; 
III - na ação de alimentos, a soma de 12 (doze) prestações mensais 
pedidas pelo autor; 
IV - na ação de divisão, de demarcação e de reivindicação, o valor de 
avaliação da área ou do bem objeto do pedido; 
V - na ação indenizatória, inclusive a fundada em dano moral, o valor 
pretendido; 
VI - na ação em que há cumulação de pedidos, a quantia 
correspondente à soma dos valores de todos eles; 
VII - na ação em que os pedidos são alternativos, o de maior valor; 
VIII - na ação em que houver pedido subsidiário, o valor do pedido 
principal. 
§ 1o Quando se pedirem prestações vencidas e vincendas, 
considerar-se-á o valor de umas e outras. 
§ 2o O valor das prestações vincendas será igual a uma prestação 
anual, se a obrigação for por tempo indeterminado ou por tempo 
superior a 1 (um) ano, e, se por tempo inferior, será igual à soma das 
prestações. 
 
Quando se pedirem prestações vencidas e vincendas, deve-se levar em 
consideração o valor de umas e outras, sendo que o §2º estabelece os critérios 
para fixar o valor das prestações vincendas. 
Ou seja, se for em razão de um contrato com vencimento em 12 
parcelas, mas foram pagas apenas 2, o valor da causa deverá considerar as 02 
parcelas pagas, mais as 10 que irão vencer. 
 
3.3.6 As provas com que o autor pretende demonstrar a verdade 
dos fatos alegados 
Continuou mantido no inciso VI do art. 319, o pedido genérico de 
produção de provas, sem necessidade de especificação. De acordo com o 
Novo CPC, o autor deve provar o fato constitutivo do seu direito. 
Cabem tanto as provas típicas previstas no Novo CPC, quanto as não 
previstas, de forma que o art. 369 do CPC/15 permite que sejam empregados 
todos os meios de prova moralmente legítimos. 
O fundamento é o próprio artigo 320 do CPC que determina que o autor 
na petição inicial deve juntar as provas documentais essenciais à propositura 
da ação. 
Exemplo fornecido por CHACON (2016, p. 49) para petição de provas no 
rito ordinário: Protesta-se provar o alegado por todos os meios de prova 
 
32 
 
em direito admitidos, principalmente juntada de novos documentos, 
prova oral e pericial, sem exceção de outros que possam ser indicadas no 
momento oportuno. 
 
 
 
 
3.3.7 Quanto à realização da audiência de conciliação ou de 
mediação 
 Previsão do inciso VII, do art. 319: “a opção do autor pela realização ou 
não de audiência de conciliação ou de mediação”. 
Neste caso a opção do autor pela realização da audiência ou não de 
conciliação e ou medição vai ocorrer antes da resposta do réu, sendo que 
somente será dispensada mediante expressa manifestação das partes – 
IMPORTANTE: Esse pedido é novidade do CPC/15. 
 
Exemplo de como fazer esse pedido: “Em atendimento ao art.319, 
VII, do CPC/15, informa o Autor a opção pela realização da audiência de 
conciliação ou mediação”. 
 
3.3.8 Dos demais requisitos que não estão expressos no art. 319 
do CPC/15 
 
 
 
 
 
Existem, ainda, outros pedidos a serem feitos, sendo que a doutrina por 
vezes denomina de requerimentos: 
 
 
33 
 
a) Benefício da gratuidade da justiça (ou comprovante do recolhimento 
das custas iniciais): a depender se a parte possui direito ou não ao benefício 
da gratuidade da justiça. 
Exemplo de como fazer esse pedido: Requer a concessão do 
benefício da gratuidade da justiça, nos termos do art. 98 e 99 do CPC/15, eis 
que é pessoa pobre nos termos da lei, não podendo arcar com as custas, 
despesas e honorários advocatícios, sem prejuízo do próprio sustento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
34 
 
b) Pedido de tramitação preferencial ou prioridade no processamento da 
causa: 
 No caso de parte com idade igual ou superior a 60 anos de idade (Lei 
10.471/2003 – Estatuto do idoso, artigo 71 e inciso I do artigo 1.048 do 
CPC/2015). PRIORIDADE ESPECIAL: dentre os idosos, aqueles 
maiores de 80 anos terão prioridade especial, na forma do art. 71, §5º, 
do Estatuto do idoso. 
 
Art. 71. É assegurada prioridade na tramitação dos processos e 
procedimentos e na execução dos atos e diligências judiciais em que 
figure como parte ou interveniente pessoa com idade igual ou 
superior a 60 (sessenta) anos, em qualquer instância. 
§ 1o O interessado na obtenção da prioridade a que alude este artigo, 
fazendo prova de sua idade, requererá o benefício à autoridade 
judiciária competente para decidir o feito, que determinará as 
providências a serem cumpridas, anotando-se essa circunstância em 
local visível nos autos do processo. 
(...) 
§ 5º Dentre os processos de idosos, dar-se-á prioridade especial 
aos maiores de oitenta anos. (Incluído pela Lei nº 13.466, de 
2017). 
Art. 1.048. Terão prioridade de tramitação, em qualquer juízo ou 
tribunal, os procedimentos judiciais: 
I - em que figure como parte ou interessado pessoa com idade igual 
ou superior a 60 (sessenta) anos ou portadora de doença grave, 
assim compreendida qualquer das enumeradas no art. 6o, inciso XIV, 
da Lei no 7.713, de 22 de dezembro de 1988; 
 Concessão de preferência em caso de doença grave (previsão do inciso 
I do artigo 1.048 do CPC de 2015). 
 
 Concessão de preferência no processamento da causa, quando 
regulada pelo Estatuto da Criança e Adolescente (previsão do inciso II 
do artigo 1.048 do CPC de 2015): 
Art. 1.048. Terão prioridade de tramitação, em qualquer juízo ou 
tribunal, os procedimentos judiciais: 
II - regulados pela Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da 
Criança e do Adolescente). 
 
35 
 
 Concessão de preferência em razão de indício de alienação parental, 
conforme previsão do artigo 4º, caput da Lei 12.318/2010: 
Art. 4o Declarado indício de ato de alienação parental, a 
requerimento ou de ofício, em qualquer momento processual, em 
ação autônoma ou incidentalmente, o processo terá tramitação 
prioritária, e o juiz determinará, com urgência, ouvido o Ministério 
Público, as medidas provisórias necessárias para preservação da 
integridade psicológica da criança ou do adolescente, inclusive para 
assegurar sua convivência com genitor ou viabilizar a efetiva 
reaproximação entre ambos, se for o caso. 
c) Pedido de intervenção do ministério público: O artigo 178 do CPC prevê 
a intervenção do Ministério Público nas seguintes situações: 
 
Art. 178. O Ministério Público será intimado para, no prazo de 30 
(trinta) dias, intervir como fiscal da ordem jurídica nas hipóteses 
previstas em lei ou na Constituição Federal e nos processos que 
envolvam: 
I - interesse público ou social; 
II - interesse de incapaz; 
III - litígios coletivos pela posse de terra rural ou urbana. 
Parágrafo único. A participação da Fazenda Pública não configura, 
por si só, hipótese de intervenção do Ministério Público. 
 
d) Pedido de tutela provisória: verificar se é o caso de pedir tutela provisória 
na petição inicial. A tutela provisória está regulada nos artigos 294 a 311 do 
CPC; 
 
e) Pedido de condenação em custas e honorários advocatícios. 
 
f) Pedido de realização de atos de citação ou penhora fora do horário 
ordinário, conforme previsão do §2º do artigo 212 do CPC: 
Art. 212. Os atos processuais serão realizados em dias úteis, das 6 
(seis) às 20 (vinte) horas. 
§ 1o Serão concluídos após as 20 (vinte) horas os atos iniciados antes, 
quando o adiamento prejudicar a diligência ou causar grave dano. 
§ 2o Independentemente de autorização judicial, as citações, 
intimações e penhoras poderão realizar-se no período de férias 
forenses, onde as houver, e nos feriados ou dias úteis fora do horário 
estabelecido neste artigo, observado o disposto no art. 5o, inciso XI, da 
Constituição Federal. 
 
36 
 
O Código de Processo Civil de 2015 não prevê expressamente o pedido 
de citação do réu, sendo entendimento doutrinário (CHACON, 2016, p. 49) 
que, de acordo com o NCPC, tornou-se dispensável o pedido de citação do 
réu. Ou seja, a citação do réu não é mais apontada como requisito da petição 
inicial, pois decorre do dever de o magistrado dar andamento ao processo 
depois que foi provocado. (CHACON, 2016, p. 49). 
Assim, o objetivo da citação é justamente angularizar a relação 
processual (juiz, autor e réu), permitindo o contraditório e a ampla defesa, e 
poderá ter como consequência os efeitos da revelia e confissão. (CHACON, 
2016, p. 49). 
Nesse sentido, a citação passa a ser opcional, mas a doutrina entende 
que em certos casos deverá, sim, aparecer entre os pedidos como um 
requerimento, “sobretudo, quando for preciso ilustrar, designar, indicar, 
esclarecer situações fora do padrão que digam respeito ao endereço, ao 
horário, ao ambiente onde deverá ser praticado o ato, sobretudo, quando se 
trata de ato de oficial de justiça” (CHACON, 2016, p. 50). 
O pedido de citação deve observar, segundo CHACON (2016, p. 50), a 
finalidade da citação. Para que? Exemplo: comparecer à audiência? Apresentar 
defesa? Executado citado para pagar a dívida no prazo? Na ação de 
consignação  citado o réu para levantar o depósito efetuado ou apresentar 
sua defesa! 
Além disso, recomenda-se fazer o pedido de citação quando o Autor 
pretender que a citação seja realizada por uma das formas excepcionais, como 
por edital, por exemplo: (CHACON, 2016, p. 51) A citação do réu, no 
endereço mencionado, por oficial de justiça, para, querendo, ofereça a 
defesa que tiver, no prazo legal, sob as penas da lei; (CHACON, 2016, p. 
51). 
Poderão, ainda, haver outros pedidos dependendo do tipo de ação (ex.: 
juntada de determinado documento, principalmente se for documentos 
referentes à comprovação do fato). 
 
 
 
37 
 
 
 
 
 
 
3.4 Da instrução da petição inicial – art. 320 CPC/15 
 
Art. 320. A petição inicial será instruída com os documentos 
indispensáveis à propositura da ação. 
 
Regra é a produção probatória no momento da propositura da ação. 
Observar ainda a exigência do art. 287 do CPC  JUNTADA DE 
PROCURAÇÃO. 
 Art. 287. A petição inicial deve vir acompanhada de procuração, que 
conterá os endereços do advogado, eletrônico e não eletrônico. 
 
 
 
3.5 Passo a passo da petição inicial 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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39 
 
3.6 Modelo exemplificativo de petição inicial 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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42 
 
3.7 Da emenda da petição inicial 
A emenda da petição inicial tem previsão no art. 321 do Código de 
Processo Civil: 
Art. 321. O juiz, ao verificar que a petição inicial não preenche os 
requisitos dos arts.319 e 320 ou que apresenta defeitos e 
irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito, 
determinará que o autor, no prazo de 15 (quinze) dias, a emende ou a 
complete, indicando com precisão o que deve ser corrigido ou 
completado. 
Parágrafo único. Se o autor não cumprir a diligência, o juiz indeferirá 
a petição inicial. 
Caso o juiz verifique que a petição inicial não preenche os requisitos 
exigidos pelos artigos 319 e 320 do CPC, ou ainda, que a petição apresenta 
defeitos e irregularidades que dificultam o julgamento de mérito, determinará 
que o autor emende ou complete a inicial no prazo de 15 dias. 
Ao determinar a emenda da petição inicial, o juiz deve indicar, com 
precisão, o que deve ser corrigido ou completado pela parte. 
Se o autor não emendar/completar a inicial, o juiz indeferirá a petição 
inicial. 
 
 
 
 
DICA: Como verificar que é a emenda à petição inicial na hora da 
PROVA? 
A peça processual será emenda a petição inicial quando o enunciado da 
FGV deixar evidente que a petição inicial deixou de atender os requisitos dos 
artigos 319 e 320 do Código de Processo Civil e o juiz intimou o Autor para 
emendar / completar a petição inicial. 
 
 
 
 
 
 
43 
 
3.8 Modelo exemplificativo da emenda a petição inicial 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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45 
 
 
4. CONTESTAÇÃO 
 
Da mesma forma que é assegurada a garantia da Inafastabilidade da 
Jurisdição, do direito à ação, deve ser permitido ao Réu, no processo civil, o 
direito de se defender. 
Em razão dos princípios do contraditório e da ampla defesa é necessário 
que a parte Requerida tenha ciência do processo para que possa se 
manifestar, contestar, bem como se defender de forma ampla e efetiva. 
Portanto, proposta a ação pelo Autor, o Réu deve ser informado através 
da citação que existe uma demanda contra ele, consoante dispõe o artigo 238 
do Código de Processo Civil. 
Logo, deve ser dada a oportunidade ao Réu de reagir à pretensão da 
parte contrária, dando ciência ao que foi descrito e comprovado pelo Autor na 
inicial. 
Observar que o novo CPC houve profundas transformações no que se 
refere à forma procedimental da apresentação da defesa pelo réu, com a sua 
simplificação e diminuição dos atos processuais. 
Ou seja, como exemplo, pode-se mencionar que a incompetência 
relativa, reconvenção e impugnação ao valor da causa que antes eram 
apresentadas em peças autônomas, pelo novo CPC passam a ser feitas na 
própria contestação. 
Conclui-se que com o advento do CPC/15, várias questões que no 
CPC/73 eram alegadas em petições apartadas (incompetência relativa, 
impugnação do valor da causa, impugnação à justiça gratuita) passam a ser 
matérias suscitáveis em alegação de preliminar de contestação, conforme 
previsão do art. 337 do CPC/15. 
A defesa do Réu deve ser efetiva e da mesma forma ampla, atingindo 
questões processuais ou de mérito, podendo ser dividida em direta e indireta. 
OU SEJA, PRELIMINARES E DEFESA DE MÉRITO. 
 
 
04 
 
46 
 
 
 
 
 
 
4.1 Da defesa quanto às preliminares e quanto ao mérito: 
A defesa do réu pode incluir alegações de mérito e outas de índole 
meramente processual. 
Como exemplo, pode ser suscitada uma Ação de Indenização de Danos 
Materiais em razão de um acidente entre veículos automotores. No referido 
processo, o Autor pleiteia Danos Materiais no veículo no valor de R$ 5.000,00 
(cinco mil reais), conforme provas produzidas. 
Na defesa, se o Réu alegar a inépcia da Petição Inicial ou 
Litispendência, estaria atacando aspectos processuais, e assim, seria a 
chamada defesa quanto às preliminares. 
No entanto, quando no mérito (também chamada de defesa substancial), 
o Réu alegar que não foi o causador do acidente, ou que não houve os danos 
referidos, estar-se-ia praticando a defesa direta de mérito. 
Seria aconselhável ao Réu alegar apenas preliminares na Contestação, 
por exemplo? NÃO, pois é de se considerar que, em caso de eventual não 
acolhimento pelo magistrado de alguma preliminar suscitada pelo Réu o 
processo continua, sendo analisado o mérito da questão levantada pelo Autor. 
Assim, deverá o Réu, mesmo existindo evidente vício processual, 
apresentar impugnação também no que se refere à relação de direito material. 
Por isso, em sede de Contestação, as defesas quanto às preliminares 
devem ser apontadas antes, ou seja, em preliminares, justamente por serem 
analisadas antes do mérito da ação. Assim, o processo sendo extinto sem 
resolução do mérito por conta de uma preliminar. 
 
 
 
 
 
47 
 
Logo: 
 
 
 
 
Há ainda a divisão da defesa de mérito em direta ou indireta. 
 
4.2 Conceito de contestação 
Contestação é o meio pelo qual o Réu oferece sua defesa em relação à 
demanda ajuizada pelo Autor. 
Considerada a principal manifestação do mesmo, haja vista que é neste 
meio processual que deverá impugnar as alegações trazidas na inicial, de 
maneira a buscar que a ação não continue ou que os pedidos deduzidos 
pela parte Autora sejam improcedentes. 
 
4.3 Princípio da eventualidade 
Ao contrário do que ocorre com a inicial, a contestação é uma peça 
processual de redação livre, de forma que não precisam ser preenchidos 
requisitos, conferindo-se liberdade em termos de forma. 
Ou seja, deve haver a concentração da defesa na contestação, de forma 
que a contestação poderá, inclusive, conter teses em princípio incompatíveis 
entre si. 
Com isso, todas as argumentações devem ser reunidas, ainda que 
excludentes, devendo o magistrado levar em consideração a primeira e, caso 
essa não seja acolhida, analisará a segunda e assim sucessivamente. 
(LOURENÇO, 2017). 
 
EXEMPLO 1: “A” ingressou com uma ação de cobrança contra “B”. “B” 
na contestação afirma: (I) Que não celebrou o contrato com “A”; (II) Caso o juiz 
entenda que tenha celebrado, a dívida está prescrita; (III) Caso vossa 
excelência entenda que a dívida não está prescrita. 
 
 
48 
 
EXEMPLO 2: que o réu não foi responsável pelo acidente, porém, caso 
condenado que não seja no valor requerido pelo autor. 
 
No entanto, apesar de haver tal entendimento, alguns pontos devem ser 
observados, como o endereçamento e indicação do número do processo, nome 
das partes (a qualificação se fará necessária se houver alguma retificação em 
relação ao apontado na inicial), requerimento de provas, conclusão ou pedido, 
requerimento da juntada de procuração. 
Além disso, a contestação é orientada pelo princípio da 
EVENTUALIDADE, previsto no art. 336 do Novo CPC, quando estabelece: 
 
Art. 336. Incumbe ao réu alegar, na contestação, toda a matéria de 
defesa, expondo as razões de fato e de direito com que impugna o 
pedido do autor e especificando as provas que pretende produzir. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 O Réu, após a contestação, pode arguir novos argumentos, 
complementando a defesa? 
Somente pode ocorrer em caso de fato ou direito superveniente (questão 
surgida após a apresentação da contestação) quando o juiz puder conhecer de 
ofício ou quando se referirem a matérias que podem ser conhecidas a qualquer 
tempo e qualquer grau de jurisdição, pois não sujeitas à preclusão. 
Tal previsão encontra-se no art. 342 do Novo CPC: 
 
Art. 342. Depois da contestação, só é lícito ao réu deduzir novas 
alegações quando: 
I - relativas a direito ou a fato superveniente; 
II - competir ao juiz conhecer delas de ofício; 
III - por expressa autorização legal, puderem ser formuladas em 
qualquer tempo e grau de jurisdição. 
 
 
 
49 
 
Não obstante a obrigação do Réu de observar o princípio da 
eventualidade deve o mesmo apresentar sua defesa respeitando o denominado 
ônus da impugnação específica, a fim de que não haja presunção de fato 
não impugnado. 
 
4.4 Ônus da impugnação especificada 
Segundo a previsão do ônus da impugnação especificada, oRéu não 
pode apresentar contestação genérica, de forma a se limitar a dizer de forma 
ampla que as alegações do Autor não merecem amparo. Ou seja, ao buscar a 
improcedência do pedido inicial deve referir as razões para tanto. 
Dessa forma, o Réu tem que enfrentar de forma específica aquilo que foi 
alegado pelo Autor e não se limitar a dizer que os argumentos não são 
verdadeiros. 
E se não for realizada a impugnação especificada? Ocorre a 
presunção dos fatos não rebatidos, o que autoriza o julgamento de forma 
antecipada. Nesse sentido é a previsão do art. 341 do Novo CPC: 
 
Art. 341. Incumbe também ao réu manifestar-se precisamente sobre 
as alegações de fato constantes da petição inicial, presumindo-se 
verdadeiras as não impugnadas, salvo se: 
I - não for admissível, a seu respeito, a confissão; 
II - a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei 
considerar da substância do ato; 
III - estiverem em contradição com a defesa, considerada em seu 
conjunto. 
 
 
Referente à previsão dos incisos do artigo 341 do CPC, Vian (2018, p. 
209) pontua: 
 
I - Não for admissível, a seu respeito, a confissão: Vian (2018, p. 
209) por exemplo, aqueles referentes aos direitos à personalidade. O autor cita 
como exemplo que uma pessoa não pode vender um órgão de seu corpo, 
mesmo que lhe pertence. Exemplifica ainda com as ações de alimentos, 
reconhecimento de paternidade, dentre outros. 
 
 
50 
 
II – A petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a 
lei considerar da substância do ato: cita Vian (2018, p. 209) que neste caso, 
a norma está em conformidade com o que dispõe o artigo 405 do CPC. E cita 
como exemplo uma demanda que versa sobre a propriedade do terreno (ação 
reivindicatória), sendo que nestes casos, a petição inicial deverá vir 
acompanhada do instrumento público que comprove a propriedade do terreno; 
 
III - Estiverem em contradição com a defesa, considerada em seu 
conjunto: Neste caso Vian (2018, p. 210) refere que ocorre quando o Autor 
desenvolve uma série de fatos na Inicial e o Réu impugna diretamente apenas 
alguns, porém desta impugnação feita pelo réu surge mesmo que de forma 
implícita a rejeição dos demais fatos, por incompatibilidade lógica entre o que 
foi arguido e os acontecimentos não apreciados pelo Réu. 
 
Sobre as consequências da não impugnação especificada, haverá a 
presunção de veracidade dos fatos não rebatidos, autorizando o magistrado 
a julgar antecipadamente o processo, em vista da desídia do Réu. 
 
Logo, essa previsão traz como consequência de que não é possível 
a contestação por negativa geral  EXCEÇÃO: previsão do parágrafo 
único do art. 341 do CPC  tais sujeitos poderão fazer contestação por 
negativa geral; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
51 
 
4.5 Prazo 
O prazo para oferecimento da contestação é de 15 dias. Hoje, com o 
novo CPC, o prazo para contestação vai ter que observar a realização da 
audiência de conciliação ou mediação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Quanto ao termo inicial, devem ser observados os incisos do artigo 335 
do Novo CPC: 
Art. 335. O réu poderá oferecer contestação, por petição, no prazo 
de 15 (quinze) dias, cujo termo inicial será a data: 
I - da audiência de conciliação ou de mediação, ou da última sessão 
de conciliação, quando qualquer parte não comparecer ou, 
comparecendo, não houver autocomposição; 
II - do protocolo do pedido de cancelamento da audiência de 
conciliação ou de mediação apresentado pelo réu, quando ocorrer a 
hipótese do art. 334, § 4o, inciso I; 
III - prevista no art. 231, de acordo com o modo como foi feita a 
citação, nos demais casos. 
 
No que tange ao inciso I, do art. 335, verifica-se que o prazo da 
contestação tem como termo inicial, ou seja, começa a fluir a partir da 
realização da audiência de conciliação ou de mediação, ou da última sessão de 
conciliação, quando qualquer parte não comparecer ou, comparecendo, não 
houver a autocomposição. 
Caso ambas as partes manifestarem-se acerca da não realização 
de audiência de conciliação e/ou mediação, e, dessa forma, não sendo 
realizada, qual o prazo para defesa? Neste caso, vai ser aplicada a previsão 
do art. 335, II, segundo o qual, o termo inicial começa a correr do protocolo 
do pedido de cancelamento da audiência de conciliação ou de mediação 
apresentado pelo Réu. 
 
52 
 
Ou seja, caso o Réu não tenha interesse na audiência de conciliação ou 
de mediação, o termo inicial para contestar contar-se-á da data do protocolo do 
pedido de cancelamento da referida audiência. DO DIA DO SEU PEDIDO DE 
CANCELAMENTO DA AUDIENCIA. 
O art. 335, II, CPC/15 é uma exceção, pois para que a audiência de 
conciliação não seja realizada é necessário que Autor se manifeste na Inicial e 
o Réu em petição própria. Este protocolo deverá ser feito com 10 (dez) dias 
de antecedência, contados da data da audiência. 
Observar o caso dos litisconsortes: 
 
§ 1o No caso de litisconsórcio passivo, ocorrendo a hipótese do art. 
334, § 6o, o termo inicial previsto no inciso II será, para cada um dos 
réus, a data de apresentação de seu respectivo pedido de 
cancelamento da audiência. (BRASIL, 2015). 
 
O parágrafo primeiro do art. 335 faz referência ao 6º do artigo 334 do 
NCPC. Cabe assim esclarecer que o artigo 334 do CPC/15 estabelece a 
realização de audiência de conciliação ou mediação, sendo que o parágrafo 6º 
prevê a desistência de tal audiência por parte dos litisconsortes: 
 
Art. 334. Se a petição inicial preencher os requisitos essenciais e não 
for o caso de improcedência liminar do pedido, o juiz designará 
audiência de conciliação ou de mediação com antecedência mínima 
de 30 (trinta) dias, devendo ser citado o réu com pelo menos 20 
(vinte) dias de antecedência. 
(...) 
§ 6o Havendo litisconsórcio, o desinteresse na realização da 
audiência deve ser manifestado por todos os litisconsortes. 
 
Dessa forma deve haver a unanimidade entre os litisconsortes réus. 
Quando houver mais de um réu, é necessário que todos manifestem recusa 
à audiência de conciliação para que esta não seja realizada. 
A partir de cada recusa começa a fluir o prazo para contestação, de 
forma que o prazo não vai ser comum, mas individualizado para cada réu. 
Porém, se apenas um, por exemplo, se manifestar pela não realização 
da audiência, está se realizará. Assim, por uma questão de isonomia, o prazo 
para contestar para todos será contado da audiência, conforme entendimento 
doutrinário. 
 
53 
 
Quanto ao termo inicial para apresentação da contestação, conforme 
previsão do inciso III do art. 335 do CPC/15, tal dispositivo prevê a aplicação 
subsidiária do artigo 231 do CPC/15, a depender da forma que foi realizada a 
citação. O artigo 231 do Novo CPC assim dispõe: 
 
Art. 231. Salvo disposição em sentido diverso, considera-se dia do 
começo do prazo: 
I - a data de juntada aos autos do aviso de recebimento, quando a 
citação ou a intimação for pelo correio; 
II - a data de juntada aos autos do mandado cumprido, quando a 
citação ou a intimação for por oficial de justiça; 
III - a data de ocorrência da citação ou da intimação, quando ela se 
der por ato do escrivão ou do chefe de secretaria; 
IV - o dia útil seguinte ao fim da dilação assinada pelo juiz, quando a 
citação ou a intimação for por edital; 
V - o dia útil seguinte à consulta ao teor da citação ou da intimação ou 
ao término do prazo para que a consulta se dê, quando a citação ou a 
intimação for eletrônica; 
VI - a data de juntada do comunicado de que trata o art. 232 ou, não 
havendo esse, a data de juntada da carta aos autos de origem 
devidamente cumprida, quando a citação ou a intimação se realizar 
em cumprimento de carta; (...). 
 
Então, por exemplo, de acordo com o previsto no inciso I do art. 231 do 
CPC/15, o prazo da contestação é de quinze dias, tendo como termo inicial a 
juntada do mandado de citação ou Aviso de Recebimento (AR) aos autos. 
Já, se a citação for realizadapor edital, a apresentação da resposta 
começa a fluir depois do encerramento do prazo nele fixado. 
Observar ainda a previsão do §2º do artigo 335, que estabelece: 
§ 2o Quando ocorrer a hipótese do art. 334, § 4o, inciso II, havendo 
litisconsórcio passivo e o autor desistir da ação em relação a réu 
ainda não citado, o prazo para resposta correrá da data de intimação 
da decisão que homologar a desistência. 
Ou seja, se o direito não admitir a autocomposição, a audiência não será 
designada. E, caso o Autor desista da ação em relação a um dos litisconsortes 
ainda não citado, o prazo para contestação correrá da data de intimação da 
decisão que homologar a desistência. 
Lembrar que de acordo com o procedimento do CPC/15, a contestação 
será apresentada após a realização da audiência de conciliação e mediação. 
 
54 
 
No entanto, conforme o art. 340 do CPC/15, a contestação será 
apresentada antes desta audiência, quando for hipótese de alegação de 
incompetência absoluta ou relativa: 
 
Art. 340. Havendo alegação de incompetência relativa ou absoluta, a 
contestação poderá ser protocolada no foro de domicílio do réu, fato 
que será imediatamente comunicado ao juiz da causa, 
preferencialmente por meio eletrônico. 
 
 
4.6 Preliminares 
As defesas quanto às preliminares são aquelas que alegam aspectos 
processuais, não se pretendendo enfrentar o mérito da ação. São intituladas de 
preliminares, apresentadas na contestação antes do mérito, podendo ser 
divididas em peremptórias e dilatórias. 
 
• PEREMPTÓRIAS: são aquelas, que, caso forem acolhidas 
colocam fim ao processo. 
• DILATÓRIAS: apenas suspendem ou dilatam o curso do 
processo, não o extinguindo. Assim, sanado o vício ou o requisito 
que faltava, o processo segue seu curso normal. 
• Há quem aponte ainda as dilatórias potencialmente 
peremptórias: ou seja, em um primeiro momento não 
acarretariam a extinção, mas se não for cumprido o que o juiz 
determinar  daí trazem como consequência a extinção. 
EXEMPLO: regularização processual. 
 
Ou seja, fala-se que as preliminares podem ou não ser prejudiciais à 
análise do mérito (art. 485 do CPC, quando não há resolução de mérito). 
As preliminares – algumas delas - objetivam que o juiz não analise o 
mérito da causa e encerre o processo sem resolução de mérito. 
ATENÇÃO: Cuidar o artigo 487, parágrafo único que estabelece 
previsão acerca da prescrição ou decadência, isto é, que não deverão ser 
 
55 
 
reconhecidas pelo juiz sem que antes seja dada oportunidade às partes de 
manifestar-se: 
Art. 487. Haverá resolução de mérito quando o juiz: 
I - acolher ou rejeitar o pedido formulado na ação ou na 
reconvenção; 
II - decidir, de ofício ou a requerimento, sobre a ocorrência de 
decadência ou prescrição; 
III - homologar: 
a) o reconhecimento da procedência do pedido formulado na 
ação ou na reconvenção; 
b) a transação; 
c) a renúncia à pretensão formulada na ação ou na 
reconvenção. 
 
Parágrafo único. Ressalvada a hipótese do § 1o do art. 332, a 
prescrição e a decadência não serão reconhecidas sem que antes 
seja dada às partes oportunidade de manifestar-se. 
 
A previsão legal das preliminares encontra-se no artigo 337 do CPC/15, 
quando aduz que cabe ao Réu, antes de discutir o mérito, alegar: 
 
Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar: 
I - inexistência ou nulidade da citação; 
II - incompetência absoluta e relativa; 
III - incorreção do valor da causa; 
IV - inépcia da petição inicial; 
V - perempção; 
VI - litispendência; 
VII - coisa julgada; 
VIII - conexão; 
IX - incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de 
autorização; 
X - convenção de arbitragem; 
XI - ausência de legitimidade ou de interesse processual; 
XII - falta de caução ou de outra prestação que a lei exige como 
preliminar; 
XIII - indevida concessão do benefício de gratuidade de justiça. 
 
As preliminares com exceção da incompetência relativa e da existência 
de convenção de arbitragem poderiam ser conhecidas de ofício. Previsão dos 
§§ 5º e 6º do artigo 337 do CPC: 
 
§ 5o Excetuadas a convenção de arbitragem e a incompetência 
relativa, o juiz conhecerá de ofício das matérias enumeradas neste 
artigo. 
§ 6o A ausência de alegação da existência de convenção de 
arbitragem, na forma prevista neste Capítulo, implica aceitação da 
jurisdição estatal e renúncia ao juízo arbitral. 
 
 
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INEXISTÊNCIA OU NULIDADE DA CITAÇÃO: 
 
Quanto ao inciso I, que estabelece a Inexistência ou nulidade da 
citação, a ausência de citação afeta a própria constituição da relação 
processual. Isso porque não pode se falar em processo com uma só parte 
(Autor), exigindo-se a citação do Réu para que a relação seja angularizada. 
Assim, a inexistência ou nulidade de citação é pressuposto de desenvolvimento 
válido e regular do processo. 
A citação está prevista no artigo 238 do CPC: 
Art. 238. Citação é o ato pelo qual são convocados o réu, o 
executado ou o interessado para integrar a relação processual. 
A citação é pressuposto de validade do processo, sendo indispensável 
para validade do processo. 
Então, através desta preliminar, o Réu vem alegar que ou não foi citado 
ou a citação foi nula. 
Se o réu comparecer mesmo havendo nulidade, esta nulidade fica 
suprida pelo princípio da instrumentalidade das formas  Apresentando 
contestação, será considerada tempestiva se acolhida a preliminar 
alegada. Agora, se comparecer apenas para alegar a nulidade sem 
oferecer ainda a contestação, o juiz abrirá prazo para defesa. 
 
Previsão do artigo 239 do CPC: 
 
Art. 239. Para a validade do processo é indispensável a citação do 
réu ou do executado, ressalvadas as hipóteses de indeferimento da 
petição inicial ou de improcedência liminar do pedido. 
§ 1o O comparecimento espontâneo do réu ou do executado supre a 
falta ou a nulidade da citação, fluindo a partir desta data o prazo para 
apresentação de contestação ou de embargos à execução. 
§ 2o Rejeitada a alegação de nulidade, tratando-se de processo de: 
I - conhecimento, o réu será considerado revel; 
II - execução, o feito terá seguimento. 
 
Você poderá fundamentar ainda quanto à nulidade (se for hipótese) no 
artigo 280 do CPC: 
 
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Art. 280. As citações e as intimações serão nulas quando feitas sem 
observância das prescrições legais. 
 
INCOMPETÊNCIA ABSOLUTA OU RELATIVA: 
No que se refere ao inciso II, que prevê como preliminar a 
incompetência absoluta e relativa, é de se destacar que a incompetência 
independente de sua natureza será alegada, conforme previsão do artigo 64, 
caput, do CPC/15 como preliminar de contestação: “A incompetência, 
absoluta ou relativa, será alegada como questão preliminar de 
contestação”. 
Assim, a previsão do artigo 64 do CPC/15 inova apenas no tocante à 
incompetência relativa (territorial e valor da causa), que no sistema anterior era 
alegada por meio de exceção. 
A incompetência absoluta em razão da matéria, da hierarquia e da 
pessoa também é matéria de ordem pública, podendo ser reconhecida de ofício 
pelo juiz. As partes não podem dispor sobre o assunto, elegendo foro. 
O próprio artigo 64 do CPC, em seus parágrafos, menciona que a 
incompetência absoluta pode ser reconhecida de ofício, enquanto que a 
relativa deve ser alegada em contestação, sob pena de preclusão: 
 
§ 1o A incompetência absoluta pode ser alegada em qualquer tempo 
e grau de jurisdição e deve ser declarada de ofício. 
§ 2o Após manifestação da parte contrária, o juiz decidirá 
imediatamente a alegação de incompetência. 
§ 3o Caso a alegação de incompetência seja acolhida, os autos serão 
remetidos ao juízo competente. 
§ 4o Salvo decisão judicial em sentido contrário, conservar-se-ão os 
efeitos de decisão proferida pelo juízo incompetente até que outra 
seja proferida, se for o caso, pelo juízo competente. 
 
O §5º do artigo 337 também afirma que a incompetência relativa deve 
ser alegada na contestação e não poderá ser

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