Pagamentos por serviços ambientais PSA

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CURSO: ADMINISTRAÇÃO - 4º ANO
DISCIPLINA: GESTÃO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL
QUESTÕES 
 Solicita- se que os acadêmicos estudem o tema, e que os elabore um resumo sobre a Política Nacional de Pagamento Ambiental - PSA, suas definições (principais termos envolvidos), quem são os Entes Pagadores, e o Provedor. 
• Passem conhecer as experiências de sucesso no Brasil. 
• Definam o que PSA. 
POLÍTICA NACIONAL DE PAGAMENTOS POR SERVIÇOS AMBIENTAIS	
1. Conceito 
O cuidado com o meio ambiente desde sempre vem causando uma grande exigência por parte do Estado e de organizações privadas para criar mecanismos que proporcione a exploração dos recursos ambientais de forma que não prejudique esse ambiente, porém, mecanismo como esse, de exploração consciente e tantos outros como punições por descumprir as leis ambientais não são suficiente.
Nesse sentido, políticas de Pagamentos por Serviços Ambientais (PSA) têm sido apontadas ao redor do mundo como uma opção viável para alcançar esse objetivo, complementando ações de comando e controle. A PSA tem como iniciativa, criada para recompensar pessoas ou empresas que praticam a conservação ambiental. Essas pessoas e empresas dependem do uso dos recursos naturais para exercerem suas atividades e assim optarem por preservar a natureza podem ter incentivos econômicos. 
Sabe-se que há um grande incentivo para a produção, um tanto que maior que para a proteção de recursos naturais, mas o Brasil começou a se preocupar e buscar em manter esse equilíbrio.
Com o mecanismo, busca-se mudar a estrutura de incentivos de forma a melhorar a rentabilidade relativa das atividades de proteção e uso sustentável de recursos naturais em comparação com atividades não desejadas, seguindo o princípio do “protetor recebedor“.
Essa ideia de remunerar esses serviços ambientais através dos PSA não é recente. A Costa Rica na década de 90 já buscava remunerar proprietários de terras preservadas. Existem diferentes esquemas de pagamento por serviços ambientais (PSA), sendo os esquemas de pagamento direto o tipo mais comum. Normalmente esses esquemas são financiados inteiramente pelo governo, em benefício da sociedade, mas podem também incluir contribuições do setor privado.
2. Objetivos 
O objetivo do PSA é incentivar a conciliação tanto a produção quanto á conservação da natureza. A iniciativa promove o reconhecimento ambiental, econômico e social a uma parcela da população. 
O foco do PSA hoje é bastante direcionado para proteção e recuperação dos recursos hídricos e biodiversidade e também para a mitigação das mudanças climáticas pelo sequestro de carbono através de diversas técnicas.
A PSA busca intensificar a geração de bens ambientais públicos e toda a mudança do comportamento coletivo e individual. Para que o objetivo do PSA seja almejado, é necessária a transferência de recursos entre os atores sociais (provedor e o beneficiado) envolvidos.
Maior parte dos serviços ambientes que a PSA atende, associam-se a esses quatros categorias distintas, sendo: retenção ou captação de carbono; conservação da biodiversidade;  conservação de serviços hídricos e conservação de beleza cênica.
O proprietário rural ou donos de empresas que se comprometem de forma voluntária a preservar a natureza são chamados de Provedores de Serviços Ambientais, isso porque adotam práticas de manutenção de serviços ambientais dentro de um projeto ou programa de PSA. Essa política pública ambiental provoca mudanças de atividades e comportamentos, gerando melhores resultados na preservação do meio ambiente, o que consequentemente melhora a qualidade de vidas de toda a população, rural e urbana, de forma direita ou indireta. 
Basicamente, o Pagamento por Serviços Ambientais, não irá somente melhorar um ecossistema em especifico e também causara uma melhoria das condições sociais, uma vez que tem como princípio a transferência econômica entre os provedores dos serviços ambientais, que, na maioria das vezes, são os pequenos proprietários rurais.
3. Principais Termos
Há alguns termos que é de suma importância para a PSA, sendo: 
Serviços ambientais: são as ações de preservação determinadas e valoradas de forma clara, de acordo com leis ou políticas públicas;
Pagador ou comprador dos serviços ambientais: pessoa física ou jurídica, pública ou privada ou grupo social disposto a pagar pelos serviços ambientais;
Veículo financeiro: é o fundo que recebe, administra e disponibiliza os recursos financeiros do PSA;
Recebedor ou provedor: é a o beneficiário que se compromete a desempenhar atividades de conservação, proteção ou recuperação do meio ambiente, visando pagamento por esses serviços. 
O capital natural: o estoque ou reserva provida pela natureza que produz valor para as pessoas (economia e bem-estar), incluindo ecossistemas, espécies, água doce, minerais, ar, oceanos e processos naturais. Esse valor pode estar sendo produzido no presente ou constituir uma reserva para o futuro;
Ecossistema: conjunto formado pelas interações entre organismos vivos (componentes bióticos), como: plantas, animais e micróbios e os organismo não vivos (componentes abióticos), como: clima, minerais, água, etc.;
Serviços ecossistêmicos: são os bens ou serviços que a natureza e seus ecossistemas fornecem ao homem e que são indispensáveis para sua sobrevivência, associadas principalmente à qualidade de vida e ao bem-estar da sociedade;
Serviços de provisão: engloba todos os materiais que os ecossistemas proporcionam e que nós consumimos, seja em forma de alimentos ou matérias primas (frutos, raízes, animais, mel, vegetais, madeira, biomassa);
Serviços de regulação: compreende as funções dos ecossistemas como reguladores das condições ambientais naturais. Como por exemplo, as florestas que influenciam na chuva, regulam o clima, traz nutrientes para o solo, etc.;
Serviços ecossistêmicos culturais: são os benefícios não materiais que os ecossistemas oferecem as pessoas que tem um contato com o mesmo, sendo através de turismo ecológico, apreciação estética, religião, entre outros;
Serviços de suporte: São serviços ecossistêmicos necessários para que os outros serviços existam: ciclagem de nutrientes, formação do solo, habitat para espécies;
Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN): é uma unidade de conservação privada, cuja finalidade é conservar a diversidade biológica pela própria vontade do proprietário rural, onde o mesmo assume o compromisso com a conservação da natureza. Sendo admitidas no seu interior tão-somente a pesquisa científica e a visitação com objetivos turísticos, recreativos e educacionais.
4. Casos de Sucesso no Brasil
A empresa Kirim do ramo de bebidas, reconhecendo o seu impacto causado diretamente na captação de água superficial e subterrânea, a água vem a ser a sua matéria prima essencial, investiu na gestão da biodiversidade, juntamente com a SOS Mata Atlântica, o trabalho de restauração possibilitou o afloramento de 19 nascentes, com um aumento estimado de 20% das águas subterrâneas e 5% das águas superficiais. Resultados de grande importância, pois possibilitou a manutenção do abastecimento da empresa. Desde sua criação, foram cultivadas, em seus viveiros, aproximadamente três milhões de mudas de mais de cem espécies de árvores, usadas na restauração de uma área superior a 857 campos de futebol.
O Estado do Paraná disponibilizou mais de R$ 1,190 milhão oriundos do Fundo Estadual de Meio Ambiente (FEMA), onde era feito uma seleção de Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN) para o pagamento pelos serviços ambientais pelo período de um ano. Os proprietários que foram selecionados para realizar as ações de melhorias ambientais iriam receber entre R$10mil e R$50 mil por ano, tudo dentro do acordo das RPPNs. 
O Grupo Boticário junto com a Sanepar participa do movimento Viva Agua, onde o movimento busca fortalecer a segurança hídrica da Bacia Hidrográfica do Miringuava, em São José dos Pinhais, com ações de conservação e restauração de áreas naturais e da transformação socioeconômica e ambiental da região.E entre as metas da Viva Água estão o plantio de um milhão de árvores, a conservação de 1,5 mil hectares de áreas naturais por meio de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA) e o apoio a 30 negócios de impacto por meio do turismo rural e da agricultura sustentável.
Em Jundiaí, estado de São Paulo, a prefeitura, por meio da Unidade de Gestão de Agronegócio, Abastecimento e turismo irá comtemplar os produtores que manterem, em suas áreas de mata nativa conservada ou recuperarem áreas degrada cerca de R$100 mil, que serão pagas anualmente a 66 propriedades participantes do programa. 
A PSA Jundiaí já contemplou 21,77 hectares de áreas restauradas e mais de 350 hectares de áreas de vegetação preservada em seus dois editais. E as propriedades recebem, por volta de, R$250 por hectare. 
5. Referências:
MELO. T, G; GONZÁLEZ. D, C, M. Pagamento por Serviços Ambientais (PSA) e práticas de agricultura sustentável: contribuições da análise do comportamento. 2016. Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/pdf/eip/v8n2/a03.pdf.> Acesso em: 09 de setembro de 20. 
Ministério do Meio Ambiente. Pagamentos por Serviços Ambientais. Perspectivas para Amazônia legal. Disponível em: <https://www.mma.gov.br/estruturas/168/_publicacao/168_publicacao17062009123349.pdf>. Acesso em: 12 de Setembro de 20. 
Prefeitura de Jundiaí. Pagamento por Serviços Ambientais: visitas às propriedades são retomadas. Jundiaí. 2020. Disponível em: <https://jundiai.sp.gov.br/noticias/2020/08/06/pagamento-por-servicos-ambientais-visitas-as-propriedades-sao-retomadas/>. Acesso em: 12 de setembro de 20. 
TÁVORA. G, P, G; SILVA. A S; TURETTA. A, P, Análise da Política por Pagamento por Serviços Ambientais como um instrumento para sustentabilidade socioambiental. 2018. Disponível em: <https://www.es-partnership.org/wp-content/uploads/2018/03/45771-186930-1-PB.pdf.> Acesso em: 07 de setembro de 20.