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1 ORTODONTIA E ORTOPEDIA FACIAL @odonto.by.gibbs – Direitos Autorais APOSTILA COMPLETA 2 CAPÍTULO 1: CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO CRÂNIO FACIAL O que é Crescimento e Desenvolvimento: • Podem ser descritos como sucessão simultânea de eventos biológicos que acontecem na fase durante um determinado período de forma gradual e harmônica. • É o processo de formação do crânio • Homeodinâmico: acontece em equilíbrio Por que se estuda o crescimento? • Saber como a face cresce e se desenvolve noramalmente • Avaliar em profundidades as causas das anomalias ortodônticas e ortopédicas • Prevenir agravantes nas anomalias • Melhor utilizar as condutas terapêuticas • É possível interferir no paciente em crescimento • Podemos tratar pacientes com crescimento maxilo – mandibular • Quando devemos tratar = paciente com mandíbula bem proeminente (exemplo) - Resumindo: saber diagnosticar / saber prevenir / saber tratar Ortopedia Facial • Conjunto de procedimentos não cirúrgicos que visam o equilíbrio e harmonização das bases ósseas (maxila e mandíbula) do aparelho estomatognático. 3 Crescimento e Desenvolvimento Crânio Facial • Pré Natal = intra uterino • Pós Natal = após o parto Crescimento - Mudança em quantidade de substancia viva por meio de atividade biológica - É um processo anatômico onde há alteração bidimensional e mudança em quantidade Diferenciação - Mudanças da célula ou tecidos para gêneros mais especializados - É uma mudança em especificidade - Ex: célula mesenquimal indiferenciada se diferencia em osteoblasto Desenvolvimento - Mudanças que ocorrem no organismo vivo desde a fertilização até a morte - É um processo fisiológico (há aumento de complexidade) OBS: Na verdade, o crescimento crânio facial é um processo complexo que envolve a remodelação óssea (combinação de deposição e reabsorção) e o deslocamento ósseo (motivação da estrutura pelo seu próprio crescimento ou pela sua relação com as outras. Nos deslocamentos ósseos, as suturas proporcionam o crescimento adaptativo. Conceitos Histológicos Funções do Tecido ósseo: - Proteção da medula óssea e órgãos vitais - Inserção muscular - Suporte de tecidos moles - Homeostase mineral - Hematopoiese Células Ósseas - Osteoblastos: células que formam o tecido ósseo. - Osteócitos: células que mantem o tecido ósseo - Osteoclastos: células que reabsorvem o tecido ósseo. Revestimentos do Osso Tecido Ósseo é constituído de matriz orgânica com colágeno + proteínas e o principal, que é a matriz mineral com cristais de hidroxiapatita. 4 - Endósteo: está dentro do osso - Fornecem nutrição - Periósteo: está fora do osso - Fornecem novos osteoblastos Estrutura - Osso compacto - Osso esponjoso Aspectos Consideráveis no Estudo do Crescimento e Desenvolvimento • Crescimento do próprio osso - endocondral - intramembranoso - suturas • Crescimento adaptativo - Resposta às forças de crescimento dos tecidos moles correlacionados Ossificação Endocondral - Produção de osso em regiões de pressão: células cartilaginosas se hipertrofiam, a matriz se degenera e a cartilagem que se desintegra é substituída por tecido ósseo • Locais onde Ocorrem o Crescimento de Cartilagem: - Cabeça da Mandíbula (côndilo) - Sincondroses da base do crânio - Epífeses dos ossos longos - Vértebras - Costelas • Cartilagens primárias - disposição em serie dos pré condroblastos 5 - altera a direção do crescimento - epífise dos ossos longos - sincondrose esfeno – occipital - etmóide e esfenóide • Cartilagens secundarias - disposição aleatória dos pré condroblastos - alterações da direção e quantidade do crescimento - côndilo e processo coronóide Ossificação Intramembranosa • Formação óssea em regiões submetidas à tensão. • As células indiferenciadas do tecido conjuntivo (periósteo e endostio) se transformam em osteoblastos e elaboram a matriz osteóide que se calcifica, resultando em osso. • Os tecidos ósseos depositados pelo periósteo, endósteo, suturas e membrana periodontal (ligamento) são todos de formação intramembranosa. • A ossificação intramembranosa é o modo de crescimento mais predominante no crânio, até mesmo nos elementos com ossificação endocondral como a mandíbula. • CMI se transformam em osteoblastos, que formam a matriz osteóide, surgindo a cristalização. Locais onde ocorrem: - sínfise, corpo e ramo mandibular - maxila - ossos da abobada craniana - porção media dos ossos longos Ossificação dos Ossos de Sutura • É a ossificação intramembranosa que ocorre nas suturas dos ossos da face e do crânio 6 • As suturas são articulações limitadas e tem como função permitir a acomodação da face do crânio aos órgãos em desenvolvimento como orelhas e cérebro. • O tecido presente nas suturas é o tecido conjuntivo e não cartilagem. Sutura Palatina Mediana - É a mais importante - Atresia maxilar: falta de desenvolvimento da maxila no sentido transverso. Pode se associar com mordida cruzada ou não. O tratamento é a utilização dos aparelhos ortodônticos removíveis , com finalidade de expandir o palato, principalmente em pacientes em desenvolvimento. (crianças) - Radiografia oclusal: se a sutura tiver mais ativa, ela será representada por imagem radiopaca. Centros de Crescimento • São locais onde ocorrem as diferenciações e multiplicações celulares necessárias a formação do tecido ósseo desempenhando um papel importante no processo de crescimento. - Suturas da Face e do crânio - Sincondroses da base do crânio (tecido cartilaginoso, ossificação intracondral) - Tuberosidade maxilar - Côndilo mandibular (crescimento endocondral) - Processos alveolares OBS: a mandíbula tem ossificação endocondral e intramembranosa, sendo então o maior centro de crescimento o côndilo. Renovação Óssea • Processo simultâneo de formação e reabsorção óssea • Substitui o tecido ósseo durante a vida. • Ocorre por toda vida, diminuindo consideravelmente na vida adulta. • Aumentando nos períodos embrionários e pós natal Mecanismos de Crescimento e Desenvolvimento • Aposição e Reabsorção (ou remodelação) • Deslocamento (deslizamento) ou (deslocamento – relocação) 7 O osso começa a crescer e mudar de forma = remodelação. (mandíbula do recém nascido – adulto). Tudo ocorre simultaneamente, ou seja, vão ocorrer a remodelação e o deslocamento ao mesmo tempo. Deslocamento - 1°: ocorre no osso devido ao crescimento do mesmo. Ex: osso com cartilagens ou suturas - 2°: em resposta ao crescimento de outras estruturas ósseas ou não relacionadas. OBS: os dois tipos ocorrem ao mesmo tempo. Deslocamento Secundário – Relocação - Movimento progressivo do crescimento ósseo, fazendo com que o osso mude a sua posição. - Tanto a maxila quanto a mandíbula se deslocam para frente Processo de Crescimento e Desenvolvimento • Base do crânio • Complexo nasomaxilar • Mandíbula Crescimento da Base Craniana • Sua importância esta na articulação com a região maxilar e mandibular, tendo assim, efeito no posicionamento destas estruturas. • É considerada a mais estável do crânio e a menos afetada por influencias externas como o tratamento ortopédico – ortodôntico. • Crescimento sutural preponderante • Alongamento das sincondroses • Extensivo deslizamento O osso cresce por aposição de um lado da cortical óssea e por reabsorção do lado oposto. No lado voltado pra direção real de crescimento, há aposição e no lado oposto, reabsorção. 8 • Remodelação Anatomia - Fossa craniana anterior, média e posterior. Fossas Cranianas - Anterior: frontal, etmóide e asa menordo esfenóide. - Média: corpo e asa maior do esfenóide (as sincondroses são: intra esfenoidal, que fecha após o nascimento / esfeno etmoidal, que fecha entre os 3 a 5 anos / esfeno occipital, que fecha aos 20 anos) A Esfeno – Occipital é a mais importante porque permanece por mais tempo. A união entre os ossos ocorre por cartilagem hialina, são transitórias e ocorrem no crânio jovem. - Posterior = osso occipital Crescimento O crescimento Antero – posterior e transversal ocorre devido ao alongamento da porção media da base craniana através da sincondrose, das cartilagens laterais ao corpo do osso esfenóide, do desenvolvimento do cérebro (matriz funcional) e constante remodelação. Crescimento e Desenvolvimento do Complexo NasoMaxilar • Crescimento sutural • Septo nasal • Superfícies periosteal e endosteal • Processe alveolar • Alongamento da fossa media pelo crescimento na sincondrose esfeno-occipital e isso gera um deslocamento pra frente e pra baixo do complexo naso maxilar. • O complexo nasomaxilar é deslocado para baixo e para frente pelo crescimento da base craniana e tecidos moles da face, fazendo com que a maxila cresça pra trás e pra cima, igualando a quantidade do seu deslocamento. Crescimento horizontal da maxila - Alongamento da fossa media pelo crescimento das sincondroses da base do crânio. 9 - Aumento maxilar pra trás por aposições na superfície posterior da tuberosidade - Influencia da língua e suturas incisivas e palatinas. - Comprimento da maxila é aumentado devido à aposição na tuberosidade e reabsorção do ponto A (convexidade) Crescimento Transversal da maxila - interferência das suturas incisiva e palatina no crescimento Antero – posterior da maxila - A sutura palatina mediana interfere no crescimento transversal da maxila - Respirador nasal – língua fica na direção da papila. Possui selamento labial. Crescimento da Mandíbula • É um osso único, diferente da maxila. • Formato de U • Ossificação endocondral ( só côndilo) e intramembranosa (nas demais partes do osso) • Fatores intríncecos: associados à cartilagem condilar • Fatores da remodelação: associada às inserções musculares • Fatores da remodelação: associada às irrupções dos dentes Deslocamento primário da mandíbula: acompanha o crescimento do terço médio da face no sentido sagital. O crescimento condilar e aposição posterior no ramo compensam estruturalmente o deslocamento. Locais de crescimento: côndilo, ramo e corpo. (o côndilo é o principal local de crescimento) OBS: o crescimento mandibular na região do condilo é uma resposta às alterações posturais da mandíbula. Ramo: A medida que a mandíbula se desloca pra frente e pra baixo, todo o ramo é remodelado. Há reabsorção no bordo anterior e aposição no bordo posterior dando assim condições para erupção dos molares e aumento em largura e altura do ramo. Corpo: cresce pra trás aumentando o comprimento da mandíbula quando o ramo sofre remodelação. O mento se remodela com idade particularmente como característica sexual secundaria. 10 CAPÍTULO 2: ORTOBIOGÊNESE Ortodontia = dentes bem posicionados Ortopedia = bases bem posicionadas / maxila e mandíbula bem posicionadas no crânio Considerações Iniciais • Fecundação • Crescimento e desenvolvimento Ortobiogênese da oclusão • Desenvolvimento fisiológico da oclusão em diferentes fases, refletindo em cada uma delas o maximo de eficiência do binômio forma – função no aparelho estomatognático Odontogênese • Formação dos dentes - Germe dentário gerado do ectoderma e mesoderma - Órgão do Esmalte gerado da camada ectodérmica - Cemento / Dentina / Polpa gerado da camada mesodérmica Iniciação: formação da lâmina dentaria (fase do botão) Proliferação: fase de capuz Histo e Morfodiferenciação: fase de sino • Fase de Erupção do Dente ORTOBIOGÊNESE: SOMATORIA DOS FENOMENOS BIOLOGICOS QUE OCORREM DURANTE O CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DOS INDIVÍDUOS. Folículo dentário: membrana composta por varias células, responsável pela proteção e alimentação do germe dental. 11 - Irrupção (fura a mucosa e sai, já começou a ter função – pronuncia e fala) - Atrição (é o desgaste do dente, quando entra em oclusão – mastigação) Estágio de Calcificação de Nolla • Estagio 2: calcificação inicial • Estagio 8: perfuração da crista alveolar (irrupção) 2/3 da raiz formada • Estagio 6: formação total da coroa (se já formou, é possível medir a largura do dente / altura) • Quando forma a raiz o dente migra pra mucosa bucal Dispositivos Anatômicos Auxiliares Para Amamentação • Membrana gengival ou prega de Robin – Magitot + pregas transversais (maxila) • Membrana gengival ou prega de Robin + concavidade e relevo palatino (mandíbula) Características Anatômicas • Osso basal com dentes encapsulados • Gengiva firme e com abaulamentos • Viloscidades e proeminencias dos lábios • Membrana gengival ou prega de Robin – Magitot • Plataforma incisal (planos) relevos palatinos • Rugosidades palatinas Relação maxilo mandibular • Retrognatismo mandibular embrionário para favorecer o nascimento • Características por ocasião do nascimento Ao Nascimento • O retrognatismo já deve estar sendo corrigido através da amamentação • A sincondrose da sinfise se fecha aos 6 meses de vida 12 • O côndilo é reto de modo que a amamentação ocorre sem limitação dos movimentos mandibulares • Ao nascimento, a cabeça da mandíbula é reta, de modo que a amamentação ocorra sem • Limitação dos movimentos mandibulares. • Processos alveolares cobertos por gengiva de consistência firme Mecanismo de Cone – Funil • Ajuste da oclusão: o molar inferior erupciona e a cúspide palatina do superior encaixa no seu sulco principal. • Esse mecanismo estabelece relações transversas e antero – posterior • Menor translação do molar inferior do que do superior. Relação Plano – Terminal Reto • Leva normalmente a uma relação topo a topo dos primeiros molares permamanentes • Se houver ausência do espaço primata ou ligeira tendência esqueletal de classe 2, a oclusão que provavelmente vai se instalar é uma classe 2 • Relação mesial: degrau mesial para a mandíbula (14% dos casos) - Favorável pra oclusão dos primeiros molares permanentes (classe I) __________________________________________________________________________ CAPÍTULO 3: CLASSIFICAÇÃO DAS ANOMALIAS DENTO FACIAIS Diagnóstico em Ortodontia e Ortopedia • Dar valor clínico aos sinais e sintomas • Classificar em ordem as anomalias ortopédicas e ortodônticas a serem tratadas • O diagnostico vai começar a partir da classificação. As suturas da maxila fecharão mais tarde. Sempre na ortobiogênese observar a sequencia e simetria de erupção além da cronologia. 13 Diagnóstico Planejamento Tratamento Efetivo • O que observar no exame clínico em Ortodontia: - Se há apinhamento - Se o paciente apresenta anomalias - Utilizar a classificação de Angle - Se há sobremordida Anomalias Dentárias em Oclusão • Sagitais - Antero posteriores - Classes I, II e III (serve tanto para dente quanto para osso) • Verticais - Mordidas Aberta - Mordidas profundas • Transversais - Mordidas cruzadas Dentição Decídua • Classificação de Baume • Arcos do tipo I e tipo II • Relação do plano terminal do 55,65,75 e 85 (face distal dos 2°molares decíduos) - Vai ser guia de erupção do permanente - Plano terminal reto (face distal superior coincide com a face distal inferior quando em oclusão) - Plano terminal Degrau Mesial (face do molar inferior está mais pra mesial do superior) Classificação das Dentições - Decídua - Mista - Permanente Arco I: espaçamento entre incisivoscentrais, laterais e caninos, conhecidos como diastemas fisiológicos. Possui espaço primata, que se localiza entre lateral e canino e entre canino e molar superior. É muito mais fácil para higienizar / não acumula alimento. 14 - Plano terminal Degrau Distal Plano Terminal Reto: a chance dos primeiros molares permanentes é ir para classe I ou topo a topo (mesma coisa que classe II) Plano terminal Degrau Distal: a chance dos primeiros molares permanentes é sempre erupcionar em classe II Plano terminal Degrau Mesial: primeiros molares erupciona indo para classe I e pode evoluir para classe III. ANOMALIAS BASAIS (ósseas) • Relacionamento entre as bases ósseas, maxila e mandíbula no sentido Antero – posterior Padrão Basal Classificação Ortopédica Classes I, II e III Classe I basal: maxila e mandíbula bem relacionadas, crescimento das duas está harmônico (relação normal Antero posterior das duas bases) Classe II basal: maxila projetada pra frente e mandíbula projetada pra trás (3 tipos) Classe III basal: mandíbula projetada pra frente e maxila pra trás OBS: só se pode afirmar com o exame de cefalometria CLASSIFICAÇÃO DE ANGLE • Dentição mista e dentição permanente (baseada no primeiro molar permamanente) • Utilizada somente quando erupciona o 1°M permanente • Ele usou como base o 1°M superior Classe II Basal: podem ser mandibular, maxilar e combinada (tanto uma quanto a outra) Classe III Basal: mandibular, maxilar e combinadas 15 Classe I de Angle • Serve tanto para molares quanto para caninos. • É a classe que apresenta a chave de oclusão • A cúspide M – V do 1°M superior permanente oclue no sulco M – V do 1°M inferior permanente • A ponta do canino superior deve ocluir entre canino e primeiro pré molar inferior ou primeiro molar decíduo. • Conhecida como “normo – oclusão” Classe II de Angle • O sulco MV do 1°Molar inferior oclui distalmente em relação a cúspide MV do 1°Molar Superior • Conhecida como “disto – oclusão” • Há dois tipos de divisão: - 1 (chave de molar em classe II e incisivos superiores em vestíbulo – versão / é a + comum) - 2 (chave de molar em classe II e incisivos centrais superiores em palato – versão e incisivos laterais superiores em vestíbulo – versão / sobremordida acentuada) • Classe II divisão primeira ou segunda - A subdivisão só ocorre quando temos em um lado a classe I e no outro a classe II - O lado da subdivisão será o lado da classe II (subdivisão = lado que estiver errado) 16 - Ex de classificação: paciente classe II de divisão primeira e subdivisão esquerda Classe III de Angle • O sulco MV do 1°M inferior oclue anteriormente em relação a cúspide MV do 1° M superior • Conhecida como mésio – oclusão • A mordida anterior pode cruzar porém não necessariamente isso vai acontecer em todo caso. ANOMALIAS NO SENTIDO TRANSVERSO • Atresias (falta no desenvolvimento transverso da maxila) • Avaliar como que está o desenvolvimento tanto da maxila quanto da mandíbula • Acarreta em mordida cruzada • Só acontece em maxila porém os dentes inferiores inclinam pra lingual pra tentar acompanhar os superiores. Mordidas Cruzadas Posteriores • Podem ser unilaterais e / ou bilaterais. • Mordidas cruzadas dentárias: o osso está bom mas o dente está mal implantado Subdivisão Primeira Subdivisão segunda 17 • Mordida cruzada esquelética: o dente está bom porém o osso está mal desenvolvido ANOMALIAS NO SENTIDO VERTICAL • Mordidas profundas (Overbite) – incisivos centrais superiores cobrem totalmente os centrais inferiores. • Mordidas abertas (Openbite) – podem ser classificadas como anterior e posterior. A mais comum é a anterior, indo de canino a canino. Pode ocorrer envolvimento da parte funcional (língua) • Ocorre supra oclusão em mordidas profundas / infra oclusão em mordidas abertas. Overbite Openbite 18 Mordidas abertas - Etiologia: hereditariedade, hábitos, fatores de desenvolvimento, alterações respiratórias, interposição lingual, padrões neuromusculares deficientes. _______________________________ CAPÍTULO 4: MOLDAGEM Introdução • Diagnostico (queixa principal) • Prognostico (envolvimento / origem) • Plano de tratamento (remoção do habito do paciente – depende da severidade da oclusão) • Tratamento • Resultado (correção / alinhamento dos dentes / estética / oclusão satisfatória) OBS: Classificar o paciente em classe I, II e III. OBS: Considerar a severidade da oclusão, idade do paciente e colaboração do mesmo. Molde • Impressão negativa dos dentes marcados no material de moldagem • É mais confortável para o paciente se moldarmos o inferior primeiro. Características • Não pode aparecer nenhum metal na moldeira Modelo • Imagem positiva representada na arcada dentária em gesso. • Deve ser bem recortado • Corte do arco superior é diferente, a base é triangular • Corte do arco inferior tem base arredondada • Para modelo de estudo, a realização é em MIC (máxima intercuspidação) 19 Materiais de Moldagem • Siliconas e alginato • Alginato: - Material a base de algas utilizados para moldagens - Altera com a temperatura do ambiente - Podemos ter controle da geleificação por meio da temperatura da água ou da quantidade da mesma. - + pó: endurece mais rápido - + água: demora para endurecer Materiais • Gral + espátula • Jogo de moldeira para dentados • Placa de cera utilidade • Lamina de cera 7 para relacionar mordida • Materiais básicos de clinica • Alginato e gesso tipo pedra. Etapas para realização da moldagem • Posicionamento do paciente (sentado com coluna alongada) • Avaliar respiração • Correta manipulação do material de moldagem • Não colocar material em excesso • Não alimentar 1h ou meia hora antes da moldagem • Tomar água gelada porque diminui a sensibilidade da boca Preparação do material de moldagem • Medida de água gelada ou em temperatura ambiente • Aglutinação do pó conforme recomendação do fabricante • Preencher a moldeira pré selecionada • Levar em boca fazendo uma leve pressão no sentido vertical Cuidados: Instrução ao paciente (respirar pelo nariz) Seleção da moldeira (2 a 3mm na borda) Adaptação das moldeiras com cera utilidade Preparo do material de moldagem Moldagem propriamente dita Mordida em cera (oclusão e plano de Camper) Deve-se espatular de forma rápida e firme para que o alginato fique consistente na moldeira. Esse processo depende da temperatura. Tomar cuidado para não inserir na moldeira e ficar com bolhas. 20 • Observar se o produto escoou para fundo de sulco e freio • Imprescindível a copia de todo rebordo e todos os dentes Características da moldagem • Não deve ter bolhas • Fraturas ou furos • Presença de contorno gengival • Sem distorções • Em dias quentes: vazar imediatamente Conservação • No máximo 6h em geladeira em ambiente úmido • Recomendável vazar com gesso imediatamente após a moldagem • Tirar o registro da mordida em cera 7 recortando conforme a forma do arco. Obtenção da Mordida Em Cera – Oclusão Habitual • Recortar a lamina de cera e pré aquecer para obtenção da mordida PREPARO DOS MODELOS • Lavar o molde com água gessada, deixando escoar toda saliva, deixar de molho ou borrifar em solução desinfetante • Espatular o gesso até uma consistência cremosa e aglutinar no molde com movimentos vibratórios • Não deixar excesso de gesso Armazenamento do modelo • Ambiente seco e ventilado por 36h e depois guardar na caixas. RECORTE DE MODELOS • Vazamento do gesso •Desgaste ou uso de zocalador 21 • Técnica de recorte dos modelos ortodônticos 1° Passo • Riscar o modelo* • Marcar a rafe palatina , traçando uma linha* • Deixar um espaço como se tivesse o 3°M* • Recortar o excesso na maquina* Recorte lateral - marcar a linha de oclusão dos dentes - Deixar de 3 a 4mm depois do fundo de sulco - Cortar o mínimo possível Recorte Anterior Superior - Prolongar a linha do canino de 3 a 4mm - Na parte da frente, deixar um comprimento grande Recorte do ângulo posterior - Traçar uma bissetriz e fazer o corte (que é aleatório) - Vai depender do formato do arco. RECORTE INFERIOR • A única diferença é o formato da região anterior, que é arredondado. • Eliminação das bolhas • Realizar acabamento e polimento com gesso úmido + acabamento fino com lecron. ______________________________ Vantagens e desvantagens do Zocalador Prático, rápido e padronizado Serve para analise de modelos Recortes não ficam paralelos Não serve para analise de oclusão (dificulta) 22 CAPÍTULO 5: ANÁLISE DOS MODELOS ORTODÔNTICOS Importância das Análises • Avaliar o n° de dentes - Análise de oclusão • Avaliar o tamanho dos dentes • Avaliar a posição dos dentes • Avaliar a sequência de erupção • Falta ou excesso de espaço • Dimensões e forma dos arcos dentários Tipos de Modelos • Modelo de estudo (utilizado para planejamento e estudo) • Modelo de trabalho (utilizado na confecção de aparelhos – gesso pedra) • Modelo de set up (utilizado para simulação de tratamento) Atualmente, tanto na moldagem quanto nos modelos, estão sendo digitais. Tipos de Análises de Modelos • Dentição decídua: analise de Baume, da relação terminal e de Carrea • Dentição mista: análise de Moyers Rakosi e Faltin / analise de Korkhaus* • Dentição permanente: análise de Bolton e análise de Korkhaus Dentição Decídua • Arcos tipo I e II • Arco tipo II: não há espaço entre dentes / falta de desenvolvimento das arcadas e falta de espaço para dentição mista • Arco tipo I: espaçamento entre os dentes / bom desenvolvimento das arcadas / espaço na transição da dentição mista / diastemas generalizados. Os modelos em gesso são de fácil manuseio e são um dos elementos mais importantes no diagnostico ortodôntico. Possuem aceitável finalidade na reprodução e permitem visualização em vários ângulos diferentes, o que não seria possível em um paciente sem causar desconforto O modelo de trabalho deve ser em gesso pedra para aguentar possíveis fraturas e bolhas quando vai para o protético 23 • Análise da relação terminal: planos distal, mesial e reto. A Importância é a guia de erupção do 1°M permanente / determina a chave de oclusão / comprometimento do desenvolvimento facial. Dentição Mista • Análise de Moyers - Avalia a discrepância de espaço total - Engloba os apinhamentos anteriores - Excelente avaliação de simetria das arcadas - Visualização total + analise fácil e pratica É baseada na somatória do diâmetro mésio – distal dos 4 incisivos permanentes inferiores. Se não tiver esses 4 dentes erupcionados, não é possível analisar. - Essa análise avalia o espaço para erupção dos dentes permanentes na zona de sustentação. EP: espaço presente ER: espaço requerido DM: discrepância dos modelos EP: é o espaço presente, espaço real que existe ma zona de sustentação de caninos e molares decíduos ER: espaço requerido, espaço gostaríamos ter disponível, mas nem sempre existe para erupção dos caninos e pré molares permanentes. É obtido na tabela de Moyers. TÉCNICA – DETERMINANDO O ESPAÇO REQUERIDO • Obter a soma dos diâmetros MD dos incisivos inferiores e buscar na tabela de Moyers • Se um incisivo não erupcionou, duplicar o valor do simétrico. • Medir com compasso ou paquímetro cada dente Ex: SI = 5 + 5,5 + 5,5 + 5 = 21 mm ESPAÇO PRESENTE OBS: Essa analise é realizada na dentição mista quando já temos os 8 incisivos permanentes erupcionados e os 4 primeiros molares permanentes também. Verificar se o espaço dos caninos e molares decíduos é suficiente para os permanentes (prés e molares) EP – ER = DM 24 • Dividir a soma dos 4 incisivos por 2 (apinhamento e diastemas) • Marcar a linha media da mandíbula • Tendo a linha média como base, transferir para cada lado a metade da soma dos incisivos inferiores SI = 5+ 5,5 + 5,5 + 5 = 21 mm Metade = 10,5 • Da marca até a mesial do primeiro molar permanente está caracterizado o espaço presente. Quais informações esses resultados nos fornecem? • Permite visualizar problemas futuros • Encurtamento do perímetro do arco • Localização exata do quadrante comprometido • Comparação entre os quadrantes • Planejamento __________________________________ CAPÍTULO 6: EXAMES COMPLEMENTARES NA CLÍNICA INFANTIL Introdução “Os objetivos e métodos para o atendimento clínico infantil é proporcionar ao paciente uma correta orientação sobre crescimento supervisionando o desenvolvimento das atividades funcionais (respiração, fonação, mastigação e deglutição)” Exames Complementares 25 • Exame clínico • Análise radiográfica • Análise dos modelos • Análises fotográficas Diagnóstico e Tratamento “Consiste na aplicação clínica dos conhecimentos sobre crescimento e desenvolvimento, orientando a direção por meios de utilização de aparelhos funcionais ou mecânicos. O conhecimento multidisciplinar é fundamental para o atendimento do paciente infantil.” Radiografias “É um exame auxiliar que nos permite identificar um quadro que nos leva à decisão do diagnostico, com auxílio da anamnese, das análises de modelos e eventualmente de exames específicos.” Estágio de Dentição Odontogênese = calcificação, cronologia e sequência de irrupção dos dentes permanentes, usando-se para comparação da normalidade, a tabela de Nolla. 26 Respiração Bucal Não é uma doença e sim uma síndrome com sinais e sintomas característicos com grande nº de etiologias, tanto intrínsecos quanto extrínsecos. É necessário exame otorrinolaringológico, que vão direcionar o diagnóstico etiológico, mas muitas vezes são imprescindíveis os exames complementares. Respiração Nasal É a condição normal da respiração, mas nem sempre isso é possível devido a alguns impedimentos. Para que a respiração nasal ocorra, é necessário que não existam obstruções nasais ou faríngeas, alterações oclusais nas arcadas dentárias que impeçam o selamento labial, nem alterações da musculatura oral. Anomalias Verticais • Desarmonias = dentoalveolar e dentoesquelética 27 CAPÍTULO 7: FICHA CLÍNICA EM ORTODONTIA Introdução O prontuário é composto por uma documentação sobre informações coletadas do dentista pelo paciente e com base nele, será feito o planejamento do tratamento. O diagnóstico ortodôntico é feito através das seguintes etapas: 1. Exame clínico (anamnese e ficha clínica) 2. Documentação fotográfica (tele lateral e panorâmica) 3. Padrão dentário (modelos e panorâmica) Primeira consulta • Serão feitas as seguintes etapas: 1. Diagnóstico 2. Planejamento 3. Valor científico 4. Valor epidemiológico 5. Valor legal 28 Identificação do Paciente • Nome do paciente • Nome do responsável • Data de nascimento e idade • Nacionalidade • Ocupação • Filiação • Endereço • Telefone • Quem indicou Observar: • Formato do rosto: leva a informações de quais são as características, tipos, musculo e crescimento da face do paciente. • Perfil psíquico = paciente tranquilo ou não. 29 Anamnese • Nascimento (parto): foi normal, cesárea, fórceps? • Amamentação: desenvolvimento das estruturas crânio faciais e ajuda na digestão • Erupção dos dentes:saber a sequência de erupção dos dentes decíduos e permanentes • Caracteristicas familiares: observar os padrões dos familiares (genética) • Amigdalas e adenoides: avaliar a presença de amigdala e se é hipertrófica • Hábitos: chupeta, roedor de unha, chupa dedo. Podem ser nocivos • Perdas precoces: decorrente de traumas • Doenças sistêmicas: medicamento? Tratamento médico? Internação? Alergia? Exame funcional • Observar lábios hipo, hipertônicos ou normais • Selamento labial • Coleta de dados sobre a respiração • Deglutição • Fonação • Trabalho complementar com otorrinolaringologista, fonoaudilogista, alergista. • Mastigação e dieta do paciente • Contatos prematuros • Posição da mandíbula em repouso • Freios labiais e linguais 30 Tipos raciais • Melanoderma • Leucoderma • Xantoderma Tipos faciais • Retrovertido (dólicofacial) • Neutrovertido (mesofacial) • Próvertido (braquifacial) Perfil facial • Côncavo • Convexo • Reto 31 Análise de Oclusão – Angle • Classe I • Classe II • Classe III _______________________________ CAPÍTULO 8: APARELHOS REMOVÍVEIS INTRODUÇÃO • São aparelhos que podem ser removidos da boca pelo próprio paciente para higienização ou pelo ortodontista para ajuste e ativação. • Aparelhos removíveis são dispositivos usados para produzir alterações no relacionamento dentário e / ou estruturas esqueléticas. • São utilizados em ortodontia preventiva, interceptiva e corretiva. CLASSIFICAÇÃO • Encapsulados • Passivos • Ativos • Ortopédicos • Ortodônticos • Livres TIPOS DE APARELHOS ORTODÔNTICOS 32 • Fixos • Removíveis MODO DE AÇÃO • Os removíveis vão modificar o sistema de pressão natural da dentição. • É um aparelho dento muco suportado • Faz pressão nos dentes a partir de uma fonte própria, modificando e redirecionando a pressão natural que ocorre na dentição durante as atividades funcionais normais. PASSIVOS • São placas ou planos de mordida • Reposicionador oclusal • Mantenedores de espaço • Aparelhos ortopédicos • Retentores ATIVOS • Placas lábio ativas • Aparelho de Schwarz • Aparelho para recuperar espaço • Molas para alinhamento anterior • Expansores • Arco extra oral • Máscaras faciais • Mentoneiras • Aparelhos sem grampo (invisíveis) COMPONENTES DO APARELHO REMOVÍVEL • Elementos de estabilização (grampos) • Elementos ativos (molas, alças vestibulares, parafusos e elásticos) • Base de acrílico 33 PLANOS DE MORDIDA • Plataforma de acrílico em que o paciente vai ocluir • Finalidade: destravar a oclusão • Plano anterior: serve para destravar posterior / sobremordida • Plano posterior: serve para destravar a mordida aberta. PLANOS INCLINADOS • Podem ser incorporados ao próprio dente • Serve para movimentação de 1 ou 2 dentes • Não há controle da força mastigatória • Forma um guia que trará a mandíbula para frente GRAMPOS • É um elemento passivo • Grande variedade de modelos • Confeccionados em aço inoxidável • Em dentes permanentes, o fio deve ser de 0,8mm • Em dentes decíduos, fio deve ter 0,7mm de espessura. MOLAS • São confeccionadas com fio de aço inoxidável, níquel cromo, TMA • Devem ter alto grau de elasticidade • Devem ter comprimento e espessura adequados para alcançar graus ótimos de pressão e campo de ação. 34 • Podem ser cruzadas, de retenção, em S, Finger, com hélice, ALÇA DE HAWLEY • Pode ser ativa ou passiva • É colocada na arcada superior ou inferior • É colocada acima do equador protético do dente • Função da alça determina sua dimensão (0,6 a 0,9mm) ALÇA DE ESCHLER • Indicada para classe III dentária ou postural • É fixado no arco superior e extendido aos dentes anteriores e inferiores • Mantém a mandíbula em relação cêntrica, inibindo o crescimento. ALÇA INVERTIDA DE BIONATOR • Classe III dentária ou postural • Fixado no arco superior, contornando o vestíbulo e desce tocando dentes inferiores • Mantém o côndilo dentro da cavidade glenóide • Evita quebras constantes ALÇA DE VAN DER LINDEN • É uma alça de retenção • Não interfere com oclusão posterior • Retenção na região de caninos e molares. TORNOS • São elementos ativos 35 • Serve para a expansão superior ou inferior • Serve para recuperação de espaço • Pode ser Articulado • Pode ser Super elástico INDICAÇÕES • Aumento ou diminuição do comprimento do arco • Aumento transversal da arcada dentária • Protrusão e retrusão dos incisivos • Apinhamento da região superior e inferior. • Fechamento de espaços • Sobremordida • Mordida aberta • Correção de mordidas cruzadas anterior e posterior • Movimentos individuais dos dentes • Guia de desvios mandibulares • Erupção ectópica de dentes • Hábitos de interposição lingual • Fechar diastemas • Recuperar espaço • Contenção pós termino de tratamento • Movimentos menores de inclinação • Tratamento de classes II e III incipientes • Tratamento dos distúrbios da ATM VANTAGENS • Diminui o risco de cárie • Mais fáceis de ajustar • Mais fáceis de usar • Eliminam a necessidade de extrações 36 • Eliminam necessidade de aparelhos fixos • Podem ser usados em dentição mista • Possibilidade de aplicação de força intermaxilar • Eliminam interferências negativas da oclusão dentária • Podem ser usados conjuntamente com aparelhos fixos DESVANTAGENS • Colaboração do paciente • Motivação constante do profissional • Só podem ser feitos movimentos de inclinação de dente • Pode ser removido pelo paciente • Pode ser danificado ou perdido • Falta de obtenção de intercuspidação precisa • Problemas fonéticos • Perda noturna • Desuso • Pode-se calcular períodos maiores de tratamento _______________________________ 37 CAPÍTULO 9: ANÁLISE TRANSVERSA DOS MODELOS INTRODUÇÃO • A análise transversa é um tipo de análise de modelos, que consiste em calcular a largura do arco dentário. • A importância dessa análise é avaliar as atresias maxilares ANÁLISE TRANSVERSA • Analisa-se a largura e o formato do arco. • Determinar se existe atresia maxilar e de quanto é essa atresia • Determinar se essa atresia é mais anterior ou posterior e se ela é simétrica ou assimétrica • Comparação das distancias dos arcos superior e inferior • Utilizar essa análise nas dentições mista e permanente • Varia de acordo com o padrão facial • Também se analisa o comprimento dos arcos • Fornece a informação da necessidade de expansão ou não • A expansão transversal (arco) provoca ganho de espaço. ATRESIA • Atresia é uma condição na qual um órgão ou orifício condutor do corpo é anormalmente fechado ou ausente. • Atresia maxilar é uma condição onde encontra-se falta de desenvolvimento no sentido transverso da maxila, diminuindo seu perímetro (espaço) 38 • Pode estar associada ou não à mordida cruzada posterior. PONTOS DE REFERÊNCIA • Arcada superior: sulco central do 1º PM e 1ºM decíduo e 1ºM permanente • Arcada inferior: cúspide medial vestibular do 1ºM permanente e ponto de contato entre os prés ou molares decíduos • Valores iguais, ou seja, diferença = 0 significa oclusão correta sem atresia • Superiores maiores que inferiores, ou seja, diferença positiva, oclusão correta ou sobre expansão. • Superiores menores que inferiores, ou seja, diferença negativa, significa atresia maxilar podendo ou não ter mordida cruzada. COMPRIMENTO DA ARCADA • Traçar uma linha entre os pontos de referência do sulco central dos pré molares até os incisivos centrais (forma um T) – arcada superior • Traçar uma linha entre pontode referencia das proximais dos pré molares até os incisivos centrais – arcada inferior • Valores positivos entre comprimento da arcada superior e comprimento da arcada inferior entre 1 a 3 mm, existe bom relacionamento maxilo – mandibular • Valores muito positivos (se a superior for muito maior do que a inferior) entre 1 e 3 mm, o diagnostico é uma possível classe II. • Valores 0 ou negativos (superior é menor que inferior), possível classe III e mordida cruzada anterior. 39 CAPÍTULO 10: ETIOLOGIA DAS MALOCLUSÕES Introdução – Etiologia • A hereditariedade que é um fator predisponente que pode instalar uma má oclusão ou deformação. • Hábitos Bucais: são processos adquiridos com o tempo. A importância varia de acordo com a quantidade que aparece na estatística. • Fraturas: podem gerar deformidades ortodônticas. Agente etiológico • Elemento causador da enfermidade • Podem ser vírus, bactérias, traumas, hábitos, má nutrição • Fator contribuinte predisponente: meio ambiente, hereditário, idade Equação de Dockrell Causa • Hereditária • Desenvolvimento de origem desconhecida • Traumatismo • Agentes físicos • Hábitos • Doenças • Nutrição Tempo • Continuo • Intermitente • De uma só vez 40 Tecidos • Neuro muscular • Dentes • Ósseo e cartilaginoso • Mole exceto músculos Resultados • Má função • Má oclusão • Displasias ósseas HÁBITOS BUCAIS • Define-se como ação ou condição que pela repetição se torna espontânea. • Quando altera o equilíbrio orgânico, torna-se deletério • É o resultado da repetição de um ato com determinado fim (+ resistentes às mudanças com o tempo) • Devem ser removidos o quanto antes, sendo que a persistência dos mesmos por muito tempo trará alterações as quais poderão ser corrigidas com o uso de aparelhos ortodônticos • Procurar ajuda de psicólogos nos casos difíceis • A sucção do dedo é a mais difícil de ser removida por isso devemos evitar que esse hábito tenha inicio Deletérios • São hábitos que visam à repetição de um ato com uma determinada finalidade. • Com o decorrer do tempo podem se tornar indesejáveis e prejudiciais ao desenvolvimento • Ex: sucção de dedos, projeção da língua, mordida do lábio, má postura do sono, morder lápis Efeitos deletérios • Pressão nos sentidos vestibular e apical • Surgimento de diastemas superiores entre incisivos • Língua com posição mais inferior • Aumento do trespasse horizontal • Bloqueio da irrupção dos incisivos 41 • Mordida aberta anterior HÁBITOS COMUNS • Sucção de dedos • Chupetas • Onicofagia • Interposição lingual • Deglutição atípica • Respirador bucal Sucção: no período de nascimento ate dois anos de idade, a sucção é uma ação normal para a criança. 92% das crianças que receberam aleitamento materno como forma exclusiva de alimentação não apresentam hábitos de sucção deletérios OCLUSÃO NORMAL E FUNÇÃO • Vai depender de fatores como crescimento crânio – facial harmônico, ciclo vital dentário normal e sistema neuromuscular equilibrado. Espaço bucal • Serve para a língua ficar mais folgada e não apertada. • A distância transversal é extremamente importante TRATAMENTO MULTIDISCIPLINAR • Conscientizar sobre importância do tratamento na saúde / oclusão. SUCÇÃO Digital • A gravidade do habito depende de três fatores: duração, intensidade e freqüência. Chupeta • Produz mordida aberta anterior simétrica, que possui auto correção • Se o habito for eliminado ate por volta dos quatro anos de idade. Amamentação • É importante no desenvolvimento da mandíbula anulando o retrognatismo do recém nascido • A criança precisa abocanhar o seio materno e fazer o movimento de sucção (ordenha) • Os músculos orofaciais se exercitam para que ocorra o crescimento dos maxilares • Isso propicia o espaço adequado para uma boa erupção dentária e boa oclusão 42 INTERPOSIÇÃO LINGUAL • Durante a deglutição a língua é posicionada para frente com isso impede o desenvolvimento vertical das estruturas dento – alveolares • É um caso bastante comum • Pode ser confundido com deglutição atípica DEGLUTIÇÃO ATIPICA • A deglutição é um mecanismo de ações musculares onde todos os músculos relacionados com a cavidade oral entram em ação • Quando essa sinergia é quebrada, podem ocorrer várias anomalias no processo e assim aparece uma deglutição atípica ou deglutição infantil. • Criança ate 4 anos de idade deglute com os maxilares separados e a língua entre eles (deglutição infantil normal) • Após os 4 anos (deglutição madura normal): oclusão dos dentes, ponta da língua na papila palatina, sucção da língua contra o palato, ausência de contração do mento e uso dos músculos da mastigação. Principais desvios observados: • Ausência da contração do masseter • Participação da musculatura peribucal • Mento contraído • Ponta da língua entre os dentes anteriores • Lábios contraídos • Dentes posteriores desocluidos • Pressionamento atípico da língua OBS: a interposição lingual pode ocorrer em casos de perdas precoces de dentes decíduos ou em casos de anquilose. RESPIRADOR BUCAL – CARACTERÍSTICAS • Face longa, aspecto cansado, olheira, lábios hipotônicos e ressecados • Plano mandibular aberto, sobressaliência aumentada, mordida cruzada posterior • Mordida aberta anterior, extrusão dos dentes posteriores • Gengiva ressecada e inflamada, palato ogival, halitose e cáries 43 • Rendimento físico e escolar baixo • Impaciência, irritabilidade, ansiedade e medo • Relacionamento social, cansaço e desanimo • Crescimento físico deficiente • Alteração da fala, provenientes das deformidades dos dentes e face • Otites, hipertrofia das adenóides, sono durante o dia, ronco noturno e baba • Expressão facial vaga • Redução do apetite e alterações gástricas OBSTRUÇÕES DAS VIAS AÉREAS • Hipertrofia de adenóides e amídalas • Hipertrofia dos cornetos • Desvios morfológicos (septos, hipertrofia da tonsila faringeana e palatina) • Incompetência dos músculos periorais • Poluição, alergias e limitação da respiração Conseqüência: síndrome do respirador bucal ou síndrome da face alongada1 Síndrome da Face Alongada1 • DVO aumentada no terço médio e inferior • Sorriso com exposição da gengiva • Mordida cruzada posterior • Palato alto e atresia maxilar • Obstrução nasal – colapso • Relação oclusal de classe II – retrognatismo Conseqüências • Dificuldade de concentração • Queda no desempenho escolar • Má oclusão • Alergias • Vícios posturais 44 • Bruxismo e apnéia do sono BRUXISMO • Habito de apertar e ranger os dentes • Comum em 15% das pessoas • Pacientes sofrem fortes dores de cabeça, desgastes dos dentes Etiologia - fatores locais: normatizar a articulação dentária - sistêmicos: otites, verminoses, problemas nutricionais - psicogênicos: ansiedade, raiva e tensão Tratamento - Placas de mordida - aparelhos inter oclusais - modificações de comportamento - fisioterapia - medicamentos _______________________________ 45 CAPÍTULO 11: TRATAMENTO DOS PROBLEMAS TRANSVERSOS Introdução • Os tratamentos dos problemas transversos estão ser relacionados com a mordida cruzada posterior. • A mordida cruzada pode ou não estar associada a falta de desenvolvimento • Ocorre tanto em dentição mista quanto dentição decídua Anomalias de Oclusão • Problemas sagitais: classes I, II e III (problemas antero – posteriores) • Problemas verticais: mordida aberta e profunda • Problemas transversais: mordidas cruzadas Mordida Cruzada x Atresia Maxilar • Nem sempre vai existir mordida cruzada relacionadas com a atrésia maxilar • Geralmente, a maioria dos casosapresenta maxila atrésica com mordida cruzada • Com as medidas da análise transversa, é possível determinar se há atresia 46 Mordida cruzada • São anomalias oclusais que se caracterizam pela inversão da oclusão dos dentes no sentido vestíbulo – lingual. Atresia • A atresia maxilar é uma condição onde encontramos falta de desenvolvimento no sentido transverso, diminuindo o seu perímetro. Tratamento dos Problemas Transversos • Sempre começar pela parte ortopédica. • Em seguida, fazer o tratamento ortodôntico • Verificar sempre se há um aspecto funcional a ser tratado Tipos de Mordidas Cruzadas • Posteriores: podem ser uni ou bilaterais • Anteriores: relacionadas com pacientes classe III basal. Origem • A mordida cruzada pode ser dentária, esquelética ou funcional 47 • Dentária: a inclinação do dente • Esquelética: a maxila está mais estreita (o osso inteiro) • Funcional: a mandíbula não está centralizada Fatores Etiológicos da Atresia Maxilar • Hereditariedade • Tipos faciais e raciais • Hábitos deletérios / parafuncionais • Problemas respiratórios • Patologias • Agenesias / retenção prolongada • Má alimentação / não amamentação Diagnóstico • Exame clínico: manipular a mandíbula, observar abertura e fechamento • Modelos de estudo: observar a discrepância de modelos. • Exame radiográfico: tele frontal ou panorâmica 48 Prevenção • Diminuir os hábitos parafuncionais • Respiração • Amamentação • Deglutição • Fonação • Multidisciplinar Expansão em Ortodontia • A expansão maxilar é realizada graças a sutura palatina mediana • Na arcada inferior não é possível porque não há suturas Tratamento de Atresia Maxilar • Com os expansores maxilares AORS • Indicados para atrésias dentárias e funcionais • Deprogramar a articulação • Levanta-se a mordida • Ganho de espaço nas arcadas • 1º fator a ser tratado (fator transverso) • Dentição decídua, mista e permanente 49 Quadriélice • É um aparelho encaixado na banda ortodôntica • É para adultos e faz a expansão dentária Barra Palatina • Presa só nos molares • A função principal é ancoragem e giro dos dentes Bionator e Regulador Funcional • Não são aparelhos para fazer expansão mas fazem uma pequena expansão espontânea • São aparelhos funcionais ortopédicos • Não tem alça, nem torno e nem mola • Bionator é para classe II • RF é para classe III Alinhadores • Serve para casos simples de atresia dentária. Faz pouca expansão. 50 Expansão rápida da maxila • Quanto mais cedo for realizada a intervenção ortopédica mecânica, por exemplo a expansão palatina, _______________________________ CAPÍTULO 12: RADIOGRAFIAS E SUA IMPORTÂNCIA NA ORTODONTIA Introdução • As radiografias são exames auxiliares que permite identificar um quadro que nos leva à decisão / diagnostico com o auxílio da anamnese, dos exames dos modelos e de exames específicos. Histórico • Os raios invisíveis e produzem fluorescência em certas substâncias. • Propagam-se em linha reta • Impressionam chapas e sensores fotográficos • Raios ionizantes = meios de proteção 51 Tipos de Radiografias • Intra bucais • Extra bucais Intra Bucal • Periapicais: podem ser estabelecidas pelos métodos da bissetriz, paralelismo e ângulo reto. • Interproximais • Oclusal: pode ser utilizada para verificar disjunções Extra Bucal • Radiografias laterais dos maxilares • Panorâmicas • Telerradiografias • Carpal (punho e mão) • ATM (diversas técnicas) 52 Radiografia em Ortodontia • Panorâmica • Telerradiografia norma lateral • Oclusal • Periapicais • Frontal (PA) • Trans – craniana Radiografia Cefalométrica • É utilizada para análise de perfil do paciente • Análise dento – facial • Aspecto do osso alveolar • Evidência de anormalidade presente ou passada • Radiografia para avaliação da idade óssea • Avaliação do estágio da maturação das vertebras cervicais Radiografia Panorâmica • Pobre em detalhes 53 • Desenvolvimento geral da dentição • Presença, ausência e estágio da irrupção dos dentes • Reabsorção das raízes dos dentes decíduos • Formação das raízes dos dentes permanentes • Irrupção ectópica Vantagens da Panorâmica • Calcificação, cronologia e sequência de erupção • Grau de esfoliação das raízes dos decíduos • Estágio de Nolla • Perda precoce do permanente • Estágio de irrupção adiantado ou atrasado dos dentes • Avaliação dos espaços para erupção • Agenesias e dentes supranumerários • Dialacerações • Dentes ausentes / agenesia • Dentes presentes / simetria • Dentes extranumerários 54 • Área radiografada mais extensa nos dá a relação dos dentes com todo o sistema estomatognático. • Educativa – melhor comunicação com o paciente a respeito de seus problemas. Desvantagens da Panorâmica • Maior aumento de distorção e menos definições de detalhe _______________________________ CAPÍTULO 13: TRATAMENTO ORTODÔNTICO EM FASES Introdução • Para diagnóstico de problemas esqueléticos, deve-se observar o crescimento e desenvolvimento da base do crânio, fazer exame clínico, análise de modelos, análise de radiografia. • O diagnóstico deve ser individualizado. 55 Fase Ortopédica • É fase de supervisão e intervenção nos pacientes que estão em crescimento. • São observados e tratados problemas transversais, verticais e antero – posteriores. • As prioridades devem ser observadas. • Supervisão do crescimento • Hábitos nocivos • Problemas transversais • Desvios verticais • Tratamentos antero – posteriores • Obtenção da forma de arco para cada tipo facial Fase Ortodôntica • Intrusão e extrusão • Giroversão, mesial, distal • Mesialização e distalização • Vestibularização e lingualização 56 • Fase de movimentação dentária Fase Cirúrgica • Os motivos que levam a indicação da cirurgia são assimetria severa das bases e problemas de estética. • Meta cefalométrica inatingível com o tratamento ortodôntico, ou seja, tratamento ortodôntico impossibilitado de ser feito. • Diagnostico inconfundível ao exame clínico. 57
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