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A ABORDAGEM ADEQUADA À PESQUISA A abordagem adequada à pesquisa Definir a abordagem da pesquisa é dizer se o olhar do pesquisador sobre os dados será de ordem quantitativa, qualitativa ou qualiquantitativa. A Pesquisa Qualitativa É o tipo de pesquisa que trabalha com dois tipos de dados: verbais – coletados em entrevistas, narrativas ou documentos; visuais – colhidos através da observação. Instrumentos de pesquisa utilizados na abordagem qualitativa Observação participante – é obtida por meio do contato direto do pesquisador com o fenômeno observado. Procura compreender o sentido que os atores atribuem aos fatos. É quando, por exemplo, um enfermeiro passa a ser pesquisador da sua própria prática cotidiana. Entrevista não dirigida – é feita com perguntas abertas e parte do princípio de que o informante é capaz de se exprimir com clareza. O entrevistador deve se manter apenas escutando, anotando e interagindo com breves perguntas. Análise de conteúdo – tem como objetivo analisar o documento. Pode ser feita uma classificação do texto, uma análise semiótica ou uma análise informacional. Ex.: análise de um software educacional. Estudo de caso – parte de uma lógica dedutiva em que o caso é tomado como unidade significativa do todo. É usado como ferramenta de pesquisas descritivas, para a compreensão de determinada situação, para a interpretação de fatos etc. Esse instrumento consiste em verificar uma situação real sobre um indivíduo, grupo, empresa, comunidade, no intuito de se realizar uma análise ou propostas de alternativas de solução para o problema em foco. Grupo de foco (ou focus group) – trata-se de um conjunto restrito de pessoas que possuem conhecimentos e papéis inerentes ao tema a ser pesquisado e que se propõem a participar de uma discussão sobre tal assunto. O pesquisador conduz a reunião, tendo como guia um roteiro de questões. Normalmente, o encontro é gravado. A Pesquisa Quantitativa Os dados são expressos através de medidas numéricas. Para Marconi e Lakatos (2002), as descobertas devem ser analisadas cuidadosamente, não cabendo juízo de valor, mas deixando que os números levem à solução de respostas reais. Os instrumentos de pesquisa utilizados na abordagem quantitativa Observação sistemática – nessa técnica, o observador, munido de uma listagem de comportamentos, registra a ocorrência dos mesmos durante um período de tempo. É aconselhável que o observador mantenha-se imperceptível. Para evitar interferências, é comum se utilizar câmeras na observação sistemática. Questionário estruturado ou entrevista dirigida – é um método diferente do questionário, em que o informante apenas escolhe uma entre várias possibilidades de respostas. Obs.: um trabalho acadêmico pode comportar mais de um tipo de pesquisa, basta o pesquisador identificar e destacar o tipo de pesquisa que irá direcionar seu trabalho científico. A Pesquisa Qualiquantitativa Ocorre quando o pesquisador utiliza tanto dados qualitativos quanto quantitativos. Para isso, ele pode usar de questionários, relatórios etc. Instrumentos de pesquisa utilizados na abordagem qualiquantitativa Questionário semiestruturado – diferencia-se do questionário estruturado por apresentar questões fechadas mescladas com abertas. O uso de questionário requer algumas condições: o pesquisador deve saber exatamente o que procura, o objetivo de cada questão; o informante deve compreender perfeitamente as questões, portanto, cuidado com o repertório do informante; o questionário deve seguir uma estrutura lógica, deve ser progressivo (do mais simples ao mais complexo), conter uma questão por vez e ter linguagem clara. Antes de aplicar um instrumento de pesquisa, especialmente, um questionário, é sempre aconselhável testá-lo para verificar se não é necessário fazer alterações nas questões. É o chamado pré-teste. Tabela: Síntese de procedimentos metodológicos Identificando o universo, a amostra e os sujeitos da pesquisa Além dos já apresentados, outros procedimentos metodológicos devem ser esclarecidos pelo pesquisador. Dentre eles, destacamos o universo, a amostra e os sujeitos da pesquisa. O universo é a definição do conjunto de elementos (empresas, produtos, pessoas, público etc.) que serão objeto de estudo. É a população sujeita à investigação. A amostra de estudo é a parte que representa o universo (todo o conjunto a ser evidenciado). Segundo Vergara (2005), há dois tipos de amostras: a probabilística e a não-probabilística. A. Amostra probabilística: baseada em procedimentos estatísticos. Destacam-se: Aleatória simples: atribui-se a cada elemento da população um número e depois faz-se a seleção aleatoriamente, casualmente. Estratificada: seleciona uma amostra de cada grupo da população, por exemplo, em termos de sexo, idade, profissão e outras variáveis. Por conglomerados: seleciona conglomerados, entendidos esses como empresas, edifícios, famílias, quarteirões, universidades e outros elementos. B. Amostra não-probabilística: baseada em procedimentos subjetivos, qualitativos. É escolhida por: Acessibilidade: longe de qualquer procedimento estatístico, seleciona elementos pela facilidade de acesso a eles; Tipicidade: constituída pela seleção de elementos que o pesquisador considere representativos da população-alvo, o que requer profundo conhecimento dessa população. Os sujeitos são as pessoas que fornecerão os dados, as informações de que se necessita. Às vezes, confundem-se com “universo e amostra”, quando estes também são pessoas. Outro aspecto a se considerar seriamente é o tratamento ético destinado à pesquisa, aos sujeitos e aos dados. O pesquisador não pode fugir ao compromisso ético com o leitor e com a comunidade científica, disso depende a confiança na integridade da pesquisa. Quando se fala em ética, está se referindo às atitudes de bom senso do pesquisador, as quais devem: • trazer um mínimo de contribuição à comunidade; • resguardar os seres (humanos ou não) e a instituição; • prezar pelos direitos autorais; • apresentar informações fidedignas; • analisar os riscos e benefícios; • submeter-se ao comitê de ética e pesquisa; • providenciar documentação legal (termos de consentimento), quando necessário. Concluímos, aqui, a segunda fase do trabalho de pesquisa acadêmico- científica. A seguir, passaremos à terceira fase do processo, destinada a esclarecer os procedimentos de redação do texto: o artigo científico.
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