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Princípios Fundamentais 1. Preâmbulo Representa os ideais e valores presentes na época da criação da nossa Constituição. Ele não é norma constitucional embora seja importante fonte de interpretação e, portanto, não é– – parâmetro de controle de constitucionalidade não se pode arguir a inconstitucionalidade de uma– lei por ter violado o preâmbulo. Além disso, o preâmbulo não é de reprodução obrigatória nas Constituições Estaduais. A menção a Deus no preâmbulo não é uma orientação religiosa específica, pois o Estado brasileiro é laico, não havendo violação à laicidade do Estado. A Constituição incentiva a liberdade religiosa, como nos Incisos VI a VIII do Art. 5º e no Art. 210 da CRFB/88. 2. Princípios Fundamentais República e Federação– São considerados elementos orgânicos ou organizacionais e tratam da estrutura principal do país, estando contidos entre os artigos 1º e 4º. Já no caput do Artigo 1º encontramos vários princípios fundamentais. A República é a forma de Governo, ou seja, a relação entre governantes e governados. Existem duas formas de governo: A monarquia e a república. Na monarquia, o poder é oriundo da vontade divina, sendo vitalício e hereditário, personificando o poder político naquele governante e em sua família. Além disso, o poder é irresponsável, já que em sua origem o monarca estava acima da Constituição, diferentemente do que ocorre atualmente nas monarquias constitucionais. Já na república temos eleições periódicas, mandados temporários e não há personificação do poder político. Além disso, o governante deve ser responsabilizado pelos seus atos. Embora seja princípio fundamental e constitucional sensível, a república não é cláusula pétrea, visto que não está prevista no Art. 60, §4º, da CRFB/88. É considerada limitação material implícita ao poder de reforma. Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: Princípio constitucional sensível, na forma do Art. 34, é aquele cuja desobediência poderá ensejar a intervenção federal na unidade da federação que o desrespeitou. A Federação é uma forma de Estado, ou seja, de que modo o poder político é representado no país. Aqui, há a divisão geográfica do poder político, sendo que cada ente da federação goza de autonomia: Poder político no plano interno. Antes de nos tornamos Federação adotávamos o Estado Unitário, onde o império estava concentrado nas mãos do poder central. A Federação é uma característica tão importante para o nosso Estado que está prevista no Art. 60, §4º, I, cláusula pétrea, limitação material expressa que deve ser respeitada pelo poder reformador. Em uma federação, não é permitida a secessão, estando essa proibição prevista expressamente por meio do termo “união indissolúvel”. 3. Fundamentos da República Federativa do Brasil A Soberania é o respeito que recebe o Estado, não sendo internamente limitado por nenhum outro poder nem estando em posição hierárquica inferior a outros Estados. Refere-se à República Federativa do Brasil, pessoa jurídica de direito público internacional, não aos entes que compõem a Federação, pois estes são pessoas jurídicas de direito público interno e gozam de autonomia. A Cidadania, como fundamento do Estado brasileiro, engloba direitos políticos e ter os direitos fundamentais amplamente assegurados. Já em seu sentido mais estrito, está associada ao título de eleitor, aquele que está em gozo de seus direitos políticos e pode, assim, votar, apresentar projeto de lei popular, participar de plebiscito e referendo. A Dignidade da Pessoa Humana é o grande fundamento que reverbera por todo o texto da Constituição. É a base axiológica de todos os direitos e garantias fundamentais, sendo possível encontrá-la de forma implícita em vários dispositivos, como na proibição da tortura e no artigo 60, §4º, IV, que protege os direitos e garantias individuais. Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição. Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: I a soberania;– II a cidadania;– III a dignidade da pessoa humana;– IV os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;– V o pluralismo político.– Os Valores Sociais do Trabalho e da Livre Iniciativa também são fundamento. Como os valores sociais do trabalho se encontram antes da livre iniciativa marca do capitalismo entende-se que– – é adotada pelo país a ordem econômica compromissória, que primeiro se preocupa com o trabalhador e, em um segundo momento, com o lucro. O Pluralismo Político é um fundamento que comprova que a Constituição é eclética, que adota várias ideologias e liberdades. Consiste na liberdade de ideias, de manifestações sendo exemplos– a liberdade de reunião e de associação mas não deve ser confundido com o pluripartidarismo,– que é apenas uma das formas de manifestação do pluralismo. Por fim, o parágrafo único traz o Princípio Democrático, de onde temos que o titular do poder é o povo. Como o exercente pode ser realizada diretamente pelo povo ou por meio de seus representantes eleitos, essa é uma democracia participativa, também podendo ser chamada de semidireta ou semi-indireta. 4. Separação de Poderes É cláusula pétrea, sendo preservado pelo Art. 60, §4º, III. Quando a Constituição se refere a independência, ela está se referindo às funções típicas, próprias dos Poderes. Já a harmonia nos remete às atividades atípicas, exercidas pelos Poderes para evitar um superpoder, tanto que não há funções exclusivas de um Poder. Há uma relação simbiótica de pesos e contrapesos entre os Poderes que não pode– contrariar a harmonia e independência , tendo como exemplos a aprovação do tratado– internacional pelo Congresso, a sanção/veto do Presidente frente a projeto de lei e a declaração de inconstitucionalidade pelo Judiciário. Art. 1º Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição. Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. O Poder Legislativo exerce duas funções típicas: A de legislar e a de fiscalizar as contas públicas controle externo das finanças, orçamentária, financeira, etc. Além disso, exerce – atividade atípica de Poder Executivo, como os contratos administrativos e procedimento licitatórios, e de Poder Judiciário, como julgar Presidente da República por crime de responsabilidade. 5. Objetivos Fundamentais O Art. 3º apresenta-os em rol exemplificativo., tendo conteúdo limitado programático, já que estabelece metas e programas que devem ser realizadas pelo Poder Público. O desenvolvimento nacional une os desenvolvimentos econômico e social, garantindo condições dignas de vida. 6. Princípios nas Relações Internacionais O Art. 4º apresenta os princípios que regem o Brasil em suas relações internacionais A independência nacional associa-se à soberania, sendo esse um princípio que rege as relações internacionais a muito tempo., e unindo-a a prevalência dos direitos humanos, pode-se dizer que a soberania hoje é relativa. Isso significa que a nossa independência deve ser respeitada na medida em que respeitarmos os direitos da nossa gente. Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: I construir uma sociedade livre, justa e solidária;– II garantir o desenvolvimento nacional;– III erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;– IV promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer – outras formas dediscriminação. Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios: I independência nacional;– II prevalência dos direitos humanos;– III autodeterminação dos povos;– IV não-intervenção;– V igualdade entre os Estados;– VI defesa da paz;– VII solução pacífica dos conflitos;– VIII repúdio ao terrorismo e ao racismo;– IX cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;– X concessão de asilo político.– Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino- americana de nações. Destaque-se que o racismo é, segundo o Art. 5º, XLII, da CRFB/88, crime inafiançável, imprescritível e sujeito a pena de reclusão; Já o parágrafo único refere-se à criação do Mercosul, que já foi concretizada.
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