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REFLEXÃO LIVRO SEJAMOS TODAS FEMINISTAS

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Sejamos todos feministas
Chimamanda Ngozi Adichie
“Não é fácil conversar sobre a questão de gênero. As pessoas se sentem desconfortáveis, às vezes até irritadas. Tanto os homens como as mulheres não gostam de falar sobre o assunto, contornam rapidamente o problema. Porque a ideia de mudar o status quo é sempre penosa. ”
O mundo atual, é permeado por constantes transformações, sejam elas culturais, sociais e até mesmo política, todavia, quando nos referimos a questões de gêneros, ainda estamos num caminho longo a ser percorrido, pois, antes de se tentar discutir sobre este tema, precisamos entender sobre o significado de feminismo, que por vezes é mal interpretado ou até mesmo confundido.
Ao realizar a leitura desde brilhante livro, constatei também ter uma ideia incompleta sobre feminismo, portanto, desde muito cedo a maioria de nós aprendeu sobre as obrigações de meninas e meninos, isso vem sendo passado de gerações, e, modificar este pensamento que aprendemos como sendo o certo desde de sempre, causa desconforto, estranhamento e até mesmo um desrespeito a quem nos ensinou. 
Mudar uma postura mediante a crenças enraizadas, é trabalhoso, requer refletir, questionar, as vezes desagradar, pois nem todos estão dispostos a mudar uma postura que até então, foi tida como natural e correta. 
Portanto, a ideia de mudar requer rever nossas ações e pensamentos, pois, na atualidade, muito se modificou, hoje nos deparamos com muitos movimentos sobre o reconhecimento do papel feminino como ser humano, e não de exercer tais papeis por ser mulher, mas de um reconhecimento de direitos por competências, valores e posturas inovadoras, ou seja, é acreditar que tanto homem ou mulher, deve melhorar e ambos devem ser apreciados por suas particularidades e não gênero.
“Em nossa sociedade, a mulher de certa idade que ainda não se casou se enxerga como uma fracassada. Já o homem, se permanece solteiro, é porque não teve tempo de fazer sua escolha”.
Esse tipo de pensamento, ainda é atual em muitas famílias, pois desde criança, o que é ensinado a menina é que ela tem que aprender a ser uma boa esposa, tem que saber cozinhar, cuidar da casa e obviamente do marido, com o passar dos tempos, os ensinamentos foram ampliados a estudar numa boa faculdade e assim ter um bom emprego, para dessa forma ser “ajudadora do marido”, afinal o mundo se encareceu e hoje em dia não é mais comum o homem sustentar a casa sozinho.
Dentro deste contexto, podemos perceber claramente o papel feminino sendo inferiorizado e sempre em segundo lugar, posso ir mais além e relatar que em minha realidade cultural não tive ensinamento diferente, e é algo tão enraizado que até quando um casamento chega ao fim, muitas vezes a culpa recai sobre a mulher, com a alegação que ela não foi “sábia” o suficiente para manter o casamento, hoje em dia, estou em minha segunda relação e posso afirmar que romper com o casamento, foi muito difícil, pois apesar de ser muito normal um divórcio, o sentimento que nos foi dado a muito tempo é a sensação de derrota de se sentir diferente e incompetente, afinal a mulher que não é casada não faz parte do “mundo normal”. 
Estar diante dessa sociedade onde estar casada e ter filhos é considerado um “status normal, padrão”, se torna até um certo desconforto em determinadas situações e romper esses pensamentos, significa “sair da casinha”, desconstruir crenças, olhar para si mesmo e reconhecer que não é preciso aceitar tudo que aprendemos, sendo uma única verdade, e isso é um exercício que leva tempos, pois, se trata de algo que é uma cultura familiar, social e até mesmo crença religiosa, ou seja, são pensamentos fortes e altamente fortalecidos em nossas relações.
Logo, diante do exposto, pode se afirmar que mudanças precisam de muita reflexão, vontade de mudar, de ampliar olhares, de romper atitudes que por vezes nos machucam, mas que nos acostumamos a aceitar por achar que é normal, que é assim mesmo e não pode ser modificado, acredito que tais posturas levam tempo, mas devem ser iniciadas, e aos poucos será possível se libertar de sentimentos que ferem, limitam e até impedem muitas coisas boas que podemos viver.
Assim, após escolher o trecho citado acima, posso afirmar que me trouxe muitas reflexões a respeito de certos ensinamentos recebidos desde criança, que preciso repensar e me libertar, afinal não seguir padrões estipulados, não significa ser menos mulher, ou um ser humano inferior.

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