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TCC - Marcos Vinicius - RA 6939173 - turma 3210i02

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS 
CURSO DE DIREITO 
 
 
 
MARCOS VINÍCIUS ALVES FERRARI 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DA INEXIGIBILIDADE DO VISTO DO ADVOGADO NOS ATOS CONSTITUTIVOS 
DAS MICROEMPRESAS E EMPRESAS DE PEQUENO PORTE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SÃO PAULO 
2019 
 
 
 
 
 
 
 DA INEXIGIBILIDADE DO VISTO DO ADVOGADO NOS ATOS CONSTITUTIVOS 
DAS MICROEMPRESAS E EMPRESAS DE PEQUENO PORTE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Artigo Científico apresentado ao Curso de 
Direito do Centro Universitário das 
Faculdades Metropolitanas Unidas - FMU, 
como requisito parcial para a obtenção do 
grau de bacharel em Direito, sob a orientação 
do Prof. Dr. Carlos Alberto Garbi. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SÃO PAULO 
2019
 
 
 
 
 
 
 MARCOS VINÍCIUS ALVES FERRARI 
 
 
 
 
 
 
 DA INEXIGIBILIDADE DO VISTO DO ADVOGADO NOS ATOS CONSTITUTIVOS 
DAS MICROEMPRESAS E EMPRESAS DE PEQUENO PORTE 
 
 
 
 
 Artigo Científico apresentado ao Curso de Direito do Centro Universitário das 
Faculdades Metropolitanas Unidas - FMU, como requisito parcial para a obtenção do grau 
de bacharel em Direito, sob a orientação do Prof. Dr. Carlos Alberto Garbi. 
 
 
Data da aprovação: 
 
____/____/____ 
 
Banca examinadora: 
 
 
________________________ 
Prof. Dr. Carlos Alberto Garbi 
FMU – Orientador 
 
 
________________________ 
Prof. Dr. 
FMU 
 
 
________________________ 
Prof. Dr. 
FMU 
 
 
 
 
 
 
SÃO PAULO 
2019
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este trabalho primeiramente a Deus, aos meus pais, 
que não mediram esforços para que eu chegasse até essa etapa da minha vida, 
e aos meus queridos professores que me acompanharam 
e compartilharam todo o conhecimento possível para minha formação.
 
 
 
 
DA INEXIGIBILIDADE DO VISTO DO ADVOGADO NOS ATOS CONSTITUTIVOS 
DAS MICROEMPRESAS E EMPRESAS DE PEQUENO PORTE 
 
Marcos Vinícius Alves Ferrari1 
 
 Resumo: As microempresas e empresas de pequeno porte são 
modalidades de pessoa jurídica, criadas pela Lei Complementar nº 123/06, com 
base no faturamento da empresa. Partindo do pressuposto de que essas possuem 
um papel fundamental para o crescimento econômico do país, inclusive pelo 
potencial de geração de empregos, o legislador dispensa-lhes tratamento 
diferenciado em vários aspectos. Um deles é a inexigibilidade do visto de um 
advogado, nos atos constitutivos das microempresas e empresas de pequeno, que é 
o objeto de discussão do presente artigo. A dispensa de procedimento que constitui 
atividade privativa da advocacia nos atos societários inserida na chamada Lei Geral 
da Micro e Pequena Empresa evidencia um dos grandes indícios da 
desburocratização de questões formais aplicadas à gênese de uma pessoa jurídica. 
Observar esse regramento e seus fundamentos é objetivo deste trabalho. A 
metodologia empregada consiste na técnica analítica da bibliografia jurídica 
específica, notadamente com foco e na Lei complementar nº 123/06 e nos 
enunciados das Juntas Comerciais do Brasil. 
 Palavras chave: Microempresa. Empresa de Pequeno Porte. Lei 
Complementar nº 123/06. Atos privativos da advocacia. 
 
 
DA INEXIGIBILIDADE DO VISTO DO ADVOGADO NOS ATOS CONSTITUTIVOS 
DAS MICROEMPRESAS E EMPRESAS DE PEQUENO PORTE 
 
Abstract: The Micro and Small companies in Brazil are models of legal 
entities set up by the Complementary Law no. 123/06 according to companies’ 
income. Based on the assumption that those companies play a fundamental role in 
the country’s economic growth, including due to the potential of increasing the job 
creation, the legislator chose to give them a differing regulation. One of the 
differences is the unenforceability of a lawyer assistance, in the company's acts of 
incorporation, which is the object of this study. The dismissal of the procedure that 
constitutes exclusive lawyer activity in corporate acts inserted in the Law of Micro and 
Small Companies shows one of the great signs of the debureaucratization of formal 
issues applied to the constitution of a business legal entity. The objective of this 
article is to observe those rules and their grounds. The methodology employed is the 
analytical technique of specific legal bibliography, mainly focused on the Brazilian 
Complementary Law No. 123/06, and the statements of the Brazilian Boards of 
Trade. 
Keywords: Micro-companies. Small companies. Complementary Law nº 
123/06. Exclusive Lawyer Activities.
 
1 Bacharelando em Direito pela Escola de Direito do Centro Universitário das Faculdades 
Metropolitanas Unidas (UniFMU) - Instituição de Educação Superior conveniada a Rede Global 
Laureate International Universities. 
https://www.linguee.com.br/ingles-portugues/traducao/debureaucratization.html
 
 
 
SUMÁRIO 
INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 6 
1. A ORIGEM DA ADVOCACIA ................................................................................. 8 
1.1 A advocacia no Brasil ............................................................................................ 9 
1.2 Criação do Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil ..................................... 9 
2. O EXERCICIO DA ADVOCACIA E SEUS ATOS PRIVATIVOS .......................... 10 
2.1 Atividades Privativas da Advocacia ..................................................................... 12 
2.2 Obrigatoriedade do Visto do Advogado ............................................................... 13 
3. DAS EXIGÊNCIAS FORMAIS APLICADAS AO ATO DE CONSTITUIÇÃO ....... 14 
3.1 Da Reserva de Mercado e ADI 1.194-4-DF......................................................... 16 
4. EMPREENDEDORISMO NO BRASIL – O INÍCIO DAS PEQUENAS EMPRESAS
 .................................................................................................................................. 17 
4.1 Criação de Lei Complementar 123/06 ................................................................. 18 
4.2 Do Pequeno Empresário ..................................................................................... 20 
5. A IMPORTÂNCIA DOS PEQUENOS NEGÓCIOS NA ECONOMIA BRASILEIRA
 .................................................................................................................................. 20 
5.1 Do Tratamento Diferenciado as MEs e EPPs ...................................................... 22 
6. POLÍTICA DE DESBUROCRATIZAÇÃO E A INEXIGIBILIDADE DO VISTO DO 
ADVOGADO ............................................................................................................. 23 
6.1 Posicionamento das Juntas Comerciais .............................................................. 25 
CONCLUSÃO ........................................................................................................... 27 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 29 
 
6 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
O exercício da advocacia é de suma importância para a sociedade, 
considerado e positivado na própria Constituição Federal, está para a doutrina como 
um dos pilares da justiça e indispensável à sua administração. Os agentes da 
advocacia, chamados de advogados, de maneira simples, protegem os interesses 
dos seus clientes e garantem os direitos especificados na legislação de maneira 
relevante e essencial ao que se entende por justiça. 
São muitas as pessoas jurídicas residentes hoje no Brasil, e neste trabalho o 
principal sujeito e objeto de estudo será a regulamentação das micro e pequenas 
empresas, caracterizadas pelo faturamento anual ao qual se enquadram, possuem 
um papel fundamental para o crescimento econômico do país, elevando inclusive o 
número de geração de empregos.Podemos observar que o legislador com base no inciso IX do Artigo 170 de 
nossa Constituição Federal regulamenta um “tratamento favorecido para as 
empresas de pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua 
sede e administração no País”. 
É perceptível a desburocratização de questões formais aplicadas à gênesis 
de uma pessoa jurídica, como por exemplo, a que será tratada neste projeto de 
pesquisa, a inexigibilidade de uma atividade privativa da advocacia inserida na 
chamada Lei Geral da Micro e Pequena Empresa (Lei Complementar 123/2006), em 
seu Artigo 9º, Parágrafo 2º, e neste sentido, os Enunciados das Juntas Comerciais 
também mantém o mesmo entendimento que exime das micro e pequenas 
empresas das exigências quanto ao visto dos profissionais citados em seus atos 
societários constitutivos. 
O exercício da advocacia é de suma importância para a sociedade, considerado e 
positivado na própria Constituição Federal, está para a doutrina como um dos 
pilares da justiça e indispensável à sua administração. Os agentes da advocacia, 
chamados de advogados, de maneira simples, protegem os interesses dos seus 
clientes e garantem os direitos especificados na legislação de maneira relevante e 
essencial ao que se entende por justiça. 
7 
 
 
 
O advogado, amparado por seu Código de Ética, é considerado um sujeito 
necessário para a administração burocrática das pessoas jurídicas, no qual transmite 
seu conhecimento intelectual e técnico de diversas formas, como a prestação de 
assessoria, consultoria, planejamentos societários e até mesmo estruturas formais 
para o início de uma empresa. 
Ao observar a importância deste profissional para as pessoas jurídicas, o 
legislador regulamentou no Artigo 1º, Parágrafo 2º no Estatuto da advocacia e da 
Ordem dos Advogados do Brasil que “os atos e contratos constitutivos de pessoas 
jurídicas, sob pena de nulidade, só podem ser admitidos a registro, nos órgãos 
competentes, quando visados por advogados”. 
Ocorre que, a questão a ser destacada é observada quando o legislador, 
com base no inciso IX do Artigo 170 de nossa Constituição Federal, regulamenta 
uma espécie de “tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte 
constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administração no País” 
com a intenção de impulsionar a sua atuação no mercado. 
É perceptível a tentativa de desburocratização de questões formais 
aplicadas à gênesis de uma pessoa jurídica, como por exemplo, a que será tratada 
neste projeto de pesquisa que se destaca na inexigibilidade de uma atividade 
privativa da advocacia inserida na chamada Lei Geral da Micro e Pequena Empresa 
(Lei Complementar 123/2006), em seu Artigo 9º, Parágrafo 2º. Neste sentido, os 
Enunciados das Juntas Comerciais também mantém o mesmo entendimento que 
exime das micro e pequenas empresas de exigências quanto ao visto dos 
profissionais citados em seus atos societários constitutivos o que nos dará base 
técnica para nossa fundamentação em conjunto com doutrinas jurídicas. 
O presente trabalho terá sua estrutura fundada em capítulos que indicarão a 
importância da advocacia brasileira e uma breve análise nos atos privativos dos 
advogados que dará encontro a importância quanto sua atuação com as pessoas 
jurídicas e a dispensa do visto nos atos societários, para que ao final, se tenha uma 
conclusão quanto ao entendimento do legislador ao criar essa exceção. 
 
8 
 
 
 
1. A ORIGEM DA ADVOCACIA 
A advocacia é considerada para diversos doutrinadores e historiadores como 
uma das profissões mais antigas e conhecidas na humanidade, por empregar em 
seu sistema, a liberdade de expressão e de comportamento desde que respeitando 
as diversas leis que regem a sociedade. 
A advocacia para Paulo Lôbo2 como defesa de pessoas, direitos, bens e 
interesses, teria nascido no terceiro milênio antes de Cristo, na Suméria, se forem 
considerados apenas dados históricos mais remotos, conhecidos e comprovados. 
Entende-se que nascida na Grécia, a advocacia sofre influências de diversos 
códigos e compilações, como por exemplo, o código de Manu. Entretanto foi em 
Roma onde se apresenta o conceito de advogado e o destaque da profissão em 
função das inovações dos pareceres jurídicos e da defesa de indivíduos intitulados 
como clientes. 
Ao analisarmos e tomarmos como referência o mundo romano, também 
entende Lôbo 3 que poderemos encontrar traços evolutivos da advocacia, que 
poderia ser desdobrada em dois tipos de profissionais distintos: os advogados, como 
patronos e representantes das partes, e os jurisconsultos. 
Ademais, nesse mesmo sentido leciona Luiz Lima Langaro4: 
Apesar de as origens históricas da advocacia serem situadas em Atenas, na 
Grécia, foi em Roma que a profissão adquiriu individualidade e autonomia, 
uma vez que nesta, em vez da eloquência grega, originou-se a técnica pela 
casuística, pela ciência, e o discurso foi substituído pelo parecer jurídico, a 
forma verbal pela escrita, originando-se o processo. 
Após a era da idade média e já no início da modernidade, por volta do 
século XIV, o cenário político era dominante e em virtude do surgimento das leis 
editadas, os advogados passam a se identificar como os norteadores do direito 
estatal auxiliando o povo em sua interpretação e participando de diversos 
acontecimentos como, por exemplo, a grande Revolução Francesa. 
 
2 LÔBO, Paulo. Comentários ao Estatuto da Advocacia e da OAB. 12. ed. São Paulo: Saraiva 
Educação, 2019.p. 21. 
3 Idem 
4 LANGARO, Luiz Lima. Curso de Deontologia Jurídica. São Paulo: Saraiva, 1996. p.40. 
9 
 
 
 
1.1 A advocacia no Brasil 
Já em terras brasileiras, os historiadores da profissão costumam apresentar 
como primeiro advogado, no Brasil, Duarte Peres, o bacharel de Cananeia, 
degredado deixado em Cananeia no ano de 1501 como demonstra Sodré5 em seu 
entendimento. 
Assim, somente após a criação dos cursos jurídicos e a criação da Ordem 
dos Advogados do Brasil no ano de 1930, inicia-se a regulamentação de um 
profissional da área jurídica, intitulado pelo nome de advogado. 
Ressalta o doutrinador Rodrigo de Farias Julião6 que tivemos ainda algumas 
datas de extrema importância para a advocacia brasileira, como a de 1827, quando 
ocorreu a criação dos cursos jurídicos, no dia 11 de agosto, em Olinda e São Paulo. 
1.2 Criação do Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil 
Avançamos então para 1843 quando se fundou no Brasil o Instituto da 
Ordem dos Advogados do Brasil, más foi apenas no ano de 1994, com o advento do 
Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil, publicada então pelo Presidente Itamar 
Franco, que o exercício da advocacia passou a ser entendido, pelo legislador e pelos 
doutrinadores, como uma atividade considerada indispensável para a administração 
da justiça no país. 
Neste mesmo sentido, Paulo Lobo7 afirma que: 
O descompasso com a realidade profissional e social levou à necessidade 
de elaboração de novo Estatuto, o de 1994. A advocacia passou a ser 
entendida como exercício profissional de postulação a qualquer órgão do 
Poder Judiciário e como atividade de consultoria, assessoria e direção 
jurídicas extrajudiciais. Também disciplinou o e alcance de sua 
indispensabilidade na administração da justiça, prevista no art. 133 da 
Constituição Federal, a inserção da advocacia pública e a tutela legal 
mínima do advogado empregado. 
Em complementação a essa parte histórica, elenca então Rodrigo Julião8 que a 
referida lei tratou também da elaboração de seu Regulamento Geral, bem como do 
 
5 SODRÉ, Ruy de Azevedo. A ética profissional e o Estatuto do Advogado. São Paulo: LTr, 1975; 
Sociedade de advogados. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1975. p. 277. 
6 JULIÃO, Rodrigo de Farias. Ética e estatuto da advocacia. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2015. p. 1. 
7 LÔBO, 2019. p. 26. 
8 JULIÃO, op. cit., p. 1. 
10 
 
 
 
Código de Ética e Disciplina pelo Conselho Federal,no qual passa a embasar neste 
momento todo exercício da advocacia. 
2. O EXERCICIO DA ADVOCACIA E SEUS ATOS PRIVATIVOS 
Uma vez regulamentada a atividade profissional da advocacia, surge então a 
figura do Advogado, em seu sentido etimológico vindo do latim significa advocatus, 
ou seja, aquilo que era chamado em defesa (ad-vocati) ou que reunia prova para o 
patronus, isso na fase aristocrática da profissão. 
Para completar e definir melhor nosso entendimento ressalta o doutrinador 
Valdemar P. da Luz9 que: 
É possível definir o advogado como aquele que é chamado para defender 
uma causa ou uma pessoa, buscando mais a realização da justiça do que 
os honorários, embora estes lhe sejam legalmente devidos. Outras 
expressões costumam ser usadas para designar o advogado, como: 
causídico, patrono, procurador. Já rábula significa indivíduo que advoga 
sem possuir o diploma. 
Observada sua importância e considerando o papel deste profissional para a 
defesa do Estado Democrático de Direito, positivou-se na Constituição Federal10 em 
seu Artigo 133 a demonstração de que “o advogado é indispensável à administração 
da justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, 
nos limites da lei”. Ademais, o Artigo 2º do Estatuto também afirma que “o advogado 
é indispensável à administração da justiça”. 
Nesse mesmo entendimento, podemos defender a ideia de que é o 
advogado um instrumento privilegiado do estado sob os fundamentos que podemos 
observar sobre a afirmação do doutrinador Gladston Mamede11 que demonstra que 
é a ele quem se confiam a defesa da ordem jurídica, da soberania nacional, a 
cidadania, a dignidade da pessoa humana, bem como dos valores sociais maiores e 
ideais de Justiça. 
 
9 LUZ, Valdemar P. da. Manual do advogado: advocacia prática: civil, trabalhista e penal. 30. ed. 
Barueri: Manole, 2018. p. 6. 
10 BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. 
Brasília, DF: Presidência da República, [2016]. Disponível em: http://www. 
planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/ Constituiçao.htm. Acesso em: 28 abr. 2019. 
11 MAMEDE, Gladston. A advocacia e a Ordem dos Advogados do Brasil. 6. ed. São Paulo: Atlas, 
2014. p. 7. 
11 
 
 
 
Ademais, entende nesse mesmo sentido de defesa e função do estado, o 
doutrinador Marcus Coelho12 onde afirma que: 
A advocacia deve primar pela defesa dos direitos da cidadania, uma vez 
que possui status de função pública, atuando em conformidade com o seu 
papel de elemento indispensável à administração da justiça, sempre 
levando em consideração a repercussão social e coletiva de sua atuação. 
Ocorre que, pela sua atuação profissional e por ser essa figura elementar ao 
estado, a denominação de Advogado dada a esse indivíduo, pelo exercício de sua 
profissão intelectual, pode ser utilizada unicamente por aqueles que se encontram 
devidamente inscritos no quadro da Ordem dos Advogados do Brasil, logo, entende-
se que somente os inscritos podem praticar quaisquer atos de advocacia, conforme 
dispõe o Artigo 3º do Estatuto da Advocacia13 diz que o exercício da atividade de 
advocacia no território brasileiro e a denominação de advogado são privativos dos 
inscritos na Ordem dos Advogados do Brasil. 
Logo essa importância emanada pelo legislador, detalha o entendimento de 
que, o advogado se apresenta para a sociedade como uma peça chave, essa peça 
que dará a efetivação do direito de cada um dos valores, princípios e fundamentos 
norteadores da República do Brasil envolvendo um exercício de nobre função 
pública. 
Ademais passa a ser claro então que o advogado exerce uma função de 
caráter essencial por ajudar o leigo a entender juridicamente suas demandas e 
ajudá-lo a alcançar uma solução para seu conflito, atuando então como sua voz 
perante o estado. 
Existe então uma grande virtude que o advogado emana quando atua na 
defesa de algum interesse, entende-se que é ele quem fundamenta e coliga os atos 
praticados com o exercício da advocacia como uma base conjunta de interpretação, 
ou seja, todos os atos desde escrita até interpretação da legislação passam a estar 
interligados entre si. 
 
12 COÊLHO, Marcus Vinicius Furtado. Comentários ao novo código de ética dos advogados. 2. 
ed. São Paulo: Saraiva, 2017. p. 26. 
13BRASIL. Lei nº 8.906, de 4 de julho de 1994.Dispõe sobre o Estatuto da Advocacia e a Ordem dos 
Advogados do Brasil (OAB). Brasília, DF: Presidência da República, [1994]. Disponível em: 
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8906.htm. Acesso em: 28 abr. 2019. 
12 
 
 
 
Neste sentido, podemos verificar que ensina Paulo Lobo14 ao afirmar que: 
A atividade é concebida como um conjunto de atos teleológicamente 
orientados, em um quadro de continuidade, permanência e integração. Ato e 
atividade distinguem-se e interpenetram-se na relação de conteúdo e 
continente. A petição, o contrato, o parecer são atos isolados, que fazem 
sentido quando integrados à atividade da advocacia. 
Ocorre que, por mais que essas atividades sejam privativas, elas não são 
absolutas, uma vez que nosso ordenamento não trata essas atividades como 
absolutas, por termos algumas exceções e particularidades sobre cada uma delas 
como defende o doutrinador Rodrigo de Farias Julião15. 
2.1 Atividades Privativas da Advocacia 
Passaremos então a discorrer sobre as atividades da advocacia, onde se 
observa então que no Artigo 1º do Estatuto da Advocacia16 uma lista atividades que 
são privativas do indivíduo advogado, sendo elas: (i) a postulação a órgão do Poder 
Judiciário e aos juizados especiais e (ii) as atividades de consultoria, assessoria e 
direção jurídica. Ademais, o parágrafo 2º deste mesmo artigo menciona que, o 
advogado é indispensável à constituição de pessoas jurídicas, devendo visar aos 
correspondentes atos e contratos constitutivos para que sejam levados a registro, 
sob pena de nulidade. 
Este parágrafo segundo será então nosso objeto de estudo onde 
verificaremos a obrigatoriedade da participação dos advogados para a constituição 
das pessoas jurídicas, sob a perspectiva do legislador, que insere grande 
responsabilidade quanto a sua homologação. 
Podemos destacar que essa homologação mencionada gera diversos efeitos 
nos atos societários, como por exemplo, a causa de algum tipo de dano aos sócios 
ou a terceiros, até porque, entende-se que o advogado seja civilmente responsável 
por todos os seus defeitos constituindo sua responsabilidade de forma subjetiva. 
 
14 LÔBO, 2019. p. 31. 
15JULIÃO, 2015. p.3. 
16BRASIL. Lei nº 8.906, de 4 de julho de 1994.Dispõe sobre o Estatuto da Advocacia e a Ordem dos 
Advogados do Brasil (OAB). Brasília, DF: Presidência da República, [1994a]. Disponível em: 
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8906.htm. Acesso em: 28 abr. 2019. 
13 
 
 
 
Nesses termos, entende o doutrinador Gladston Mamede17 que: 
Coerentemente, o advogado será civilmente responsável por defeitos nos 
atos constitutivos quando causem danos aos sócios ou terceiros, aplicando-
se a regra constante do artigo 186 do Código Civil c/c 32 do EAOAB. Trata-
se, por certo, de responsabilidade subjetiva (cf. artigo 32 do EAOAB), 
havendo que apurar a ocorrência de dolo ou culpa, que pode caracterizar-se 
tanto pela existência de erros jurídicos no documento constitutivo, quanto 
pela existência de um divórcio entre aquilo que foi pedido pelo cliente e o 
que constou do instrumento, cabendo ao lesado comprovar que o solicitado 
não foi atendido. 
2.2 Obrigatoriedade do Visto do Advogado 
Mas, após verificarmos a responsabilidade quanto ao visto, qual de fato é o 
fundamento para a sua obrigatoriedade? Após pesquisas, em primeiro momento, 
para responder essa pergunta é de grande relevância ressaltar que, o Regulamento 
Geral do Estatuto da Advocacia e da Ordem dos Advogados do Brasil18 estabelece 
de forma expressa uma gênese da importância do visto quanto as mencionadas 
exigências legais:Art. 2º O visto do advogado em atos constitutivos de pessoas jurídicas, 
indispensável ao registro e arquivamento nos órgãos competentes, deve 
resultar da efetiva constatação, pelo profissional que os examinar, de que os 
respectivos instrumentos preenchem as exigências legais pertinentes. 
Podemos levar em consideração então que, em virtude do teor e do objetivo 
da documentação, o fundamento de se inserir o visto do advogado no ato de criação 
de uma empresa, estaria na capacidade técnica e analítica da formalização de tais 
documentações societárias, haja vista, que o advogado é considerado, pela sua 
experiência, o profissional mais adequado para evitar quaisquer exigências futuras, 
sejam elas formais ou materiais, quanto ao entendimento da documentação. 
Entende nesse mesmo sentido o doutrinador Paulo Lobo19 que: 
A participação obrigatória do advogado em qualquer ato jurídico importaria 
lesão ao princípio da liberdade de exercício da atividade econômica, 
assegurada na Constituição, art. 170. Afigura-se compatível com o princípio 
constitucional, contudo, essa obrigatoriedade quanto aos atos constitutivos 
de pessoas jurídicas, porque as consequências da criação desses entes 
 
17 MAMEDE, 2014. p. 19. 
18CFOAB. Regulamento Geral do estatuto da advocacia e da OAB. Dispõe sobre o Regulamento 
Geral previsto na Lei nº 8.906, de 04 de julho de 1994. Diário Oficial [do] Conselho Federal da 
Ordem dos Advogados do Brasil. Estado do Rio de Janeiro. Disponível em: 
https://www.oab.org.br/content/pdf/legislacaooab/regulamen togeral.pdf. Acesso em: 16 out. 2019. 
19 LÔBO, 2019. p. 42. 
14 
 
 
 
sobre grupos sociais diversos exigem uma cautela maior. A experiência 
demonstrou que esse campo foi ocupado por outros profissionais, sem 
qualificação jurídica (despachantes, contadores), utilizando formulários e 
modelos nem sempre adequados, provocando dificuldades e litígios 
evitáveis, especialmente nos casos de dissoluções societárias. 
Logo, concluímos que o visto em um contrato de constituição de um 
empresário ou de uma sociedade empresarial não é tão somente uma formalidade 
imposta pela legislação, mas sim, um comprometimento com o ato sujeito a 
imposição de direitos, deveres e responsabilidades, além de ser considerado 
também para muitos como fator relevante para a minimização da possibilidade de 
enganos e fraudes transformando-se então uma exigência para o deferimento do 
documento quando levado a registro no órgão competente garantindo a segurança 
jurídica dos atos. 
3. DAS EXIGÊNCIAS FORMAIS APLICADAS AO ATO DE 
CONSTITUIÇÃO 
Sabemos que pelo nosso ordenamento jurídico é a partir do registro do ato 
constitutivo em órgão competente que o empresário ou a sociedade empresarial 
adquire sua personalidade jurídica como pode destacar Gladston Mamede 20 , 
ademais menciona também o disposto no Artigo 45 do Código Civil21: 
Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a 
inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando 
necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se 
no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo. 
O registro é inserido então como uma obrigação legal, imposta a todo e 
qualquer empresário se inscrever na Junta Comercial (responsável pela execução e 
administração dos atos de registros), antes de iniciar a atividade, sob pena de iniciar 
suas atividades irregularmente como menciona André Luiz sob o fundamento do Art. 
967 do Código Civil obedecendo aos requisitos do Art. 968 também do mesmo 
 
20 MAMEDE, Gladston. Direito Empresarial Brasileiro - Direito Societário - Sociedades Simples e 
Empresárias. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2018. p. 25 
21BRASIL. Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Diário Oficial da União: 
seção 1, Brasília, DF, ano 139, n. 8, p. 1-74, 11 jan. 2002. PL 634/1975. Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm. Acesso em: 16 out. 2019. 
15 
 
 
 
Código. Gagliano e Pamplona Filho22 explicam de forma mais abrangente o registro 
empresarial de acordo com os tipos de pessoas jurídicas: 
[...] a inscrição do ato constitutivo ou do contrato social no registro 
competente – junta comercial, para as sociedades mercantis em geral; e 
cartório de registro civil de pessoas jurídicas, para as fundações, 
associações e sociedades civis – é condição indispensável para a atribuição 
de personalidade à pessoa jurídica. Lembre-se, todavia, de que, em 
algumas hipóteses, exige-se, ainda, autorização do Poder Executivo para o 
seu funcionamento. 
Outrossim, apesar do Código Civil trazer em suas normas algumas regras 
sobre o registro, o registro dos empresários no Brasil encontra-se disciplinado em 
legislação especial, a Lei 8.934/199423, que “dispõe sobre o Registro Público de 
Empresas Mercantis e Atividades Afins e dá outras providências”. 
Para que esse registro ocorra, existe outra análise realizada do órgão 
arquivador, a fim de verificar a existência de erros ou vícios no contrato ou em sua 
documentação, dessa forma, entende-se que os atos societários detêm de diversas 
exigências para seu registro perante as juntas comerciais, ou seja, elementos que 
são essenciais ou ainda, indispensáveis para sua aceitação, como por exemplo, a 
qualificação dos sócios, das atividades e exercícios desenvolvidos, localização do 
estabelecimento, participação de capitais societários, entre outros devidamente 
conferidos. 
Sabemos que a cada dia que se passa, os contratos de constituição, 
definidos pelo nosso ordenamento como negócios jurídicos, estão cada vez mais 
complexos e técnicos, e devemos levar em consideração que a necessidade de 
apreciação desses tipos de documentações por um profissional adequado, é a de 
validar os quesitos daquele ato de sua forma e de seu conteúdo. 
Dentre as diversas exigências aplicadas para a constituição de uma pessoa 
jurídica, deve-se observar o disposto no Artigo 1º §2º do Estatuto da Advocacia e 
Ordem dos Advogados do Brasil24 que diz que os atos e contratos constitutivos de 
 
22 GAGLIANO, Pablo Stolze; PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo curso de direito civil. 16. ed. rev. e 
atual. São Paulo: Saraiva, 2014. p. 236. 
23 BRASIL. Lei nº 8.934, de 18 de novembro de 1994. Dispõe sobre o Registro Público de Empresas 
Mercantis e Atividades Afins e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, 
[1994b]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/c civil_03/leis/l8934.htm. Acesso em: 16 de outubro 
de 2019. 
24 BRASIL, 1994a. 
16 
 
 
 
pessoas jurídicas, sob pena de nulidade, só podem ser admitidos a registro, nos 
órgãos competentes, quando visados por advogados. 
3.1 Da Reserva de Mercado e ADI 1.194-4-DF 
Dada a exigência pela legislação da obrigatoriedade do visto do advogado 
nos atos, entendeu-se por alguns que existiria uma chamada reserva de mercado 
aplicado aos atos privativos dos advogados, no qual desta ideia, fora inclusive 
ajuizada uma Ação Direta de Inconstitucionalidade, com pedido de liminar no 
Supremo Tribunal Federal sob o número 1.194-4/Distrito Federal25. 
A parte autora, sendo o Conselho Nacional da Indústria, tem como base a 
argumentação de que o dispositivo que privatiza essa atividade ofenderia de alguma 
forma os princípios constitucionais de igualdade e isonomia, vez que outros 
profissionais como contadores e despachantes também praticam este tipo de 
atividade devendo estar dispensada tal exigência. 
O pedido liminar foi indeferido, e em sede de decisão, o pedido principal foi 
considerado parcialmente procedente sob o fundamento de que a exigência 
mencionada não está para proporcionar uma atividade privativa aos advogados e 
gerar certo lucro, mas sim para demonstrar que o advogado é, em tese, o 
profissional qualificado e credenciado para confeccionar um ato societário com base 
nas informações adicionadas pelos sócios e seus administradores. 
Neste mesmoraciocino entende Paulo Lobo26 que o interesse tutelado neste 
caso é o da coletividade e não o de reserva de mercado de trabalho o que 
demonstra assim a inexistência de um advogado com sua função caracterizada 
como de forma cartorária. 
Diante o exposto, podemos entender que para se ter uma segurança 
jurídica, é importante a escolha de um assessor adequado que estabelecerá em um 
 
25 BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Agravo regimental em ação direta de 
inconstitucionalidade. Processo nº 0000122-57.1995.0.01.0000. Direito administrativo e outras 
matérias de Direito Público | Entidades Administrativas / Administração Pública | Conselhos Regionais 
de Fiscalização Profissional e Afins Direito Processual Civil e do Trabalho | Partes e Procuradores | 
Sucumbência | Honorários Advocatícios. Relator do último incidente: Min. Carmem Lucia. 11 set. 
2009. Nota: Requerente: Confederação Nacional das Indústrias. Disponível em: http://portal.stf.jus.br/ 
processos/detalhe.asp?incidente=1606896. Acesso em: 20 nov. 2019. 
26 LÔBO, 2019. 
17 
 
 
 
instrumento diversos itens cadastrais e, também, diversos aspectos essenciais para 
o desenvolvimento concreto da atividade empresarial regular. 
Entretanto, mesmo com toda essa proteção e resguardo com a atividade, ao 
analisarmos as mais recentes prerrogativas de desburocratização, no que tange a 
constituição de pessoas jurídicas, essa exigência relacionada ao visto do advogado 
foi dispensada pelo legislador para determinadas empresas (empresários ou 
sociedades empresariais) enquadradas como microempresas ou como empresas de 
pequeno porte, como passaremos a comentar em conjunto com a desburocratização 
estatal no Brasil. 
4. EMPREENDEDORISMO NO BRASIL – O INÍCIO DAS PEQUENAS 
EMPRESAS 
É considerado então, no ano de 1979, os primeiros indícios da 
desburocratização em território brasileiro com a criação do Ministério da 
Desburocratização, pasta essa que existiu entre os anos de 1979 e 1986 sendo 
liderada inicialmente por Ministro Hélio Beltrão, considerado para muitos 
doutrinadores como um respeitável técnico da área. 
Naquele momento, os pequenos empreendimentos estavam enquadrados 
nas mesmas exigências legais e regulamentos que as grandes empresas, razão pela 
qual, entende o doutrinador André Ramos 27 que optavam pela sonegação de 
impostos e fraude administrativa ou estavam fadados ao insucesso, e então em 
1984 cria-se o primeiro Estatuto da Microempresa 28 que buscava em seu texto 
normativo elencar alguns benefícios, desde administrativos até de desenvolvimento 
econômico, perdurando por quase uma década. 
 
27 RAMOS, André Luiz Santa Cruz. Direito Empresarial Esquematizado. 4. ed. São Paulo: Método, 
2014. p.792. 
28 BRASIL. Lei nº 7.256, de 27 de novembro de 1984. Estabelece Normas Integrantes do Estatuto 
da Microempresa, Relativas ao Tratamento Diferenciado, Simplificado e Favorecido, nos Campos 
Administrativo, Tributário, Previdenciário, Trabalhista, Creditício e de Desenvolvimento Empresarial. 
Brasília, DF: Presidência da República, [1984]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/ 
leis/L7256. htm. Acesso em: 16 out. 2019. 
18 
 
 
 
O doutrinador André Ramos29 entende ainda que as normas contidas no 
Estatuto embasaram as ideais do legislador constituinte de 1988 estabelecendo no 
Art. 179 da Constituição Federal30 que: 
A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios dispensarão às 
microempresas e às empresas de pequeno porte, assim definidas em lei, 
tratamento jurídico diferenciado, visando a incentivá-las pela simplificação 
de suas obrigações administrativas, tributárias, previdenciárias e creditícias, 
ou pela eliminação ou redução destas por meio de lei. 
Logo, entramos então na década de 1990 quando se edita a Lei 8.864/94 31 
que trouxe a criação da figura da empresa de pequeno porte cujo seu intuito para 
André Ramos 32 era de tornar mais lento e gradual o caminho do pequeno 
empreendedor do regime jurídico-empresarial simplificado para o regime jurídico-
empresarial geral. 
Alguns anos se passam e o Grupo Mercado Comum, órgão de execução do 
MERCOSUL, edita a Resolução 59/1998 no qual aprova um documento chamado de 
Políticas de apoio às micro, pequenas e médias empresas – Etapa II, o que deixou o 
terreno brasileiro preparado para a inserção da Emenda Constitucional 42/2003, 
chamada pelos doutrinadores como Reforma Tributária determina, nas palavras de 
André Ramos 33, a definição de tratamento favorecido e simplificado para as micro e 
pequenas empresas fosse ditada por meio de uma lei complementar, visto que 
enquanto a mesma não fosse editada, continuaria a Lei 9.841/1999 em vigor. 
4.1 Criação de Lei Complementar 123/06 
Com a ascensão do preceito fundamental na Constituição Federal que 
valorizou a importância dos pequenos negócios, em Março de 2003 o Sebrae 34, a 
Associação Brasileira dos Sebrae/Estaduais e o Movimento Nacional das Micro e 
 
29 RAMOS, 2014. p.792. 
30 BRASIL, 2016. 
31 BRASIL. Lei nº 8.864, de 28 de março de 1994. Estabelece normas para as microempresas (ME), 
e Empresas de Pequeno Porte (EPP), relativas ao tratamento diferenciado e simplificado, nos campos 
administrativo, fiscal, previdenciário, trabalhista; creditício e de desenvolvimento empresarial (art. 179 
da Constituição Federal). Brasília, DF: Presidência da República, [1994]. Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8864.htm. Acesso em: 16 de outubro de 2019. 
32 RAMOS, op. cit., p.793. 
33 Idem 
34 Sebrae - Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, possui como objetivo 
fomentar o empreendedorismo no território brasileiro apoiando as pequenas empresas e os 
microempreendedores. 
19 
 
 
 
Pequenas Empresas passa a frente para demonstrar a influência do segmento das 
micro e pequenas empresas nas reformas tributárias, propondo introduzir no 
Sistema Tributário Nacional a criação da lei complementar mencionada 
anteriormente. 
Após mudanças e melhorias na proposta deste grupo e mobilizações de 
lideranças empresariais, o texto foi aprovado pelo plenário da Câmara dos 
Deputados em setembro de 2006. Em novembro do mesmo ano, o texto foi 
aprovado pelo Senado, com algumas modificações, e voltou à Câmara. 
A aprovação final foi no dia 22 de novembro de 2006. Em 14 de dezembro o 
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva assina a Lei Complementar 123/2006 35. No 
dia seguinte a Lei Geral foi publicada no Diário Oficial da União e entrou 
imediatamente em vigor, com exceção do Simples Nacional, o capítulo tributário da 
lei, que ficou para julho do ano seguinte. 
Pois bem, a Lei Complementar 123/2006, institui então o Estatuto Nacional 
das Microempresas e da Empresa de Pequeno Porte, também conhecido como 
Simples Nacional ou Super Simples, estabelecendo normas relativas ao tratamento 
tributário diferenciado e favorecido, a ser dispensado às microempresas e empresas 
de pequeno porte no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios conforme estabelece seu primeiro artigo. 
Após essa análise histórica, temos que o legislador reconhece algumas das 
dificuldades enfrentadas por essas entidades, não querendo privilegiar, mas 
concedendo um tratamento mais propício para que elas pudessem atuar na 
economia brasileira, o que de fato expressou um grande avanço para o 
desenvolvimento do setor dos pequenos empresários brasileiros. 
 
35 BRASIL. Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006. Institui o Estatuto Nacional da 
Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte; altera dispositivos das Leis nº 8.212 e 8.213, ambas 
de 24 de julho de 1991, da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei no 
5.452, de 1o de maio de 1943, da Lei nº 10.189, de 14 de fevereiro de 2001, da Lei Complementar no 
63, de 11 de janeiro de 1990; e revoga as Leis nº 9.317, de 5 de dezembro de 1996, e 9.841, de 5 de 
outubro de 1999. Legislação Complementar número 123/2006,de 14 de dezembro de 2006. Brasília, 
DF: Presidência da República, [2006]. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/ 
LCP/Lcp123.htm. Acesso em: 28 abr. 2019. 
20 
 
 
 
Tem base esse entendimento pelo doutrinador Marçal Filho 36 que aduz: 
A Constituição adotou a orientação de que benefícios restritos às pequenas 
empresas é uma solução destinada a promover a isonomia: as pequenas 
empresas devem ser protegidas legislativamente como meio de compensar 
a insuficiência de sua capacidade econômica para competir com as grandes 
empresas. 
4.2 Do Pequeno Empresário 
No passado, a maior parte da doutrina entendia que a expressão “pequeno 
empresário” mencionada no Artigo 970 era de certa forma muito abrangente, e 
englobava tanto empresários de pequeno porte como microempresários, contudo, a 
Lei Complementar 123/2006, que trata das microempresas e das empresas de 
pequeno porte no Brasil, classificou essas entidades tendo como base de 
enquadramento um parâmetro chamado de receita bruta. 
Destaca como sendo receita bruta, nas palavras de Marlon Tomazette37, o 
produto da venda de bens e serviços nas operações de conta própria, ao preço dos 
serviços prestados e ao resultado nas operações em conta alheia, não incluídas as 
vendas canceladas e os descontos incondicionais concedidos. 
Temos então que os portes e as classificações são separados de acordo 
com a sua receita bruta em cada ano calendário (i) no caso da microempresa, aufira, 
receita inferior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais); (ii) no caso de 
empresa de pequeno porte, aufira, receita bruta superior a R$ 360.000,00 (trezentos 
e sessenta mil reais) e igual ou inferior a R$ 4.800.000,00 (quatro milhões e 
oitocentos mil reais). 
5. A IMPORTÂNCIA DOS PEQUENOS NEGÓCIOS NA ECONOMIA 
BRASILEIRA 
Antes de seguirmos com o estudo, é importante ressaltar a importância 
desses pequenos negócios com os dados disponibilizados pelo Serviço Brasileiro de 
Apoio às Micro e Pequenas Empresas chamado Sebrae. 
 
36 FILHO JUSTEN, Marçal. O Estatuto da Microempresa e as Licitações Públicas. 2. ed. São 
Paulo: Dialética, 2007. p. 33. 
37 TOMAZETTE, Marlon. Teoria Geral Do Direito Empresarial E Direito Societário. 10. ed. São 
Paulo: Saraiva Educação, 2019. p. 687. 
21 
 
 
 
De primeiro momento o Sebrae38 considera que os pequenos negócios no 
Brasil representam um quarto de seu Produto Interno Bruto, ou seja, 27%, 52% dos 
empregos com carteira assinada, 40% dos salários pagos. 
O Sebrae39 também indica em pesquisa que no Brasil existem 6,4 milhões 
de estabelecimentos. Desse total, 99% é micro e pequenas empresas. 
Identifica-se além do mais que, as micro e pequenas empresas representam 
uma das principais geradoras de riqueza no comércio no Brasil em virtude da 
melhoria do ambiente de negócios, o que tem motivado cada vez mais o brasileiro a 
empreender por uma questão de oportunidade e não mais de necessidade, 
conforme avalia o antigo Presidente do Sebrae, Luiz Eduardo Pereira Barretto 
Filho40: 
Antes as pessoas abriam um negócio próprio quando não encontravam 
emprego. Hoje, de sete a cada 10 pessoas iniciam um empreendimento por 
identificar uma demanda no mercado, o que gera empresas mais planejadas 
e com melhores chances de crescer. 
O que vai de acordo com o entendimento de que é muito importante 
incentivar cada vez mais essas entidades visto que possuem uma identidade 
significativa em nosso cenário econômico brasileiro, como afirmava ainda o antigo 
Presidente do Sebrae, Luiz Eduardo Pereira Barretto Filho41: 
Os dados demonstram a importância de incentivar e qualificar os 
empreendimentos de menor porte, inclusive os Microempreendedores 
Individuais. Isoladamente, uma empresa representa pouco. Mas juntas, elas 
são decisivas para a economia. 
E com essa importância definida, temos a justificativa de que no artigo 170, 
IX, da Constituição da República que, garante como princípio geral da atividade 
econômica, o “tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte 
constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administração no País”. 
 
38 SEBRAE. Micro e pequenas empresas geram 27% do PIB do Brasil. Sebrae. 27 jul. 2014. 
Disponível em: http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/ufs/mt/noticias/micro-e-pequenas-empre 
sas-geram-27-do-pib-dobrasil,ad0fc70646467410VgnVCM2 000003c740 10aRCRD#0. Acesso em: 9 
out. 2019. 
39 SEBRAE. Pequenos negócios em números. Sebrae. 7 jun. 2018b. Disponível em: http://www. 
sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/ufs/sp/sebraeaz/pequenos-negocios-em-numeros12e87943634475 
10VgnVCM1000004c00210aRCRD. Acesso em: 9 out. 2019. 
40 SEBRAE, 2018b. 
41 Idem 
22 
 
 
 
Além disso, um pouco mais a frente Constituição Federal nos termos do artigo 179 
determinou que: 
A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios dispensarão às 
microempresas e às empresas de pequeno porte, assim definidas em lei, 
tratamento jurídico diferenciado, visando a incentivá-las pela simplificação 
de suas obrigações administrativas, tributárias, previdenciárias e creditícias, 
ou pela eliminação ou redução destas por meio de lei. 
Nesse mesmo sentido, Petter42 entende que: 
O princípio constitucional invoca um tratamento diferenciado às pequenas 
empresas aqui constituídas e sediadas, incentivando-as e estimulando-as (é 
a modalidade de intervenção indireta no domínio econômico). Pequenos 
negócios enfrentam maiores dificuldades de se constituírem (restrições de 
linhas de crédito, acesso à fornecedores etc.). Ao viabilizar sua criação, 
instalação e funcionamento, estimula-se a concorrência, mas principalmente 
a livre iniciativa (num viés substancial), colaborando para o pleno emprego. 
Logo, podemos concluir que esses pequenos negócios assumem um papel 
fundamental em nossa economia nacional e, diante dessa situação verificou-se que 
exatamente por conta de sua importância para a economia brasileira, recebe da 
legislação alguns incentivos e simplificação de certas obrigações tais como, 
administrativas, tributárias, previdenciárias e creditícias, ou seja, como no próprio 
artigo primeiro já menciona, entende-se que existe um tratamento diferenciado e 
favorecido a essas empresas, assim podemos observar na Lei Complementar em 
seu primeiro Artigo: 
Art. 1º - Esta Lei Complementar estabelece normas gerais relativas ao 
tratamento diferenciado e favorecido a ser dispensado às microempresas e 
empresas de pequeno porte no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, 
do Distrito Federal e dos Municípios, especialmente no que se refere: I - à 
apuração e recolhimento dos impostos e contribuições da União, dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, mediante regime único de 
arrecadação, inclusive obrigações acessórias; II - ao cumprimento de 
obrigações trabalhistas e previdenciárias, inclusive obrigações acessórias; 
III -ao acesso a crédito e ao mercado, inclusive quanto à preferência nas 
aquisições de bens e serviços pelos Poderes Públicos, à tecnologia, ao 
associativismo e às regras de inclusão. IV - ao cadastro nacional único de 
contribuintes a que se refere o inciso IV do parágrafo único do art. 146, in 
fine, da Constituição Federal. 
5.1 Do Tratamento Diferenciado as MEs e EPPs 
Esse tratamento diferenciado é visto como uma forma de desburocratização 
dos procedimentos administrativos aplicados, ou melhor, a preocupação de se 
 
42 PETTER, Lafayete Josué. Direito econômico. Porto Alegre: Verbo Jurídico, 2006. p. 92-94. 
23 
 
 
 
promover um crescimento das pequenas empresas, empresas com o objetivo de 
diminuir a mortalidade dos negócios constituídos e a redução de informalidades. 
São várias as alterações formalizadas por essa lei, tendo como base o 
princípio da isonomia discutida inclusive diante o Supremo nos termos Alexandre de 
Moraes43 se desfecha a questão com a seguinte passagem: 
[...] Dessa forma, o que se veda são as diferenciações arbitrárias, as 
discriminações absurdas,pois, o tratamento desigual dos casos desiguais, 
na medida em que se desigualam, é exigência tradicional do próprio 
conceito de justiça, pois o que realmente protege são certas finalidades, 
somente se tendo por lesado o princípio constitucional quando o elemento 
discriminador não se encontra a serviço de uma finalidade acolhida pelo 
direito, sem que se esqueça, porém, como ressalvado por Fábio Konder 
Comparato, que as chamadas liberdades materiais têm por objetivo a 
desigualdade de conduções sociais, meta a ser alcançada, não só por meio 
de leis, mas também pela aplicação de políticas ou programas de ação 
estatal. 
E o que tratamos neste artigo, é exatamente um ato formal da constituição 
das micro e pequenas empresas que se encontra dispensada dessa exigência 
quando o tema é o visto do advogado em seu ato societário nos termos do artigo 9º 
parágrafo 2º quando diz que não se aplica às microempresas e às empresas de 
pequeno porte o disposto no § 2o do art. 1o da Lei no 8.906, de 4 de julho de 1994. 
6. POLÍTICA DE DESBUROCRATIZAÇÃO E A INEXIGIBILIDADE DO 
VISTO DO ADVOGADO 
Os dias se passam e o brasileiro busca a todo o momento uma simplificação 
de processo para a constituição, ou melhor dizendo, para a legalização de seus 
estabelecimentos, contudo, podemos observar que a realidade ainda se encontra em 
fase de desenvolvimento. 
A burocracia estatal se demonstra aparente nas diversas relações sociais, e 
para a doutrina, ela surge com o objetivo de organizar essas relações com o 
princípio de normatizar os procedimentos e rotinas e sob esses fundamentos 
 
43 MOTTA, Fernando Cláudio Prestes; VASCONCELOS, Isabella Gouveia de. Teoria Geral da 
Administração. 3. ed. rev. São Paulo: Cengage Learning, 2013. p 75 
24 
 
 
 
apresentados, Chiavenato44 elenca que “a burocracia é uma forma de organização 
humana que se baseia na racionalidade, isto é, na adequação dos meios aos 
objetivos (fins) pretendidos, a fim de garantir a máxima eficiência possível no 
alcance desses objetivos”. 
Por mais que se demonstre esse entendimento, o fato não é verdadeiro, 
visto que a burocracia acaba prejudicando a cada dia o empreendedor brasileiro, 
que acaba embarreirado por pequenas exigências consideradas muitas vezes 
desnecessárias. 
Baseando essa afirmativa, Mota e Vasconcelos45 entendem que: 
De fato, seguir as regras, não importa quais sejam, torna-se um fim, e não 
um meio, o que atrapalha a eficiência organizacional. Seguem-se as regras, 
nesse caso, porque devem-se segui-las, não importa quais sejam, e esse 
procedimento torna-se um ritual burocrático, desvinculando-se das 
preocupações com eficiência ou com considerações práticas. Perdem-se de 
vista o conteúdo e a concretização dos objetivos organizacionais, uma vez 
que o apego excessivo à rotinas, regras e formalismo não deixa margem a 
nenhuma flexibilidade ou questionamento do sistema em questão. 
Nesse contexto, podemos considerar que ao buscarmos formas eficientes e 
bem regulamentadas, a burocracia atua no universo do empresário com rigor de leis 
e exigências que condicionam o desempenho de suas atividades a procedimentos 
exaustivos como, por exemplo, o excesso de documentações exigidas para 
regularizar uma determinada atividade econômica. 
Assim, as Instruções Normativas de Registro Mercantil, a Instrução número 
48 de agosto de 2018 e a Instrução número 62 de maio de 2019 preveem em seu 
texto legal uma nota quanto a exigência do visto do advogado: “Fica dispensado o 
visto de advogado no instrumento de constituição da empresa enquadrada como 
Microempresa - ME ou Empresa de Pequeno Porte - EPP.” 
E por qual motivo dispensar essa formalidade se torna tão importante para a 
nossa discussão? Consideramos que a dispensa (inexigibilidade) do visto de um 
advogado nos atos constitutivos das micro e pequenas empresas é um grande 
 
44 CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração: uma visão abrangente da 
moderna administração das organizações. 7. ed rev. e atual. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003. 6° 
reimpressão 
45 MOTTA, Fernando Cláudio Prestes; VASCONCELOS, Isabella Gouveia de. Teoria Geral da 
Administração. 3. ed. rev. São Paulo: Cengage Learning, 2013. p.134. 
25 
 
 
 
exemplo para os novos fatores de simplificação dos processos societários que 
permitem a implementação de um negócio e evita o retardo dos processos registrais 
morosos e burocráticos que se arrastam por até meses. 
6.1 Posicionamento das Juntas Comerciais 
Podemos verificar que a Junta Comercial, que de acordo com o Art. 40 da 
Lei 8.934/94 e com o Art. 57 do Decreto 1.800/96, não está dispensada de aferir a 
adequação das cláusulas do contrato social cujo arquivamento fora solicitado, 
podendo até mesmo recusar o registro. 
Segue então o posicionamento da Junta Comercial de São Paulo 46o mesmo 
pensamento em seu Enunciado da Deliberação de número 13 de 4 de dezembro de 
2012: 
VISTO DO ADVOGADO Os atos iniciais constitutivos de sociedades e os 
documentos que aprovam a fusão, a cisão com constituição de nova 
sociedade ou a transformação do seu tipo societário deverão conter o visto 
de advogado, com a indicação do nome e número de inscrição na Seccional 
da Ordem dos Advogados do Brasil (art. 36, do Decreto n. 1.800/96 c/c art. 
1º, § 2º, da Lei n. 8.906/94). Fica dispensado o visto de advogado no 
contrato social da sociedade que, juntamente com o ato de constituição, 
apresentar declaração de enquadramento como microempresa ou empresa 
de pequeno porte, nos termos do art. 9º, § 2º, da Lei Complementar n. 
123/06. 
Neste mesmo sentido, entende a Junta Comercial de Minas Gerais47: 
1.2.28 - VISTO DE ADVOGADO - O contrato social deverá conter o visto de 
advogado, com a indicação do nome e número de inscrição na Seccional da 
Ordem dos Advogados do Brasil. Observação: Fica dispensado o visto de 
advogado no contrato social de sociedade que, juntamente com o ato de 
constituição, apresentar declaração de enquadramento como microempresa 
ou empresa de pequeno porte. 
Logo, podemos considerar que a dispensa dessa obrigatoriedade não é 
simplesmente um ato administrativo qualquer, e sim uma garantia de 
 
46 JUCESP. Enunciados da Junta Comercial do Estado de São Paulo: Uniformização dos critérios de 
julgamento. Jucesp. 4 dez. 2012. Disponível em: http://www.institucional.jucesp.sp.gov.br/downloads/ 
enunciados_2012.pdf. Acesso em 16 out. 2019. 
47 JUCEMG. [Constituição (1991)]. Constituição da Junta Comercial do Estado de Minas Gerais. 
Minas Gerais. MG: Jucemg, [2015]. Disponível em: https://www.jucemg.mg.gov.br/ibr/informacoes 
+documentacao-modelos+sociedade-limitada-constituicao. Acesso em: 16 out. 2019. 
 
26 
 
 
 
desenvolvimento econômico e atendimento a realidade social brasileira, como 
demonstra Celso Melo48: 
Deve-se considerar estas distintas providências correspondente a um 
exemplo paradigmático da aplicação positiva (ou seja, não meramente 
negativa) do princípio da igualdade, o qual como é sabido, conforta o 
tratamento distinto para situações distintas, sempre que exista uma 
correlação lógica entre o fator discriminante e a diferença de tratamento. 
Assim, para se fomentar a criação de novos negócios, será cada vez mais 
exigido esse tipo de desburocratização nas empresas, principalmente por conta da 
velocidade em que se dão os atos no mundo contemporâneo e a necessidade de 
realizá-los em menor tempo possível, a fim de inserir nas exigências empresariais a 
flexibilidade e menor rigidez, gerando ganhos na economia e não morosidade no 
desenvolvimento de uma micro ou pequena empresa de cumprir com sua função 
social que é a de crescer, gerar emprego, renda e lucros compatíveis com seus 
investimentos. 
 
 
48 MELO, Celso Antônio Bandeira. Curso de Direito Administrativo. São Paulo: Malheiros, 2009. p. 
528 
27 
 
 
 
CONCLUSÃO 
A defesa em que trato neste artigo é exatamente o favorecimento às micro e 
pequenas empresas com a dispensade exigências relacionadas à sua constituição. 
O foco do trabalho está na inexigibilidade do visto de um advogado em seus atos 
societários, que como diversos outros fatores de formalização, podem prejudicar a 
cada dia o empreendedor brasileiro que se vê embarreirado por exigências 
consideradas desnecessárias pelos doutrinadores. 
Busco identificar a demonstração de prerrogativas de simplificação e 
melhoria no sistema de legalização das micro e pequenas empresas no Brasil, com 
a utilização de legislações que visam desburocratizar diversas exigências que 
antigamente eram aplicadas às pequenas empresas. 
Essa dispensa inserida pela lei vigente, direcionada aos pequenos 
empreendimentos, é uma garantia de desenvolvimento econômico e atendimento a 
realidade social brasileira, no qual, consideramos que para fomentar a criação de 
novos negócios será cada vez mais exigido esse tipo de desburocratização por 
conta da velocidade em que se dão os atos, e também, a necessidade de realizá-los 
em menor tempo possível, o que gera ganhos na economia, empregos, renda e 
lucros compatíveis com seus investimentos. 
Sabemos que o advogado detém de atividades privativas, podendo tão 
somente eles, praticarem os atos de advocacia. Todavia, entendemos que por mais 
que esses atos sejam privativos ao exercício da função, eles não são absolutos, vez 
que nosso ordenamento não os trata dessa forma em virtude de suas exceções e 
particularidades. 
O fato é que, nos termos da legislação vigente, para uma pessoa jurídica ser 
devidamente constituída, é necessária a ratificação de seu documento societário 
constitutivo por um advogado, que imputará a ele uma responsabilidade civil 
decorrente de algum defeito que possa ser apresentado diante daquele ato, que 
será registrado em órgão competente. 
A questão em que nos inserimos é: qual o fundamento para essa 
obrigatoriedade? Podemos identificar que o advogado detém de uma capacidade 
técnica e analítica preparada para a formalização de tais documentações societárias 
28 
 
 
 
sendo o visto então considerado por alguns não tão somente uma formalidade 
imposta pela legislação, mas sim, um comprometimento com o ato. 
Ocorre que, mesmo com toda essa proteção que a lei dispõe e todo o 
resguardo com a atividade, essa exigência relacionada ao visto do advogado, por 
exemplo, foi dispensada pelo legislador para determinadas empresas: aquelas 
enquadradas como microempresas ou como empresas de pequeno porte que, de 
acordo com os dados apresentados, representam uma das principais fontes 
geradoras de riqueza no comércio, representando um quarto do PIB brasileiro. 
No passado, por estarem enquadradas nas mesmas exigências das grandes 
empresas, esses pequenos empreendimentos optavam pela informalidade e fraudes 
administrativas para não se verem fadados ao insucesso, mas só então em 1984, 
com o advento do primeiro Estatuto da Microempresa, foram inseridos em nosso 
ordenamento alguns benefícios a essas entidades. 
Já em 1988, vimos que com a ascensão do preceito fundamental na 
Constituição Federal em seu artigo 179, valorizou-se a importância dos pequenos 
negócios e foi aprovada em 2006, uma Lei Complementar que estabeleceu normas 
relativas a tratamentos diferenciados, simplificados e favorecidos em diversos 
campos inerentes à sua atividade de atuação. 
Nesse momento, é reconhecido que essas entidades passam por 
dificuldades, devendo obedecer a um tratamento mais propício para sua atuação na 
economia brasileira, tendo como base o princípio da isonomia que é visto nesse 
cenário como uma forma de desburocratização dos procedimentos administrativos 
aplicados, no qual podemos exemplificar com as normas de registro das Juntas 
Comerciais, que seguem o mesmo entendimento aplicado a essas entidades 
empresariais. 
Por fim, indico que a inexigibilidade do visto do advogado para as pequenas 
empresas é um enorme indício de que as janelas públicas se abrem para esses 
pequenos empreendedores terem, em seu cotidiano empresarial, um incentivo na 
criação e regularização de seus estabelecimentos, não podendo discutir uma 
possível desigualdade, e sim, observar uma equiparação das pequenas empresas 
que terão a possibilidade de crescimento e concorrência com as grandes. 
 
29 
 
 
 
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