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Introdução ao Direito Empresarial

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Unidade 1
Introdução 
ao Direito 
Empresarial
Livia Regina de Figueiredo
Direito 
Empresarial
Diretor Executivo 
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Diretora Editorial 
ANDRÉA CÉSAR PEDROSA
Projeto Gráfico 
MANUELA CÉSAR ARRUDA
Autora 
LIVIA REGINA DE FIGUEIREDO
Desenvolvedor 
CAIO BENTO GOMES DOS SANTOS
Livia Regina de Figueiredo
Olá. Meu nome é Livia Regina de Figueiredo. Sou bacharel em Direito, 
pós-graduada em Magistério Superior em Direito, cursei o mestrado em 
Direito e Desenvolvimento e atualmente curso o Doutorado em Direito 
Privado na Universidade de Salamanca, Espanha. Advogo desde 1989 
e há alguns anos presto serviços para grandes grupos econômicos na 
área de medicamentos e alimentos. Amo advogar e sou apaixonada pela 
docência. Também gosto muito de compartilhar minha experiência com 
aqueles que estão iniciando suas vidas profissionais. Em razão da minha 
experiência e qualificação fui convidada pela Editora Telesapiens para 
integrar o seu elenco de autores independentes e me sinto muito honrada 
com esse convite. Estou feliz por ajudá-lo nesta fase de estudo e trabalho. 
Tenho certeza que o seu esforço e empenho nos estudos lhe trará muito 
sucesso.
A AUTORA
Olá. Meu nome é Manuela César de Arruda. Sou a responsável pelo 
projeto gráfico de seu material. Esses ícones irão aparecer em sua trilha 
de aprendizagem toda vez que:
ICONOGRÁFICOS
INTRODUÇÃO: 
para o início do 
desenvolvimento de 
uma nova com-
petência;
DEFINIÇÃO: 
houver necessidade 
de se apresentar um 
novo conceito;
NOTA: 
quando forem 
necessários obser-
vações ou comple-
mentações para o 
seu conhecimento;
IMPORTANTE: 
as observações 
escritas tiveram que 
ser priorizadas para 
você;
EXPLICANDO 
MELHOR: 
algo precisa ser 
melhor explicado ou 
detalhado;
VOCÊ SABIA? 
curiosidades e 
indagações lúdicas 
sobre o tema em 
estudo, se forem 
necessárias;
SAIBA MAIS: 
textos, referências 
bibliográficas e links 
para aprofundamen-
to do seu conheci-
mento;
REFLITA: 
se houver a neces-
sidade de chamar a 
atenção sobre algo 
a ser refletido ou 
discutido sobre;
ACESSE: 
se for preciso aces-
sar um ou mais sites 
para fazer download, 
assistir vídeos, ler 
textos, ouvir podcast;
RESUMINDO: 
quando for preciso 
se fazer um resumo 
acumulativo das 
últimas abordagens;
ATIVIDADES: 
quando alguma 
atividade de au-
toaprendizagem for 
aplicada;
TESTANDO: 
quando o desen-
volvimento de uma 
competência for 
concluído e questões 
forem explicadas;
SUMÁRIO
Personificação das sociedades, contrato e registro mercantil .......... 11
A união das pessoas com um fim comum .................................................................. 11
Pessoa jurídica .................................................................................................................................12
 Sociedade e empresa ................................................................................................................15
Elementos essenciais do contrato ................................................................................... 16
Registros mercantis ............................................................................................. 19
Importância dos registros mercantis ............................................................................... 19
Atos constitutivos ...........................................................................................................................20
Concretização do registro mercantil .................................................................................21
Trâmite dos registros – controle e fiscalização ........................................................ 23
Do sigilo ....................................................................................................................30
O significado do sigilo .................................................................................................................30
Nome empresarial ......................................................................................................................... 33
Estabelecimento empresarial ...............................................................................................36
Microempresas e empresas de pequeno porte ........................................38
Compreendendo o significado das microempresas e empresas de 
pequeno porte..................................................................................................................................38
Sociedades simples e sociedades empresárias .....................................................40
Sociedades não personificadas ........................................................................................... 42
Direito Empresarial8
UNIDADE
01
INTRODUÇÃO AO DIREITO EMPRESARIAL
Direito Empresarial 9
Você sabia que a área do direito empresarial é uma das mais 
importantes e demandas na atual realidade brasileira e mundial? O 
empreendedorismo é cada vez mais incentivado nos países ocidentais 
e a iniciativa privada não pode prescindir de advogados especializados 
no Direito Empresarial. Cada vez mais grandes escritórios e empresas 
buscam advogados especializados para assessoria na área, que também 
remunera bem esses especialistas. Nesta unidade vamos estudar sobre 
a sociedade empresária e os empresários, os atos constitutivos e registro 
das sociedades, e, por fim, os direitos e obrigações das pessoas jurídicas. 
Tenho certeza que você amará essa introdução nos meandros do Direito 
Empresarial. Vamos começar? 
INTRODUÇÃO
Direito Empresarial10
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 01 – Teoria Geral do Direito 
Empresarial. Nosso objetivo é auxiliar você a desenvolver as seguintes 
competências profissionais até o término desta etapa de estudos:
1. Compreender o empresário individual e a sociedade empresária;
2. Conhecer os requisitos e as razões legais para o registro mercantil;
3. Entender os trâmites para os registros;
4. Entender a razão dos procedimentos simplificados para micro e 
pequenos empresários.
Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao 
conhecimento? Ao trabalho! 
OBJETIVOS
Direito Empresarial 11
Personificação das sociedades, contrato e 
registro mercantil
INTRODUÇÃO:
Neste capítulo você aprenderá sobre como se formam as 
sociedades e quais as exigências legais para os registros 
mercantis, lembrando que podem nominar as relações 
jurídicas empresariais como Direito Empresarial, termo 
preferido pelos civilistas, ou como Direito Comercial, termo 
contido na Constituição Federal. Além disso, o Código Civil 
de 2002 revogou apenas a parte geral do Código Comercial 
de 1850, seguindo vigente a parte especial. Conhecer as 
exigências legais para a formação e desempenho das 
sociedades, bem como a importância dos registros e os 
riscos da sua ausência é importante para que você entenda, 
posteriormente as característica de cada uma das espécies de 
sociedades, e seu papel no nicho de mercado que ocupam. 
E então, motivado para desenvolver essa competência e 
vencer? Vamos la?
A união das pessoas com um fim comum 
Os interesses sociais têm sua base na assunção de obrigações, 
cujas fontes estão na Lei, nas declarações unilaterais de vontade, nos 
contratos e nos atos ilícitos.
A lei é classicamente definida como norma escrita emanada de um 
poder competente e é base para as relações sociais, por força do art. 5°, 
inciso II, da Constituição Federal, que reza: ninguém pode ser obrigado a 
fazer ou deixar de fazer alguma coisa, senão em virtude de lei.
As declarações unilaterais de vontade obrigam apenas aqueles 
que as firmam. Subdividem-se em unilaterais, quando as obrigações são 
apenas de quem firma o documento, a exemplo do doador ou do emitente 
de um cheque, e bilaterais ou plurilaterais, quando as obrigações são 
mútuas, como no caso dos contratos.
Direito Empresarial12
Os contratos são negócios jurídicos bilaterais ou plurilaterais 
que obrigam doisou mais contratantes, cuja vontade converge para a 
concretização de interesses comuns. Quanto aos seus efeitos podem ser 
unilaterais, se obrigam apenas uma das partes, ou bilaterais, se obrigam 
duas ou mais partes.
Atos ilícitos ou antijurídicos são faculdades de agir direcionadas 
para a infração às leis penais ou civis, que podem ou não resultar em 
danos e no consequente dever de ressarcir a lesão.
Ao longo da história da humanidade, as pessoas uniram esforços 
para produzir e comercializar mais e melhor, obtendo maiores lucros. 
Inicialmente reunidas em pequenos grupos familiares. Com a Revolução 
Industrial expandiram essa união e formaram sociedades empresarias, 
que por sua vez evoluíram para as atuais pequenas, médias e grandes 
empresas com atuação em todos os segmentos econômicos. Essa 
diversidade e quantidade de sociedades comerciais precisam ser 
regulamentadas para exercerem a função social que lhes é designada 
pela Constituição Federal.
De 1850 a 2003, quando entrou em vigência o Código Civil de 2002, 
as relações empresariais eram regulamentadas no Brasil pelo Código 
Comercial.
Nos dias atuais o Direito Empresarial está regulamentado no Código 
Civil de 2002, que define as regras gerais para a constituição e gestão das 
sociedades empresárias e não empresárias.
Porém, o Código Comercial não foi integralmente revogado. A parte 
especial segue vigente e regulamenta o comércio marítimo, as quebras 
e falências.
Pessoa jurídica 
Acreditamos que você já tenha ouvido falar no termo Pessoa 
Jurídica (PJ). Vejamos o que a ciência jurídica diz sobre isso.
Pessoa Jurídica é um termo extremamente amplo, que abrange 
tanto organizações da área pública como da área privada. Pode referir-se 
Direito Empresarial 13
a órgãos públicos, autarquias, empresas e fundações públicas, e também 
a empresas privadas de qualquer porte.
DEFINIÇÃO:
A Pessoa Jurídica é definida como uma entidade criada 
nos termos da lei, com finalidade específica, dotada de 
personalidade jurídica própria e independente dos seus 
representantes legais, detentora de honra subjetiva (pode 
sofrer dano moral), que se subdivide em pessoa jurídica de 
direito público, interno ou externo, e de direito privado (art. 40, 
CC).
Vejamos a seguir a sua subdivisão. 
1. Pessoas jurídicas de direito público externo: são os Estados 
dotados de soberania, a exemplo dos Estados Unidos, 
França, China, Argentina, dentre outros, e os organismos 
internacionais dotados de personalidade jurídica 
regida pelo direito internacional público, a exemplo da 
Organização das Nações Unidas – ONU, da Organização 
Mundial do Comércio – OMC, do Fundo Monetário 
Internacional – FMI, da Organização Internacional do 
Trabalho – OIT, etc. (art. 42, CC).
Figura 1 – Logotipo da ONU
Fonte: Pixabay
Direito Empresarial14
1. Pessoas jurídicas de direito público interno: são a União, 
os Estados, o Distrito Federal e os Territórios – lembrando 
que na atual organização estatal não temos territórios –, 
os municípios, as autarquias (INSS, agências reguladoras, 
etc.), as associações públicas (consórcios públicos, Lei 
11.107/2005), as fundações públicas, e todas aquelas a 
que a lei conferir este status (art. 41, CC). Todas as pessoas 
jurídicas de direito público interno são criadas por lei, que 
estabelece se elas submeter-se-ão ao regime público ou 
ao regime privado do Código Civil. São também civilmente 
responsáveis pelos atos praticados pelos seus agentes 
que resultarem em danos a terceiros, ressalvado direito 
regressivo contra os causadores do dano em caso de 
culpa ou dolo. (art. 43, CC).
2. Pessoa jurídica de direito privado: são pessoas jurídicas 
constituídas com base no princípio da liberdade e da 
autonomia privada, fundadas em relações e interesses 
particulares, com objetivo lucrativo ou filantrópico, criadas 
a partir dos registros dos seus atos constitutivos nas Juntas 
Comerciais ou nos Cartórios do Registro Civil das Pessoas 
Jurídicas. São pessoas de direito privado as associações, 
as sociedades, as fundações, as organizações religiosas, 
os partidos políticos e as empresas individuais de 
responsabilidade limitada. Com base nos recursos 
utilizados para a sua constituição, as empresas privadas 
podem ter caráter público, se o capital em sua maior parte 
vier do Poder Público, ou privado, se o capital em sua 
maior parte vier de fonte privada. (art. 44, CC).
No tópico a seguir apresentaremos os conceitos de sociedade e 
empresa. Vejamos.
Direito Empresarial 15
 Sociedade e empresa
Ao longo dos seus estudos você deve ter aprendido o conceito de 
sociedade e o que os autores da área das ciências sociais tem a dizer 
a esse respeito. Também deve ter estudado as características atribuídas 
pelos estudiosos com relação a sociedade. Então, pra você qual o conceito 
de sociedade? Ao responder a indagação anterior é comum falarmos que 
a sociedade são pessoas que tem por objetivo o bem comum. E o que 
significa empresa? Pois bem... A sociedade e empresa não são institutos 
sinônimos. Agora, vejamos o que a ciência jurídica tem a nos dizer sobre 
isso. 
A sociedade é forma jurídica resultante da união de uma ou mais 
pessoas que objetivam alcançar um fim comum. Em uma sociedade 
prevalece os interesses dos sócios, mas é a lei que regulamenta as suas 
obrigações, a sua estrutura interna e a responsabilidade civil perante 
terceiros. O Código Civil divide as sociedades entre empresárias e não 
empresárias ou simples.
Já a empresa é atividade econômica. Para a caracterização 
da empresa o importante é a forma “como” a atividade econômica é 
desenvolvida. Por esta razão ela é mais abrangente que a sociedade, 
pois envolve interesses dos sócios e de terceiros, como empregados, 
consumidores, fornecedores, Fisco, etc. 
A sociedade pode existir sem que haja uma empresa, da mesma 
forma que uma empresa pode existir sem que haja uma sociedade. 
Exemplos são o MEI, o Empresário Individual e a EIRELI, nos quais não há 
sócios e centram na pessoa de um único indivíduo os direitos e obrigações 
empresariais; e as sociedades simples, ou não empresariais, que exercem 
atividades voltadas para a produção de bens e serviços.
Um outro ponto importante refere-se ao contrato. Abordaremos a 
seguir a sua definição e os seus elementos essenciais. 
Direito Empresarial16
Elementos essenciais do contrato 
Muitos de nós já assinamos um contrato de aluguel de um imóvel, 
um contrato de prestação de serviços ou até mesmo um contrato de 
franquia. Mas o que seria um contrato? Qual a sua importância? Para 
que serve um contrato? Ao longo desse tópico iremos responder aos 
questionamentos anteriores. 
Os contratos podem ser definidos como um acordo entre duas 
ou mais pessoas, de caráter patrimonial, fundado na boa-fé e na função 
social, que tem por finalidade regulamentar e delimitar interesses comuns, 
de acordo com o estabelecido na ordem jurídica brasileira, e por objetivo 
a aquisição, alteração e extinção de direitos em proveito econômico das 
partes.
EXPLICANDO MELHOR:
A lei relativiza o pacta sunt cervanda em prol da igualdade 
e da harmonia social, ordenando que o contrato seja um 
instrumento de progresso em favor da sociedade. Por isso, 
as cláusulas contratuais que ofendem a ordem pública e a 
dignidade da pessoa humana são nulas de pleno direito.
Além do respeito e obediência aos princípios, a norma civil exige, 
para a validade dos negócios jurídicos que os agentes sejam capazes, que 
o objeto do contrato seja lícito, possível, determinado ou determinável, e 
que obedeça à forma prescrita ou não defesa em lei.
A capacidade é uma qualidade mental do contratante para exercer 
os atos da vida civil. Está ligada à consciência do sujeito quanto ao ato em 
si e às consequências e responsabilidades que advêm das suas escolhas 
(art. 972, CC).
Direito Empresarial 17
IMPORTANTE:
Isso não significa que os incapazes ou os relativamentecapazes não possam contratar. Os interditos (incapazes) ou 
curatelados (relativamente capazes) podem fazê-lo por meio 
de pessoas que os representem legalmente (art. 974, III). A Lei 
13.146/2015, chamada Estatuto da Pessoa com Deficiência, 
por sua vez, tem por norte a plena integração na sociedade 
das pessoas com deficiência, estimulando a sua participação 
na economia nacional, na medida da sua capacidade física 
e mental, seja através de empregos públicos ou privados, 
seja participando como sócios ou cotistas em empresas, 
independente do seu porte.
O objeto lícito, possível, determinado ou determinável:
1. licitude: se traduz por objeto que não esteja em desacordo 
com as leis; 
2. possível: é sinônimo de viável, de objeto que possa ser 
concretizado. Ninguém pode contratar uma viagem de 
turismo para o sol, pois, por impossibilidade absoluta, é 
impossível concretizar o traslado e a estadia no sol. Mas 
alguém pode contratar uma viagem para a lua, pois existe 
tecnologia para isso, o que torna a impossibilidade relativa, 
dependente de condições externas para a concretização 
do objeto. Exemplo são as condições físicas do viajante, 
que durante os meses de preparação para a viagem 
passa de 70 Kg a 150 kg de massa corporal. O peso 
excessivo inviabiliza uma viagem ao espaço, mas, como 
a impossibilidade relativa está no plano das eficácias, isso 
pode ser revertido se o contratante emagrecer e voltar aos 
70 Kg.
3. determinado ou determinável: determinado é o objeto 
que pode ser perfeitamente identificado e delimitado, 
como, por exemplo, uma casa e os limites do seu terreno; 
determinável é um objeto que pode ser identificado no 
Direito Empresarial18
momento da assinatura do contrato em seus elementos 
mínimos, mas que será delimitado e melhor especificado 
no futuro. Exemplo é a compra de uma unidade 
habitacional em regime de cooperativa, cujas unidades 
serão sorteadas entre os compradores depois do prédio 
pronto.
Em resumo, são três os elementos essenciais do contrato: a res, o 
pretium e o consensum, ou seja, a coisa objeto do contrato, o preço e a 
livre vontade de contratar.
RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo 
tudinho? Agora, só para termos certeza de que você 
realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos 
resumir o que vimos. Você deve ter aprendido no capítulo 
o conceito de sociedade e empresa. Viu o que a ciência 
jurídica tem a dizer sobre isso. Também lhe foi apresentado o 
conceito de contrato, sua finalidade e importância. O contrato 
é uma celebração entre duas ou mais pessoas com um 
propósito. Seria um acordo entre duas ou mais vontades na 
conformidade da ordem. É um vínculo jurídico resguardado 
pela segurança jurídica. As empresas iniciam sua vida por 
meio de um contrato ou um estatuto, que deve ser levados 
a registro na Junta Comercial. A importância dos registros dos 
trâmites legais para aquisição de personalidade jurídica pelas 
empresas permite que elas negociem, recolham impostos e 
se desenvolvam no nicho de mercado onde desempenham 
as suas atividades.
Direito Empresarial 19
Registros mercantis
INTRODUÇÃO:
Ao término deste capítulo você será capaz de entender a 
importância dos registros mercantis e dos atos constitutivos. E 
então? Motivado para desenvolver esta competência? Então 
vamos lá. Avante!
Importância dos registros mercantis
A partir da Revolução Industrial os atos negociais se diversificaram de 
tal modo que se tornou imprescindível para os Estados estabelecer 
uma forma de controle sobre as empresas responsáveis pela produção 
e circulação de bens e serviços, inicialmente para o recolhimento dos 
impostos e, no decorrer dos anos, na medida que a dignidade da pessoas 
humana passou a ser mais e mais valorada, também para facilitar a 
fiscalização das atividades, a segurança dos trabalhadores, o acatamento 
das leis trabalhistas, etc.
Hoje os registros públicos mercantis são serviços públicos prestados por 
órgãos federais e estaduais para dar vida às pessoas jurídicas, guardar o 
histórico dos seus atos - do registro inicial à extinção -, e publicitar esses 
atos para conhecimento de toda a sociedade.
Os registros mercantis e atividades afins estão regulamentados em Lei 
Especial, Lei 8.934/94, são obrigatórios em todo território nacional e 
devem ser feitos de forma sistêmica por órgãos federais, estaduais e 
distrital, com as seguintes finalidades:
“Art. 1°. (...)
I - dar garantia, publicidade, autenticidade, segurança e 
eficácia aos atos jurídicos das empresas mercantis, submetidos 
a registro na forma desta lei;
Direito Empresarial20
II - cadastrar as empresas nacionais e estrangeiras em 
funcionamento no País e manter atualizadas as informações 
pertinentes;
III - proceder à matrícula dos agentes auxiliares do comércio, 
bem como ao seu cancelamento.”
O registro confere credibilidade aos atos empresariais, criando 
presunção relativa de verdade aos negócios jurídicos e aos atos 
negociais, protege o nome empresarial e os direitos da empresa frente à 
concorrência desleal, garante externalidades positivas para a sociedade 
ao reduzir riscos para quem negocia com as empresas e possibilita ao 
Estado administrar a tributação do sistema econômico.
A única exceção à imposição legal do registro diz respeito à 
atividade rural. Mas, em que pese facultativo, uma vez efetuado o registro, 
o empresário rural equipara-se aos empresários para todos os efeitos 
legais (art. 971, CC).
Atos constitutivos
Ato constitutivo é o documento inicial para registro da vontade do 
empresário de constituir empresa. Regra geral é um Contrato Social ou, 
no caso da empresa individual, uma Declaração de Empresário, nos quais 
constará o tipo jurídico da empresa, o objetivo social, as regras para o 
funcionamento e a administração, os bens que integrarão o patrimônio 
da empresa, os direitos e obrigações dos sócios, a forma como se dará a 
dissolução da sociedade e a destinação final dos bens, etc.
Os atos constitutivos são elaborados pelo próprio interessado ou 
pelos seus contadores e, posteriormente, levados a registro nos termos 
do Código Civil, Lei Complementar 123/2006, Lei 11.107/2005, Lei 
8.934/1994, Lei 6.404/1976, dentre outros diplomas legais, dependendo 
da exigência legal para cada tipo empresarial.
Direito Empresarial 21
Concretização do registro mercantil
Para o exercício do registro público, a Lei 8.934/94 criou o Sistema 
Nacional de Registro de Empresas Mercantis - SINREM, integrado pelo 
Departamento Nacional de Registro Empresarial e Integração, gestor 
central técnico, normativo e administrativo, e pelas Juntas Comerciais, 
órgãos locais que executam e administram os serviços registrais.
IMPORTANTE:
O Código Civil também estabelece regras para os registros 
públicos de empresas mercantis, mas, em que pese 
exija o registro de empresário antes do início da atividade 
empresarial (art. 967, CC), esse ato é meramente declaratório 
frente à exigência legal do exercício profissional e habitual de 
atividades efetivamente empresariais para a constituição de 
empresário (art. 966, CC).
Ou seja, mesmo que o empresário ou a sociedade não estejam 
registrados na Junta Comercial antes do início das suas atividades, ainda 
assim serão considerados empresário individual ou sociedade empresária, 
nos termos do Enunciado 198, do Conselho da Justiça Federal, muito 
embora sofram as consequências limitativas da falta do registro, como a 
impossibilidade de requerer recuperação judicial (art. 48, Lei 11.101/2005):
Cada estado-membro da federação tem uma Junta Comercial, 
responsável por executar e administrar os registros empresariais.
Para efetivar a inscrição o empresário deve atender também 
as formalidades legais do art. 968, do Código Civil, e protocolar um 
requerimento na Junta Comercial do estado onde exercerá suas atividades, 
no qual conste a sua qualificação completa (nome, nacionalidade, 
domicílio,estado civil e, se casado, o regime de bens), assinatura autógrafa 
ou digital, o capital da empresa, seu objeto e sede, e esteja visado por 
advogado, exigência da Lei 8.906/94, art. 1°, parágrafo 2°.
Direito Empresarial22
NOTA:
Pelo fato das Juntas Comerciais integrarem a estrutura 
administrativa dos estados-membros, elas se submetem 
tecnicamente ao Departamento Nacional de Registro 
Empresarial e Integração, órgão central do Sistema Nacional 
de Registro de Empresas Mercantis – SINREM, que é federal, 
mas administrativamente seguem as regras administrativas 
estatais. Por isso, não são raras variantes protocolares e de 
prazos administrativos nas Juntas Comerciais dos diferentes 
estados-membros. Esse caráter híbrido interfere também 
na competência jurisdicional. A análise judicial dos atos 
técnicos do registro de empresa no Departamento Nacional 
de Registro Empresarial e Integração, órgão do SIREM, é de 
competência da Justiça Federal; já a dos atos administrativos 
de competência exclusivamente das Juntas Comerciais é de 
competência da Justiça Estadual (art. 8°, da Lei 8.934/1994).
Filiais, sucursais ou agências abertas em estado diferente daquele 
no qual foi feito o registro da matriz devem ser registrados na Junta 
Comercial estadual mediante apresentação da inscrição originária. 
Estabelecimentos secundários, ainda que na mesma sede da matriz, 
também devem ser registrados. (art. 969 e parágrafo único, CC).
Para efeitos jurídicos: Filial é um estabelecimento subordinado à 
matriz, mas que tem gestão própria; Sucursal é um ponto de negócio 
acessório, subordinado à matriz administrativamente; Agência é um 
estabelecimento que atua de forma intermediária em prestação de 
serviços.
Para efeitos de competência jurisdicional territorial, a súmula 363 
do Supremo Tribunal Federal estabelece que “a pessoa jurídica de direito 
privado pode ser demandada no domicílio da agência, ou estabelecimento, 
em que se praticou o ato”. Neste sentido também o art. 75, parágrafo 1°, 
do Código Civil: “Tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos em 
lugares diferentes, cada um deles será considerado domicílio para os atos 
Direito Empresarial 23
nele praticados”. Porém, se no local da prática do ato ou do evento danoso 
não houver agência ou estabelecimento, a competência é do juízo da 
sede da empresa.
A exceção à exigência do registro na Junta Comercial é o processo 
de abertura, registro, alteração e baixa das microempresas e empresas de 
pequeno porte, cujo trâmite é especial, simplificado e eletrônico, sendo 
possível a dispensa das informações relativas a estado civil e regime de 
bens, remessa de documentos e firma (art. 4°, parágrafo 1°, inciso I, Lei 
Complementar 123/2006, c/c o art. 468, parágrafo 4°, do CC).
Trâmite dos registros – controle e 
fiscalização
Nos termos do art. 8°, da Lei 8.934/1994, a competência das Juntas 
Comerciais é executiva e todos os seus atos devem ser publicitados 
através de publicação no Diário Oficial dos Estados ou do Distrito Federal, 
conforme o caso. Ou seja, cabe a ela executar os atos de registro dos 
empresários que se dividem em matrícula, cancelamento, arquivamento 
e autenticação (art. 32, Lei 8.934/1994).
1. Matrícula: é o ato de registro nas Juntas Comerciais de 
profissionais específicos: leiloeiros, tradutores públicos e 
intérpretes comerciais, trapicheiros e administradores de 
armazéns-gerais;
2. Cancelamento: é o ato de revogação do registro de 
matrícula. A inscrição do nome empresarial, a requerimento 
do interessado, será cancelada quando cessar o exercício 
da atividade empresária ou quando a sociedade for 
liquidada. (art. 1.168, CC)
3. Arquivamento: é o ato de registro nas Juntas Comerciais 
dos atos constitutivos do empresário individual e das 
sociedades empresárias. São arquivados: os documentos 
de constituição, alteração, dissolução e extinção de 
firmas mercantis individuais, sociedades mercantis e 
cooperativas; os atos relativos a consórcio e grupo de 
Direito Empresarial24
sociedades anônimas (Lei nº 6.404/1976); os atos de 
empresas mercantis estrangeiras autorizadas a funcionar 
no Brasil; as declarações de microempresa; os atos ou 
documentos legalmente atribuídos ao Registro Público de 
Empresas Mercantis e Atividades Afins, ou que interessem 
ao empresário e às empresas mercantis; 
4. Autenticação: é o ato de registro dos livros empresariais 
obrigatórios, destinados à escrituração contábil das 
empresas mercantis registradas e dos agentes auxiliares 
do comércio. Esse é um pré-requisito de regularidade 
contábil e está previsto também no art. 1.181, do Código 
Civil.
Como o objetivo primeiro do ato registral é a publicidade, antes de 
formalizado ele não pode ser oposto a terceiros, exceto quando provado 
que este o conhecia. Porém, concretizado o registro, é vedado ao terceiro 
alegar desconhecimento (art. 1.154 e parágrafo único, CC).
IMPORTANTE:
A proteção do nome empresarial é consequência automática 
dos atos de registro (art. 33, Lei 8.934/1994).
Os seguintes órgãos integram as juntas comerciais: 
a Presidência, como órgão diretivo e representativo; o 
Plenário, como órgão deliberativo superior; as Turmas, como 
órgãos deliberativos inferiores; a Secretaria Geral, como órgão 
administrativo; a Procuradoria, como órgão de fiscalização 
e de consulta jurídica; e, a critério de cada uma, assessoria 
técnica constituída por advogados, economistas, contadores 
ou administradores de empresa. (art. 9°, Lei 8.934/1994)
O plenário é composto por vogais e suplentes, formado por 
brasileiros natos ou naturalizados de conduta ilibada, em gozo dos 
direitos civis e políticos, quites com o serviço militar e com as obrigações 
Direito Empresarial 25
eleitorais, nomeados pelos governos dos Estados e do Distrito Federal 
para mandatos de 04 anos, permitida uma recondução (art. 11 e 16, Lei 
8.934/1994).
Às Turmas, compostas por 03 vogais, cabe julgar originariamente 
os pedidos de registro, à Secretaria Geral cabe executar os serviços de 
registro e administração das Juntas Comerciais, e à Procuradoria cabe 
fiscalizar e promover o cumprimento das normas legais e executivas, 
oficiando interna e externamente em atos e feitos de natureza jurídica, 
inclusive judiciais (arts. 23 a 28, Lei 8.934/1994).
Os interessados têm prazo de 30 dias corridos da assinatura dos 
documentos descritos no inciso II, do art. 32, da Lei 8.934/1994, para 
protocolar os documentos para arquivo na Junta Comercial, que serão 
decididos pelos vogais de forma singular em dois dias úteis, com efeitos 
ex tunc, ou seja, retroagindo à data da assinatura pelos sócios. Protocolado 
extemporaneamente, o efeito é ex nunc, ou seja, o arquivamento será 
decidido no mesmo prazo de dois dias úteis, mas a eficácia se dará a partir 
da data do despacho que o deferir. (art. 36, Lei 8.934/1994).
O Código Civil praticamente replica o art. 36, da Lei 8.934/1994, no 
art. 1.151, mas acrescenta no inciso 3°, norma de responsabilidade civil pela 
demora ou omissão do responsável por providenciar os registros:
Art. 1.151. O registro dos atos sujeitos à formalidade exigida no 
artigo antecedente será requerido pela pessoa obrigada em 
lei, e, no caso de omissão ou demora, pelo sócio ou qualquer 
interessado.
§ 1° Os documentos necessários ao registro deverão ser 
apresentados no prazo de trinta dias, contado da lavratura dos 
atos respectivos.
§ 2 Requerido além do prazo previsto neste artigo, o registro 
somente produzirá efeito a partir da data de sua concessão.
§ 3 As pessoas obrigadas a requerer o registro responderão 
por perdas e danos, em caso de omissão ou demora.
Direito Empresarial26
Alguns atos, pelo nível de complexidade envolvido no exame dos 
documentos e consequências advindas dos registros, são julgados de 
forma colegiada, no prazo de cinco dias úteis, o arquivamento dos atos 
de constituição das sociedades anônimas, atas de assembleiasgerais, 
dentre outros atos sujeitos ao Registro Público, os atos de transformação, 
incorporação, fusão e cisão de empresas mercantis, e os atos de 
constituição e alterações de consórcio e de grupo de sociedades nos 
termos da Lei 6.404/1976, que dispões sobre as Sociedades por Ações, 
e, finalmente, o julgamento dos recursos interpostos contra decisões 
singulares dos vogais.
Os prazos para recursos ao Plenário, sem efeito suspensivo, são de 
10 dias úteis para o interessado. A Procuradoria, se não interpôs o recurso 
é ouvida no mesmo prazo e, posteriormente, o feito julgado no prazo de 
30 dias.
Da decisão do Plenário cabe recurso ao Ministro da Economia, 
Indústria, Comercio Exterior e Serviços em última instância administrativa.
IMPORTANTE:
Importante ressalvar que, na análise dos documentos levados 
ao registro, as juntas comerciais analisam tão somente 
os aspectos formais exigidos nas leis. O exame de mérito 
do contido nos documentos, o acordado entre sócios ou 
decidido em reuniões de acionistas não é competência das 
Juntas Comerciais.
Algumas empresas, além do registro nas juntas comerciais, precisam 
ter registros em outros órgãos. Exemplo são as empresas de auditoria, que 
devem se registrar também na Comissão de Valores Mobiliários – CVM.
Como os assentamentos nas juntas comerciais são públicos, 
qualquer pessoa, sem necessidade de justificar razões, pode consultar os 
atos registrados e pedir certidões, pagando taxas administrativas (art. 29, 
Lei 8.934/1994).
Direito Empresarial 27
Para desburocratizar os registros das empresas, a Lei Complementar 
123/2006, criou a Rede Nacional para a Simplificação do Registro e da 
Legalização de Empresas e Negócios – REDESIM, regulamentada pela Lei 
11.598/2007, que na atual estrutura administrativa federal está sob gestão 
do Ministério da Economia, Indústria, Comercio Exterior e Serviços, e 
simplificou os atos de registro, que hoje podem, em grande parte, tramitar 
pela internet, e diminuiu prazos nos processos administrativos.
ACESSE:
Acesse a REDESIM no site http://bit.ly/2YD66KE, para conferir 
como as atividades de registro foram desburocratizadas pelo 
uso da internet.
Os empresários individuais ou sociedades empresárias devem 
manter um sistema de escrituração contábil que varia de acordo com a 
complexidade das atividades produtivas e negociais.
Diz o Código Civil:
Art. 1.179. O empresário e a sociedade empresária são 
obrigados a seguir um sistema de contabilidade, mecanizado 
ou não, com base na escrituração uniforme de seus livros, 
em correspondência com a documentação respectiva, e a 
levantar anualmente o balanço patrimonial e o de resultado 
econômico.
§ 1 Salvo o disposto no art. 1.180, o número e a espécie de 
livros ficam a critério dos interessados.
§ 2 É dispensado das exigências deste artigo o pequeno 
empresário a que se refere o art. 970.
Art. 1.180. Além dos demais livros exigidos por lei, é 
indispensável o Diário, que pode ser substituído por fichas no 
caso de escrituração mecanizada ou eletrônica.
http://bit.ly/2YD66KE
Direito Empresarial28
Parágrafo único. A adoção de fichas não dispensa o uso de 
livro apropriado para o lançamento do balanço patrimonial e 
do de resultado econômico.
A escrituração é tão importante que a lei que regulamenta a 
recuperação judicial, a extrajudicial e a falência do empresário e da 
sociedade empresária, tipifica como crime a falta de elaboração, 
escrituração ou autenticação do livro contábil diário, antes ou após a 
decretação judicial da falência, concessão da recuperação judicial ou 
homologação do plano de recuperação extrajudicial, com pena de 
detenção de um a dois anos e multa, se o fato não constituir crime mais 
grave (art. 178 e 180, Lei 11.101). O livro diário pode ser substituído por 
um sistema de lançamento de fichas e pelo livro Balancetes Diários e 
Balanços (art. 1.185 e 1.186, CC). 
Pelo Código Civil, afora o Livro Diário, balanço patrimonial e do 
de resultado econômico, os demais livros “em tese” seriam opcionais e 
para controle interno das empresas, como livro-caixa, razão, estoque, 
etc. Porém, os dados inseridos no livro diário precisam ser comprovados 
através de informações contidas nos livros auxiliares, tornando-os 
obrigatórios por conexão.
Leis trabalhistas, previdenciárias e fiscais, por sua vez, também 
exigem escrituração em livros específicos que, entretanto, não são 
considerados legalmente livros empresariais. São exemplos: os leiloeiros, 
que devem ter os Livros de Registro Diário de Entradas, Diário de Saída, 
Contas Correntes, Protocolo, Diário de Leilões e Livro Talão, por forma 
de comando legal contido nos arts. 31 e 32 do Decreto 21.981/1932; e as 
Sociedades Anônimas, que devem ter os Livros de Registro de Ações 
Nominativas, Transferência de Ações Nominativas, Registro de Partes 
Beneficiárias Nominativas, Atas das Assembleias Gerais, Presença dos 
Acionistas, Atas das Reuniões do Conselho de Administração e Atas e 
Pareceres do Conselho Fiscal, nos termos do art. 100, da Lei 6.404/1976.
Para fins penais, os livros mercantis são equiparados a documentos 
públicos e sua falsificação, no todo ou em parte, também é tipificada 
como crime de falsificação de documento público, com pena de reclusão 
de dois a seis anos e multa (art. 297, § 2.º, do Código Penal).
Direito Empresarial 29
RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo 
tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente 
entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir o 
que vimos. Você deve ter aprendido sobre a importância do 
registro mercantil bem como os trâmites do registro e a sua 
fiscalização. Também aprendeu sobre as juntas comerciais 
o seu significado. Você certamente aprendeu que as 
sociedades empresariais nascem da vontade dos sócios 
(affectio societatis) ou acionistas (interesse no capital) em 
torno de um objetivo comercial comum. 
Direito Empresarial30
Do sigilo
INTRODUÇÃO:
Ao término deste capítulo você será capaz de entender o que 
significa o sigilo, o nome empresarial e o estabelecimento 
comercial. Isto será fundamental para o seu aprendizado e 
estudos na área. E então? Motivado para desenvolver esta 
competência? Então vamos lá. Avante!
O significado do sigilo
Muitas empresas, especialmente as de grande porte, investem em 
pesquisas, têm produtos protegidos por regras de patentes, investem 
dinheiro de pessoas que não querem, até por segurança, ter os seus 
nomes divulgados, dentre muitas outras situações que não devem ser 
tornadas públicas.
Pensando nisso, o legislador estabeleceu, no art. 1.190, do Código 
Civil, que ressalvados os casos previstos em lei, para exibição e/ou 
publicidade obrigatórios, “nenhuma autoridade, juiz ou tribunal, sob 
qualquer pretexto, poderá fazer ou ordenar diligência para verificar se o 
empresário ou a sociedade empresária observam, ou não, em seus livros 
e fichas, as formalidades prescritas em lei”.
À primeira vista este artigo passa a impressão de que as empresas 
estão blindadas contra as ordens judiciais para a exibição dos seus livros 
e análise por juízes, peritos, fiscais, procuradores e outros operadores 
do direito, mas não é bem assim. Afinal, nos termos do entendimento 
consagrado pelo Supremo Tribunal Federal, nenhuma norma é absoluta e 
nem deve ser interpretada de forma isolada do restante do ordenamento 
jurídico.
O que a lei veda neste artigo é a arbitrariedade. A solicitação e 
exibição dos livros sem uma razão respaldada na lei, protegendo-os da 
mera curiosidade alheia.
Direito Empresarial 31
Sempre que houver previsão legal os livros devem ser apresentados 
e podem ser examinados.
E o próprio Código Civil elenca algumas exceções, como no art. 
1.191 e 1.193:
Art. 1.191. O juiz só poderá autorizar a exibição integral dos livros 
e papéis de escrituração quando necessária para resolver 
questões relativas a sucessão, comunhão ou sociedade,administração ou gestão à conta de outrem, ou em caso de 
falência.
Art. 1.193. As restrições estabelecidas neste Capítulo ao exame 
da escrituração, em parte ou por inteiro, não se aplicam às 
autoridades fazendárias, no exercício da fiscalização do 
pagamento de impostos, nos termos estritos das respectivas 
leis especiais. (grifo nosso)
Mas a Lei também teve o cuidado de restringir o exame dos livros 
àquilo que interessar para o esclarecimento do problema levado a exame 
judicial (art. 1.191, parágrafo 1°, CC).
Há uma exceção importante também art. 195 e parágrafo único, 
da Lei 5.172/1966, Código Tributário Nacional, que torna sem aplicação 
quaisquer normas que excluam ou limitem os exames de mercadorias, 
livros, arquivos, documentos, papeis e efeitos comerciais ou fiscais de todos 
os empresários, até à prescrição, determinando ainda a obrigatoriedade 
da guarda de todos os livros e documentos até a sua ocorrência.
A Súmula 439 do Supremo Tribunal Federal, por sua vez, reconhece 
o direito fiscalizador do Estado e a obrigação de exibição dos livros com 
limites: “Estão sujeitos à fiscalização tributária ou previdenciária quaisquer 
livros comerciais, limitado o exame aos pontos objeto da investigação”.
O Código de Processo Civil autoriza o juiz a ordenar, a requerimento 
da parte, a exibição integral ou parcial dos livros empresariais e 
documentos de arquivo nos casos de liquidação de sociedade, sucessão 
por morte de sócio ou quando e como determinarem as leis, extraindo 
Direito Empresarial32
deles o que interessar ao litígio, inclusive reproduções autenticadas (arts. 
420 e 421, Lei 13.105/2015).
A mesma norma estabelece que a recusa de exibição de documentos 
não será admitida quando a parte tiver o dever legal de exibi-lo, quando 
o objetivo da exibição é constituir prova e quando o documento, pelo 
seu conteúdo, for comum às partes, podendo o juiz penalizar a recusa 
na apresentação com a pena de confissão ou adotar medidas indutivas, 
coercitivas, mandamentais ou sub-rogatórias para obrigar a exibição do 
documento.
A Lei das Sociedades Anônimas, Lei 6.404/1976, prevê a exibição 
dos livros:
Art. 105. A exibição por inteiro dos livros da companhia pode 
ser ordenada judicialmente sempre que, a requerimento de 
acionistas que representem, pelo menos, 5% (cinco por cento) 
do capital social, sejam apontados atos violadores da lei ou do 
estatuto, ou haja fundada suspeita de graves irregularidades 
praticadas por qualquer dos órgãos da companhia.
E há outras normas no mesmo sentido.
Ou seja, a vedação de exibição prevista no Código Civil é relativa 
ante a previsão em várias normas legais de exibição dos livros mercantis, 
especialmente para fins de fiscalização e prova judicial.
Um questionamento doutrinário é se os livros auxiliares, não 
obrigatórios, também precisam ser exibidos.
A resposta é sim. Desde que haja previsão legal para a exibição 
de documentos, ordem judicial ou requisição justificada do fisco, os 
livros auxiliares devem ser exibidos. Além disso, a escrituração contábil 
é indivisível, não fazendo diferença como valor probante se os livros são 
obrigatórios ou auxiliares (art. 419, CPC).
Esse entendimento encontra respaldo também no art. 1.194 do 
Código Civil, que ordena ao empresário e à sociedade empresária a 
guarda adequada de toda a escrituração, correspondência e demais 
Direito Empresarial 33
papéis concernentes à sua atividade até a ocorrência da prescrição ou da 
decadência.
IMPORTANTE:
Os micro e pequenos empresários, inclusive rurais, são 
desobrigados de manter escrituração mercantil, mas não são 
desobrigados da guarda dos documentos comprobatórios de 
renda e despesas. (Decreto-Lei 486/69, Lei Complementar 
123/2006, Lei Complementar 48/84, Decreto 3.474/2000, 
Decreto 9.580/2018).
Por fim, cabe ressaltar o valor probante dos documentos 
empresariais, reconhecidos expressamente nos arts. 417 e 419 do Código 
de Processo Civil: 
Art. 417. Os livros empresariais provam contra seu autor, sendo 
lícito ao empresário, todavia, demonstrar, por todos os meios 
permitidos em direito, que os lançamentos não correspondem 
à verdade dos fatos.
Art. 418. Os livros empresariais que preencham os requisitos 
exigidos por lei provam a favor de seu autor no litígio entre 
empresários.
Nome empresarial
O nome empresarial, ainda denominado popularmente “razão 
social”, recebe proteção especial da lei, tanto por ter conteúdo econômico, 
como pela sua importância subjetiva enquanto designação e individuação 
do exercício de empresa pelo empresário individual ou da sociedade 
empresária, e ainda por ter a capacidade de se tornar marca, designação 
que permite a pronta e imediata identificação da empresa, do produto 
ou serviço que oferece. Exemplo clássico é a Coca-Cola Company, 
nome empresarial que se tornou marca de um dos refrigerantes mais 
consumidos no mundo, a Coca-Cola.
Direito Empresarial34
O nome empresarial também desempenha papel de ordem objetiva 
ao espelhar o bom nome, a reputação, a fama do empresário individual ou 
da sociedade empresária.
Equipara-se ao nome empresarial, para os efeitos de proteção 
legal, a denominação das sociedades simples, associações e fundações. 
(art. 1.155, parágrafo único, CC)
É importante ressalvar que se aplica às pessoas jurídicas, no que 
couber, os direitos da personalidade. (art. 52, CC). Sendo assim, o nome 
das pessoas jurídicas, independente da sua natureza pública ou privada, 
é direito personalíssimo, e por isso intransferível e inalienável, passível de 
ser atingido moralmente. Porém, não há impedimento legal de uso do 
nome pelo comprador em caso de venda da empresa. 
O Código Civil prevê ainda dois tipos de nomes empresariais: a firma, 
individual ou social, e a denominação (art. 1.155, CC). A firma, individual é 
o nome do próprio empresário, utilizado, por exemplo, na designação do 
microempresário individual. A firma social é o nome de um ou mais sócios 
como, por exemplo, a que nomina sociedade de advogados. A firma pode 
também designar o ramo de atividade empresarial. Exemplo: Barros, Silva 
e Figueiredo Advogados Associados, Instituto Clara de Beleza, Cícero 
Romano Curso Jurídico, etc. A denominação social, por sua vez, é o nome 
dado a uma empresa, que pode ser uma palavra à escolha dos sócios, ou 
uma expressão fantasia, acrescida ou não de expressão que caracterize 
a sociedade. Os sócios podem escolher também o nome de uma pessoa 
física, sob sua responsabilidade exclusiva.
Em caso de falecimento, exclusão ou retirada do sócio o seu nome 
deve ser excluído da firma social. (art. 1.165, CC).
De acordo com o tipo societário, o nome variará de acordo com a 
espécie e estrutura da sociedade a ser constituída. Exemplo: A sociedade 
anônima deve conter o S.A no final do nome; e a sociedade limitada deve 
conter a expressão limitada ou LTDA também no final do nome.
Cabe ressalvar o princípio da novidade do nome empresarial, 
inserido pelo legislador no art. 1.163 do Código Civil:
Direito Empresarial 35
Art. 1.163. O nome de empresário deve distinguir-se de 
qualquer outro já inscrito no mesmo registro.
Parágrafo único. Se o empresário tiver nome idêntico ao de 
outros já inscritos, deverá acrescentar designação que o 
distinga.
Ou seja, é possível haver dois nomes empresariais idênticos, desde que a 
designação os distinga. Exemplo: Sol e Mar Restaurante Ltda. e Sol e Mar 
Cosméticos Ltda.
Esta restrição, entretanto, está limitada ao âmbito estatal da Junta 
Comercial responsável pelo registro da inscrição do empresário ou 
dos atos constitutivos das pessoas jurídicas, ou averbações no registro 
apropriado, exceto os casos de registro especial, cujo âmbito se estende 
a todo o território nacional. (art. 1.166 e parágrafo único, CC).
Por fim, uma inovação relevante trazida pelo Código Civil de 2002 é a 
imprescritibilidade da ação para anular a inscrição do nome empresarialdecorrente de violação da lei ou do contrato (art. 1.167, CC).
O mesmo não se pode dizer sobre o registro empresarial. O Código Civil 
estabelece o prazo decadencial de 03 (três) anos para anular registros 
com defeitos nos atos constitutivos, no parágrafo único, do art. 45, do 
Código Civil:
Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de 
direito privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo 
registro, precedida, quando necessário, de autorização ou 
aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro 
todas as alterações por que passar o ato constitutivo.
Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular a 
constituição das pessoas jurídicas de direito privado, por 
defeito do ato respectivo, contado o prazo da publicação de 
sua inscrição no registro.
Direito Empresarial36
O art. 116, da Lei de Registros Públicos, Lei 6.015/1973, coaduna 
com a Lei Civil ao proibir:
o registro dos atos constitutivos de pessoas jurídicas, quando 
o seu objeto ou circunstâncias relevantes indiquem destino ou 
atividades ilícitos ou contrários, nocivos ou perigosos ao bem 
público, à segurança do Estado e da coletividade, à ordem 
pública ou social, à moral e aos bons costumes.
A proibição é abrangente e, em parte, de avaliação subjetiva, o 
que deixa a critério do Tabelião do Registro Civil das Pessoas Jurídica, 
num primeiro momento, a avaliação e a negativa do registro de atos 
constitutivos. Os interessados podem recorrer ao Judiciário para revisão 
da avaliação e recusa de registrar.
Porém, se acaso o registro for realizado e, a posteriori, se constatar 
o defeito no ato constitutivo, o prazo para o pedido de anulação é de 03 
(três) anos. Passado este prazo, prevalecerá o registro.
Quanto à nulidade, ela está prevista na Lei de Registros Públicos, 
art. 216, para os registros feitos após a sentença de abertura de falência ou 
do termo legal nele afixado. Se o registro for feito antes, não há nulidade.
O Código Civil prevê a nulidade quando os atos constitutivos das 
associações desatenderem os incisos do art. 54, ou quando os atos forem 
simulados, nos termos do art. 167.
Estabelecimento empresarial
Nos termos do art 1.142 e 1.143, do Código Civil:
Art. 1.142. Considera-se estabelecimento todo complexo de 
bens organizado, para exercício da empresa, por empresário, 
ou por sociedade empresária.
Art. 1.143. Pode o estabelecimento ser objeto unitário de 
direitos e de negócios jurídicos, translativos ou constitutivos, 
que sejam compatíveis com a sua natureza.
Direito Empresarial 37
O estabelecimento comercial não é mais apenas o local onde 
o empresário exercia as suas atividades. Hoje ele engloba os bens 
materiais e imateriais, consumíveis, fungíveis e infungíveis utilizados pelo 
empresário para o desenvolvimento da sua atividade econômica. É um 
conjunto de bens e direitos que possibilita a concretização da atividade-
fim do empresário.
RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo 
tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente 
entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir 
o que vimos. Você deve ter aprendido sobre a importância 
do sigilo e do nome empresarial. Viu também o quanto é 
importante sabermos o significado desses conceitos para a 
área do direito empresarial. Então, o sigilo, o nome empresarial 
e o estabelecimento empresarial são importantes para 
distinguir as empresas nesse nicho, proteger suas atividades.
Direito Empresarial38
Microempresas e empresas de pequeno 
porte
INTRODUÇÃO:
Ao término deste capítulo você será capaz de entender 
como funciona as microempresas e empresas de pequeno 
e a importância das duas em nossa economia. Também 
teve acesso as informações referentes as características 
dessas empresas e as suas responsabilidades perante ao 
Estado brasileiro. E então? Motivado para desenvolver esta 
competência? Então vamos lá. Avante!
Compreendendo o significado das 
microempresas e empresas de pequeno 
porte
As micro e pequenas empresas têm um papel fundamental na 
economia do país e na geração de mão de obra, sendo responsáveis por 
parte importante do Produto Interno Bruto Nacional anualmente. 
Muito se tem falado e abordado na grande mídia em nosso país 
a importância das microempresas e empresas de pequeno porte para a 
nossa economia. Há inclusive programa de televisão no qual apresenta 
casos empreendedores, inovadores e de sucesso sobre esses tipos de 
empresas. Também a mídia divulga as quantidades crescentes anuais 
dessas empresas que são abertas em nosso país. 
Em um país com um índice de desemprego crescente 
principalmente nos últimos anos tem feito com que pessoas que até 
então eram empregados de empresas passarem a ser empreendedores. 
Então, diante dessa nova realidade que nos apresenta é fundamental 
conhecermos mais a fundo o que significam as microempresas e as 
empresas de pequeno porte. 
Direito Empresarial 39
Você já ouvir falar ou conhece alguma microempresa? E empresa 
de pequeno porte? Já consumiu algum serviço oferecido por elas? 
Não sem razão a Constituição Federal de 1988, no art. 179, estabelece 
que a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, devem 
dispensar às micro e pequenas empresas tratamento especial, a serem 
definidas na lei infraconstitucional, e tratamento jurídico diferenciado 
e simplificado nas áreas administrativa, tributárias, previdenciárias e 
creditícias, com vistas à diminuição da burocracia e à facilitação de acesso 
ao crédito.
No esteio do comando constitucional, os microempreendedores, o 
empresário rural e o pequeno empresário recebem tratamento especial 
em todo o processo de inscrição do empresário e facilitação para o 
cumprimento das obrigações empresariais tributárias e administrativas, 
melhor explicitadas nos arts. 968, parágrafo 4°, e 970, do Código Civil:
Art. 968. A inscrição do empresário far-se-á mediante 
requerimento que contenha:
(...)
§ 4. O processo de abertura, registro, alteração e baixa do 
microempreendedor individual de que trata o art. 18-A da 
Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006, bem 
como qualquer exigência para o início de seu funcionamento 
deverão ter trâmite especial e simplificado, preferentemente 
eletrônico, opcional para o empreendedor, na forma a ser 
disciplinada pelo Comitê para Gestão da Rede Nacional para 
a Simplificação do Registro e da Legalização de Empresas e 
Negócios - CGSIM, de que trata o inciso III do art. 2 da mesma 
Lei. (Incluído pela Lei nº 12.470, de 2011)
(...) 
970. A lei assegurará tratamento favorecido, diferenciado e 
simplificado ao empresário rural e ao pequeno empresário, 
quanto à inscrição e aos efeitos daí decorrentes.
Direito Empresarial40
Coube à Lei Complementar 123/2006 – Estatuto Nacional da 
Microempresa e Empresa de Pequeno Porte, classificar quais são as micro 
e pequenas empresas, seleção que é feita por faixa de faturamento.
Em 2019, o faturamento máximo por categoria é:
1. Microempreendedor Individual (MEI): Receita bruta 
anual de até R$ 81 mil;
2. Microempresa – Receita bruta anual de até R$ 360 mil, 
exceto MEI. 
3. Empresa de Pequeno Porte (EPP) – Receita bruta anual 
acima de R$ 360 mil até R$ 4,8 milhões.
Sociedades simples e sociedades 
empresárias
DEFINIÇÃO:
O Código Civil define como “empresário quem exerce 
profissionalmente atividade econômica organizada para a 
produção ou a circulação de bens ou de serviços” (art. 966) 
para logo, no parágrafo único, definir que não é considerado 
empresário, ou seja, aquele que “exerce profissão intelectual, 
de natureza científica, literária ou artística, ainda com o 
concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício 
da profissão constituir elemento de empresa”.
O elemento de empresa, por sua vez, é o nível de complexidade 
organizacional exigida para desenvolvimento da atividade empresarial, 
entendimento majoritário que prevalece no STJ (EREsp 866.286/ES,Rel. 
Ministro Hamilton Carvalhido, julgado em 29/09/2010, DJe 20/10/2010). 
Mas há uma corrente minoritária, que tem como um dos seus expoentes 
o civilista Sylvio Marcondes, que considera elemento de empresa tanto a 
complexidade da atividade e da estrutura para o seu desenvolvimento, 
como existência de atividades paralelas também complexas no seu 
desempenho.
Direito Empresarial 41
Na sequência, o art. 967, o Código Civil expressamente define 
como sociedade empresária aquela “que tem por objetivo o exercício de 
atividade própria de empresário, sujeito a registro, e simples as demais”, 
excepcionando no parágrafo único que, “independentemente do seu 
objeto, considera-se empresária a sociedade por ações, e simples a 
cooperativa”.
As sociedades empresárias devem ser registradas nas Juntas 
Comerciais dos estados, órgão responsável pela execução do registro 
público mercantil.
As sociedades simples, não empresárias, discriminadas no Código 
Civil e também as cooperativas, por previsão expressa no art. 982 do Código 
Civil, são registradas no Cartório do Registro Civil de Pessoas Jurídicas, à 
exceção das sociedades de advogados, cujos atos constitutivos devem 
ser registrados na Ordem dos Advogados do Brasil — OAB (art. 15, § 1º, Lei 
n. 8.906/94).
O empresário rural, as microempresas e empresas de pequeno 
porte que podem escolher submeter-se ou não ao regime jurídico 
do empresário, se atenderem às exigências para o registro nas juntas 
comerciais (art. 971, CC).
Como as sociedades simples não constituem empresa, não estão 
sujeitas à falência, à recuperação judicial ou extrajudicial previstas na Lei 
11.101/2005.
Cabe ressalvar, porém, que apesar de não constituírem empresa, 
o “art. 997, inc. II, não exclui a possibilidade de sociedade simples utilizar 
firma ou razão social”. (CJF. Enunciado 213. III Jornada de Direito Civil. 
Coordenador-Geral Min. Ruy Rosado de Aguiar. Referência Legislativa: 
Código Civil de 2002, Lei n. 10.406/2002, art. 997. Disponível em 
<http://bit.ly/34b2a53>. Consulta em 26.08.2019)
RELEMBRANDO: O Código Civil também excluiu as atividades 
intelectuais de natureza científica, literária ou científica do universo 
das atividades mercantis, independente de terem empregados ou 
colaboradores, por lhes faltar uma característica essencial às empresas: 
o elemento de organização dos fatores de produção. Entretanto, se este 
http://bit.ly/34b2a53
Direito Empresarial42
elemento estiver presente, a atividade intelectual caracteriza empresa. 
(parágrafo único, art. 966, CC).
Finalmente, é importante ressalvar o Enunciado 476 do Conselho 
da Justiça Federal, que na V Jornada de Direito Civil pacificou as diferentes 
classificações empresariais que, no Brasil, não guardam harmonia entre a 
União e os Estados, e nem mesmo entre as áreas tributária e administrativa.
Diz a ementa:
Eventuais classificações conferidas pela lei tributária às 
sociedades não influem para sua caracterização como 
empresárias ou simples, especialmente no que se refere 
ao registro dos atos constitutivos e à submissão ou não aos 
dispositivos da Lei n. 11.101/2005.
(CJF. Enunciado 476. Coordenador-Geral Ministro Ruy Rosado 
de Aguiar. Referência Legislativa: Código Civil de 2002, Lei n. 
10.406/2002, Art 982. Disponível em: < https://www.cjf.jus.br/
enunciados/enunciado/482> Consulta em 25.08.2019).
Sociedades não personificadas
As sociedades não personificadas são aquelas que não possuem 
registro, ou seja, não possuem personalidade jurídica.
Figura 2 - Despersonalização
Fonte: Pixabay
Direito Empresarial 43
Subdividem-se em: 
1. Sociedade em Comum: São as sociedades que não tiveram os 
seus atos constitutivos registrados, chamadas também sociedades de fato 
ou irregulares. A existência desse tipo de sociedade só pode ser provado 
por documentos escritos. Os bens e dívidas compõem um patrimônio 
especial que pertencem equitativamente aos sócios, respondendo os 
bens “pelos atos de gestão praticados por qualquer dos sócios, salvo 
pacto expresso limitativo de poderes, que somente terá eficácia contra o 
terceiro que o conheça ou deva conhecer”. (986 a 990, CC).
2. Sociedade em Conta de Participação: É uma sociedade 
informal, sem registro por interesse dos sócios, que são de dois tipos: 
o sócio ostensivo, que assume publicamente a gestão da sociedade e 
gere os negócios em seu nome individual, sob sua própria e exclusiva 
responsabilidade, atuando como empresário individual ou sociedade 
empresária; e o sócio participante ou oculto, que não aparece para 
terceiros, respondendo apenas ao sócio ostensivo. (arts. 991 a 996, CC).
Às vezes os sócios firmam um contrato informal, que gera efeitos 
apenas entre eles. Porém, considerando que tônica desse tipo de 
sociedade é a informalidade, a lei permite que o liame contratual seja 
provado por todos os meios de direito.
O Enunciado 208, do Conselho da Justiça Federal, harmonizou o 
entendimento doutrinário acerca da obrigatoriedade de aplicação das 
normas do Código Civil nas atividades despersonalizadas, independente 
de serem próprias de empresário.
RESUMINDO:
E então? Gostou do conteúdo? Aprendeu tudo sobre a 
Introdução nos temas do Direito Empresarial? Agora, só 
para termos certeza de que você realmente entendeu o 
tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que 
vimos. aprendeu as diferenças entre as microempresas e 
empresas de pequeno porte, as sociedades e empresárias, 
e as sociedades não personificadas. Agora você está 
preparado para seguir aprendendo mais e mais sobre o Direito 
Empresarial.
Direito Empresarial44
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FORGIONI, Paula A. Contratos empresariais: teoria geral e aplicação. 4ª ed., 
rev., atual. e ampl. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2019.
GONÇALVES NETO, Alfredo de Assis. Direito de empresa: comentários aos 
artigos 966 a 1.195 do Código civil. 8. ed., rev., atual. e ampl. São Paulo: Revista 
dos Tribunais, 2018.
Direito Empresarial 47
Livia Regina de Figueiredo
Direito Empresarial
	Personificação das sociedades, contrato e registro mercantil
	A união das pessoas com um fim comum 
	Pessoa jurídica 
	 Sociedade e empresa
	Elementos essenciais do contrato 
	Registros mercantis
	Importância dos registros mercantis
	Atos constitutivos
	Concretização do registro mercantil
	Trâmite dos registros – controle e fiscalização
	Do sigilo
	O significado do sigilo
	Nome empresarial
	Estabelecimento empresarial
	Microempresas e empresas de pequeno porte
	Compreendendo o significado das microempresas e empresas de pequeno porte
	Sociedades simples e sociedades empresárias
	Sociedades não personificadas

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