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Universidade Veiga de Almeida Energias Renováveis Vinícius Constantino Ribeiro da Silva 20162103501 Cabo Frio - RJ RESENHA: LEVANTAMENTO DOS RECURSOS DE ENERGIA SOLAR NO BRASIL COM O EMPREGO DE SATÉLITE GEOESTACIONÁRIO – O PROJETO SWERA. REVIEW: SURVEY OF SOLAR ENERGY RESOURCES IN BRAZIL WITH THE USE OF GEOSSTATIONARY SATELLITE - THE SWERA PROJECT. Da energia total do Brasil, 1,2% é gerada por sistemas solares fotovoltaicos. De acordo com os dados de 2019, equivale a 2,4 GW de capacidade instalada. Esse valor foi de 1,19 GW em 2018, o que equivale a 0,75%. O Brasil tem mais de 3.000 horas de insolação (número de horas de sol) a cada ano, e a taxa média de incidência diária no Nordeste é de 4,5 a 6 kWh. É o país com a maior taxa de radiação solar do mundo. A principal energia vem de usinas hidrelétricas, mas tem várias desvantagens, como: • Expropriações de comunidades, porque, em muitos casos, a área de instalação das usinas era ocupada anteriormente por comunidades indígenas ou tradicionais. • O desmatamento destrói o equilíbrio do ecossistema porque a área onde as usinas hidrelétricas são construídas é grande, então há uma perda em comparação com as usinas existentes na área. Quando a floresta é derrubada, a relação com o ecossistema local também pode ser desequilibrada. A construção de plantas aquáticas teve um impacto profundo na vida aquática e os tipos de peixes também diminuíram. • As mudanças climáticas locais aumentam a transpiração no local de instalação da hidrelétrica devido à grande quantidade de água concentrada no reservatório. Portanto, o padrão de precipitação e temperatura na área podem ser alterados. Devido ao impacto das atividades humanas, nosso planeta e meio ambiente estão sofrendo com as mudanças climáticas. Exemplos de destruição da camada de ozônio, aquecimento global, desmatamento, extinção de espécies e chuva ácida. O aumento da demanda de energia, a possibilidade de redução da oferta de combustíveis convencionais provocada pela crise política na área de produção e a crescente atenção à proteção ambiental têm levado à pesquisa, desenvolvimento e uso de energias renováveis com pouca poluição e pouco impacto ao meio ambiente. Desde 2001, SWERA tem promovido o uso de energia solar e eólica renovável em países em desenvolvimento, removendo as barreiras de conhecimento devido à falta de informação e fornecendo um banco de dados consistente e altamente confiável sobre essas fontes de energia. O projeto visa fornecer ao governo e à iniciativa privada as informações necessárias para a tomada de decisões com base no conhecimento técnico e científico, de forma a reduzir a incerteza no custo de implementação do projeto, garantir um maior retorno do investimento e atrair investimentos As pessoas vêm para explorar os tipos de energia que esses projetos não impactam na atmosfera, porque não liberam dióxido de carbono ou outros gases de efeito estufa, e não podem prever o consumo da geração de energia, assim como os combustíveis fósseis. Focar no campo das energias renováveis é uma forma de estimular o investimento em energia solar por meio do fácil acesso à informação. A forma de saber a disponibilidade da energia da radiação solar que atinge a superfície terrestre é medi-la diretamente com um radiômetro colocado na superfície. Os radiômetros podem fornecer medições precisas e de alta precisão. Porém, além do alto custo da expansão geográfica em larga escala como o Brasil, devido ao processo de interpolação e extrapolação entre estações terrestres esparsamente distribuídas, os resultados que eles produzem são altamente incertos. E é muito diferente, outro método é aplicar um modelo de cálculo que estima a radiação solar. Comparada com a implementação e operação de uma rede de radiômetros, esta solução fornece resultados muito confiáveis a um custo relativamente baixo. Dois modelos físicos vêm sendo desenvolvidos no Brasil desde a segunda metade dos anos 90: o Modelo GL e o Modelo BRASIL-SR. O modelo BRASIL-SR é um modelo físico para obtenção de estimativas da radiação solar incidente na superfície que combina a utilização da aproximação de “Dois-Fluxos” na solução da equação de transferência radiativa com o uso de parâmetros determinados de forma estatística a partir de imagens de satélite. Muitos métodos foram feitos para conseguir solucionar numericamente a equação de transferência radiativa de maneira precisa, porém, grande parte necessita de um grande tempo computacional para conseguir obter as estimativas de irradiância solar. Como forma de alternativa, foi desenvolvido o método de ‘’dois fluxos’’, que é uma aproximação da equação de transferência radiativa na qual a radiação está se propagando em apenas duas direções distintas. Foi usado pela primeira vez por Arthur Schuster em 1905. Esse método captura a essência do transporte radioativo na atmosfera de dispersão da luz. O método de dois fluxos é a aproximação mais simples que pode ser usada para explicar observações comuns inexplicáveis por argumentos de dispersão única, como o brilho e a cor do céu claro, o brilho das nuvens, a brancura de um copo de leite, o escurecimento de areia ao molhar. O método vem em muitas variantes, incluindo a aproximação de Eddington. Para descrever o método matematicamente, assumimos a forma geométrica mais simples de um meio geométrico plano-paralelo, onde as propriedades do meio são constantes em um plano paralelo aos seus contornos, e a radiação incidente é constante nesses contornos. A estimativa de radiação solar incidente na superfície foi obtida utilizando o modelo BRASIL-SR e dividida em 3 partes: primeiro, o tratamento dos dados climatológicos e imagens de satélite; a segunda é a aplicação do método de Dois-Fluxos; e o terceiro, o cálculo da radiação global. As bases de dados que compõem a primeira etapa são: temperatura do ar do solo, albedo do solo, visibilidade, umidade relativa, altitude e imagens de satélite. A segunda etapa envolve a modelagem atmosférica e a aplicação do método de "fluxo duplo" para resolver a equação de transferência radiativa. Através da aplicação, o modelo BRASIL-SR assume que o fluxo de radiação solar no topo da atmosfera é linearmente distribuído entre duas condições atmosféricas extremas (claro e nublado). Os primeiros resultados obtidos da irradiação solar global foram encontrados realizando comparações de estimativas produzidas pelo LABSOLAR/UFSC em Santa Catarina e nas estações localizadas na região Amazônica durante o experimento ABRACOS. O processo de validação do modelo foi dividido em duas etapas: a validação em condições de céu claro e validação em qualquer condição de nebulosidade. A validação em condições de céu claro teve como objetivo avaliar o comportamento do modelo com relação as parametrizações dos processos radiativos envolvendo os gases atmosféricos e aerossóis. Dessa forma, a identificação de erros sistemáticos é facilitada pela ausência de nuvens cujaparametrização é mais imprecisa devido a sua grande variabilidade natural. A validação do modelo em qualquer condição de nebulosidade apresentou desvio quadrático médio relativo de 8% e desvio médio relativo de 6% na base diária. Os eventos de queimada característicos da região centro-oeste brasileira lançam para a atmosfera uma concentração de aerossóis que são responsáveis por uma atenuação extra da radiação solar que não foi parametrizada pelo modelo. A região Centro-Oeste tem no fogo em vegetação e em terrenos urbanos uma das mais rotineiras ocorrências para os órgãos e serviços de emergência, mobilizando recursos e exigindo estratégias de resposta. Tal condição se deve ao clima seco, de temperaturas altas e ventos fortes, que, tradicionalmente, atinge os estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e o Distrito Federal. A baixa umidade relativa do ar cria um cenário desfavorável à saúde humana e condições especiais para a ignição de um novo incêndio. As estações de Mina Potosi (MS) e Cuiabá (MS) sob a influência de queimadas apresentaram diferenças de até 250 Wh/m2 entre os valores estimados e medidos da radiação incidente. Por outro lado, não houve queimadas nas vizinhanças da estação em Reserva Jaru (RO), e dessa forma ocorre uma excelente concordância entre valores medidos e estimados pelo modelo BRASIL-SR. O desenvolvimento de novos métodos para determinar os fatores de cobertura de nuvens é muito importante para melhorar a confiabilidade das estimativas produzidas. A diversidade do microclima brasileiro faz com que o método utilizado seja capaz de identificar condições extremas, tais como: condições permanentemente nubladas, ou seja, a presença de nuvens em todas as imagens de satélite ao longo do mês, e condições permanentemente claras para identificar os satélites que são gerados no espectro de luz visível. Nuvens irreconhecíveis na imagem. A primeira condição é frequente no verão da região Amazônica, enquanto a segunda condição ocorre com frequência no clima semiárido do sertão nordestino. Os biólogos utilizam o termo microclima para referir-se às condições ambientais particulares do habitat ao qual estão adaptadas determinadas espécies. Por exemplo, no interior de uma floresta, o microclima, caracterizado pelas condições de umidade e de temperatura, é especialmente favorável à vida de uma grande variedade de organismos. Durante o processo de sucessão, estabelecem-se microclimas que permitem a chegada e o estabelecimento de novas espécies.O aparecimento de novos nichos ecológicos durante a sucessão ecológica leva ao aumento de diversidade de espécies na comunidade, ou seja, ao aumento da biodiversidade. De acordo com o exposto no artigo em questão verifica-se a utilização de modelos de satélite como grande alternativa à exploração da energia solar. Os satélites geoestacionários permitem a aplicação de modelos aproximados para cálculos de transferência radiativa na atmosfera. O modelo BRASIL-SR usa dados do índice de cobertura efetiva de nuvens e dados de séries climatológicas para solução da equação de transferência radiativa. As diferenças observadas entre as estimativas de irradiância solar mostram desvios quadráticos médios de 10% e desvios sistemáticos de 6%. A Inter comparação das estimativas entre os modelos adotados no projeto SWERA e o modelo HELIOSAT vem comprovando o bom desempenho e a confiabilidade das estimativas de irradiação solar fornecidas pelo modelo BRASIL-SR. Atualmente, a maior limitação do modelo BRASIL-SR é a densidade de tempo das imagens do satélite GOES8 na América do Sul a cada três horas é baixa e a operabilidade dos dados sobre certos parâmetros ambientais na atmosfera (como dados de aerossol e propriedades microfísicas da nuvem) é limitada. REFERÊNCIAS http://www.inpe.br/noticias/noticia.php?Cod_Noticia=324, http://satelite.cptec.inpe.br/uv/docs/GLweb1_modelo1.pdf, https://www.suapesquisa.com/energia/energia_hidraulica.htm https://openei.org/wiki/Solar_and_Wind_Energy_Resource_Assessment_(SWE RA), https://en.wikipedia.org/wiki/Two-stream_approximation https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/biologia/conceito-de- microclima/27414 Fernando Ramos Martins, Enio Bueno Pereira e Mariza Pereira de Souza Echer (2004). Revista Brasileira de Ensino de Física, v. 26, n. 2, p. 145 - 159, (2004). Divisão de Clima e Meio Ambiente, Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos, Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. São José dos Campos, São Paulo, Brasil, 15 p.