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O HOLOCAUSTO DURANTE A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL

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O HOLOCAUSTO DURANTE A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL
Nota: "Holocausto" redireciona para este artigo. Para outros significados, veja Holocausto (desambiguação).
	Parte da série sobre o
	Holocausto
	
	Responsabilidade[Expandir]
	Antecedentes[Expandir]
	As vítimas[Expandir]
	Os guetos[Expandir]
	Atrocidades[Expandir]
	Os campos[Expandir]
	Resistência[Expandir]
	Pós-guerra[Expandir]
	Listas[Expandir]
	Fontes[Expandir]
	
História judaica
	· v
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Holocausto (em grego: ὁλόκαυστος , holókaustos: ὅλος, "todo" e καυστον, "queimado"),[1] também conhecido como Shoá (em hebraico: השואה , HaShoá, "a catástrofe"; em iídiche: חורבן , Churben ou Hurban, do hebraico para "destruição"), foi o genocídio ou assassinato em massa de cerca de seis milhões de judeus durante a Segunda Guerra Mundial, no maior genocídio do século XX, através de um programa sistemático de extermínio étnico patrocinado pelo Estado nazista, liderado por Adolf Hitler e pelo Partido Nazista e que ocorreu em todo o Terceiro Reich e nos territórios ocupados pelos alemães durante a guerra.[2] Dos nove milhões de judeus que residiam na Europa antes do Holocausto, cerca de dois terços foram mortos; mais de um milhão de crianças, dois milhões de mulheres e três milhões de homens judeus morreram durante o período.[3][4]
Apesar de ainda haver discussão sobre o uso e abrangência do termo "Holocausto" (ver abaixo), o genocídio nazista contra os judeus foi parte de um conjunto mais amplo de atos de opressão e de assassinatos em massa agregados cometidos pelo governo nazista contra vários grupos étnicos, políticos e sociais na Europa.[5] Entre as principais vítimas não judias do genocídio estão ciganos, poloneses, comunistas, homossexuais, prisioneiros de guerra soviéticos, Testemunhas de Jeová e deficientes físicos e mentais.[6][7][8] Segundo estimativas recentes baseadas em números obtidos desde a queda da União Soviética em 1991, um total de cerca de onze milhões de civis (principalmente eslavos) e prisioneiros de guerra foram intencionalmente mortos pelo regime nazista.[9][10]
Uma rede de mais de quarenta mil instalações na Alemanha e nos territórios ocupados pelos nazistas foi utilizada para concentrar, manter, explorar e matar judeus e outras vítimas.[11] A perseguição e o genocídio foram realizados em etapas. Várias leis para excluir os judeus da sociedade civil — com maior destaque para as Leis de Nuremberg de 1935 — foram decretadas na Alemanha antes da eclosão da Segunda Guerra Mundial na Europa. Campos de concentração foram criados e os presos enviados para lá eram submetidos a trabalho escravo até morrerem de exaustão ou por alguma doença. Quando a Alemanha ocupou novos territórios na Europa Oriental, unidades paramilitares especializadas chamadas Einsatzgruppenassassinaram mais de um milhão de judeus e adversários políticos por meio de fuzilamentos em massa. Os alemães confinaram judeus e ciganos em guetos superlotados, até serem transportados, através de trens de carga, para campos de extermínio, onde, se sobrevivessem à viagem, a maioria era sistematicamente morta em câmaras de gás. Cada ramo da burocracia alemã estava envolvido na logística que levou ao extermínio, o que faz com que alguns classifiquem o Terceiro Reich como um "um Estado genocida".[12]
Em 2007, entrou em vigor uma lei sancionada pela União Europeia (UE) que pune com prisão quem negar o Holocausto.[13] Em 2010, a UE também criou a base de dados europeia EHRI (em inglês: European Holocaust Research Infrastructure ) para pesquisar e unificar arquivos sobre o genocídio.[14] A Organização das Nações Unidas (ONU) homenageia as vítimas do Holocausto desde 2005, ao tornar 27 de janeiro o Dia Internacional da Lembrança do Holocausto, por ser o dia em que os prisioneiros do campo de concentração de Auschwitz foram libertos.[15]
Etimologia e uso do termo
Judeus húngaros, em meados de 1944, na judenrampe ("rampa judia") após desembarcarem dos trens em Birkenau. Os que eram enviados para a direita (rechts) iam para os campos de trabalhos forçados; os que eram selecionados para a esquerda (links) eram enviados para a câmara de gás.
Holocausto, Shoah e Solução Final
A palavra "holocausto" deriva da palavra grega "ὁλόκαυστον" [holokauston] grego, significando "oferta de sacrifício completamente (ὅλος) queimada (καυστον)" ou "algo queimado oferecido a um deus". Em ritos pagãos gregos e romanos, deuses da terra e do submundo recebiam animais queimados, que eram oferecidos à noite. A palavra "holocausto" foi adotada mais tarde na tradução grega da Torá para se referir ao Olah,[16] que são ofertas de sacrifícios queimados individuais e comunais que os judeus eram obrigados[17] a fazer nos tempos do Beit Hamicdash (Templo de Jerusalém). Na sua forma latina, holocaustum, o termo foi usado pela primeira vez com referência específica a um massacre de judeus pelos cronistas Roger de Howden[18] e Richard de Devizes na Inglaterra do anos 1190.[19]
Escrita em latim, Richard de Devizes, um monge do século XII, foi o primeiro cronista a registrar o uso o termo "holocaustum" na Grã-Bretanha.[20]Durante séculos, a palavra "holocausto" foi usada para designar grandes massacres. Desde os anos 1960, o termo passou a ser usado por estudiosos e escritores para se referir especificamente ao genocídio nazista contra o povo judeu .[21] A minissérie de televisão Holocausto ajudou a popularizar o termo na linguagem comum após 1978.[22]
A palavra bíblica shoah (שואה; também transliterado sho'ah and shoa), que significa "calamidade", tornou-se o termo hebraico padrão para o Holocausto já em 1940, especialmente na Europa e em Israel.[23]
Os nazistas usaram uma frase eufemística, a "Solução Final para a Questão Judaica" (em alemão: Endlösung der Judenfrage ) e a expressão Solução Final tem sido amplamente utilizada como um termo para o genocídio dos judeus. Os nazistas usaram a frase lebensunwertes Leben (indignos da vida), em referência a suas vítimas, na tentativa de justificar os assassinatos.[24]
Designação para vítimas não judias
Embora os termos "Shoah" e "Solução Final" sempre se refiram ao destino dos judeus durante o regime nazista, o termo "Holocausto" é usado às vezes em um sentido mais amplo para descrever outros genocídios do nazismo e outros regimes. A Columbia Encyclopedia define "Holocausto" como o "nome dado ao período de perseguição e extermínio de judeus europeus pela Alemanha nazista".[25] A Microsoft Encarta fornece uma definição semelhante.[26] A Encyclopædia Britannica define "Holocausto" como "o assassinato sistemático patrocinado pelo Estado de seis milhões de judeus homens, mulheres e crianças, e milhões de outros pela Alemanha nazista e seus colaboradores durante a Segunda Guerra Mundial",[27] embora o artigo faça uma extensão: "os nazistas também perseguiram os ciganos. Eles foram o único outro grupo que os nazistas mataram sistematicamente em câmaras de gás, juntamente com os judeus".[27]
Os estudiosos estão divididos sobre se o termo Holocausto deve ser aplicado a todas as vítimas do assassinato em massa nazista, como um sinônimo de Shoah ou "Solução Final da Questão Judaica", ou se o termo deve abranger a matança de povos ciganos, poloneses, as mortes de prisioneiros de guerra soviéticos, eslavos, homossexuais, testemunhas de Jeová, os deficientes e adversários políticos.[28]
A inclusão de vítimas não judias dos nazistas no termo "Holocausto" é contestada por muitas pessoas, como Elie Wiesel e por organizações como a Yad Vashem, criada para homenagear as vítimas do Holocausto. Elas dizem que a palavra foi originalmente concebida para descrever o extermínio dos judeus e que o Holocausto judeu foi um crime em uma escala tal, e de tal totalidade e especificidade, como a culminação da longa história do antissemitismo europeu, que não deve ser incluído em uma categoria geral com todos os outros crimes cometidos pelos nazistas.[29]
Desenvolvimento e execução
Origem
Ver artigos principais: Antissemitismo e Cristianismo e antissemitismo
Ilustração austríaca de 1919 da Lenda daPunhalada pelas Costas.
Loja destruída após a Noite dos Cristais, em 1938.
Yehuda Bauer, Raul Hilberg e Lucy Dawidowicz sustentam que a partir da Idade Média, a sociedade e a cultura alemã tornaram-se repletas de aspectos antissemitas e que havia uma ligação ideológica direta entre os pogroms medievais e os campos de extermínio nazistas.[30]
A segunda metade do século XIX viu o surgimento na Alemanha e na Áustria-Hungria do movimento Völkisch, desenvolvido por pensadores como Houston Stewart Chamberlain e Paul de Lagarde. O movimento apresentava um racismo com uma base biológica pseudocientífica, onde os judeuseram vistos como uma raça em um combate mortal com a raça ariana pela dominação do mundo.[31] O antissemitismo Völkisch inspirou-se em estereótipos do antissemitismo cristão, mas difere dele porque os judeus eram considerados uma raça, não uma religião.[32]
Em um discurso perante o Reichstag em 1895, o líder völkisch Hermann Ahlwardt chamou os judeus de "predadores" e de "bacilos da cólera", que deviam ser "exterminados" para o bem do povo alemão.[33] Em seu livro best-seller Wenn ich der Kaiser wär (Se eu fosse o Kaiser), de 1912, Heinrich Class, o líder do grupo völkisch Alldeutscher Verband, pediu que todos os judeus alemães fossem destituídos de sua cidadania e fossem reduzidos à Fremdenrecht (estrangeiro).[34] Class também pediu que os judeus fossem excluídos de todos os aspectos da vida alemã, proibidos de possuir terras, ocupar cargos públicos ou de participar do jornalismo, de bancos e de profissões liberais.[34] Class definia como judeu alguém que era membro da religião judaica no dia em que o Império Alemão foi proclamado em 1871 ou qualquer pessoa com pelo menos um avô judeu.[34]
Durante o Império Alemão, o movimento Völkisch e o racismo pseudocientífico tornaram-se comuns e aceitos por toda a Alemanha,[35] sendo que as classes profissionais educadas do país, em particular, adotaram uma ideologia de desigualdade humana.[36] Embora os partidos völkisch tenham sido derrotados em eleições para o Reichstag em 1912, sendo quase dizimados, o antissemitismo foi incorporado nas plataformas dos principais partidos políticos do país.[35] O Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães (Partido Nazista; NSDAP) foi fundado em 1920 como um desdobramento do movimento völkisch e adotou a ideologia antissemita.[37]
Grandes mudanças científicas e tecnológicas na Alemanha durante o século XIX e início do século XX, juntamente com o crescimento do Estado de bem-estar social, criaram esperanças generalizadas de que a utopia estava próxima e que em breve todos os problemas sociais poderiam ser resolvidos.[38] Ao mesmo tempo, era comum a visão de mundo racista, darwinista social e eugenista que classificava algumas pessoas como biologicamente superiores a outras.[39]
Soldados nazistas em frente a uma loja em Berlim colando uma placa com os dizeres: "Alemães! Defendam-se! Não comprem de judeus" (em alemão:"Deutsche! Wehrt Euch! Kauft nicht bei Juden!" ).
O historiador Detlev Peukert afirma que o Holocausto não foi resultado apenas do antissemitismo, mas foi um produto da "radicalização cumulativa", em que "numerosas correntes menores" alimentavam a "corrente principal", o que levou ao genocídio.[40] Após a Primeira Guerra Mundial, o clima otimista pré-guerra deu lugar à desilusão conforme os burocratas alemães perceberam que os problemas sociais eram mais insolúveis do que pensavam, o que os levou a colocar uma ênfase maior em salvar os biologicamente "aptos", enquanto os biologicamente "inaptos" deviam ser eliminados.[41]
Cerca de 100 mil soldados judeus alemães, lutaram pelo império alemão durante a I Guerra Mundial.[42] Em 1919, foi criada a Reichsbund jüdischer Frontsoldaten[43] (associação de soldados judeus alemães veteranos de guerra). Seu objetivo era combater a Dolchstoßlegende ("Lenda da Punhalada pelas Costas") que acusava os judeus, entre outros, de serem traidores da pátria e culpados pela derrota alemã. Em torno de 12 mil soldados judeus morreram durante a guerra, servindo no Exército Imperial Alemão.[44]
As tensões econômicas da Grande Depressão levaram muitos na comunidade médica alemã a defender a ideia de eutanásia de deficientes físicos e mentais "incuráveis", como medida de economia de custos para liberar dinheiro para outros pacientes.[45] Até os nazistas chegarem ao poder em 1933, já existia uma tendência na política social alemã para salvar os racialmente "valiosos", enquanto buscava livrar a sociedade dos "indesejáveis".[46]
A propaganda nazista esforçava-se para apresentar o judeu como o grande inimigo do Reich e do povo alemão.[47] Em 1935, num destes esforços, o ministro da propaganda do III Reich, Joseph Goebbels, escolheu Hessy Levinsons Taft como o modelo de "bebê ariano ideal".[48] Entretanto, ele não sabia que ela na realidade, era uma criança judia.[49]
Hitler deixava seu ódio aos judeus explícito. Em seu livro Mein Kampf, ele avisou sobre sua intenção de expulsá-los da vida política, intelectual e cultural da Alemanha. Ele não escreveu que iria tentar exterminá-los, mas acredita-se que ele tenha sido mais explícito em privado. Já em 1922, ele teria dito ao major Joseph Hell, na época um jornalista:
	“
	Assim que eu realmente estiver no poder, minha primeira e mais importante tarefa será a aniquilação dos judeus. Tão logo eu tenha o poder de fazer isso, eu terei forcas construídas em fileiras - na Marienplatz em Munique, por exemplo, tantas quantas o tráfego permitir. Então os judeus serão enforcados indiscriminadamente, e eles continuarão pendurados até federem; eles ficarão pendurados lá tanto tempo quanto os princípios da higiene permitirem. Assim que eles tiverem sido desamarrados, o próximo lote será enforcado, e assim por diante da mesma maneira, até que o último judeu em Munique tiver sido exterminado. Outras cidades farão o mesmo, precisamente dessa maneira, até que toda a Alemanha tenha sido completamente limpa de judeus.[50]
Reassentamento e deportação
Refugiadas judias a bordo do MS St. Louis enquanto a embarcação atracava no porto de Havana, Cuba, em 1939. A entrada dos mais de 900 refugiados judeus no navio foi recusada pelos governos de Cuba, Estados Unidos e Canadá.
Antes da guerra, os nazistas consideravam a deportação em massa de judeus alemães (e, posteriormente, de judeus de toda a Europa) para fora do continente europeu. A aprovação do Plano Schacht (1938-9) por Hitler e a fuga contínua de milhares de judeus dos domínios nazistas durante um longo período, quando então tal plano mostrou-se ineficaz, indicam que a escolha de promover um genocídio sistemático surgiu apenas mais tarde entre os líderes nazistas.[51]
Planos para recuperar antigas colônias alemãs — como Tanganyika e Sudoeste Africano — através do reassentamento judaico foram interrompidos por Hitler, que argumentou que não existe lugar onde "tanto sangue dos heroicos alemães havia sido derramado" que deva ser disponibilizado como residência para os "piores inimigos dos alemães".[52] Esforços diplomáticos foram realizados para convencer as outras ex-potências coloniais, principalmente o Reino Unido e a França, a aceitarem os judeus expulsos em suas colônias.[53] As áreas consideradas para o possível reassentamento de judeus incluíam o Mandato Britânico na Palestina,[54] a Abissínia italiana,[54] a Rodésia britânica,[55] o Madagascar francês[54] e a Austrália.[56]
Dessas áreas, Madagascar foi o mais seriamente discutido. Heydrich chamou de "Plano Madagáscar" uma "solução final territorial"; era um local remoto e as condições desfavoráveis da ilha iriam acelerar as mortes.[57] Aprovado por Hitler em 1938, o planejamento do reassentamento foi realizado pelo escritório de Adolf Eichmann, só sendo abandonado quando o extermínio em massa de judeus começou em 1941. Em retrospecto, embora inútil, este plano não constituiu um passo psicológico importante no caminho para o Holocausto.[58] O fim do Plano Madagáscar foi anunciado em 10 de fevereiro de 1942. O Ministério do Exterior alemãodeu a explicação oficial de que, devido à guerra com a União Soviética, os judeus estavam sendo "enviados para o leste".[59]
Os burocratas nazistas também desenvolveram planos para deportar os judeus da Europa para a Sibéria.[60] A Palestina foi o único local onde qualquer plano de reassentamento nazista conseguiu produzir resultados significativos, por meio de um acordo iniciado em 1933 entre a Federação Sionista da Alemanha (die Zionistische Vereinigung für Deutschland) e o governo nazista, o Acordo Haavara. Este acordo resultou na transferência de cerca de sessenta mil judeus alemães e de cem milhões de dólares da Alemanha para a Palestina, até a eclosão da Segunda Guerra Mundial.[61]
Campos de concentração e trabalho forçado (1933–1945)
Ver artigo principal: Campos de concentração nazistas
Prisioneiros do campo de concentração de Buchenwald em 1941.
Desde o início do Terceiro Reich campos de concentração foram criados, inicialmente como locais de encarceramento. Embora a taxa de mortalidade nos campos de concentração fosse elevada (de 50%), eles não eram projetados para serem centros de matança. (Em 1942, seis grandes campos de extermínio foram estabelecidos pelos nazistas na Polônia ocupada, que foram construídos exclusivamente para extermínios em massa). Depois de 1939, os campos tornaram-se cada vez mais lugares onde os judeus e prisioneiros de guerra eram mortos ou obrigados a trabalhar como escravos, ficavam desnutridos e eram torturados.[62] Estima-se que os alemães tenham estabelecido cerca de quinze mil campos e subcampos nos países ocupados, a maioria no leste da Europa.[63][64] Novos campos foram fundados em áreas com grande populações de judeus, poloneses intelligentsia, comunistas ou ciganos, incluindo dentro da Alemanha.[65] O transporte dos presos era muitas vezes realizado em condições horríveis, usando vagões ferroviários de carga, onde muitos morriam antes de chegar ao destino.[66]
A morte através do trabalho era uma política de extermínio sistemático - os presos tinham que, literalmente, trabalhar até a morte, ou trabalhar até a exaustão física, quando seriam então levados para as câmaras de gás, aos gaswagen (caminhões de gás) ou fuzilados. O trabalho escravo foi utilizado na indústria da guerra, por exemplo, na produção dos foguetes V-2.[67]
No momento da admissão, alguns campos de concentração tatuavam os prisioneiros com uma identificação.[68] Aqueles que estavam aptos para o trabalho eram despachados para turnos de doze a catorze horas. Antes e depois havia revistas que às vezes podiam durar horas, com os presos regularmente morrendo por exposição.[69]
Guetos (1940–1945)
Ver artigos principais: Gueto de Budapeste, Gueto de Cracóvia, Gueto de Łódź, Gueto de Lvov, Gueto de Vilnius, Gueto de Kovno e Gueto de Varsóvia
Mulheres judias capturadas no Gueto de Budapeste, outubro de 1944.
Após a invasão da Polônia, os nazistas estabeleceram guetos em que judeus e alguns ciganos foram confinados até serem finalmente enviados para campos de extermínio. A primeira ordem para a criação dos guetos veio em uma carta datada de 29 de setembro de 1939 a partir de Heydrich para os líderes dos Einsatzgruppen.[70] Cada gueto era administrado por um Judenrat (Conselho Judaico) composto por líderes da comunidade judaica alemã, que eram responsáveis pelo dia a dia do gueto, como a distribuição de alimentos, água, remédios e abrigo. A estratégia básica adotada pelos conselhos era de uma tentativa de minimizar as perdas, em grande parte, cooperando com as autoridades nazistas (ou seus substitutos), aceitando o tratamento cada vez mais terrível e pedindo por melhores condições e clemência.[71]
Os conselhos também eram responsáveis por fazer os arranjos para as deportações dos judeus para campos de extermínio,[72] portanto, o momento definidor que testou a coragem e o caráter de cada Judenrat veio quando eles foram convidados a fornecer uma lista de nomes do próximo grupo a ser deportado para os campos. Os membros do Judenrat tentavam métodos como suborno, obstrução, súplica e argumentação, até que, finalmente, uma decisão tinha de ser tomada. Alguns, como Chaim Rumkowski, argumentam que a sua responsabilidade era salvar os judeus que poderiam ser salvos, e que, portanto, outros tinham que ser sacrificados, enquanto outros afirmam que, seguindo Maimônides, nenhum indivíduo que não tenha cometido um crime capital deveria ser entregue. Líderes dos Judenrat, como o Dr. Joseph Parnas em Lviv, que se recusaram a compilar uma lista foram baleados. Em 14 de outubro de 1942, todo o Judenrat de Byaroza cometeu suicídio em vez de cooperar com as deportações.[73]
A importância dos conselhos no sentido de facilitar a perseguição e o assassinato de habitantes dos guetos não se perdia nos alemães: um oficial foi enfático ao dizer que "a autoridade do conselho judaico deve ser mantida e reforçada em todas as circunstâncias"[74] e que "os judeus que desobedecem as instruções do Conselho Judaico devem ser tratados como sabotadores."[72] Quando essa cooperação se desintegrou, como aconteceu no gueto de Varsóvia após a Organização Judia de Combate tomar a autoridade do conselho, os alemães perderam o controle.[75] No gueto de Varsóvia, houve uma enfermeira, chamada Irena Sendler, que lutou ao lado dos judeus, salvando mais de 2500 crianças durante esse período.[76]
Crianças famintas em uma das ruas do Gueto de Varsóvia, 1940.
O gueto de Varsóvia era o maior, com 380 mil pessoas, o gueto de Lodz era o segundo maior, com 160 mil presos. Eles eram, na verdade, imensas prisões superlotadas, descritas por Michael Berenbaum como instrumentos de um "assassinato lento e

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