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Abordagem Construtivista no Futebol de Salão

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Abordagem Construtiva na Educação Física.
“Às vezes falta visão ao sistema escolar, às vezes faltam escrúpulos. É difícil explicar a imobilidade a que são submetidas as crianças quando entram na escola. Mesmo se fosse possível provar (e não é) que uma pessoa aprende melhor quando está imóvel e em silêncio, isso não poderia ser imposto, desde o primeiro dia de aula, de forma súbita e violenta.”.
Freire (1994, p.12)
Conceitos relacionados a Abordagem Construtivista na Educação Física
A Construção do Conhecimento de Jean Piaget
Segundo o psicólogo e biólogo francês Jean Piaget o desenvolvimento da inteligente ou a construção do conhecimento se desenvolve através da adaptação, que ocorre a partir da interação do indivíduo com estímulos recebidos do meio ambiente, que gera um processo de assimilação e acomodação e cria um esquema, que é uma estrutura intelectual para resolver problemas.
Exemplo: Uma criança durante uma brincadeira de Futebol conheceu a bola, ou seja, recebeu um estímulo do meio, interagiu com ele, assimilou, acomodou e criou um esquema sobre bola, que é um objeto que se chuta. Em outro momento, essa mesma criança se depara com uma bola de Basquetebol, pela semelhança a criança vai assimilar e lançar mão do esquema sobre bola, que ela já acomodou anteriormente, e vai chutar a bola de Basquete.
Nesse momento vem a interação com o meio, um adulto/professor explica que aquela bola não se chuta, se joga com as mãos. Através desse estímulo dado pelo adulto a criança vai acomodar e assimilar um novo esquema, sobre bola de Basquete.
Estágios do Desenvolvimento Intelectual de Piaget
Piaget também dividiu o desenvolvimento intelectual em quatro estágios:
· Sensório-motor (0 – 2 anos): estágio da inteligência prática, ou seja, a criança pega o que está em suas mãos, mama o que é colocado em sua boca e vê o que está diante de seus olhos. Com desenvolvimento, a criança pode ver, pegar e pôr na boca.
· Pré-operatório (2 – 7,8 anos): estágio da inteligência simbólica onde a criança é capaz de substituir um objeto ou acontecimento por uma representação. Nessa fase a criança é egocêntrica, não consegue se pôr no lugar do outro, a criança que explicação para tudo, consegue simular situação, é levada pela aparência sem dar importância aos fatos.
· Operatório-concreto (8 – 11 anos): a criança desenvolve noções de tempo, espaço, velocidade, ordem, casualidade, relaciona diferentes aspectos e é capaz de abstrair dados da realidade.
· Operatório-formal (8 – 14 anos): a criança agora é capaz de fazer uma abstração total, sem limitações, já é capaz de pensar logicamente, formular hipóteses e buscar soluções, sem depender mais só da observação da realidade.
A Construção do Conhecimento segundo Vygotsky
Vygotsky sugere que o desenvolvimento da inteligência depende muito mais das interações com as pessoas do mundo das crianças e das ferramentas que a cultura proporciona para promover o pensamento. Para ele, as crianças aprendem não por meio da exploração solitária do mundo, mas se apropriando ou “tomando para si” os modos de agir oferecidos por sua cultura.
Para Vygostky os professores precisam fazer mais do que simplesmente arrumar o ambiente de modo que os alunos possam descobrir coisas sozinhos, mas sim atuar na Zona de Desenvolvimento Proximal da criança, fase na qual a criança não consegue resolver um problema sozinha, mas pode ter sucesso com a orientação de um adulto.
Os alunos devem ser orientados por explicações, demonstrações e trabalhos com outros colegas. Além disso, os alunos devem ser estimulados a usar a linguagem para organizar seus pensamentos e a falar sobre o que estão tentando realizar. O diálogo e a discussão são caminhos importantes para a aprendizagem.
Objetivo da Abordagem Construtivista na Educação Física
O Objetivo da Abordagem Construtivista da Educação Física é o desenvolvimento de habilidades que permitem se expressar no mundo, através da interação com o meio, com foco na criação de conflitos e resolução de problemas motores.
Metodologia da Abordagem Construtivista na Educação Física
Na Abordagem Construtivista da Educação Física, o professor deve levar em conta o conhecimento que o aluno já possui, que ele adquiriu através da interação com o meio social e cultural no qual ele vive. A partir dos interesses dos alunos o professor deve criar conflitos, mostrar outros pontos de vista, sugerir outros conceitos, criar problemas a serem resolvidos, e através da interação do aluno com o meio (as atividades, os jogos, brincadeiras, esportes, o espaço, os acessórios, outros alunos e professor) ele vai desenvolver o conhecimento e as habilidade motoras, afetivas e cognitivas.
O Aluno na Abordagem Construtivista na Educação Física
O aluno é o ativo no processo de aprendizagem, ele deve ser estimulado a interagir com o meio, resolver problemas, assimilar, acomodar e criar novos esquemas intelectuais, novas habilidades.
O Professor na Abordagem Construtivista na Educação Física
O professor é o facilitador, o mediador do processo de aprendizagem, não deve interferir na solução dos problemas criadas pelos alunos.
Avaliação na Abordagem Construtivista na Educação Física
A avaliação na Abordagem Construtivista da Educação Física é não-punitiva e vinculada ao processo de construção do conhecimento ou desenvolvimento de habilidades, não é padronizada buscando um determinado resultado ideal. Dessa forma, a avaliação considera o estágio inicial do aluno e seu desenvolvimento, considerando o erro parte do processo de aprendizagem, e não a condenação do aluno. O processo de auto avaliação pode ser utilizado.
Plano de Aula: Abordagem Construtivista na Educação Física
Vamos elaborar abaixo um plano de aula para uma turma de 6º ano do Ensino Fundamental.
Tema
Futebol de salão.
Objetivo
Desenvolver o jogo coletivo e a estratégia; desenvolver a habilidade de passar e chutar com as duas pernas; desenvolver o controle emocional durante uma atividade competitiva (perceba que os objetivos desta aula possuem o desenvolvimento de habilidade cognitivas, motoras e afetivo sociais).
Metodologia
1º parte: Os alunos se organizam em equipes para um jogo de Futsal normal (conhecimento prévio dos alunos).
2° parte: Depois de poucos minutos, o professor para o jogo e explica uma nova regra, que todos os jogadores precisam tocar na bola para que a equipe possa tentar fazer um gol (o professor criou um conflito entre o conhecimento prévio do aluno e uma nova regra que precisa ser respeita, ou seja, os alunos precisam resolver coletivamente esse problema).
3º parte: Depois de alguns minutos o professor interrompe o jogo e oferece um tempo para que os alunos de cada equipe discutam uma estratégia coletiva para resolver o problema criado pela nova regra (os alunos agora usaram a linguagem para se expressar, precisarão usar esquemas cognitivos já existentes ou assimilar e acomodar novos esquemas cognitivos através da interação com os colegas).
4º parte: Após retornarem ao jogo, os alunos agora devem resolver um novo problema, agora só poderão tocar na boa com a perna que não é a “boa”, ou seja, os destros devem jogar com a perna esquerda e os canhotos com a perna direita (os alunos agora vivenciaram um desafio motor, precisaram desenvolver a habilidade motora de passar e chutar a bola com a perna que não é a boa).
IMPORTANTE! Em todos os momentos da aula o professor deve estar observando e mediando, dando orientações que ajudem os alunos a desenvolver as habilidades e resolver os problemas.
Parte final da aula
Ao final da aula o professor deve fazer uma roda de conversa com os alunos sobre as atividades desenvolvidas na aula, dessa forma os alunos usarão a linguagem verbal para se expressar sobre as dificuldades encontradas e como fizeram para resolver os problemas.

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