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Ética e Bioetica

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Ética e Bioetica
 
CONFLITO
O conflito surge quando há a necessidade de escolha entre situações que podem ser consideradas incompatíveis. Todas as situações de conflito são antagônicas e perturbam a ação ou a tomada de decisão por parte da pessoa ou de grupos.
O conflito pode ser definida como um processo que começa quando uma das partes percebe seus interesses, normas e valores ou opiniões e pontos de vista contrariados por 	outro.
Questão de múltipla escolha 
Se considerarmos a Epidemiologia do conflito, evidencia-se que preponderam:
a)Os conflitos entre a equipe e o paciente.
b)Os conflitos entre a equipe.
c)Os conflitos inter-equipes.
d)Os conflitos entre a equipe e a família paciente.
e)Todas as alternativas anteriores.
O que precisa ser considerado:
Os profissionais não identificam as questões éticas no contexto de trabalho, ou seja, não desenvolvem a sensibilidade moral.
A sensibilidade moral permite que os enfermeiros percebam os problemas éticos da sua prática e considerem o desenvolvimento de habilidades para a busca de soluções adequadas e gestão de problemas éticos nos distintos espaços de cuidado em saúde.
Os termos sensibilidade moral e sensibilidade ética são encontrados muitas vezes como sinônimos. Os componentes da sensibilidade moral no trabalho da enfermagem podem ser compreendidos em três domínios específicos:
1)	Consciência Moral:
O enfermeiro precisa estar ciente do seu código de ética profissional e dos possíveis conflitos éticos no ambiente de cuidados à saúde e agir nessas situações de acordo com o que rege seu código de ética. 
2) Motivação benevolente: vontade de fazer o que se sabe ser o certo e fazer o bem pelo paciente, pelo outro, ser altruísta. 
Entre os componentes do exercício da motivação benevolente estão os valores pessoais, o conhecimento, orientado pelo raciocínio clínico e crítico, a comunicação efetiva, o trabalho em equipe e os resultados positivos apresentados pelos pacientes decorrentes dos cuidados de enfermagem.
3) Percepção moral espontânea: capacidade do enfermeiro reconhecer situações éticas ou problemas que possam surgir e, ao mesmo tempo, estar atento aos sentimentos que possam exercer impacto sobre os pacientes. Nesta categoria, a liderança e o conhecimento constituem importantes componentes que auxiliam na identificação e resolução dos problemas éticos vivenciados, sobretudo conflitos organizacionais, falta de competência de membros da equipe de saúde 
e divergências de condutas entre categorias profissionais. Da percepção, da contingência e da historicidade.
DELIBERAÇÃO MORAL
É procedimento intelectual que visa eleger alternativas prudentes. 
PRUDÊNCIA = arte de tomar decisões morais razoáveis ainda que incertas
As decisões são prudentes ou não imprudentes e não verdadeiras ou falsas.
“Capacidade de relativizar a própria perspectiva e considerar a dos demais, discutindo racionalmente os pontos de vista, modificando progressivamente a própria visão do processo e de seus pontos de vista”.
Tratar conflitos como DILEMA
- dis (dois) + lênima ( escolher/ eleger );	 - Conduz a duas respostas, opostas e irredutíveis; - Objetivo é a DECISÃO; - Define a solução CORRETA e a INCORRETA; - Pressupõe que as questões éticas têm sempre resposta; - E que esta resposta é única, mesmo que seja somente provável e num contexto de incerteza.
O problematismo na prática clínica - Problema em frente, sem pressupor solução (nem que haja, nem quantas, nem que sejam universais) - Argumentação / razoabilidade; - A realidade é mais rica e complexa do que podemos conceber; - INCERTEZA não é sinônimo de IRRACIONALIDADE; - A deliberação coletiva aperfeiçoa o nosso sentido moral.
Sofrimento Moral 
Define-se o SM como um desequilíbrio psicológico vivenciado por indivíduos ao se depararem com obstáculos que impossibilitam ou dificultam sua intervenção na realidade e a adoção de atitudes e comportamentos considerados corretos em consonância com seu julgamento moral. O indivíduo reconhece sua responsabilidade, tece seu julgamento moral, elege a conduta considerada mais adequada, mas não encontra condições para atuar conforme seu julgamento e valores, entendendo como inadequada sua participação moral(1,7-8). O estudante vivencia no estágio curricular problemas no âmbito assistencial e gerencial, que demandam escolhas, estabelecimento de prioridades e mediação de conflitos. Tais problemas encontram-se muitas vezes relacionados aos modelos de gestão dos serviços de saúde, que têm exigido a mobilização de competências e habilidades diferenciadas dos profissionais, como a capacidade de articulação entre os setores, flexibilidade, multifuncionalidade e capacidade de relacionar-se com a equipe. Essas vivências podem ocasionar SM no estudante, o que pode ser relacionado a entraves para exercer a deliberação moral e a advocacia do paciente, com sentimentos de carência de poder e resistência reduzida(9).
No entanto, para além dos sentimentos, o estudo apontou duas categorias sobre o SM do estudante no enfrentamento de problemas na realidade dos serviços de saúde: “A carência de poder” e “O erro e precariedade”. 
A Carência de poder- O estágio curricular propicia ao estudante vivências de conflitos e divergências nas práticas de cuidado com a equipe multiprofissional, quando propõe mudanças para contribuir com a melhoria do cuidado. Essas propostas muitas vezes não são aceitas pela equipe, o que proporciona além de SM, sentimentos de impotência, frustação e desânimo. “Muitas vezes a dinâmica de trabalho do serviço de saúde não condiz com as condutas consideradas por nós como as mais corretas. [...] Creio que seja um sofrimento moral quando tento mudar certas realidades e não sou bem vista ou aceita na minha boa intenção”. (G.2.A).“E o pior é você ver o errado e não conseguir fazer nada. […]Porque a pessoa sabe que está errado econtinua errado. E isso deixa a gente se sentir impotente”. (G.4.A) Ao se sentirem impossibilitados de realizar as mudanças necessárias, seja por falta de condições dos serviços, de autonomia, ou ainda por outros motivos, os estudantes se veem obrigados a realizar procedimentos de maneira incorreta, o que lhe gera SM. “Eu estou estudando e tenho que chegar aqui e fazer a coisa errada, mesmo sabendo que aquilo é prejudicial para o paciente.”. (G.8.B) A condição de estagiário é percebida como alvo de preconceito pela equipe de saúde e pelos pacientes, fazendo com que os estudantes se sintam desvalorizados.
O erro e precariedade- O distanciamento entre a aplicabilidade dos conhecimentos aprendidos na universidade e as condições dos serviços de saúde está vinculada à precariedade das condições físicas, materiais, humanas e gerenciais. “Na atenção primária o aprendizado teórico e a vontade de fazer, mudar e prosperar bate de frente com a dura realidade. A falta de material, de estrutura, suporte superior, causa o sentimento de impotência que, posteriormente, pode se tornar estagnação”

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