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Cursos Livres Redação - Etapa 05

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REDUÇÃO 5
AS ESPECIFICIDADES DO 
TEXTO ACADÊMICO
Durante o trajeto de nossa vida universitária, somos constantemente 
convidados a produzir alguns textos de caráter específico. Eles fazem parte 
de nossa rotina como acadêmicos, pois com eles aprimoramos e aplicamos 
os conhecimentos construídos ao longo de nosso curso, preparando-nos para 
a profissão que escolhemos exercer. Por isso, é importante dedicarmos um 
momento neste curso para nos ocuparmos deles. Assim, todo este capítulo 
é voltado para o estudo dos textos acadêmicos. Iniciaremos identificando as 
características deste tipo de produção, e, na sequência, passaremos a analisar 
os textos acadêmicos mais solicitados nas graduações: fichamento, resumo, 
resenha e paper. Vamos lá?!
APRESENTAÇÃO
Organização
Elisabeth Penzlien 
Tafner
Reitor da 
UNIASSELVI
Prof. Hermínio Kloch
Pró-Reitora do EAD
Prof.ª Francieli Stano 
Torres
Edição Gráfica 
e Revisão
UNIASSELVI
Autora
Iara de Oliveira
 CURSO LIVRE - REDUÇÃO 5 - AS ESPECIFICIDADES DO TEXTO ACADÊMICO
AS ESPECIFICIDADES 
DO TEXTO ACADÊMICO
.05
1 INTRODUÇÃO
Durante o trajeto de nossa vida universitária, somos constantemente 
convidados a produzir alguns textos de caráter específico. Eles fazem parte 
de nossa rotina como acadêmicos, pois com eles aprimoramos e aplicamos 
os conhecimentos construídos ao longo de nosso curso, preparando-nos para 
a profissão que escolhemos exercer. Por isso, é importante dedicarmos um 
momento neste curso para nos ocuparmos deles. Assim, todo este capítulo 
é voltado para o estudo dos textos acadêmicos. Iniciaremos identificando as 
características deste tipo de produção, e, na sequência, passaremos a analisar 
os textos acadêmicos mais solicitados nas graduações: fichamento, resumo, 
resenha e paper. Vamos lá?!
2 CARACTERÍSTICAS DO TEXTO ACADÊMICO
Vimos, nos capítulos anteriores, que para cada situação comunicativa 
empregamos um determinado gênero textual. Nos ambientes acadêmicos, 
além dos textos que envolvem o processo comunicativo de modo geral, são 
solicitados alguns gêneros específicos, os quais se adequam ao ambiente 
estudantil, aos conteúdos técnico-científicos e aos objetivos traçados durante 
o processo de ensino-aprendizagem. Neles predominam as estruturas 
expositivo-argumentativas, embora possamos identificar traços das demais 
estruturas.
Como os textos acadêmicos são frutos de demandas técnico-científicas, 
apresentam alguns traços que lhes são característicos, por isso, é muito 
importante prestar atenção a eles na hora da escrita. Em primeiro lugar, 
todo texto acadêmico, tal como vimos quando estudamos a linguagem 
científica, deve ser claro e objetivo. Cada vez mais as universidades e os 
meios de pesquisa em geral vêm solicitando produções curtas, porém com 
 CURSO LIVRE - REDUÇÃO 5 - AS ESPECIFICIDADES DO TEXTO ACADÊMICO
profundidade. Isso exige que sejamos diretos e façamos o mínimo de rodeios 
para tratar do assunto. Em segundo lugar, esse é um texto que exige olhar 
crítico e rigor. No meio acadêmico, lugar por excelência do desenvolvimento 
da ciência, não podemos fazer afirmações que não podem ser provadas, que 
não tenham consistência argumentativa.
Vale destacar, também, que como se pretende demonstrar objetividade 
na escrita de um texto acadêmico, justamente para imprimir-lhe o rigor que 
necessita, precisamos fazer uso de alguns recursos, um deles é o uso de 3ª 
pessoa. Como estamos lidando com ciência, precisamos deixar claro que 
não temos um “envolvimento emocional”, mas sim científico com o objeto 
estudado. Desse modo, fazer uso da 3ª pessoa ajuda neste processo de 
distanciamento e cientificidade. Veja:
Exemplo 1
A leitura do texto me mostrou que o autor não soube identificar as 
características do texto acadêmico. Penso que faltou clareza na sua exposição, 
não identifiquei exemplos e senti falta de exercícios que me ajudassem a 
compreender as questões apresentadas.
Exemplo 2
A leitura do texto nos mostrou que o autor não soube identificar as 
características do texto acadêmico. Pensamos que faltou clareza na sua 
exposição, não identificamos exemplos e sentimos falta de exercícios que 
nos ajudassem a compreender as questões apresentadas.
Exemplo 3
A leitura do texto mostrou que o autor não soube identif icar as 
características do texto acadêmico. Faltou clareza em sua exposição, não 
houve como identificar exemplos e a ausência de exercícios que impediram 
a compreensão das questões apresentadas.
Note que o exemplo 1, escrito em 1ª pessoa do singular (eu), tornou o texto 
muito pessoal, o que comprometeu o peso dos argumentos apresentados. O 
exemplo 2 fez uso da 1ª pessoa do plural, forma muito encontrada em trabalhos 
acadêmicos e científicos. No entanto, embora o plural de certa forma apague 
um pouco a pessoalidade, ainda não isenta o texto de uma personificação. 
Já o exemplo 3, em 3ª pessoa, gera esse efeito de distanciamento do objeto. 
Note que os argumentos apresentados são os mesmos do exemplo 1, no 
entanto, em 3ª pessoa eles parecem adquirir mais consistência, mais peso.
 CURSO LIVRE - REDUÇÃO 5 - AS ESPECIFICIDADES DO TEXTO ACADÊMICO
Outra característica do texto acadêmico é a originalidade. Entenda 
originalidade não como ineditismo, algo que nunca foi dito antes, mas como 
dizer de forma diferente, com consistência e criatividade, fazendo uso de 
citações que reforcem os pontos de vista defendidos. Isso evita o uso indevido 
dos textos de outros, a que conhecemos comumente por plágio.
Para facilitar nossa compreensão, um texto acadêmico deve apresentar 
as seguintes características, visíveis no quadro a seguir:
QUADRO 6 – CARACTERÍSTICAS DO TEXTO ACADÊMICO
Característica Descrição
Clareza e objetividade
Evitar ambiguidades que gerem interpretações 
inadequadas.
Evitar linguagem rebuscada e termos técnicos 
em excesso.
Evitar falta de ordem na sequência das ideias.
Precisão
Usar palavras que retratem exatamente o que 
se quer dizer.
Comunicabilidade
Abordar o tema de forma direta e simples.
Desenvolver as ideias de forma lógica e em uma 
sequência de continuidade.
Usar adequadamente as estruturas linguísticas.
Imparcialidade
Apresentar conteúdos apoiados em dados e 
provas.
Evitar opiniões.
Evitar afirmações que não estejam apoiadas em 
argumentos consistentes.
Impessoalidade
Usar, preferencialmente, 3ª pessoa na construção 
do texto.
Uniformidade
Manter um padrão no uso da linguagem, das 
siglas, das abreviaturas, dos termos técnicos.
FONTE: Adaptado de: Medeiros (2008).
Para ilustrar o que vimos, analisemos o fragmento a seguir, trata-se da 
introdução de um artigo científico:
Nos últimos anos diversos programas de treinamento físico têm sido 
propostos, principalmente para a maioria da população considerada não 
atletas e que procuram praticar atividades físicas de forma regular, agradável 
e sem fins competitivos. Segundo Haskell et al.1 a atividade física regular 
bem planejada está associada a uma melhor saúde e qualidade de vida. Além 
 CURSO LIVRE - REDUÇÃO 5 - AS ESPECIFICIDADES DO TEXTO ACADÊMICO
disso, o treinamento físico tem sido proposto como método terapêutico 
não farmacológico adequado para manutenção e prevenção de doenças 
cardiovasculares2-6.
O treinamento aeróbio não deve ser visto apenas para a preparação de 
atletas de alto rendimento (níveis profissionais e semiprofissionais), e embora 
os seus desempenhos e padrões físicos tenham se tornado exemplos de saúde 
para os atletas amadores e para os não atletas, seus programas de treinamento 
não precisam ser completamente copiados, até mesmo porque muita coisa 
é intuitiva7. Atletas têm o foco em competições e desempenhos máximos, 
podendo exceder os estímulos do treinamento, tendo como consequência 
lesões musculoesqueléticas prejudiciais à saúde.
Há necessidadeentão de cuidados para o uso de metodologias aplicadas 
àquelas pessoas que querem melhorar o seu condicionamento físico para o 
seu trabalho e saúde, e as recomendações incluem a dinâmica de treinamento 
que envolve a manipulação da carga por meio das variáveis: intensidade, 
duração e frequência de estímulos, além do tipo do exercício1,8-9. Porém, 
apesar das discussões da relação exercício e saúde e da necessidade de uma 
dose-resposta apropriada, nada em relação à periodização de cargas aeróbias 
tem sido sugerido para pessoas saudáveis, não atletas.
Observações empíricas sobre o planejamento e controle das sessões 
de treino de atletas possibilitaram identificar que para o aumento de cargas 
durante as semanas (periodização) os métodos por degrau, ou seja, com 
elevação em forma de escada, e os do tipo ondulatório, ou seja, em forma de 
ondas crescentes, são mais eficientes do que os métodos lineares (aumento 
contínuo até o máximo e manutenção) e contínuo (sempre a mesma carga)10-13.
Periodização de treinamento significa a subdivisão do programa sazonal 
em períodos menores e ciclos de treinamento13. A base da teoria tradicional de 
periodização de treinamento inclui, entre outras coisas, uma elucidação geral 
de carga e de recuperação tendo em vista o conceito de supercompensação. 
Assim, uma progressão gradual, como sugerido pelo Colégio Americano de 
Medicina Esportiva - ACSM5 –, não garante que ocorram fases de estímulo e 
recuperação nos microciclos (semanas), pois ela pode ser feita de forma linear, 
somente com aumento da intensidade, ou permanecendo com a mesma 
intensidade e/ou mesmo volume.
Esta preocupação é porque, frequentemente, os programas de atividade 
física regular são iniciados sem uma dosagem adequada dos estímulos 
aeróbios, não respeitando nem o princípio da sobrecarga (progressão) e 
nem as próprias características individuais. Isto pode rapidamente levar a um 
estado de "overtraining", ou seja, um estado de fadiga14, e afastar o praticante 
do programa de treinamento precocemente.
Apenas um trabalho foi encontrado, até o momento, em que se 
considerou a influência da distribuição das cargas semanais de treinamento 
no rendimento aeróbio de não atletas15.
 CURSO LIVRE - REDUÇÃO 5 - AS ESPECIFICIDADES DO TEXTO ACADÊMICO
A hipótese deste trabalho é que programas regulares de atividades 
físicas aeróbias possam mostrar vantagens em seus resultados com uma 
organização de cargas periodizadas de forma ondulatória ou crescente, ao 
invés de utilizar método linear ou contínuo, potencializando os benefícios 
relacionados à saúde.
Assim, o objetivo foi estudar as respostas fisiológicas em homens 
saudáveis, submetidos a um programa de treinamento predominantemente 
aeróbio, pela caminhada/corrida, com diferentes estruturações (distribuições 
e aumentos) de intensidades na periodização, analisando e comparando os 
efeitos das periodizações em relação aos parâmetros relacionadas à saúde: 
composição corporal, frequência cardíaca (FC), pressão arterial sistólica (PAS) 
e pressão arterial diastólica (PAD), e duplo produto (DP), em repouso, esforço 
e recuperação, e consumo de oxigênio (VO2) em nível submáximo e máximo.
Obs.: Os números sobrescritos são indicativos das referências utilizadas e, no 
texto original, aparecem nas notas de rodapé.
FONTE: PEREZ, Anselmo José. Efeitos de diferentes modelos de periodização do treinamento aeróbio 
sobre parâmetros cardiovasculares, metabólicos e composição corporal de bombeiros militares. Rev. bras. 
educ. fís. esporte, São Paulo, v. 27, n. 3, p. 363-376, set. 2013. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.
php?script=sci_arttext&pid=S1807-55092013000300004&lng=pt&nrm=iso>. Acesso: 30 maio 2016.
Como podemos observar, neste fragmento do artigo, identificamos as 
características do texto acadêmico. Ele é claro e objetivo, apresenta de forma 
pontual os dados que são relevantes para a compreensão do tema abordado, 
sem exagerar nos termos técnicos. Há uma sequência adequada, expondo 
questões gerais sobre o tema para, em seguida, indicar o foco do trabalho. Faz 
uso de 3ª pessoa, mantendo o distanciamento necessário para este gênero 
textual. É imparcial, evitando comentários e opiniões. Utiliza adequadamente 
as estruturas linguísticas, fazendo uso da norma culta da língua.
Familiarizados com as características do texto acadêmico, podemos, a 
partir de agora, dedicar-nos ao estudo de alguns dos textos acadêmicos mais 
solicitados em nossas universidades. Iniciemos pelo fichamento.
3 O FICHAMENTO
O fichamento associa-se mais a uma técnica de trabalho individual, do 
que propriamente constitui-se em um trabalho acadêmico. Embora muitos 
professores o peçam, como forma de certificar-se de que os alunos efetuaram 
as leituras necessárias para a compreensão do conteúdo, atribuindo-lhe uma 
nota, na maioria das vezes, ele é o primeiro passo para a confecção de um 
texto acadêmico. Seu propósito é sintetizar de forma documentada as ideias 
mais relevantes de um texto, capítulo de livro ou livro.
 CURSO LIVRE - REDUÇÃO 5 - AS ESPECIFICIDADES DO TEXTO ACADÊMICO
Desse modo, o fichamento, para sua elaboração adequada, exige uma ou 
mais leituras atentadas do texto, sua compreensão, a identificação das ideias 
principais e o registro conciso, objetivo, de tais informações. Ao ficharmos um 
texto, estamos fazendo um excelente exercício de leitura e escrita, que nos 
possibilitará produzir textos acadêmicos de maior porte com tranquilidade e 
adequação.
Esse gênero é muito importante para a organização de informações. Dada 
a quantidade de leituras que executamos para elaborar um trabalho ou uma 
pesquisa, o fichamento permite acessar mais rapidamente as informações 
relevantes, evitando que nos percamos em meio a um emaranhado de 
informações sobre o tema que nos propomos a estudar. Também permite 
assimilar mais facilmente essas informações, estabelecendo as relações 
necessárias com outras informações para a construção dos argumentos 
textuais.
Assim, a principal uti l idade do f ichamento é otimizar as leituras 
realizadas nos ambientes acadêmicos, permitindo um uso mais adequado 
das informações contidas nos textos em novas produções.
De acordo com Henriques e Medeiros (1999, p. 100), o fichamento 
objetiva “a) identificar as obras consultadas; b) registrar o conteúdo das obras; 
c) registrar as reflexões proporcionadas pelo material de leitura; d) organizar 
as informações colhidas”.
Considerando sua importância para o processo de leitura e compreensão de 
textos científicos, podemos identificar dois “tipos” de fichamento: a) elaborado 
pelo acadêmico com o objetivo de desenvolver habilidades e competências 
sobre determinado tema, otimizar a leitura e fixar assuntos de importância 
para as disciplinas que solicitam este tipo de produção; b) elaborado pelo 
estudante, professor ou pesquisador, quando realiza uma revisão bibliográfica 
ou pesquisa, com o objetivo de reunir as informações mais relevantes para o 
desenvolvimento da pesquisa. Dessa forma, podemos afirmar que o primeiro 
é uma espécie de resumo que, seguindo a lógica estabelecida pelo autor do 
texto, as relações por ele definidas e a sequência do conteúdo, destaca as 
ideias centrais, facilitando os estudos. Já o segundo, evidencia do texto o que 
pode ser relevante na pesquisa que está em desenvolvimento, ou seja, são 
destacadas apenas as informações que contribuirão para o desenvolvimento 
do trabalho a ser elaborado, deixando, muitas vezes, algumas ideias centrais 
em segundo plano.
Em um fichamento, independente de seu propósito, devemos encontrar: 
cabeçalho, referência e corpo. No cabeçalho constam informações para 
identificação geral do que foi fichado, normalmente um título que permita 
retomar o tema. Há casos em que há um subtítulo e, ainda, casos em que 
esse título é o mesmo destinado ao texto fichado. A referência,por sua 
 CURSO LIVRE - REDUÇÃO 5 - AS ESPECIFICIDADES DO TEXTO ACADÊMICO
vez, constitui-se das informações sobre a obra em si: autor, título, local de 
publicação, editora, ano, páginas (se for o caso). Normalmente adotamos o 
padrão ABNT, contido na norma NBR 6023:2002, para elaborar essa parte do 
fichamento. Por fim, o corpo, no qual está o conteúdo propriamente dito.
Existem vários tipos e formatos de fichamento, no entanto, em virtude 
do objetivo deste caderno de estudos, apresentaremos a ficha de leitura, já 
que esta é a mais solicitada como trabalho acadêmico.
Existe um tipo de fichamento com o qual temos bastante contato, como 
acadêmicos, mas em virtude de não o elaborarmos, não colocamos 
como item de estudo, mas deixamos como informação adicional: a ficha 
catalográfica. Ela é elemento indispensável no início dos livros e em 
bibliotecas porque facilita a localização do livro ou o conhecimento de 
seus elementos-chave. Nela encontramos o tema abordado pelo livro e a 
área em que se insere, a referência e, no caso das fichas disponíveis nas 
bibliotecas, um breve indicativo sobre o conteúdo da obra e sua localização 
nas estantes.
Exemplo:
FIGURA 26 – FICHA BIBLIOGRÁFICA (COMUM EM BIBLIOTECAS)
FONTE: Disponível em: <http://www.cpscetec.com.br/adistancia/pesquisa/aula3.htm>. 
Acesso em: 27 maio 2016.
 CURSO LIVRE - REDUÇÃO 5 - AS ESPECIFICIDADES DO TEXTO ACADÊMICO
FIGURA 27 – FICHA CATALOGRÁFICA
FONTE: Disponível em: <http://cultura.universia.com.br/tutoriais/
monografias/03_1.jsp>. Acesso em: 27 maio 2016.
3.1 FICHA DE LEITURA
“São assim designadas as fichas em que se registram informações 
bibliográficas completas, anotações sobre tópicos da obra, citações diretas, 
juízos valorativos a respeito da obra, resumo do texto, comentários” (MEDEIROS, 
2008, p. 104), ou seja, seu propósito é sintetizar o conteúdo do texto lido.
Como em todo fichamento, apresentará um cabeçalho, indicando a área 
e o tema, por meio de um título; a referência completa e o corpo da ficha. 
Nele constará uma espécie de resumo, o qual deverá ser sucinto e objetivo, 
respeitar a ordem da apresentação das ideias, usar linguagem clara, direta e 
objetiva, apresentar uma sequência coerente de frases e/ou citações diretas 
do texto. As orientações dadas por quem solicitou a ficha, na maioria das 
vezes o docente, indicarão se no corpo se fará um resumo com as citações, 
somente um resumo ou somente as citações.
É importante salientar que deve constar na frase síntese ou na citação 
o número da página. Lembre-se de que a ficha também deve ajudar na 
localização rápida da informação no texto original, caso seja necessário 
voltar a ele.
Também é possível, dependendo da orientação do solicitador da ficha, 
acrescentar um comentário sobre a obra ou ideias que foram tidas durante a 
leitura. Esse tipo de inclusão permite que quando as informações contidas na 
ficha sejam utilizadas na elaboração de novos textos se possa fazer relações 
com outros textos e temas.
Veja alguns exemplos:
 CURSO LIVRE - REDUÇÃO 5 - AS ESPECIFICIDADES DO TEXTO ACADÊMICO
FIGURA 28 – FICHA DE LEITURA COM RESUMO
Note que no exemplo acima há o cabeçalho, indicando a área e o tema; 
a referência, seguindo o padrão da norma NBR 6023:2002; e o corpo da ficha 
no qual há um resumo de cada página, ou seja, neste modelo o autor fez uma 
condensação das ideias, não utilizando citações.
FONTE: Disponível em: <http://www.univali.br/vida-no-campus/biblioteca/Documents/
elaboracao_de_trabalhos_academico-cientificos.pdf>. Acesso em: 27 maio 2016.
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FIGURA 29 – FICHA DE LEITURA COM RESUMO, CITAÇÕES E COMENTÁRIOS
FONTE: A autora (2016)
No exemplo anterior podemos verificar que o fichamento nos dá uma 
visão global da obra. Há um resumo, as citações mais relevantes, alguns 
comentários, permitindo que possamos fazer uso das informações em novas 
produções sem que necessariamente tenhamos que voltar ao texto original. 
Note como isso facilita muito os estudos e a elaboração de novos trabalhos.
 CURSO LIVRE - REDUÇÃO 5 - AS ESPECIFICIDADES DO TEXTO ACADÊMICO
Além dos fichamentos, um texto acadêmico bastante solicitado é o 
resumo, por isso, vamos estudá-lo em detalhes. Vamos lá?!
4 O RESUMO
Durante nossa trajetória no meio acadêmico lemos muitos textos 
técnico-científicos e como cada um deles traz uma série de dados, exemplos, 
comparações, comentários etc., não é possível retermos cada palavra do 
que dizem. Por isso, constantemente fazemos uso de nossas capacidades de 
análise e síntese para guardar do que lemos aquilo que é essencial, o mais 
importante. Esse ato consiste em identificar aquelas que são as ideias centrais 
ou primárias do texto e separá-las daquelas que são informações secundárias. 
A isso chamamos de resumir. Resumir é, portanto, fazer “uma redução do texto 
original procurando captar suas essenciais, na progressão e no encadeamento 
em que aparecem no texto” (PLATÃO; FIORIN, 2008, p. 420). 
Segundo Medeiros (2008, p. 128), “resumo é uma apresentação sintética e 
seletiva das ideias de um texto, ressaltando a progressão e a articulação delas. 
Nele devem aparecer as principais ideias do autor do texto”. Isso significa que 
ao resumir um texto não podemos fazer comentários ou incluir ideias nossas 
na produção. Temos que seguir fielmente as ideias do autor, na ordem como 
as apresenta e mantendo as mesmas relações nelas contidas.
Para realizar esse processo, a primeira condição é que, após a leitura, 
tenhamos uma compreensão total do texto a ser resumido. Somente após 
a leitura cuidadosa, a compreensão plena e a análise do texto, será possível 
identificar as informações as quais manteremos durante a trajetória de redução 
do texto original.
Medeiros (2008, p. 128) também indica como deve ser o resumo:
Em sua elaboração, devem-se destacar quanto ao conteúdo:
• o assunto do texto;
• o objetivo do texto;
• a articulação das ideias;
• as conclusões do autor do texto objeto do resumo.
Formalmente, o redator do resumo deve atentar para alguns procedimentos:
• ser redigido em linguagem objetiva;
• evitar a repetição de frases inteiras do original;
• respeitar a ordem em que as ideias ou fatos são apresentados.
Finalmente, o resumo:
• não deve apresentar juízo valorativo ou crítico (que pertencem a outro tipo 
de texto, a resenha);
• deve ser compreensível por si mesmo, isto é, dispensar a consulta ao original.
 CURSO LIVRE - REDUÇÃO 5 - AS ESPECIFICIDADES DO TEXTO ACADÊMICO
Como não podemos fazer uma síntese ao mesmo tempo em que lemos 
pela primeira vez o texto, o melhor é seguir alguns passos que garantem a 
eficiência e eficácia do resumo. Esses procedimentos, indicados por Platão e 
Fiorin (2008, p. 421), obedecem à seguinte sequência:
1. Ler uma vez o texto ininterruptamente, do começo ao fim. [...] Essa primeira 
leitura deve ser feita com a preocupação de responder genericamente à 
seguinte pergunta: do que trata o texto?
2. Uma segunda leitura é sempre necessária. Mas esta, com interrupções, com 
o lápis na mão, para compreender melhor o significado de palavras difíceis 
(se preciso, recorra ao dicionário) e para captar o sentido das frases mais 
complexas (longa, com inversões, com elementos ocultos). Nessa leitura, 
deve-se ter a preocupação de compreender bem o sentido das palavras 
relacionais, responsáveis pelo estabelecimento das conexões (assim, isto, 
isso, aquilo, aqui, lá, daí, seu, sua, ele, ela etc.)
3. Num terceiro momento, tentar fazer uma segmentação do texto em blocos 
de ideias que tenham alguma unidade de significação. Ao resumir um texto 
pequeno, pode-se adotar como primeiro critério de segmentação a divisão 
em parágrafos. Pode ser que se encontre uma segmentação mais ajustada 
que a dos parágrafos, mas como início de trabalho, o parágrafo podeser um 
bom indicador.
4. Quando se trata de um texto maior (o capítulo de um livro, por exemplo) 
é conveniente adotar um critério de segmentação mais funcional, o que vai 
depender de cada texto (as oposições entre os personagens, oposições de 
espaço, de tempo).
5. Em seguida, com palavras abstratas e mais abrangentes, tentando-se resumir 
a ideia ou as ideias centrais de cada fragmento. Dar a redação final com suas 
palavras, procurando não só condensar os segmentos, mas encadeá-los na 
progressão em que se sucedem no texto e estabelecer as relações entre eles.
Lembre-se de que no resumo se apresentam apenas as ideias do autor, 
por isso, é importante deixar claro de quem é a autoria, fazendo uso de 
expressões como: “segundo o autor”, “o autor afirma”, “de acordo com o 
autor”. Como afirmam Machado, Lousada e Abreu-Tardelli (2008a, p. 47), 
“Um resumo é um texto sobre outro texto, de outro autor, e isso deve ficar 
sempre claro, mencionando-se frequentemente o seu autor, para evitar 
que o leitor tome como sendo nossas as ideias que, de fato, são do autor 
do texto resumido”.
Desse modo, o resumo é um novo texto, gerado a partir do primeiro. 
Sendo um novo texto, é dotado de coesão e coerência, construído com base 
em uma paráfrase, ou seja, o escritor do resumo, apresenta com suas palavras 
as ideias que estavam no original.
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) dedica uma norma. 
NBR 6028 (ABNT, 2003) para tratar do resumo. Nela o resumo é definido 
como “apresentação concisa dos pontos relevantes de um documento” (ABNT, 
2003, p. 1) e são apresentadas três variações dele ou três tipos de resumo: 
indicativo, informativo e crítico.
 CURSO LIVRE - REDUÇÃO 5 - AS ESPECIFICIDADES DO TEXTO ACADÊMICO
a) Resumo indicativo: neste tipo de resumo há a indicação dos pontos 
principais do texto original, no entanto, não constam dados quantitativos 
ou qualitativos. Como ele é bastante abrangente, há a necessidade de voltar 
ao texto original para obter mais informações consideradas principais. 
Esses resumos são aqueles que aparecem no início de trabalhos técnico-
científicos como artigos, papers, monografias, dissertações e teses ou em 
anais de eventos.
Vejamos um exemplo:
MARTINS, Olívia Maria Dourados et al. O marketing social e a promoção 
de mudanças estruturais no aleitamento materno. RAE. São Paulo, n. 4, v. 54, 
p. 370-380, jul-ago 2014.
RESUMO
Para avaliar as implicações práticas em relação ao comportamento do 
aleitamento materno, relativamente à dimensão dos problemas estruturais no 
âmbito do marketing social (1), foi desenvolvida uma investigação qualitativa 
exploratória, fundamentada na perspectiva do Modelo Ecológico Social (Social 
Ecological Model – SEM), por meio de entrevistas em profundidade com 
consultoras e conselheiras de lactação em Portugal (2). O conteúdo dessas 
entrevistas revelou algumas das principais barreiras ao aleitamento materno, 
no que respeita aos problemas estruturais e no âmbito do marketing social (3).
PALAVRAS-CHAVE : Marketing social . Comportamento do aleitamento 
materno. Barreiras. Modelo ecológico social. Mudanças estruturais.
Note que há uma sequência de informações que nos permite determinar 
sobre o que trata o texto original. No entanto, se quisermos obter mais dados, 
teremos que recorrer ao original. Este tipo de resumo, segundo a Norma 6028 
(ABNT, 2003), deve apresentar o objetivo do trabalho, identificado em (1); o 
método, constante em (2); e os resultados, visíveis em (3). A norma também 
impõe a extensão desse tipo de resumo, indicando que deve ter:
a) de 150 a 500 palavras os de trabalhos acadêmicos (teses, dissertações e 
outros) e relatórios técnico-científicos;
b) de 100 a 250 palavras os de artigos de periódicos;
c) de 50 a 100 palavras os destinados a indicações breves (ABNT, 2003, p. 2).
b) Resumo informativo: este tipo de resumo apresenta todas as ideias 
principais do texto, dispensando, desse modo, a volta ao texto original. É 
um tipo de resumo bastante solicitado nos ambientes acadêmicos com a 
finalidade de sintetizar as leituras realizadas.
Vejamos um exemplo. Primeiro apresentamos o texto original, na 
sequência, o resumo informativo realizado a partir do original.
 CURSO LIVRE - REDUÇÃO 5 - AS ESPECIFICIDADES DO TEXTO ACADÊMICO
Definindo teoria
A palavra “teoria” vem aparecendo bastante na mídia, em parte devido 
ao debate entre criacionismo e ciência. Existem usos diferentes do termo, 
que acabam criando confusão. No seu uso popular, o termo descreve um 
corpo de ideias ainda incerto, baseado em especulações não demonstradas. 
Teoria, para muitos, significa um corpo de hipóteses esperando ainda por 
confirmação. Às vezes, o uso popular do termo distancia-se ainda mais do 
científico, significando ideias que são meio absurdas, fora da realidade: “Ah, 
esse cara sempre foi um inventor de teorias, não sabe do que está falando”, 
ou “isso aí não passa de uma teoria, provavelmente é besteira”.
Teoria em ciência significa algo completamente diferente. O termo 
mais apropriado para uma ideia de caráter especulativo é hipótese, e não 
teoria. Uma hipótese é justamente uma suposição ainda não provada, aceita 
provisoriamente como base para investigações futuras. Por exemplo, a 
panspermia é uma hipótese que sugere que a vida na Terra veio de outras 
partes do cosmo. Não sabemos se está certa ou errada, mas podemos tentar 
comprová-la ou refutá-la. Já uma teoria consiste na formulação de relações 
ou princípios descrevendo fenômenos observados que já foi verificada, ao 
menos em parte, ou seja, uma teoria não é mais uma mera hipótese, tendo 
já passado por testes que confirmam suas premissas.
Quando cientistas falam de uma teoria, falam de um corpo de ideias 
aceito pela comunidade científica como descrição adequada para fenômenos 
observados. A confirmação é por meio de observações e experimentos, o que 
cientistas chamam de método de validação empírica. Quanto mais sucesso 
tem uma teoria, maior o número de fenômenos que pode descrever. Quanto 
mais elegante, mais simples é.
Uma teoria de enorme sucesso em física é a teoria da gravitação universal 
de Newton. Ao propor que objetos com massa exercem uma força de atração 
mútua cuja intensidade cai com o inverso do quadrado da distância entre 
as massas, Newton e seus sucessores foram capazes de explicar as órbitas 
planetárias em torno do sol, o fenômeno das marés, a forma oblata da Terra 
(achatada nos polos), o movimento de projéteis na Terra e no espaço etc. 
Quando a NASA lança um foguete da Terra ou o faz colidir com um cometa, 
a teoria usada no planejamento das missões é a de Newton. Testes em 
laboratórios e observações astronômicas mostram que a teoria funciona 
extremamente bem em distâncias que variam de décimos de milímetros 
até milhões de trilhões de quilômetros, a escala em que galáxias formam 
aglomerados atraídas por sua gravidade mútua.
Isso não significa que a teoria (ou qualquer outra) seja perfeita. Sabemos 
que ela deixa de ser válida quando objetos estão muito próximos de estrelas 
como o sol. Correções são necessárias, no caso fornecidas pela teoria da 
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relatividade geral de Einstein, que, em 1916, generalizou a teoria de Newton. O 
fato de teorias não serem perfeitas é fundamental para o progresso da ciência. 
Caso contrário, não nos restaria nada a fazer. E é justamente aqui o lugar da 
hipótese em ciência, tentando, através de ideias ainda não demonstradas, 
alavancar o conhecimento, desenvolver ainda mais nossas teorias. Para 
construir a teoria da relatividade, Einstein supôs que a velocidade da luz é 
sempre constante e que a matéria curva o espaço. Quando isso foi confirmado, 
a formulação ganhou o título de teoria. A pesquisa agora gira em torno dos 
limites dessa teoria e de como pode ser melhorada.FONTE: GLEISER, Marcelo. Folha de S. Paulo, Mais!, 2 out. 2005. Disponível em: <http://www.cursoacesso.
com.br/wp-content/uploads/LABORATORIO_REDACAO_8.pdf>. Acesso em: 30 maio 2016.
Resumo de Definindo Teoria
No texto “Definindo Teoria”, publicado na Folha de S. Paulo, Marcelo 
Gleiser discutiu a popularização da palavra teoria, a qual tem o seu significado 
distorcido. Pois, popularmente, o termo implicaria em hipóteses não 
confirmadas, sendo basicamente ideias sem base sólida e distantes do real. 
Entretanto, para a ciência, o termo adequado para uma ideia especulativa é 
hipótese. Essa, segundo o autor, é uma suposição que pode ser questionada 
representando uma base para estudos posteriores. Um exemplo de hipótese é 
a panspermia. Para Gleiser, uma teoria apresenta princípios sobre fenômenos 
confirmados já observados por cientistas formando um conjunto de ideias 
aceitas cientificamente através do método de validação empírica, que as 
comprovam por meio de experimentos. Uma teoria de grande êxito é a 
teoria da gravitação universal de Newton, que, através de testes e estudos 
astronômicos, tem comprovado a sua utilidade. Embora tenha funcionado 
bem, isso não quer dizer que uma teoria não apresente falhas. Portanto, para 
o autor, esse fato funciona como uma alavanca para o progresso científico 
e é exatamente aí que a hipótese entra em cena, aperfeiçoando as teorias 
através de novos questionamentos.
FONTE: Disponível em: <http://www.cursoacesso.com.br/wp-content/uploads/LABORATORIO_
REDACAO_8.pdf>. Acesso em: 30 maio 2016.
Observe como o resumo faz referência ao texto original, deixando claro 
que as ideias são do autor do texto, não de quem redigiu o resumo. Por isso, há 
expressões ao longo do resumo como “Gleiser discutiu”, “segundo o autor”, “para 
Gleiser”, “para o autor”, deixando evidente de quem é a autoria das informações. 
Também notamos que o resumista segue a mesma sequência de apresentação 
das ideias do autor do texto. Há o questionamento da definição popular de 
teoria, a apresentação de uma definição mais consistente, diferenciando teoria 
de hipótese e o fechamento em que aponta para a perspectiva de que as falhas 
nas teorias científicas impulsionam a ciência. Igualmente, o resumo não está 
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composto por frases recortadas do original. O resumista foi parafraseando, 
condensando, sintetizando. Apenas para exemplificar, no original temos “Isso 
não significa que a teoria (ou qualquer outra) seja perfeita” (último parágrafo) 
e no resumo a mesma ideia é apresentada como “Embora tenha funcionado 
bem, isso não quer dizer que uma teoria não apresente falhas”. 
A solicitação era de que o texto original fosse resumindo em no máximo 
12 linhas, no entanto, textos de maior fôlego, como livros ou capítulos de 
livros, terão resumos maiores. Alguns autores sugerem que o resumo equivalha 
a 30% do tamanho do texto original. Dessa forma, um texto de 10 páginas 
teria seu resumo em no máximo 3. No entanto, as dimensões do resumo são 
normalmente definidas pelo proponente da atividade.
Diferentemente da fichamento, o resumo deve apresentar coesão e 
coerência. Ele não é apenas um esboço, com frases representativas, mas 
um todo dotado de sequência.
b) Resumo crítico: este último tipo de resumo contém, em sua estrutura, uma 
análise crítica do texto original. Ele é conhecido como resenha e esse é o 
tema de nosso próximo tópico. Vamos a ele!
5 A RESENHA
Muitas vezes, no ambiente acadêmico, somos convidados não apenas 
a resumir um texto, mas fazer uma análise fundamentada dele, comparando 
o que nele está apresentado com os conhecimentos que fomos construindo 
e com outras leituras já feitas sobre o assunto. Essa produção textual na 
qual fazemos uma síntese do texto original e apresentamos uma análise, 
atribuindo-lhe um juízo valorativo, chamamos de resenha. Nas palavras de 
Medeiros (2008, 146-147):
Resenha é , portanto, um relato minucioso das propr iedades de um 
objeto, ou de suas partes constitutivas; é um tipo de redação técnica que 
inclui variadas modalidades de texto: descrição, narração, dissertação. 
Estruturalmente, descreve as propriedades da obra (descrição física da obra), 
relata as credenciais do autor, resumo da obra, apresenta suas conclusões 
e metodologia empregada, bem como expõe um quadro de referências em 
que o autor se apoiou (narração) e, finalmente, apresenta uma avaliação da 
obra e diz a quem a obra se destina (dissertação).
Como ficou evidente nas afirmações de Medeiros (2008), a resenha se 
constitui por apresentar, de modo geral:
a) Identificação da obra (normalmente no formato da ABNT, NBR 6023:2002, 
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mas pode estar como parte integrante do texto).
b) Identificação do autor (pequena biografia intelectual).
c) Resumo da obra (ideias centrais do texto resenhado).
d) Apreciação do resenhista (argumentos com os quais o resenhista faz um 
parecer sobre o conteúdo do texto).
Lakatos e Marconi (1991, p. 245-246) apresentam uma estrutura de 
resenha em que aparecem mais algumas questões pertinentes a este gênero 
textual:
1. Informação Bibliográfica:
• Referência bibliográfica completa do texto (conforme normas da ABNT – 
NBR 6023 vigente).
2. Dados sobre o(s) autor(es):
• Perfil básico (formação acadêmica e profissional).
• Principais livros publicados na área (menção da data de publicação original 
da obra resenhada).
• A que corrente de pensamento o autor se filia? Que teoria apoia seu estudo?
3. Dados sobre a obra:
• Para quem é dirigida e como é organizada (requer conhecimento prévio?).
• Resumo (pontos básicos abordados, descrevendo as ideias centrais do texto. 
De preferência, com as suas palavras e/ou citações indiretas);
4. Posicionamento crítico (as questões apresentadas a seguir têm o papel de 
orientar a escrita):
• Valeu a pena ter lido o texto? Por quê?
• Quais as principais contribuições da obra?
• O conteúdo do texto ajuda no aprofundamento do assunto de interesse?
• Como se compara a abordagem do tema com o assunto da forma que é 
apresentada pelos gramáticos? Se for o caso, podem ser feitas correlações 
com as ideias/conteúdos de outros textos/autores.
• O texto alcança o que se propõe de maneira adequada?
• O texto é conciso, objetivo e claro?
• Recomendaria a leitura do livro para outros colegas? Por quê?
• O texto ajuda a entender melhor o conteúdo da disciplina?
Para que compreendamos melhor essas definições e caracterizações, 
vejamos um exemplo de resenha.
Estadista de mitra
Na melhor bibliografia de João Paulo II até agora, o jornalista Tad Szulc 
dá ênfase à atuação política do papa
Ivan Ângelo
1 Como será visto na História esse contraditório papa João Paulo II, o único 
não italiano nos últimos 456 anos? Um conservador ou um progressista? 
Bom ou mau pastor do imenso rebanho católico? Sobre um ponto não há 
dúvida: é um hábil articulador da política internacional. Não resolveu as 
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questões pastorais mais angustiantes da Igreja Católica em nosso tempo - a 
perda de fiéis, a progressiva falta de sacerdotes, a forma de pôr em prática a 
opção da igreja pelos pobres; tornou mais dramáticos os conflitos teológicos 
com os padres e os fiéis por suas posições inflexíveis sobre o sacerdócio da 
mulher, o planejamento familiar, o aborto, o sexo seguro, a doutrina social, 
especialmente a Teologia da Libertação, mas por outro lado, foi uma das 
figuras-chave na desarticulação do socialismo no Leste Europeu, nos anos 
80, a partir da sua atuação na crise da Polônia. É uma voz poderosa contra 
o racismo, a intolerância, o consumismo e todas as formas autodestrutivas 
da cultura moderna. Isso fará dele um grande papa?
2 O livro do jornalista polonês Tad Szulc JoãoPaulo II - Bibliografia (tradução 
de Antonio Nogueira Machado, Jamari França e Silvia de Souza Costa; 
Francisco Alves; 472 páginas; 34 reais) toca em todos esses aspectos 
com profissionalismo e competência. O autor, um ex-correspondente 
internacional e redator do The New York Times, viajou com o papa, comeu 
com ele no Vaticano, entrevistou mais de uma centena de pessoas, levou 
dois anos para escrever esse catatau em uma máquina manual portátil, 
datilografando com dois dedos. O livro, bastante atual, acompanha a carreira 
(não propriamente a vida) do personagem até o fim de janeiro de 1995, ano 
em que foi publicado. É um livro de correspondente internacional, com o 
viés da política internacional. Szulc não é literariamente refinado como seus 
colegas Gay Talese ou Tom Wolfe, usa com frequência aqueles ganchos 
e frases de efeito que adornam o estilo jornalístico, porém persegue seu 
objetivo como um míssil e atinge o alvo.
3 Em meio à política, pode-se vislumbrar o homem Karol Wojtyla, teimoso, 
autoritário, absolutista de discurso democrático, alguém que acha que tem 
uma missão e não quer dividi-la, que é contra o "moderno" na moral, que 
prefere perder a transigir, mas é gentil, caloroso, fraterno, alegre, franco... 
Szulc, entretanto, só faz o esboço, não pinta o retrato. Temos, então, de 
aceitar a sua opinião: "É difícil não gostar dele".
4 Opus Dei - O livro começa descrevendo a personalidade de João Paulo 
II, faz um bom resumo da História da Polônia e sua opção pelo Ocidente 
e pela Igreja Católica Romana (em vez da Ortodoxa Grega, que dominava 
os vizinhos do Leste), fala da relação mística de Wojtyla com o sofrimento, 
descreve sua brilhante carreira intelectual e religiosa, volta à sua infância, 
aos seus tempos de goleiro no time do ginásio "um mau goleiro", dirá mais 
tarde um amigo), localiza aí sua simpatia pelos judeus, conta que ele decidiu 
ser padre em meio ao sofrimento pela morte do pai, destaca a complacência 
de Pio XII com o nazismo, a ajuda à Opus Dei (a quem depois João Paulo II 
daria todo o apoio), demora-se demais nos meandros da política do bispo e 
cardeal Wojtyla, cresce jornalisticamente no capítulo sobre a eleição desse 
primeiro papa polonês, mostra como ele reorganizou a Igreja, discute suas 
posições conservadoras sobre a Teologia da Libertação e as comunidades 
eclesiais de base, CEBs, na América latina, descreve sua decisiva atuação 
na política do Leste Europeu, a derrocada do comunismo, e termina com 
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sua luta atual contra o demônio pós-comunista. Agora o demônio, o perigo 
mortal para a humanidade, é o capitalismo selvagem e o "imperialismo 
contraceptivo" dos EUA e da ONU.
5 Szulc, o escritor-míssil, não se desvia do seu alvo nem quando vê um 
assunto saboroso como a Cúria do Vaticano, que diz estar cheia de puxa-
sacos e fofoqueiros com computadores, nos quais contabilizam trocas de 
favores, agrados, faltas e rumores. O sutil jornalista Gay Talese não perderia 
um prato desses.
6 Entretanto, Szulc está sempre atento às ações políticas do papa. Nota que 
João Paulo II elevou a Opus Dei à prelatura pessoal enquanto expurgou 
a Companhia de Jesus por seu apoio à Teologia da Libertação; ajudou a 
Opus Dei a se estabelecer na Polônia, beatificou rapidamente seu criador, 
monsenhor Escrivã. Como um militar brasileiro dos anos 60, cassou o 
direito de ensinar dos padres Küng, Pohier e Curran, silenciou os teólogos 
Schillebeeckx (belga), Boff (brasileiro), Häring (alemão) e Gutiérrez (peruano), 
reduziu o espaço pastoral de dom Arns (brasileiro). Em contrapartida, 
apoiou decididamente o sindicato clandestino polonês, a Solidariedade. 
Fez dobradinha com o general dirigente polonês Jaruzelski contra Brejnev, 
abrindo o primeiro país socialista, que abriu o resto. O próprio Gorbachev 
reconhece: "Tudo o que aconteceu no Leste Europeu nesses últimos anos 
teria sido impossível sem a presença deste papa".
7 Talvez seja assim também com relação ao que acontece com as religiões 
cristãs no nosso continente. Tad Szulc, com cautela, alerta para a penetração, 
na América Latina, dos evangélicos e pentecostais, que o próprio Vaticano 
chama de "seitas arrebatadoras". A participação comunitária e o autogoverno 
religioso que existia nas CEBs motivavam mais a população. Talvez seja. 
Acrescentando-se a isso o lado litúrgico dos evangélicos que satisfaz o 
desejo dos fiéis de serem atores no drama místico, não tanto espectadores, 
tem-se uma tese.
8 O perfil desenhado por Szulc é o de um político profundamente religioso. 
Um homem que reza sete horas por dia, com os olhos firmemente fechados, 
devoto de Nossa Senhora de Fátima e do mártir polonês São Estanislau e 
que acredita no martírio e na dor pessoais para alcançar a graça.
FONTE: Disponível em: <http://pucrs.br/gpt/resenha.php>. Acesso em: 30 maio 2016.
Observe que o parágrafo 1 se dedica a fazer uma breve introdução, 
chamando a atenção para a temática que será desenvolvida no texto original 
e na avaliação do resenhista. O parágrafo 2 apresenta uma identificação de 
obra e do seu autor. O parágrafo 3 já traz alguns comentários do resenhista 
sobre o ponto de vista adotado pelo autor do livro. O 4 faz um resumo da 
obra. Os parágrafos de 5 a 8 tecem uma apreciação da obra, mostrando o 
julgamento do resenhista.
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Vale destacar que a resenha também tem um apelo mercadológico, uma 
vez que pode ser utilizada para influenciar as pessoas a comprarem ou 
não o objeto resenhado.
Notamos, também, ao observar o exemplo, que há a voz do resenhista, 
evidenciada nos parágrafos em que ocorre a apreciação da obra (3, 5, 6, 7, 8), 
mas também a voz do autor do livro, que se faz presente principalmente no 
parágrafo 4. Esses dois momentos são visíveis e claros no texto, fazendo o leitor 
identificar de forma transparente quem fala o quê no texto. Tal procedimento 
é de extrema importância na resenha e necessita ser realizado com cuidado 
e atenção. Sobre isso afirmam Machado, Lousada e Abreu-Tardelli (2008b, p. 
55):
Como no caso do resumo, a resenha é um texto sobre outro texto, de outro 
autor. Assim, é natural que haja menções ao texto original, o que, no caso da 
resenha, vem acompanhado de comentários feitos pelo resenhista. Porém, 
deve-se tomar cuidado ao fazer essas menções para que o que foi dito pelo 
resenhista e o que foi dito pelo autor do texto original fiquem absolutamente 
claros para o leitor.
Já vimos, até o momento, o fichamento, o resumo e a resenha. Resta-
nos conhecer um pouco mais sobre o paper, outro texto bastante solicitado 
nos ambientes acadêmicos. Em frente!
6 O PAPER
O paper também é denominado de Position Paper ou Posicionamento 
Pessoal e pode ser considerado como um pequeno artigo no qual se discute 
um assunto pré-determinado e de relevância acadêmica.
Sua elaboração consiste na discussão e divulgação de ideias, fatos, situações, 
métodos, técnicas, processos ou resultados de pesquisas cientí f icas 
(bibliográfica, documental, experimental ou de campo), relacionadas a 
assuntos pertinentes a uma área de estudo (QUEIROZ, 2014, p. 21).
No ambiente acadêmico, o paper objetiva possibilitar o aprofundamento 
de um tema, fazendo uso da linguagem técnico-científica e da estrutura 
própria a este gênero textual. Essa produção também desenvolve a capacidade 
crítico-analítica. Desse modo, é uma poderosa ferramenta para a construção 
dos conhecimentos técnico-científico-profissionais.
Sua elaboração exige que se observem aspectos estruturais e de conteúdo. 
 CURSO LIVRE - REDUÇÃO 5 - AS ESPECIFICIDADES DO TEXTO ACADÊMICO
Antes de começar a escrever o artigo, é preciso que o autor primeiro reúna as 
informações e conhecimentos necessários por meio de livros, revistas, artigos 
e outros documentosde valor científico. Em seguida, deve-se organizar um 
esqueleto ou roteiro básico das ideias, iniciando com a apresentação geral 
do assunto e dos propósitos do artigo, seguidos da indicação das partes 
principais do tema e suas subdivisões e, por fim, destacando os aspectos a 
serem enfatizados no trabalho (QUEIROZ, 2014, p. 22).
O autor destaca, portanto, que é preciso fazer leituras, de variadas fontes, 
que permitam ter uma visão consistente do assunto a ser abordado. Além 
disso, é muito importante planejar o paper, criar uma espécie de roteiro ou 
esquema que indique quais ideias serão expostas e a melhor sequência para 
sua apresentação.
Já, no que tange à estrutura, por tratar-se de um artigo em menores 
proporções, observa a estrutura deste. Dessa forma, o paper apresenta:
a) Título: identificação clara do assunto abordado.
b) Identificação do autor (nome e formação acadêmica).
c) Resumo: síntese contendo objetivo geral, método e principais resultados.
d) Palavras-chave: 3 a 5 termos que identifiquem o trabalho desenvolvido.
e) Introdução: apresentação do tema, justificativa e relevância do estudo, 
objetivo geral, metodologia empregada.
f) Desenvolvimento: texto propriamente dito, apresentando as ideias, os 
argumentos, os exemplos, as comparações, as relações etc., fazendo uso 
de citações diretas e/ou indiretas quando for necessário.
g) Considerações finais: retomada das informações de maior destaque no 
texto, fechamento.
h) Referências: obras utilizadas no processo de elaboração do texto.
Note que a diferença entre paper e artigo está nas dimensões menores 
do primeiro (menos páginas). Também há a perspectiva de que o artigo aborda 
com mais fôlego o tema, trazendo mais referências e dados. No entanto, em 
termos estruturais seguem os mesmos princípios.
Todos os gêneros mencionados neste capítulo são frequentes no 
ambiente acadêmico e são excelentes auxiliares para a compreensão dos 
textos científicos lidos e para a construção de nossos conhecimentos. Por 
isso, é importante atentarmos para sua elaboração, respeitando a estrutura e 
a finalidade de cada um deles.
Por fim, esperamos que as informações contidas neste caderno tenham-
no ajudado a aprimorar suas habilidades e competências de leitura e escrita, 
contribuindo, desse modo, para sua formação científica, profissional e pessoal. 
Sucesso!
 CURSO LIVRE - REDUÇÃO 5 - AS ESPECIFICIDADES DO TEXTO ACADÊMICO
RESUMO
Neste capítulo vimos:
• O texto acadêmico apresenta como características:
  Objetividade.
  Clareza.
  Precisão.
  Imparcialidade.
  Impessoalidade. 
  Uniformidade.
• Em ambientes acadêmicos, são comuns as produções de:
  Fichamento: síntese das ideias centrais de um texto. Normalmente 
apresenta cabeçalho, referência e corpo.
  Resumo: apresentação das ideias principais de um texto, obedecendo à 
sequência e às relações entre informações estabelecidas nele.
  A ABNT apresenta três tipos de resumo:
• Indicativo: exposição de pontos-chave de um texto, havendo a necessidade 
de retomar o texto original para obter mais informações. Apresenta, 
normalmente, objetivo geral, método, resultados.
• Informativo: apresentação das ideias principais de um texto, não havendo 
necessidade de retomar o original.
• Crítico: síntese de um texto com uma apreciação sobre ele. Também 
chamado de resenha.
 ᵒ Resenha: texto no qual há uma síntese do texto original e uma apreciação 
dele, uma avaliação sobre ele. Apresenta identificação da obra, identificação 
do autor da obra, resumo e apreciação realizada pelo resenhista.
  Paper: artigo em proporções reduzidas que aborda e discute um tema 
pré-estabelecido e de relevância acadêmica.
 CURSO LIVRE - REDUÇÃO 5 - AS ESPECIFICIDADES DO TEXTO ACADÊMICO
AUTOATIVIDADE
1 O resumo é um exercício que combina a capacidade de síntese e a 
objetividade. É um texto que apresenta as ideias ou fatos essenciais 
desenvolvidos num outro texto, expondo-os de um modo abreviado e 
respeitando a ordem pela qual surgem. Resumir um texto é condensar as 
ideias principais, respeitando o sentido, a estrutura e o tipo de enunciação, 
isto é, os tempos e as pessoas, com ajuda do vocabulário de cada um. É, 
assim, apresentar um raciocínio objetivamente, escolher o essencial dos 
dados de um problema, as características de uma situação, as conclusões 
de uma análise, sem nenhum comentário.
FONTE: Disponível em: <http://portuguesonline.no.sapo.pt/resumo.htm>. Acesso em: 30 maio 2016.
Levando em consideração o texto acima, observe as seguintes afirmações: 
I. O resumo de textos é entendido como a reprodução, sob forma de paráfrase, 
das ideias ou dados essenciais contidos em determinado texto. 
II. O resumo apresenta as ideias centrais do texto, na ordem escolhida pelo 
resumista, sem a preocupação de observar as regras de coesão e coerência.
III. O resumo é uma síntese objetiva dos elementos essenciais e nunca uma 
reprodução ou colagem de frases ou partes de frases do texto original.
Está(ão) CORRETA(S):
a) ( ) Apenas I e II. 
b) ( ) Apenas II e III.
c) ( ) Apenas I. 
d) ( ) Apenas I e III. 
e) ( ) I, II, III.
2 Resenha é, segundo o dicionário (FERREIRA, 1996), uma "apreciação breve 
de um livro ou de um escrito". A definição do dicionário pode ser dividida 
em três partes, que devem servir de orientação para que se possa entender 
o que é uma resenha. A primeira parte está representada pela palavra 
"apreciação"; a segunda parte é a que concerne ao adjetivo "breve"; e a 
terceira e última parte diz respeito ao sintagma "de um livro ou de um 
escrito". O primeiro elemento a ser destacado nas resenhas é o fato de 
que tratam, todas elas, de uma apreciação. O segundo elemento presente 
na definição é o adjetivo "breve". A resenha é um texto rápido, pequeno. 
Por fim, a definição apresenta um terceiro elemento, a expressão "de um 
livro ou de um escrito". Este é um ponto controverso, porque o uso normal 
das resenhas ultrapassa muito o texto escrito. É extremamente comum 
encontrarmos hoje nos jornais resenhas de discos e filmes. O objeto da 
resenha não é, portanto, apenas um texto escrito. Em princípio, qualquer 
objeto é passível de uma apreciação nos moldes de uma resenha. 
FONTE: Disponível em: <http://www.unifra.br/professores/SIBILA/RESENHA.doc.>. Acesso em: 30 maio 2016.
 CURSO LIVRE - REDUÇÃO 5 - AS ESPECIFICIDADES DO TEXTO ACADÊMICO
Com base no que foi apresentado, observe as afirmações:
I. Toda resenha deve conter uma síntese, um resumo do texto resenhado, 
com a apresentação das principais ideias do autor.
II. Toda resenha deve conter uma análise aprofundada de pelo menos um 
ponto relevante do texto, escolhido pelo resenhista.
III. Toda resenha deve conter um julgamento do texto, feito a partir da análise 
empreendida pelo resenhista de um ou mais pontos relevantes do texto.
Está(ão) CORRETA(S):
a) ( ) Apenas I e II. 
b) ( ) Apenas II e III.
c) ( ) Apenas I e III. 
d) ( ) Apenas II.
e) ( ) I, II, III.
3 Ainda com base na breve exposição da questão 2, pode-se afirmar que a 
finalidade da resenha é: 
a) ( ) Apresentar uma dada obra, avaliando sua qualidade e sua relevância. 
b) ( ) Resumir uma obra, expondo as ideias gerais na sequência em que 
aparecem no original.
c) ( ) Apresentar uma dada obra sem emitir qualquer posicionamento.
d) ( ) Apresentar uma obra sem influenciar o leitor quanto à qualidade do 
texto.
e) ( ) Destacar o autor e sua trajetória acadêmico-intelectual.
4 Leia o texto que segue:
Um amigo me disse:
– Não guarde nada para uma ocasião especial. Cada dia que se vive é 
uma ocasião especial.
Ainda estou pensando nestas palavras... já mudaram minha vida. Agora 
estou lendo mais e limpando menos. Sento-me no terraço e admiro a vista sem 
preocupar-mecom as pragas. Passo mais tempo com minha família e menos 
tempo no trabalho. Compreendi que a vida deve ser uma fonte de experiência 
a desfrutar, não para sobreviver. Já não guardo nada. Uso meus copos de cristal 
todos os dias. Coloco uma roupa nova para ir ao supermercado, se me der 
vontade. Já não guardo meu melhor perfume para ocasiões especiais, uso-o 
quando tenho vontade. (mensagem distribuída por e-mail).
Indique a alternativa que apresenta o melhor resumo do texto:
a) ( ) O autor fala que um amigo lhe disse que é importante aproveitar bem 
a vida e conta também que faz tudo diferente pensando nas palavras do 
amigo. Agora ele não guarda perfumes nem roupas para ocasiões especiais.
 CURSO LIVRE - REDUÇÃO 5 - AS ESPECIFICIDADES DO TEXTO ACADÊMICO
b) ( ) O autor relata o que um amigo lhe disse e mostra como as palavras 
deste influenciaram sua vida, enumerando diversas ações de seu cotidiano 
que ele realiza de forma diferente.
c) ( ) Um amigo disse que não se deve guardar nada e isso mudou minha 
vida, pois estou lendo mais, sento-me no terraço, passo mais tempo com 
minha família e já não guardo nada. Uso meus copos de cristal, coloco uma 
roupa nova, já não guardo meu melhor perfume.
d) ( ) Um amigo disse que cada dia é uma ocasião especial, por isso agora 
estou lendo mais, sento-me no terraço e admiro a vista sem preocupar-
me com as pragas, passo mais tempo com minha família e menos tempo 
no trabalho. Compreendi que a vida deve ser uma fonte de experiência a 
desfrutar, não para sobreviver. 
e) ( ) Um amigo afirma que se deve aproveitar a vida ao máximo, conselho 
que venho seguindo, uma vez que o realmente importante são as amizades 
e o bem que distribuímos aos que estão a nossa volta. Entendi que é preciso 
dar o bem se quisermos receber o bem.
5 Sobre o fichamento, observe as seguintes afirmações, indicando se são 
verdadeiras ou falsas:
( ) É um texto, portanto, deve apresentar coesão e coerência.
( ) Pode apresentar um resumo ou apenas citações.
( ) Deve apresentar a referência da obra fichada.
( ) Deve conter uma breve biografia do autor da obra fichada.
 
A sequência correta é:
a) ( ) V, F, F, V.
b) ( ) F, V, F, F.
c) ( ) F, V, V, F.
d) ( ) V, F, V, F.
e) ( ) F, V, F, V.
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REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. NBR 6028: 
informação e documentação: resumo: apresentação. Rio de Janeiro, 2003.
HENRIQUES, A.; MEDEIROS, J.B. Metodologia e técnicas de pesquisa, da 
escolha do assunto à apresentação gráfica. Trabalho de conclusão
de curso. Monografia no curso de Direito. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1999.
LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de 
metodologia científica. São Paulo: Atlas, 1991. 
MACHADO, Anna Rachel (Coord.); LOUSADA, Eliane; ABREU-TARDELLI, 
Lília Santos. Resumo. 6. ed. São Paulo: Parábola Editorial, 2008a. (Leitura e 
produção de textos técnicos e acadêmicos, 1).
_____. Resenha. 5. reimp. São Paulo: Parábola Editorial, 2008b. (Leitura e 
produção de textos técnicos e acadêmicos, 2).
MEDEIROS, João Bosco. Redação científica: a prática de fichamentos, 
resumos, resenhas. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
PLATÃO, Francisco S.; FIORIN, José Luiz. Para entender o texto: leitura e 
redação. 17. ed. São Paulo: Ática, 2008.
QUEIROZ, Francisco Alves de. Dicas para se fazer resumos, fichamentos, 
seminários, resenhas e papers. Feira de Santana, 2014. Disponível em: 
<http://franciscoqueiroz.com.br/portal/phocadownload/manual%20
metodologico.pdf>. Acesso em: 10 jun. 2016.
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4 B
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