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BIANCA MARINELLI – DIREITO PENAL 1º TERMO Questões – Da Aplicação da Lei Penal QUESTÕES 1. Segundo estabelece a Constituição Federal, vereadores, deputados estaduais, deputados federais e senadores gozam de imunidade penal absoluta por todo e qualquer crime decorrente da manifestação de opiniões, palavras e votos praticados no exercício do mandato eletivo, desde que a realização da conduta delitiva tenha ocorrido nos limites territoriais do estado pelo qual foram eleitos. Esta afirmação é falsa ou verdadeira? Justifique. RESPOSTA: Falsa. Segundo o artigo 53 caput da Constituição Federal, o alcance da inviolabilidade é estabelecido apenas aos Deputados e Senadores, portanto o vereador não goza dessa imunidade. 2. Considere a hipótese em que lei penal nova mais grave é publicada quando ainda estava em andamento um crime permanente. Qual solução a seguir é a correta? a) a nova lei poderá retroagir em relação aos fatos já realizados pelo agente; b) a lei nova poderá ser aplicada pelo juiz no momento da prolação da sentença, caso se verifique a permanência delitiva após a sua entrada em vigor; c) a lei penal mais grave não pode ser aplicada nesse caso em razão do princípio da irretroatividade da lei penal mais severa. Justifique. RESPOSTA: C. O fenômeno jurídico novatio legis in pejus, na qual a lei nova é mais severa do que a anterior, é irretroativo (não é valido no passado) em razão do princípio da irretroatividade da lei penal mais severa. 3. Um italiano pratica um crime contra brasileiro fora do território nacional. Nesse caso, o italiano poderá ser punido pela legislação brasileira, mesmo que a conduta imputada não seja tipificada como ilícito penal no local dos fatos? Sim ou não? Justifique. RESPOSTA: O italiano não poderá ser punido pela legislação brasileira. Segue o princípio da nacionalidade, artigo 7º inciso II b, no qual ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro, os crimes http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10634270/artigo-53-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988 BIANCA MARINELLI – DIREITO PENAL 1º TERMO praticados por brasileiro. Já que quem praticou o crime foi um italiano, este não será punido pela legislação brasileira. 4. Considere o seguinte julgado, do qual foram suprimidos, propositadamente, alguns trechos. PENAL. PROCESSO PENAL. APELAÇÃO CRIMINAL DA DEFESA. CRIME AMBIENTAL. PESCA DE LAGOSTA EM PERÍDODO PROIBIDO. UTILIZAÇÃO DE PETRECHOS NÃO AUTORIZADOS. ART.34, II, DA LEI Nº 9.605/98. PRELIMINAR. DE OCORRÊNCIA DE DUPLA CONDENAÇÃO PELO MESMO FATO. (...) CONFIGURADO. NULIDADE DO PROCESSO. 1. Destarte não previsto expressamente na Constituição Federal de 1988, o princípio (...) tem sua presença garantida no sistema jurídico-penal do Estado Democrático de Direito brasileiro, notadamente diante do incremento do respeito à dignidade da pessoa humana em nosso ordenamento. 2. Constatada a condenação do apelante em duas ações penais pelo mesmo fato delituoso, cumpre reconhecer a preliminar da coisa julgada, afastando-se o constrangimento ilegal do (...), vedado no ordenamento pátrio. 3. Apelação provida para decretar a nulidade absoluta da sentença, extinguindo o feito sem resolução de mérito, por ofensa à coisa julgada, nos termos do art. 267, V, CPC, aplicável ao processo penal. (TRF da 5ª Região (ACR 200781000011164, Rel. Des. Federal Cíntia Menezes Brunetta, 27/07/2012). Que princípio penal fundamental foi aplicado pelo tribunal para anular a sentença? Justifique. RESPOSTA: O Princípio do Non Bis In Idem foi aplicado pelo tribunal para anular a sentença. É o princípio no qual não se admite a dupla punição pelo mesmo fato ou circunstância. Destarte não previsto expressamente na Constituição Federal de 1988, o princípio “ne bis in idem” tem sua presença garantida no sistema jurídico-penal de um Estado Democrático de Direito. 5. “Segundo dispõe a legislação penal brasileira atualmente em vigor, em obediência ao princípio do ne bis in idem, não se admite que um cidadão brasileiro venha a ser processado novamente no território nacional caso tenha praticado um crime contra o patrimônio da União ou de empresa pública em um país estrangeiro e lá tenha sido absolvido”. Esta afirmação é falsa ou verdadeira? Justifique. RESPOSTA: Falsa. No artigo 7º, em seu inciso I b do Código Penal, é afirmado que ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no BIANCA MARINELLI – DIREITO PENAL 1º TERMO estrangeiro, os crimes contra o patrimônio da União ou de empresa pública. Portanto, o cidadão brasileiro será punido no Brasil. 6. François Patrick Nogueira Gouveia, de 20 anos, é investigado por matar e esquartejar o tio Marcos Nogueira, a mulher dele, Janaína Santos Américo, ambos de 30 anos, e os dois filhos deles, um de quatro anos e outro de um ano, em Pioz, na Espanha. Ele voltou ao Brasil após o crime. Segundo foi noticiado, a Guarda Civil, órgão espanhol responsável pelo inquérito, afirmou que não tem dúvidas da autoria das mortes e lamentou a "falta de colaboração" das autoridades brasileiras nas investigações do crime, que chocou o país. Uma fonte oficial da Guarda Civil afirmou à BBC Brasil que "a polícia brasileira não está ajudando em nada". Serafín Giraldo, porta-voz da União Federal de Polícia (UFP), sindicato que representa os policiais espanhóis, afirma que a Espanha espera a captura e detenção do suspeito no Brasil. "A Justiça espanhola vê indícios suficientes para acusar o suspeito por quatro homicídios e levá-lo ao banco dos réus", aponta Giraldo. "Por ser uma acusação tão grave, de quatro assassinatos, um juiz brasileiro já deveria ter determinado a prisão provisória de forma urgente, não só a polícia brasileira pedir uma mera declaração do suspeito. Aqui, ele já estaria possivelmente em prisão provisória", critica (Fonte: http://g1.globo.com/mundo/noticia/2016/10/acusado-de-chacina-na- espanha-deve-ser-julgado-no-brasil-avaliam-especialistas.html). Responda: a) Que justiça é competente para o processo e julgamento? A justiça espanhola, a brasileira ou ambas? b) É viável a extradição do brasileiro para responder pelo crime em território espanhol, considerando que, em 2 de fevereiro de 1988, o Brasil e a Espanha assinaram um tratado bilateral de extradição, pelo qual ambos os Estados se comprometeram a julgar um cidadão por crime grave cometido no outro país?. RESPOSTA: a) A justiça competente para o processo e julgamento é a brasileira. Segundo o artigo 7 inciso II b, ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro, os crimes praticados por brasileiros. Outras condições de aplicação da lei brasileira que condizem com o crime em questão, presentes no mesmo artigo paragrafo 2, são: entrar o agente no território nacional, ser fato punível também no país em que foi praticado, estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição, não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter cumprido a pena, não ter sido o agente perdoado no estrangeiro. b) O mais viável seria que o brasileiro respondesse pelo crime no Brasil, considerando que este assinou um tratado bilateral de extradição com a Espanha, se comprometendo a julgar um cidadão por crime grave cometido no outro país. http://g1.globo.com/mundo/noticia/2016/10/acusado-de-chacina-na-espanha-deve-ser-julgado-no-brasil-avaliam-especialistas.html http://g1.globo.com/mundo/noticia/2016/10/acusado-de-chacina-na-espanha-deve-ser-julgado-no-brasil-avaliam-especialistas.html BIANCA MARINELLI – DIREITO PENAL 1º TERMO Segue também o artigo 7 inciso II a, no qual afirma que a lei brasileira é aplicada se por tratado ou convenção o Brasil se obrigou a reprimir. 7. Considere o seguinte julgado do TRF 3ª Região: RECURSO EM SENTIDO ESTRITO. ART. 337-A, III, DO CP. PRINCÍPIO (...) INAPLICABILIDADE. RECURSO PROVIDO. O princípio (...), como corolário do princípio dapequenez ofensiva inserto no artigo 98, inciso I, da Constituição Federal, estabelece que o Direito Penal, pela adequação típica do fato à norma incriminadora, somente intervenha nos casos de lesão de certa gravidade, atestando a atipicidade penal nas hipóteses de delitos de lesão mínima, que ensejam resultado diminuto. No caso, ainda que se possa, em princípio, considerar de pequena expressão o valor sonegado a título de contribuição previdenciária (R$ 5.447,74), não se verifica o requisito da reduzida reprovabilidade da conduta típica atribuída ao réu, considerando o prejuízo à arrecadação já deficitária da Previdência Social e a nítida lesão a bem jurídico supraindividual. Recurso em sentido estrito provido. (TRF 3ª Região – RSE 00032005620154036115 – Rel. Des. Fed. José Lunardelli – j. 22-8-2017). Responda: a) A defesa requereu a aplicação de que princípio específico neste caso? b) O Tribunal acolheu o requerimento da defesa? Sim ou não? Por quê? Justifique. RESPOSTA: a) A defesa requereu a aplicação do princípio da insignificância. O Direito Penal não deve ocupar-se de assuntos irrelevantes, tendo como requisitos a mínima ofensitividade da conduta. b) O Tribunal não acolheu o requerimento da defesa, pois não se verifica o requisito da reduzida reprovabilidade da conduta típica atribuída ao réu, considerando o prejuízo à arrecadação já deficitária da Previdência Social e a nítida lesão a bem jurídico. 8. A Lei 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, tipifica como delitos de pesca: a) pesca em período proibido ou em lugares interditados pelo órgão competente (art. 34, caput); b) pesca de espécies que devem ser preservadas e de espécimes com tamanhos inferiores aos permitidos (art. 34, parágrafo único, I); c) pesca de quantidades superiores às permitidas ou mediante a utilização de aparelhos, petrechos, técnicas e métodos não permitidos (art. 34, parágrafo único, II); d) pesca mediante a utilização de explosivos ou substâncias que, em contato com a água, produzam efeito semelhante (art. 35, I); e d) pesca com substâncias tóxicas ou outro meio proibido pela autoridade competente (art. 35, II). Mas, o que é “pesca”, afinal? No artigo BIANCA MARINELLI – DIREITO PENAL 1º TERMO 36, caput, é definida pela Lei 9.605/98 como “todo ato tendente a retirar, extrair, coletar, apanhar, apreender ou capturar espécimes dos grupos dos peixes, crustáceos, moluscos e vegetais hidróbios, suscetíveis ou não de aproveitamento econômico, ressalvadas as espécies ameaçadas de extinção, constantes das listas oficiais da fauna e da flora”. Responda: a) Em relação ao conceito de pesca, de que espécie de interpretação da lei se trata? b) Por que se diz que se trata de normas penais em branco? Justifique. RESPOSTA: a) Em relação ao conceito de pesca, se trata de interpretação analógica para revelar o conteúdo da lei e o seu alcance. b) O conceito de pesca se trata normas penais em branco, pois é genérico, indeterminado e precisa da complementação de outras normas. Ele, por exemplo, define pesca como apenas o ato tendente a retirar espécimes dos grupos dos peixes, crustáceos, moluscos e vegetais hidróbios, excluindo outras espécies de animais, como os mamíferos. Para punir a pesca deste, seria necessário a complementação de outra norma. 9. “Em caso de crimes cometidos fora do território nacional, os princípios aplicados para resolver os problemas derivados da extraterritorialidade são o princípio da dignidade da pessoa humana e o princípio da culpabilidade”. Esta afirmação é falsa ou verdadeira? Justifique. RESPOSTA: Falsa. Os princípios aplicados para resolver os problemas derivados da extraterritorialidade são o princípio da nacionalidade, o princípio da proteção (real/defesa), princípio da justiça penal universal e princípio da representação. Estão presentes no artigo 7 do Código Penal. 10. Considere o seguinte julgado do STF e diga que princípio foi aplicado, justificando. EMENTA: HABEAS CORPUS. CRIME DE DESCAMINHO (ART. 334 DO CP). TIPICIDADE (...) TRIBUTO DEVIDO QUE NÃO ULTRAPASSA A SOMA DE R$ 3.067,93 (TRÊS MIL, SESSENTA E SETE REAIS E NOVENTA E TRÊS CENTAVOS). ATIPICIDADE MATERIAL DA CONDUTA. ORDEM CONCEDIDA. 1. O postulado da (...) como vetor interpretativo do tipo penal, que tem o objetivo de excluir da abrangência do Direito Criminal condutas provocadoras de ínfima lesão ao bem jurídico por ele tutelado. Tal forma de interpretação assume BIANCA MARINELLI – DIREITO PENAL 1º TERMO contornos de uma válida medida de política criminal, visando, para além de uma desnecessária cancerização, ao descongestionamento de uma Justiça Penal que deve se ocupar apenas das infrações tão lesivas a bens jurídicos dessa ou daquela pessoa quanto aos interesses societários em geral. (...) 3. Incidência do princípio (...), segundo o qual para que haja a incidência da norma incriminadora não basta a mera adequação formal do fato empírico ao tipo. Necessário que esse fato empírico se contraponha, em substância, à conduta normativamente tipificada. É preciso que o agente passivo experimente efetivo desfalque em seu patrimônio, ora maior, ora menor, ora pequeno, mas sempre um real prejuízo material. Não, como no caso, a supressão de um tributo cujo reduzido valor pecuniário nem sequer justifica a obrigatória cobrança judicial. 4. Entendimento diverso implicaria a desnecessária mobilização de uma máquina custosa, delicada e ao mesmo tempo complexa como é o aparato de poder em que o Judiciário consiste. Poder que não é de ser acionado para, afinal, não ter o que substancialmente tutelar. 5. Não há sentido lógico permitir que alguém seja processado, criminalmente, pela falta de recolhimento de um tributo que nem sequer se tem a certeza de que será cobrado no âmbito administrativo-tributário do Estado. Estado julgador que só é de lançar mão do direito penal para a tutela de bens jurídicos de cuja relevância não se tenha dúvida. (...) 7. Ordem concedida para restabelecer a sentença absolutória (STF HC 100177, Relator(a): Min. AYRES BRITTO, Primeira Turma, julgado em 22/06/2010, DJe- 154 DIVULG 19-08-2010 PUBLIC 20-08-2010 EMENT VOL-02411-03 PP- 00575). RESPOSTA: O princípio aplicado foi da insignificância penal. O Direito Penal não deve ocupar-se de assuntos irrelevantes, como o fato reportado, que é de ínfima lesão ao bem jurídico. Não há necessidade de processar, criminalmente, pela falta de recolhimento de um tributo que nem sequer se tem a certeza de que será cobrado no âmbito administrativo-tributário do Estado. 11. Considere o seguinte texto: “A função precípua do Direito Penal é a proteção subsidiária de bens jurídicos essenciais à vida em sociedade, como última opção de controle, quando outros meios de controle social em relação à proteção dos bens da vida relevantes fracassarem. Isso significa que, sendo possível coibir determinadas condutas e proteger certos bens da vida importantes por meio de outros ramos do direito (civil, administrativo, trabalhista), o Estado está proibido de lançar mão do Direito Penal para tal”. Aponte o princípio sobre o qual está se falando nesse texto e justifique. a) legalidade; b) culpabilidade; c) dignidade da pessoa humana; d) intervenção mínima. RESPOSTA: d) Intervenção mínima. Este princípio diz que o Direito penal deve proteger os bens jurídicos pela forma menos gravosa BIANCA MARINELLI – DIREITO PENAL 1º TERMO quando estritamente necessária. Com ele, o princípio da subsidiariedade afirma que cabe ao Direito Penal resolver um conflito apenas se nenhum outro meio for capaz de resolvê-lo. 12. “Entrar o agente no território nacional e ser o fato punível também no país em que foi praticado são condições necessárias para a análise da retroatividade da lei penal mais benéfica”. Esta afirmação é falsa ou verdadeira? Justifique. RESPOSTA: Falsa. Entrar o agente no território nacional e o fato ser punível também no país em quefoi praticado, são condições necessárias para a aplicação da lei brasileira. Para a analise da retroatividade da lei penal mais benéfica, é seguido o artigo 2 paragrafo único do CP, o princípio novatio legis in mellius. 13. Mévio, jornalista, em uma matéria que envolvia a aplicação da lei penal no tempo, afirmou que “a lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, não se aplica aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado, pois isso violaria os princípios da legalidade e da anterioridade, segundo os quais nullum crimen nulla poena sine previa lege. Essa afirmação é falsa ou verdadeira? Justifique. RESPOSTA: Falsa. A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitado em julgado, de acordo com o princípio da retroatividade, segundo o qual novatio legis in mellius. 14. O julgado abaixo cuida de decisão denegatória de habeas corpus, em caso de subtração de quantia de pequena monta, com a utilização de violência contra a vítima, causando-lhe significativa lesão à integridade física. Nesse caso, o STF diga qual desses três princípios foi aplicado e justifique. a) insignificância; b) adequação social; c) legalidade; d) imputação subjetiva. HABEAS CORPUS. CRIME DE ROUBO. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. INAPLICABILIDADE. LESÃO AO PATRIMÔNIO E À INTEGRIDADE FÍSICA DA VÍTIMA. PRECEDENTES. ORDEM DENEGADA. 1. A questão tratada no presente writ diz respeito à possibilidade de aplicação do princípio da insignificância ao crime de roubo. 2. Como é cediço, o crime de roubo visa proteger não só o patrimônio, mas, também, a integridade física e a liberdade do BIANCA MARINELLI – DIREITO PENAL 1º TERMO indivíduo. 3. Deste modo, ainda que a quantia subtraída tenha sido de pequena monta, não há como se aplicar o princípio da insignificância diante da evidente e significativa lesão à integridade física da vítima do roubo. 4. Ante o exposto, denego a ordem de habeas corpus. (STF HC 96671, Relator(a): Min. ELLEN GRACIE, Segunda Turma, julgado em 31/03/2009, DJe-075 DIVULG 23-04- 2009 PUBLIC 24-04-2009 EMENT VOL-02357-04 PP-00665). RESPOSTA: d) Imputação subjetiva. O habeas corpus deve ser negado, pois é inviável reconhecer a aplicação do princípio da insignificância para crimes com culpa, praticados com violência ou com grave ameaça, além do roubo, o que por si só é alegado constrangimento ilegal. 15. No tema da aplicação da lei penal no espaço, que princípio é aplicável aos crimes cometidos a bordo de embarcações públicas em alto-mar? Justifique. RESPOSTA: O princípio da territorialidade é aplicável aos crimes cometidos a bordo de embarcações públicas em alto-mar. De acordo com o artigo 5º do Código Penal, aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional. Em seu primeiro paragrafo afirma que as embarcações públicas são consideradas como extensão do território nacional onde quer que se encontrem. 16.Qual a relação entre o princípio da intervenção mínima (ultima ratio) e o princípio da fragmentariedade? Justifique. RESPOSTA: Ambos buscam o envolvimento do Direito Penal apenas em situações drásticas. O princípio da intervenção mínima acredita que o Direito Penal deve intervir somente quanto for verdadeiramente necessário, em situações que no princípio da fragmentariedade considera-se uma parte pequena (fragmento) dos comportamentos da sociedade que age contra formas intoleráveis de agressão aos bens jurídicos.
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