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Lição 9

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Organizações do futuro: a revolução no trabalho
1. Introdução
Os grupos sociais são o elemento mais importante do estudo da Sociologia, em particular, e das Ciências Sociais em geral, pois é em seu interior que acontecem as interações sociais, que são o objeto de estudo dos sociólogos. Não há interação social sem a formação de um grupo social e, por outro lado, não há grupo social se não houver interação humana.
Nossa relação com os grupos sociais começa desde o nosso nascimento, quando nascemos inseridos em nossa família, com todas as qualidades e defeitos próprios de cada grupo familiar, e é ali que aprendemos a língua, os valores e a cultura de nossa sociedade. À medida que crescemos, vamos participando de outros grupos e nos tornando cada vez mais socializados.
O processo de socialização, que nos torna indivíduos únicos e ao mesmo tempo integrados na sociedade, ocorre dentro dos grupos sociais aos quais pertencemos; somos inseridos em alguns desses grupos sem termos escolhido, como é o caso da família e da classe social, por exemplo. No entanto, quando nos tornamos conscientes, podemos escolher os grupos aos quais queremos pertencer, como é o caso do grupo de amigos, da religião, da universidade, etc.
Assim, o estudo dos grupos sociais é muito importante para compreendermos o processo de socialização que forma as personalidades individuais, que se organizam de modos diversos e que tem a consciência de pertencer a um grupo com elementos específicos. Os grupos possuem características integradoras, que geram identificação nos indivíduos e dão um sentido de pertencimento a muitas pessoas, e é por isso se atribui uma personalidade social a cada grupo.
Certos grupos sociais, principalmente organizações formais, possuem certa independência em relação aos indivíduos que os compõem, podendo ser considerados agentes sociais autônomos. Boa parte das atividades econômicas, políticas, sociais e culturais de nossa vida cotidiana se passa dentro dessas organizações formais.
Neste tópico, investigaremos as organizações que fazem parte de nossas vidas e que a influenciam de muitas maneiras.
2. O indivíduo e as organizações
Grupos sociais, numa das definições mais aceitas no campo da Sociologia, se define como qualquer número de pessoas que partilham de uma consciência de interação e de filiação; ou seja, grupo social é qualquer conjunto de pessoas em interação, que compartilham uma consciência de pertencimento e que tem expectativas comuns de comportamento.
Os grupos sociais possuem características próprias, em geral são facilmente observáveis pois correspondem a características externas, como condutas semelhantes, roupas com características e significados próprios, definidos por regras relativas a cada grupo, símbolos e valores que tornam o indivíduo um agente social do grupo ao qual pertence.
Você pode pertencer a vários grupos, como por exemplo sua família, seu curso universitário, sua turma na universidade, seus amigos de treino, etc. Um tipo específico de grupo social são as organizações.
Os diferentes tipos de organização só existem por causa da colaboração de diversas pessoas, com habilidades diferentes, funções diferentes e formas diferentes de pensar.
Disponível em: <https://www.marketingportugal.pt/artigos/marketing-digital/marketingdigital-nas-organizacoes<
Podemos trabalhar numa organização empresarial, estudar numa organização educacional e nos relacionarmos com amigos numa organização religiosa; se ficarmos doentes, somos atendidos numa organização hospitalar, pagamos nossas contas em uma organização financeira e podemos realizar trabalho voluntário numa organização não governamental. Há um grande número de organizações com as quais nos relacionamos todos os dias, e a cada momento outras estão surgindo.
A palavra organização tem origem no grego (organon: uma ferramenta ou instrumento) e pode ser entendida como um instrumento utilizado pelo homem para desenvolver tarefas que não podem ser desenvolvidas por um indivíduo sozinho.
Informação importante:
Apesar das diferentes definições dadas por diferentes estudiosos, talvez a mais utilizada defina organização como um agente social criado intencionalmente para atingir determinados objetivos através do trabalho humano e da utilização de recursos materiais.
As organizações podem ser encontradas em todos os setores da sociedade; o setor público, por exemplo, que compreende as organizações do Estado, as prefeituras, as empresas públicas, as autarquias, etc. No setor privado, onde encontramos as organizações industriais, as comerciais, as financeiras, as de prestação de serviços, as de entretenimento, etc. Há também as organizações do terceiro setor, como as ONG’s (organizações não governamentais), as fundações, as organizações filantrópicas, etc.
Essas organizações, ou agentes sociais, tem propósitos bem variados, reúnem interesses diversos – às vezes conflitivos – de seus membros e precisam ser administradas; também escolhem uma estrutura hierárquica de gestão, estão orientadas a atingir certos objetivos e se caracterizam por um conjunto de relações entre seus participantes: poder, divisão do trabalho, motivação, formas de comunicação, etc. (Dias, 2010)
Segundo Peter Drucker (1997), um escritor, professor e consultor administrativo de origem austríaca, considerado como o pai da administração moderna, organização “é um grupo humano, composto por especialistas que trabalham em conjunto em uma tarefa comum”. Em sua conceituação, Drucker enfatiza que as organizações são sempre especializadas e que são definidas por suas tarefas, pois só assim as organizações serão eficazes.
Os hospitais, por exemplo, cumprem a tarefa de cuidar dos doentes; as escolas se concentram na tarefa do ensino-aprendizagem; as organizações comerciais têm a tarefa de oferecer bens e serviços necessários à população.
2.1. A organização do trabalho na história recente
Nos séculos anteriores à Revolução Industrial, tudo era produzido manualmente ou com o suporte de máquinas simples. Também havia a prática de grupos de artesãos se organizarem e dividirem a etapa dos processos; a produção era feita em oficinas que funcionavam nas próprias casas dos artesãos, que dominavam todo o processo produtivo, desde a aquisição da matéria-prima até a comercialização do produto finalizado.
Com a Revolução Industrial, as máquinas substituíram progressivamente o trabalho humano, pois multiplicaram a capacidade de produção e diminuíram drasticamente a quantidade de trabalhadores. Nesse novo momento histórico, a produção de bens deixa de ser feita nas casas dos artesãos e passa a ser feita em grandes fábricas.
Nessa nova dinâmica de trabalho, os trabalhadores perderam sua autonomia profissional e o controle da produção, começaram a trabalhar para um patrão, perdendo, assim, a posse da matéria-prima, do produto final e também do próprio lucro. Agora esses trabalhadores precisam vender sua força de trabalho em troca de um salário, muito abaixo de seus lucros anteriores.
A introdução das máquinas no processo produtivo tornou necessária uma organização racional das tarefas produtivas, gerando a divisão do trabalho em etapas e funções específicas; se antes o artesão tinha o conhecimento e o domínio de todo o processo produtivo, desde a matéria-prima até a comercialização do produto finalizado, agora o artesão se transforma em trabalhador industrial – operário – especializando-se em áreas de trabalho cada vez mais limitadas e em tarefas cada vez mais repetitivas e altamente especializadas, gerando um empobrecimento intelectual do operário.
Com a transformação nas maneiras de viver e trabalhar iniciada pela Revolução Industrial, o problema técnico e organizacional, de especialização e divisão do trabalho, estava intimamente ligado a outro: o da gestão das pessoas. Como os novos trabalhadores das indústrias, recém-saídos do ambiente rural e do ambiente doméstico, mantinham hábitos de vida e de trabalho que não correspondiam às demandas da indústria, os donos das indústrias, visando realizar uma mudança culturalem seus operários, impuseram uma disciplina rígida desconhecida até aquele momento histórico.
Os trabalhadores se viram submetidos à supervisão e ao controle externo exercido pelos patrões, através de capatazes especificamente contratados para esse fim. O tempo de trabalho e o espaço para o trabalho se transformaram. O uso do relógio permitiu que se medisse e se controlasse a quantidade de trabalho em horas. O espaço físico, não mais o lar, mas sim a fábrica, condicionou os trabalhadores a um disciplinamento constante.
Com o passar do tempo, esse disciplinamento dentro do ambiente de trabalho se aprimorou e passou a ser amparado por métodos científicos; procurando uma forma de elevar o nível de produtividade de cada trabalhador, e diminuir o tempo de execução de cada etapa, Frederick Winslow Taylor (1856 – 1915) implanta a racionalização do trabalho, baseando-se no estudo do tempo de execução das tarefas e dos movimentos de execução dos trabalhadores; além disso, as tarefas dos operários deveriam ser divididas de acordo com as aptidões de cada um (divisão do trabalho) e todos deveriam receber treinamento (especialização) para executarem suas tarefas em menor tempo.
Fábrica gerida pela administração científica, colocando cada trabalhador para executar uma única função repetitiva durante 10 horas ou mais, impondo uma rotina maquinal aos indivíduos e uma produtividade enorme.
Disponível em: <http://www.storiaolivetti.it/fotogallery.asp?idPercorso=633&idOrd=6>
Segundo Patrícia Silva (2009), Taylor foi o primeiro a fazer uma análise completa do trabalho na fábrica, inclusive dos tempos e movimentos, estabelecendo padrões de execução. Ele treinou os operários, especializou-os de acordos com as fases do trabalho, inclusive o pessoal de supervisão e direção; instalou salas de planejamento e organizou cada unidade, dentro do conjunto, acesse aqui.
Lançando um olhar crítico sobre essa busca por produtividade no trabalho, Carvalho (2006) argumenta que esse controle dos patrões sobre seus operários só se tornou possível porque as relações de trabalho se tornaram relações de exploração
Esse movimento, denominado de “gerência científica”, se propunha a aplicar os métodos da ciência aos problemas complexos e crescentes relacionados ao controle do trabalho nas empresas capitalistas em expansão. As ideias de Taylor encontram reforço nas de Henri Fayol, divulgadas no livro “Administração Geral e Industrial”, em 1968, com a formulação de princípios que iriam garantir o controle total da empresa por meios sistemáticos, intensivamente utilizados nas indústrias automobilísticas, estabelecendo novas condições para o emprego, implantadas primeiramente pela Ford Motor Company e, posteriormente, por um grande número de indústrias, em que o ofício desapareceria dando lugar a uma série de operações pormenorizadas e repetidas que padronizariam também os salários em níveis uniformes. Os operários seriam obrigados a vender-se por minutos, colocando-se em situação de subordinação e fragilidade política. Nesse sentido, não teriam outra alternativa para ganhar a vida, já que o empregador deteria para si o capital, no qual pretendia multiplicá-lo para, inclusive, convertê-lo em salários.
BRAVERMAN, 1987
Tempos Modernos, de Charles Chaplin
O filme de Charles Chaplin, Tempos Modernos (1936), já havia atentado para a desumanização promovida pelo tipo de trabalho nas indústrias, que obrigaram os indivíduos a existirem no ritmo das máquinas.
"
No entanto, as relações de trabalho não se desenvolveram apenas nas fábricas, mas também nos escritórios. Na apresentação do livro Cubiculados: uma história secreta do local de trabalho, de Nikil Saval (2016), há vários trechos interessantes que nos ajudam a decifrar a rotina de um trabalhador de escritório e suas questões cotidianas. Vejamos alguns:
A felicidade não tem história, diz Balzac. O escritório também não. “O pessoal de colarinho-branco se esgueirou silenciosamente para dentro desse mundo”, disse o sociólogo C. Wright Mills, e o escritório que os recebeu foi surgindo com a mesma discrição. Outros locais de trabalho, como a fábrica, chegaram fazendo barulho, com apitos e marteladas; o escritório sempre foi recatado. Em meados do século XX, quando Mills escreveu A nova classe média [White Colar] – que até hoje tratou o tema de forma mais abrangente –, homens e mulheres que trabalhavam em escritório estavam prestes a constituir a maioria da população norte-americana.
SAVAL, 2016, p.14
Sociólogos como Wright Mills se interessaram em estudar o cotidiano dos trabalhadores de escritório, buscando compreender suas condições de trabalho, suas ideologias, e os tipos de personalidade de classe média que ali se desenvolviam. No entanto, a história do trabalho em escritórios é mais antiga. Vejamos outro trecho:
O escritório começou a chamar a atenção em meados do século XIX, quando esse espaço era chamado de sala de contabilidade, praticamente idêntica às dos mercadores italianos dos séculos anteriores. Eram espaços pequenos, aconchegantes – sempre pequenos. “A porta da sala de contabilidade de Scrooge ficava aberta para ele ficar de olho no empregado que, numa cela incrivelmente pequena, uma espécie de depósito, copiava cartas.” Uma espécie de depósito, onde os homens entravam no auge da saúde e de onde saíam encurvados e tísicos, onde havia grande atividade, mas em que aparentemente não se produzia nada além de papel. Desde o início, o escritório foi considerado um lugar indigno das próprias tarefas a que se destinava. A atividade era nobre, e até estimulante: a pessoa podia arriscar, se aventurar, crescer e prosperar. O escritório, por sua vez, era fraco, vazio e, acima de tudo, um tédio. Os negócios tratados no escritório eram secos, velados. No entanto, foi esse tédio, essa enfadonha respeitabilidade, que fez do escritório o terreno fértil para um discurso que se mostrou indispensável no século XX: a retórica da classe média e a promessa de ascensão social. Algum dia o empregado na cela minúscula poderia chegar ao topo, o contador emaranhado no ninho de cobras do processamento de dados poderia, numa arrancada, vir a ser o presidente da empresa, o zumbi do cubículo poderia galgar posições até chegar à diretoria. Nenhum outro local de trabalho, por mais degradado, jamais foi uma fonte tão constante de esperança para o futuro e a garantia de uma vida estável, respeitável.
SAVAL, 2016, p.15
“O homem nasce livre, mas passa a vida em cubículos” constatou tristemente Rousseau.
Disponível em: <https://expresso.sapo.pt/blogues/Opinio/HenriqueRaposo/ATempoeaDesmodo/2016-01-04-Nao-da-para-acabar-com-os-open-space->
Em suas pesquisas, Mills acaba denunciando todo o tédio e desencantamento gerado pela rotina burocrática e repetitiva desses ambientes, e que vazam para todas as esferas da vida social; submetidos à rotina das grandes empresas, a vida dos trabalhadores de escritório perde intensidade e sua potencialidade criativa fica sufocada. É a liberdade humana que está em jogo. Num outro trecho, lemos que
O escritório não foi programado para ser um ícone do tédio. Na verdade, desde o começo do século XX, tem sido fonte das mais utópicas ideias e anseios na vida de trabalho dos norte-americanos. Desde sua origem, no início do século XX, quando começaram a se expandir como centros administrativos de negócios cada vez maiores na Era Dourada, os escritórios ofereceram um refúgio possível, uma fuga de outro ícone do tédio, a fábrica. (...) Por mais árido que Dilbert às vezes fosse, era perpassado por um sentimento simples, até mesmo humanista, exposto sucintamente por um personagem em Como enlouquecer seu chefe: “O ser humano não foi feito para ficar o dia inteiro sentado num cubículo olhando para uma tela de computador”. Também é possível lembrar de Rousseau: O homem nasce livre, mas passa a vida em cubículos.
SAVAL, 2016, p.14
Assista a esse vídeo de um funcionário de escritório, estressado e quebrando tudo ao redor, mostrando todo o seu ódio justamente em seu ambiente de trabalho.
"
No entanto, com o avançotecnológico, os computadores já começaram a substituir as pessoas em muitos tipos de trabalho, tanto na indústria quanto no setor de serviços; ao mesmo tempo em que isso significa a perda de muitos empregos, também tem sido uma oportunidade para a reinvenção do trabalho. É claro que vivemos uma época de mudanças aceleradas, e a transição entre um modelo industrial de trabalho para um modelo digital de trabalho, e com isso muitas pessoas sofrem nessa transição sem saber como se adaptar a essa nova realidade. Segundo Carvalho (2006),
A terceira Revolução Industrial, sob diversos aspectos, difere das demais por trazer acelerado aumento da produtividade do trabalho, tanto na indústria como em numerosos serviços, principalmente naqueles que trabalham com o processamento da informação. Como ainda está em curso, é difícil prever seus desdobramentos a médio e longo prazos. Com a substituição do trabalho do homem pelo computador, parece também ser muito provável a crescente eliminação de diversos postos de trabalho pela transferência de operações realizadas por funcionários, que atendem ao público para o próprio usuário: é a difusão do autosserviço, facilitada pela utilização do microcomputador.
Porém, esse novo momento histórico pode ser a grande oportunidade de reinventarmos as relações de trabalho, baseando-nos em novos paradigmas. Thomas Malone (2006), estudioso das organizações e das recentes mudanças na dinâmica das relações, nos cerca de exemplos sobre como os novos modelos organizacionais estão lançando as bases das organizações do futuro; modelos mais centrados numa gestão horizontal e compartilhada, onde o propósito e o significado do trabalho, mais do que a necessidade de sobrevivência, é o que move os envolvidos nesses empreendimentos. Segundo Malone (2006), inspirados na revolução democrática estadunidense do final do século XVIII,
Atualmente estamos nos primeiros estágios de uma outra revolução – uma revolução nos negócios – que pode, em última instância, ser tão profunda quanto a revolução democrática no governo. A nova revolução promete levar a uma outra transformação em nossa maneira de pensar o controle: de onde vem o poder? Quem deveria exercê-lo? Quem é responsável? Mais uma vez, o resultado será um mundo em que as pessoas terão mais liberdade. Um mundo em que o poder e o controle nos negócios estarão mais disseminados do que nossos antecessores da era industrial teriam imaginado ser possível. Um mundo em que um número cada vez maior de pessoas está no centro de suas próprias organizações. Novas tecnologias de informação tornam essa revolução possível. Dispersos fisicamente, mas ligados pela tecnologia, os trabalhadores agora são capazes, em uma escala não imaginável antes, de tomar suas próprias decisões usando informações reunidas de muitas outras pessoas e lugares. O verdadeiro ímpeto para a transformação nos negócios não virá, no entanto, das novas tecnologias. Virá de nossos próprios desejos inatos (sic) – da eficiência e flexibilidade econômicas, certamente, mas também de metas não econômicas como liberdade, satisfação e realização pessoal. 
Malone, 2006, p. 04
Segundo Malone (2006), os formatos das organizações tendem a se desenvolver em consonância com os formatos político-organizacionais dos Estados, como se a liberdade de ação que é dada ao cidadão numa democracia, regesse a dinâmica social dentro das organizações em que esses cidadãos trabalham; ou seja, os valores democráticos não se restringem apenas à esfera formalmente política de ação, mas se estende a todas as relações humanas que permeiam a vida do cidadão.
Considerando que as organizações humanas sem mediação institucional tendem a aumentar devido ao desenvolvimento da internet e das ferramentas de comunicação em geral, o momento histórico atual é fértil para mudanças. E para tornar possível a realização dessa descentralização, “precisaremos de um novo conjunto de modelos mentais” (Malone, 2006, p. 10), e é essa a oportunidade que temos para propor novos hábitos, novos capitais e novas métricas.
3. O “propósito” e o futuro dos empregos
Tiago Mattos, empreendedor brasileiro na área de educação, é um dos maiores exemplos das transformações que vem acontecendo no mundo do trabalho. Além de ter uma formação acadêmica na área de Comunicação Social, é formado em futurismo pela Singularity University, uma universidade localizada numa base de pesquisa da Nasa, estabelecida em parceria com o Google, Nokia, Cisco e Kauffman, e que tem como objetivo capacitar líderes com tecnologias modernas para melhorar a vida das pessoas e enfrentar grandes problemas globais.
Um dos temas estudados na formação dessa instituição de ensino é o “Propósito no trabalho”. Em seu livro Vai Lá e Faz, Tiago Mattos (2017), ao falar sobre propósito e legado, argumenta que
Legado é o que você quer deixar para o mundo. Propósito é por que você quer atingir esse legado. Hoje em dia, muita gente fala de propósito e pouca gente fala de legado. Inclusive, muita gente usa essas duas palavras como sinônimos. Não são. Propósito é a sua missão como ser humano. É o seu norte. Legado é o que fica dessa história. O propósito está mais associado ao mundo interior: é uma conversa com você mesmo. (...) o propósito costuma ser resultado de um nível profundo de reflexão.
No site dedicado a empreendedores Endeavor Brasil, lemos o seguinte num artigo intitulado “A propósito: você sabe aonde quer chegar?”:
Hoje em dia, felizmente, o propósito como o conhecemos voltou à pauta. A vontade maior de realizar ou conquistar algo retornou à voga, e isso é tremendamente promissor. Afinal, é consenso, entre antropólogos e outros especialistas, que as novas gerações se distinguem cada vez mais das anteriores por buscarem fazer aquilo que realmente gostam, a arriscar por aquilo que as move de fato – de acordo com a consagrada máxima de que “dinheiro é consequência” (...) Ter um propósito claro na vida é saber onde se quer chegar – e, sobretudo, dispor da energia necessária para enfrentar a trajetória, que certamente não será fácil.
ENDEAVOR BRASIL
Como vimos anteriormente, com a Revolução Industrial os trabalhadores perderam sua autonomia profissional e o controle da sua produção, começaram a trabalhar para um patrão, perdendo, assim, a posse da matéria-prima, do produto final e também do próprio lucro. Esse cenário fez com que o trabalhador perdesse o prazer em trabalhar, pois se viu alienado de todo o processo. O trabalhador se transforma em apenas mais uma peça, substituível como todas as outras, servindo para executar ordens de alguém.
O propósito tem a ver com a busca do trabalhador por significado no trabalho, e essa busca, somada aos avanços tecnológicos, está mudando a maneira como trabalhamos, a maneira como as organizações funcionam e inclusive as definições ligadas ao mundo do trabalho. Enquanto no capitalismo industrial o trabalhador vende sua força de trabalho para um patrão, executando tarefas específicas e contribuindo para o lucro dos acionistas, para Mattos (2017),
Empresas são organismos com quatro grandes objetivos. 1) Aumentar o alcance do propósito. 2) Deixar um legado de impacto positivo. 3) Garantir a felicidade de todos: clientes, equipe, sócios e sociedade. 4) Permanecer em estado de homeostase, com ciclos naturais de crescimento e retração, a fim de sustentar os itens 1, 2 e 3 pelo maior tempo possível – ou enquanto eles fizerem sentido.
Assim, podemos perceber que a busca pelo propósito opera no nível individual e no nível coletivo, pois uma equipe de indivíduos motivada por um significado e unidos para alcançar esse propósito, geram organizações com propósitos. Salim Ismail, fundador e diretor executivo da Singularity University, argumenta que as organizações do futuro tendem a ser exponenciais, ou seja, com um impacto gigantesco sobre as pessoas, por causa do uso de novas técnicas organizacionais alavancadas pelas novas tecnologias.
Outra característica das organizações exponenciais é o fato de todas possuírem um Propósito Transformador Massivo, ou seja,todas buscam impactar a maneira como as pessoas vivem, seus hábitos e costumes, como foi o caso do smartphone e das redes sociais, que modificaram a maneira como nos relacionamos com as pessoas e com as informações.
Nessa perspectiva, se as organizações da era industrial eram baseadas no controle dos trabalhadores, no disciplinamento e na vigilância, como serão as organizações do futuro? Como serão as empresas num contexto em que o trabalhador deixa de ser uma “peça da máquina” e se torna protagonista do processo?
Tiago Mattos, futurista, baseado nas mudanças que vem ocorrendo, e projetando o impacto dessas mudanças no futuro, descreve um cenário possível, que vale a pena refletir, principalmente porque as novas tecnologias abriram inúmeras possibilidades de estruturação organizacional. Segundo Mattos (2017),
A Revolução Digital nos fez despertar para uma nova consciência em todos os níveis da sociedade. Como não poderia deixar de ser, também afetou sensivelmente a consciência dos dois lados do balcão: tanto de empregados quanto dos empregadores. Estamos diante de um efeito dominó que nos levará para a mudança mais radical na história do trabalho.
Num futuro próximo, não haverá empresas. Pelo menos, não como elas são hoje.
Seremos todos freelancers/autônomos/profissionais liberais. Você poderá exercer a atividade que bem entender. Num dia será decorador, no outro músico, e, na semana seguinte, professor de jiu jitsu. Tudo vai depender do seu interesse, da sua capacidade e da boa e velha lei de mercado. Para isso, os reguladores de hoje (diplomas e titulações) serão ainda mais fluidos, permitindo que você literalmente exerça milhares de atividades profissionais ao longo da vida.
Inclusive, essa é outra diferença. Não haverá profissões (condição estática), apenas atividades (condição fluida). As empresas (estáticas) darão lugar a grupos de trabalho (fluidos), que se reunirão ao redor de propósitos comuns. Eles durarão o tempo que fizer sentido para os participantes. E não o tempo que fizer sentido nos contratos e nas suas respectivas legislações. Não haverá chefe ou contratante. As lideranças serão circunstanciais e rotativas, nunca fixas. Portanto, não haverá cargos (estáticos) mas funções momentâneas (fluidas). O propósito e o legado serão os líderes invisíveis. Todos os envolvidos serão sócios e entrarão em acordo preliminar para definir suas responsabilidades – e, por consequência, suas percentagens. Será o fim das jornadas de trabalho de oito horas (estáticas) para uma auto-organização no formato que melhor servir ao grupo (fluido). Seguindo os princípios da abundância, haverá um senso de concorrência muito diferente do que há hoje. A colaboração estará introjetada em todos nós e o prazer no trabalho será uma consequência natural.
As pessoas terão liberdade de abandonar o projeto no momento que desejarem, sem complicações com a lei, avisos prévios ou quaisquer outras burocracias. E isso se aplicará a todos os quadrantes da sociedade, passando pela iniciativa privada, mas também pela esfera pública e pelas ONGs. O sistema será dinâmico, criando muito mais oportunidades do que hoje – e permitindo que você experimente quantas atividades tiver vontade. Todos nós teremos ainda mais liberdade e oportunidades para ir e vir. E, apenas assim, cada indivíduo poderá realizar aquilo que lhe faz verdadeiramente feliz. Esse cenário, que para alguns parece utópico, está mais perto do que parece. Em alguns ambientes, isso inclusive, já é realidade. (...)
Sabemos que a vida em sociedade é muito complexa e que nem todos os indivíduos participam das vantagens dessas transformações; também é necessário analisar os malefícios dessas transformações, porque muitas pessoas ainda estão à margem de todos os benefícios materiais e imateriais da era digital e sem perspectivas de mudanças, a não ser para pior.
No entanto, é importante lembrarmos que não somos peças passivas de uma máquina social, mas agentes ativos do agora; temos a possibilidade de mudar nossa mentalidade, nos apropriar das ferramentas disponíveis e criarmos a realidade que desejamos, gerando impacto positivo no mundo. Vejamos alguns exemplos.
4. Movimento maker e o estilo de vida experimental 
Um livro lançado em 2007 e que ficou durante 7 anos entre os mais vendidos na lista do New York Times e do Wall Street Journal, foi o Trabalhe 4 horas por semana, de Timothy Ferriss. Esse livro se propõe a ser uma espécie de guia sobre como trabalhar menos e produzir mais. Tendo aplicado à sua própria vida todos os métodos descritos no livro, o autor defende um estilo de vida experimental, estimulando o leitor a hackear os próprios hábitos e a reinventar sua forma de trabalhar e de viver.
Utilizando o princípio de Pareto, Tim Ferriss argumenta que o fato de estarmos o dia inteiro ocupados, não significa que estejamos sendo produtivos, pois 80% dos resultados que obtemos, estão relacionados a 20% dos nossos esforços. Assim, o autor propõe uma série de mudanças cotidianas na forma como trabalhamos, com o objetivo de causar uma revolução em nosso estilo de vida.
O sucesso de público alcançado por este livro, comprova que as pessoas estão buscando mudar sua maneira de viver e de trabalhar e estão se aproveitando das novas ferramentas disponíveis na era da informação. Ao invés de permanecerem como empregados de outras empresas, muitas pessoas estão criando seu próprio trabalho e se associando a outras pessoas com os mesmos objetivos.
Assim nasceu o Movimento Maker, como uma extensão da cultura Faça-Você-Mesmo, que acredita na ideia de que as pessoas podem fabricar, construir, modificar ou consertar objetos, desenvolver projetos de forma independente, com o próprio esforço, baseado no acesso mais fácil e barato a tecnologias, ferramentas e informação.
Na cultura Maker, as pessoas se colocam a trabalhar de maneira colaborativa, dividindo espaços, ferramentas e conhecimentos.
Disponível em : <https://canaldoensino.com.br/blog/o-que-e-o-movimento-maker>
Um exemplo interessante aqui do Brasil é o blog Fazedores, que propaga a independência dos indivíduos e sua articulação em redes de compartilhamento de ferramentas e informação. Segundo o próprio blog,
O Fazedores nasceu com o objetivo de fomentar o Movimento Maker, ou Maker Movement em inglês, no Brasil. Nosso objetivo é criar um ponto de encontro para fazedores de todos os tipos compartilharem ideias e conhecimentos sobre os mais diversos ramos da cultura maker. Acreditamos que o movimento maker está mudando o mundo e que ele pode ter um impacto positivo em nossa sociedade. Por isto queremos que o Fazedores sirva como fonte de inspiração para futuros fazedores e que ajude quem já é mais experiente a aprimorar seus conhecimentos, se inspirar e a divulgar suas idéias e projetos.
Estamos abertos a todo os tipos de fazedores e a todas as áreas do mundo maker. De eletrônica a robótica, de impressão 3d a culinária, de arte interativa a melhorias domésticas, estamos interessados em tudo. Não importa se você está apenas começando ou se já é um fazedor profissional, todos são bem-vindos.
BLOG FAZEDORES
Leia o Manifesto do Movimento Maker
 
Saiba um pouco mais sobre algumas mudanças que vem ocorrendo nos hábitos e na mentalidade das sociedades urbanas ao redor do mundo:
Foi em meados de 2005 que o americano Bred Neuberg teve a grande ideia de criar uma comunidade de profissionais que compartilhassem do mesmo espaço de trabalho e pudessem aproveitar o que há de melhor na estrutura de um escritório, mas em um ambiente mais flexível e preparado para as reais demandas de um mercado cada vez mais moderno e dinâmico. Aí o coworking já engatinhava. Disponível aqui.
Para fugir dos aluguéis caros, das dificuldades dos bairros periféricos e da solidão de morar sozinho, jovens do mundo todo tem apelado para uma tática conhecida: dividir a casa com estranhos. O chamado “coliving” é como um coworking, só que para morar (e não para trabalho). Há quem diga que não passa de uma república “gourmetizada”. A comparação faz sentido, mas não é sóisso. Tem algo de antigo: a busca humana por viver em comunidade. Mas tem também um quê de contemporâneo, de adaptar este modelo às grandes cidades que se espalham pelo mundo. Disponível aqui.
O fato é que não sabemos o que acontecerá com o futuro do trabalho, mas sabemos que podemos mudar nossa forma de pensar e nossos hábitos, e assim projetar futuros desejáveis. As mudanças já estão acontecendo e algumas ferramentas já estão disponíveis para realizarmos essa mudança.
Uma cultura cada vez mais focada no empreendedorismo e no autodidatismo está nascendo e promete maior independência nas relações de trabalho e maior satisfação de todos os envolvidos. Organizações cada vez menores, com menos hierarquia e menos controle sobre os trabalhadores parece ser a tendência para esse futuro em que as informações estão cada vez mais disponíveis para todos os indivíduos.
Para fechar esse tópico, analisemos a ‘ascensão das redes distribuídas’, que é como Tiago Mattos imagina o futuro:
Com um novo mindset, veremos o fim das empresas e dos empregos como conhecemos. É o início de um período onde vamos aprender a desaprender para reaprender. É o novo nível de consciência que toma o seu espaço. É a hierarquia sendo derretida. É a interdependência promovendo lideranças circunstanciais e rotativas. É o propósito como líder invisível. É a autonomia permitindo horizontes maiores. É o empoderamento sendo percebido pelos indivíduos. É a redenção das redes distribuídas.
5. Conclusão
O momento atual é um momento de extrema incerteza, com constantes mudanças tecnológicas, interdependência global e muitas disrupções em todas as esferas da vida. As organizações tendem a ser menores e contam com o empreendedorismo e o propósito de cada colaborador.
Vivemos um tempo em que muitas pessoas perdem seus empregos e muitas outras inventam as próprias profissões. E você? Como você gostaria de trabalhar? Qual seria o trabalho dos seus sonhos? Você já pensou que existem pessoas realizando aquilo que você ainda está apenas sonhando? Prepare-se para esse novo momento e escreva sua própria história.
6. Referências
CARVALHO, Rosa de F.P. Evolução do trabalho: das comunidades pré-industriais às pós-industriais. REVISTA DA ABET,V.VI, N“ 2, JUL/DEZ. 2006
DIAS, Reinaldo. Introdução à Sociologia. Ed. Pearson: São Paulo, 2010.
DRUCKER, Peter. Sociedade pós-capitalista. 5.ed. São Paulo. Pioneira, 1997.
FERRISS, Tim. Trabalhe 4 horas por semana. Ed. Planeta do Brasil, 2017.
MALONE, Thomas W. O futuro dos empregos. Ed. M.Books/Harvard Businness School Press. 2006.
MATTOS, Tiago. Vai Lá e Faz: como empreender na era digital e tirar ideias do papel. Ed. Belas letras, 2017.
SAVAL, Nikil. Cubiculados: uma história secreta do local de trabalho. Ed. Anfiteatro, 2016. Disponível em: <http://www.rocco.com.br/admin/Arquivos/LivroTrecho/3fedd860-ac2b-4928-8afa-0d6d2755033ccubiculados_trecho.pdf>.
BLOG FAZEDORES. Tudo sobre o Movimento Maker no Brasil. Disponível em: <http://blog.fazedores.com/> Acesso em: 15 de agosto de 2018.
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ESCOLA DESIGN THINKING. Manifesto do Movimento Maker. Disponível em: <https://escoladesignthinking.echos.cc/blog/2015/11/manifesto-movimento-maker/> Acesso em: 16 de agosto de 2018.
Youtube (17 de agosto de 2011). Chama a segurança ou chama o RH? Funcionário surta e destrói o escritório. Impressionate!!! Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=i2aPGWrcN18> Acesso em: 16 de agosto de 2018.
Youtube (14 de Janeiro de 2017). Charles Chaplin / Tempos Modernos (Modern Times) – 1936 – Legendado. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=HAPilyrEzC4&t=72s> Acesso em: 15 de agosto de 2018.

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