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Universidade Federal de Goiás Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública Departamento de biociências e tecnologia (debiotec) ________________________________________________________ RELATÓRIO 10 AULA: Urocultura DISCIPLINA: Bacteriologia Humana DATA: 27/10/2020 Turma: B01 ACADÊMICA: Vitória Carreiro de França Teixeira - 201801439 1. INTRODUÇÃO A urina normalmente é um líquido estéril, podendo ocorrer presença de uma microbiota transitória. Geralmente o sistema urinário é bastante resistente à infecções, de forma que a ocorrência está aliada à ascendência bacteriana pela uretra e ureter, ou então infecções sistêmicas. Dessa forma, a infecção da bexiga é denominada cistite, e a infecção dos ureteres, ureterite. O maior risco das infecções do trato urinário é a migração para os rins, causando pielonefrite (TORTORA, 2012; BARBOSA et al., 2020). Há bastante associação dessas infecções com as bactérias intestinais, pela proximidade do ânus com a abertura urinária e práticas inadequadas de higiene. Quadros de piúria (leucócitos na urina), bacteriúria (bactérias na urina) e outras sintomatologias características também podem ser observadas (TORTORA, 2012). A grande maioria delas é causada por Escherichia coli, um bacilo gram negativo, que coloniza normalmente intestinos, sendo uma espécie de bastante atenção em casos de suspeita de infecções urinárias. Ademais, espécies como Klebsiella pneumoniae, Proteus spp. e cocos gram-positivos (Staphylococcus spp. e Enterococcus spp) podem ser observadas com certa frequência nas amostras laboratoriais (TORTORA, 2012; BARBOSA et al., 2020). 2. OBJETIVOS Entender o procedimento de diagnóstico pela urocultura, assim como seus possíveis resultados. 3. METODOLOGIA A microscopia para visualização da coloração de Gram é o procedimento inicial da urina coletada. A amostra é homogeneizada, sem centrifugação, e feita deposição de 10 μL da urina em uma lâmina, sem espalhar. Após secagem da lâmina com amostra esta é fixada pelo calor e feita a coloração de Gram para visualização de bactérias (BARBOSA et al., 2020). O cultivo é feito em dois meios de cultura, sendo CLED e MacConkey. Cerca de 2 ml da amostra é homogeneizado sem centrifugação, para então ser emergida alça calibrada de 0,01 mL ou 0,001 mL na urina na posição vertical. Assim, é feita a semeadura quantitativa em placas separadas ou divididas ao meio com ágar MacConkey e CLED. É feita incubação em temperaturas entre 34 °C e 36 °C por 18 a 24 horas (BARBOSA et al., 2020). 4. RESULTADOS Na coloração de Gram a observação de bactérias pode ser dada na forma de achados raros, alguns ou numerosos. A cultura bacteriana pode ser avaliada pelas suas características morfológicas microscópicas e macroscópicas. A principal espécie observada é a Escherichia coli, caracterizada por colônias opacas, amarelas com ligeira cor amarelo escuro no centro, medindo cerca de 1,25 mm de diâmetro, e com o meio de cor azul quando não fermentadoras de lactose (BARBOSA et al., 2020). No crescimento quantitativo com alça de 0,001 mL (1 μL/1:1000) tem-se que 1 colônia equivale a 1000 UFC/ml, e no crescimento com alça de 0,01 mL (10 μL/1:100) tem-se que 1 colônia equivale a 100 UFC/ml. Assim, cada colônia é formada por uma única célula, de forma que na alça de 1 μL cada colônia observada equivale a 1000 Unidades Formadoras de Colônia (BARBOSA et al., 2020). A cultura é negativa quando não há crescimento de microrganismos, e positiva quando há 100.000 UFC/mL ou mais. Além disso, deve-se relacionar esse parâmetro com a presença de leucócitos na urina, o que confirma um quadro de infecção urinária (BARBOSA et al., 2020). 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS A coleta da urina é um procedimento simples mas que deve ser muito bem orientado ao paciente, a fim de diminuir ao máximo erros pré-laboratoriais referentes à coleta inadequada. Entretanto, é um material facilmente contaminável, que deve ser encaminhado ao laboratório o mais rápido possível. Os exames realizados para detecção de infecções urinárias são de fácil execução e suprem as necessidades de saúde atuais (MURRAY, 2013). REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. BARBOSA, Mônica Santiago et al. Aulas práticas de Bacteriologia Humana. [e-book]. Goiânia : Gráfica UFG, 2020. 32 p. Disponível em: https://producao.ciar.ufg.br/ebooks/iptsp/bacteriologia_humana/index.html. Acesso em 29 out. 2020. 2. MURRAY, Patrick R. Microbiologia médica. 7. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013. 1694 p. ISBN 978‑85‑352‑7106‑5. 3. TORTORA, Gerard J. Microbiologia. 10. ed. Porto Alegre: Artmed, 2012. 967 p. ISBN 978-85-363-2698-6.
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