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Arapiraca Cidade da gente Estudos Regionais Fundamental II

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Prévia do material em texto

Nenhuma parte deste livro poderá ser reproduzida e/ou transmitida, seja quais forem os meios empregados sem a permissão dos Autores e Editores.
Av. Oliveira Paiva, 1600, Sala 05 - Cidade dos Funcionários – Fortaleza-CE
CEP: 60822-131
email: didaticoseditora@gmail.com
© Didáticos Editora, 2019
Índices para catálogo sistemático
Catalogação na publicação
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
19-27892 CDD-372.8918113
-372.898113
Eric Medeiros
Nara Moreira
Telry Freire
Nilo Rocha
Vangillye Carvalho
Hellayne Viana e Liane Frota
Rafael Mendes
Eduardo Rosberg
XXXXXX
Suzana Frota
Direção:
Coordenação editorial:
Supervisão geral e gráfica:
Coordenação de equipe:
Coordenação pedagógica:
Conselho editorial:
Projeto gráfico e diagramação:
Ilustrações:
Fotografias:
Revisão ortográfica:
Autores
Ana Karlla Messias
João Paulo Holanda
Lucicleide da Silva
Prezado estudante de nossa querida Arapiraca,
A cultura é grande fonte de conhecimento e inspiração de um 
povo. Ela é capaz de explicar quem somos e mostrar o caminho que 
devemos seguir para crescermos sempre. Um povo sem cultura é 
um povo que não conhece a própria história, é como uma árvore 
sem raízes. Este livro é um trabalho de ressignificação de nossa 
gente, sendo contada por nós, arapiraquenses.
Arapiraca é um terra de diversidade – temos aqui a união de 
muitas tradições: quilombolas, indígenas, brancos, camponeses, 
sertanejos, que viram nessa terra um lugar propício ao desenvolvi-
mento e fizeram daqui o seu lar. Através da pesquisa e da memória, 
buscamos criar uma obra de fácil leitura e compreensão para você, 
aluno, como forma de garantir que nossa identidade será sempre 
preservada.
Segundo Le Goff (1990), a memória acaba por estabelecer um 
vínculo entre as gerações humanas e o tempo histórico que as 
acompanha. Esse vínculo torna-se afetivo, colocando-nos como su-
jeitos da história, com direitos e deveres.
Esta obra representa uma estratégia para garantir o domínio 
do conhecimento histórico e geográfico sobre nosso município, por 
meio de você e de sua família. Não podemos silenciar diante da 
multiplicidade de nossos elementos culturais. Pelo contrário, temos 
que nos orgulhar daquilo que foi construído e daquilo que estamos, 
todos os dias, construindo: uma Arapiraca viva, forte e frondosa.
 Desejamos que este material seja o primeiro passo para que 
cada um (a) de vocês possa construir novas e importantes formas 
de escrever, respeitar e preservar a História de Arapiraca.
 Boa leitura!
Os autores
Carta dos autores
Prezado estudante, 
É com muita honra que criamos este livro que é, “antes de mais 
nada”, um passeio por nossa história, um passeio em meio ao nos-
so povo e a tudo aquilo que construímos e estamos construindo. 
Esta importantíssima obra busca, primeiramente, fazer-nos refletir 
sobre quem nós somos, sobre a nossa cultura, rememorando o pas-
sado para trilharmos um futuro mais firme e robusto, como a árvore 
que dá nome à nossa cidade: arapiraca.
O livro “Arapiraca: cidade da gente” é uma obra que causa-
rá grande impacto na sua vida e na de seus familiares. Você será 
responsável por levar às futuras gerações os traços da formação 
de nossa gente, despertando a sensação de pertencimento e a va-
lorização da cultura local. É nosso dever, enquanto educador, pai, 
gestor, valorizar o que de bom nós temos a oferecer para os futuros 
filhos de nossa terra.
Sabemos que a educação é importante para a nossa formação 
intelectual e moral e que, sem a valorização de nosso povo, de 
nossas origens, não temos condições de criar um futuro promissor. 
Pela primeira vez na história de nossa cidade, ofertamos aos nossos 
alunos, alunas, pais, mães, professores e professoras, um material 
de resgate de nossa história, com linguagem acessível e apropriada 
às nossas crianças e aos nossos jovens.
Esperamos de verdade que esta obra seja lida e relida, não ape-
nas em casa, mas que ela se estenda aos lares de cada arapira-
quense. Temos aqui a impressão digital de nosso povo, de nossa 
terra e, acima de tudo, o compromisso e o respeito com a educação 
de nosso município.
Palavra da Prefeitura
Prefeitura Municipal de Arapiraca - AL
Estimado aluno,
Tenho a honra de apresentar a você, aluno, o livro “Arapiraca: 
cidade da gente”, um alicerce de nosso município, uma fonte de 
conhecimento e sabedoria sobre o nosso povo, sobre a nossa cultu-
ra e nossa história – com informações tão importantes para quem 
busca uma identidade. Sabemos que a educação é um importante 
instrumento de desenvolvimento de uma sociedade. Por isso, é tão 
importante investir em recursos educacionais, a fim de traçarmos 
um caminhar mais firme e forte rumo ao futuro.
Queremos aqui parabenizar pelo empenho nossos professores, 
no belíssimo trabalho que vêm apresentando ao longo dos anos. 
Parabenizamos também o trabalho de nossos autores – professores 
de nossa terra – que souberam colher as informações, os relatos, 
os documentos, além de consultar arquivos pessoais, para que a 
concretização deste sonho fosse possível, resgatando nossa histó-
ria, possibilitando um debate sobre nossa geografia e estendendo o 
conhecimento de nossa querida Arapiraca.
Este é um material de qualidade, um projeto pioneiro no muni-
cípio de Arapiraca, que não se perderá na história, mas ficará como 
instrumento de propagação do desenvolvimento de nossa socieda-
de. As histórias serão contadas e recontadas pelas gerações futu-
ras, fazendo parte de nossa identidade.
 Que possamos aproveitar ao máximo tudo o que este livro 
tem. Por isso, convidamos você a viajar por nossa Arapiraca – des-
de a sua origem até os dias de hoje.
 Bons estudos!
Palavra da Secretaria de Educação
Secretaria Municipal de Educação e Esporte de Arapiraca - AL
Unidade 1
Arapiraca - AL: 
Lugar de viver
Sumário
Unidade 2
Arapiraca - AL: 
História e memória
14 Introdução à unidade
16 Arapiraca – terra do fumo 
20 Arapiraca – localização geográfica 
23 Símbolos oficiais da cidade
28 Economia e desenvolvimento urbano 
36 Esta Arapiraca, por enquanto, é minha terra 
39 Processo de emancipação 
46 A feira livre e o fumo
50 Arapiraca – aspectos sociais
59 Comunidades Quilombolas 
Unidade 3
Arapiraca - AL: 
Lugar de memória
Unidade 4
Arapiraca - AL: 
Educação
socioambiental
100 Arapiraca e suas belezas naturais
106 Fauna e Flora de Arapiraca 
113 O ser humano e sua relação com o meio ambiente
116 Leis de proteção ambiental 
70 Memórias arapiraquenses
74 A religiosidade de Arapiraca 
90 Manifestações culturais: patrimônio imaterial
93 Preservação do patrimônio
Unidade 5
Arapiraca - AL: 
Lazer e turismo
Unidade 6
Arapiraca - AL: 
Poder e cidadania
130 O direito ao lazer 
134 Praças e lugares comuns da cidade
138 Turismo arapiraquense
143 ASA, esporte e lazer 
154 Comunidade, cultura e cidadania 
157 Arapiraca: uma trajetória de luta e cidadania
165 Cultura, cidadania e poder: as destaladeiras de fumo
170 Arapiraca e sua organização política 
176 Nossa cidade: os direitos e deveres da população
“Esta Arapiraca, por enquanto, é a 
minha casa”
Manoel André
Lugar de viver
Unidade 1
Arapiraca - AL:
14
Unidade 1
Introdução à unidade
OLÁ, PREZADO ALUNO, VOCÊ 
SABE COMO É IMPORTANTE 
CONHECER AS NOSSAS ORIGENS. 
O QUE ACHA DE CONVERSARMOS 
UM POUCO SOBRE A FORMAÇÃO 
DE NOSSA CIDADE, ARAPIRACA?
VAMOS JUNTOS NESSE PASSEIO?
Pôr-do-sol no Lago da Perucaba – Arapiraca
Fonte: Marcos Paulo Dantas
15
Arapiraca, originalmente, é o nome de uma árvore da família das 
Leguminosas Mimosáceas – Piptadênia (Piteodolobim), uma espécie de 
angico branco bem comum na região do agreste e sertão do estado de 
Alagoas. Primeiramente, iremos conhecer a relação que há entre o nome 
da árvore e o nome de nossa cidade, além dos aspectos históricos e ge-
ográficos, como clima, relevo e desenvolvimento urbano, que fazem queArapiraca esteja “no coração” de Alagoas.
Este livro é uma conquista que reúne os elementos responsáveis por 
tornarem Arapiraca a segunda maior cidade do estado de Alagoas. Ele 
guiará seus estudos e será responsável por você propagar a cultura de 
nossa região com seus pais, familiares, amigos e vizinhos. Vamos pas-
sear pela história, pela memória do nosso povo, conhecendo lugares in-
teressantes que só existem aqui, além de discutirmos sobre o poder que 
nosso povo tem.
Aqui, deixamos registrada a importância que você, estudante, tem na 
formação cultural e intelectual da nossa sociedade. Portanto, aproveite 
ao máximo essa incrível viagem.
Mapa político de Alagoas
Fonte: http://dados.al.gov.br/dataset/mapa-politico-administrativo-do-estado-de-alagoas-2019
16
Arapiraca – terra do fumo
Arapiraca, nacionalmente conhecida como terra do fumo, está situada 
no estado de Alagoas, Nordeste brasileiro.
Alagoas é uma das 27 unidades federativas do Brasil. Situado no Nor-
deste brasileiro, banhado pelo Oceano Atlântico, rico em belezas natu-
rais, com uma diversidade de mangues e lagoas. O estado faz limites ao 
norte e nordeste com Pernambuco; ao sul, com Sergipe; e, ao sudoeste, 
traça limite com a Bahia.
O estado possui, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Es-
tatística – IBGE – cerca de 3.337.357 habitantes, distribuídos nos 102 
municípios. A área total do estado é 27.767,661 km².
A capital de Alagoas é Maceió, uma das cidades mais visitadas duran-
te o verão, em virtude das belezas naturais, sobretudo das praias. Além 
disso, a cidade oferece ao turista uma vasta culinária, tendo os frutos do 
Estado de Alagoas, com destaque para Arapiraca
Fonte: www.wikipedia. com
17
mar como seu prato mais atrativo. Além da culinária, a capital alagoana 
também é conhecida pela renda, produzida no Pontal da Barra, represen-
tando um forte elemento cultural e econômico.
Além de Maceió, outras cidades estão na rota do desenvolvimento 
econômico e cultural, como Arapiraca, Palmeira dos Índios, Penedo, Del-
miro Gouveia, Piranhas, Maragogi, São Miguel dos Milagres. Dessas cida-
des, Arapiraca, localizada no coração de Alagoas, representa a segunda 
maior economia, em decorrência do cultivo de fumo, colocando-a no pa-
tamar de Capital do Fumo, nacionalmente.
O percurso de Arapiraca até Maceió é, em média, 123 km e pode ser 
feito por duas rodovias: AL 220 ou AL 101, sendo que a AL 220 é a prefe-
rida da maioria dos arapiraquenses, em virtude do trajeto, em parte, ser 
pela orla marítima, tornando a viagem mais agradável com vistas para o 
azul do mar.
Percurso de Arapiraca até Maceió
Fonte: https://www.google.com.br/maps/dir/arapiraca/maceio
18
1. Além de Arapiraca, que outras cidades alagoanas você conhece? Loca-
lize-as no mapa do estado de Alagoas.
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• lagoa 
• reisado 
• Maceió 
• praias 
• fumo 
• árvore 
• renda 
• turismo 
• mangues 
• nordeste.
caça
As palavras deste caça palavras estão escondidas na horizontal, vertical e diagonal, sem palavras ao 
contrário.
H A D C O H G R E A D E O W N O E S
B I E B H T S L M A N G U E S E O R
H B E T E L N E W S H O A A A M F C
T E T N L R I M S W C I R Y R L D I
R I L A E T U R I S M O A D T T T T
T F M G A U O B O A R P F C E D D N
I L A G O A F K R D P Á F U H S B A
N L C O R S U U D A R U O R B L T E
E R E N D A M S S V A D A G U G U E
R E I S A D O U O I I U O E I E S N
W N Ó N I A L R A D A E N O T E H O
R E T N N O E E B F S R P I O S R F
FUMO
LAGOA
MACEIÓ
MANGUES
NORDESTE
PRAIAS
REISADO
RENDA
TURISMO
ÁRVORE
2. A renda alagoana é bastante conhecida nacionalmente e representa 
um grande traço de nossa cultura. Que outros elementos culturais, 
representativos da cultura alagoana, você conhece?
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3. Encontre, no caça palavras abaixo, palavras que estão relacionadas ao 
estado de Alagoas e à cidade Arapiraca.
20
Além do percurso pela AL 220, observamos que também 
podemos ir de Arapiraca para Maceió pela AL 101. Você já fez 
essa viagem? Que cidades foram percorridas?
Caso não tenha ainda viajado, localize a rodovia no mapa e 
faça o percurso, identificando as cidades que são visitadas.
Você sabia que, brevemente, o percurso de Arapiraca até 
Maceió, pela AL 220, será mais curto? Está em andamento a 
duplicação dessa rodovia, tornando a viagem mais cômoda, se-
gura e rápida, unindo a Região Metropolitana do Agreste até a 
capital alagoana.
Arapiraca – localização geográfica
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – 
IBGE 2018 – a cidade de Arapiraca possui uma área territorial de 345,655 
km², com uma população estimada em 231.747 habitantes, vivendo em 
zona urbana e zona rural. Por estar localizada no centro do estado de 
Alagoas, Arapiraca tornou-se rota de muitas trocas comerciais, fazendo 
que sua economia estivesse sempre em constante crescimento entre as 
cidades do agreste.
21
Comércio de Arapiraca
Fonte: www.cdlarapiraca.com.br
Sua área está situada em uma ampla planície, ficando a 265 metros 
de altitude e distando 123 quilômetros da capital Maceió. Em questões de 
localização geográfica, a cidade limita-se, ao norte, com o município de 
Igaci; ao sul, com o município de São Sebastião; a leste, com os municí-
pios de Coité do Noia e Limoeiro de Anadia; a oeste, com os municípios 
de Lagoa da Canoa, Girau do Ponciano e Feira Grande; a noroeste, com o 
município de Craíbas; e, a sudeste, com o município de Junqueiro.
Localização da cidade de Arapiraca
Fonte: https://www.google.com.br/maps/dir/arapiraca
22
Atualmente, o prefeito da cidade é Rogério Auto Teófilo, professor, 
administrador de empresas e advogado, filho de Moacir Teófilo e Thereza 
Auto Teófilo, personalidades ilustres na história de nosso povo.
1. Após analisar o mapa da cidade de Arapiraca, você consegue localizar 
o lugar onde você mora? Ele está perto ou longe do centro da cidade?
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2. Comparando Arapiraca com outras cidades alagoanas, como justifica-
mos o fato de ela ser a segunda maior cidade do estado?
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3. Localize, no mapa abaixo, os pontos cardeais e as cidades que fazem 
limite com Arapiraca.
Localização de Arapiraca
Fonte: www.alagoas24horas.com.br
23
Você ganhou um emprego de marketing e será responsável 
por apresentar a sua cidade a todos aqueles que desejam co-
nhecê-la. Sendo assim, prepare, em equipe, uma apresentação 
de Arapiraca, localizando-a geograficamente, apresentando os 
bairros principais e o seu, além dos importantes pontos turísti-
cos, relatando os motivos os quais fizeram que ela fosse carac-
terizada como a segunda maior cidade do estado.
Símbolos oficiais da cidade
Os principais símbolos representativos da cidade de Arapiraca são a 
bandeira, o brasão e o hino. Eles descrevem, por meio de imagens, cores 
e palavras, a história de formação de nossa gente, além de destacar os 
principais elementos constituintes de nossa economia.
A bandeira de Arapiraca foi criada por meio do Projeto de Lei 20/64, 
de 29 de agostode 1964, pelo Vereador Higino Vital da Silva. Ela tem um 
formato retangular com as cores verde e amarelo, nos lados esquerdo e 
direito, respectivamente, e, ao centro, cor branca, com o brasão da cida-
de.
As cores da bandeira representam: os campos fumageiros, com a cor 
verde; a riqueza da cidade, liderada pelo fumo, na cor amarela; e a paz 
e o caráter de nossa gente, com o branco.
24
O brasão da cidade faz refe-
rência aos aspectos histórico, ge-
ográfico e econômico da cidade. O 
brasão de armas de origem portu-
guesa mostra de um lado uma co-
roa e de outro a árvore Arapiraca, 
além do arco de cinco torres.
A coroa é o símbolo da cidade, 
representando-a como a Princesa 
do Agreste. O arco de cinco torres 
mostra sua emancipação. A cor 
prata justifica-se por não se tratar 
da capital do estado. A árvore é a 
representação da arapiraca – ár-
vore onde Manoel André descan-
sou e idealizou o seu lar.
Além disso, há um ramo de fumo, apontando para o principal meio 
econômico da cidade à época, além de um ramo de algodão. A palavra 
Arapiraca, no centro, identifica a cidade.
Bandeira de Arapiraca
Fonte: Prefeitura Municipal de Arapiraca
Brasão de Arapiraca
Fonte: Prefeitura Municipal de Arapiraca
25
Além da Bandeira e do Brasão, ainda temos o Hino como símbolo ofi-
cial da cidade.
Criado em 1961, o Hino de Arapiraca tem letra do Professor Pedro de 
França Reis e música do Maestro Nelson Palmeira. A canção foi instituída 
como Hino de Arapiraca por meio do Projeto de Lei nº 36/61, do vereador 
Higino Vital da Silva, em Sessão Ordinária do dia 11/11/1961, aprovado 
em 25/11/1961.
O Hino resgata a história da cidade, colocando Manoel André como o 
grande desbravador, responsável pela criação da cidade. Chamada de ci-
dade sorriso, formosa e de encantos mil, Arapiraca é homenageada como 
uma inspiração de Manoel André, cidade galã abençoada por Deus.
Sob um céu de safira estrelado,
Num agreste dêste imenso Brasil,
Fôra um rincão pequenino fadado
A ser majestoso, soberbo e viril.
CÔRO
Arapiraca, Estrêla radiosa,
Que fulgura sob o céu do Brasil,
Cidade sorriso, cidade formosa,
Cheia de esplendor e de encantos mil.
Arapiraca fôra a inspiração
De um sertanejo cheio de fé.
Rendamos, pois, de coração
O nosso “HOSANA” a Manoel André.
A cultura do fumo, a sua riqueza,
O “OURO NEGRO”, que os seus campos veste
Lhe adquirira um título de nobreza,
“cidade Galã”. PRINCESA DO AGRESTE.
Terra adorada, Gloriosa terra,
Crisol da Pátria, abençoada por Deus
Receba, pois, o afeto que se encerra
Nos meigos corações dos filhos teus.
Letra de Pedro de França Reis e Música de Nelson Palmeira
Hino de Arapiraca
(o texto foi digitado seguindo as regras gramaticais da época)
26
1. Identifique, na bandeira da cidade, referências ao Brasil.
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2. A sua escola também possui um símbolo oficial: uma bandeira, um 
hino ou um brasão? Se possuir, desenhe-o no espaço abaixo. Caso não 
possua, o que acha de criar um e apresentá-lo à direção da escola?
27
Escolha uma pessoa mais velha em seu bairro ou sua comu-
nidade para entrevistar. Siga as orientações abaixo:
• Pergunte como era a cidade de Arapiraca no seu tempo de 
juventude.
• Como se divertiam, quais eram as festas e o lazer daquele 
tempo.
• Havia locais para estudo e recreações.
• Na opinião dele (a), o que era melhor no passado e o que 
é melhor nos dias de hoje.
Organize as respostas e apresente-as em sala de aula para 
os colegas e professor.
Em 1928, o fumo em rolo era vendido pela primeira vez, 
para fora do Estado, ao Sr. José Tomáz de Caruaru-Pe. Em 1930, 
José Pedro Proteciano (apesar de assustado com a Revolução 
e com os cangaceiros) já carrega esse produto em tropas de 
burros para Águas Belas, PE. Nesse ano, Lino de Paula Maga-
lhães aumenta a área de cultivo para dez tarefas, tornando-se 
o maior produtor do município de Arapiraca.
28
Economia e desenvolvimento urbano
A cidade de Arapiraca, ao longo dos anos, vem apresentando um vas-
to desenvolvimento econômico e, como consequência, urbano. A cultura 
do fumo fez que a cidade tornasse-se referência no Nordeste, gerando 
riquezas e prosperidade. Não é à toa que ela é conhecida como Terra do 
fumo.
No entanto, com a crise no setor fumageiro, o poder público buscou 
outros meios para motivar a economia na região, investindo na agricul-
tura familiar – plantio de milho, feijão, mandioca, soja. Essas famílias 
organizam cooperativas e associações, favorecendo a permanência e am-
pliação da atividade, além da garantia, por parte dos órgãos públicos, 
de apoio tecnológico, implementos e máquinas agrícolas.
Plantação de fumo em Arapiraca
Fonte: www.arapiraca.al.gov.br
29
Outro grande destaque no fortalecimento da economia arapiraquense 
é a fruticultura irrigada e a criação, em 2003, do Cinturão Verde, na pro-
dução de plantio irrigado de hortaliças.
Além da agricultura familiar, a economia arapiraquense gira em torno 
da pecuária e dos investimentos no setor de indústrias de beneficiamento 
de fumo, bem como indústrias de alimentos e madeira, por exemplo.
É importante destacar que a feira local, além de ser um forte elemen-
to cultural, é uma forma de desenvolvimento econômico, visto que ela 
atende a vários bairros e comunidades da cidade. Do mesmo modo que 
a feira é referência na cidade, o desenvolvimento do comércio também 
o é, principalmente, após a inauguração do Arapiraca Garden Shopping, 
atraindo consumidores de cidades circunvizinhas.
Arapiraca ganhou destaque na Revista Veja, em 2010, sendo aponta-
da como uma das metrópoles do futuro, destacando o crescimento socio-
econômico dos últimos anos.
Avenida Rio Branco – uma das principais avenidas do Centro de Arapiraca
Fonte: Prefeitura Municipal de Arapiraca
30
O Centro urbano da cidade vem apresentando, nos últimos tempos, 
um intenso desenvolvimento, provocado pelo incentivo à indústria, ao 
comércio e ao lazer, por meio do PAC – Programa de Aceleração do Cres-
cimento – do Governo Federal. Novos bairros vêm sendo criados, bem 
como têm sido feitos investimentos no saneamento básico, na iluminação 
pública, nos transportes, na limpeza e coleta, na acessibilidade, no abas-
tecimento de água. Com a inauguração do Arapiraca Garden Shopping, 
um impulso maior à economia foi dado, uma vez que lojas nacionais 
vieram até aqui e inauguraram filiais, diversificando o comércio e os pro-
dutos.
Além disso, a cidade vem acolhendo bem o seu povo, por meio de 
ações de lazer e diversão, como o “Projeto Vem pro Bosque” – atividade 
que busca levar música, cultura e prevenção de doenças para a socieda-
de, aos domingos, tornando o Bosque das Arapiracas um espaço de lazer 
e encontro familiar.
Arapiraca Garden Shopping
Fonte: www.arapiraca.al.gov.br
31
As imagens abaixo mostram a Praça Manoel André em duas épocas 
distintas: a primeira, no século XIX, quando a cidade ainda buscava um 
desenvolvimento; e a segunda, nos dias de hoje. A Praça Manoel André 
é o grande ponto de lojas e centros comerciais da cidade. Por ela, diaria-
mente, transitam milhares de pessoas entre lojas de eletrodomésticos, 
lojas de conveniências, lojas de tecidos e afins, bancos, lanchonetes e 
restaurantes, farmácias, lojas de roupas e sapatos etc.
1. Descreva os setores que ganharam destaque na economia arapira-
quense, nos últimos anos.
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Praça Manoel André, no século XIX Praça Manoel André, nos dias atuais
Fonte: https://www.historiadealagoas.
com.br/historia-de-arapiraca.html
Fonte: www.alagoas24horas.com.br
32
2. Refletindo sobre o seu futuro, em quais dos setores da economiavocê 
gostaria de trabalhar? Por que escolheu esse setor?
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Vamos fazer uma exposição sobre a cidade de Arapiraca na 
escola?
Busque em sites, ou nos arquivos dos vizinhos mais velhos, 
fotos de imagens antigas da cidade e faça o registro desse mes-
mo espaço nos dias de hoje. Compare as épocas e faça cartazes 
para exposição em dia definido pelo professor.
Você sabia que as feiras livres movimentam grande parte da 
economia arapiraquense? 
Elas acontecem semanalmente em vários bairros da cidade. 
No domingo, a tradicional Feira da Fumageira acontece no Bair-
ro Primavera, além dos Bairros Canafístula, Senador Teotônio 
Vilela, Jardim Tropical, Jardim Esperança. Nas segundas, temos 
feira no Centro e Bairro Baixão. Nas quintas, no Bairro Brasília. 
No sábado, no Bairro Itapoã, além da Feira do Artesanato dia-
riamente, na Praça Margarida Gonçalves, no Centro da Cidade.
33
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Anotações
“Eu tô chorando, eu tô chorando,
Eu tô chorando é por você
Se você não acredita,
Vou chorar pra você ver”
Destaladeiras de fumo de Arapiraca
História e memória
Unidade 2
Arapiraca - AL:
36
Unidade 2
Esta Arapiraca, por enquan-
to, é minha terra
OLÁ, AMIGO! CHEGOU O 
MOMENTO DE VOLTARMOS UM 
POUQUINHO PARA O PASSADO E 
CONHECERMOS COMO NOSSA 
CIDADE FOI, AOS POUCOS, 
SENDO FORMADA. O QUE ACHA 
DE ENTRAR NESSE TREM E DAR 
UM PASSEIO CONOSCO?
Esta Arapiraca, por enquanto, é minha casa.
O processo de povoamento no interior pós emancipação política de 
Alagoas acontece por meio da mistura entre os remanescentes de qui-
lombos, povos indígenas e brancos que resistiram aos ataques sucessivos 
e às tentativas de extermínio desses povos pelos portugueses.
O "surgimento" e povoamento de Arapiraca não foge à regra da maio-
ria das possessões coloniais. É nesse contexto de demarcação de terras 
que, segundo Zezito Guedes, em 1848, Manoel André Correia dos Santos, 
um alagoano de Anadia, junto com sua esposa Maria Isabelda Silva Valen-
te, filha do Capitão Amaro da Silva Valente, do povoado de Cacimbinhas, 
em Palmeiras dos Índios, construiu à margem direita do Riacho Seco, a 
primeira habitação, próxima a uma frondosa árvore de nome Arapiraca.
Encostou ali os instrumentos de trabalho e cuidou de preparar a boia, 
quando usou estas palavras: “Essa Arapiraca, por enquanto, é a minha 
casa".
37
Arapiraca, um termo indígena que significa "ramo que o periquito vi-
sita": ara-periquito; poya (visitar); aça (ramo). E, nos ramos dessa árvo-
re que deu nome ao lugar, originou-se também a árvore genealógica das 
famílias que aqui se instalaram.
O desenvolvimento do local deu-se a partir de trilhas que serviam de 
escoamento de produção e destino ao rio São Francisco, acesso a outros 
municípios e dos gêneros alimentícios cultivados (mandioca, feijão, milho 
e algodão), favorecendo a concentração da terra.
Em 1855, faleceu Maria Valente, deixando sob seus cuidados cinco 
filhos. Sua esposa foi sepultada ao lado direito de sua casa; e foi sobre 
sua sepultura que, em 1865, Manoel André inaugurou a Igreja de Nossa 
Senhora do Bom Conselho, padroeira de Arapiraca.
Desenho com Manoel André descansando na árvore arapiraca
Fonte: www.arapiraca.al.gov.br
38
Igreja Nossa Senhora do Bom Conselho
Fonte: www.historiadealagoas.com.br
Nos anos seguintes à colonização inicial, os parentes do fundador co-
meçaram a habitar as terras próximas a Arapiraca, surgindo um vilarejo 
com algumas ruas que formavam um "Quadro de Arapiraca". A partir do 
progresso da feira livre criada em 1844 e ocupando lugar de destaque na 
região, no ano de 1892, foi elevada à categoria de distrito do município 
de Limoeiro de Anadia, que tinha se emancipado do município de Anadia 
em 1882.
Com o início da chamada Guerra do Paraguai, acontecida na 
década de 1860, muitas famílias, para ficarem livres do perigo, 
resolveram ir para as proximidades de Arapiraca, pois sabiam 
que existiam muitas mandiocas. Isso era um fator de garantia 
contra a fome. Dessa forma, foi aumentando o número de po-
voados vizinhos e tornando Arapiraca ponto de referência.
39
Arapiraca pertencia ao município de Limoeiro de Anadia e, devido ao 
seu desenvolvimento econômico e ao desejo de progredir da população, 
o Major Esperidião Rodrigues da Silva inicia sua campanha em prol da 
emancipação política do distrito de Arapiraca, representando as elites 
locais.
1. Segundo o texto, como se deu o processo de povoamento do interior 
após a emancipação política de Alagoas?
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2. Quais fatores contribuíram para o desenvolvimento local de Arapiraca?
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3. Qual o significado da palavra Arapiraca? Porque esse nome foi escolhi-
do para a cidade?
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Processo de emancipação
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O deputado Odilon Auto contribuiu no processo de emancipação polí-
tica, defendendo o projeto na Assembleia Legislativa. O trabalho intenso 
revelou-se em anos de luta e dificuldades de deslocamento para a ca-
pital pela aprovação da maioria dos deputados. Até que, em 30 de maio 
de 1924, foi sancionado pelo Governador José Fernandes Lima o projeto 
de Lei de nº 1009, que emancipava o distrito de Arapiraca do município 
de Limoeiro de Anadia.
A festa de comemoração aconteceu no dia 30 de outubro de 1924, 
logo, esse dia fica marcado como dia da Emancipação Política de Arapi-
raca.
Assembleia Legislativa Estadual em 1924
Fonte: www.confaa.com.br
41
Uma junta governativa passa a organizar o município e as eleições. 
A Junta erapresidida pelo senhor Francisco de Paula Magalhães e tinha 
como membros os senhores: Tibúrcio Valeriano da Silva, Cícero Gonzaga 
da Silva, Aprígio Jacinto da Silva, Domingos Rodrigues de Macedo, José 
Pereira Sobrinho, Pedro Lima de Oliveira, Antônio Ribeiro e Antônio Apo-
linário Correia. Essa junta permanece até o dia 07 de janeiro de 1925, 
quando acontece a posse de Esperidião Rodrigues da Silva, o primeiro 
prefeito de Arapiraca.
Segundo Valdemar, historiador da cidade, o primeiro trabalho público 
de Esperidião Rodrigues foi a construção da prefeitura. No século pas-
sado, o prédio foi ocupado pela Câmara dos Vereadores, na Avenida Rio 
Branco.
Primeira sede da Prefeitura Municipal de Arapiraca
Fonte: www.nn1.com.br
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Basicamente, o Centro da cidade era formado por dois quadros prin-
cipais que receberam o nome da Rua. O quadro da Igreja Nossa Senhora 
do Bom Conselho, que foi denominado de Rua do Capela de São Sebas-
tião, e o Quadro da Rua Nova (as outras saíram delas).
A Esperidião Rodrigues é atribuída a criação da tradicional Feira Livre 
de Arapiraca, além do nosso primeiro grupo escolar: a Instituição de En-
sino Adriano Jorge, ainda a primeira escola de música da cidade, o Car-
tório de registros e os Correios, o apoio à instalação ao Tiro de Guerra e 
a doação de diversos terrenos.
Avenida Rio Branco, no século XIX
Fonte: www.arapiraca.al.gov.br
Escola Adriano Jorge – século XIX
Fonte: http://www.agenciaalagoas.al.gov.br/
Escola Adriano Jorge – século XXI
Fonte: http://agenciaalagoas.al.gov.br/
43
Antiga Feira Livre de Arapiraca, no século XIX
Fonte: www.historiadealagoas.com.br
Você sabia que a escultura em frente ao Museu Zezito Gue-
des, na Praça Luiz Pereira Lima, no Centro da cidade, inaugu-
rada em 2014, é uma estátua em homenagem a Esperidião Ro-
drigues, segurando um telegrama que na época lhe foi enviado 
pelo governador, noticiando a emancipação de Arapiraca?
44
 O telegrama dizia assim:
Coronel Esperidião Rodrigues
Arapiraca – Limoeiro
Acabo de sancionar um Projeto de Lei criando o mu-
nicípio de Arapiraca, cuja população é laboriosa, adian-
tada e progressista; congratulo por intermédio amigo, 
grande incansável paladino dessa conquista, que repre-
senta ato de justiça aos poderes públicos a um povo 
que se levanta por si próprio, que tem iniciativa e que 
progride.
Cordiais saudações,
Fernandes Lima,
Governador do Estado.
Estátua de Esperidião Rodrigues, no Centro da cidade
Fonte: https://confaa.com.br/noticia/.
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1. Quais os fatores que impulsionaram a emancipação política de Arapi-
raca?
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2. Quais são as melhorias para o município de Arapiraca atribuídas a Es-
peridião Rodrigues?
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3. Vamos comemorar o aniversário da nossa cidade criando um cordel? 
Escreva o seu nas linhas abaixo.
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A feira livre e o fumo
A feira livre de Arapiraca impulsionou de várias formas o crescimento 
da cidade e a economia local, ocupando as principais ruas nos dias de 
segunda feira. A princípio, o comércio era de gêneros alimentícios, mas, 
com o passar do tempo, foi se diversificando até que se tornou uma das 
maiores feiras do nordeste e ponto de encontro através da cultura do 
fumo "ouro verde”.
A feira foi terreno fértil para um sem número de expressões artísticas 
populares e abordagens científicas, chegando a abrigar semanalmente 
mais de 30 mil pessoas, vindas de várias localidades, tornando-se patri-
mônio imaterial de Arapiraca, em virtude de toda sua contribuição eco-
nômica e cultural, além de seu poder de ressignificação a cada mudança 
sofrida, geográfica e econômica.
As plantações de fumo de Arapiraca surgem no final do século XIX. A 
cultura do conhecido fumo de "rolo"ou de corda prosperou e fez entregas 
às regiões do estado, ao ponto de elevar Arapiraca à capital nacional do 
fumo – título que lhe é atribuído até hoje.
Venda de rolo de fumo
Fonte: https://arapiraca.7segundos.com.br/noticias/2016/01/06/55748/feira-do-fumo-mantem-
-tradicao-e-resiste-a-outras-culturas.html
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Observe abaixo uma dessas cantigas:
O cultivo do fumo chegou a ocupar centenas de hectares de terra 
cultivadas (minifúndios), abastecendo o mercado interno e externo, mo-
bilizando trabalhadores rurais e comerciantes nas feiras. A partir da dé-
cada de 50, estabeleceram-se fábricas, exportadoras e salões de fumos, 
expandindo a produção 
e caracterizando a cida-
de como "Cutlura fuma-
geira". Assim, os salões 
onde homens e mulheres, 
com seu trabalho, ajuda-
ram a construir os pilares 
econômicos da cidade, a 
exemplo das destaladei-
ras de fumo, que agrega-
vam ao trabalho canções 
descrevendo seus traba-
lhos e animando os salões 
de fumo. As destaladeiras 
de fumo e suas cantigas 
tornaram-se patrimônio 
cultural arapiraquense.
Destaladeiras de fumo
Fonte: https://diarioarapiraca.com.br/editoria/arapiraca/-blues-de-ala-
goas:-o-canto-das-destaladeiras-de-fumo-de-arapiraca/1/35285
Eu estava forrando a cama,
A cama pra meu amor
Deu um vento na roseira,
A cama se encheu de flor.
Leva eu, saudade!
Se me leva, eu vou!
48
Segundo Guedes, em A cidade do futuro, (pág. 16),
A partir da década de 1980, vários fatores fizeram a cultura do fumo 
e, consequentemente, a feira livre declinarem, o que resultou num pro-
cesso de urbanização desordenado em que trabalhadores migraram em 
busca de melhores oportunidades de emprego.
Há décadas, centenas de trabalhadores sentem os impactos da dimi-
nuição da feira livre. Atualmente desmembrada em vários bairros e dias 
diferenciados, mas resistem bravamente. É no suor e na força desses 
ambulantes, agricultores, comerciantes, que os ramos da grande Arapi-
raca florescem e renascem a cada dia.
O recrudescimento da feira e do cultivo do fumo não impediu o cres-
cimento do polo comercial diversificado, onde se mantém como principal 
abastecedor de uma diversidade comercial e agrícola.
1. De que forma a feira livre impulsionou o desenvolvimento da cidade de 
Arapiraca?
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"convergiram para Arapiraca trabalhadores de várias regiões do nor-
deste, que foram trazendo suas bagagens, costumes, folguedos, 
crendices, seitas, cantos, os quais foram se adaptando à primitiva 
cultura já existente, e assim se concentrou um número expressivo 
de cantigas que há mais de meio século foram cantadas na época da 
colheita do fumo pelas mulheres que retiraram os talos das folhas 
de fumo.
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2. Como está a feira de Arapiraca atualmente?
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3. Você conhece Hermeto Pascoal? Faça uma pesquisa sobre a vida e 
obra do "Bruxo dos instrumentos" que tem um teatro com seu nome 
em nossa cidade.
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Observamos o quanto as destaladeiras de fumo são ícones 
importantes de nossa cultura, sendo consideradas Patrimônio 
Imaterial da cidade.
Sendo assim, vamos organizar um Festival de Destaladei-
ras?
Reúnam, em grupo, poesias cantadas pelas destaladeiras 
de fumo e organize um sarau.
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“Muitas coisas que eu 
faço são inspiradas nas coi-
sas que eu via de criança nas 
feiras de Lagoa da Canoa-AL 
e de Arapiraca-AL, que eram 
os lugares onde eu ia até os 
meus 14 anos de idade”.
[Fonte: Jornal “Gazeta de 
Alagoas”, 25 de novembro de 
2012 ]
Hermeto Pascoal
Fonte: https://arapiracalegal.wordpress.com/artis-
tas-arapiraquenses/hermeto-pascoal/
Arapiraca – aspectos sociais
Educação 
Arapiraca é considerada o segundo maior polo de educação do esta-
do, vem se destacando em todos os níveis da educação, resultante de 
várias iniciativas públicas e privadas.
Esse desenvolvimento teve início antes do seu processo de eman-
cipação, que aconteceu no ano de 1924. No livro “Arapiraca através do 
tempo”, do escritor, escultor e folclorista Zezito Guedes, narram que foi 
em 1885 a data da chegada do professor Antônio Raimundo, o primeiro 
contratado por lideranças do povoado para ensinar a meninada a ler, es-
crever e contar, o qual ministrava aulas numa residência e numa sala 
de aula improvisada.
51
Nessa fase, a escolarização era considerada um privilégio acessível 
aos filhos de famílias abastadas. Somente em 1890 foi criada uma escola 
mista. E, em 1891, Esperidião Rodrigues, o primeiro prefeito do muni-
cípio, conseguiu do então governador do Estado, o Barão de Traipu, a 
nomeação da sua nora, Marieta Peixoto, a primeira professora estadual.
Após esse feito, a 
próxima conquista de 
destaque para o cam-
po da educação aconte-
ceu somente no ano de 
1940, após 16 anos da 
emancipação do municí-
pio, quando foi instituí-
do oficialmente o curso 
primário, com a funda-
ção do Grupo Escolar 
Adriano Jorge.
A demora para que Arapiraca tenha embarcado no processo de es-
colarização pode ser explicada por meio da observação dos costumes da 
época. Um deles era o estímulo à participação de toda a família, incluindo 
os filhos, nas atividades agrícolas. Primeiro, na cultura da mandioca e, 
mais tarde, com o fumo. Por isso a escolarização não era priorizada, e a 
escola considerada um luxo dispensável.
Entretanto, se por um lado a valorização do trabalho afastava as 
crianças da escola, por outro, a partir da fase da ampliação e êxito no 
cultivo do fumo, que fez riqueza no município, mudaram-se as concep-
ções, principalmente dos mais favorecidos financeiramente, que passa-
ram a enxergar a necessidade da expansão da educação escolar para o 
progresso econômico do município.
Dessa fase até aqui, quanta diferença! A valorização da produção do 
saber, ao longo das décadas, foi conduzindo a cidade ao status de segun-
do maior polo da educação do Estado, sendo responsável pela mão de 
obra qualificada para atender as demandas, não somente da cidade, mas 
da região, passando a ser primordial no processo de desenvolvimen-
to cultural, social e econômico do município.
Grupo de alunas da Escola Adriano Jorge
Fonte: www.arapiracanews.com.br
52
A educação está atrelada diretamente ao desenvolvimento de qual-
quer município, e Arapiraca tem garantido belas conquistas nesse âmbito. 
Grupo Escolar Adriano Jorge
O primeiro Grupo Escolar de Arapiraca foi construído na gestão do 
governador Osman Loureiro, na principal rua da cidade, onde funciona 
até hoje a Escola Estadual Adriano Jorge, na Avenida Rio Branco. O corpo 
docente era constituído por algumas professoras que se deslocaram da 
capital e outras da própria cidade de Arapiraca, que, em condições favo-
ráveis, puderam concluir o curso normal em Maceió.
Alunos da Escola Adriano Jorge em desfile pela cidade
Fonte: http://www.agenciaalagoas.al.gov.br/
A nova escola passou a oferecer estrutura e instrumentos pedagó-
gicos desconhecidos da maioria dos arapiraquenses, na década de 40, 
a exemplo da mobília composta de carteiras duplas, o quadro negro, os 
mapas e o globo. A unidade escolar despertou o interesse da comunidade 
em ampliar o acesso ao ensino.
53
Instituto São Luís
Em 1943, o muni-
cípio ganhou a primei-
ra escola particular, 
o Instituto São Luís, 
criada pelo professor 
Pedro de França Reis, 
com o apoio do Padre 
Medeiros Neto, então 
secretário de Estado, e 
do padre Epitácio, pá-
roco da cidade. Hoje, 
no mesmo prédio, fun-
ciona o Colégio Nossa 
Senhora da Rosa Mís-
tica.
O Instituto São Luís, a exemplo do que acontecia com o Grupo Es-
colar Adriano Jorge, desenvolveu uma prática pedagógica aliada a uma 
rigorosa disciplina, de cunho tradicional, reconhecida e respeitada por 
atender à forma como os pais consideravam a “boa educação”.
Reforço Educacional
Já na década de 50, após a inauguração das duas escolas, Grupo Es-
colar Adriano Jorge e Instituto São Luís, oferecendo o ensino de 1ª a 4 
ª série, a população recebe dois reforços na área educacional: o Colégio 
Nossa Senhora do Bom Conselho e o Colégio São Francisco de Assis, con-
siderados importantes marcos para a história da educação de Arapiraca.
Colégio Nossa Senhora do Bom Conselho
Fundado pelo Cônego Teófanes Augusto de Araújo Barros, em 1950, 
com o nome de Ginásio Nossa Senhora do Bom Conselho, o tradicional 
CBC, nasceu integrante da Escola da Campanha Nacional de Educandá-
rios Gratuitos (CNEG), que hoje é denominada de Campanha Nacional de 
Escolas da Comunidade (CNEC).
Instituto São Luiz
Fonte: www.cadaminuto.com.br
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Uma das primeiras turmas do Colégio Cenecista Nossa Senhora do Bom Conselho
Fonte: Ascom Arapiraca
O colégio surgiu como uma novidade, trazendo o curso ginasial, que 
atualmente corresponde ao Ensino Fundamental. Naquela época, para 
conseguir uma vaga, era necessário participar de um concorrido exame 
de admissão.
Após cinco anos do início das atividades, em 1955, a nova escola in-
troduziu os cursos: comercial, científico e normal, possibilitando aos alu-
nos condições de ingressar nos cursos superiores das capitais mais próxi-
mas ou de exercer funções profissionais que exigiam maior qualificação.
A história do colégio mistura-se com a do Dr. José Moacir Teófilo, que, 
em 1955, após um período ocupando a função de interventor-diretor, foi 
nomeado definitivamente o diretor do colégio, onde exerceu a atividade 
até os 90 anos e tem uma contribuição significativa na formação educa-
cional da juventude.
55
Uneal
A história da Universidade Estadual de Alagoas começou em 1970, 
com a abertura da Fundação Educacional do Agreste Alagoano (Funec), 
que manteve a Faculdade de Formação de Professores de Arapiraca (FFPA). 
Desde essa data, outras transformações 
aconteceram na instituição. Em 1995, foi 
estadualizada, tendo o seu nome altera-
do para Fundação Universidade Estadual 
de Alagoas (Funesa) e, em 2006, passou 
a ser intitulada de Universidade Estadual 
de Alagoas (Uneal). Atualmente oferta 11 
cursos de graduação e tem matriculados 
mais de dois mil alunos, segundo infor-
mações da própria instituição.
Atual fachada do Colégio Cenecista Nossa Senhora do Bom Conselho
Fonte: Ascom Arapiraca
Universidade Estadual de Alagoas
Fonte: Ascom Arapiraca
56
UfalOutro importante avanço na educação de Arapiraca foi a implanta-
ção do campus da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Em 2005, o 
município foi contemplado com projeto piloto do Ministério da Educação 
(MEC), dentro do programa de expansão do ensino superior público, e 
passou a ofertar, inicialmente, 16 cursos de graduação.
Além das duas instituições públicas, a Universidade Estadual de Ala-
goas (Uneal) e a Universidade Federal de Alagoas (Ufal), no município há 
mais de uma dúzia de particulares de ensino superior e técnico.
Os avanços no âmbito da educação, como o aumento de números 
de escolas e cursos universitários, vêm traçando um perfil cultural mais 
amplo de transformação e inclusão social para seus moradores.
Universidade Federal de Alagoas
Fonte: Ascom Arapiraca
57
Veja abaixo outros espaços educacionais da cidade:
Planetário Arapiraca
Fonte: Prefeitura Municipal
Fonte: Prefeitura Municipal
Arapiraquinha – Biblioteca Digital
58
Perguntem aos seus pais em quais as instituições de ensino 
eles estudaram e pesquisem a história dessas instituições.
1. Arapiraca é considerada o segundo maior polo de educação do estado. 
Justifique essa afirmação, segundo o texto.
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2. Como se iniciou o processo de escolarização em Arapiraca?
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3. Segundo Zezito Guedes, a escolarização era considerada um privilégio 
acessível aos filhos de famílias abastadas.. compare a afirmação com 
a atual situação da educação arapiraquense.
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Comunidades Quilombolas
As comunidades quilombolas são grupos étnicos, predominantemen-
te constituídos de população negra rural ou urbana, descendentes de 
ex- escravizados, que se autodefinem a partir das relações específicas 
com a terra, o parentesco, o território, a ancestralidade, as tradições e as 
práticas culturais próprias.
Existem em Alagoas 69 comunidades remanescentes dos quilombos, 
e duas delas em Arapiraca; antes da chegada do fundador, em 1848, já 
havia gente nessas terras, quando ainda não se chamava Arapiraca, 
e comunidades foram se firmando com nomes de árvores nativas: Pau 
d’Arco (ipê) e Carrasco (pau-viola).
Carrasco surge aproximadamente no ano de 1800; nela existem mais 
de 250 famílias e mais de 1.000 habitantes. Carrasco é assim chamado 
devido à vegetação local, que tem esse nome, e originou-se a partir da 
doação de terras para ex-escravos, alforriados, realizada pela Capitã An-
tônia Rosa, que faleceu sem deixar herdeiros .
60
Sobre a história local, destacamos que no início só existiam matas e 
algumas casas de taipa, da Capitã Antônia Rosa, que lá vivia com seus 
escravos, para os quais deixou todos os seus bens. Era a maior autori-
dade local, só entrava no Carrasco pessoas com sua autorização. As mu-
camas Pastora e Belinda vieram de Angola; uma delas teve uma filha, 
que casou-se e teve 18 filhos, compondo assim o grupo dos primeiros 
escravos.
Essas pessoas que viveram e morreram até esta data povoaram o 
Carrasco com inúmeros filhos. Na época do relato dessa história, as con-
dições de vida não eram boas, mas, melhores que as primeiras da histó-
ria, porque já eram filhos dos escravos, já tinham seus próprios pedaços 
de terras e seus casarões de taipa. As mulheres faziam panelas e potes 
de barro para venderem na feira, quando a cidade ainda era um povoado 
de Anadia . Nesse período, não havia transportes, as mercadorias eram 
conduzidas em burros e na cabeça, era bastante difícil, porque ficava lon-
ge e só tinha mato, o isso foi há mais de 100 anos. Hoje a maioria ainda 
sobrevive da agricultura e dos empregos informais. A localidade nos dias 
atuais dispõe de escola, Unidade Básica de Saúde (UBS) e transporte 
coletivo.
Em 2008, o Carrasco recebeu a certificação da Fundação Cultural Pal-
mares, do Ministério da Cultura (MinC), como sendo ambiente remanes-
cente dos quilombos. Assim, a associação nasceu e hoje dá oficinas de 
modelagem, pintura, reciclagem, artesanato (potes e panelas de barro, 
vassouras de palha, balaios) etc.
A história oral é fundamental para dar voz aos que não puderam 
escrever sua história, e a relação entre memória e oralidade possibilita 
a formação de uma consciência histórica; dessa forma, a tradição oral 
nas comunidades quilombolas é sinônimo de resistência e busca por uma 
consciência, a exemplo da comunidade de Pau D’arco, que reconstituiu 
sua identidade a partir das histórias de moradores antigos, como Zé 
Pretinho, Dona Mocinha e Dona Terezinha.
61
Correntes de ouro
A professora de História e pedagoga Laurinete Basílio, uma das fun-
dadores da Associação de Desenvolvimento da Comunidade Remanes-
cente de Quilombos da Vila Pau d’Arco, desenvolveu um trabalho a partir 
da oralidade, para resgatar a história dessas comunidades (comunidades 
remanescentes de quilombo em Alagoas) e, segundo ela,"chegando onde 
hoje é o local, ele teve que comprar as terras – justamente com as cor-
rentes de ouro – do capitão João de Deus Florentino, senhor de engenho 
de família portuguesa, estabelecendo-se lá com a esposa Josefa da Sil-
va; teve cinco filhos. Logo, um filho de um primo de João de Deus com 
uma escrava, José Januário Pragelo, também fez moradia naquele lugar 
repleto de ipês amarelos e brancos – daí o nome “pau d’arco”. Eram dos 
galhos dessa árvore que se faziam arcos para possíveis caças.Vindo de 
Rio das Cruzes, em Limoeiro de Anadia-AL, Luiz Tolintino foi o terceiro 
negro a formar uma família na localidade na mesma época.
A agricultura familiar predominou na região com o cultivo de mandio-
ca, feijão, milho, batata e macaxeira. Apenas no segundo ciclo do fumo 
de Arapiraca, quando a cidade ganhou status de “Capital Brasileira do 
Fumo”, na década de 1970, que essa planta começou a dar mais vazão 
nos terrenos da Vila Pau d’Arco.
A associação é também o Ponto de Cultura Identidade e Cidadania 
Afrodescendente, dentro da rede arapiraquense, e tem 332 famílias ca-
dastradas que contam com grupos de capoeira, grupo de percussão afro 
(alfaia, pandeiro, xequerê), grupo de dança, oficinas de artesanatos (po-
tes de barro) e gastronomia.
Atualmente a professora é supervisora das escolas quilombolas onde 
desenvolve um trabalho de resgate e sentimento de pertencimento dos 
alunos e moradores das duas comunidades, com o desenvolvimento de 
projetos educacionais relacionados a questões étnico raciais.
A história das duas comunidades intercruza-se e amplia o olhar para 
uma Arapiraca de múltiplas cores, que não surge de um único "ramo" 
étnico que nasce, fortalece-se entrelaçada entre índios quilombolas e 
brancos.
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Professora Laurinete Basílio
Fonte: http://agenciaalagoas.al.gov.br/noticia/item/11402-educacao-emocional-e-social-em-arapiraca-
-contribui-para-o-enfrentamento-da-discriminacao
Arte produzida pelas Comunidades 
Quilombolas Grupo Artístico de raízes quilombolas
Fonte: https://confaa.com.br/noticia/12064/noti-
cias/2017/10/20/a-cultura-negra-em-arapiraca-rai-
zes-quilombolas-nunca-antes-vistas.html
Fonte: https://confaa.com.br/noticia/12064/noti-
cias/2017/10/20/a-cultura-negra-em-arapiraca-rai-
zes-quilombolas-nunca-antes-vistas.html
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Sob a orientação de seu(sua) professor(a), elabore um 
questionário sobre a história das comunidade ou do bairro 
onde você mora e entreviste os moradores mais antigos 
sobre suas memórias; socialize com a turma a experiência.64
1. O que são comunidades quilombolas? E quantas comunidades quilom-
bolas existem em Alagoas?
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2. Qual a origem dos nomes das comunidades quilombolas de Arapiraca?
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3. Segundo o texto: " A história oral é fundamental para dar voz aos que 
não puderam escrever sua história ".
a) Qual a importância da oralidade na história?
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b) Sobre a história das comunidades quilombolas de Arapiraca, o que lhe 
chamou atenção? 
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Anotações
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Anotações
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Anotações
“A memória é onde cresce a história que, por 
sua vez, a alimenta, e procura salvar o pas-
sado para servir ao presente e ao futuro.”
Le Goff 1994
Lugar de memória
Unidade 3
Arapiraca - AL:
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Unidade 3
Memórias arapiraquenses
OLÁ, ALUNO! VOCÊ SABE DA IMPORTÂNCIA DAS 
MEMÓRIAS PARA UMA SOCIEDADE? COMO O 
CONHECIMENTO DOS NOSSOS ANTEPASSADOS 
CONTRIBUI PARA SERMOS QUEM SOMOS HOJE?
NESTA UNIDADE, VAMOS PASSEAR PELAS MEMÓRIAS 
DO POVO ARAPIRAQUENSE E CONHECER UM POUCO 
SOBRE NÓS E NOSSA GENTE.
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O passado e a história podem ser evocados de várias formas, a mais 
utilizada é a via da memória, que pode ser apreendida e ressignificada, a 
partir dos vestígios deixados pelo tempo. Conhecer a história do local em 
que se vive permite-nos revisitar um passado não tão distante, porém 
cheio de significados.
Pretendemos, nesta unidade, abordar as memórias, as personagens 
e os monumentos de uma Arapiraca que foi construída e também perten-
ce aos agricultores, feirantes e pescadores, árvore de muitos ramos que 
floresce na sua cultura, na arte e na fé das rezadeiras e das mães de 
santo, cidade que abriga uma imensidão de manifestações culturais que 
resistem, renovam-se e ampliam a identidade Arapiraquense.
Diversos monumentos e cartões postais representam Arapiraca em 
tempos históricos distintos, as igrejas, os museus, as praças, a estação 
ferroviária, as paisagens cotidianas e mesmo as que ficaram no passa-
do, mas permanecem vivas nos "Lugares de memória" de nossa cidade.
Concatedral do Bom conselho
A igreja localizada no Largo Dom Fernando Gomes tem apenas 34 
anos de inaugurada, mas a história da paróquia de Nossa Senhora do 
Bom Conselho começa quando Manoel André construiu a primeira igreja 
no povoado, no ano de 1864, em cima do túmulo de sua esposa, Maria 
Valente, que, até a construção da catedral, era a matriz da paróquia, 
localizada na praça Manoel André, hoje conhecida como igreja do 
Santíssimo.
A memória dos habitantes que faz que eles percebam, na 
fisionomia da cidade, sua própria história de vida, suas ex-
periências sociais e lutas cotidianas... Sem a memória, não se 
pode situarna própria cidade, pois perde-se o elo afetivo que 
propicia a relação habitante-cidade, impossibilitando ao mora-
dor de reconhecer-se enquanto cidadão de direitos e deveres 
e sujeito da história. 
(Oriá 2005).
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Igreja Nossa Senhora do Bom Conselho – século XIX
Fonte: Davi Salsa
Atual fachada da Igreja Nossa Senhora do Bom Conselho
Fonte: Genival Silva
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Fonte: Genival Silva
Os moradores da comunidade, que se reuniam na igreja para rezar 
para Nossa Senhora e Manoel André, encomendaram uma imagem de 
Nossa Senhora da Guia a um artesão no município de Bom Conselho 
(PE). O fundador foi a cavalo buscar a imagem e, no caminho de volta, 
foi conduzido por uma comitiva de cavaleiros desde Palmeira dos Índios. 
A imagem foi recebida com festa, banda de pífanos e fogos, e as pessoas 
comemoravam: "Viva Nossa Senhora do Bom Conselho". 
Hoje, o caminho de volta feito por Manoel André trazendo a imagem 
é refeito todos os anos por mais de uma centena de cavaleiros na Caval-
gada da Padroeira, que chega a Arapiraca no dia 02 de fevereiro, consi-
derado o dia da padroeira de Arapiraca e dia que foi rezada a primeira 
missa em 1865, na igreja construída por Manoel André, que foi batizada 
de matriz de Nossa Senhora do Bom Conselho, um dos maiores monu-
mentos de fé dos arapiraquenses.
Concatedral Nossa Senhora do Bom Conselho
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A Religiosidade de Arapiraca
Arapiraca é uma cidade predominantemente católica, porém, nas úl-
timas décadas, tem aumentado o número de igrejas evangélicas, centros 
espíritas e expressões religiosas de matriz africana, o que demonstra sua 
diversidade religiosa.
As manifestações públicas de religiosidade praticadas por meio da fé 
e das festas contribuem para fortalecer as tradições e renovar o senti-
mento de pertencimento nas identidades locais; além disso, revelam 
vários aspectos da hierarquia social de uma cidade e de como essas 
manifestações tornam-se patrimônio cultural de várias comunidades.
Cavalgada Nossa Senhora do Bom Conselho
Fonte: arapiraca.al.gov.br
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1. Qual a relação entre história e memória?
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2. Quais monumentos históricos ou lugares de memória de Arapiraca 
você conhece? Faça uma pesquisa sobre o lugar escolhido e organize 
sequências desses lugares no passado e atualmente.
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3. O crescimento da cidade proporcionou também sua diversidade reli-
giosa. Descreva outras atividades religiosas que acontecem em Arapi-
raca.
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Zezito Guedes 
Ao se tratar de História de Arapiraca, é inevitável recorrer à figura 
de Zezito Guedes, o paraibano José Gomes Pereira, que se encantou 
pela princesinha do agreste e aqui reside 
desde a infância, tornando-se referência 
na história e cultura local. O sobrenome 
Guedes ganhou do escritor Ariano Suas-
suna durante uma solenidade em Recife, 
em 1974.
Escultor, historiador, folclorista, teve 
suas obras expostas em vários lugares 
do Brasil. Como pesquisador, destacam-
-se as obras “Cantigas das destala-
deiras de Fumo” e “Arapiraca atra-
vés do tempo”. Considerado patrimônio 
vivo. Em 2013, ele recebeu o registro 
de Patrimônio Vivo da Cultura Alagoana 
pela Secretaria de Estado da Cultura.
Obra: Arapiraca através dos 
tempos, de Zezito Guedes.
Fonte: confaa.com.br
Zezito Guedes
Fonte: Museu Zezito Guedes
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Museu Zezito Guedes
Situado no Centro de Arapiraca, o museu, inaugurado em 2009, pos-
sui espaço de exposições permanente e um amplo acervo que reconstrói 
a vida de seu patrono, com objetos, fotografias, registro da vida e obras 
do pesquisador, além de material histórico sobre origem e formação so-
ciocultural da cidade de Arapiraca, baseado na obra “Arapiraca Através 
do Tempo”, de Zezito Guedes.
Na comemoração de dez anos do Museu, em 2019, Zezito, aos 83 
anos, recebeu um busto em sua homenagem pelo artista plástico Thony 
Silva.
"Os patrimônios culturais são estratégias por meio das quais 
grupos sociais e indivíduos narram sua memória e sua iden-
tidade, buscando para eles um lugar público de reconheci-
mento, na mesma medida em que a transformam em 
"patrimônio". (Horta 1999)
Museu Zezito Guedes
Fonte: arapiraca.al.gov.br
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A praça Luiz Pereira Lima (Praça da Prefeitura) sempre foi palco de 
manifestações culturais que habitam nas memórias afetivas dos arapi-
raquenses , a sede do governo ao lado da escola Hugo Lima, o cinema 
Trianon, onde os jovens da época iam assistir a filmes e shows, o labi-
rinto, o cuscuz de "mundiça", o coreto, a banca de revistas do Argentino 
e seus torneios de xadrez e tantos outros espaços da praça estão reple-
tos de significados e narrativas sobre uma Nostálgica Arapiraca, onde 
crianças brincavam nas ruas.
Atualmente a praça foi revitalizada e continua sendo ponto de en-
contro abrigando vários projetos culturais, entre eles, o "Cultura na pra-
ça, organizado pelo mestre Afrísio Acácio, que reúne artistas de várias 
regiões, todas as segundas-feiras (dia da feira), a partir das 8h até às 
12h, sanfoneiros, repen-
tistas, aboiadores, poetas 
e tantos outros artistas 
populares se apresentam 
na Tenda Cultural, reme-
morando, fortalecendo a 
cultura local e atraindo 
centenas de pessoas que 
passam pela praça e vão 
assistir às apresentações 
e danças regionais .
Antigo coreto na Praça Luiz Pereira Lima Antiga Praça Luiz Pereira Lima
Fonte: cma.al.gov.br Fonte: cma.al.gov.br
Apresentações musicais na Praça Luiz Pereira Lima
Fonte: Secom Arapiraca
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Você sabia que a segundo templo religioso mais antigo 
da cidade é a capela de são Sebastião? Fundada em 1904-
1905, tombada como patrimônio histórico em 2005.a capela 
preserva traços da arquitetura original.
A igreja foi erguida por iniciativa do comerciante José 
Zeferino de Magalhães, em ação de graças pelo fim de uma 
epidemia de febre tifoide, ocorrida no então povoado de Ara-
piraca, entre os anos de 1904 a 1905. A doença provocou 
muitas mortes. Na-
quela época, os 
sintomas eram 
tratados apenas à 
base de ervas me-
dicinais, que não 
surtira o efeito de-
sejado.
Sendo assim, 
a população, por 
meio do poder da 
oração, suplicava 
pela cura. As preces eram dirigidas a São Sebastião, soldado 
romano, mártir que se tornou santo protetor da humanida-
de, contra a guerra, a fome e a peste. O pedido foi atendido 
e a população se livrou da enfermidade.
Acontece desde sua construção ,a festa em homenagem 
a são Sebastião ,com novenas procissão, leilão, banda de 
pífano tradições populares que sob revivem ao tempo.
Fonte: http://joaorocha2.blogspot.com/2016/08/patrimonio-historico-de-arapiraca.html
Igreja de São Sebastião
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A literatura de cordel é bastante praticada pelos poe-
tas arapiraquenses um deles é zé de Quinô que escreveu 
um lindo cordel sobre São sebastião.
Vamos transformar o cordel em uma xilogravura con-
temporânea?
Crie um cartaz, fazendo uso apenas de lápis grafite 
preto, mostrandoo desenrolar da história de Sebastão, 
produzida por Zé de Quinô.
SEBASTIÃO 
(Zé de Quinô)
Meu pobre Sebastião 
Crivado numa figueira
Assim como o nosso povo
Que é crivado a vida inteira 
E exposto à violência 
Sem a mínima clemência 
Injustiça verdadeira.
Assim como o Povo pobre
Tu sangras todos os dias
Na juventude que morre
Em nossas periferias 
Tu vive entre os humilhados
Agredidos, espancados
As piores covardias.
Oh, pobre Sebastião 
Abra os olhos para ver 
Não te conformes com a dor
Não te deixe esmorecer 
Só existe uma saída 
Para essa nossa vida
Que é lutar até vencer.
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Zé do Rojão foi o primeiro locutor da Rádio Novo Nor-
deste AM, era sua voz, com boa dicção, que despertava a 
“nação agrestina” com música de raiz, forró pé-de-serra e 
declamações de poesias matutas de autoria de Zé da Luz, 
Catulo da Paixão Cearense, e tantos outros”, segundo o jor-
nalista Roberto Gonçalves.
No poema a se-
guir, a professora, 
artista e poeta Mar-
ta Eugênia faz, a 
partir de suas me-
mórias, faz home-
nagem a Zé do Ro-
jão e a uma praça 
da cidade.
 Sabendo nisso, elabore um poema a partir de suas 
memórias homenageando algum lugar ou personagem 
de Arapiraca.
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Professora, artista e poeta Marta Eugênia
Fonte: Marta Eugênia
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Rojão no céu 
Atravesso a Marques da Silva,
como de costume, e sento para um café.
As buzinas ferozes da segunda-feira,
O som tumultuado das pessoas 
me tiraram da cama mais cedo.
Mas, quando eu era criança, 
havia outro modo que despertava o dia :
minha mãe ligando o rádio 
o grito do chocalho e a voz de zé do Rojão 
"acorda minha gente", e recitava Zé da luz :
"três muié, três irmã, três cachorra da mulesta
eu vi num dia de festa, num lugar Puxinanã..."
Meu pai cutucando o meu dedão do pé :
tá na hora de levantar mocinha
pra não perder a escola.
Meus pais se foram, o rádio aquietou-se de velho.
Eu e um poema de Zé da Luz ficamos atônitos no meio da praça
quando ouvimos o barulho do rojão subindo ao céu.
(Marta Eugênia de Oliveira) Quanto Tanto 2014.
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Afrísio Acácio do acordeon: o poeta vaqueiro
Por Pedro Jorge
O “Poeta-Vaquei-
ro” Afrísio Acácio do 
Acordeon é natural de 
Campo Grande (AL). 
Ele é considerado um 
dos maiores acorde-
onistas do Nordeste 
brasileiro. Atualmen-
te reside em Arapira-
ca (AL) e vem dando 
uma grande contribui-
ção, através de seus 
projetos, para a cul-
tura local e regional. 
Cantando ou apresen-
tando o Projeto Cultu-
ra na Praça, Afrísio proporciona aos arapiraquenses contato 
direto com as nossas origens culturais.
Mestre Afrísio Acácio
Fonte: portaldenoticiasdasuacidade.com.br
A Casa da Cultura 
Inaugurada em 1998, a Casa da cultura é mais um espaço que con-
tribui para a formação histórica e preservação cultural de Arapiraca, 
por ser refúgio de vários intelectuais que se utilizam do lugar para pres-
tigiar exposições, oficinas, palestras que o local dispõe frequentemente, 
e por abrigar um acervo de 21 mil livros da Biblioteca Municipal 
Professor Pedro de França Reis, que, em 2019, completou 60 anos 
de existência.
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Casa da Cultura
Fonte: arapiraca.al.gov.br
Além da Biblioteca municipal, a Casa da Cultura dispõe de recursos 
para leituras específicas em braile, briquedoteca, espaço para literatura 
infantil, acervo com dezenas de vinis e ilustre presença de Paulo Lou-
renço, o maior colecionador de vinis do agreste alagoano.
Em 2019, a Casa da Cultura realizou a II Feira Literária de Arapiraca – 
FLIARA, atrelando a literatura a música, artes plásticas, teatro e cinema, 
oficinas, contação de história, mesas-redondas, exposições, vendas de 
livros, lançamentos de obras e apresentações musicais.
Paulo Lourenço, o Dj do Agreste.
Paulo Lourenço, 87 anos, é um grande in-
centivador cultural de nossa cidade. Por mais de 
30 anos, esteve a frente de um bar (O Bar do 
Paulo), na Rua Dom Jonas Batingas, no bair-
ro Ouro Preto, onde reunia escritores, músicos, 
militantes jovens, estudantes que recorriam ao 
bar para conversarem sobre cinema, política, 
música e literatura.
Dj Paulo Lourenço
Fonte: Paulo Lourenço
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1. O hábito da leitura é imprescindível para a cultura de um povo. Na 
sua escola ou comunidade, há biblioteca? Com ajuda do seu professor, 
organize uma roda de leitura e contações de estórias com os livros da 
biblioteca. Logo após, descreva abaixo suas impressões sobre a ativi-
dade.
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2. Você conhece o disco de vinil? Com a ajuda do seu professor de Histó-
ria, construa uma linha do tempo da música, com exposição de vinis, 
fitas cassetes, cd’s, pen drives , etc. 
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Paulo é natural de Palmeira dos Índios e, após um período em São 
Paulo, onde trabalhou como garçom, voltou em 1973 para Arapiraca e 
inaugurou o "Bar do Paulo". Seu acervo atraía pessoas de várias regiões e 
estados à procura de boa música, no período em que a censura vigorava 
em nosso país. Segundo Paulo, pessoas de várias capitais vinham para 
Arapiraca, a fim de escutar músicas que eram proibidas naquelas loca-
lidades. O bar era sempre frequentado por artistas, alguns de renome 
nacional, entre elas Alceu Valença, Hermeto Pascoal Lobão etc.
Em 2019, a Prefeitura de Arapiraca lançou edital de Prêmio Paulo Lou-
renço. A chamada pública destina recursos para cada projeto e para 
ações nas áreas de música, teatro, circo, dança, artes plásticas, folgue-
dos, manifestações afro arapiraquenses, literatura e audiovisual, home-
nagem mais que justa a esse grande incentivador da cultura de Arapiraca.
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Estação Ferroviária
Antiga Estação Ferroviária
Fonte: Maria de Fátima S. Silva
A estação ferroviária de Arapiraca foi inaugurada de forma antecipa-
da. Em 28 de maio de 1949, foi inaugurado o novo trecho da linha até 
Arapiraca, autorizado pelo Distrito Fiscal do Departamento Nacional de 
Estradas de Ferro, por solicitação do governador, em 17 de fevereiro de 
1950.
O funcionamento da linha férrea e da estação ferroviária, nos tempos 
de auge da cultura fumageira, proporcionou a integração das regiões vi-
zinhas à cidade, o escoamento da produção, o abastecimento interno, e 
contribuiu para a evolução urbana do Centro de Arapiraca.
São inúmeras as lembranças dos arapiraquenses sobre o local que 
entrecruzava os caminhos de centenas de trabalhadores, feirantes, an-
darilhos, que vinham a Arapiraca em busca de melhores condições de 
trabalho.
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O barulho dos trilhos na linha férrea, as fotos dos presos políticos nos 
muros da estação durante o regime militar, o colorido das saias das ci-
ganas estão na memória e nas muitas estórias dos arapiraquenses. Sem 
passageiros desde a década de 80 e tendo a linha férrea em situação de 
abandono desde 2008, a estação ferroviária tem inspirado projetos de 
revitalização e conservação, porém os projetos, até o momento, não ob-
tiveram êxito. 
Fonte: www.estacoesferroviarias.com.br/alagoas/arapiraca.htm
Antigo jornal da cidade
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O cantor e poeta Raul Seixas compôs a música “O trem 
das 7” fazendo referência à Estação Ferroviária de São Pau-
lo, grande símbolo de desenvolvimento da cidade, no final 
do século XIX e começo do século XX. Vamos conhecer?
O Trem Das 7
Raul Seixas
Ói, ói o trem, vem surgindo de trás das montanhas

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