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DEFINIÇÕES DE ESPAÇOS URBANOS

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DEFINIÇÕES BÁSICAS DE ESPAÇO URBANO
Entre os vários conceitos e definições utilizados na disciplina do Urbanismo, alguns não foram criados dentro dela e pertencem a uma história da construção do espaço urbano. Esses conceitos estão sendo continuamente atualizados, em função das profundas modificações pelas quais a maneira de viver em sociedade e em relação ao meio ambiente estão ocorrendo.
Hoje, na segunda década do século 21, a maior parte da população humana vive dentro de cidades. Isso nunca ocorrera até o início desse século. No Brasil, mais de 80% da população reside em cidades de diversos tamanhos!
Isso faz do espaço urbano o ambiente principal da vida humana. Ainda que haja uma enorme massa de pessoas morando e trabalhando no meio rural, e haja também espaços intermediários entre um e outro, a cidade passa a ser o principal foco de atenção da arquitetura e do urbanismo. Essa situação tende a se manter e ampliar, com o contínuo crescimento das cidades, metrópoles e megalópoles, apesar das inúmeras críticas e visíveis problemas decorrentes dessa forma de intervir no espaço disponível no planeta.
É necessário estabelecer conceitos para definir esse espaço e usá-los para compreender e modificar essa criação humana.
CIDADE
Não há uma definição única ou exata para o termo cidade. Tampouco ele é um conceito estável no tempo e modifica-se dependendo do local em que é usado e das características escolhidas para escolher quais espaços podem receber esse nome.
De uma maneira ampla e genérica é possível afirmar que cidade é um aglomerado humano, vivendo em um ambiente extensamente construído, em que a população residente não realiza atividades rurais, ou seja, não produz seu próprio alimento nem o dos outros.
É evidente que há situações que fogem a essa definição, com a existência de pequenas cidades em que dentro dos lotes urbanos há plantações e criações de animais para fins de alimento. Por isso há a necessidade do uso de outros critérios para aperfeiçoar a definição, como a quantidade de pessoas que moram na cidade, as atividades nela realizadas, o tipo de espaço construído, os limites político-administrativos, entre outros.
Os limites físicos da cidade também são definições que não tem um critério único e exato. As fronteiras entre o espaço urbano e o rural, a existência de espaços rurbanos, a urbanização dispersa e o crescimento de núcleos urbanos distintos que se misturam ao longo do tempo são desafios para uma abordagem urbanística.
MUNICÍPIO
É um tipo de unidade administrativa que possui uma sede, que normalmente é a cidade, um limite territorial e uma estrutura de poder público para atender suas necessidades específicas. No Brasil, esse poder público é formado pela Prefeitura e pela Câmara de Vereadores.
É muito comum que o município seja formado fisicamente por dois espaços aparentemente distintos, as áreas urbanas e áreas rurais. No entanto existem espaços com definições variáveis, dependendo do conceito utilizado.
As limitações físicas e administrativas dos municípios nem sempre são suficientes para abordar, administrar e solucionar os problemas das cidades, principalmente quando elas crescem, expandem-se e criam um aglomerado indistinto. Para esses espaços urbanos é necessário outra categoria de divisão administrativa.
Em resumo, a diferença entre cidade e município está na orientação de seus conceitos: o primeiro está relacionado com a ocupação humana no espaço, e o outro, com a delimitação político-territorial.
METRÓPOLE
No Brasil, o Estatuto da Metrópole define esse conceito da seguinte maneira:
“espaço urbano com continuidade territorial que, em razão de sua população e relevância política e socioeconômica, tem influência nacional ou sobre uma região que configure, no mínimo, a área de influência de uma capital regional, conforme os critérios adotados pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE”.
Essa legislação afirma ainda que os “critérios para a delimitação da região de influência de uma capital regional, (...) considerarão os bens e serviços fornecidos pela cidade à região, abrangendo produtos industriais, educação, saúde, serviços bancários, comércio, empregos e outros itens pertinentes, e serão disponibilizados pelo IBGE na rede mundial de computadores”.
Fonte: Lei nº 13.089, de 12 de janeiro de 2015. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13089.htm>. Acesso em 22 ago 2016.
REGIÃO METROPOLITANA
Uma região metropolitana normalmente é formada pela conurbação de duas ou mais cidades que se expandiram além de seus limites administrativos, criando uma extensa mancha urbana. Esse conceito pode variar dependendo do país e de sua legislação sobre o assunto.
No Brasil, o conceito é utilizado tanto para definir uma aglomeração urbana de grande porte formada por várias cidades, com milhões de habitantes, quanto para criar uma categoria de administração pública que reúne vários municípios, para permitir o gerenciamento e a busca de soluções para problemas que extrapolam as divisões políticas e administrativas municipais.
Na legislação que trata da definição de regiões metropolitanas ficam em destaque as questões que devem ser abordadas por essa instância político-administrativa:
planejamento integrado do desenvolvimento econômico e social;
saneamento básico, notadamente abastecimento de água e rede de esgotos e serviço de limpeza pública;
uso do solo metropolitano;
transportes e sistema viário;
produção e distribuição de gás combustível canalizado;
aproveitamento dos recursos hídricos e controle da poluição ambiental (...).
Fonte: Lei complementar nº 14, de 8 de junho de 1973. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp14.htm>. Acesso em 22 ago 2016.
Definições contemporâneas de espaço urbano
Para estimular as habilidades referentes às intervenções no espaço urbano é necessário criar competências na área da história e da teoria da urbanização – que são os assuntos principais dessa disciplina – e nos meios que surgiram ao longo do tempo para modificar a cidade. Para isso o domínio de conceitos básicos desse assunto é fundamental para a compreensão das enormes escalas dos problemas e necessidades que o aluno precisa compreender sobre o ambiente que está se tornando, gradativamente, o principal local de vida do homem em todo o planeta, a cidade.
Urbanização:
 
Urbanização é o processo de surgimento e expansão dos espaços urbanos, que constituem as cidades, metrópoles e demais áreas consideradas urbanas. Há também processos de desurbanização, com o desaparecimento de cidades ou esvaziamento de áreas antes densamente ocupadas. O termo, portanto, se refere unicamente ao processo de transformação de áreas não ocupadas pelo homem, ou áreas exclusivamente rurais em espaço urbano. Já houve tentativas de criar processos de urbanização que tentavam mesclar o campo com a cidade, mas o aspecto urbano dessas propostas sempre prevaleceu. O termo urbanização não inclui em sua definição a maneira nem a qualidade como ocorre o processo. Para isso há outros termos complementares que veremos adiante.
 
Urbanismo científico:
 
Urbanismo é o nome dado a uma disciplina, de caráter científico, que tenta explicar o crescimento, a produção e o desaparecimento das cidades, tanto no passado, quanto no futuro. Foi criado no século 19, como uma forma de tentar tratar, de forma racional, o surgimento e a transformação das cidades. O arquiteto Alfred Agache se descreve como criador do termo Urbanismo (AGACHE,1931), definindo-o da seguinte maneira:
 
“Uma ciência, e uma arte e, sobretudo uma filosofia social. Entende-se por urbanismo, o conjunto de regras aplicadas ao melhoramento das edificações, do arruamento, da circulação e do descongestionamento das artérias públicas. É a remodelação, a extensão e o embelezamento de uma cidade, levados a efeito, mediante um estudo metódico da geografia humana e da topografia urbana sem descurar as soluções financeiras".
 
Com o passar do tempo também incluiu em seu significadoa capacidade de intervir nas cidades, através do planejamento urbano. O fato de ser uma disciplina de caráter científico nem sempre correspondeu a algo equivalente no mundo real: a possibilidade de conhecer os processos de urbanização através dessa disciplina nem sempre significou a criação de meios de intervenção eficazes que transformassem adequadamente as cidades existentes ou criassem novas cidades eficientes e melhores.
 
Urbanismo funcionalista:
 
Como o próprio nome diz é uma área do urbanismo científico que surgiu com base em um raciocínio sobre a cidade que a transformava em um objeto funcional. A proposta era tratar a cidade como uma máquina, ou algo equivalente, ou seja, que pudesse ser tratado como uma máquina, um organismo criado pelo homem, capaz de exercer certas funções previamente estabelecidas. O documento que consolida esse pensamento, e que não possui um criador único, é a Carta de Atenas. Esse urbanismo é característico da arquitetura e urbanismo modernos que começam a ganhar corpo no final do século 19. As propostas modernas começam a ser aplicadas em massa a partir do final da Primeira Guerra Mundial e após o término da Segunda Guerra Mundial. As críticas ao urbanismo funcionalista começam a se intensificar na década de 1950 e aumentam nas décadas seguintes, principalmente na Europa e depois em outros países, incluindo o Brasil. A cidade de Brasília (cujo planejamento e construção inicia-se entre 1956 e 1960) é um dos exemplos mais conhecidos de urbanismo funcionalista aplicados na prática.
 
Urbanização dispersa:
 
Nesse tipo de urbanização, novos bairros surgem longe do centro da cidade e se espalham em diferentes formas, que vão desde condomínios de luxo até favelas no entorno de estradas. Nas últimas décadas, a população brasileira se concentrou em um número reduzido de grandes núcleos metropolitanos. Mas, paradoxalmente, a concentração nesses polos foi acompanhada de uma dispersão no espaço intraurbano, que tomou proporções gigantescas nos últimos 20 anos. Não se trata de cidades com espaços rurais entre elas, mas sim de espaços intraurbanos, grandes manchas descontínuas de espaços urbanizadas, com um grande núcleo, em geral, que é a cidade de maior porte.
O processo de dispersão urbana ocorre, de maneira simplificada, do seguinte modo: há um aumento populacional que estimula o aumento dos preços. A tendência é que a população que vem de outros lugares em busca das metrópoles procurem os municípios vizinhos, onde a terra é mais barata. Essa situação já está se repetindo com o aumento populacional vegetativo. Então, em vez de crescer como uma mancha de óleo como no tempo das ferrovias – porque era preciso que todos estivessem juntos a ela, por questões de facilidade de acesso a tudo que a ferrovia trazia e levava – as pessoas usam as rodovias e estradas vicinais e vão morar em conjuntos fora da cidade. A vida delas ocorre entre esses lugares afastados e a metrópole. E entre esses núcleos também há mudanças, pois o mundo rural que havia nesses interstícios desaparece. Nas áreas extensas, há a agroindústria. Nas áreas pequenas, há propriedades muito diferenciadas, que se aproveitam das áreas urbanas. Quando nos afastamos disso, vemos um Brasil esvaziado. A grande parte da população brasileira reside em cerca de 50 grandes áreas urbanas que já carregam no seu interior o processo de dispersão urbana.
 
Fonte: http://www.ecodebate.com.br/2009/04/29/a-urbanizacao-dispersa-ainda-nao-e-devidamente-compreendida-entrevista-com-o-urbanista-nestor-goulart-reis/, consultado em 29/01/2011
 
Tecido urbano:
 
Tecido Urbano é o nome dado a um tipo específico de urbanização de uma região urbana. Utiliza-se essa denominação para delimitar, dentro de uma região urbanizada, uma área que possui uma característica específica. O termo vem acompanhado de uma ou mais características urbanas que servem para defini-lo. O termo é móvel, ou seja, pode haver vários tecidos urbanos dentro de uma região urbanizada, e necessariamente não possuem um limite exato entre eles. As áreas a que se referem o termo tecido urbano também podem ser alteradas, quando, por exemplo, a característica a que ele se refere é alterada por parte de quem está utilizando o termo.
O tecido urbano muitas vezes pode ultrapassar os limites da cidade, fazendo com que se forme um único padrão de urbanização em diferentes bairros, distritos, zonas, ou até mesmo entre cidades vizinhas, sejam em metrópoles ou cidades próximas entre si.
A utilidade do termo é significativa, pois os problemas urbanos quase nunca respeitam os limites político-administrativos das cidades e distritos. Assim, para definir um problema urbano, o termo tecido urbano pode ser mais eficiente, pois ele pode identificar a verdadeira área atingida por aquele problema.
 
Conurbação:
 
O processo de conurbação é um crescimento que expande um núcleo urbano, prolongando-o para fora de seu limite político-administrativo absorvendo aglomerados rurais e outras cidades. Estas, até então com vida política e administrativa autônoma, acabam comportando-se como parte integrante da metrópole. Com a expansão e a integração, desaparecem os limites físicos entre os diferentes núcleos urbanos. Ocorre então uma dicotomia entre o espaço edificado e a estrutura político-administrativa. Nas cidades em que isso ocorreu há uma grande dificuldade em se perceber os limites originais de cada cidade. Há uma espécie de fusão dos núcleos urbanos, inclusive na vida de quem reside e trabalha neles, pois a mobilidade das pessoas dentro dessa nova e expandida mancha urbana desconhece esses limites: os locais de trabalho, de residência, de lazer ou de estudo não estão limitados pelo perímetro original de cada cidade, como ocorria em um passado cada vez mais distante.
 
Projeto Urbano e Desenho urbano:
 
O reconhecimento da incapacidade e, muitas vezes, falta de necessidade, de ter que intervir em uma cidade inteira para realizar um empreendimento de grande porte ou de tentar melhorar a vida das pessoas, levou ao desenvolvimento de um campo do urbanismo que trata de intervenções específicas. Essas intervenções abrangem um bairro, um sistema ou pequenas áreas dentro da cidade. Essa forma de intervenção baseia-se no reconhecimento da impossibilidade de controlar o espaço urbano totalmente. É muito difícil, ainda que não seja impossível, intervir nas cidades cada vez maiores de uma vez só ou com um planejamento urbano rígido e muito delimitado. Assim, o Projeto e o Desenho urbanos abrangem pedaços da cidades, com intervenções específicas, sejam organizadas pelo poder público, pelo poder privado, ou por ambos.

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