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Queixa-crime por difamação e injúria

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL DA COMARCA DE NITERÓI DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 
ENRICO, brasileiro, solteiro, engenheiro, RG nº (______________), CPF nº (_____________), com endereço em Icaraí, na cidade de Niterói/RJ, por intermédio de seu advogado que este subscreve, cujo instrumento de procuração com poderes especiais segue em anexo (doc.1), vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, com fundamento no art. 100, §2º, do CP c/c arts. 30 e 41 CPP oferecer 
QUEIXA-CRIME
Em face de HELENA, brasileira, solteira, RG nº (_________), CPF nº (___________), com endereço em Icaraí, na cidade de Niterói/RJ, pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos. 
1 – Dos fatos
O querelante planejou uma festa para comemorar seu aniversário, no dia 19.12.14, em um famoso restaurante situado na cidade de Niterói/RJ. Então, na manhã do dia em questão, enviou aos seus amigos, inclusive aos colegas de trabalho, um convite por meio de rede social, fazendo uma publicação em seu perfil pessoal, para que todos seus contatos pudessem visualizar. 
No entanto, a querelada, ex-namorada e vizinha do querelante, que também possui perfil na mesma rede social, publicou uma mensagem no perfil pessoal do querelante. Dessa forma, com o intuito de ofender o querelante, publicou o seguinte comentário: “não sei o motivo da comemoração, já que Enrico não passa de um idiota, bêbado, irresponsável e sem vergonha!” e, ainda com propósito de prejudicar o querelante perante seus colegas de trabalho e denegrir sua reputação acrescentou: “ele trabalha todo dia embriagado! No dia 10 do mês passado, ele cambaleava bêbado pelas ruas do Rio, inclusive, estava tão bêbado no horário do expediente que a empresa em que trabalha teve que chamar uma ambulância para socorrê-lo!”.
Nesse momento, o querelante se encontrava conectado em sua rede social, de seu tablet, recebeu a mensagem e visualizou a publicação com os comentários ofensivos da querelada em seu perfil pessoal. Chocado com toda aquela situação, sem saber o que dizer aos amigos, em especial a Carlos, Miguel e Ramirez, que se encontravam ao seu lado na hora. Envergonhado, o querelante perdeu todo o entusiasmo e cancelou a festa comemorativa. 
No dia seguinte, o querelante procurou a Delegacia de Polícia Especializada em Repressão aos Crimes de Informática e narrou os fatos à autoridade policial, entregando o conteúdo impresso da mensagem ofensiva e a página da rede social na internet onde ela poderia ser visualizada. 
2 – Do direito 
Conforme exposto na narrativa dos fatos, evidencia-se o cometimento de dois delitos pela querelada contra o querelante. De acordo com o art. 139 do CP, imputar a alguém fato ofensivo a sua reputação configura crime de difamação. Ainda dispõe o art. 140 do CP, que é crime injuriar alguém, ofendendo sua dignidade ou o decoro. Dessa forma, não restam dúvidas de que a querelada, ao publicar tais mensagens no perfil pessoal do ofendido, tinha a intenção de ofender a honra do querelante, acusando-lhe de ter praticado atos que desabonaram sua própria imagem, de modo que, a publicação gerou enorme abalo à dignidade e o respeito do querelante.
Nesse sentido, ressalto que o art. 141, inc. III do CP dispõe sobre o cometimento de crimes contra a honra na presença de várias pessoas ou por meio que facilite a sua divulgação. Portanto, saliento que a querelada, além de cometer crime contra a honra, previsto nos arts. 139 e 140 do CP, o fez por intermédio de rede social de grande alcance e influência, causando maior divulgação, e consequentemente, maior impacto na vida do querelante. Por essa razão deve incidir a causa de aumento de pena prevista no art. 141, inc. III do CP.
É evidente o dolo da querelada, na clara intenção de prejudicar a imagem do ex-namorado, ora querelante, proferindo as ofensas previstas como crime nos arts. 139 e 140 do CP, inclusive, utilizando, de modo covarde, por meio da rede pessoal do querelante, sabendo que todos os seus amigos e colegas de trabalhos visualizariam, ciente que tal ato o prejudicaria. 
Portanto, a querelada cometeu os crimes de difamação e injúria, tipificados nos arts. 139 e 140 do CP, devendo ser condenada por esses crimes, inclusive, devendo incidir sobre a sua condenação o aumento de pena prevista no art. 141, inc. III do CP, pela utilização de meio eletrônico para cometimento de crime, uma vez que foi cometido por meio da internet, mais especificamente pela rede social pessoal do ofendido. 
3 – Da conclusão e dos pedidos
Ante todo o exposto, requer:
a) A procedência da queixa-crime, com a consequente condenação da querelada nas penas dos arts. 139 e 140 c/c 141, inc. III c/c art. 70 do CP;
b) A citação da querelada;
c) A oitiva das testemunhas arroladas;
d) A condenação da querelada ao pagamento das custas e demais despesas processuais;
e) A fixação de valor mínimo de indenização, nos termos do art. 387, inc. IV, do CPP.
Nestes termos, pede deferimento. 
Niterói/RJ, 20 de maio de 2014.
Florencia P. Leite
OAB/RJ XXX
Rol de testemunhas:
Carlos
Miguel
Ramirez

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