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MERCADO FINANCEIRO 2 BLOCO 6: ÁREA DE PRODUTOS Caro aluno, convido-o a partir desse momento a compreender a dinâmica de funcionamento do Mercado e Capitais. Apresentaremos os principais aspectos que envolvem as práticas administrativas e operacionais desse importante mercado que traz contribuições significativas ao desenvolvimento econômico do país. Na sequência, você conhecerá os principais participantes do mercado de capitais. Por fim, serão apresentados os diferentes produtos e suas respectivas características operacionais e expectativas de retorno. Ao final dessa apostila, desejamos que você tenha compreensão sobre o funcionamento e características do mercado de capitais. E aí, vamos lá? Iniciamos apresentando a definição de Mercado financeiro, que Segundo Meneses (2015, p. 18) deve ser entendido inicialmente como um ambiente de compra e venda de valores mobiliários (ações, opções, títulos), câmbio (moedas estrangeiras) e commodities (mercadorias: ouro, produtos agrícolas e minerais). Nessas negociações, estão envolvidas diversas instituições, que interagem com poupadores e tomadores de recursos, e agentes que regulam e fiscalizam as transações realizadas. Sua organização possui segmentos especializados na dedicação de elaboração e operacionalização em transações específicas para cada uma de seus segmentos. A diante apresentaremos os principais segmentos do mercado financeiro. 3 6.1 Mercado de Capitais O mercado de capitais é um sistema de distribuição de valores mobiliários, que tem o objetivo de proporcionar liquidez aos títulos de emissão de empresas e viabilizar seu processo de capitalização. É também aquela que torna viáveis projetos que procuram sócios que queiram participar do risco do empreendimento na expectativa de retornos maiores que as taxas de juros bancárias, tornando, assim, mais eficiente a alocação de recursos. Podemos dizer que o mercado de capitais é um segmento do mercado em que as empresas negociam riscos (ações e debêntures) (BRITO, 2013). De acordo com o exposto anteriormente, pode-se dizer que o mercado de capitais é o conjunto de instituições e instrumentos que negociam títulos e valores mobiliários objetivando a canalização de recursos dos agentes compradores para os agentes vendedores. Fazendo uma análise histórica, verifica-se a partir de Assaf (2015) que o surgimento do mercado de capitais ocorreu quando o mercado de crédito deixou de atender às necessidades da atividade produtiva no que se refere a garantir o fluxo de recursos nas condições adequadas em termos de prazo, custos e exigibilidade e está fundamentado em dois pilares, que são [...] o estímulo a poupança privada, considerando em termos econômicos a poupança como investimento, sendo assim a razão de ser do mercado de capitais e contribuir para o desenvolvimento econômico, atuando como propulsor de capitais, permitindo a participação coletiva de forma ampla na riqueza e nos resultados da economia (Assaf, 2015). Fazem parte desse ambiente as empresas de capital aberto que são formadas por uma associação de pessoas que se reúnem em espaços físicos predeterminados atuando para alcançar certos objetivos e harmonizar a função econômica e a estrutura jurídica para atrair capital de terceiros em busca de resultados econômicos. Para continuarem a crescer, as empresas necessitam de um constante fluxo. De acordo com Assaf (2015), para continuarem a crescer, as empresas necessitam de um constante fluxo de investimentos em tecnologia, marketing, desenvolvimento de produtos e pesquisas que originem ganhos em escala, os quais se tornaram fatores fundamentais para a 4 sobrevivência e o crescimento da participação da empresa no mercado. Ao abrir seu capital, a empresa tem por objetivo captar recursos financeiros permanentes e, ao se adquirir uma ação, seu possuidor torna-se um sócio da empresa (acionista). Uma empresa é considerada de capital aberto quando promove a colocação de valores mobiliários em bolsas de valores ou no mercado de balcão (ASSAF, 2015). Para as empresas o mercado de capitais é muito importante, pois ajuda financiarem seus projetos a longo prazo. Nesse sentido de acordo com Meneses (2015), evidencia que a captação pode ser feita por meio do BNDES, previdência pública e privada, investidores estrangeiros, banco de investimento ou banco múltiplo. A composição dos recursos captados de uma empresa pode ser de capital próprio (recursos advindos de acionistas e da retenção de lucros gerados pela empresa) ou capital de terceiros (empréstimos, financiamentos bancários, notas promissórias, debêntures, impostos a pagar, fornecedores) (ASSAF, 2015). A rentabilidade de uma empresa está relacionada ao menor custo do capital. Quanto menor o custo, maior a quantidade de projetos que a empresa poderá desenvolver a fim de gerar lucros. Caso a empresa seja de capital aberto, algumas normas têm que ser cumpridas (estatuto) como instruções na CVM, demonstrações e informações financeiras, informativo anual, publicação na ata AGE/AGO e contratação de auditoria independente devidamente registrada na CVM (MENESES, 2015). 6.2 Área de produtos e serviços A área de produtos e serviços relacionados ao mercado de capitais são responsáveis pelo relacionamento entre instituições financeiras e investidores institucionais e tem como principais atribuições de acordo com Brito (2013) o desenvolvimento e manutenção de relacionamento com instituições financeiras e investidores institucionais, a abertura de canais de distribuição para compra e venda de títulos privados e de captação de recursos em fundos e fundações e o desenvolvimento de operações estruturadas com instituições financeiras. Essa mesma área é subdividida inicialmente em Atividades de Renda Fixa e Renda Variável. As atividades de renda fixa segundo Brito (2013), estão relacionadas a administração do caixa do banco e coligadas, aplicação de pricing de operações ativas e passivas no mercado doméstico, compra e venda de títulos públicos em leilões e no mercado secundário, administração das posições e gaps dos livros Pré, Pós e Dólar e arbitragens entre os diversos 5 mercados e o mercado internacional. Já as atividades de renda variável administram a carteira própria de ações, realizam operações de arbitragem entre ações, índices e opções de ações e ainda desenvolvem instrumentos de derivativos financeiros de ações (BRITO, 2013). Outra área de importância na administração de operações do Mercado de Capitais é a área específica de crédito. Essa área dedica-se essencialmente a operações no mercado acionário, envolvendo: • Carteira própria de ações: administra compras e vendas de ações para constituição de carteira própria, ou seja, a instituição compra ações e vende-as após a valorização esperada, obtendo como resultado a diferença entre o ganho com a valorização da ação e o custo do dinheiro no mercado. • Trade com ações: diferentemente da carteira própria de ações, em que há a intenção de ficar com as ações por um período maior, o trade com ações funciona como oportunidade de ganho perante as bruscas oscilações de mercado em curto espaço de tempo. Exemplo: a instituição compra ações de manhã e coloca-as à venda no mesmo dia ou no dia seguinte. Aproveita as especulações de mercado para realizar ganhos e não há intenção de ficar com as ações por um prazo maior. • Underwritting: representam operações de colocação de ações ou debêntures de clientes que estão abrindo ou ampliando seu capital, onde o banco recebe uma comissão pela colocação das ações ou debêntures no mercado, o que caso não os coloque no mercado, pode correr o risco de ficar com eles em carteira própria e obter prejuízo quando da sua venda. Em se tratando de mercado de capitais há também a Mesa de operações dessemercado que de acordo com Brito (2013), no que diz respeito a Mesa de Futuros é caracterizada por trabalhar em mercados futuros, basicamente com operações de índices, opções, dólar, ouro, mercadorias e swaps. Muitas vezes, funciona como fonte captadora de recursos por meio de operações no mercado futuro, obtendo recursos e repassando-os à mesa de operações com o mercado. 6.3 Tipos de mercados O Mercado de Capitais é constituído por diferentes mercados, inicialmente subdivididos em Mercado Primário e o Mercado Secundário. No Mercado Primário é onde se negocia a subscrição de novas ações ao público, isto é, onde os valores mobiliários circulam pela 6 primeira vez e onde a empresa obtém o capital para seus empreendimentos, pois o dinheiro da venda vai para a empresa (BRITO, 2013). Já o Mercado Secundário são as demais negociações com esses títulos, como simples trocas de possuidores, pois a empresa emissora já não terá mais contato com o dinheiro proveniente dessas trocas (ASSAF, 2015). Esse último mercado se caracteriza também pelas negociações realizadas fora das bolsas, em negociações que denominamos como mercado de balcão, trazendo dessa forma mais liquidez para esses ativos financeiros. Quando um ativo (ação) é negociado pela primeira vez, dizemos que ele é feito no mercado primário ou a partir da oferta pública inicial (em inglês IPO - initial public offering), da segunda vez em diante, consideramos que é feito no mercado secundário. Neste, a empresa não capta recurso algum, pois suas origens aconteceram no mercado primário. Na bolsa de valores, todas as negociações ocorrem no mercado secundário, visto que os investidores efetuam o processo de compra e venda de ações (MENESES, 2015). Segundo Fortuna (2005) “Mercado de Balcão é um mercado sem local físico determinado para a realização das transações. Elas são realizadas por telefone, entre as instituições financeiras. Neste mercado, normalmente, são negociadas ações de empresas não registradas na BOVESPA, além de outras espécies de títulos. O mercado de balcão é dito organizado quando se estrutura como um sistema de negociações de títulos e valores mobiliários administrados por entidade autorizada pela CVM. ” 6.4 Participantes (Players) Os principais participantes (players) do mercado de capitais envolvem bolsas de valores, sociedades corretoras e outras instituições financeiras autorizadas. Estudaremos cada um deles a partir de agora: Comissão de Valores Mobiliários (CVM): criada em 07/12/1976 pela Lei 6.385/76, com o objetivo de fiscalizar, normatizar, disciplinar e desenvolver o mercado de valores mobiliários no Brasil. A CVM é uma entidade autárquica em regime especial, vinculada ao Ministério da Fazenda, com personalidade jurídica e patrimônio próprios, dotada de autoridade administrativa independente, ausência de subordinação hierárquica, mandato fixo e estabilidade de seus dirigentes, e autonomia financeira e orçamentária, possui função de zelar pelo funcionamento eficiente, pela integridade e pelo desenvolvimento do mercado de 7 capitais, promovendo o equilíbrio entre a iniciativa dos agentes e a efetiva proteção do investidores (ASSAF, 2015). Bolsas de valores: a bolsa de valores é o local onde se compram e vendem ações. Tais operações são realizadas por corretoras devidamente autorizadas. Por definição podemos dizer que bolsas de valores são associações sem fins lucrativos que representam a reunião de recursos provenientes da aquisição do título do sócio patrimonial por algumas corretoras. No Brasil, tínhamos até recentemente (2017) duas bolsas, a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) e a BMF. Na Bovespa negociavam-se ações e derivativos de ações possíveis, e na BMF negociam-se ativos à vista e derivativos sobre ativos financeiros e agropecuários. Na Bovespa, o investidor pode atuar à vista, neste caso tem-se a liquidação física (entrega da ação pelo vendedor) e financeira (pagamento das ações pelo comprador) em três dias (BRITO, 2013). BMFBOVESPA – B3: a Bovespa não pertencia ao governo, mas às corretoras de valores, onde cada corretora-membro era dona de um título patrimonial dessa associação civil, que é a Bovespa. Quando uma pessoa efetuava a compra de uma ação na Bovespa, ela se tornava uma sócia da empresa, passando a ter direitos sobre e lucros da empresa. Para que uma ação participasse do Bovespa, ela deverá satisfazer às seguintes características: índices de negociabilidade somados representem 80% dos índices individuais somados, volume de participação superior a 0,1% do total e ter sido negociada em mais de 80% dos pregões (B3, 2018). A B3 – Brasil, Bolsa, Balcão: é a versão atualizada da BMF&BOVESPA, uma das principais empresas de infraestrutura de mercado financeiro no mundo, com atuação em ambiente de bolsa e de balcão. Sociedade de capital aberto, a qual as ações (B3SA3) são negociadas no Novo Mercado, a Companhia integra os índices Ibovespa, IBrX-50, IBrX e Itag, entre outros. Reúne ainda tradição de inovação em produtos e tecnologia e é uma das maiores em valor de mercado, com posição global de destaque no setor de bolsas. As atividades incluem criação e administração de sistemas de negociação, compensação, liquidação, depósito e registro para todas as principais classes de ativos, desde ações e títulos de renda fixa corporativa até derivativos de moedas, operações estruturadas e taxas de juro e de commodities (ASSAF, 2018). A B3 também opera como contraparte central garantidora para a maior parte das operações realizadas em seus mercados e oferta serviços de central depositária e de central de registro. Por meio de sua unidade de financiamento de veículos e imóveis, a Companhia oferece 8 produtos e serviços que suportam o processo de análise e aprovação de crédito em todo o território nacional, tornando o processo de financiamento mais ágil e seguro (B3, 2018). Sociedades corretoras: representada por uma empresa que promove a aproximação entre compradores e vendedores de títulos e valores mobiliários. A missão de uma sociedade corretora de valores é criar condições de negociação, como segurança e liquidez em operações feitas num recinto próprio (as bolsas de valores) (BRITO, 2013). Investidores: trata-se de indivíduos ou instituições que aplicam seus recursos em busca de maiores ganhos a médio e longo prazos. Operam nas bolsas por meio de distribuidoras de valores e corretoras, que executam ordens e recebem corretagem pelo serviço. Traders: outras pessoas utilizam estratégias de médio, curto e até curtíssimo prazo. São pessoas que não se importam muito com as instituições na qual estão investindo o seu capital, não se importam com o seu time gerencial, com as perspectivas de consumo do mercado nem com a produção global. Não compram coisas concretas como empresas, grãos, energia ou ouro. Essas pessoas compram ações, contratos futuros e opções (BARTH, 2007). Importam-se com o preço, pois negociam essencialmente o risco. Estes investidores fazem muitas especulações e utilizam as Análises Grafistas (gráficas) para tomar decisões e saber a hora certa de comprar e vender suas ações. Alguns executam inclusive uma ou mais operações completas (compra e venda) dentro de um mesmo dia. Esta operação é chamada de Day- trade. Logo, investidores com este perfil são denominados TRADERS (BRITO, 2013). Sociedades por ações: reúne capital em geral de um grande número de pessoas com o objetivo de realizar uma atividade de maior ou menor risco em busca do lucro. Em 1807, o código comercial francês reconheceu este tipo de sociedade denominando-a sociedades mercantis (BARTH, 2007). 6.4.1 Formas de Ganhos Os objetivos e formas de ganhos no mercado de ações são diferentes de acordo com o tipo de “papel” que o investidor possui estando disponível duas alternativas: as ações ordinárias ou preferenciais(BARTH, 2007). 9 Ações Ordinárias: essa modalidade concede direito de voto (em regra cada ação ordinária tem direito a um voto) influi na decisão da empresa e distribuição de dividendos e o poder de decisão concentra-se no investidor que detenha a maior quantidade de ações. Ações preferenciais: já o detentor de ações preferenciais delibera sobre o destino da sociedade, analisam suas contas patrimoniais, elegem diretoria da S. A. e podem promover alterações no estatuto. Na distribuição de dividendos, as companhias de capital aberto têm de distribuir os resultados das empresas com 25% do seu lucro líquido no mínimo, sendo que esse percentual tem respaldo jurídico Assaf (2015). Em economias mais desenvolvidas com maior presença do mercado de capital, o controle das grandes empresas pode atingir valores inferiores a 5%. Essas ações têm como vantagem a preferência no recebimento de dividendos, devendo ocorrer antes dos acionistas ordinários. Não possuem direito de voto e deliberação das empresas a não ser que não se distribuam dividendos durante três anos consecutivos (Meneses, 2015). As alterações promovidas pelas leis nº 9.457/1997 e nº 10.303/2001 conferem aos acionistas preferenciais a possibilidade de receberem um dividendo proporcionalmente maior pago às ações ordinárias (10% a mais), além de possibilitar sua participação de forma mais efetiva nos conselhos de administração e fiscal (FORTUNA, 2005). À medida que cresce o nível de poupança individual e a poupança das empresas (entende-se por poupança o lucro das mesmas) constituem a fonte principal do financiamento dos investimentos de um país (BARTH, 2007). Tais investimentos são o motor do crescimento econômico e este, por sua vez, gera aumento de renda, com consequente aumento da poupança e do investimento, assim por diante. As empresas, à medida que se expandem, carecem de mais e mais recursos, que podem ser obtidos por meio de empréstimos, reinvestimentos de lucros e participação de acionistas (BARTH, 2007). As duas primeiras fontes de recursos são limitadas. Geralmente, as empresas utilizam-nas para manter sua atividade operacional. Mas é pela participação de novos sócios – nesse caso os acionistas – que uma empresa ganha condição de obter novos recursos não exigíveis, como contrapartida à participação no seu capital (FORTUNA, 2005). Com esses novos recursos, as empresas têm condições de investir em novos equipamentos ou no desenvolvimento de pesquisas melhorando seu processo produtivo, tornando-o mais eficiente e beneficiando toda a comunidade. O investidor em ações contribui assim para a 10 produção de bens, dos quais ele também é consumidor. Como acionista, ele é sócio da empresa e se beneficia da distribuição de dividendos sempre que a empresa obtiver lucros (BARTH, 2007). Essa é a mecânica da democratização do capital de uma empresa e da participação em seus lucros. Antes de investir no mercado de capitais deve-se também analisar o tipo de investidor que você é, pois no mercado de capitais você possui diversas formas de obter retorno buscando equilibrar os três aspectos básicos em um investimento: retorno, prazo e proteção (MENESES, 2015). Ao avaliá-lo, portanto, deve estimar sua rentabilidade, liquidez e grau de risco. Conforme Barth (2007), a rentabilidade é sempre diretamente relacionada ao risco. Ao investidor cabe definir o nível de risco que está disposto a correr, em função de obter uma maior ou menor lucratividade. Tornando-se desta forma uma ótima forma de investir seu dinheiro com diversas formas de rentabilidade de pequeno, médio e grande risco, sendo de pequena, média e grande rentabilidade respectivamente. Nesse sentido de acordo com Fortuna (2006), são considerados como principais benefícios do mercado acionário: • Financiamento à produção e os negócios, pois através da venda de ações as empresas obtêm recursos para expandir seu capital, com obrigações apenas no longo prazo. • Possibilitar que os recursos poupados se tornem investimentos, proporcionando crescimento econômico e crescimento de produtividade com a inserção das poupanças no setor produtivos. • Constituir uma forma de crescimento das companhias, que podem aumentar sua participação no mercado através da distribuição de ações, além de possibilitar a elas aumentar seus ativos e valor de mercado. • Auxilia a redistribuição de renda, à medida que pode proporcionar a seus investidores ganhos decorrentes de valorizações do valor da ação e distribuição de dividendos, compartilhando assim o lucro das empresas. • Aprimorar os princípios da Governança Corporativa, através de melhorias na administração e eficiência, visto que as companhias abertas precisam cumprir a regras cada vez mais rígidas propostas pelo governo e pelas Bolsas de Valores, além de deixar o mercado mais transparente. 11 • Possibilitar a inserção de pequenos investidores, já que para investir em ações não há a necessidade de grandes somas de capital como outros tipos de investimentos. • Atuar como indicador econômico, uma vez que é extremamente sensível e a cotação das ações pode refletir as forças do mercado, como momentos de recessão, estabilidade e crescimento. 6.5 Produtos e serviços de intermediação Há uma infinidade de produtos de investimentos disponíveis no mercado de capitais. Vamos a partir de agora estudar os principais. Investimentos em Títulos de renda fixa e variável: a renda é fixa quando se conhece previamente a forma do rendimento que será conferida ao título. Nesse caso, o rendimento pode ser pós ou prefixado, como ocorre, por exemplo, com o certificado de depósito bancário. A renda variável será definida de acordo com os resultados obtidos pela empresa ou instituição emissora do respectivo título (BRITO, 2013). Nesse mercado há títulos com prazo de emissão variável ou indeterminado, isto é, não têm data definida para resgate ou vencimento, podendo sua conversão em dinheiro ser feita a qualquer momento (BRITO, 2013). Já os títulos de prazo fixo apresentam data estipulada para vencimento ou resgate, quando seu detentor receberá o valor correspondente à sua aplicação, acrescido da respectiva remuneração. Quanto à emissão, esses títulos podem ser particulares quando lançados por sociedades anônimas ou instituições financeiras autorizadas pela CVM ou pelo Banco Central do Brasil, respectivamente ou públicos se emitidos pelo governo federal, estadual ou municipal. Ações: são títulos representativos de frações do capital social que confere a seus proprietários o direito de participação da Sociedade Anônima (S. A.). Prazo para permanecer com uma ação: uma pessoa pode ficar com uma ação durante o prazo que achar necessário e até vendê-la no mesmo dia em que comprou, realizando um Day trade, ou seja, pode-se comprar ou vender a ação utilizando a mesma corretora e agente de compensação. As ações, no que se refere à obtenção de ganhos a médio e longo prazos, podem ser de 1ª, 2ª e 3ª linhas. As de 1ª linha são ações de grande liquidez e de empresas tradicionais e de excelente reputação; as de 2ª, um pouco menos líquidas e as de 3ª são caracterizadas por ganhos descontínuos (MENSESES, 2015). 12 Debêntures: trata-se de valores mobiliários representativos de dívida de médio e longo prazos que asseguram a seus detentores (debenturistas) direito de crédito contra a companhia emissora (ABRASCA, 2018). A captação de recursos no mercado de capitais, via emissão de debêntures, pode ser feita por Sociedade por Ações (S.A.), de capital fechado ou aberto. Entretanto, somente as companhias abertas, com registro na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), podem efetuar emissões públicas de debêntures. A rentabilidade pode ser prefixada, pós-fixada atrelada a um indexador, como o CDI ou a Taxa SELIC ou híbrida onde o investidor recebe uma taxa de juros combinadaacrescida de um percentual de um indexador como o IPCA (TORO RADAR, 2018). As debêntures podem ser incentivadas ou comuns onde a diferença entre as duas é que no caso das incentivadas elas são emitidas por empresas que pretendem realizar projetos de infraestrutura (como estradas, portos e aeroportos) e por isso há uma vantagem sobre as comuns, elas possuem isenção de imposto de renda, o que valoriza o seu rendimento. Já as debêntures comuns possuem tributação de acordo com uma tabela regressiva em relação ao tempo de investimento (MODAL MAIS, 2018). Outra opção que tem ganho espaço no portfólio de ativos negociados no mercado de capitais são os ativos do mercado de futuros: contratos futuros, swaps, minicontratos, letras de câmbio e direitos e recibos de subscrição. Contrato de futuro: negócios através de commodities (Milho, Café, Boi Gordo), moeda estrangeira (como o dólar), um Índice (Bovespa, Índice S&P 500) ou mesmo uma taxa de juros onde se pode ganhar com a alta ou baixa de um determinado ativo. Swaps: operações de trocas de risco e retorno entre os investidores. Esses contratos geralmente possuem como ativo-objeto: moedas, commodities agrícolas, índices e indexadores. Eles representam acordos de compra e venda, por um determinado preço e período. Direito de subscrição: significa que aqueles que já são acionistas recebem preferência para comprar essas novas ações no mercado secundário, de acordo com a proporção de ações que já possuem e por um preço predeterminado. Letra de câmbio: Conceitualmente, a letra de câmbio é um título de crédito abstrato, no qual corresponde a documento formal, proveniente de relação ou relações de crédito, entre duas 13 ou mais pessoas. Neste sentido, a letra de câmbio é uma ordem de pagamento, no qual o sacador emite a ordem, para que o sacado pague e o tomador se beneficie. O saque autoriza o tomador a procurar o sacado para, ocorridas determinadas condições, poder receber a quantia no título, e vincula o sacador ao pagamento da letra de câmbio (MORAES, 2017). 14 Conclusão do Bloco 6 Chegamos ao final do Bloco 6. Nesse bloco foi possível apresentamos a dinâmica de funcionamento do Mercado e Capitais. Apresentamos os principais aspectos envolvendo as práticas administrativas e operacionais desse importante mercado. Na sequência foi apresentado os principais participantes do mercado de capitais. Para finalizar apresentamos os diferentes produtos e suas respectivas características operacionais e expectativas de retorno. Pronto. É isso. Esperamos ter contribuído com seu processo de aprendizagem. Obrigado e até a próxima. 15 Referências do Bloco 6 ABRASCA. Debêntures. Disponível em: <http://www.debentures.com.br/downloads/textostecnicos/cartilha_debentures.pdf>. Acesso em: 28 set. 2018. ASSAF NETO, Alexandre. Mercado financeiro. 13. ed. São Paulo: Atlas, 2015. BARTH, I. G. IPO – Inicial Public Offering (oferta pública inicial): um instrumento de financiamento. 2007. 130 f. Monografia. Faculdade de Economia e Ciências Contábeis, Universidade Metodista de São Paulo, São Bernardo do Campo, 2007. Disponível em: <https://www.passeidireto.com/arquivo/3868889/artigo_cientifico_ucp__2_-finalizado/3>. Acesso em: 25 set. 2018. B3. BOLSA, BALCÃO, BRASIL. Disponível em: <http://www.b3.com.br/pt_br/b3/institucional/quem-somos/>. Acesso em: 25 set. 2018. BANCO PACTUAL. Mercado Financeiro: o que é, como funciona e para que. Disponível em: <https://www.btgpactualdigital.com/blog/financas/mercado-financeiro> Acesso em: 10 set. 2018. BOLSA BRASIL BALCÃO/B3. Institucional. Quem somos. Disponível em: <http://www.b3.com.br/pt_br/b3/institucional/quem-somos/> Acesso em: 20 set. 2018. BNDES. Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social. Quem somos. Disponível em: <https://www.bndes.gov.br/wps/portal/site/home/quem-somos>. Acesso em: 15 set. 2018. BRITO, Osias. Mercado financeiro. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2013. CVM. Comissão de Valores Mobiliários. Sobre a CVM. Disponível em: <http://www.cvm.gov.br/menu/acesso_informacao/institucional/sobre/cvm.html>. Acesso em: 6 set. 2018. ______. Regimento. Disponível em <http://www.cvm.gov.br/export/sites/cvm/legislacao/leis- decretos/anexos/PortariaMF-327-77-regimento-da-cvm.pdf>. Acesso em: 15 set. 2018. FORTUNA, E. Mercado Financeiro: Produtos e Serviços. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2005. MENESES, Anderson; MARIANO, Fabrício. Mercado financeiro. 2. ed. São Paulo: Ed. Método, 2015. MODAL MAIS. Debêntures Incentivadas. Disponível em: <https://www.modalmais.com.br/investimentos/renda-fixa/debentures-incentivadas>. Acesso em: 28 set. 2018. http://www.debentures.com.br/downloads/textostecnicos/cartilha_debentures.pdf https://www.passeidireto.com/arquivo/3868889/artigo_cientifico_ucp__2_-finalizado/3 http://www.b3.com.br/pt_br/b3/institucional/quem-somos/ https://www.btgpactualdigital.com/blog/financas/mercado-financeiro http://www.b3.com.br/pt_br/b3/institucional/quem-somos/ https://www.bndes.gov.br/wps/portal/site/home/quem-somos http://www.cvm.gov.br/menu/acesso_informacao/institucional/sobre/cvm.html http://www.cvm.gov.br/export/sites/cvm/legislacao/leis-decretos/anexos/PortariaMF-327-77-regimento-da-cvm.pdf http://www.cvm.gov.br/export/sites/cvm/legislacao/leis-decretos/anexos/PortariaMF-327-77-regimento-da-cvm.pdf https://www.modalmais.com.br/investimentos/renda-fixa/debentures-incentivadas 16 OLIVEIRA, L. H. M. M. As instituições financeiras no direito pátrio. Disponível em: <file:///C:/Users/visit0051/Downloads/1181-Texto%20do%20artigo-2072-1-10- 20151022.pdf>. Acesso em: 15 set. 2018. MORAES, R. R. Títulos de crédito no ordenamento jurídico brasileiro: uma análise comparativa entre a letra de câmbio e a nota promissória. Disponível em: <file:///C:/Users/Luciana/Downloads/25-13-165-1-10-20171006%20(1).pdf>. Acesso em: 18 set. 2018. TORORADAR. Debêntures Incentivadas x comuns. Disponível em: <https://www.tororadar.com.br/investimento/debentures-o-que-e>. Acesso em: 28 set. 2018. https://www.tororadar.com.br/investimento/debentures-o-que-e
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