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27/03/2019 1 Cinética Química Capítulo 14 – Química a Ciência Central Cinética Química ❖ Ao realizar uma reação, dois fatores tornam-se importantes: VELOCIDADE E TEMPO ❖ CINÉTICA QUÍMICA: Estudo das velocidades das reações químicas. Cinética Química • A velocidade com que uma reação química acontece pode ser registrada em escalas de tempo muito diferentes. Cinética Química ❖ IMPORTÂNCIA DA CINÉTICA QUÍMICA: - MEDICINA: Predição da rapidez com que determinado medicamento é capaz de agir. (FARMACOCINÉTICA) - INDÚSTRIA QUÍMICA: Desenvolvimento de catalisadores para a síntese de novos materiais. Cinética Química ❖ O estudo da CINÉTICA pode ser dividido em duas partes: 1) NÍVEL MACROSCÓPICO: refere-se à velocidade das reações que nós podemos observar a olho nu. Cinética Química ❖ O objetivo final é conciliar os dados do mundo MACROSCÓPICO com a compreensão de como e porque as reações acontecem no NÍVEL PARTICULADO, e então aplicar essa informação no controle de reações químicas. 2) NÍVEL MICROSCÓPICO: refere-se aos mecanismos das reações, ou seja, o caminho percorrido por átomos e moléculas enquanto uma reação acontece. 1 2 3 4 5 6 27/03/2019 2 Velocidades de Reações ❖ A velocidade de um evento é definida como a variação na posição que ocorre em determinado intervalo de tempo. ❖ P.E.: A velocidade de um carro é dada como a variação na posição do carro em certo período de tempo. ❖ Numa REAÇÃO QUÍMICA a velocidade poder ser escrita como a mudança na CONCENTRAÇÃO de um reagente ou um produto por unidade de TEMPO. 𝑽𝒆𝒍𝒐𝒄𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆 𝒅𝒂 𝒓𝒆𝒂çã𝒐 = 𝑪𝒐𝒏𝒄𝒆𝒏𝒕𝒓𝒂çã𝒐 () 𝑻𝒆𝒎𝒑𝒐 Velocidades de Reações Velocidades de Reações ❖ Considerando uma reação hipotética A → B. ❖ As esferas vermelhas representam 1 mol de A e as esfera azuis representa 1 mol de B. O recipiente possui volume de 1,00 L. Velocidades de Reações ❖ No início da reação existe 1,00 mol de A, logo a concentração é de 1,00 mol/L. Após 20 segundos a concentração de A diminui para 0,54 mol/L, enquanto a de B aumenta para 0,46 mol/L. A soma das concentrações ainda é 1,00 mol/L porque um mol de B é produzido para cada mol de A que reage. Após 40 s a concentração de A é de 0,30 mol/L e a de B é 0,70 mol/L. Velocidades de Reações ❖ A velocidade dessa reação pode ser expressa de duas formas: (1) como a taxa de desaparecimento do reagente A. (2) taxa de aparecimento do reagente B. Velocidades de Reações ❖ A taxa média de aparecimento de B durante um intervalo de tempo específico é dada pela variação na concentração de B dividida pela variação do tempo: 𝑽𝒆𝒍𝒐𝒄𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆 𝒎é𝒅𝒊𝒂 𝒆𝒎 𝒓𝒆𝒍𝒂çã𝒐 𝒂 𝑩 = 𝒗𝒂𝒓𝒊𝒂çã𝒐 𝒏𝒂 𝒄𝒐𝒏𝒄𝒆𝒏𝒕𝒓𝒂çã𝒐 𝒅𝒆 𝑩 𝒗𝒂𝒓𝒊𝒂çã𝒐 𝒏𝒐 𝒕𝒆𝒎𝒑𝒐 = = 𝑩 𝒆𝒎 𝒕𝟐− 𝑩 𝒆𝒎 𝒕𝟏 𝒕𝟐 −𝒕𝟏 = [𝑩] 𝒕 7 8 9 10 11 12 27/03/2019 3 Velocidades de Reações = 𝑩 𝒆𝒎 𝒕𝟐− 𝑩 𝒆𝒎 𝒕𝟏 𝒕𝟐 −𝒕𝟏 = [𝑩] 𝒕 Vm Velocidades de Reações ❖ Pode-se expressar a velocidade de reação em relação à variação da concentração do reagente A. ❖ A taxa de desaparecimento de A pode ser expressa. 𝑽𝒆𝒍𝒐𝒄𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆 𝒎é𝒅𝒊𝒂 𝒆𝒎 𝒓𝒆𝒍𝒂çã𝒐 𝒂 𝑨 = − [𝑨] 𝒕 ❖ Uma vez que [A] está diminuindo, [A] é um número negativo. Usa-se o sinal negativo para converter o [A] para uma velocidade positiva. Velocidades de Reações 𝑽𝒆𝒍𝒐𝒄𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆 𝒎é𝒅𝒊𝒂 𝒆𝒎 𝒓𝒆𝒍𝒂çã𝒐 𝒂 𝑨 = − [𝑨] 𝒕 Vm Variação na Velocidade com o Tempo ❖ Considerando uma reação química entre o cloreto de butila (C4H9Cl) e água. Os produtos formados são o álcool butílico (C4H9OH) e ácido clorídrico. C4H9Cl(aq) + H2O(l) → C4H9OH(aq) + HCl(aq) ❖ Foi preparado um solução aquosa de C4H9Cl e mediu-se a concentração de C4H9Cl em vários momentos após o tempo zero. Após isso calculou-se a velocidade média relacionada ao desaparecimento de C4H9Cl . Variação na Velocidade com o Tempo 𝑽𝒆𝒍𝒐𝒄𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆 𝒅𝒆𝒔𝒂𝒑𝒂𝒓𝒆𝒄𝒊𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐 𝒅𝒆 𝑨 = − [𝑨] 𝒕 Variação na Velocidade com o Tempo ❖ Podemos observar que a velocidade média diminui durante cada intervalo de 50s para as primeira medidas e continua a diminuir durante intervalos ainda maiores. ❖ A velocidade diminui a medida que a reação prossegue pois a concentração dos reagentes diminui. 13 14 15 16 17 18 27/03/2019 4 Velocidades de Reação e Estequiometria ❖ Para a reação: Sabemos que pela estequiometria da reação (1:1) a velocidade de aparecimento de C4H9OH é igual a velocidade de desaparecimento de C4H9Cl. Mas o que acontece quando as relações estequiométricas não são 1:1? C4H9Cl(aq) + H2O(l) → C4H9OH(aq) + HCl(aq) Velocidades de Reação e Estequiometria ❖ Em geral para reações do tipo: aA + bB → cC + dD A velocidade pode ser dada por: Condições de Reação e Velocidade ❖ Para que uma reação química ocorra, as moléculas dos reagentes devem se aproximar, de modo que os átomos possam ser trocados ou rearranjados. ❖ Os átomos e as moléculas são móveis tanto na fase gasosa quanto em solução e, portanto, as reações são realizadas geralmente usando-se uma misturas de gases ou soluções dos reagentes. ❖ Nessas condições vários fatores afetam a velocidade de uma reação (concentração, temperatura, presença de catalisadores). REAÇÃO QUÍMICA: A + B → C + D Fatores que afetam as Velocidades de Reações ALGUNS FATORES: 1) O ESTADO FÍSICO DOS REAGENTES: Os reagentes devem entrar em contato para que ocorra o rearranjo. Quanto mais rapidamente as moléculas se chocam, mais rapidamente elas reagem. ❖ A maioria das reações que consideramos é homogênea, envolvendo gases ou soluções líquidas. 2) A CONCENTRAÇÃO DOS REAGENTES: a medida que se aumenta a concentração dos reagentes a reações passam a ocorrer de forma mais rápida. Fatores que afetam as Velocidades de Reações ❖ No nível molecular: a medida que a concentração aumenta, a freqüência com a qual as moléculas se chocam também aumenta, levando a um aumento das velocidades. ❖ P.E. : Lã de aço queima-se com dificuldade no ar seco (que contém 20% de O2), no entanto, queima-se rapidamente como uma chama branca brilhante na presença de O2 puro. Os diferentes comportamentos devem-se as diferentes concentrações de O2 nos dois ambientes. Fatores que afetam as Velocidades de Reações ❖ Quando aquecida ao ar, a lã incandesce em vermelho-rubro e oxida- se lentamente. Quando colocada em uma atmosfera de O2 puro, ela queima rapidamente. 19 20 21 22 23 24 27/03/2019 5 3) A TEMPERATURA NA QUAL OCORRE A REAÇÃO: as velocidades das reações químicas aumentam conforme a temperatura aumenta. ❖ O aumento da temperatura faz aumentar as energias cinéticas das moléculas, fazendo com que as moléculas se movam mais rapidamente. Com isso elas se chocam com mais freqüência e também com energia mais alta, ocasionando um aumento substancial de suas velocidades. Fatores que afetam as Velocidades de Reações 𝑢 2 = 3𝑅𝑇 𝑀 𝐾𝐸 = 1 2 𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 (𝑣𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒)2 = 1 2 𝑚𝑢2 Fatores que afetam as Velocidades de Reações ❖ P.E. : As reações das bactérias que levam o leite a estragar ocorrem mais rapidamente à temperatura ambiente do que a temperaturas mais baixas. É por essa razão que refrigeramos alimentos perecíveis como o leite. Fatores que afetam as Velocidades de Reações 4) A PRESENÇA DE UM CATALISADOR: Os catalisadores são agentes que aumentam as velocidades de reação. ❖ Eles afetam os tipos de colisões que levam à reação (o mecanismo). ❖ Os catalisadores tem um papel fundamental nas nossas vidas, pois a fisiologia da maioria dos seres vivos depende de enzimas, que são moléculas de proteínas que atuam como catalisadores em nosso organismo, aumentando a velocidade de determinadas reações bioquímicas. Enzimas Concentração e Velocidade ❖ Ao se estudar a cinética de uma reação química, um objetivo importante é determinar como as concentrações dos reagentes afetam a velocidade com que se processa a reação. ❖ O efeito pode ser determinado avaliando-se a velocidade de uma reação usando concentrações diferentesde cada reagente (mantendo-se a temperatura constante). Concentração e Velocidade ❖ Consideremos a seguinte reação: NH4 +(aq) + NO2 -(aq) → N2(g) + 2H2O(l) ❖ Podemos estudar a velocidade dessa reação medindo a concentração de NH4+ ou a de NO2- em função do tempo ou medindo o volume de N2 coletado. ❖ Uma vez que os coeficientes estequiométricos em NH4+ , NO2- e N2 são os mesmos, essas velocidades serão iguais. Concentração e Velocidade ❖ Determinou-se então a velocidade inicial da reação para várias concentrações iniciais de NH4+ e NO2- . 25 26 27 28 29 30 27/03/2019 6 Concentração e Velocidade ❖ Observamos que: – à medida que a [NH4+] duplica com a [NO2-] constante, a velocidade dobra, – à medida que a [NO2-] duplica com a [NH4+] constante, a velocidade dobra; – Concluímos, portanto, que a velocidade [NH4+][NO2-]. Lei de Velocidade ❖ Pode-se então expressar a dependência da concentração como um todo, da seguinte forma: ❖ Para uma reação geral: aA + bB → cC + dD Temos: ❖ Essa é a chamada lei de velocidade. Ela expressa o fato de que a velocidade da reação é proporcional às concentrações dos reagentes, sendo cada concentração elevada a alguma potência. ❖ A constante k na lei de velocidade é chamada de constate de velocidade. ❖ Conhecendo-se a lei de velocidade para reação e sua velocidade para um conjunto de concentrações do reagente, pode-se calcular o valor da constante de velocidade k. Lei de Velocidade ❖ Usando os dados do experimento 1, podemos substituir equação. Isolando k, temos: Lei de Velocidade ❖ Importante ressaltar que a lei de velocidade para qualquer reação química deve ser determinada experimentalmente, ou seja, ela não pode ser prevista simplesmente ao se olhar a equação química. ❖ Geralmente determina-se a lei de velocidade para uma reação observando os efeitos da variação das concentrações iniciais dos reagentes na velocidade inicial da reação. Lei de Velocidade Ordem Geral da Reação ❖ A ordem de uma reação relacionada a determinado reagente é o expoente de seu termo de concentração na expressão da velocidade, e a ordem total da reação é a soma dos expoentes de todos o termos de concentração. 31 32 33 34 35 36 27/03/2019 7 ❖ P.E. : Considerando a lei de velocidade para a reação: NH4 +(aq) + NO2 -(aq) → N2(g) + 2H2O(l) ❖ Como o expoente de [NH4+] é 1, a velocidade é de primeira ordem. ❖ A velocidade também é de primeira ordem em NO2-. Ordem Geral da Reação ❖ Da mesma forma para: Temos que a ordem total da reação é 1 + 1 = 2, ou seja, a reação é de segunda ordem como um todo. ❖Os expoentes em uma lei de velocidade indicam como a velocidade é afetada pela concentração de cada reagente. Ordem Geral da Reação ❖ É importante reconhecer que os expoentes m e n não são necessariamente os coeficientes estequiométricos (a, b, c ou d) da equação química balanceada. Os mesmos devem ser determinados experimentalmente. ❖Normalmente os expoentes são números inteiros positivos, mas podem ser negativos, frações ou zero. Ordem Geral da Reação ❖ Como vimos, na maioria das reações os expoentes na lei de velocidade são 0, 1 ou 2. ❖ Se uma reação é de ordem zero em um reagente específico, a variação de sua concentração não afetará a velocidade (desde que algum reagente esteja presente) porque qualquer concentração elevada a zero é igual a 1. ❖ Por outro lado, se uma reação é de primeira ordem em um reagente, variações na concentração daquele reagente produzirão uma variação proporcional a velocidade. Assim, dobrando-se a concentração a velocidade dobrará, e assim por diante. Ordem Geral da Reação Ordem Geral da Reação ❖ Quando a lei de velocidade for de segunda ordem em um reagente específico, ao se dobrar sua concentração, aumenta-se a velocidade por um fator 4, ao triplicá-la a velocidade aumentará por um fator 9 e assim por diante. 1- A reação abaixo foi estudada e obteve-se os seguintes resultados: 2 ClO2(aq) + 2 OH -(aq) → ClO3 - (aq) + ClO2 - (aq) + H2O(l) (a) Determine a lei de velocidade para a reação. (b) Calcule a constante de velocidade. Exercícios Aplicados EXPERIMENTO [ClO2] (M) [OH -] (M) Velocidade (M.s-1) 1 0,060 0,030 0,02484 2 0,020 0,030 0,00276 3 0,020 0,090 0,00828 37 38 39 40 41 42 27/03/2019 8 2- A reação abaixo foi estudada e obteve-se os seguintes resultados: CO(g) + NO2(g) → CO2 (g) + NO(g) (a) Determine a lei de velocidade para a reação. (b) Calcule a constante de velocidade. Exercícios Aplicados EXPERIMENTO [CO] (M) [NO2] (M) Velocidade (M.s-1) 1 0,0005 0,36 x 10-4 3,4 x 10-8 2 0,0005 0,18 x 10-4 1,7 x 10-8 3 0,001 0,36 x 10-4 6,8 x 10-8 Temperatura e Velocidade ❖ As velocidades da maioria das reações químicas aumentam à medida que a temperatura aumenta. ❖ Podemos ver esse efeito da temperatura na velocidade de reação observando, por exemplo, uma reação quimiluminescente (reação que produz luz). ❖ Quando dois bastões de luz são colocados em água: um à temperatura ambiente (a) e o outro em gelo (b), o que está à temperatura ambiente fica mais brilhante do que aquele que está no gelo. ❖ A reação química responsável pela quimiluminescência é dependente da temperatura: quanto maior for a temperatura, mais rápida será a reação e mais brilhante será a luz. (a) (b) Temperatura e Velocidade Vídeo QUÍMICA FORENSE Química Forense: Reação quimioluminescente catalisador Temperatura e Velocidade COMO O EFEITO DA TEMPERATURA É REFLETIDO NA EXPRESSÃO DA VELOCIDADE? ❖ Experimentalmente, observa-se que um aumento na temperatura de um sistema leva a um aumento na constante de velocidade, k. ❖ EXEMPLO: Considerando a reação de primeira ordem: CH3NC → CH3CN 43 44 45 46 47 48 ../Documents/A-UFSJ/DISCIPLINAS MINISTRADAS/Química Geral 2011-2-engenharia/VÍDEOS/Glowstick Reaction.mp4 27/03/2019 9 Temperatura e Velocidade ❖ A figura ao lado mostra a variação na constante de velocidade para a reação de rearranjo da isonitrila de metila com o aumento de temperatura. ❖ Em conseqüência do aumento da energia cinética das moléculas, devido a um aumento da temperatura, a constante de velocidade aumenta rapidamente. Isto pode ser explicado através do MODELO DE COLISÃO. CH3NC → CH3CN Modelo de Colisão ❖ O modelo de colisão, baseado na teoria cinética-molecular dos gases, a qual explica os efeitos no nível molecular. ❖ A ideia central do modelo de colisão é de que as moléculas devem colidir para reagir. ❖ Nesse contexto, quanto maior o número de colisões por segundo, maior a velocidade de reação. Modelo de Colisão ❖ À proporção que a concentração das moléculas de reagentes aumenta, conseqüentemente o número de colisões aumenta, levando ao crescimento da velocidade de reação (propriedade extensiva) ❖ Além disso, de acordo com a teoria cinética molecular de gases, a elevação da temperatura aumenta as velocidades moleculares. 𝑢 2 = 3𝑅𝑇 𝑀 Eq. de Maxwell Modelo de Colisão ❖ Entretanto, para que ocorra uma reação é necessário mais do que uma colisão apenas. ❖ Importante ressaltar que, para a maioria das reações, apenas uma minúscula fração das colisões leva a reação. ❖ Lembrando que estamos falando de 1 mol de moléculas, ou seja, 6,02 x 1023. ❖ Como as moléculas se movem mais velozmente, ela irão colidir mais vigorosamente (com mais energia) e com mais freqüência. ❖ Por exemplo: Em uma mistura de H2 e I2, à temperatura e pressão padrão, cada molécula sofre aproxidamente 1010 colisões por segundo. Se cada colisão entre H2 e I2 resultasse na formação de HI, a reação terminaria em muito menos de um segundo. Em vez disso, à temperatura ambiente (25ºC), a reação prossegue muito lentamente. Apenas aproximadamente 1 em cada 103 colisões produz uma reação. O que impede a reação de ocorrer rapidamente? Modelo de Colisão Fator Orientação ❖ Na maioria das reações, as moléculas devem ser orientadas de certa maneira durante as colisões para que a reação ocorra. (CONFORMAÇÃO ESPACIAL). ❖ As orientações relativas das moléculas durante suas colisões determinam se os átomos estão orientadosapropriadamente para formar novas ligações. ❖ Por exemplo: Cl + NOCl → NO + Cl2 49 50 51 52 53 54 27/03/2019 10 Fator Orientação ❖ Reação: Cl + NOCl → NO + Cl2 ❖ A reação ocorrerá se a colisão colocar os átomos de Cl juntos para formar Cl2, ou seja, se a conformação espacial dos átomos e das moléculas estiverem adequadas no ato da colisão. ❖ Existem duas maneiras possíveis para que os átomos de Cl e as moléculas de NOCl possam colidir; uma é efetiva; a outra não é. Modelo de Colisão ❖ Importante ressaltar eu para uma reação química existe sempre um maior número de possibilidades de colisões não-efetivas em comparação às colisões efetivas. Modelo de Colisão Fator Orientação ❖ De fato, muitas colisões não levam a uma reação, justamente porque as moléculas não estão orientadas apropriadamente. ❖ Entretanto, existe outro fator importante para se determinar se as colisões efetivas resultarão em reação. ❖ ENERGIA DE ATIVAÇÃO. Energia de Ativação ❖ Em 1888, Arrhenius sugeriu que as moléculas devem possuir certa quantidade mínima de energia para reagir. ❖ De acordo com o modelo de colisão, essa energia vem das energias cinéticas das moléculas se colidindo. ❖ Na colisão, a energia cinética das moléculas pode ser usada para esticar, dobrar e basicamente quebrar ligações, levando a reações químicas. Energia de Ativação ❖ Se as moléculas se movem muito lentamente, com pouca energia cinética, elas simplesmente batem entre si sem mudar. ❖ Para que ocorra reação, as moléculas que colidem devem ter energia cinética total igual ou maior que este valor mínimo. ❖ A energia mínima necessária para iniciar uma reação é chamada de energia de ativação, Ea . O valor de Ea varia de reação para reação. 55 56 57 58 59 60 27/03/2019 11 Energia de Ativação ❖ Podemos fazer uma analogia de uma situação durante reações químicas. ❖ Para mover uma bola de golfe para o buraco, a jogadora deve fornecer energia cinética para a bola ser capaz de transpor a barreira representada pela colina. ❖ Essa situação é semelhante a uma reação química na qual as moléculas devem ganhar energia cinética suficiente por meio de colisões para ser capazes de transpor a barreira da reação química. • A diferença entre a energia inicial da molécula e o máximo de energia ao longo do caminho de reação representa a energia de ativação, Ea. CH3NC → CH3CN Energia de Ativação Energia de Ativação • A molécula com o arranjo dos átomos mostrados na parte superior da barreira é chamada de complexo ativado, ou estado de transição. • A velocidade depende da magnitude de Ea; e, geralmente, quanto mais baixo o valor de Ea, mais rápida é a reação. Variação da Concentração com o tempo ❖ Reações de primeira ordem: Para uma reação do tipo: A lei de velocidade deve ser: V = k [A] A → produtos Leis das Velocidades Integradas V Variação da Concentração com o tempo ❖ Integrando a equação, em função de t, essa relação pode ser transformada em uma equação que relaciona a concentração de A no início da reação, [A]0 , à sua concentração a qualquer outro momento t, [A]t . V Variação da Concentração com o tempo 0AlnAln +−= ktt ❖ Rearranjando a equação temos: ❖ Essa equação pode ser usada com qualquer unidade de concentração, desde que as unidades sejam as mesmas tanto para [A]t quanto para [A]0 . 61 62 63 64 65 66 27/03/2019 12 Variação da Concentração com o tempo ❖ As equações acima podem ser usadas para determinar: 1) A concentração de um reagente que sobra logo após o início da reação; 2) O tempo necessário para determinada fração de uma amostra reagir; 3) O tempo necessário para uma concentração de reagente cair em certo nível. 0AlnAln +−= ktt Variação da Concentração com o tempo ❖ Reações de segunda ordem: é aquela cuja velocidade depende da concentração do reagente elevado a segunda potência ou da concentração de dois reagentes diferentes, cada um elevado à primeira potência. ❖ Considerando a reação do tipo: A lei de velocidade deve ser: A + B → produtos V Variação da Concentração com o tempo ❖ Integrando a equação: Temos: 0A 1 A 1 += kt t V Tempo de meia-vida ❖ A meia-vida de uma reação (t1/2) é o tempo necessário para que a concentração de um reagente caia para a metade do seu valor inicial, ou seja: ❖ A meia-vida é uma maneira conveniente de descrever com que rapidez uma reação ocorre. ❖ Um reação rápida tem uma meia-vida curta. [𝑨] 𝒕 = 𝟏 𝟐 [𝑨]𝟎 Tempo de meia-vida ❖ O termo meia-vida é comum quando tratamos de elementos radioativos. ❖ O decaimento radioativo é um processo de primeira ordem, e a meia-vida é geralmente usada para descrever a rapidez com que um elemento radioativo decai. ❖ Datação de fósseis 14C (carbono radioativo). Tempo de meia-vida ❖ Podemos determinar a meia vida de uma reação de primeira ordem substituindo [A]t na equação: Substituindo, TEMOS: ( ) kk t 693,0ln 2 1 2 1 =−= [𝑨] 𝒕 = 𝟏 𝟐 [𝑨]𝟎 Como: 67 68 69 70 71 72 27/03/2019 13 Tempo de meia-vida ❖ Podemos observar que t1/2 para uma lei de velocidade de primeira ordem depende apenas de k. ❖ Dessa forma, a meia-vida de uma reação de primeira ordem não é afetada pela concentração inicial dos reagentes. Conseqüentemente a meia-vida permanece constante durante toda a reação. ( ) kk t 693,0ln 2 1 2 1 =−= ❖ Se a concentração de um reagente qualquer for 0,120 M em algum momento da reação, ela será 0,060 M depois da primeira meia vida. Conseqüentemente, a concentração cairá para 0,030 M após se passar mais uma meia-vida e assim sucessivamente. Tempo de meia-vida Tempo de meia-vida ❖ P.E.: O gráfico abaixo mostra a variação na pressão parcial durante um certo período de tempo para o rearranjo de primeira ordem da isonitrila de metila a 198ºC. Tempo de meia-vida ❖ A primeira meia-vida é mostrada em 13.300s. ❖ Após 13.300s, a pressão parcial de isonitrila diminui para metade da metade, ou um quarto da concentração original. ❖ Portanto, para uma reação de primeira ordem, a concentração do reagente diminui de um fator ½ em cada uma das séries de intervalos de tempo espaçados regularmente, chamado t1/2. Tempo de meia-vida ❖ Em contraste ao comportamento de reações de primeira ordem, a meia-vida para reações de segunda ordem e para outras reações depende das concentrações do reagente e, consequentemente, varia à medida que a reação progride. ❖ Usando a equação: TEMOS: 0A 1 2 1 k t = 0A 1 A 1 += kt t • Um catalisador faz variar a velocidade de uma reação química sem que ele próprio sofra uma variação química permanente no processo. Catálise 2 H2S(g) + SO2 (g) → 3 S (s) + 2 H2O H2O como catalisador 73 74 75 76 77 78 ../Documents/A-UFSJ/DISCIPLINAS MINISTRADAS/Química Geral 2011-2-engenharia/VÍDEOS/Catalysis.MOV 27/03/2019 14 Catálise • Existem dois tipos de catalisadores: – homogêneo – Heterogêneo Catálise homogênea • O catalisador e a reação estão em uma mesma fase. • O peróxido de hidrogênio decompõe-se muito devagar: 2H2O2(aq) → 2H2O(l) + O2(g) • Na presença do íon de bromo, a decomposição ocorre rapidamente: – 2Br-(aq) + H2O2(aq) + 2H +(aq) → Br2(aq) + 2H2O(l). – O Br2(aq) é marrom. – Br2(aq) + H2O2(aq) → 2Br -(aq) + 2H+(aq) + O2(g). – O Br- é um catalisador homogêneo porque ele pode ser recuperado no final da reação. Catálise • Geralmente, os catalisadores atuam diminuindo a energia de ativação para uma reação. Catálise Catalisadores homogêneos • Os catalisadores podem agir aumentando o número de colisões efetivas. • Isto é, a partir da equação de Arrhenius: os catalisadores aumentam k através do aumento de A ou da diminuição de Ea. Catálise RT Ea Aek − = Catálise heterogênea • O catalisador está em uma fase diferente dos reagentes e produtos. • Exemplo típico: catalisador sólido, reagentes e produtos gasosos (conversores catalíticos em carros). • A maioria dos catalisadores industriais são heterogêneos. Catálise Catálise heterogênea • A primeira etapa é a adsorção (a ligaçãode moléculas do reagente à superfície do catalisador). • As espécies adsorvidas (átomos e íons) são muito reativas. • As moléculas são adsorvidas nos sítios ativos na superfície do catalisador. Catálise 79 80 81 82 83 84 27/03/2019 15 Catálise heterogênea • Considere a hidrogenação do etileno: C2H4(g) + H2(g) → C2H6(g), H = -136 kJ/mol. – A reação é lenta na ausência de um catalisador. – Na presença de um catalisador metálico (Ni, Pt ou Pd) a reação ocorre rapidamente à temperatura ambiente. Catálise Catálise – Primeiro as moléculas de etileno e de hidrogênio são adsorvidas nos sítios ativos na superfície metálica. – A ligação H-H se quebra e os átomos de H migram para a superfície do metal. Catálise heterogênea – Quando um átomo de H colide com uma molécula de etileno na superfície, a ligação C=C se quebra e uma ligação C-H se forma. Catálise – Quando o C2H6 é formado, ele se solta da superfície. – Quando o etileno e o hidrogênio são adsorvidos em uma superfície, necessita-se de menos energia para quebrar as ligações e a energia de ativação para a reação é reduzida. Catálise Exercícios de Aplicação 1- Tem-se a seguinte reação: 2 H2O2(aq) → 2 H2O(l) + O2(g) Lei de velocidade: V= k[H2O2] Constante de velocidade: k = 1,06 x 10-3 min-1 Qual é a concentração final de H2O2 depois de 6000 seg., sabendo-se que a concentração inicial de H2O2 é de 0,020 mol/L? 2- Tem-se a seguinte reação: 2 HI (g) → H2(g) + I2(g) Lei de velocidade: V= k[HI]2 Constante de velocidade: k = 30 L.mol-1. min-1 Quanto tempo é necessário para que a concentração de HI diminua de 0,010 mol/L para 0,0050 mol/L? Exercícios de Aplicação 85 86 87 88 89 90 27/03/2019 16 2- O azometano gasoso decompõe-se em uma reação de primeira ordem, quando aquecido. CH3N=NCH3(g) → N2(g) + C2H6(g) A constante de velocidade para essa reação a 425oC é 40,8 min-1. (a) Se a concentração inicial de azometano no frasco é 2,0 mol/L, qual será a massa de azometano presente no frasco após 3 seg.? (b) Calcule o tempo de meia vida do azometano. Exercício 2 91 92
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