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tricologia_e_terapia_estetica_capilar

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Brasília-DF. 
Tricologia e Terapia esTéTica capilar
Elaboração
Aparecida Erica Bighetti Ribas
Viviane Oliveira Fagundes
Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração
Sumário
APRESENTAÇÃO ................................................................................................................................. 5
ORGANIZAÇÃO DO CADERNO DE ESTUDOS E PESQUISA .................................................................... 6
INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 8
UNIDADE I
ANATOMIA E FISIOLOGIA DA PELE E DO FOLÍCULO PILOSO..................................................................... 9
CAPÍTULO 1
PELE ........................................................................................................................................ 9
CAPÍTULO 2
FOLÍCULO PILOSO .................................................................................................................. 11
CAPÍTULO 3
DISFUNÇÕES ASSOCIADAS AO COURO CABELUDO ................................................................ 20
CAPÍTULO 4
EPIGENÉTICA ......................................................................................................................... 42
UNIDADE II
MÉTODOS DE AVALIAÇÃO TRICOLÓGICA ............................................................................................ 45
CAPÍTULO 1
HISTÓRICO CLÍNICO .............................................................................................................. 45
CAPÍTULO 2
COSMETOLOGIA .................................................................................................................... 51
CAPÍTULO 3
TERAPIAS COMPLEMENTARES .................................................................................................. 60
UNIDADE III
NUTRICOSMÉTICOS E NUTRACÊUTICOS ................................................................................................ 67
CAPÍTULO 1
NUTRIÇÃO E O SISTEMA CAPILAR ............................................................................................ 67
CAPÍTULO 2
FOTOTERAPIA ......................................................................................................................... 72
CAPÍTULO 3
PROCEDIMENTOS AVANÇADOS EM TRICOLOGIA .................................................................... 76
UNIDADE IV
HIRSUTISMO ......................................................................................................................................... 83
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 83
CAPÍTULO 2
TRATAMENTO .......................................................................................................................... 85
CAPÍTULO 3
DOCUMENTAÇÃO FOTOGRÁFICA .......................................................................................... 87
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................. 89
5
Apresentação
Caro aluno
A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se 
entendem necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade. 
Caracteriza-se pela atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela 
interatividade e modernidade de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da 
Educação a Distância – EaD.
Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade 
dos conhecimentos a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos 
específicos da área e atuar de forma competente e conscienciosa, como convém 
ao profissional que busca a formação continuada para vencer os desafios que a 
evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo.
Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo 
a facilitar sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na 
profissional. Utilize-a como instrumento para seu sucesso na carreira.
Conselho Editorial
6
Organização do Caderno 
de Estudos e Pesquisa
Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em 
capítulos, de forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos 
básicos, com questões para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam tornar 
sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também, fontes de consulta para 
aprofundar seus estudos com leituras e pesquisas complementares.
A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos 
Cadernos de Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes 
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor 
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita 
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante 
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As 
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Sugestão de estudo complementar
Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo, 
discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso.
Atenção
Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a 
síntese/conclusão do assunto abordado.
7
Saiba mais
Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões 
sobre o assunto abordado.
Sintetizando
Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o 
entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.
Para (não) finalizar
Texto integrador, ao final do módulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem 
ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado.
8
Introdução
Derivada do grego thricos (cabelos) mais logos (estudo), a Tricologia é a ciência 
que estuda os pelos ou cabelos. Desde a sua origem, em 1902, na Inglaterra, houve 
um crescente interesse pelos tratamentos preventivos dos problemas capilares. 
Assim, o estudo da Tricologia engloba diversos profissionais, como médicos, 
farmacêuticos, biomédicos, nutricionistas, biólogos, enfermeiros, químicos, 
cosmetólogos, esteticistas e cabeleireiros, que buscam unir as áreas da saúde e 
estética em prol da saúde capilar.
A terapia capilar envolve uma gama de procedimentos que visam harmonizar 
e manter a saúde do couro cabeludo e da fibra capilar, na tentativa de minimizar 
as agressões externas e corrigir os eventuais desequilíbrios causados por agentes 
químicos, cosméticos, hábitos alimentares, privação de sono, entre outros.
O tema “Tricologia e Terapia Capilar” tem o objetivo de desenvolver, nos 
profissionais, capacidades científicas e técnicas sobre avaliação e tratamento de 
condições do couro cabeludo e fibra capilar.
Objetivos
 » Compreender a anatomia, fisiologia e bioquímica do folículo piloso 
e da fibra capilar.
 » Conhecer a principais patologias que acometem o couro cabeludo e a 
fibra capilar.
 » Entender sobre os principais recursos cosméticos, eletroterapêuticos e 
fototerapêuticos para os tratamentos capilares.
9
UNIDADE I
ANATOMIA E 
FISIOLOGIA DA PELE E 
DO FOLÍCULO PILOSO
CAPÍTULO 1
Pele
A pele é o maior órgão do nosso corpo, responsável por grande parte das 
interações entre o meio externo e interno. Sua principal função é proteger o 
corpo contra atritos, perda de água, micro-organismos invasores, radiação 
ultravioleta e substância nocivas. É composta pela epiderme, constituída de 
epitélio estratificado pavimentoso e queratinizado e pela derme de tecido 
conjuntivo. Há ainda a hipoderme, ou fáscia subcutânea, formada por tecido 
conjuntivo frouxoe tecido adiposo, que a une aos órgãos.
Epiderme
A epiderme é a parte mais superficial da pele, composta por quatro camadas 
ou estratos: basal, espinhoso, granuloso e córneo. 
No estrato basal ou germinativo, encontram-se as células-tronco que dão 
origem aos diversos tipos celulares da epiderme, como os queratinócitos, que 
migram em direção à superfície em um processo chamado de queratinização. 
Também estão presentes no estrato basal os melanócitos e as células de 
Merkel. Os melanócitos são células arredondadas com prolongamentos que 
introduzem o pigmento melanina nos queratinócitos a fim de proteger 
o material genético celular dos efeitos da radiação ultravioleta. A melanina, 
pigmento de pardo-amarelado a marrom, é formada em vesículas denominadas 
melanossomas, por meio da oxidação da tirosina em 3,4-dihidroxifenilalanina 
(DOPA) pela enzima tirosinase. As células de Merkel possuem junções 
sinápticas com terminações nervosas sensitivas e, por isso, são responsáveis 
pela percepção tátil abundante na ponta dos dedos e nos folículos pilosos. 
10
UNIDADE I │ ANATOMIA E FISIOLOGIA DA PELE E DO FOLÍCULO PILOSO
No estrato espinhoso, os queratinócitos possuem formato poliédrico e 
pontes intercelulares que parecem espinhos e contribuem para a resistência 
da epiderme. Nesse estrato, são encontradas as células de Langerhans, 
que fagocitam e processam antígenos estranhos à pele. Os antígenos são 
apresentados aos linfócitos T, que iniciam uma resposta imunológica. 
No estrato granuloso, os queratinócitos adquirem formato pavimentoso com 
grânulos querato-hialinos. Além disso, ocorre a síntese de colesterol, ácidos 
graxos livres e ceramidas, que são liberados para o espaço intercelular, formando 
uma barreira impermeável à água. 
No estrato córneo, camada mais superficial, a barreira de lipídios formada 
impede a passagem de nutrientes, causando degeneração celular. Assim, 
esse estrato é composto por células mortas pavimentosas, sem núcleo e 
queratinizadas. Sua principal função consiste em ser uma barreira de proteção 
da pele contra atrito, perda de água, invasão de bactérias, fungos ou agentes 
químicos. 
Derme
A derme papilar corresponde à região das papilas dérmicas, constituída por tecido 
conjuntivo frouxo. A derme reticular é a maior parte da derme, formada por tecido 
conjuntivo denso não modelado. Ambas as regiões são ricas em fibras de colágeno 
e elastina, substâncias que conferem sustentação e elasticidade à pele. Na derme, 
também estão situados os anexos cutâneos (folículos pilosos, glândulas sebáceas, 
glândulas sudoríparas e unhas), os vasos sanguíneos e linfáticos, os nervos e as 
terminações nervosas sensoriais.
Hipoderme
A hipoderme, ou tecido subcutâneo, não é considerada uma camada pertencente 
à pele, mas uma união entre a pele e as estruturas subjacentes (figura 4). É 
composta por tecido conjuntivo frouxo e tecido adiposo e contém veias, artérias, 
terminações nervosas e células de gordura. Possui funções de reservatório 
energético, isolamento térmico, modelagem da superfície corporal, absorção 
de choques e preenchimento para a fixação de órgãos, controle e regulação do 
metabolismo hormonal.
11
CAPÍTULO 2
Folículo piloso
Desenvolvimento dos folículos pilosos
O desenvolvimento dos folículos pilosos inicia-se ainda durante o período 
embrionário, e está completo na metade da vida fetal. O folículo piloso e seu pelo 
são anatomicamente uma estrutura única que deriva de células indiferenciadas da 
epiderme. A partir da 14a semana do embrião, células germinativas da epiderme 
projetam-se em direção à derme, dando origem à papila dérmica. Posteriormente, 
as células mesenquimais presentes nessa região diferenciam-se em todas as 
células necessárias para a formação do folículo e da fibra capilar. Em média, 
dois milhões de folículos pilosos são desenvolvidos durante a vida embrionária. 
Após o nascimento, os folículos estão completamente desenvolvidos, e não há 
surgimento de novas estruturas.
Os lanugos, primeiros pelos presentes nos recém-nascidos, são finos, 
sem pigmentação e recobrem toda a superfície cutânea, exceto as regiões 
palmo-plantares e o dorso dos dedos. Após algumas semanas, ocorre um novo 
crescimento de pelos, e o lactente apresenta um fino manto de pelos finos, 
macios e sem medula – os pelos velus. 
Antes da puberdade, surgem no couro cabeludo, nas sobrancelhas e nos cílios, 
os pelos terminais, os quais são longos, grossos e pigmentados. Por estímulo 
hormonal androgênico, desenvolvem-se nas regiões das axilas e regiões 
pubianas em ambos os sexos, e na face em homens.
Anatomia
Os folículos pilosos estão dispostos em famílias no couro cabeludo, as chamadas 
unidades foliculares. Essas unidades incluem as glândulas sebáceas e o músculo 
eretor do pelo (Figura 1). As glândulas sebáceas possuem um ducto curto que 
desemboca no folículo piloso e carrega sebo para a superfície da pele. O sebo 
é uma secreção oleosa rica em ácidos graxos, ésteres de cera e esqualeno, que 
protege e lubrifica o pelo e a pele. O músculo eretor do pelo está preso ao terço 
médio do folículo piloso e da derme papilar. É composto por um feixe de fibras 
de músculo liso controladas pelo sistema nervoso simpático. Quando contraído, 
reduz a inclinação da pele e comprime a glândula sebácea, fazendo com que sua 
secreção oleosa seja liberada.
12
UNIDADE I │ ANATOMIA E FISIOLOGIA DA PELE E DO FOLÍCULO PILOSO
Figura 1. Anatomia do folículo piloso.
Glândula sebácea 
Músc. eretor do pelo 
Glândula sudorípara 
Bulge 
Bulbo capilar 
Matriz 
Papila dérmica 
Fonte: adaptada de Owczarczyk-Saczonek et al., 2018.
O folículo piloso pode ser dividido anatomicamente em três segmentos: 
infundíbulo, istmo e segmento inferior (Figura 2). O infundíbulo compreende 
a porção do orifício folicular superior até a entrada da glândula sebácea. O istmo 
é a porção mediana do folículo, situado entre o ducto da glândula sebácea e o 
músculo eretor do pelo. O segmento inferior engloba a região entre o músculo 
eretor do pelo e a base do folículo piloso. As regiões do infundíbulo e do istmo 
não sofrem alterações durante o ciclo de crescimento e, por isso, fazem parte de 
uma nomenclatura chamada de segmento permanente. O segmento inferior é 
considerado transitório por abrigar o bulbo e a papila dérmica, estruturas que 
sofrem modificações ao longo do ciclo capilar.
Figura 2. Segmentos do folículo piloso.
Infundíbulo 
Istmo 
Tronco 
Bulbo 
Segmento 
permanente 
Segmento 
transitório 
Fonte: adaptada de Ackerman et al., 2001.
13
ANATOMIA E FISIOLOGIA DA PELE E DO FOLÍCULO PILOSO │ UNIDADE I
O bulbo se localiza na região mais profunda do pelo. Ele abriga a papila 
dérmica, região composta por tecido conectivo e fibroblastos, irrigada por vasos 
sanguíneos. A porção da papila dérmica que está em contato com o bulbo possui 
intensa atividade mitótica e metabólica, responsável pela formação do pelo. Na 
zona supramatricial, estão presentes os melanócitos, células responsáveis pela 
pigmentação dos pelos. As células da matriz diferenciam-se gradualmente ao 
longo do folículo em bainhas radiculares e pelo. A matriz ligada à epiderme forma 
a bainha radicular externa. Mais internamente, há a camada de Henle, a camada de 
Huxley e a cutícula da bainha radicular interna. Entre as bainhas externa e interna, 
encontra-se a membrana vítrea. Um tecido conjuntivo composto por fibras de 
colágenos circunda o folículo.
Como mencionado acima, a bainha radicular interna (epitelial) possui três estratos:
 » Camada de Henle: composta de uma única camada de células 
achatadas e claras, com fibras hialinas; relaciona-se com a bainha 
epitelial externa da raiz.
 » Camada de Huxley: apresenta várias camadas de células alongadas 
contendo tricoialina; são hipocromáticas. 
 » Camada da bainha radicular: coloca-se à cutícula do pelo. É 
uma camada em escamas transparentes, córneas, que se imbricam 
com as escamas da cutícula do pelo. Por isso, a bainha radicular 
internasai junto com o pelo extraído. 
Fibra capilar
A fibra capilar é composta por três camadas distintas: medula, córtex e cutícula. 
A medula do pelo é a área central, presente apenas nos pelos terminais mais 
grossos e ásperos. O córtex possui várias camadas celulares e é responsável 
por 90% do volume do pelo. No seu interior, possui macro e microfibrilas 
de queratina. As microfibrilas contêm protofibrilas compostas por cadeias 
polipeptídicas ligadas por pontes de hidrogênio, ligações iônicas e pontes de 
dissulfeto. Essas características conferem resistência, flexibilidade e elasticidade 
ao cabelo. Uma vez que a queratina é incolor, a cor do cabelo é fornecida pelos 
melanócitos presentes no folículo piloso. Existem dois principais tipos de 
melanina: feomelanina (amarelo a vermelho) e eumelanina (marrom a preto). 
A porcentagem da mistura de feo e eumelanina determinam a cor natural dos 
cabelos: cinza, loiro, castanho, vermelho ou preto.
14
UNIDADE I │ ANATOMIA E FISIOLOGIA DA PELE E DO FOLÍCULO PILOSO
Ciclo capilar
A atividade proliferativa das células da papila dérmica não é contínua. Há um 
padrão cíclico, com alternância de fases de crescimento e repouso. O segmento 
inferior do folículo sofre alterações que caracterizam três fases distintas de 
crescimento: anágena, catágena e telógena (Figura 3). 
Figura 3. Ciclo capilar.
Anágeno Catágeno Telógeno Anágeno 
Fonte: Sampaio e Rivitti, 2007.
A fase anágena, ou de crescimento dos fios, possui uma intensa atividade 
de divisão celular na região da papila dérmica. A duração dessa fase é 
determinada geneticamente e, no couro cabeludo, tem duração de 2 a 6 anos. 
Aproximadamente 90% dos fios encontram-se nessa fase de crescimento. 
A fase catágena é um período de transição entre a fase de crescimento e a 
de repouso. Nela ocorre uma involução rápida do folículo piloso devido a um 
processo apoptótico na região do bulbo. Os pelos param de crescer, e as células 
do segmento permanente continuam sua diferenciação em direção à haste 
do pelo. O bulbo capilar desaparece e a terminação da raiz fica em formato 
de um bastão arredondado. A papila dérmica encolhe-se até receber sinais 
para iniciar uma nova fase anágena. Menos de 1% dos cabelos estão nessa 
fase de involução, que pode durar entre 2 e 3 semanas.
No final da fase telógena, o folículo piloso entra em um estágio de repouso, 
período que dura em média três meses. Uma queda fisiológica de pelos telógenos 
(100 a 200 fios) pode ocorrer ao pentear, lavar ou friccionar o couro cabeludo.
No couro cabeludo, cerca de 85% dos pelos encontram-se na fase 
anágena, 14% na fase telógena e 1% na fase catágena.
A queda capilar geralmente tem como causa fatores sistêmicos, nutricionais, 
emocionais ou humorais. A alteração do ciclo capilar provoca alopecia. 
15
ANATOMIA E FISIOLOGIA DA PELE E DO FOLÍCULO PILOSO │ UNIDADE I
Deve-se observar se o cabelo que caiu possui bulbo presente, ou somente 
a haste partida. Caso o folículo esteja na fase telógena, não se considera o 
fenômeno patológico. 
Sabe-se que o homem apresenta em torno de 100 a 150 mil fios de cabelo 
e, sabendo-se que sua renovação se faz a cada três a cinco anos, pode-se 
considerar que a perda diária de 50 a 100 fios será no limite da normalidade. 
Quadro 1. Estrutura do pelo.
Folículo
Bainha radicular dérmica (interna) » Camada reticular da derme: externa, com grossos feixes de fibras colágenas dispostas longitudinalmente.
 » Camada papilar da derme: posição mediana, espessa, com fibras conectivas em disposição circular.
 » Membrana vítrea: interna, estreita, homogênea, com fibras reticulares e substância amorfa.
Bainha radicular epidérmica 
(externa)
 » Externa: contínua com camadas da epiderme, possui uma única camada de poligonais com pontes celulares.
 » Interna: camada superficial queratinizada, envolve a raiz do pelo.
Fonte: De Maio, 2011.
Exames propedêuticos acurados e anotação de dados obtidos em uma ficha de 
anamnese são de suma importância e relevância para o diagnóstico de queda 
capilar. Sendo assim, veja como deve ser feita a ficha de anamnese para esses 
casos: 
Quadro 2. Ficha de anamnese.
Data da consulta:
Identificação:
Nome: .............................................................................................................................................
Endereço: .......................................................................................................................................
Complementos: ..............................................................................................................................
CEP: ...............................................................................................................................................
Estado: ......................................................... Cidade: ...................................................................
Telefones: (...) ............................................ Celular: ...................................................................
E-mail: ............................................................................................................................................
Naturalidade: ..................................................................................................................................
Nacionalidade: ................................................................................................................................
Data de nascimento: ......................................................................................................................
Sexo: ...............................................................................................................................................
Cor: .................................................................................................................................................
Estado civil: .....................................................................................................................................
Profissão anterior e/ou atual: ..........................................................................................................
.........................................................................................................................................................
RG: .................................................................. CPF: .....................................................................
16
UNIDADE I │ ANATOMIA E FISIOLOGIA DA PELE E DO FOLÍCULO PILOSO
Queixa principal e duração
Queda de pelos: .....................dias
Queda de cabelos: ..................meses
Falha no cabelo: ...................... anos
Outros: ................................................
História pregressa da moléstia atual
Início: ( ) rápido ( ) lento
Propagação para outras regiões: ( ) sim ( ) não
Sintomas relacionados: ( ) prurido ( ) sudorese
 ( ) descamação ( ) aumento da oleosidade
 ( ) eritema ( ) febre
 ( ) dor ( ) algum processo relacionado pouco antes da queda de cabelo
 ( ) calor local ( ) outros
Antecedentes pessoais
Doenças anteriores: ........................................................................................................................
.........................................................................................................................................................
.........................................................................................................................................................
Dietas alimentares: .........................................................................................................................
( ) vegetariana
Cirurgias anteriores: ........................................................................................................................
..........................................................................................................................................................Alergias: ..........................................................................................................................................
........................................................................................................................................................
Data da última menstruação: ..........................................................................................................
( ) ciclos menstruais regulares
( ) ciclos menstruais irregulares
( ) presença de cistos ovarianos 
( ) outras patologias pélvicas: .......................................................................................................
( ) gravidez
( ) amamentação
Uso de medicamentos: ...................................................................................................................
Realização de exercícios físicos: ....................................................................................................
Periodicidade: ................................................................................................................................
Já usou ou usa anabolizantes: .......................................................................................................
Doenças do couro cabeludo: ..........................................................................................................
Uso de químicas ou afins nos cabelos: ..........................................................................................
Se positivo, há quanto tempo usa?: ..............................................................................................
Retoques frequentes: ....................................................................................................................
( ) uso constante de laços ou elásticos
( ) cortes regulares de cabelo
17
ANATOMIA E FISIOLOGIA DA PELE E DO FOLÍCULO PILOSO │ UNIDADE I
Periodicidade em lavar os cabelos
Uso de xampu: 
 ( ) com sal
 ( ) sem sal
Escova os cabelos: 
 ( ) 1 vez ao dia
 ( ) 2 vezes ou mais
 ( ) uso de secadores
 ( ) uso de chapinhas e outros
 ( ) morou ou mora em lugares poluídos ou que já tiveram algum índice de radiação ou contaminação química?
Antecedentes familiares
Calvície na família. Quem? .............................................................................................................
Neoplasias. Quem? .........................................................................................................................
Doenças infecciosas. Quem? .........................................................................................................
Diabetes. Quem? ...........................................................................................................................
Doenças na tireoide. Quem? .........................................................................................................
Outras doenças: ............................................................................................................................
Hábitos
Fumante. Marca e quantidade diária: .............................................................................................
Bebida alcoólica. Tipo e quantidade diária: ....................................................................................
Drogas: ...........................................................................................................................................
Alimentação: ..................................................................................................................................
Ritmo intestinal: ..............................................................................................................................
Exame físico geral
PA: ..................................................................................................................................................
P: ....................................................................................................................................................
Peso: ...............................................................................................................................................
Altura: ............................................................................................................................................
Mucosas: ........................................................................................................................................
Pele: ................................................................................................................................................
Pelos: .............................................................................................................................................
Unhas: .............................................................................................................................................
Cabeça e pescoço: .........................................................................................................................
Pulmões: .........................................................................................................................................
Coração: .........................................................................................................................................
Tronco: ...........................................................................................................................................
Abdome: ..........................................................................................................................................
Membros: ........................................................................................................................................
Exame físico especial 
Região da queixa: 
 ( ) localizada
 ( ) dispersa
 ( ) única
 ( ) várias lesões
18
UNIDADE I │ ANATOMIA E FISIOLOGIA DA PELE E DO FOLÍCULO PILOSO
Exame físico especial 
Aspecto da lesão:
 ( ) descamativa
 ( ) eritematosa
 ( ) cicatricial
 ( ) cística
 ( ) outros: .................................................................................................
Sensibilidade da lesão:
 ( ) dolorosa
 ( ) sem sensibilidade
 ( ) outras: ................................................................................................
Aspectos dos cabelos:
 ( ) grossos
 ( ) finos
 ( ) ondulados 
 ( ) encaracolados
 ( ) tingidos
 ( ) alisados
 ( ) frisados
 ( ) permanente
 ( ) quebradiços
 ( ) “cortados”
 ( ) elasticidade conservada
 ( ) brilho conservado 
 ( ) seco
 ( ) oleoso
 ( ) hiperqueratose folicular (sinal da pegada de urso)
Teste de tração: ( ) positivo ( ) negativo
Diagnóstico provisório
Alopecia congênita: ( ) cicatricial ( ) não cicatricial
Alopecia adquirida: ( ) cicatricial ( ) química
 ( ) infecciosa
 ( ) neoplasias
 ( ) síndromes 
 ( ) não cicatricial ( ) alopecia em áreas
 ( ) alopecia traumática
 ( ) outras
19
ANATOMIA E FISIOLOGIA DA PELE E DO FOLÍCULO PILOSO │ UNIDADE I
Exames complementares:
 ( ) sim. Quais?.....................................................................
 ( ) não
 ( ) tricograma
 ( ) biópsia
 ( ) luz polarizada
 ( ) dosagem de ferro
 ( ) dosagem de enxofre
 ( ) micológico
 ( ) lâmpada de wood
 ( ) IgE
 ( ) linfócitos (CD4 e CD8)
 ( ) células NK
Conduta/Tratamento: ....................................................................................................................
.........................................................................................................................................................
.........................................................................................................................................................
.........................................................................................................................................................Fonte: De Maio, 2011.
20
CAPÍTULO 3
Disfunções associadas ao couro 
cabeludo
As manifestações mais frequentes que afetam o couro cabeludo são oleosidade 
excessiva (seborreia), caspa, dermatite seborreica e psoríase. A caspa e a 
dermatite seborreica são problemas dermatológicos comuns que afetam as áreas 
seborreicas do corpo. Ambas possuem a mesma condição de base, e respondem 
a tratamentos similares, diferindo na localidade e gravidade. Sua etiologia não 
está bem elucidada, mas a interação entre fatores intrínsecos e extrínsecos, 
como secreções sebáceas, colonização por fungos na superfície da pele e 
susceptibilidade individual, contribuem para a patogênese dessas condições.
Caspa
A caspa é uma condição muito comum que afeta 50% da população, sendo mais 
prevalente em homens. Começa na puberdade, atinge o pico de incidência e 
gravidade a partir dos 20 anos, sendo mais comum em pessoas com mais de 50 
anos. A descamação sem inflamação restringe-se ao couro cabeludo.
Figura 4. Caspa.
Fonte: <http://vivesana.blogspot.com/2019/01/tratamiento-de-la-caspa-olvidate-de.html>.
Dermatite seborreica
A dermatite seborreica (DS) atinge o couro cabeludo, a face, a área retroauricular 
e a parte superior do tórax. Nesse caso, a descamação envolve inflamação com 
prurido e eritema acentuado. As placas eritematosas são bem delimitadas com 
21
ANATOMIA E FISIOLOGIA DA PELE E DO FOLÍCULO PILOSO │ UNIDADE I
descamação amarelada de aspecto seco ou gorduroso. Sua incidência tem pico nos 
três períodos da vida: nos primeiros meses de vida, na puberdade e na vida adulta 
(ápice entre 40 a 60 anos). Em recém-nascidos, a DS atinge o couro cabeludo, 
a face e a área da fralda. Em adolescentes e adultos, afeta couro cabeludo, 
face, porção superior do tórax, axilas e dobras inguinais. Os homens são mais 
acometidos que as mulheres em todas as faixas etárias, sugerindo que a DS pode estar 
associada a hormônios sexuais androgênicos. É mais prevalente em indivíduos 
imunocomprometidos, como em pacientes com AIDS, transplantados ou com 
linfoma. Também está associada a distúrbios neurológicos, como Parkinson, 
epilepsia, alcoolismo crônico, hepatite C e Síndrome de Down.
O diagnóstico diferencial da caspa e DS inclui psoríase, dermatite atópica, tinea 
capitis, rosácea e lúpus eritematoso sistêmico (LES). A psoríase pode afetar locais 
semelhantes aos da DS, no entanto, as lesões psoriáticas típicas são mais espessas 
e apresentam-se como placas nitidamente delimitadas com escamas brancas a 
prateadas. Lesões de dermatite atópica geralmente não aparecem até os três meses 
de idade, enquanto as lesões na DS aparecem mais cedo e raramente atingem áreas 
extensoras. A tinea capitis, doença fúngica altamente contagiosa, mostra manchas 
escamosas associadas a “pontos pretos”, que representam as extremidades distais 
de cabelos quebrados. A rosácea geralmente atinge as áreas da face como malar, 
poupando as dobras nasolabiais e não possui escamas. As lesões de pele no LES 
geralmente seguem uma distribuição fotográfica clara, como erupções agudas de 
erupção cutânea bilateral e podem estar associadas a anormalidades extracutâneas, 
como artrite, úlceras na boca, glomerulonefrite ou cardiomiopatia.
Figura 5. Achados tricoscópicos na dermatite seborreica moderada com vasos sanguíneos proeminentes e 
escamas amareladas.
Fonte: Widaty et al., 2019.
22
UNIDADE I │ ANATOMIA E FISIOLOGIA DA PELE E DO FOLÍCULO PILOSO
O tratamento da caspa e da dermatite concentra-se na melhora dos sinais e sintomas 
da doença, especialmente do prurido. Como os principais mecanismos patogênicos 
envolvem a proliferação do fungo Malassezia, irritação e inflamação da pele, o 
tratamento mais comum utiliza antifúngicos e anti-inflamatórios tópicos. Terapias 
alternativas, como fototerapia e óleos essenciais, são utilizadas. A terapia sistêmica 
é necessária apenas em lesões generalizadas e em casos que não respondem ao 
tratamento tópico.
Psoríase
A psoríase é uma doença inflamatória autoimune da pele que afeta de 2 a 3% da 
população. Está associada a predisposição genética, doenças autoimunes, saúde 
psicológica e fatores ambientais (traumas, infecções, estresse). A psoríase do couro 
cabeludo é caracterizada por lesões eritematosas delimitadas com descamação 
branca a prata.
Figura 6. Psoríase.
Fonte: <https://farm5.static.flickr.com/4597/39384116571_5197c69cc4_b.jpg>.
A etiologia exata da psoríase do couro cabeludo é desconhecida, sendo uma 
condição complexa, parecida ou coexistente com a dermatite seborreica. O 
crescimento excessivo de Malassezia no couro cabeludo também é característica 
da psoríase. Interações anormais entre a imunidade inata, células T e 
queratinócitos levam à ativação incontrolável do sistema imune manifestada 
por hiperproliferação, inflamação e outras síndromes clínicas nos locais das 
lesões.
O tratamento para psoríase do couro cabeludo apresenta um desafio, pois há 
poucas diretrizes específicas para o manejo. A base do tratamento é a terapia 
tópica com agentes queratolíticos, antifúngicos e anti-inflamatórios. Inibidores 
imunológicos são empregados para tratar casos de moderados a graves.
23
ANATOMIA E FISIOLOGIA DA PELE E DO FOLÍCULO PILOSO │ UNIDADE I
Alopecias
Alopecia, do grego alõpekia, significa diminuição de pelos ou cabelos. Quando a 
perda de pelos acontece em uma área mais delimitada, é chamada de alopecia 
localizada, como, por exemplo, a alopecia androgenética masculina, que 
acomete as áreas temporais e vértex da cabeça. Já quando a perda de cabelos 
afeta todo couro cabeludo, é chamada de alopecia generalizada, como nos 
casos dos eflúvios.
As alopecias podem ser congênitas ou adquiridas. As alopecias congênitas são 
decorrentes de alterações durante o desenvolvimento embrionário (hereditárias 
ou não) que determinam a redução ou ausência de pelos após o nascimento. As 
alopecias adquiridas, ao longo da vida, compreendem dois grupos: as cicatriciais e 
não cicatriciais.
Alopecias cicatriciais
São definitivas, caracterizadas pela destruição do folículo piloso e substituição 
por tecido atrófico cicatricial. Alopecias cicatriciais primárias representam o 
grupo que primariamente afetam o folículo piloso, em oposição às secundárias, 
em que o alvo é a camada dérmica e, por consequência, há destruição folicular. 
A redução ou ausência dos pelos pode acontecer após dermatoses, infecções 
fúngicas ou bacterianas, traumas, queimaduras físicas ou químicas e neoplasias. 
As características clínicas geralmente não são suficientes para o diagnóstico 
definitivo, sendo necessária a biópsia e o exame anátomo histopatológico. Áreas 
com alopecias cicatriciais envolvem um processo inflamatório com a presença 
predominantemente de linfócitos, neutrófilos ou um grupo misto de células 
(Quadro 3) (BOLDUC et al., 2016).
Quadro 3. Alopecias cicatriciais primárias.
Alopecias cicatriciais primárias associadas a linfócitos
Líquen plano pilar
Alopecia frontal fibrosante
Síndrome de Graham-Little
Alopecia cicatricial centrífuga central
Pseudopelada (Brocq)
Lúpus eritematoso discoide
Alopecias cicatriciais primárias associadas a neutrófilos
Foliculite decalvante
Celulite/Foliculite dissecante
Alopecias cicatriciais primárias inflamatórias mistas
Foliculite queloidiana
Foliculite necrótica
Fonte: elaborado pelas autoras, s/d.
24
UNIDADE I │ ANATOMIA E FISIOLOGIA DA PELE E DO FOLÍCULO PILOSO
Líquen plano pilar
O líquen planopilar (LPP) pode ser subdividido em três grupos com base na 
sua apresentação clínica: líquen plano pilar clássico, alopecia frontal fibrosante 
(AFF) e síndrome de Graham-Little. Os três subgrupos apresentam as mesmas 
características histopatológicas com a presença de linfócitos na região permanente 
do folículo piloso.
Líquen planopilar clássico
O LPP clássico é mais incidente em mulheres na faixa etária de 50 a 70 anos 
e atinge mais comumente o couro cabeludo parietal. Indivíduos apresentam 
prurido, ardor e sensibilidade. Hiperqueratose folicularé encontrada nas 
primeiras fileiras de pelos na linha dos cabelos. As características clínicas se 
sobrepõem ao Lúpus Eritematoso Cutâneo Crônico. No entanto, as placas são 
frequentemente menores e interconectadas.
Figura 7. Líquen planopilar. A – clínico, B – histologia, C e D – tricoscopia com ausência de óstios e descamação 
perifolicular.
Fonte: Thakur et al., 2015.
Alopecia frontal fibrosante
A AFF afeta predominantemente mulheres pós-menopausa (em média 60 anos) 
e caracteriza-se pela recessão da linha de implantação frontotemporal do cabelo, 
25
ANATOMIA E FISIOLOGIA DA PELE E DO FOLÍCULO PILOSO │ UNIDADE I
acompanhada muitas vezes da perda dos pelos das sobrancelhas. Outras zonas 
pilosas, como cílios, axilas, púbis e extremidades, podem também ser afetadas. 
Apesar da crescente incidência de casos, a sua etiologia não está clara. O papel 
dos hormônios sexuais tem sido proposto por diversos autores. No entanto, sua 
associação com doenças como o hipotiroidismo e vitiligo sugerem uma etiologia 
autoimune. As manifestações clínicas da AFF são muito características. Na 
tricoscopia, é vista uma diminuição acentuada dos óstios foliculares na zona 
central da alopecia, acompanhada de eritema e descamação perifolicular.
Figura 8. Manifestações clínicas da alopecia frontal fibrosante: A – observa-se a recessão da linha de 
implantação frontotemporal do cabelo, que se estende até a região retroauricular; B – a pele da zona de 
alopecia apresenta perda dos óstios foliculares, palidez uniforme e visualização da rede vascular; C e D – 
imagem de tricoscopia com ausência de óstios foliculares, eritema, descamação perifolicular e capilares 
ramificados.
Fonte: Esteban-Lucia, 2017.
Síndrome de Graham-Little
A síndrome de Graham-Little-Piccardi-Lasseur foi descoberta por Piccardi em 
1913 e, dois anos depois, por Ernst Graham Little, em um paciente comum 
com Lasseur. Essa síndrome, como exemplificado nas figuras 9 e 10, possui 
as características específicas de alopecia cicatricial multifocal e irregular 
presente no couro cabeludo, alopecia não cicatricial das axilas, alopecia não 
cicatricial do períneo e hiperqueratose folicular do tronco e extremidades 
(SAHA; ABHIJIT et al., 2016).
26
UNIDADE I │ ANATOMIA E FISIOLOGIA DA PELE E DO FOLÍCULO PILOSO
Figura 9. Manchas de alopecia cicatricial no couro cabeludo.
Fonte: László, 2014.
Figura 10. Líquen plano pilar aparente em (A) interior dos braços e (B) costas. Alopecia não cicatricial em axilas (C) 
e área suprapúbica (D).
A B 
C D 
Fonte: László, 2014.
Alopecia cicatricial centrífuga central
A ACCC é um tipo de alopecia que começa na linha média central do couro 
cabeludo e se desenvolve lentamente de forma centrífuga. Mulheres 
afroamericanas com meia-idade possuem risco aumentado devido à herança 
de padrão autossômico dominante e dos hábitos de cuidados com os cabelos, 
como tração, calor e processamentos químicos (NCOZA, 2017).
27
ANATOMIA E FISIOLOGIA DA PELE E DO FOLÍCULO PILOSO │ UNIDADE I
Figura 11. Vários estágios do CCCA. A – C exemplificando a perda de cabelo no couro cabeludo central, com 
um couro cabeludo liso e brilhante.
A B 
C 
Fonte: Temitayo et al., 2014.
A ausência de sintomas pode levar a um atraso no diagnóstico. Se houver suspeita 
clínica e histórico familiar positivo, uma biópsia do couro cabeludo deve ser 
realizada para confirmação. O tratamento precoce e adequado é importante. O 
foco principal é diminuir a inflamação para retardar ou interromper o processo de 
cicatrização (NCOZA, 2017).
Pseudopelada de Brocq
Pseudopelada de Brocq é a segunda causa mais frequente de alopecia cicatricial 
primária. Mulheres de 30 a 50 anos são mais afetadas. Apresenta-se como 
múltiplas placas no couro cabeludo, que permanecem localizadas ou estendem-se 
lentamente. As áreas descritas como “pegadas na neve” são de contorno irregular, 
lisas, brilhantes, atróficas e sem sinal de inflamação (Figura 12). Quando a doença 
está em evolução, os pelos da periferia das lesões são facilmente removidos com 
uma tração leve.
28
UNIDADE I │ ANATOMIA E FISIOLOGIA DA PELE E DO FOLÍCULO PILOSO
Figura 12. Pseudopelada de Brocq. A – clínica, B - histologia, C e D tricoscopia.
A B 
C D 
Fonte: Thakur et al., 2015.
Lúpus eritematoso discoide
O lúpus eritematoso discoide é uma doença crônica autoimune do tecido 
conjuntivo, mais incidente em mulheres na quarta década. Suas manifestações 
cutâneas incluem eritema, hipertrofia, áreas bem demarcadas com hiper e 
hipopigmentação e folículos pilosos bem dilatados (Figura 13).
Figura 13. Pseudopelada de Brocq. A – clínica, B – histologia, C e D tricoscopia.
A B
 
C D 
Fonte: Thakur et al., 2015.
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ANATOMIA E FISIOLOGIA DA PELE E DO FOLÍCULO PILOSO │ UNIDADE I
Foliculite decalvante
A foliculite decalvante é uma forma rara e crônica de alopecia cicatricial. A causa 
é desconhecida, mas especula-se que essa patologia reflete uma resposta anormal 
a bactérias, particularmente Staphylococcus aureus. O couro cabeludo mostra 
áreas irregulares ou difusas de lesões papulopustulosas que muitas vezes coalescem 
para formar áreas exsudativas com crostas (Figura 14). As lesões papulopustulosas 
só ocorrem em torno do cabelo, e a inflamação desaparece quando os folículos são 
destruídos e a alopecia cicatricial é estabelecida. Vários ou muitos cabelos (em 
tufos) podem ser vistos saindo de um único folículo. Progressão centrífuga ocorre 
comumente. Pode envolver outros sítios além do couro cabeludo, como barba, 
axilas, pelos pubianos, pernas, coxas e braços.
Figura 14. Foliculite decalvante. A – clínica, B – histologia, C e D tricoscopia com ausência de óstios e pústulas.
A B
 
C D 
Fonte: Thakur et al., 2015.
Alopecias não cicatriciais
As alopecias não cicatriciais resultam da perda de cabelos e/ou pelos sem 
atrofia cicatricial, sendo reversíveis. Diferentes etiologias estão envolvidas 
nesse tipo de alopecia, na qual há diminuição da fase anágena e entrada precoce 
dos folículos pilosos em fase telógena. Os principais tipos de alopecias não 
cicatriciais são eflúvios, alopecia androgenética, alopecia areata, alopecia por 
tração e tricotilomania.
30
UNIDADE I │ ANATOMIA E FISIOLOGIA DA PELE E DO FOLÍCULO PILOSO
Eflúvios
O eflúvio é o termo usado para designar a queda difusa de cabelos decorrente 
de um distúrbio no ciclo capilar e subdivide-se em dois subgrupos: agudos ou 
crônicos.
Eflúvio telógeno
O eflúvio telógeno é a causa mais comum de perda capilar difusa. A queda dos 
cabelos costuma acontecer cerca de três meses após um evento desencadeante e 
geralmente é autolimitada. A perda é geralmente menor que 50% dos cabelos 
do couro cabeludo. Uma ampla variedade de eventos desencadeantes leva a 
uma interrupção prematura da fase anágena, e um número anormal de folículos 
entra simultaneamente em fase telógena (MALKUD, 2015).
Eflúvio telógeno agudo
O eflúvio telógeno agudo geralmente se resolve com o crescimento de um novo 
cabelo anágeno de 3 a 6 meses, desde que o insulto não seja repetido. Os eventos 
mais associados são: pós-parto, contraceptivos orais, febre, infecções agudas, dietas 
restritivas (deficiência de proteínas, ferro, zinco), estados estressantes prolongados, 
doenças metabólicas, alterações endócrinas e cirurgias.
A perda difusa dos cabelos pode produzir queda em todo couro cabeludo, mas 
frequentemente se manifesta na região bitemporal. Aglomerados de cabelos 
telógenos podem ser extraídos facilmente do couro cabeludo. A proporção 
dos folículos pilosos acima de 15% sugere ET, porém, mais que 25% é uma 
característica definitiva. A história detalhada e o exame clínico ajudam a definir 
o diagnóstico. A tricoscopia (Figura 20) não é conclusiva, sendo o principal 
achado a redução da densidade capilar (MALKUD, 2015).
Figura 15. Tricoscopia revelando a fase de repilação de um eflúvio telógeno com múltiplos pêlos eretos 
(Ampliação original: 320x). 
Fonte: Mubki et al., 2014.
31
ANATOMIA E FISIOLOGIA DA PELEE DO FOLÍCULO PILOSO │ UNIDADE I
Eflúvio telógeno crônico
O eflúvio telógeno crônico é uma perda capilar difusa que persiste por mais de seis 
meses. A queda aumentada ocorre em ciclos, aparecendo uma ou duas vezes por 
ano. Os cabelos se tornam mais secos, finos, lisos e mais fáceis de serem arrancados. 
O problema nem sempre tem causa definida, mas se sabe que há o envolvimento de 
doenças autoimunes, entre elas a tireoidite de Hashimoto, por exemplo (MALKUD, 
2015).
Eflúvio anágeno
O eflúvio anágeno é uma perda abrupta dos pelos em fase anágena, devido 
à supressão da atividade metabólica e mitótica do folículo piloso por algum 
agente tóxico. É comumente observado após quimioterapia, radioterapia ou 
envenenamento por arsênio. Os agentes podem prejudicar ou interromper 
totalmente o ciclo anágeno e causar vários graus de distrofia dos folículos pilosos. 
Testes de tração e tricograma são investigações preliminares para diagnóstico do 
eflúvio anágeno. Pelos anágenos são totalmente pigmentados e possuem raízes 
longas envoltas por bainhas radiculares internas e externas intactas (KANWAR; 
NARANG, 2013).
Alopecia androgenética
A alopecia androgenética (AAG) é a forma mais comum de perda progressiva 
dos cabelos em ambos os sexos, afetando mais de 50% dos homens com 50 
anos. Apresenta uma miniaturização contínua e gradual dos folículos pilosos, 
levando à transformação dos cabelos terminais em velus (mais finos, curtos e 
hipopigmentados). A predisposição genética para AAG é uma herança poligênica 
paterna ou materna. Os hormônios andrógenos são pré-requisitos para o 
desenvolvimento da calvície masculina, mas os mecanismos envolvidos ainda 
não estão totalmente esclarecidos. A testosterona é o hormônio andrógeno 
circulante mais potente, capaz de regular o crescimento dos pelos, de acordo 
com o local do corpo. No citoplasma das células da papila dérmica e sebócitos, 
a testosterona é convertida pela enzima 5-alfa-redutase em um metabólito 
mais potente, chamado di-hidrotestosterona (DHT). A DHT liga-se a receptores 
e regula a expressão de genes-alvo, iniciando uma cascata de sinalização que 
altera o crescimento capilar e leva à miniaturização (LOLLI et al., 2017).
32
UNIDADE I │ ANATOMIA E FISIOLOGIA DA PELE E DO FOLÍCULO PILOSO
Alopecia androgenética padrão masculino
As alterações clínicas que ocorrem durante a progressão da AAG masculina foram 
classificadas, em 1951, por Hamilton e modificadas, em 1975, por Norwood (Figura 16). 
A classificação de Norwood é a mais usada mundialmente para a queda de cabelos 
em homens. Observa-se uma diminuição capilar que inicia nas têmporas e vértice, 
progredindo lentamente para abranger todo o topo do couro cabeludo (GUPTA; 
MYSORE, 2016).
Figura 16. Classificação de Norwood para perda de cabelo padrão masculino.
Tipo I Tipo IV 
Tipo II 
Tipo III 
Tipo III Vertex Tipo VII 
Tipo VI 
Tipo V 
Tipo IIa 
Tipo IIIa 
Tipo IVa 
Tipo Va 
Fonte: Gupta e Mysore, 2016.
Alopecia androgenética feminina
A alopecia androgenética feminina, também chamada de perda de cabelos 
padrão feminino, possui padrão de apresentação clínica e resposta ao tratamento 
androgênico diferente da alopecia androgenética masculina. Embora as mulheres 
possam exibir um “padrão masculino”, a maioria apresenta uma perda difusa nas 
regiões central, frontal e parietal do couro cabeludo. Em grande parte dos casos, 
não há alteração hormonal e seborreia. Distúrbios menstruais, infertilidade, 
hirsutismo, acne, obesidade, diabetes e deficiências nutricionais devem ser 
investigadas a fim de diagnosticar alterações associadas. As alterações clínicas 
que ocorrem durante a progressão da AAG masculina foram propostas, em 1977, 
por Ludwig e modificadas, em 1996, por Savin (Figura 17) (RAMOS; MIOT, 2015; 
GUPTA; MYSORE, 2016).
33
ANATOMIA E FISIOLOGIA DA PELE E DO FOLÍCULO PILOSO │ UNIDADE I
Figura 17. Classificação de Savin para perda de cabelo padrão feminino.
I-1 I-2 I-3 
I-4 II-1 II-2 
III Avançado Frontal 
Fonte: Gupta e Mysore, 2016.
O diagnóstico da AAG é geralmente clínico, mas raramente uma biópsia pode 
ser necessária para diferenciá-la de eflúvio telógeno, alopecia areata difusa ou 
alopecia incógnita. A tricoscopia fornece características importantes para o 
diagnóstico. A presença de diversidade de diâmetro dos fios maior que 20% é a 
característica mais precoce. Outro achado importante é a presença aumentada 
de pelos velus e óstios com um único pelo terminal (Figura 18). O sinal clássico 
peripilar (hiperpigmentação acastanhada em torno do óstio folicular), pontos 
amarelos e rede pigmentar favo de mel também são vistos. Pontos brancos podem 
ser observados em casos antigos de AAG (JAIN et al., 2013).
Figura 18. Tricoscopia do couro cabeludo. A – Perda de cabelo padrão feminino – grande variabilidade na 
espessura da haste capilar, pelos emergindo individualmente do óstio folicular, redução da densidade folicular 
e rede de pigmentos entre os folículos. B – Couro cabeludo normal – uniformidade na espessura dos cabelos e 
vários fios emergindo do mesmo óstio.
A B 
Fonte: Ramos e Miot, 2015.
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UNIDADE I │ ANATOMIA E FISIOLOGIA DA PELE E DO FOLÍCULO PILOSO
O tratamento da AAG é realizado com o objetivo de aumentar a densidade capilar 
e retardar a progressão da doença. Medidas gerais para melhora da saúde como 
dieta balanceada, ingestão adequada de proteínas e ferro, além do tratamento de 
outras desordens capilares que podem aparecer, como a dermatite seborreica, são 
necessárias. As medidas farmacológicas diferem-se entre homens e mulheres. Duas 
drogas destacam-se por apresentar maiores evidências de resultado: finasterida 
(uso oral) e minoxidil (uso tópico). A finasterida (prescrição oral médica) é um 
inibidor da 5-alfa-redutase tipo II, reduzindo os níveis de DHT e o processo 
de miniaturização. Já o minoxidil na concentração de 2 a 5% é um clássico 
vasodilatador que aumenta a duração da fase anágena e contribui para o aumento 
da densidade capilar. Novos agentes farmacológicos alternativos à finasterida e ao 
minoxidil já estão disponíveis no mercado e têm eficácia comprovada. Além disso, 
podem ser usados recursos como óleos essenciais, argilas, LED, laser de baixa 
potência, alta frequência, carboxiterapia, microagulhamento e intradermoterapia, 
que comprovadamente são eficazes para o tratamento capilar. Finalmente, 
quando os tratamentos estéticos não são suficientes, é possível ser realizado o 
transplante capilar, que atualmente exibe resultados naturais (KELLY et al., 
2016).
Alopecia areata
A alopecia areata (AA) é uma afecção autoimune dos folículos pilosos e das unhas 
que acomete 2% da população. A etiologia multifatorial envolve componentes 
genéticos, autoimunes e emocionais. A queda dos cabelos e/ou pelos acontece 
pela interrupção da sua síntese, sem que ocorra destruição ou atrofia do folículo 
piloso, motivo pelo qual pode ser reversível. As áreas de alopecia podem ser 
localizadas ou generalizadas, com grave impacto psicossocial (DARWIN et al., 
2016). 
As principais manifestações clínicas da AA estão descritas abaixo e ilustradas na 
figura 24:
 » Alopecia areata em placa única: única placa alopécica.
 » Alopecia areata em múltiplas placas: múltiplas placas 
alopécicas típicas em qualquer região do corpo.
 » Alopecia areata ofiásica: perda dos cabelos na região 
temporo-occipital.
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ANATOMIA E FISIOLOGIA DA PELE E DO FOLÍCULO PILOSO │ UNIDADE I
 » Alopecia areata incógnita: perda de cabelo total difusa com teste 
de tração positivo, pontos amarelos, pelos curtos, miniaturizados, 
mas sem envolvimento da unha.
 » Alopecia areata totalis: perda total dos pelos do couro cabeludo, 
sem acometimento de outras regiões do corpo.
 » Alopecia areata universal: perda de todos os pelos do corpo – 
couro cabeludo, sobrancelhas, cílios, supercílios, bigode, barba, 
axilas e áreas genitais.
Figura 19. Manifestações clínicas: A – AA em múltiplas placas. B –AA extensa. C – Placa ativa de AA mostrando 
pelos com ponto de exclamação (seta) e leve eritema cutâneo. D – AA universalis. E – AA ofiásica. F – placa com 
pelos brancos em alopecia areata. G – Alterações nas unhas associadas a AA.
A B C D 
E F G 
Fonte: Darwin et al., 2016.
O diagnóstico da AA é tipicamente clínico, auxiliado pela tricoscopia e teste de 
tração. Os achados tricoscópicos variam de acordo com o local, estágio e gravidade 
da doença. Pontos pretos, pontos de descamação e cabelos afinados são as 
características mais específicas. Pontos amarelos são vistos em todos os estágios 
da doença e geralmente contêm cabelos distróficos ou pelos velos (Figura 20). Se 
houver incerteza diagnóstica, a biópsia pode ser necessária e conclusiva (JAIN et 
al., 2013). 
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UNIDADE I │ ANATOMIA E FISIOLOGIA DA PELE E DO FOLÍCULO PILOSO
Figura 20. Tricoscopia em Alopecia areata. A – presença de pontos amarelos distribuídos regularmente e pelos 
velus são indicativos de alopecia de longa duração e baixa atividade da doença. B – vários pontos pretos e 
cabelos em ponto de exclamação são marcadores de alta atividade da doença (Ampliação original: 320x).
A 
B 
Fonte: Mubki et al., 2014.
Vários tratamentos podem induzir o crescimento de pelos na AA. Alguns pacientes 
respondem bem aos tratamentos, mas a eficácia é baixa em casos de alopecias 
graves. A remissão pode ocorrer espontaneamente em pacientes com queda de 
cabelo limitada e curta (< 1 ano). Corticoides tópicos e intralesionais são indicados 
para casos mais brandos. Corticoides sistêmicos e imunoterapia são indicados para 
AA mais extensas (PRATT et al., 2017).
Alopecia por tração
A alopecia por tração atinge indivíduos que fazem a prática de penteados 
apertados. Os locais mais comuns de perda de cabelo são as áreas frontal e 
temporoparietal, embora qualquer área do couro cabeludo possa ser afetada, 
dependendo do penteado usado (AKINGBOLA; VYAS, 2017).
No estágio inicial, os pacientes apresentam manchas de perda de cabelos não 
cicatricial ao longo da área que está sofrendo tração. Em estágios mais avançados, 
se o penteado traumático continuar sem intervenção, a doença pode progredir 
para alopecia cicatricial irreversível. O diagnóstico inclui relato de práticas de 
penteados, sintomas de tração e achados tricoscópicos. Sinais de couro cabeludo 
seco, descamativo, com prurido e pústulas são frequentes. Dentro das áreas 
de perda, há pelos finos semelhantes a velus, com pelos terminais quebrados 
(AKINGBOLA; VYAS, 2017). A tricoscopia demonstra redução da densidade 
capilar, ausência de pelos com aberturas foliculares, pelos remanescentes de 
37
ANATOMIA E FISIOLOGIA DA PELE E DO FOLÍCULO PILOSO │ UNIDADE I
origem velada e cilindros branco-amarelados em torno dos fios traumatizados 
(correspondem à descamação das bainhas radiculares) (BILLERO; MITEVA, 
2018).
É importante educar e conscientizar a população em risco sobre as práticas de 
hairstyling e alopecia por tração, pois seus estágios tardios envolvem uma 
alopecia cicatricial. Intervenções apropriadas em uma fase inicial podem reverter 
a alopecia. O tratamento clínico inicial envolve a suspensão da prática de tração 
e processamentos químicos e/ou térmicos, bem como o combate do processo 
inflamatório (BILLERO; MITEVA, 2018).
Tricotilomania
A tricotilomania é uma condição caracterizada pelo hábito repetido de puxar 
ou arrancar os próprios pelos, o que resulta em perda capilar visível. O puxão 
pode ser realizado em qualquer parte do corpo, mas o couro cabeludo é o local 
mais comum, seguido das sobrancelhas e da região pubiana. É mais frequente na 
infância, adolescência e na fase adulta, principalmente em mulheres. Disfunção 
psicossocial, baixa autoestima e ansiedade social também estão associadas 
(GRANT; CHAMBERLAIN, 2016).
Nos casos de tricotilomania, a tricoscopia (Figura 21) apresenta anormalidades 
da haste decorrentes do estiramento e da fratura dos pelos. Essas fraturas podem 
ocorrer em diferentes distâncias, resultando em pontos pretos irregulares, 
enrolados, pelos em ganchos ou pelos com pontas desgastadas ou divididas. 
Pontos pretos dentro dos óstios foliculares também podem ser vistos (MARTIN et 
al., 2019).
Figura 21. Imagem de tricotilomania. O achado mais consistente é a presença de vários cabelos quebrados que 
diferem em comprimento e forma. Na parte superior da imagem, um gancho de cabelo (um cabelo com eixo 
parcialmente enrolado – Ampliação original: 320x).
Fonte: Mubki et al., 2014.
38
UNIDADE I │ ANATOMIA E FISIOLOGIA DA PELE E DO FOLÍCULO PILOSO
Alterações da haste
Desordens da haste dos cabelos (Figura 22) são comuns, podendo ser anomalias 
congênitas ou adquiridas. Alterações associadas à fragilidade capilar são 
adquiridas, mas também congênitas, como moniletrix, pili torti, tricorrexe 
invaginata, tricorrexe nodosa e bubble hair. Alterações sem fragilidade são 
apenas congênitas, como cabelos lanosos e síndrome dos cabelos impenteáveis 
(SINGH, MITEVA, 2016; RUDNICK et al., 2018).
Figura 22. Representação artística das desordens da haste mais comuns.
Tricorrexe 
invaginata Fratura cônica 
Pili Multi-
Bifurcati 
Moniletrix 
Pili Bifurcati 
Tricoclasia 
Molde peripilar
Pili Bi-
Bifurcati 
Tricorrexe 
nodosa 
Pili torti 
Pili Multigemini 
Triconodose 
Tricoptilose Tricotiodistrofia 
Fonte: Cheng e Bayliss, 2008.
Tricorrexe nodosa
Consiste na formação de nódulos esbranquiçados ao longo dos fios de cabelo, 
que se quebram com facilidade nesses pontos. Os nódulos representam a ruptura 
da camada externa do fio, que permite que as fibras internas se separem e se 
quebrem. Na microscopia, o aspecto dos nódulos é o de dois pincéis unidos 
pelas cerdas (Figura 29). A alteração ocorre em resposta a traumas físicos ou 
químicos excessivos, como escovação, chapinhas, descolorações e alisamentos. 
Também pode ser de origem congênita, deixando os fios mais frágeis a traumas 
usuais (SINGH; MITEVA, 2016). 
39
ANATOMIA E FISIOLOGIA DA PELE E DO FOLÍCULO PILOSO │ UNIDADE I
Tricotiodistrofia 
A tricotiodistrofia é uma desordem neuroectodérmica autossômica recessiva 
clinicamente diversa, com cabelos quebradiços e baixo teor de enxofre no cabelo 
causada por uma mutação de um gene regulador envolvido na transcrição do 
DNA. É caracterizada por uma fratura transversal na haste, provavelmente pela 
diminuição de enxofre, que é reduzido para 50%, tanto na cutícula quanto no 
córtex.
Tricorrexe invaginata
A tricorrexe invaginata, também conhecida como cabelo em bambu, é uma 
herança é autossômica recessiva rara. Consiste na invaginação da parte distal 
sobre a proximal da haste do cabelo. Em alguns casos, faz parte da síndrome 
de Netherton, que tipicamente se apresenta na infância como eritrodermia 
ictiosiforme congênita, atopia, retardo mental e presença de cabelos fracos, 
esparsos e frágeis. Clinicamente, o cabelo é curto e quebradiço, e as sobrancelhas 
podem ser afetadas.
Tricoptilose
Popularmente conhecida como pontas duplas, a tricoptilose acontece em cabelos 
frágeis devido a danos físicos ou processamentos químicos excessivos. A camada 
mais superficial da haste se rompe e deixa as partes mais internas do cabelo 
expostas, fazendo com que o fio frágil se rompa em várias partes.
Pili torti
Essa condição é definida como uma torção da fibra capilar em seu próprio eixo 
e se apresenta clinicamente como cabelo esparso, despigmentado e sem brilho, 
que muitas vezes parece como lã de aço. Os casos clássicos de pili torti são 
descritos como presença de pelos finos e frágeis nas sobrancelhas, nos cílios 
e em todo o couro cabeludo, geralmente até os dois anos de idade. Os padrões 
de herança podem ser autossômicos dominantes, autossômicos recessivos ou 
esporádicos. O pili torti de início tardio é um distúrbio autossômico dominante 
com o aparecimento na infância ou após a puberdade. Os indivíduos apresentam 
cabelos pretos rebeldes, quebra de sobrancelhas e cílios, além de deficiênciamental não progressiva. O pili torti também está relacionado à síndrome de 
40
UNIDADE I │ ANATOMIA E FISIOLOGIA DA PELE E DO FOLÍCULO PILOSO
Bjornstad, um distúrbio raro, caracterizado por perda auditiva neurossensorial 
congênita. Normalmente, os indivíduos desenvolvem pili torti nos primeiros 
dois anos de vida e apresentam evidências de perda auditiva aos quatro anos de 
idade.
Triconodose
É a presença de nós nos cabelos que podem surgir devido ao uso inadequado de 
produtos químicos ou fricção do cabelo. Cabelos muito finos ou crespos são mais 
suscetíveis.
Moniletrix
Moniletrix é uma doença autossômica, dominante, rara e caracterizada por 
fragilidade capilar, queratose pilar e bainha patognomônica da haste capilar. 
Mais frequentemente, o cabelo é normal ao nascimento e é progressivamente 
substituído por cabelo curto, frágil e quebradiço durante os primeiros meses 
de vida. A haste capilar apresenta nós elípticos em intervalos regulares, com 
constrições cônicas frágeis. Os cabelos raramente crescem além de 1 a 2 cm de 
comprimento por causa de quebra. A quebra do cabelo secundária à fragilidade 
pode ser acompanhada por queratose folicular mais comumente na região 
occipital. Fricção de perucas e seus adesivos podem exacerbar a perda de cabelo. 
Sobrancelhas, cílios, pelos pubianos, axilares e gerais podem ser afetados 
juntamente com o couro cabeludo. Não há cura para essa alteração da haste, 
mas a redução dos traumas no cabelo pode diminuir com o passar do tempo e 
melhorar os casos gravemente afetados.
Figura 23. Molinetrix.
Fonte: Cheng e Bayliss, 2008.
41
ANATOMIA E FISIOLOGIA DA PELE E DO FOLÍCULO PILOSO │ UNIDADE I
Bubble hair
Bubble hair é uma anormalidade adquirida da haste capilar devido às bolhas 
de gás que se desenvolvem nos cabelos úmidos após a exposição ao calor. O 
desenvolvimento dessas bolhas resulta em cabelos secos e quebradiços que 
quebram facilmente. O problema é resolvido com a descontinuação da prática 
de aquecimento dos cabelos úmidos.
Cabelos lanosos
Condição caracterizada por comprometimento difuso ou localizado dos cabelos, 
que se apresentam crespos, com aspecto lanoso, frágeis e eventualmente mais 
claros do que os demais. Pode ser de herança autossômica dominante ou recessiva, 
ou ser congênita sem determinantes genéticos. Nesse último caso, não são 
difusos, comprometendo uma área localizada do couro cabeludo, sendo, então, 
denominada nevo de cabelos lanosos. As hastes capilares são ovoides, achatadas 
ou irregulares. Os achados capilares associados podem incluir aumento da 
fragilidade capilar, triconodose e pili annulati.
Síndrome dos cabelos impenteáveis
Pili canaliculi é alteração capilar rara, geralmente herdada de forma autossômica 
dominante, caracterizada por cabelos arrepiados, pertencendo ao espectro dos 
cabelos impenteáveis. A síndrome pode iniciar em qualquer época da infância, 
desde os três meses de idade até a adolescência. São cabelos de crescimento 
lento, loiro-prateados, geralmente desordenados, que não se modificam ao 
serem penteados ou escovados. Embora de aparência seca e dura ao toque, 
habitualmente não são frágeis.
42
CAPÍTULO 4
Epigenética
A epigenética é uma linha recente, que começou a ganhar força a partir do estudo 
e sequenciamento do genoma humano. Ela leva em conta como o ambiente e o 
estilo de vida, como estresse, dieta, exposição à poluição, entre outros fatores, 
impactam na expressão de certos genes. Marcadores epigenéticos podem 
suprimir ou melhorar expressão gênica de nossas células.
Para entendermos a epigenética, é preciso relembrar alguns conceitos. 
O organismo humano apresenta 22 pares de cromossomos autossomos nas 
células somáticas e um par de cromossomos sexuais. Os cromossomos são 
compostos por DNAs enovelados com proteínas chamadas histonas. O DNA 
(Ácido Desoxirribonucleico) é o material genético formado por uma dupla fita de 
nucleotídeos, por um fosfato, uma pentose e uma base nitrogenada. Ele pode ser 
encontrado em duas formas na célula: cromatina e cromossomo. A cromatina é 
responsável pelo armazenamento da informação genética e caracteriza-se por ter 
DNA desenrolado, com a presença das histonas. A cromatina pode apresentar-se 
sobre forma de eucromatina ou heterocromatina. A eucromatina é o filamento 
menos condensado que apresenta atividade gênica, e a heterocromatina é o 
filamento condensado no qual o material genético está inato. Quando o DNA está 
nessa forma, ele codifica proteínas. Também existe um segundo ácido nucleico 
em todas as células, chamado ácido ribonucleico, ou RNA. O RNA existe como 
uma molécula de fita simples que está envolvida na produção de proteínas a partir 
do código de DNA. Existem vários tipos de RNA mensageiro (mRNA), RNA de 
transferência (tRNA) e RNA ribossômico (rRNA).
Já os genes são pedaços de DNA que carregam as informações genéticas para 
a produção de proteínas em cada célula. É por isso que os peptídeos, que são 
sequências de proteínas, foram uma inovação útil para a pele e os cabelos. Nada 
acontece em uma célula sem o envolvimento de um gene. No entanto, os genes 
precisam de um direcionamento. É aí que a epigenética entra para direcionar 
os genes das células da pele e do cabelo, sem alterar o DNA. Somente como 
curiosidade, existem 40 genes de colágeno, 200 genes de antioxidantes, 700 
genes de hidratação, entre muitos outros.
Conceitualmente, a epigenética é caracterizada por um fenótipo herdável de forma 
estável, resultante de alterações em um cromossomo sem alterações na sequência de 
43
ANATOMIA E FISIOLOGIA DA PELE E DO FOLÍCULO PILOSO │ UNIDADE I
DNA. Uma cascata de eventos de sinalização, ativada por uma sugestão ambiental, 
é necessária para efetuar essas alterações cromossômicas. A seguir, um “iniciador 
epigenético” estabelece a região do cromossomo, que sofrerá regulação epigenética, 
e um “mantenedor epigenético” executa as modificações epigenéticas que alteram 
a estrutura da cromatina. Os principais agentes responsáveis pela regulação da 
cromatina são a metilação do DNA, modificações de histonas e espécies de RNA. 
Assim, a expressão gênica é regulada, modulando os processos biológicos, como 
transcrição, replicação e reparo de DNA, divisão celular, função centrômero e 
telômero, entre outros. Várias evidências científicas indicam que a combinação de 
alterações genéticas e epigenéticas contribui para as doenças humanas, incluindo 
doenças neurológicas e cardiovasculares, distúrbios autoimunes, câncer e 
envelhecimento (GONZALO, 2010). 
A regeneração da pele e do folículo piloso requer uma contribuição significativa do 
sistema imunológico e envolve uma remodelação dos compartimentos epidérmicos 
e dérmicos. Apesar de os mecanismos moleculares não estarem bem elucidados, 
claramente a regulação epigenética atua na reepitelização, reestruturação dérmica e 
neogênese capilar (PLIKUS et al., 2015).
A alopecia androgenética é uma condição que envolve a atividade de hormônios 
androgênicos e a predisposição genética. Diferentes fatores patogênicos, como 
a microinflamação, sensibilidade anormal a andrógenos e irregularidades nos 
músculos eretores dos pelos, levam à miniaturização dos folículos capilares. 
Os androgênios alteram as interações entre células epiteliais mesenquimais e 
foliculares, afetando o crescimento do cabelo, o tamanho da papila dérmica e as 
atividades celulares do folículo piloso. A epigenética pode alterar a expressão 
de vários genes e, consequentemente, mudar a sinalização celular dos folículos 
(MARTINEZ-JACOBO et al., 2018).
Em 2013, Koyama e colaboradores estudaram 11 pares de gêmeos masculinos 
japoneses idênticos, entre os quais as diferenças de volume de cabelo foram 
observadas. Como eles compartilhavam um padrão genético, cada par deveria 
ter volume de cabelo semelhante, e diferenças sugeririam o efeito de fatores 
ambientais na AAG. Onze pares de gêmeos japoneses que são presumidos 
idênticos, baseado no fenótipo clínico (idade 20-40, sintomas iniciais de II-
vérticea V avaliados por Classificação de Hamilton-Norwood), participaram 
do estudo durante o período 2005-2011. A diferença no volume de cabelo em 
cada par foi avaliada com fotografias clínicas padronizadas usando uma escala 
(significativamente diferente, moderadamente diferente, ligeiramente diferente 
e diferente) por dermatologistas experientes e cirurgiões plásticos na consulta 
44
UNIDADE I │ ANATOMIA E FISIOLOGIA DA PELE E DO FOLÍCULO PILOSO
inicial. Nove dos 11 pares receberam a mesma dosagem de minoxidil e finasterida 
por um ano, e as diferenças de volume de cabelo em cada par foram avaliadas 
novamente um ano após a consulta inicial. Informações sobre tabagismo, álcool, 
escala de autoavaliação de depressão (SDS) e idade em que começou a perda de 
cabelo foi coletada de pacientes e avaliados em associação com diferenças de 
volume de cabelo. Em dois pares, o número de repetições CAG/GGC do andrógeno 
gene receptor foi determinado. Cinco dos 11 pares mostraram diferenças básicas 
no cabelo, volume significativo ou moderado, na consulta inicial. Após um ano 
de medicação (minoxidil e finasterida), quatro desses cinco ainda apresentavam 
diferenças moderadas. Várias publicações sobre AGA em gêmeos idênticos 
relatam que o volume de cabelo em gêmeos idênticos machos não é idêntico, 
mas muito semelhante. O gêmeo em cada par com menos volume de cabelo tinha 
mais estágio avançado na classificação modificada de Norwood/Hamilton e início 
de AGA em comparação com o gêmeo com mais volume de cabelo. Isso sugere 
que atraso de início é um fator importante para manter um volume de cabelo. 
Como achado adicional, a escala de autoavaliação de depressão (SDS) mostrou 
valores semelhantes dentro de pares de gêmeos, independentemente do volume 
de cabelo. Isso é consistente com relatório anterior, no qual os fatores genéticos 
representam uma quantidade moderada de variância da depressão. Gêmeos 
idênticos compartilham um genótipo comum nesse estudo, confirmado por 
números idênticos de repetição CAG/GGC em dois pares. No entanto, o fenótipo 
de volume de cabelo mostrou diferenças em 5 dos 11 pares. Diferenças em gêmeos 
idênticos foram relatadas recentemente. Além disso, fatores epigenéticos foram 
relatados influenciando no desenvolvimento dos folículos capilares, levando em 
conta os achados anteriormente relatados. As diferenças epigenéticas também 
podem desempenhar um papel na AAG, possivelmente substituindo a discussão 
clássica dos papéis de genética e fatores ambientais na AAG (KOYAMA et al., 
2013). 
A epigenética ganhou ênfase também na indústria farmacêutica. Os ativos 
desenvolvidos com esse foco podem atuar por meio de mecanismos que 
envolvem o DNA ou microRNA, inibindo a alteração nos genes e revertendo 
os danos causados. Produtos com essa tecnologia já podem, por exemplo, 
melhorar significativamente a densidade e firmeza da pele. Algumas das 
grandes marcas de beleza têm aproveitado seus poderosos departamentos de 
P&D para mergulharem no movimento da epigenética.
45
UNIDADE II
MÉTODOS DE 
AVALIAÇÃO 
TRICOLÓGICA
CAPÍTULO 1
Histórico clínico
O diagnóstico correto dos problemas capilares necessita de uma abordagem 
organizada e sistemática. História clínica e exames clínicos são necessários para 
identificar os diferentes distúrbios de cabelo.
O histórico clínico conta a trajetória do indivíduo até o momento da consulta 
capilar, fornecendo informações importantes sobre idade, padrão de perda de 
cabelo, sintomas, uso de medicamentos, histórico de saúde, histórico de nutrição, 
histórico psicológico, histórico psicossocial, histórico familiar e prática de 
cuidados com os cabelos (MUBKI et al., 2014).
 » Idade: certas doenças são mais comuns em determinada faixa etária. 
Alopecia areata e tinea capitis são os distúrbios mais frequentes em 
crianças. A tricotilomania tipicamente é pré-puberal até a idade adulta 
jovem. A alopecia por tração pode começar na infância, mas é mais 
frequente em mulheres adultas. A alopecia fibrosante frontal é mais 
comum em mulheres pós-menopausa. 
 » Padrão de perda de cabelo: diminuição progressiva na cobertura 
do couro cabeludo e redução significativa nos seus rabos de cavalos 
são relatos típicos da perda de cabelos padrão feminino. A perda 
excessiva de cabelos em grumos, especialmente durante a lavagem 
ou depois da penteação, indica eflúvio telógeno.
 » Sintomas: relatos de dor, coceira e queimação no couro cabeludo 
são frequentes em casos de alopecias cicatriciais. 
 » Uso de medicamentos: o histórico de uso de medicamentos deve 
ser considerado em todos os indivíduos que apresentam queda 
46
UNIDADE II │ MÉTODOS DE AVALIAÇÃO TRICOLÓGICA
capilar. A perda de cabelos pode ocorrer dias, meses ou mesmo 
anos após o início da medicação. Entre as drogas relacionadas com 
eflúvio telógeno estão as estabilizadoras de humor (valproato de 
lítio e sódio), os antidepressivos (fluoxetina), os anticoagulantes 
(varfarina), os anti-hipertensivos (propranolol), os retinoides, os 
antirretrovirais (isoniazida, indinavir), entre outros. 
 » Histórico de saúde: o histórico médico e cirúrgico do indivíduo, 
especialmente durante os seis últimos meses, é importante para o 
entendimento das quedas capilares. Distúrbios endócrinos, doenças 
autoimunes, gravidez e dietas radicais podem desencadear eflúvio 
telógeno.
 » Histórico de nutrição: a dieta pode ser relevante, sobretudo as 
pobres em ingestão de proteínas, uma vez que as fibras capilares 
são compostas principalmente por queratina. A ingestão de ferro e 
vitaminas também deve ser avaliada.
 » Histórico psicológico: vários distúrbios psicológicos, como 
ansiedade aguda, depressão e outros eventos estressantes, são 
causas de queda difusa dos cabelos, eflúvio telógeno e tricotilomania. 
Eventos estressantes também têm sido associados como agentes 
desencadeantes da alopecia areata, dermatite seborreica e psoríase.
 » Histórico familiar: histórico familiar positivo para as mesmas 
condições ou outra alteração associada deve ser levado em 
consideração. Relato de parentes com alopecia areata ou outras 
doenças autoimunes, como vitiligo, tireoidite de hashimoto e 
diabetes mellitus tipo I, tem sido confirmado por indivíduos com 
alopecia areata.
 » Prática de cuidados com os cabelos: vários danos mecânicos 
e químicos podem prejudicar o eixo do cabelo. A tensão contínua 
e repetida dos cabelos pode levar a uma alopecia de tração. O uso 
prolongado de fontes de calor como secadores e chapinhas causam 
anormalidades da haste. Da mesma forma, o uso excessivo de 
colorações, permanentes ou relaxamentos pode resultar em danos 
significativos aos fios.
Exame clínico
Para o exame correto dos cabelos e do couro cabeludo, o indivíduo deve ser 
posicionado em uma cadeira sob boa fonte de iluminação. O acesso total a todas 
47
MÉTODOS DE AVALIAÇÃO TRICOLÓGICA │ UNIDADE II
as partes do couro cabeludo é crucial. Quaisquer tufos de cabelos, extensões ou 
adereços devem ser removidos. Primeiro, é importante reconhecer o padrão e a 
distribuição da perda de cabelos. Para isso, o profissional deve avaliar o topo do 
couro cabeludo, as laterais e a região occipital. Um padrão difuso de queda pode 
ser visto no eflúvio telógeno. Já uma perda de cabelos na linha marginal frontal, 
temporal e occipital indica alopecia por tração. No entanto, padrões de perda de 
cabelos podem coexistir. Verifique também sobrancelhas, cílios e pelos faciais, 
que podem estar envolvidos com alopecia areata, alopecia fibrosante frontal ou 
doenças congênitas da haste (MUBKI et al., 2014).
Tricoscopia
A tricoscopia (dermatoscopia do cabelo e do couro cabeludo) é uma técnica 
rápida não invasiva que fornece pistas para o diagnóstico de diversas doenças e 
anormalidades dos pelos. A análise da pele, da estrutura e do tamanho dos pelos 
permite identificar defeitos congênitos e anormalidades capilares adquiridas. 
É útil para o diagnóstico, prognóstico e acompanhamento das alopecias 
cicatriciais, não cicatriciais e desordens

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