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ESPELHO_CORRECAO_S4 - CIVIL

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Prévia do material em texto

Seção 4 
ESPELHO DE CORREÇÃO 
DIREITO 
CIVIL 
 
 2 
 
 
 
 
 
 
A peça processual a ser apresentada consiste nos embargos de declaração, previstos 
no art. 1.022 e seguintes do Código de Processo Civil Brasileiro. 
 
No caso em exame, os embargos de declaração são cabíveis, em virtude da ocorrência 
de omissões e contradições. 
 
Neste sentido, incidem o disposto no art. 1.022, incisos I e II, c/c parágrafo único, inciso 
II, combinado com art. 489, parágrafo primeiro, inciso IV, do Código de Processo Civil, 
que dispõem: 
 Art. 1.022. Cabem embargos de declaração contra qualquer 
decisão judicial para: 
I - esclarecer obscuridade ou eliminar contradição; 
II - suprir omissão de ponto ou questão sobre o qual devia se 
pronunciar o juiz de ofício ou a requerimento; 
Parágrafo único. Considera-se omissa a decisão que: 
[...] 
II - incorra em qualquer das condutas descritas no art. 489, § 1o. 
 
 
Seção 4 
SETENÇA E RECURSO CABÍVEL 
Na prática! 
 
 3 
 Art. 489 [...] 
§ 1o Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, 
seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, que: 
IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo 
capazes de, em tese, infirmar a conclusão adotada pelo julgador; 
 
A peça processual deve ser dirigida ao juiz da Comarca de Bauru/SP, prolator da 
decisão, que é competente para apreciar o recurso. Deve ser mencionado o tópico da 
tempestividade mencionando a data da publicação ocorreu em 05/11/2017, segunda-
feira, sendo que o término do prazo seria em 12/11/2017, e os tópicos que identificam 
as hipóteses acima mencionadas. 
No caso dos autos, embora tenha mencionado no próprio relatório estar ciente do 
deferimento do processamento da denunciação da lide, o r. juízo acabou por não julgá-
la. Ressalte-se que era essencial o julgamento da denunciação da lide, para assegurar 
à ré eventual direito de regresso. Portanto, a omissão foi a ausência de apreciação, na 
parte dispositiva, da denunciação à lide apresentada. 
O outro ponto a ser ressaltado, consiste nas contradições encontradas. 
Com efeito, no caso dos autos, o teor da própria decisão indica a ocorrência da 
contradição, pois, embora tenha narrado na fundamentação de que a culpa pelo 
acidente ocorreu em razão da invasão do veículo da Autora na mão direcional do 
veículo da ré, o juiz chegou a conclusão de culpa concorrente, diferentemente daquela 
a que havia mencionado anteriormente, incorrendo em contradição. 
Por outro lado, ainda que o juízo entenda que há culpa da parte ré no evento, nota-se 
que houve contradição na atribuição dos percentuais de culpa. Enquanto que na parte 
de fundamentação da sentença, atribuiu-se o percentual de 60% de culpa do acidente 
à parte autora e 40% à parte ré, no momento da parte dispositiva, a r. sentença 
condenou a ré a pagar o percentual de 60% e a autora no percentual de 40%, ficando, 
pois, evidente a contradição. Deve, portanto, ser sanada a contradição, para inverter 
os percentuais e fazê-los incidir também sobre a distribuição dos honorários 
sucumbenciais e custas processuais. 
 
 4 
Para demonstrar a omissão, você deve transcrever o trecho do relatório, no qual o 
juízo reconhece o deferimento de processamento da denunciação e indicar a omissão 
na parte de fundamentação e dispositiva da sentença. 
No caso das contradições, o aluno deverá transcrever os trechos contraditórios da 
decisão e defender seu ponto de vista pela necessidade de correção e harmonização 
do julgado. 
Ademais, considerando que eventual supressão da omissão e contradições significarão 
alteração no resultado do julgamento, deve haver o pedido expresso de recebimento 
dos Embargos em caráter modificativo. 
Na conclusão, deve a parte requerer a intimação da embargada para se manifestar 
sobre os embargos, em razão do disposto no art. 1.023, parágrafo primeiro, do Código 
de Processo Civil. Deve também requerer o acolhimento dos embargos de declaração 
para suprir a omissão e contradições apontadas, imprimindo efeito modificativo aos 
embargos para julgar procedente a denunciação da lide, totalmente improcedentes os 
pedidos iniciais e totalmente procedente a reconvenção. Caso não entenda dessa 
forma, deve haver alteração da decisão para uniformizar os percentuais de distribuição 
da condenação em danos materiais, custas e honorários advocatícios. 
 
 
 
 
EXMO. SR. JUIZ DE DIREITO DA COMARCA DE BAURU/SP. 
 
Autos do processo n. .............................. 
 
 VIAÇÃO METEORO LTDA. já qualificada nos autos da AÇÃO DE INDENIZAÇÃO 
POR DANOS MORAIS C/C PERDAS E DANOS que lhe move CAIPIRA HORTALIÇAS 
LTDA. ME, vem, respeitosamente, opor os presentes EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, 
tendo em vista que a r. sentença apresenta OMISSÃO E CONTRADIÇÕES a serem 
sanadas, nos termos seguintes: 
Questão de ordem! 
 
 5 
 - DA TEMPESTIVIDADE 
 
A r. sentença foi publicada no diário oficial no dia 15/05/2018. A teor do art. 
1.023, do CPC/2015, o prazo para a interposição do referido recurso é de 5 dias. 
Portanto, conclui-se que são tempestivos os presentes embargos de declaração. 
 
 - DA OMISSÃO – AUSÊNCIA DE APRECIAÇÃO DA DENUNCIAÇÃO DA LIDE 
 
Conforme dispõe o art. 1.022, do Código de Processo Civil, cabem embargos de 
declaração quando a decisão for omissa. O parágrafo único, do mesmo dispositivo, 
preceitua que se considera omissa a decisão que incorra em condutas do art. 489, 
parágrafo primeiro, do Código de Processo Civil. Entre elas, está o disposto no inciso 
IV, o qual considera-se omissão o não enfrentamento “de todos os argumentos 
deduzidos no processo capazes de, em tese, infirmar a conclusão adotada pelo 
julgador". 
 
Com efeito, nota-se pelo julgado que o juiz se omitiu quanto ao julgamento da 
denunciação da lide requerida tempestivamente na contestação. Cumpre observar 
que a denunciação da lide chegou a ser indeferida pelo juízo. Contudo, em virtude do 
Agravo de Instrumento interposto, a decisão foi reformada, para deferir a denunciação 
da lide. 
 
Ressalte-se, por oportuno, que a Denunciação da Lide não foi, sequer, recusada pela 
Seguradora Trafegar S/A ou pela parte contrária, o que induz à conclusão de que houve 
um lapso por parte do julgador. 
 
Curiosamente, tais situações constam do próprio relatório do r. juízo na sentença. 
Pede-se vênia para transcrever trechos do relatório: 
 
 
 
 
 6 
“A denunciação da lide havia sido indeferida, pelo fato de não ter sido juntada a apólice 
de seguro original e o contrato de seguro. Contudo, em razão do provimento do Agravo 
de Instrumento, a denunciação foi deferida, pelo que a seguradora Ré foi citada, e 
apresentou sua contestação, na qual concordou com a denunciação e adotou os 
mesmos fundamentos da ré para negar a sua pretensão.” 
 
Portanto, resta clara a omissão do r. juízo, no que tange à decisão quanto à 
denunciação da lide. Isto posto, requer o acolhimento dos presentes embargos, de 
modo a declarar a r. decisão, para que seja acrescentada a apreciação deste respeitável 
juízo a respeito da denunciação da lide, permitindo assim a condenação e exercício do 
direito de regresso da seguradora Trafegar S/A. 
 
 
DAS CONTRADIÇÕES – Divergência entre a fundamentação e a parte dispositiva da 
Decisão. 
 
 
Consoante o disposto no art. 1.022, cabem embargos de declaração para eliminar 
contradição. 
 
Com efeito, a contradição deve ser encontrada dentro da própria decisão, que torne 
confusa a real intenção do julgador ao lançar premissas que depois se contradizem 
no próprio texto. 
 
Esse é o caso dos autos! 
 
Com efeito, a r. decisão, na sua fundamentação, chega à conclusão de que: 
 
 
 7 
“A análise do laudo pericial, somados aos depoimentos das testemunhas, indicam que, 
na verdade, ambos os motoristas dos veículos tiveram culpa no evento, pois, a partir 
dos esclarecimentos prestados, a manobra brusca do ônibus de propriedade da ré só 
veio a ocorrer em razão do veículo de propriedadeda autora ter perdido a direção. 
 
O depoimento da testemunha 1, qualificada na ata de audiência, demonstra que o 
veículo ônibus conseguiu parar primeiro, e foi atingido posteriormente. No entanto, o 
depoimento da testemunha, bem como dos peritos que cobriram o evento, indicavam 
que o veículo da autora teria invadido a contramão direcional, vindo a colidir no veículo 
da ré.” 
 
Essa afirmativa indicava que o juiz concluiu pela culpa do veículo da Autora, que 
causou a colisão em razão da invasão da contramão direcional. 
 
Todavia, na hora de chegar à conclusão, de forma contraditória à convicção 
apresentada acima, o r. juízo entendeu pela culpa concorrente, aos seguintes 
fundamentos: 
 
“Considerando essas circunstâncias, ambos os motoristas infringiram o disposto nos 
artigos arts. 28, 29, inciso II e 34, do Código Brasileiro de trânsito. 
 
No caso, faltou às partes a necessária diligência no cumprimento das normas de 
trânsito, sendo certo que a conduta de uma ocasionou o equívoco da outra.” 
 
 
 8 
Ora, se o juízo valorou as provas e concluiu que o acidente foi causado pela invasão 
do veículo da embargada à mão direcional da embargante, como entender pela culpa 
concorrente desta ré? 
 
De fato, tal entendimento afigura-se antagônico, e a narração de suas convicções não 
condizem as suas conclusões. 
 
Tal contradição está influenciando, inclusive, no próprio resultado do julgamento, 
pois, se reconhecida a culpa exclusiva da autora/embargada, não poderá ser 
reconhecida a culpa concorrente. 
 
Dessa forma, devem ser providos os embargos de declaração, de modo a suprir a 
contradição manifestada, imprimindo, se for o caso, caráter modificativo aos 
embargos, para alterar o julgado, julgando assim totalmente improcedentes os 
pedidos da inicial e totalmente procedente o pedido manifestado em reconvenção. 
 
CONTRADIÇÃO 2- DISTRIBUIÇÃO DA CULPA CONCORRENTE 
 
 
Por fim, ainda que não se reconheça a culpa exclusiva da autora/embargada, o que 
só se admite para argumentar, caso não seja acolhido o pleito declaratório 
manifestado acima, nota-se que a fundamentação da decisão se encontra em franca 
contradição com a conclusão do julgado. 
 
Com efeito, após relatar as circunstâncias que o levaram a considerar a culpa 
concorrente, na parte de fundamentação, o r. juízo manifestou-se da seguinte forma: 
 
 
 
 
 9 
“Analisando a conduta de cada um, vislumbramos que o acidente ocorreu por 60% de 
culpa da empresa autora e 40% de culpa da empresa ré. 
Quanto ao pedido de danos materiais pelo conserto do veículo, deve a ré ressarcir à 
autora o correspondente a 40% do valor do conserto, lançado no orçamento de menor 
valor (montante de R$ 35.000,00). 
No que tange ao pedido de lucros cessantes, deve a ré ressarcir a autora no 
correspondente a 40% do valor lançado como lucro nos balanços, que deixou de auferir 
pela paralisação do veículo." 
 
Portanto, pela fundamentação, 60% da culpa do acidente ocorreu por culpa da 
autora e 40% por culpa da ré, esse percentual deveria refletir também na parte 
dispositiva da sentença. Contudo, não foi o que ocorreu. 
Na parte dispositiva da sentença, constou: 
“Considerando o exposto, julgo parcialmente procedentes os pedidos da autora Caipira 
Hortaliças, para condenar a ré Viação Meteoro Ltda. no pagamento da quantia de R$ 
21.000,00 (vinte e um mil reais), correspondentes a 60% do valor do conserto do 
veículo, bem como da quantia de R$ 18.000,00 (dezoito mil reais), correspondente a 
60% do valor dos lucros cessantes requeridos na exordial. Julgo improcedente o pedido 
de danos emergentes referentes aos fornecedores e locador do imóvel da autora. Os 
valores deverão ser corrigidos pela tabela da corregedoria de justiça e os juros 
moratórios de 1%, contados ambos a partir do fato danoso, a teor das súmulas 43 e 
54, do Superior Tribunal de Justiça. Fixo os honorários em 20% sobre o valor atribuído 
à causa, devendo a autora arcar com 40% do valor e a ré a arcar com 60% do valor, 
permitida a compensação, nos termos da súmula 306, do Superior Tribunal de Justiça. 
Custas processuais na mesma proporção, devendo a autora arcar com 40% e a ré a 
arcar com 60%.” 
 
 10 
A contradição reside na situação em que o r. juízo, ao sopesar o percentual de culpa 
de cada uma das partes, inverteu os percentuais no momento da condenação. 
 
Mais: Essa inversão ocorreu não só na condenação dos danos requeridos, como 
também na reconvenção, custas processuais e honorários advocatícios! 
 
Dessa forma, estando patente a contradição, deve o r. juízo acolher os presentes 
embargos, de modo a saná-la, para deixar clara qual foi a sua real intenção ao 
prolatar a decisão. 
 
EFEITO MODIFICATIVO 
 
Considerando que a emissão e contradição podem alterar o resultado do julgamento, 
requer a este juízo que imprima efeito modificativo aos presentes embargos. 
 
CONCLUSÃO 
 
REQUERIMENTO: 
 
Isto posto, requer a V. Exa. a intimação do embargado, para, se quiser, manifestar-se 
sobre os embargos de declaração com efeito modificativo, nos termos do art. 1.024, 
parágrafo 4, do Código de Processo Civil; 
 
PEDIDOS: 
 
Requer a este juízo o acolhimento dos presentes embargos, para sanar a omissão 
apontada, no sentido de julgar procedente a denunciação da lide e condenar a 
seguradora no pagamento dos valores a que foi eventualmente condenado, bem como 
de acolher as contradições apontadas para, imprimindo caráter modificativo aos 
embargos, julgar improcedentes os pedidos iniciais e, por conseguinte, totalmente 
 
 11 
procedentes os pedidos da reconvenção, com inversão dos encargos sucumbenciais. 
Por outro lado, caso não entenda dessa forma, devem ser esses embargos 
parcialmente acolhidos para alterar o percentual de condenação de cada parte, 
adequando a parte de fundamentação com a parte dispositiva. 
Termos em que, 
Pede e espera deferimento. 
 
Bauru, 12 de novembro de 2.017. 
 
 
P/p. Nome do advogado 
 Assinatura e OAB do advogado 
 
 
 
 
1- De quais decisões são cabíveis os embargos de declaração? Existe alguma 
hipótese em que não se deve manejar os embargos de declaração? 
RESPOSTA: Os embargos de declaração são cabíveis de qualquer decisão judicial, seja 
um despacho, sentença, exceto no caso de decisões monocráticas tomadas em 
tribunal de 2º grau que denegue seguimento a Recurso especial ou extraordinário, 
pois, nesses casos, o recurso cabível é o agravo interno. Tanto é que o disposto no art. 
1.024, § 3º CPC/15, reconhecendo a pacificação do entendimento jurisprudencial 
manifestado no Código anterior, admite que “§ 3o o órgão julgador conhecerá dos 
embargos de declaração como agravo interno se entender ser este o recurso cabível, 
desde que determine previamente a intimação do recorrente para, no prazo de 5 
(cinco) dias, complementar as razões recursais, de modo a ajustá-las às exigências 
do art. 1.021, § 1o.” 
 
Resolução comentada 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art1021%C2%A71
 
 12 
2- Quais hipóteses autorizam a interposição dos embargos de declaração no 
Código de Processo Civil? 
RESPOSTA: Considerando o disposto no art. 1.022, do Código de Processo Civil, cabem 
embargos declaratórios para suprir obscuridade, omissão, contradição ou erro 
material. Esse suprimento pode também ocasionar os efeitos modificativos, quando 
importem em alteração do julgado. 
 
No caso da obscuridade, seria ligada a uma frase ou termo inteligível, que mereça 
correção pelo juízo. 
 
No caso de contradição, essa deve ser encontrada, exclusivamente, dentro da própria 
decisão, ou seja, você deve localizar trechos do relatório, fundamentação e dispositivo 
da decisão que entram em choque, sendo necessário esclarecimento do juízo. 
Da omissão foi definida no parágrafo único do art. 1.022, estando ligadas aos defeitos 
de fundamentação da decisão previstos no art. 489, parágrafo primeiro, do Código de 
Processo Civil,ou a ausência de manifestação do juízo sobre tese firmada em virtude 
de recursos repetitivos ou incidente de assunção de competência. 
 
Por fim, o erro material, ou seja, um equívoco manifesto do juízo quanto a alguma 
situação, por exemplo, de um dado ou valor incorreto, pode ser sanado por embargos 
de declaração. 
 
3- No nosso caso concreto, quais as situações você entendeu serem dignas da 
interposição de Embargos de Declaração? Por quais motivos? 
 
RESPOSTA: No caso dos autos, embora tenha mencionado no próprio relatório estar 
ciente do deferimento do processamento da denunciação da lide, o r. juízo acabou por 
não julgá-la. Ressalte-se que era essencial o julgamento da denunciação da lide, para 
assegurar à ré eventual direito de regresso. Portanto, a omissão foi a ausência de 
apreciação, na parte dispositiva, da denunciação à lide apresentada. 
O outro ponto a ser ressaltado, consiste nas contradições encontradas. 
 
 13 
Com efeito, no caso dos autos, o teor da própria decisão indica a ocorrência da 
contradição, pois, embora tenha narrado na fundamentação de que a culpa pelo 
acidente ocorreu em razão da invasão do veículo da autora na mão direcional do 
veículo da ré, o juiz chegou a conclusão diferente daquela a que havia mencionado 
anteriormente, incorrendo em contradição. 
Por outro lado, ainda que o juízo não acolha tal contradição, por acreditar haver culpa 
da parte ré no evento, nota-se que houve contradição na atribuição dos percentuais 
de culpa. Enquanto que na parte de fundamentação da sentença, atribuiu-se o 
percentual de 60% de culpa do acidente à parte autora e 40% à parte ré, no momento 
da parte dispositiva, a r. sentença condenou a ré a pagar o percentual de 60% e a 
autora no percentual de 40%, ficando, pois, evidente a contradição. Deve, portanto, 
ser sanada a contradição, para inverter os percentuais e fazê-los incidir também sobre 
a distribuição dos honorários sucumbenciais e custas processuais. 
4- Quais os cuidados você deve tomar ao redigir os embargos de declaração? 
 
RESPOSTA: Em primeiro lugar, a pessoa que redige os embargos deve indicar 
expressamente, de preferência, transcrevendo os trechos que indiquem uma das 
matérias que se quer apontar como dignas de alteração ou correção. Quando 
embargos são interpostos de forma genérica, geralmente, juízes e tribunais rejeitam 
os embargos. As questões devem também ser relacionadas à omissão, contradição, 
obscuridade ou erros materiais. Os embargos de declaração não podem ser utilizados 
de forma ampla, para reformar todo o julgado. Se o juiz perceber que a parte está 
buscando a reforma completa fora das hipóteses previstas em lei, o juízo pode, 
inclusive, negar seguimento ao recurso, o que trará um prejuízo ainda maior à parte. 
Existe também o risco de condenações em multas processuais de 2% a 10% se os 
embargos forem considerados protelatórios e forem reiterados de forma indevida pela 
parte. 
 
5- Quais são os efeitos dos embargos de declaração? 
 
RESPOSTA: Essa pergunta é muito interessante, pois diversos advogados confundiam 
que um efeito interruptivo impediria a eficácia da decisão. Não é bem assim. 
 
 
 14 
Os embargos de declaração, nos termos do art. 1.026, do Código de Processo Civil, têm 
o efeito de interromper os prazos processuais, ou seja, mesmo que sejam conhecidos 
e rejeitados, a parte disporá de todo o prazo do recurso que seria cabível. Contudo, 
nas situações legais que não haja suspensão do efeito da decisão, os embargos de 
declaração não causam a suspensão da eficácia da decisão. Portanto, nos casos em 
que houver obrigação de fazer ou entregar coisa e, ainda, eventual possibilidade de 
execução provisória, a sentença já possui eficácia. 
 
No entanto, se o juízo entender pela possível procedência das razões dos embargos 
declaratórios, pode ele deferir o efeito suspensivo aos embargos. Dessa forma, de fato, 
os efeitos da decisão ficariam suspensos até o julgamento dos embargos.

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