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INTRODUÇÃO
Este trabalho de conclusão de curso tem como tema a avaliação no processo de ensino aprendizagem. A tomada de decisão para esta pesquisa ocorreu quando no curso de pedagogia, a disciplina avaliação da aprendizagem foi apresentada como uma ferramenta a favor do aluno e não como uma forma de amedrontamento que até então era conhecida pelo grupo.
	O tema é pouco trabalhado nos cursos de formação de professor e dessa maneira a sua importância como auxiliadora do processo educativo não fica muito evidente para todos, portanto, faz-se necessário mais pesquisas e estudos em relação ao assunto para um desvelamento dessa ação educativa chamada avaliação escolar. 
 A metodologia utilizada para o desenvolvimento deste trabalho baseia-se na revisão bibliográfica de autores que tratam do tema, tem como objetivo analisar a avaliação como um componente fundamental e importante no auxílio da aprendizagem do aluno e direcionadora do trabalho do professor, que tem uma diretriz curricular para cumprir e um compromisso humano e ético com a educação. 
 Discutir avaliação no âmbito educativo implica uma relação muito complexa pois envolve escola, pais, professores e alunos. Este trabalho traz este olhar, a análise da responsabilidade de cada um desses atores para o êxito do processo educativo.
	Pesquisas apontam a reprovação, como principal fator de evasão escolar, mas é preciso um aprofundamento nos reais interesses que estão por trás destas pesquisas. Roubar o direito da avaliação é limitar o ser humano em todos os sentidos, pois mesmo que uma criança fique fora do momento da prova na escola, ela não escapará da avaliação na sociedade. O ser humano que não adquire resiliência não consegue enfrentar os obstáculos da vida, neste projeto a avaliação aparece como uma forma de fortalecer o sujeito em formação continuada.
	Segundo Luckesi (2005) a avaliação por ser um ato amoroso, no sentido de que a avaliação, por si, é um ato acolhedor, integrativo e inclusivo. Para compreender isso, importa distinguir avaliação de julgamento. O julgamento é um ato que distingue o certo do errado, incluindo o primeiro e excluindo o segundo. A avaliação tem por base acolher uma situação, para, então (e só então), ajuizar a sua qualidade, tendo em vista dar-lhe suporte de mudança, se necessário. 
	A nota no final de um período remete ao que o aluno realmente aprendeu? De acordo com a pesquisa entendemos que não pois não é um conceito de bom ou ruim, certo ou errado ou escala de 0 a 10 que irá provar se o aluno aprendeu ou não.
 Neste sentido, procuramos suscitar uma reflexão das formas de avaliação praticadas na escola, analisando-as a partir de sua história, o que nos leva a uma análise sobre sua importância em todo o processo de ensino-aprendizagem e seus objetivos, que possam resultar em um ensino diferenciado que por meio da avaliação, torne-se possível.
 Para o embasamento teórico deste trabalho utilizamos a autora Jussara Hoffman com as suas obras: Avaliação mediadora e Avaliação mito & desafio. O autor Cipriano Carlos Luckesi nos direcionou com: Avaliação da aprendizagem escolar: estudos e preposições. Ilza Martins Sant’Anna com: Porque Avaliar? Como avaliar? Critérios e instrumentos. Pedro Vasco Moretto: Prova um momento privilegiado de estudo, não um acerto de contas. E outros.
 No capítulo l será feito uma contextualização da avaliação educacional para que a mesma possa ser compreendida e analisada a partir de bases históricas, sua institucionalização, a pedagogia tradicional e os métodos avaliativos.
 No capítulo II apontaremos a avaliação escolar como um instrumento do processo ensino aprendizagem, o erro, o processo ensino e aprendizagem e a necessidade de avaliar consolidando a práxis educativa, métodos avaliativos e aprendizagem.
 No capítulo III abordaremos as dificuldades no ato avaliativo, o ambiente escolar, a família e a relação professor e aluno. 
1- CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA NO DESENVOLVIMENTO DA AVALIAÇÃO ESCOLAR
A trajetória da avaliação leva a um entendimento de que ela esta relacionada com vida diária das pessoas, dessa forma, a avaliação não é um fenômeno exclusivamente escolar. 
Buscando um entendimento mais amplo em relação à trajetória da avaliação. Desde seus primórdios até a sua sistematização educacional e elemento que organiza o modelo atual na sociedade, enfatizando a avaliação educacional em sua dimensão institucional e refletindo sobre suas bases, necessário será um mapeamento de alguns fatos que demarcam a trajetória da avaliação historicamente, para apresentá-la como campo sistemático de conhecimento e elemento “organizador” da sociedade.
De acordo com Luckesi(2005), a prática de provas/exames escolares que conhecemos tem sua origem na escola moderna, que se sistematizou a partir dos séculos XVI e XVII, com a cristalização da sociedade burguesa. As pedagogias jesuíticas (séc. XVI), comeniana ( séc. XVII), lassalista ( fins do século XVIII) são expressões das experiências pedagógicas desse período e sistematizadoras do modo de agir com provas e exames. A prática que conhecemos é herdeira dessa época, do momento histórico da cristalização da sociedade burguesa, que se constitui pela exclusão e marginalização de grande parte dos elementos da sociedade.
 Luckesi (2005) aponta Marx[footnoteRef:1] para explicar que, a sociedade burguesa é uma sociedade marcada pela exclusão e marginalização de grande parte de seus membros. Ela não se constitui num modelo amoroso de sociedade. Seria sua negação. Basta observar que os slogans da Revolução Francesa (revolução burguesa por excelência), por si, eram amorosos, mas nenhum deles pode ser traduzido em prática histórica concreta dentro dessa sociedade. A liberdade e igualdade foram definidas no limite da lei; evidentemente, no limite da lei burguesa. E a fraternidade permaneceu como a palavra que o vento levou. Praticar a fraternidade seria negar as possibilidades da sociedade burguesa, que tem por base a exploração do outro pela apropriação do excedente do seu trabalho, ou seja, pela apropriação da parte não-paga do trabalho alheio. [1: A obra de Marx é uma profunda análise da sociedade capitalista e no primeiro livro de O capital os estudos sobre a mais-valia absoluta e relativa não deixam dúvidas sobre os fundamentos da constituição da sociedade burguesa; a mais-valia nada mais representa do que a exploração do homem pelo homem para garantir o capital, que é a base da sociedade burguesa.
] 
Conforme Lukesi (2005), a denominação avaliação da aprendizagem é recente. Ela é atribuída a Ralph Tyler[footnoteRef:2], que a cunhou em 1930. O próprio Tyler reivindica para si essa autoria e pesquisadores norte-americanos da área de avaliação da aprendizagem, reconhecem a Tyler o direito dessa paternidade definindo o período de 1930 a 1945 como o período “tyleriano” da avaliação da aprendizagem. [2: Ralph Tyler é um educador norte-americano, que se dedicou à questão de um ensino que fosse eficiente. No Brasil, ele é conhecido pelo seu livro Princípios básicos de currículo e ensino, traduzido e publicado pela editora Globo, Porto Alegre, 1974.
] 
 Segundo Luckesi (op. Cit.), Tyler inventou a denominação de avaliação da aprendizagem e militou na prática educativa defendendo a ideia de que avaliação poderia e deveria subsidiar um modo eficiente de fazer o ensino. Outros, no mundo todo, ao seu lado ou um pouco depois, militaram na mesma perspectiva. 
De acordo com Perrenoud (1999), a avaliação não é uma tortura medieval. É uma invenção mais tardia, nascida com os colégios, por volta do século XVII, e tornada indissociável do ensino de massa que conhecemos desde o século XIX, com a escolaridade obrigatória. No entanto, lentamente a escola muda. A maioria dos sistemas declara agora querer favorecer uma pedagogia diferenciada e uma maior individualização das trajetórias de formação. Também a avaliação evolui. As notas desaparecem em certos graus, em certos tipos de escolas. Talvez passemos – muito lentamente– da medida obsessiva da excelência a uma observação formativa a serviço da regulação das aprendizagens. A complexidade do problema se deve à diversidade das lógicas em questão, a seus antagonismos, ao fato de que a avaliação está no âmago das contradições do sistema educativo, constantemente na articulação da seleção e da formação, do reconhecimento e da negação das desigualdades. 
	Segundo Luckesi (2005), o termo avaliar também tem sua origem no latim, provindo da composição a-valere, que quer dizer “ dar valor a...”. Porém, o conceito avaliação é formulado a partir das determinações da conduta de “atribuir’ um valor ou qualidade a alguma coisa, ato ou curso de ação...”. que, por si, implica um posicionamento positivo ou negativo em relação ao objeto, ato ou curso de ação avaliado.Isso quer dizer que o ato de avaliar não se encerra na configuração do valor ou qualidade atribuídos ao objeto de avaliação, com uma consequente decisão ação.
De acordo com Dalben (2002), o próprio termo avaliação envolve duas perspectivas fundamentais: aval+ação. A primeira significando a clareza do referencial a ser utilizado e a segunda, as ações a serem implementadas com base nesse referencial. É possível afirmar, nesse momento, que estamos convivendo excessivamente com a primeira parte do termo, no entanto, as ações pedagógicas estão desconectadas. Se por um lado, o acúmulo de informações do Sistema Nacional de Educação não está interferindo diretamente nas ações pedagógicas das escolas e dos sistemas, também a perspectiva construtivista de avaliação implementada em muitos programas não esta conseguindo alcançar seu intento, como as pesquisas têm demonstrado.
Para Hoffmann(2000), a avaliação da aprendizagem configura-se, em mito e desafio. O mito é decorrente de sua história que vem perpetuando os fantasmas do controle e do autoritarismo há muitas gerações. A desmistificação, por outro lado, ultrapassa o desvelamento dessa história e a análise dos pressupostos teóricos que fundamentam a avaliação até então. É necessário desestabilizar práticas rotineiras e automatizadas a partir de uma tomada de consciência coletiva sobre o significado dessa prática. E esse é um desafio que se tem a enfrentar! O maior dentre os desafios é ampliar o universo dos educadores preocupados com o “fenômeno avaliação”, estender-se a discussão do interior das escolas a toda sociedade, pois considerando-se que o mito é decorrente de sua história, temos o compromisso de construir outra história para as futuras gerações, descaracterizada da feição autoritária que ainda a reveste, em busca de uma ação libertadora.
É inerente à condição humana o agir com base na reflexão. Se as nossas ações são conscientes, então agimos com intenções definidas. Permanentemente, ponderamos sobre as razões e as consequências de nossos atos. Como, a partir daí, explicar uma prática avaliativa, em educação, que pareça muitas vezes desconectada do cotidiano, sedimentada em pontos terminais?
 De acordo com Hoffmann (op. Cit.), a teoria da avaliação educacional no Brasil sofreu uma grande influência dos estudos norte-americanos. A partir dos anos 60, principalmente, foi muito ampla a divulgação da proposta de Ralph Tyler conhecida como “avaliação por objetivos”. Essa proposta passou a ser referencial teórico, básico nos cursos de formação de professores, causando até hoje grande e duradoura repercussão nos meios educacionais.
Para Tyler(1949) apud Hoffmann(2000),
a avaliação é o processo destinado a verificar o grau em que mudanças comportamentais estão ocorrendo(...) A avaliação deve julgar o 
comportamento dos alunos, pois o que se pretende em educação é justamente modificar tais comportamentos. (Tyler, 1949, p.106)
	 
Como se pode observar o enfoque desse teórico é comportamentalista (mudança de comportamentos) e resume o processo avaliativo à verificação das mudanças ocorridas, previamente delineadas em objetivos definidos pelo professor. Embora esse enfoque tenha recebido sérias críticas de muitos outros teóricos em avaliação, o que se percebe é que essas críticas e os modelos contemporâneos não foram decisivos para a derrubada dessa concepção, sedimentada fortemente nas ações onde a avaliação é utilizada.
1.1 – Avaliação escolar e sua institucionalização 
 
 De acordo Com Dalben (2002), os problemas advindos da crise do petróleo na década de 1970 acarretaram uma série de necessidades e, consequentemente, de mudanças no encaminhamento das políticas públicas das diferentes nações. Houve a necessidade de cortes de orçamentos e mudanças nos discursos que justificavam esses cortes, promovendo um campo frutífero às ideias neoliberais de alteração do papel do Estado de provedor de bens e serviços para avaliador e controlador. De mãos dadas com o mercado, os governos passam a exigir a mudança do referencial básico para as avaliações (Sobrinho 2002,p.30).
A década de 1980 no Brasil convive com essas discussões, associadas aos debates intensos sobre os processos de democratização do ensino e da educação. 
De acordo com Lei de Diretrizes e Bases (LDB) que foi projetada, em 1988, e aprovada em 1996, o processo avaliativo é contemplado no Art. 24 inciso V, que diz que a verificação do rendimento escolar observará os seguintes critérios: a) Avaliação contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com prevaleça dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do período sobre os de eventuais provas finais: b) Possibilidade de aceleração de estudos para alunos com atraso escolar; c) Possibilidade de avanços nos cursos e nas séries mediante verificação do aprendizado; d) Aproveitamento de estudos concluídos; e) Obrigatoriedade de estudo de recuperação, de preferência paralelos ao período letivo, para os casos de baixo rendimento escolar a serem disciplinados pelas instituições de ensino em seu regimento.
Segundo Dalben (2002), Como previsto na lei mas implementado antes mesmo de sua promulgação, o Sistema Nacional de avaliação Educacional vem sendo desenvolvido no país nos últimos anos, carecendo, ainda, de estudos e pesquisas. A instituição desses programas começou a ser discutida em meados da década de 1980, época em que se debatia o processo de democratização do país.
Nesse contexto as principais questões focalizadas eram o acesso à escola e a qualidade do ensino oferecido pelos diferentes sistemas, tanto na esfera pública quanto na privada. Reconhecia-se, naquele momento, um grande esforço das políticas anteriores na ampliação das oportunidades de escolarização, mas se questionavam as desigualdades de oferta e os resultados que vinham sendo gerados. Alertava-se sobre o fato de não existirem informações precisas sobre o comportamento dos sistemas de ensino e sobre os resultados dos investimentos públicos em educação.
Baseados nesses debates, o Ministério da Educação e Cultura (MEC), por meio do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), foi incentivado a desenvolver processos de avaliação sistêmica em âmbito federal na perspectiva de oferecer diretrizes para as políticas de educação no país.
Da mesma forma, alguns estados brasileiros o seguiram implementando programas em âmbito estadual. Esses programas divulgaram a necessidade urgente de construção de uma nova cultura de avaliação dos meios educacionais. 
A proposta justificava-se afirmando que os processos de avaliação não deveriam ser encarados como meios de classificação de alunos e escolas, mas atuariam como diagnóstico das situações das possibilidades de melhoria da qualidade de ensino.
No âmbito federal, três políticas de avaliação sistêmica implantadas nos últimos tempos devem ser salientadas: o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb), o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e o Exame Nacional de Cursos (ENC).
 Dentre essas três políticas, o Saeb tem por objeto o próprio sistema de ensino e, embora os outros programas tenham a abrangência do sistema nos processos de avaliação, e objeto de avaliação do Enem é o aluno egresso do ensino médio e oobjeto do ENC é a instituição de ensino superior.
Os processos de avaliação sistêmica desenvolvidos pelo governo federal tem sido justificado como necessários para oferecer referenciais à sociedade, fornecer aos sujeitos parâmetros de análise e comparação entre os sistemas de diferentes regiões, dando suporte à discussão das políticas implementadas e das necessidades evidenciadas. 
Observa-se que, ao mesmo tempo em que há processos de construção e modelos de avaliação referenciados a projetos políticos pedagógicos calçados em princípios socioculturais e voltados para as necessidades de construção de educação de cunho nacional, outros referencias oferecem fundamentos e novos modelos que visam à comparação, ao confronto e à competição no mercado internacional globalizado.
A avaliação é o instrumento de tomada de consciência, conquistas, dificuldades e possibilidades para reorganização de investimento na tarefa de aprender. Assim, deve ocorrer sistematicamente durante todo o processo de ensino e aprendizagem e não somente após o fechamento de etapas do trabalho. Esse aspecto é processual, o que permite ajustes constantes para que o trabalho educativo tenha sucesso. 
A introdução aos parâmetros curriculares da educação orienta que, um sistema educacional comprometido com o desenvolvimento das capacidades dos alunos, que se expressam pela qualidade das relações que estabelecem e pela profundidade dos saberes constituídos, encontra, na avaliação, uma referência à análise de seus propósitos, que lhe permite redimensionar investimentos, a fim de que os alunos aprendam cada vez mais e melhor e atinjam os objetivos propostos. Esse uso da avaliação, numa perspectiva democrática, só poderá acontecer se forem superados o caráter de terminalidade e de medição de conteúdos aprendidos — tão arraigados nas práticas escolares — a fim de que os resultados da avaliação possam ser concebidos como indicadores para a reorientação da prática educacional e nunca como um meio de estigmatizar os alunos.
Utilizar a avaliação como instrumento para o desenvolvimento das atividades didáticas requer que ela não seja interpretada como um momento estático, mas antes como um momento de observação de um processo dinâmico e não-linear de construção de conhecimento.
1.2- A PEDAGOGIA TRADICIONAL E OS MÉTODOS AVALIATIVOS
A avaliação, na perspectiva da aprendizagem, assume características e objetivos diferentes com relação às diferentes concepções pedagógicas. Diante disso, nesse tópico, faremos uma abordagem sobre avaliação da aprendizagem em relação à pedagogia tradicional, visto que é predominante até os dias atuais no cenário educacional brasileiro, embora, o discurso seja o de uma ideologia construtivista de ensino. 
De acordo com Aranha(1996), a tendência tradicional foi a primeira forma de ensino escolarizado no Brasil. Trazida pelos jesuítas em 1549, tinha como principal objetivo catequizar os índios, discernir a linguagem (portuguesa), a cultura europeia e o dogma cristão, com o intuito de formar homens letrados eruditos com apego ao dogma e à autoridade. O ensino era humanista, literário e religioso, não era dada muita importância à ciência. A metodologia de ensino era a memorização e repetições das lições aprendidas, a aprendizagem era tida como algo penoso, doloroso e os castigos físicos faziam parte da rotina escolar. 
O conteúdo de ensino nesta corrente visa à transmissão dos conhecimentos e valores sociais acumulados pelas gerações adultas e repassados ao aluno como verdades. Os conteúdos são separados da experiência do aluno e das realidades sociais, valendo pelo valor intelectual, razão pela qual a pedagogia tradicional é criticada como intelectualista e, às vezes, como enciclopédica.
	Baseiam-se na exposição verbal da matéria e/ou demonstração. Tanto na exposição quanto na análise são feitas pelo professor, observados os seguintes passos: a) preparação do aluno (definição do trabalho, recordação da matéria anterior, despertar interesse); apresentação (realce de pontos-chaves demonstração ); associação (combinação do conhecimento novo com o já conhecido por comparação e abstração); d) generalização ( dos aspectos particulares chega-se ao conceito geral, é a exposição sistematizada ); e) aplicação (aplicação de fatos adicionais e/ou resoluções de exercícios). A ênfase nos exercícios, na repetição de conceitos ou fórmulas na memorização visa disciplinar a mente e formar hábitos. 
A pedagogia tradicional é baseada em uma aprendizagem mecânica e conteudista, tendo como característica principal o método expositivo, ou seja, a exposição verbal ou demonstrativa do conteúdo. 
A avaliação tradicional reforça ainda mais o caráter objetivo e mecânico dessa abordagem, em que se privilegiam mais a quantidade de informações apreendidas do que a qualidade destas. 
Para Luckesi, a tendência liberal[footnoteRef:3] conservador é excludente e classificatória, contribui para a manutenção da estratificação social, conforme a citação abaixo: [3: . ] 
A prática de avaliação escolar, dentro da tendência liberal conservador, terá de, obrigatoriamente, ser autoritária, pois esse caráter pertence à essência dessa perspectiva da sociedade, que exige controle e enquadramento do indivíduo nos parâmetros previamente estabelecidos de equilíbrio social, seja pela utilização de coação explícitas seja pelos meios sub-reptícios das diversas modalidades de propaganda ideológica.A avaliação educacional será, assim um instrumento disciplinador não só das condutas cognitivas como também das sociais, no contexto da escola. (LUCKESI,2005, p.32)
A avaliação é realizada predominantemente visando à exatidão da reprodução do conteúdo comunicado em sala de aula. Ela se dá por verificações de curto prazo (interrogatórios orais, exercício de casa). Mede-se, portanto, pela quantidade e exatidão de informações que se consegue reproduzir. 
A transferência de aprendizagem depende do treino; é indispensável à retenção, a fim de que o aluno possa responder às situações novas de forma semelhante às respostas dadas em situações anteriores.
Essa prática visa à formatação de pessoas, não possibilitando assim a formulação de novas ideias.
 Para Moretto (2002), a avaliação é parte integrante do ensino e da aprendizagem. O ensinar, um dia, já foi concebido como transmitir conhecimentos prontos e acabados, conjunto de verdades a serem recebidas pelo aluno, gravadas e devolvidas na hora da prova. Nessa visão de ensino, o aprender tem sido visto como gravar informações transcritas para um caderno (cultura cadernal) para devolvê-las da forma mais fiel possível na hora da prova.
A relação gerada entre o professor e o aluno é de dominação, de uma intensa opressão sobre o aluno visto que este não pode expressar-se. A figura do professor remete ao autoritarismo e a do aluno de submissão, tornando-se uma relação perniciosa na formação da cidadania.
Sobrinho (2008) diz que, no dia-a-dia da sala de aula, muitos professores usam provas e testes, não para construir a aprendizagem, mas para classificar os alunos e, aí sim, unicamente para punir os fracos e premiar os fortes. Uma prática de exclusão e não de construção da aprendizagem – o que de fato deveria ser. 
Para Sant’Anna (1995), O teste é um instrumento através do qual podemos medir o rendimento de uma capacidade, mas não a capacidade em si. Testar significa verificar alguma coisa, através de situações previamente arranjadas.
Os testes são instrumentos de medida. A partir da nossa constatação de que, embora sendo ótimos instrumentos de verificação, os testes não satisfaziam a todos os propósitos da educação.
 Medir é determinar a extensão, as dimensões (régua), a quantidade (balanço), o grau ou capacidade de uma coisa ou objeto e em termos de ensino x aprendizagem, atribuição de valores segunda determinadas regras anteriormente estabelecidas nem sempre é possível; visto que o resultado de uma medida é sempre expresso em números e não por descrição, e que os resultados educacionais envolvem não só quantidade, mas qualidade,testes e medidas passaram a não satisfazer como únicos instrumentos. 
A prática de provas/exames se espelha na história de forma hierarquizada do poder, onde o Poder Executivo tinha maior autonomia e centraliza a todos. Em uma sociedade desigual como a nossa, em que parcelas expressivas da população são excluídas de direitos básicos como alimentação, moradia e saúde, não é de se estranhar que as pessoas também sejam excluídas do direito à educação(ESTEBAN, 2001, p.07)
Luckesi (2005) fala que, testes mal elaborados, leitura inadequada e uso insatisfatório dos resultados, autoritarismo, etc, são fatores que tornam a avaliação um instrumento antidemocrático no que se refere à permanência e terminalidade educativa dos alunos que tiveram acesso à escola.
“A avaliação da aprendizagem existe propriamente para garantir a qualidade da aprendizagem do aluno”. (LUCKESI, 2005, p.66) 
“A avaliação tradicional, não satisfeita em criar fracasso, empobrece as aprendizagens e induz, nos professores, didáticas conservadoras e, nos alunos estratégias utilitaristas”. (PERRENOUD,1999, p.18)
Para Romão (2008), não será possível substituir uma posição usual por outra mais necessária aos sistemas educacionais do mundo moderno, se os processos de avaliação – nó górdio das novas concepções pedagógicas. Nem é possível se ter uma escola cidadã, com um aluno cidadão, se não substituírem os julgamentos das capacidades, exclusivamente pela via da quantidade de informações absorvidas, pela aquisição de habilidades adestradas das hetero-aferições e pela despolitização das relações, por uma avaliação que leve em consideração as competências atualizadas e potenciais, a partir de padrões democraticamente construídos, que valorize a auto-avaliação (na qual refere-se ao ato de realizar uma apreciação sobre si mesmo ou sobre o próprio desempenho em determinada atividade) e que não tenha receio da politização do ato pedagógico.
A avaliação da aprendizagem escolar atende a forma pelo qual ela é solicitada. Isso quer dizer que, num modelo que não visa mudanças nem no aluno nem na sociedade, onde as informações encontram-se prontas e acabadas e exige-se uma reprodução fidedigna do que foi ensinado. O alunado não será capaz de fazer construções de conhecimento, mas reproduzirão de forma mecânica os modelos que lhes são oferecidos.
Ao longo da historia da educação, diferentes concepções pedagógicas surgiram e até foram implementadas.Esse tópico pretendeu salientar, é que, deve-se observar para onde que a tendência pedagógica em vigor no sistema de ensino aponta. Somente assim, pode-se entender, o papel que a avaliação da aprendizagem precisa cumprir, pois a avaliação estará sempre a serviço da aprendizagem, ela funciona como parte de um processo e não de forma isolada.
Observamos então, que esse modelo tradicional não é voltado para uma formação que desenvolva a autonomia. Então, que modelo atenderia a tal necessidade educativa?
Embora o construtivismo não seja uma tendência pedagógica, mas sim uma teoria psicogenética, baseada no interacionismo, voltada para o desenvolvimento integral do aluno, Hoffmann (2001) diz que:
Numa perspectiva construtivista da avaliação, a questão da qualidade do ensino deve ser analisada em termos dos objetivos efetivamente perseguidos no sentido do desenvolvimento máximo possível dos alunos, à aprendizagem, no seu sentido amplo, alcançada pela criança a partir das oportunidades que o meio lhe oferece.(p.26)
 
Ao aluno é oportunizado a participação, ele se envolve no processo ensino-aprendizagem, através de interação com outros indivíduos, o aluno constrói seu conhecimento. Neste modelo, ele é o centro do processo, participando ativamente enquanto que o professor é mediador do conhecimento para o aluno.
A avaliação da aprendizagem escolar defendida por Hoffmann, esta baseada no modelo construtivista que foi citado, voltado para o desenvolvimento do aluno e baseado no processo de construção do conhecimento. Para a autora esse é o modelo ideal de formação. Quando não há interação entre o sujeito e o objeto de conhecimento, a relação é praticamente platônica.
O prazer de aprender desaparece quando a aprendizagem é reduzida a provas e notas; os alunos passam a estudar para se dar bem na prova e para isso tem de memorizar as respostas consideradas certas pelo professor ou professora. Desaparecem o debate, a polemica, as diferentes leituras do mesmo texto, o exercício da dúvida e do pensamento divergente, a pluralidade. A sala de aula se torna um pobre espaço de repetição, sem possibilidade de criação e circulação de novas ideias(ESTEBAN, 2001, p.41)
O modelo tradicional é o que predomina nas escolas brasileiras na hora de avaliar o aluno, pois se baseiam em provas escritas com a atribuição das notas. 
	Mas assim como defende Hoffmann, é preciso pensar em atribuir um sentido novo a avaliação, romper com a avaliação classificatória enraizada em nosso sistema de ensino pela tendência tradicional.
2- AVALIAÇÃO ESCOLAR: UM INSTRUMENTO DO PROCESSO ENSINO APRENDIZAGEM
Uma etapa fundamental do processo ensino aprendizagem é o processo de avaliação. Esse momento é fundamentalmente importante, pois apenas através de uma avaliação eficiente é possível valorar o conhecimento adquirido pelo aluno e checar se o que foi proposto foi compreendido. Levando o educando para uma etapa mais avançada no processo educativo. Traçando assim novos caminhos a serem percorridos, sanando logicamente, o que ficou defasado. A avaliação é uma tarefa didática necessária e permanente do trabalho docente, que deve acompanhar passo a passo o processo de ensino e aprendizagem. Por meio dela, os resultados que vão sendo obtidos no decorrer do trabalho conjunto do professor e dos alunos são comparados com os objetivos propostos, a fim de constatar progressos, dificuldades e, também, reorientar o trabalho docente. Assim, a avaliação é uma tarefa complexa que não se resume a realização de provas e atribuições de notas.
A avaliação escolar deve ser concebida como um fusível imprescindível do processo ensino aprendizagem que vislumbra, por meio de verificações e qualificações dos resultados obtidos, determinar as relações destes com os objetivos propostos e então, nortear toda tomada de decisão e relação aos demais trabalhos docente em diante. 
Para Sant’Anna (1995), a avaliação dos resultados imediatos da aprendizagem devem ser expressos, segundo nossa reflexão crítica, por palavras que expressem amor, fé, incentivo, coragem, e não rótulos, agressões, muros, grilhões, prisões que impeçam o indivíduo de continuar aprendendo, criando, realizando, realizando-se. A verificação dos resultados se processará através do maior número possível de testes, provas, inquirições, observações, auto-avaliação, avaliação-cooperativa, feedback constante e tudo mais que ocorrer ao professor que possa permitir um domínio do conhecimento pretendido. Mais tais resultados deverão ser expressos em unidades curtas e progressivas, através de palavras cuja conotações sejam iguais para aluno e professor e definam qual o melhor rumo a seguir em termos de ensino e aprendizagem.
Dessa forma, podemos, então, considerar a avaliação da aprendizagem escolar como um momento de reflexão e fonte fundamental de informação para orientação de ações e práticas docente. Sendo então possível implementar as intervenções necessárias para o acompanhamento dos alunos que necessitarem de uma ação diferenciada para melhorar seu desenvolvimento em sua aprendizagem e também para sinalizar o patamar de aprendizagem dos discentes em geral.
2.1. PORQUE AVALIAR? 
Tal questionamento permeia as mentes humanas e nos faz entender em um conceito simples, pois a avaliação é algo intrínseco ao humano, é algo tão arraigado em nós que não é possível separar a avaliação da nossa humanidade. Somos humanos e conceituamos tudo a nossa volta, olhar o mundo ao nosso redor e tomar decisão a respeito do que é melhor ou pior para a nossa vida, para nossos filhos quando pequenos, para nossa família em geral.Quando se escolhe um caminho, identificam-se fatores que justifiquem essa escolha, sabe-se que uma estrutura mental foi responsável pela tomada de decisão e que a cultura, a sociedade contribuíram para tal. Então, a avaliação ela sempre estará ligada a fatores internos e externos que cooperam juntos para aquele que precisa tomar decisões.
A avaliação escolar é uma etapa fundamental na vida dos educandos, pois permitirá que os mesmos passem de um conhecimento menor para um conhecimento maior. Através da avaliação podem-se constatar as habilidades adquiridas pelo aluno e traçar novos objetivos a serem alcançados. Na citação abaixo, a autora a chama de termômetro: 
A avaliação escolar é o termômetro que permite confirmar o estado em que se encontram os elementos envolvidos no contexto. Ela tem um papel altamente significativo na educação, tanto que nos arriscamos a dizer que a avaliação é a alma do processo educacional.(SANT’ANNA, 1995,p.7) 
Dessa forma podemos pensar que, se não há avaliação do que foi aprendido não há como ensinar algo novo, visto que as habilidades vão se desenvolvendo de forma gradativa . Portanto, é preciso estabelecer uma base estrutural forte para que as estruturas que serão anexadas tenham como ir se consolidando e se conectando umas com as outras para que venha fazer sentido para o aluno, que também precisa estar muito consciente de seu papel nesse processo. Discutiremos esse papel e outros mais adiante.
A avaliação deve orientar o processo ensino aprendizagem de forma que se possa checar os conhecimentos, atitudes ou aptidões os educandos adquiriram, quais objetivos do ensino já foram atingidos e que dificuldades ainda possuem em relação a outros. Toda ação docente deve ser voltada para que o discente possa transparecer o conhecimento assimilado.
De acordo com Sant’Anna (1995) avaliar significa atribuir algum valor, e não implica desvalorização. Implica numa interação plena com a coisa desejada para assumi-la ou rejeita-la. Tudo na vida é avaliado, consciente ou inconsciente; o perigo está em que parâmetros sejam estabelecidos por terceiros, e não pelo interessado. As diferenças individuais se fazem presentes e se faz necessário averiguar em qual extensão cada indivíduo atingiu o objetivo estabelecido no início do planejamento, tendo-se por parâmetro o próprio indivíduo, e não suas dimensões em relação ao grupo.
Portanto desmitificar a avaliação é necessário porque em diversas situações o simples pavor de pensar no ato avaliativo, já coloca muitas pessoas em pânico.
De acordo com Hoffmann (2000), uma professora definiu avaliação como “um conjunto de sentenças interrogáveis de juízes inflexíveis sobre réus, em sua grande maioria culpados”. Definição essa acrescida do personagem de outra professora: “São Pedro: o que decide quem entra (ou não) no céu!”. A contundência desses exemplos expressa à arbitrariedade e o autoritarismo inerentes à concepção de avaliação como julgamento. Solicitado a esses professores, que relacionem a palavra “avaliação” a algum personagem. É um jogo interessante, cujas respostas revelam imagens de dragões, monstros de várias cabeças, guilhotina, túneis escuros, guilhotina, labirinto e carrasco. Por que tais considerações? Professores e alunos que usam o termo atribuem-lhe diferentes significados, relacionados, principalmente, aos elementos constituintes da prática avaliativa tradicional: prova, nota, conceito, boletim, recuperação, reprovação.
Claramente percebe-se o grande tabu em relação à avaliação da aprendizagem porque ao responderem ao questionamento feito, sobre o significado da avaliação, e serem remetidos ao terror psicológico fica claro que essas pessoas foram comparadas aos demais e não em relação a si mesma. 
As confusões que se fazem a respeito da importância da avaliação da aprendizagem geralmente não esta no acerto, mas no erro.
2.1.2- O ERRO
Devido a questões históricas muito impregnadas ainda em nossa sociedade, como a prática da palmatória, forma de castigo que os educadores utilizavam para bater num aluno com a régua caso não soubessem algo que lhes fossem perguntado referente à lição. Castigos também como ficar ajoelhado em grãos de milho, colocar o aluno de pé com o rosto virado para a parede. Todo esse sofrimento físico pelos quais o aluno era submetido, certamente não superava a humilhação, que sentia diante dos demais de sua classe, e num campo maior de toda a escola, seu bairro e por ai vai. Pessoas marcadas até hoje porque todo esse terror em relação à avaliação da aprendizagem esta intimamente ligada a fatores de violência, seja física como ocorria no passado, seja ela psicológica como acontece hoje em algumas escolas.
Necessário é entender que o erro é importante no processo ensino aprendizagem escolar e também em todas as esferas da vida humana. Ninguém gosta de errar pois denota fragilidade diante da nossa sociedade, que de acordo com Luckesi:
A ideia de erro só emerge no contexto da existência de um padrão considerado certo. A solução insatisfatória de um problema só pode ser considerada errada a partir de um momento em que se tem a forma considerada correta de resolvê-lo; uma conduta de é considerada errada na medida em que se tem uma definição de como seria considerada correta, e assim por diante.(LUCKESI,2005, p.54)
Neste sentido,quando a resposta de um aluno aparentemente não atende as expectativas do professor, podemos buscar junto a ele, informações que lhe fizeram enveredar por outro caminho. Quais foram às hipóteses que ele levantou, sua sequênciação, justificativa e até o seu comportamento em busca da resolução.
Para Luckesi (2005), a caracterização de “acerto ou erro” é ampla e, usualmente, pode ser útil para expressar o esforço de alguém que busca, “no escuro do conhecimento”, um caminho para compreender ou para agir sobre o mundo.Porém, se atentarmos bem para o que acontece de fato nesse processo, não há nem acerto ou erro. Ocorre sim, sucesso ou insucesso em relação a atividade. Para que exista erro, é necessário existir um padrão. No caso da avaliação da aprendizagem escolar, pode ocorrer o erro na manifestação da conduta aprendida, uma vez que já tenha o padrão do conhecimento, das habilidades ou das soluções a serem aprendidas. O aluno pode cometer um erro em relação ao padrão.
Vivemos em uma sociedade onde grande parte da população opta por seguir prototicos estereotipados pela nossa sociedade, ninguém quer ser diferente. Quando determinada situação foge ao padrão estabelecido, rotula-se para que fique em evidência. Na ação avaliativa, essa situação sempre vai trazer muitas discussões.
Tomando como base para a situação professores tradicionais e construtivistas. Onde o que segue uma linha tradicional, numa correção de uma avaliação de matemática, mesmo um aluno tendo organizado todo um problema e tenha errado no final, apenas o sinal de mais ou menos, este anula toda a questão desenvolvida. Um professor construtivista não faria assim, mais consideraria toda a habilidade de arquitetar a situação deste aluno e portanto, entender que há uma aprendizagem muito mais ampla do que analisou o outro professor anterior. 
Segundo Luckesi (2005), os erros da aprendizagem, que emergem a partir de um padrão de conduta cognitivo ou prático já estabelecido pela ciência ou pela tecnologia, servem positivamente de ponto de partida para avanço, na medida em que são identificados e compreendidos, e sua compreensão é o passo fundamental para a sua superação.O erro, para ser utilizado como fonte de virtude ou de crescimento, necessita de efetiva verificação, para que se estamos diante dele ou da valorização preconceituosa de um fato; e de esforço, visando compreender o erro quanto à sua constituição (como é esse erro?) e origem (como emergiu o erro)? Reconhecendo a origem e a constituição de um erro, podemos superá-los, com benefícios significativos para o crescimento.
Analisar o que esta errado é uma forma de tornar a avaliação algo que vai além da quantificação de erros e acertos, para dar a essa análise, o sentidode ser mais um momento de formação no processo de ensino aprendizagem.
Outro momento fundamental é o debate com os alunos sobre as resposta ou o resultado da atividade. Essa é uma das formas de trabalho que incentiva o aluno no sentido de rever suas estratégias, identifique seus erros e reorganize os dados em busca de outras soluções mais adequadas se for o caso. 
2.2- O PROCESSO ENSINO APRENDIZAGEM E A NECESSIDADE DE AVALIAR: CONSOLIDANDO A PRÁXIS EDUCATIVA
Para compreendermos quando a avaliação da aprendizagem torna-se fundamental, é preciso que seja explicado como é que acontece o processo de aprendizagem, pois é algo processual, que precisa fazer sentido para o sujeito em formação, onde o objeto de estudo tenha que envolver o educando numa interação quase que visceral, dessa forma nunca mais esse conhecimento será roubado daquele que o detém.
De acordo com Demo (2004), se mantivermos visão apenas linear de influência, restaria para o influenciado só obedecer. Mas em percepção complexa não linear, poder é fenômeno dialético, unidades de contrários, naturalmente periclitante, o que permite admitir margem de manobra por parte do comandado. Nisto confia a democracia, quando nos solicita a habilidade de controle democrático sobre os mandantes. A biologia também da a sua contribuição nesta parte, ao entender em autores mais abertos ( Boehm, 1999; Waal,2000), que a natureza humana é ambígua: o mesmo poder que usurpa pode também conviver de modo democrático, dependendo, para tanto, que os influenciados não se deixem influenciar. Olhando os animais, sobretudo os mamíferos, eles aprendem neste contexto de influência libertadora: nascem pequenos, muito dependentes, aprendem a mamar, andar, viver em bando, temer os riscos, e, a certa altura da vida, tornam-se autônomos, ou morrem. Fazemos o mesmo com as nossas famílias: influenciamos de modo decisivo a nossos filhos, mas os queremos ver autônomos. O filho que não se torna autônomo, de certa maneira não deu certo... É o signo da vida: ela não vem feita; ela se faz. Todo ser vivo é “político”, no sentido de que é capaz de história própria, alguma autonomia, exerce influência em seu meio (não é só influenciado), desenvolve-se de dentro para fora.
A avaliação por ser processual necessita identificar nos alunos até que ponto as experiências de aprendizagem foram desenvolvidas e organizadas, e o que é fundamental, se esta realmente produzindo os resultados esperados. Portanto, é através do processo avaliativo que se investiga como os objetivos educacionais estão sendo alcançados pelo programa do currículo e do ensino. A avaliação exerce um poder sobre a aprendizagem, uma vez que os alunos são influenciados através do tipo de avaliação que é realizada. O que veremos mais a frente.
A avaliação não deve ser vista apenas como um meio para avaliar os avanços e as dificuldades dos alunos, mas, também para analisar a prática pedagógica, o que implica numa analise também do trabalho do docente. 
A avaliação para o professor começa no primeiro dia de aula, pois só quando o educador adquire informações sobre seus alunos e que ele consegue traçar seu plano de trabalho, condizente com a realidade dos mesmos. Quanto mais o trabalho do educador estiver alicerçado em dados reais e informações sobre cada grupo de aluno, suas especificidades, seus interesses, é que adaptando ao currículo escolar, seu trabalho será eficiente e o resultado satisfatório.
Sabemos que a avaliação da aprendizagem é sem dúvida, uma das partes mais complexas do processo ensino aprendizagem, por isso a postura do professor frente à avaliação é difícil porque além do aluno, o professor também é avaliado, julgado pelos colegas, pais, alunos, direção e sociedade que estão constantemente avaliando a escola e cobrando a aprendizagem dos conteúdos.
Não é possível praticar sem avaliar a prática. Avaliar a prática e analisar o que se faz, comparando os resultados obtidos com as finalidades que procuramos alcançar com a prática. A avaliação corrige o trabalho, melhora a prática, aumenta a nossa eficiência de avaliar a prática jamais deixa de acompanhá-la. (MORETO, 1997, p.13)
Todo o trabalho pedagógico realizado é “definido” muitas vezes no resultado da avaliação, por isso, essa ação deve ser muito bem articulada entre professor e aluno. O cuidado que o educador, deve ter ao elaborar uma avaliação, é imensurável pois essa é ação,que expõe claramente seu trabalho diante dos pais, dos outros professores, de toda a escola. Mas também, o orienta, em toda a sua prática
 2.3. MÉTODOS AVALIATIVOS E APRENDIZAGEM
Define-se como método avaliativo ao conjunto de iniciativas que os educadores desenvolvem para avaliar os educandos e isso engloba todas as etapas do processo ensino aprendizagem. A prova continua sendo a principal forma de avaliação na escola e é considera tanto para o aluno, quanto para o professor, como a mais importante forma de avaliação da aprendizagem. Durante muito tempo, os métodos utilizados para avaliação na escola, eram os testes e as provas, mas em uma sociedade moderna, novas formas de avaliação precisam ser adotadas.
Para Giroux (1993, p.42 apud DALBEN, p.20), esse novo tempo questiona os princípios da modernidade e isso é mesmo que questionar o significado da escola e os processos de escolarização atuais. Significa colocar em questão a própria base histórica de nossa cultura, de nossas manifestações e expressões da vida pública. Isso porque, no interior do discurso modernista, o conhecimento aparece envolto por um modelo europeu de cultura e civilização inspirado por uma sensibilidade de elite que distingue e descarta com frequência a cultura popular ou a cultura de massas. Assim, a discussão sobre os novos tempos estaria alertando aos educadores para o desenvolvimento de um olhar crítico sobre a realidade e oferecendo a eles uma série de insights[footnoteRef:4] e instrumentos teóricos para repensar os contextos educativos e as autoridades constituídas e definidas a priori. [4: ] 
De acordo com Romão (2008), nenhuma afirmação humana, manifestada em qualquer forma de expressão – discurso escrito, falado, iconográfico etc., pode ser absolutamente objetiva, nem absolutamente subjetiva. Sendo assim, a avaliação, ainda que trate de “questões objetivas”, elas estão carregadas de subjetividade de quem formula, a partir mesmo da escolha dos temas ou aspecto a serem destacados nas respostas. A não ser nos casos de combinação prévia do que se quer como resposta de memorização escrita do que foi combinado. Objetividade e subjetividade interpenetram-se no caso de qualquer relação humana e, portanto, estarão sempre presentes e imbricadas nas relações pedagógicas avaliativas.
Para Romão (2008, p.71), de fato a medida e avaliação são dois momentos de um mesmo processo mais global, que também é denominado “avaliação”. A medida enquanto tentativa de constatação exata das dimensões do desempenho do aluno, predominou nas primeiras tentativas e em várias décadas da trajetória da avaliação nos sistema educacionais. Para a medida ser aplicada em educação, deve-se evitar o significado estrito que lhe atribuem os físicos e tomá-las em seus sentido amplo.
Para Hoffmann (2000), o teste é um instrumento de investigação sobre a ação de ambos os sujeitos envolvidos no processo educativo: aluno e professor. Considerando-se essa perspectiva do teste, o que pretende é a formulação de hipóteses dobre a produção conjunta de conhecimento: Qual o significado de determinadas respostas dos alunos nesse momento do processo de aprendizagem? Como partir do conhecimento produzido até esse momento para auxiliar o aluno a ir além, ampliar seu saber?
De acordo com Sant’Anna (1995), para avaliar podemos usar instrumentos que testem e/ou meçam, mas é muito mais do que atribuir um número, quantificar, pesar, qualificar e atribuir um valor quantitativo e/ou qualitativo; é acima de tudo, confirmar a validade de um empreendimento. É constatar se a estratégia escolhida na busca de algo, funcionou, era mais adequada à situação e compensou,isto é, satisfez nossas expectativas. 
Segundo Perrenoud (1999), lentamente a escola muda. A maioria dos sistemas declara agora querer favorecer uma pedagogia diferenciada e uma maior individualização das trajetórias de formação. Também a avaliação evolui. As notas desaparecem em certos graus, em certos tipos de escolas. Falar de avaliação formativa não é mais apanágio de alguns marcianos. Talvez passemos – muito lentamente – da medida obsessiva da excelência a uma observação formativa a serviço da regulação das aprendizagens. 
Para Sant’Anna (1995, p.38), a avaliação formativa tem como propósito informar professor e aluno sobre o resultado da aprendizagem, durante as atividades escolares e tem por objetivo de medida, o comportamento cognitivo, afetivo e psicomotor. É chamada formativa porque indica como os alunos estão se modificando em direção aos objetivos.
Tal avaliação objetiva um melhoramento do ensino e da aprendizagem do aluno, além disso, informa ao educador e ao educando resultados que já foram alcançados no processo educacional. A avaliação formativa parte do pressuposto de que há diferentes processos de aprendizagem, quando aplicada faz com que o aluno respeite os seus próprios limites e dos seus colegas.
A avaliação diagnóstica de acordo com Luckesi (2005), é um instrumento de compreensão do estágio de aprendizagem em que se encontra o aluno, tendo em vista tomar decisões suficientes e satisfatórias para que possa avançar no seu processo de aprendizagem. Sendo assim, possibilita ao educador compreender o estágio em que o aluno se encontra, tendo em vista poder trabalhar com ele para que saia do estágio defasado em que se encontra e possa avançar em termos dos conhecimentos necessários. Desse modo, a avaliação é um instrumento de diagnóstico da situação do aluno, tendo em vista a definição de encaminhamentos adequados para a sua aprendizagem. Se determinado conhecimento ou determinada habilidade tem caráter essencial na aprendizagem do aluno, ele deverá adquiri-lo. Nesta perspectiva, a avaliação servirá para a verificação de sua apropriação, ou não, por parte do aluno. Se o conhecimento ou habilidade é importante e aluno não o adquiriu, há que trabalhar para que se adquira.
Para Sant’Anna (1995), a avaliação diagnóstica visa determinar a presença de ausências de conhecimentos e habilidades, buscando detectar pré-requisitos para novas experiências de aprendizagem. Permite averiguar as causas de repetidas dificuldades de aprendizagem.
A avaliação da aprendizagem é para uma tomada de decisão, neste sentido, deve ser vista como um momento muito especial, onde o professor e o aluno tem a possibilidade de pensarem os caminhos possíveis para atingirem seus objetivos em relação à aprendizagem. Libâneo diz que:
Vimos que a avaliação escolar é um processo contínuo que devem ocorrer-nos diferentes momentos do trabalho. A verificação e a qualificação dos resultados da aprendizagem no inicio, durante ou no final das unidades didáticas visam sempre diagnosticar e superar dificuldades, corrigir falhas e estimular os alunos a que continuem dedicando-se aos estudos. (Libâneo, 1986, p.203)
	
Segundo Sant’Anna (1995), a avaliação somativa classifica os alunos ao final da unidade, semestre, ano letivo, segundo níveis de aproveitamento necessários. A avaliação somativa tem por função básica a classificação dos alunos, sendo realizada ao final de um curso ou unidade de ensino, classificando os alunos de acordo com os níveis de aproveitamento estabelecidos. Essa a classificação do aluno se processa segundo o rendimento alcançado, tendo por parâmetro os objetivos previstos.
Esse tipo de avaliação não é bem compreendida porque a palavra classificação, já nos remete a ideia de melhor ou pior e, faz com que ao imaginarmos a situação um certo pavor nos envolva. No entanto, o que falta é um olhar mais analítico em relação à avaliação somativa, porque é ela quem prevalece em nosso cotidiano, nos resultados dos vestibulares, concursos públicos e etc. Não é o intuito deste trabalho, defender essa prática avaliativa, mas entender sua contextualidade.
A finalidade da avaliação da aprendizagem esta centrada na preparação do aluno para a vida em sociedade, fortalecendo este sujeito de forma que sinta-se capaz de enfrentar suas próprias limitações e as dificuldades que encontrar na sociedade em que vive, tudo isso incentivado e proporcionado pelo mediador do processo, que é o professor.
Sant’Anna (1995), fala que a avaliação dos resultados imediatos da aprendizagem devem ser expressos, segundo nossa reflexão crítica, por palavras que expressem amor, fé, incentivo, coragem. A verificação dos resultados se processará através do maior número possível de testes, provas, inquirições observações, auto-avaliação, avaliação-cooperativa, feedback constante e tudo mais que ocorrer ao professor que possa permitir um domínio do conhecimento pretendido. Porém, tais resultados deverão ser expressos em unidades curtas e progressivas, através de palavras cujas conotações sejam iguais para o aluno e professor e definam qual o melhor rumo a seguir em termos de ensino e aprendizagem.
2.3.1 – APRENDIZAGEM
 
	Para Piaget (apud Luckesi, 2005), a aprendizagem se dá por um processo de assimilação/acomodação. A assimilação dá-se por um processo de “assemelhação” entre o suporte cultural e cognitivo do educando e os elementos do conteúdo novo da aprendizagem; a acomodação é a efetiva aprendizagem; é propriamente a aquisição nova por parte do educando. Para “acomodar-se” ao novo, o educando necessita dos mecanismos de assimilação. Só é possível aprender na medida em que já tenha os mecanismos de assimilação do novo que vai ser ensinado. 
	Neste sentido, para que ocorra a aprendizagem é necessário uma conexão entre o conhecimento que esta sendo transmitido e, aquilo que o indivíduo já possui armazenado. Uma espécie de banco de dados que irão se interligar.
Novas ideias e informação podem ser aprendidas e retidas na medida em que conceitos relevantes e inclusivos estejam adequadamente claros e disponíveis na estrutura cognitiva do indivíduo e funcionem, dessa forma, como ponto de ancoragem para as novas ideias e conceitos (MOREIRA,1942,p.4)
	Para que um conhecimento novo seja assimilado pelo educando, professor e aluno devem concentrar esforços nesta busca. Luckesi (2005. p.135) nos fala que:
A força motriz da aprendizagem é o conflito com o estágio de desenvolvimento em que o educando se encontra, porém um conflito suficientemente dosado de maneira que seja estimulante do avanço.
De acordo com Luckesi (2005), existem duas formas de aprendizagem: uma que se dá espontânea e outra de forma intencional e sistemática. A aprendizagem espontânea e informal ocorre nas múltiplas situações de vivência do cotidiano. Aprendemos nas convivências com outras pessoas, na rua, nos passeios, em excursões etc. Dá-se também nos múltiplos espaços não ocupados pela intencionalidade numa situação de ensino sistemático. O que se passa dentro de uma sala de aula ultrapassa, em muito, aquilo que o professor ensina, acompanha e controla. Essa aprendizagem é significativa para a vida humana, porém insuficiente para dar conta da assimilação ativa dos conteúdos socioculturais elaborados. Por isso, o sujeito necessita de uma aprendizagem intencional.
	Para Luckesi (2005), a aprendizagem intencional é aquela que é buscada e propiciada intencionalmente. O aluno vai à escola em busca desse tipo de aprendizagem. O professor trabalha na escola tendo em vista oferecer ao educando as condições efetivas de uma aprendizagem metodicamente buscada. O que significa que o professor propõe conteúdos socioculturais que estimulam a assimilação ativa dos conhecimentos por parte do educando assim como o desenvolvimento de suas capacidades cognitivas. A aprendizagem intencional vai além da aprendizagem espontânea. Ela não depende de ocorrências ocasionadas, fortuitas, mas sim de busca e exercícios sistemáticos.
 	Luckesi (2005), fala que a aprendizagem intencional deve ser ativa e inteligível.A aprendizagem reflexa é o oposto do de uma aprendizagem ativa e inteligível e insuficiente ou quase nula para o desenvolvimento do educando. Por aprendizagem reflexa estamos entendendo a fixação de súmulas (resumos) de conhecimento na memória do educando. A aprendizagem reflexa é praticamente nula do ponto de vista do desenvolvimento das formas superiores de inteligência humana.
	Para Luckesi (2005), a aprendizagem ativa é aquela construída pelo educando a partir da assimilação ativa dos conteúdos socioculturais. Isso significa que o educando assimila esses conteúdos, tornando-os seus, por meio de atividade de internalização de experiências vividas. Essa aprendizagem ocorre na medida que for Inteligível, deverá possibilitar a iluminação da realidade, deverá possibilitar ao educando penetrar nos mistérios e nas conexões da realidade, desvendando-os.
	De acordo com Moreira (1942), a experiência cognitiva não se restringe à influência direta dos conceitos já aprendidos sobre componentes da nova aprendizagem, mas abrange também modificações significativas nos atributos relevantes da estrutura cognitiva pela influência do novo material. Há, pois, um processo de interação pelo qual conceitos mais relevantes e inclusos interagem com o novo material, funcionando como ancoradouro, isto é, abrangendo e integrando o material novo e, ao mesmo tempo, modificando-se em função dessa ancoragem. 
	Para Ausubel (apud Moreira, 1942), a aprendizagem significa organização e integração do material na estrutura cognitiva. Como outros teóricos do cognitivismo, ele baseia-se na premissa de que existe uma estrutura na qual a organização e a integração se processam. É a estrutura cognitiva, entendida como “conteúdo total de ideias de um certo indivíduo e sua organização de suas ideias em uma área particular de conhecimento” (1968, pp37-39). É o complexo organizado resultante dos processos cognitivos, ou seja, dos processos mediantes os quais se adquire e utiliza o conhecimento.
	O conceito mais importante na teoria de Ausubel (apud Moreira, 1942) é o de aprendizagem significativa. Para Ausubel, a aprendizagem significativa é um processo pelo qual uma nova informação se relaciona com um aspecto relevante da estrutura de conhecimento do indivíduo. Ou seja, neste processo a nova informação interage com uma estrutura de conhecimento específica, a qual Ausubel define como conceitos subsunçores (subsumers), existentes na estrutura cognitiva do indivíduo. A aprendizagem significativa ocorre quando a nova informação ancora-se em conceitos relevantes preexistentes na estrutura cognitiva de quem aprende. Ausubel vê o armazenamento de informações no cérebro humano como sendo altamente organizado, formando uma hierarquia conceitual na qual elementos mais específicos de conhecimento são ligados (e assimilados) a conceitos mais gerais, mais inclusos. Estrutura cognitiva significativa, portanto, uma estrutura hierárquica de conceitos que são abstrações da experiência do indivíduo.
3- CONSIDERAÇÕES SOBRE AS DIFICULDADES NO ATO AVALIATIVO
	A avaliação da aprendizagem exerce importante papel no processo educacional. Pesquisando os fatores que dificultam sua aplicação no cotidiano escolar,destaca-se que a avaliação é apontada até como uma vilã, por alguns autores que discorrem sobre o assunto.
Esta pesquisa bibliográfica aponta que a avaliação escolar, embora envolta nas dificuldades do sistema educacional brasileiro, deve nortear o trabalho docente em busca de resultados que possibilitem avanços, recuos, enfim, caminhos em busca de uma aprendizagem mais significativa.
 A avaliação escolar exige grande responsabilidade de todos os envolvidos, seja por parte do educando ou por parte do educador. Quando a ação de avaliar é tratada como parte do processo, envolvendo a todos, numa dinâmica constante, é que de fato cumpre seu papel de auxiliadora no processo de aprendizagem. 
A avaliação é integrativa, pois traz o sujeito para dentro do processo, visto que ela é quem fornece os subsídios necessários a respeito da evolução da aprendizagem do aluno, fornecendo informações que vão dar suporte para as tomadas de decisão e redirecionamento, conforme nos orienta Luckesi (2005 p.172) :
Defino a avaliação da aprendizagem como um ato amoroso, no sentido de que a avaliação, por si, é um ato acolhedor integrativo, 
inclusivo. Para compreender isso importa distinguir avaliação de julgamento. O julgamento é um ato que distingue o certo do errado, incluindo o primeiro e excluindo o segundo. A avaliação tem por base acolher uma situação, para, então (e só então), ajuizar a sua qualidade, tendo em vista dar-lhe suporte de mudança, se necessário. 
As confusões que normalmente ocorrem quando se fala em avaliação da aprendizagem, geralmente estão ligadas às associações errôneas que são feitas a ela. 
Quando não há um embasamento por parte do educador, sobre o que de fato é a avaliação educacional, dificilmente os alunos conseguem ter uma noção do que pretende a avaliação escolar e não conseguem percebê-la como sendo algo positivo em relação a sua aprendizagem.
Inúmeras dificuldades geradas em torno do processo de avaliação, tem relação com o que se chama de avaliação e não com a avaliação em si. 
Para Sant’Anna (1995), avaliação é um processo pelo qual se procura identificar, aferir, investigar e analisar as modificações do comportamento e rendimento do aluno, do educador, do sistema, confirmando se a construção do conhecimento se processou, teórico ou prático. 
De acordo com a Introdução aos Parâmetros curriculares nacionais, a avaliação é considerada como elemento favorecedor da melhoria de qualidade da aprendizagem, deixando de funcionar como arma contra o aluno. É assumida como parte integrante e instrumento de autorregulação do processo de ensino e aprendizagem, para que os objetivos propostos sejam atingidos. A avaliação diz respeito não só ao aluno, mas também ao professor e ao próprio sistema escolar.
A avaliação da aprendizagem sofre um detrimento por causa de ser mal utilizada. O problema não está na avaliação, mas em qual sentido estão utilizando-a. Precisa-se investigar o que cada um quer realmente constatar através dela e, o que farão com os resultados, seja a escola, o professor, o aluno, a família ou até mesmo o governo.
Para o professor que não tem investimento do governo nacional ou dele mesmo em sua formação continuada, que não lê, não se atualiza, não participa de cursos de aperfeiçoamento, vai utilizar a avaliação da aprendizagem como uma ferramenta de punição contra o aluno.Para educadores com tal perfil, a avaliação costuma ser pensada como punição e castigo, quando sua essência não tem qualquer ligação com nada disso. 
A escola, seja pública ou privada, que apenas deseja apenas cumprir o currículo que foi estabelecido, também não vai atentar-se para a importância de uma avaliação a favor da aprendizagem, mas vai utilizar a avaliação apenas para classificar os alunos e transferi-los de uma série para outra.
A avaliação da aprendizagem escolar costumeiramente é muito criticada pela família, pelos alunos e até mesmo pelos educadores. A má utilização deste importante instrumento do processo de ensino aprendizagem é um dos fatores que tem gerado tantos apontamentos equivocados em relação à avaliação. Outros fatores como: políticas públicas, condições sociais, relações familiares, ambiente escolar, relação professor e aluno, e outros devem ser analisados também, pois a aprendizagem é confirmada com a avaliação e não a avaliação que interrompe a aprendizagem.
Sem aprendizagem, não há resultados satisfatórios e a avaliação vai apontar o que não funcionou nesse processo que muito se fala, mas que pouco se conhece, ou se estuda; e, portanto, torna-se mal praticada. 
O professor enquanto mediador do processo de ensino aprendizagem tem a responsabilidade de oferecer todos os possíveis caminhos para o educando na busca dos saberes, colher as informações em seus mínimos detalhes com seu alunado em relação aos conhecimentosadquiridos, problematizar, mudar metodologias quando for necessário, e aprovar ou reprovar também. 
Sant’Anna (1995, p.25) nos indaga:
Será que o aluno reconhece para que serve a avaliação? Cremos que a percentagem das escolas que informa o aluno seus objetivos dá para contar apenas usando os dedos das mãos. Isso é profundamente lamentável. Será que algum educador já foi encapuzado, obrigando a encontrar um caminho ou alcançar alguma coisa?
A busca por uma educação qualitativa, voltada para a autonomia do aluno, do educador e da escola começa por informar aos interessados o caminho a seguir e os objetivos a serem alcançados em cada etapa.
Levar o aluno a conhecer a função da avaliação no contexto escolar é contribuir para seu desenvolvimento integral, auxiliá-lo em sua trajetória de estudo e de vida.
Um contexto altamente complexo envolve a avaliação da aprendizagem escolar, por esta ser ligada, diretamente ao desenvolvimento humano em suas aprendizagens.
Sendo assim, discorrer sobre as dificuldades de avaliar, é falar de dificuldades humanas e também técnicas. Humanas, quando ligadas aos sentimentos e emoções do professor e do aluno; e técnicas, quando ligadas à escola e à formação profissional do educador.
3.1- O AMBIENTE ESCOLAR
O espaço escolar é um dois locais para a construção de conhecimento e valores, que possibilitem a compreensão da nossa sociedade e a organização da ação educacional com vistas à equidade, à autonomia e, consequentemente, à inclusão dos indivíduos na vida cidadã. 
Logo, faz-se necessário focalizar a avaliação da aprendizagem como um processo contínuo de pesquisas que visa interpretar os conhecimentos, habilidades e atitudes dos alunos, tendo em vista mudanças esperadas no comportamento, propostas nos objetivos, a fim de que haja condições de decidir sobre alternativas do planejamento do trabalho do professor e da escola de um modo geral.
O ensino é um processo que provoca mudanças nos alunos. Crianças são enviadas às escolas porque acredita-se, que ela possa mudar as pessoas, fornecendo-lhes instrumentos para pensar, sentir e agir de forma nova em relação a si mesma e a realidade em que vivem. 
A escola, além de oferecer o saber escolar, deve checar se ele foi compreendido conforme a citação abaixo: 
Associada a essa concepção de avaliação esta a própria escola com o papel fundamental de transmitir o saber escolar. A escola assim, o faz, organizando-se conforme uma racionalidade específica, numa lógica de divisão e distribuição de tempos e espaços, articulados em uma determinada sequência que exige avaliações periódicas, para verificação do processo de assimilação do conhecimento adquirido pelo aluno. (Dalben,2002,p.14) 
Para entendermos o que ocorre dentro deste espaço tão conflituoso, chamado escola, tomaremos como base a obra de Gadotti (1941), Escola Cidadã. O autor relatou, a setenta e três anos atrás, várias questões que estão presentes atualmente em nossas escolas, sendo assim tomaremos esse olhar para ampliar um pouco mais a nossa visão, em relação a esse ambiente.
De acordo com Gadotti (1941), vivemos em um país que importa diversas tendências pedagógicas, e esses modelos trazidos de outro cenário educacional, quando colocados em ação levam as escolas ao fracasso total. Como se a educação pudesse ser testada; como se o sujeito que está vivenciando o processo como aluno, ao final da experiência frustrada, tivesse como voltar no tempo e recuperar o que perdeu. 
Cada vez que testamos determinadas práticas ou importamos essas tendências, estamos dando um enorme passo para trás porque nada é mais coerente do que partir-se da realidade local, em busca da necessidade daquele grupo determinado, naquela época e, a partir dai, apenas adequar-se às necessidades de cada novo momento ou realidade do grupo escolar.
Para uma escola que deseja formar para a autonomia, é preciso dar autonomia para essa escola; sendo assim, é fundamental que as escolas tenham acesso a inúmeras propostas para decidir com base na sua realidade; pois, receber algo pronto, como se fosse possível unificar as realidades, é uma utopia. Conteúdos programados, currículos elaborados sem conhecimento da realidade, que não permitem a flexibilização é levar a educação para o caminho da alienação.
Vejamos outro posicionamento de Gadotti sobre essa questão: 
Chego a perguntar-me até que ponto é legítimo , apesar das melhores intenções, os chamados especialistas dos órgãos centrais das Secretarias de Educação imporem pacotes pedagógicos e fazerem experimentos pedagógicos com alunos e professores. Não seria melhor cada escola ter acesso a muitas propostas e conteúdos curriculares, para, a partir da sua própria realidade e experiência, construir o projeto da escola que deseja? As reorientações curriculares que partem das boas intenções dos educadores, situados nos gabinetes das secretarias, até hoje não obtiveram, por outro lado, bons resultados.Só obtiveram bons resultados as reformas curriculares que estimularam os projetos das próprias escolas. (GADOTTI, 1941, p.36-37)
A escola, como espaço para o desenvolvimento das capacidades humanas e estabelecimento das relações sociais, deve estar centrada na formação de sujeitos autônomos, que vive em uma sociedade que sua busca é voltada também para autonomia. Não cabe mais isolamentos de profissionais em gabinetes de escola, todos têm que participar ativamente deste organismo vivo. Supervisores e orientadores devem buscar constantemente informações diretas com os alunos e com a comunidade, sobre sua identidade como grupo. Entender a individualidade e valorizar a diferença, entender que não é arriscado trazer a comunidade para dentro da escola. Subsidiando dessa maneira, o trabalho dos professores de forma mais próxima da realidade do aluno.
Para Sobrinho, 2008:
A escola é, assim, a agência da socialização nas qual as crianças experimentam pela primeira vez um sistema institucionalizado de diferenciação com base na realização individual, o qual procura incutir a aceitação das regras de competição próprias da estrutura social e econômica (p.24).
Os estabelecimentos escolares devem apresentar-se como um espaço de inclusão social e não como mais um lugar de exclusão, como os tantos que existem. E como é um lugar que recebe pessoas oriundas de diversas classes sociais, acaba privilegiando os de poder aquisitivo mais elevado.
 A competitividade citada acima é um fato concreto e não nos cabe aqui negar isso, visto que é um fator da sociedade capitalista e de alguma forma a escola precisa preparar esse individuo para o mundo, em relação ao papel que cabe a ela.
Como espaço responsável pela socialização, transmissão de valores, ética e pela educação do sujeito, a escola precisa de um sistema de comprovação que realmente isso esteja acontecendo, pois caso contrário, ela mesma não estará sendo ética.
A forma de comprovação da aprendizagem educacional é através do processo de avaliação. Quando dizemos que é através de um processo é porque não cabe uma ação isolada, isso quer dizer que a ela é contínua, ou seja, progressiva.
Outra questão que precisamos abordar, e, trata-se também de uma ação de competitividade que tem relação direta com a escola, são os vestibulares que os alunos prestam após a escolarização. A escola precisa preparar os alunos para todas as etapas da vida. A competitividade que ocorre muitas vezes em sala de aula é uma competição saudável, pois, futuramente esses estudantes enfrentarão processos seletivos rigorosos e importantes como ocorre nas universidades, nos concursos públicos ou nas entrevistas de emprego.
Em todos os momentos a avaliação está presente, seja dentro ou fora das instituições de ensino. Quando se diz que a avaliação ocorre também fora das instituições de ensino, pode ser citado o dia-a-dia das pessoas, para decidir se deve ou não fazer alguma coisa, pois é um movimento cíclico contínuo, onde é preciso, parar, analisar e avaliar as tomadas de decisões, quais os pontos positivose negativos da situação. 
Nas instituições de ensino, a avaliação precisa cumprir uma série de exigências, que vão além da burocracia que o processo pede, mas que norteie juntamente as relações estabelecidas de um modo geral.	
Não há outra instituição mais habituada à avaliação do que a escola, em qualquer dos seus níveis e independente da natureza jurídica. A avaliação faz parte do cotidiano escolar, define o clima das reuniões diversas de caráter pedagógico, é presença constante nas salas de aula e marca os momentos decisivos do tempo institucional por meio dos rituais das provas e dos exames. (SOBRINHO, 2008, p.53)
A avaliação da aprendizagem escolar é considerada uma das mais importantes ferramentas, para os docentes atingirem o objetivo fundamental da escola com relação à progressão de todos os estudantes. Porque através da avaliação, constata-se o que foi ou não assimilado pelo grupo, novos caminhos passam ser buscados e encontrados para que o alunado consiga a aquisição de outros conhecimentos.
A escola precisa treinar seu olhar, para que em qualquer circunstância, seja capaz de enxergar o que é realmente importante e necessário para seu alunado. Algumas acreditam que os conteúdos são importantes enquanto outras analisam aspectos que vão desde a socialização, autonomia, limites e superações. A junção das duas ideias aparenta ser o mais equilibrado para o que realmente é fundamental, o desenvolvimento pleno do aluno.
Avaliar e ser avaliado não é uma tarefa das mais simples, mas o fato é que numa dinâmica constante da vida, nós avaliamos e somos avaliados. Dessa forma, a avaliação deve girar em torno dos alunos, das condições em que o ensino esta sendo oferecido , da formação continuada do corpo docente, das suas condições de trabalho e recursos didáticos disponíveis, currículo, cultura, organização da escola e, ainda, postura de toda a equipe escolar.
A escola não é lugar das conformidades mas o espaço dos questionamentos e sendo assim incitar essa inquietação é função de da escola, do educador dessa escola.
0. A FAMÍLIA
Segundo Prado (1981), as famílias evoluem, se modificam; assim como são diversas as concepções do significado social dos laços estabelecidos dos indivíduos de uma sociedade dada. A palavra família, no sentido popular e nos dicionários, significa pessoas aparentadas e que vivem, em geral, na mesma casa, particularmente o pai, a mãe e os filhos. Ou ainda, pessoas do mesmo sangue, ascendência, linhagem, estirpe ou admitidos por adoção. Paradoxalmente, todos sabem o que é uma família, já que todos nós somos parte integrante de alguma família. É uma entidade, por assim dizer, óbvia para todos. No entanto, para qualquer pessoa é difícil definir essa palavra, e mais exatamente o conceito que a engloba, que vai além das definições livrescas.
Prado (1981) diz que uma família é não só um tecido fundamental de relações, mas, também, um conjunto de papeis socialmente definidos. A organização da vida familiar depende do que a sociedade, através de seus usos e costumes, esperam de um pai, de uma mãe, dos filhos, de todos os seus membros, enfim. Nem sempre, porém, a opinião geral é unânime, o que resulta em formas diversas de família além do modelo social preconizado e valorizado. É através da família – menor célula organizada da sociedade – que o estado pode exercer um controle sobre os indivíduos, impondo-lhes diferentes responsabilidades conforme cada momento histórico.
Tendo a família como base de qualquer indivíduo, não se pode, portanto, desconsiderar o importante papel que ela ocupa também na vida escolar da criança. Esse papel muitas vezes é negligenciado pelas mesmas ou até desconhecido, mas é necessário à escola orientar as famílias, sobre o quanto a participação delas influencia no processo de aprendizagem do educando. 
A escola como um estabelecimento de educação, que recebe alunos de diferentes classes sociais, diferentes religiões, etnias ou culturas, precisa conhecer o contexto familiar do seu alunado, precisa descobrir o que a família pensa a respeito do seu próprio papel no processo de aprendizagem das crianças e adolescentes, para assim, os sensibilizarem sobre a necessidade e importância na aprendizagem dos seus filhos.
Apesar dos conflitos, a família no entanto é “única” em seu papel determinante no desenvolvimento da sociabilidade, da afetividade e do bem-estar físico dos indivíduos, sobretudo durante o período da infância e da adolescência. (PRADO,1981, p.14)
A sociedade contemporânea vive numa busca desenfreada por bens materiais, uma característica predominante do nosso sistema capitalista, e essa busca faz com que as pessoas tenham que trabalhar cada dia mais e mais, para conseguirem aquilo que pensam que vai trazer-lhes satisfação; o que é sempre uma grande ilusão. E, nesse ciclo vicioso, as pessoas sempre vão encontrar outro objeto que lhes despertem essa possibilidade de encontrar, digamos que, uma felicidade momentânea.
Com isso, as pessoas passam a não prestar mais atenção aos que estão a sua volta. As crianças são as mais prejudicadas, pois têm na família sua estrutura de base, e quando esta não tem tempo para participação efetiva em suas vidas, tudo será comprometido. E mais uma vez, vale ressaltarmos que cabe à escola, uma ação direcionada para que os responsáveis pelas crianças reflitam sobre as dificuldades que geram a ausência dos pais na vida educacional dos filhos.
 Faz-se necessário que as escolas construam projetos envolvendo a família em sua rotina, convide-os a conhecer essas propostas de trabalho, envolva-os e façam entender que trabalhando juntas (a instituição familiar e a instituição educacional), vão fortalecer o sujeito em formação. Essa interação produz mudanças em todos os níveis do ensino, em todas as pessoas envolvidas, produzindo assim novas aprendizagens.
A escola precisa promover mais encontros com a família e apresentar sua proposta de trabalho. Enfatizar para a família, a necessidade que a criança possui de sua participação em cada momento de sua aprendizagem. Estabelecido esse vinculo escola passa então a direcionar a família nesse processo. Levá-los a compreender que precisam dar continuidade em casa ao que esta sendo trabalhado na escola. Como diz Brandão apud Libâneo:
Ninguém escapa da educação. Em casa, na rua, na igreja ou na escola, de um modo ou de muitos, todos nós nos envolvemos pedaços da vida com ela: para aprender, para ensinar, para aprender-e-ensinar. Para saber, para fazer, para ser ou para conviver, todos os dias misturamos a vida com educação. Com uma ou com várias: educação? Educações (...) Não há uma forma única nem um único modelo de educação; a escola não é o único lugar em que ela acontece e talvez nem seja o melhor; o ensino escolar não é a única prática, e o professor profissional não é o seu único praticante.(BRANDÃO, 1981, p.9) 
Por esta perspectiva, a educação ocorre em todos os espaços e a família como grupo de convivência diária das crianças, deveria ser a principal transmissora de educação e valores. Quando uma criança chega ao ambiente escolar, ela já tem uma concepção de mundo pois ela já foi a igreja, passeou pela sua cidade, assistiu televisão e portanto já existem para ela alguns conceitos estabelecidos que vão se afirmar ou reformular de acordo com o que será transmitido. 
A introdução aos parâmetros curriculares nacionais de educação nos orienta que, é importante salientar que o espaço de aprendizagem não se restrinja à escola, sendo necessário propor atividades que ocorram fora dela. No dia-a-dia devem-se aproveitar os espaços externos para realizar atividades cotidianas, como ler, contar histórias, fazer desenho de observação, buscar materiais para coleções.
O bom desenvolvimento escolar de cada aluno não depende apenas dos conteúdos trabalhados em sala de aula ou da habilidade do professor mas também, do apoio da família desse aluno.
 A forma como cada família se comporta em relação ao desempenho escolar dos seus filhos, influencia muito quanto aos resultados , independente

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