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Ensino e Aprendizagem da Filosofia Contato com o Ambiente Escolar e Regengia Lysis Ferreira Duarte Tutora Externa Professora: Carla Xavier Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Licenciatura em Filosofia (FLZ 0612) – Estágio Curricular Obrigatório II 21/09/2019 RESUMO A proposta deste paperé analisar de forma breve os aspectos da importância do ensino da filosofia, seu processo de ensino-aprendizagem também como a relação aluno - Professor para jovens do ensino médio através da observação durante 20 horas/aula mais 5 horas/aula de regencia. Palavras-chave: Filosofia. Ensino. Aprendizagem 1 INTRODUÇÃO Este artigo tem o intuito de provocar reflexões referentes aos processos de ensino e aprendizagem da Filosofia quanto disciplina vigente no currículo de educação básica. Bem como demonstrar a experiência vivenciada no Estágio Supervisionado II, que ocorreu no Colégio Estadual Augusto Meyer – Esteio/RS. A observação de 20horas/aula e as regências ocorreram através do desenvolvimento de planos de aula, utilizando para isso, a pedido do professor regente, temas como: Liberalismo, Empirismo, e Iluminismo, nas turmas 201 e M2A correspondentes ao segundo ano do ensino médio, com duração de cinco horas/aula dividindo assim em 2h/aula na turma 201 e 3h/aula na turma M2A. 2 ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA A área de concentração escolhida para a elaboração deste Paper de Estágio foi no intuito de sua relevância no intuito de esclarecimento de quais as metodologias utilizadas e que fizeram a diferença na vivencia e aprendizagem, para que através da observação e da regência se possa analisar a realidade de cada escola e dos alunos. O processo de ensino por vezes se preocupa apenas com a leitura mecânica, a decodificação, sem se dar conta que a compreensão também é de extrema relevância para o aprendizado. Sendo 2 que o professor é a parte mais importante nesse processo, pois é através dele que o aluno será levado a buscar o conhecimento, a construir seu próprio conhecimento. Mas para que esse professor seja um mediador capaz de executar tal função com sabedoria, criatividade e com respeito aos seus alunos e desta forma esse professor estará contribuindo para a formação cidadã deste aluno, favorecendo, assim, a aprendizagem almejada. Lógico que o professor não pode apenas ensinar com base no que o aluno traz consigo de conhecimento, mas deve perceber que o cotidiano é mais um recurso que o auxilia nessa tarefa, e que ele deve trazer para este contexto novos assuntos, assim terá uma troca de conhecimentos que enriquecerá a aula, tornando-a prazerosa e significativa. A prática mais comum de ensino atual da filosofia se sustenta na forma mais básica possível, ou seja, transmissão e reprodução dos conhecimentos historicamente acumulados limitando-se à abordagem do professor, objetivando a assimilação do mesmo pelo estudante que na esfera do exercício filosófico do pensamento confirma certa carência. Nesse sentido, a inserção de “informações pronta” aos alunos, desconsiderando o contexto em que estão inseridos, não parece promover a aprendizagem filosófica da Filosofia, mas sim fornecer conhecimentos abstratos sobre sua História. A afirmação da Filosofia como componente curricular do ensino médio traz à tona questões inerentes à própria disciplina, tais como: a concepção teórica do ensino de Filosofia; as abordagens metodológicas específicas; e, sobretudo, os conteúdos que podem estruturar o ensino. Por isso mesmo, compreender sua importância é também conceder-lhe tempo. É possível trabalhar filosofia sem o livro didático, entretanto, é impossível fazê-lo sem texto/conteúdo filosófico, como afirma Melo: “A importância da utilização e da presença do texto filosófico em sala de aula se justifica pela necessidade de se respeitar a especificidade do conhecimento filosófico” (MELO, 2014, p. 1157). Por tudo que foi visto até aqui, pode-se dizer que os “problemas” não estão propriamente ligados ao tipo de método pelo professor. Quando na verdade é algo que vai bem mais além, do que a escolha do método mais adequado inclui a capacitação e a formação de professores e profissionais da área de educação, o apoio da família e o cumprimento e análise mais minuciosa das políticas públicas em relação ao processo de ensino e aprendizagem neste caso falando não só especificamente da Filosofia, mas também como da educação em sua amplitude. O desafio é evitar que a Filosofia acabe sendo somente uma teoria ou um discurso sobre qualquer coisa, mediante o qual não se toma contato com a vida nem com os problemas concretos das pessoas. É preciso transforma-la numa experiência significativa, através de metodologias e conteúdos que conduzam à 3 reflexão e, ao final de seu exercício, com o objetivo de ajudar a esclarecer um pouco mais sobre os distintos e contraditórios aspectos do conhecimento e da sociedade (CARMINATTI, 2012, p. 37). Sendo a filosofia uma invenção da nossa civilização que surgiu concomitantemente à Civilização Ocidental. Sempre que ensinamos sobre sua história atribuímos sua origem à passagem do pensamento mítico ao pensamento racional, nos primórdios, com os pré - socráticos, depois com Platão e assim sucessivamente. Na atualidade não é corriqueiro filosofar sobre cotidiano, pois a maioria das pessoas tem no senso comum uma maior confiança em relação ao conhecimento e crença na ideologia da ciência, das tradições, da lógica da indústria do que na construção autônoma e crítica de si e do mundo. Entretanto no ensino da filosofia como experiência pode-se desenvolver esse pensamento dentro da ideia de filosofar, familiarizando o aluno sua própria construção, criativamente por ele mesmo e também pelo professor. Para passar essa experiência devemos buscar as inquietações dos jovens focando na busca de saídas para problemas concretos, por meio da criação de conceitos oferecendo critérios filosóficos para assim o aluno julgar a realidade por meio da prática e do questionamento filosófico para a construção de conceitos, através exercício da criatividade e de seu pensamento individual. Que toda filosofia dependa de uma intuição, que seus conceitos não cessam de desenvolver até o limite das diferenças de intensidade, esta grandiosa perspectiva leibniziana ou bergsoniana está fundada se consideramos a intuição como o desenvolvimento dos movimentos infinitos do pensamento, que percorrem sem cessar um plano de imanência. Não se concluirá daí que os conceitos se deduzam do plano: para tanto é necessária uma construção especial, distinta daquela do plano, e é por isso que os conceitos devem ser criados, do mesmo modo que o plano deve ser erigido. (...) Se a filosofia começa com a criação de conceitos, o plano de imanência deve ser considerado como pré-filosófico. Ele está pressuposto, não da maneira pela qual um conceito pode remeter a outros, mas pela qual os conceitos os remetem mesmos a uma compreensão não conceitual. (Deleuze & Guatarri, 1992, p. 56-57) Partindo da ideia de que o ensino de filosofia está a serviço da formação dos alunos Antônio Joaquim Severino (2003) proporciona uma dimensão para o pensar filosófico propondo a definição de que: Todo filósofo é um educador da cidade. Não sem razão, impõem se insistir em que o compromisso fundamental do conhecimento é com a construção da cidadania, entendida esta como uma forma adequada de existência no âmbito da polis, adequada porque realizando uma necessária qualidade de vida, que o próprio conhecimento, ferramenta privilegiada da espécie, lhe permite configurar historicamente. (SEVERINO, 2007) Nas aulas de filosofia onde se promove a experiência filosófica o professor nãodeve ser o detentor de verdades e sim assume a postura de ensinar a pensar, organizar perguntas de uma problemática, ler, escrever, investigar e dialogar filosoficamente,avaliando e criando saídas filosóficas para o problema investigado contemplando a diversidade sem desconsiderar nenhuma das posições, nem impedir suas defesas. Essa honestidade é inclusive condição de coerência em sua regência de aulas instigantes para os alunos sempre com cautela, pois, tudo pode acontecer já que 4 estará sendo criado algo ou alguma ideia nova. Colocando à disposição dos seus alunos os instrumentos que conhece para o desenvolvimento da disciplina, consciente de que sua orientação é limitada ao seu modo de compreender a filosofia e a realidade, mas sempre incentivando a possíveis criações de novos modos e conceitos por parte de seus alunos. 3 VIVÊNCIA DO ESTÁGIO O Estágio Curricular Obrigatório II foi desenvolvido no Colégio Estadual Augusto Meyer, situado a Rua Rio Parto, 1187, bairro Teópolis – Esteio/RS de forma conturbada em decorrência da colaboração pífia por parte do professor regente e também devido a dificuldades por parte da Instituição concedente devido a greves, mudanças constantes na grade curricular devido a chegada e saídas de funcionários do corpo docente entre outros. O estágio, que teve seu início com o período de observação, que teve inicio em 13 de Maio de 2019 e término em 12 de Julho de 2019. O desenvolvimento ocorreu através de visitas programadas a espaços de aprendizagem seguidas de relatos, reflexões, discussões e atividades que possibilitem a articulação teoria e prática, privilegiando o diálogo e as interações entre os sujeitos do processo de ensino e aprendizagem. Com isso serão criadas condições para a caracterização do espaço selecionado, caracterização da presença da matemática no currículo da Escola, dos desafios e soluções apontados por professores com experiências diversificadas, do processo de coordenação pedagógica e orientação educacional relativas à essa área, da administração geral do espaço e de outros setores da escola. O trabalho de estágio nessa etapa tomou como princípio o caráter investigativo e multicultural da construção de conhecimento, bem como o necessário desenvolvimento da visão crítica e da autonomia do futuro professor. A fundamentação teórica para a elaboração dos planos de aula bem como seus temas foram todos sugeridos e observados de perto pelo professor regente da disciplina a bem de coincidir com o andamento das aulas sempre muito rígidas e especificam de algum assunto um tanto quanto relacionado ao tema geral da Filosofia politica moderna e seus principais filósofos coisa que ocorreu durante o período de observação e posteriormente direcionados a serem continuados nas aulas em que realizei a regência. Ainda no período de observação tive a oportunidade de observar uma das aulas em cada turma em que houve a exibição do filme “Encontro do século” que apresenta um encontro inusitado entre Adam Smith e Karl Marx - dois personagens que viveram em períodos distintos e que representam as duas correntes de pensamento que marcaram o debate político e ideológico sobre o capitalismo a partir do século XIX: o liberalismo e o socialismo. Disponível em versão completa https://www.youtube.com/watch?v=WnZs9xrDM0k (acesso em 30/06/2019). 5 Produzido pela fundação Vanzolini, realização Prefeitura de São Paulo. As demais aulas de observação foram ministradas a partir de explanação teoria, indagação aos alunos e debate sobre o assunto. Na parte da regência foram ministradas 5 aulas ( duas na turma 201 e três na turma M2A) tais como: Liberalismo, Racionalismo, Empirismo e Iluminismo ( o trema Liberalismo foi desenvolvido repetidamente em ambas as turmas. Além da forma usual de explanação do conteúdo usando do quadro e canetas, passei em ambas as turmas um esquema didático com a “Linha do tempo da filosofia” (Anexo I) para que os alunos pudessem se situar com mais facilidade cada Filosofo seus conceitos baseados na realidade de tempo e espaço de cada um, pois, durante as observações notei esta dificuldade, e com tal medida notei uma melhora, pois, a familiaridade com acontecimentos históricos e sociais da mesma época mas com a ótica da literatura e história eles já tem uma familiaridade e também menor preconceito na receptividade de tais conteúdos. Notei nítida diferença entre uma turma e outra. A turma M2A é uma turma grande (34 alunos) a maioria demonstrava interesse quando percebiam que o assunto era de fácil compreensão e rápida adequação a suas realidades, de forma a formar pequenos debates muito proveitosos. Já a Turma 201 é uma pequena (23 alunos) todos muito quietos, pouco receptivos e nada indagadores. Aceitam os conceitos transmitidos e somente anotam. Houve oportunidade para perguntas e também foi-lhes oferecido momentos de debate e não houve interesse e só duas alunas demonstraram interesse e participaram por vontade própria. Quanto a escola dificuldades no inicio para a efetivação do estagio, posteriormente um encalço atrás do outro, pois a, a grade do corpo docente estava incompleta e a grade de horários era modificada semanalmente ou até em menos dias, períodos de provas de recuperação, concelho de classe e também alguns dias de paralisação dos professores em virtude do atraso dos salários por parte do Governo Estadual do Rio Grande do Sul. Quanto à equipe diretiva e o corpo docente me oportunizaram estagiar na instituição, porém, a maior parte não foi dos professores não foram receptivos, inclusive o professor regente que eu estava observando as aulas desde o inicio até o termino do estagio. Esse episódio foi marcante para minha vida como um todo não somente no âmbito profissional, pois, ser gentil e educado deve ser uma marca natural intrínseca de qualquer ser humano que viva em sociedade e isso não foi uma realidade vivida por mim neste período. Levo desta vivencia muitos aprendizados teóricos sobre Filosofia Moderna por que foi o assunto que mais observei e desenvolvi, mas, a parte mais marcante foram as relações interpessoais entre os alunos e principalmente no extraclasse. 6 REFERÊNCIAS BRASIL, Lei 9394- LDB- Lei das Diretrizes e Base da Educação, de 20 de dezembro de 1996. CARMINATI, Celso João. Formação e ensino de filosofia. In: MATOS, Junot Cornélio. Revista Perspectiva Filosófica: Revista dos Programas de Pós-Graduação em Filosofia da UFPE e UFPB. Volume II, Nº 38. Recife/PE: Universidade Federal de Pernambuco, 2012. p. 29-44. EDUCAÇÂO, Ministério da, http://portal.mec.gov.br/profuncionario/323-secretarias- 112877938/orgaos-vinculados- 82187207/12768-filosofia-e-sociologia-no-ensino-medio-sp- 1870990710 GALLO, Silvio e KOHAN, Walter O. Crítica de alguns lugares-comuns ao se pensar a filosofia no Ensino Médio. In: (Orgs.) Filosofia no Ensino Médio. Petrópolis: Vozes, 2000. p. 174-196. GALLO, Silvio. e KOHAN, Walter. Filosofia no ensino médio. Petrópolis: Vozes, 2000. KANT, I. Crítica da razão pura. 2. ed. São Paulo: Abril Cultural, 1983. (Coleção “Os Pensadores”). MELO, Elizabete Amorim de Almeida. Plano de Estágio 3: Observação de aulas de Filosofia em turmas do ensino médio. Maceió: UFAL, 2014a. Mimeo. RANCIÈRE, Jacques. O mestre ignorante: Cinco lições sobre a emancipação intelectual. Trad. Lilian do Valle. Belo Horizonte: Autêntica, 2002. SEVERINO, Antônio J. Metodologia do trabalho científico. 23 ed. São Paulo: Cortez, 2007. http://portal.mec.gov.br/profuncionario/323-secretarias-112877938/orgaos-vinculados- http://portal.mec.gov.br/profuncionario/323-secretarias-112877938/orgaos-vinculados-
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