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DIREITO PENAL MILITAR - 2018

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APLICAÇÃO DA LEI PENAL
Princípios 
- Intervenção Mínima, Fragmentariedade e Legalidade; 
Igual CP.
Princípio de legalidade
Art. 1º Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal.
Decorrência do princípio da legalidade são:
	a) princípio da reserva legal: definições de crime e pena devem ser estipulados em lei proveniente do Poder legislativo. (Lei federal de competência da União – art. 22, I, CF)
	b) anterioridade: o crime e a pena já devem estar previstos antes da prática da conduta.
	c) taxatividade: as leis que definem crime devem ser precisas, sendo vedado analogia para prejudicar o réu.
- Adequação Social: não existe no CPM
Não admite que costumes sociais possam interferir no direito militar.
- Culpabilidade; 
Igual CP
- Co-Culpabilidade; 
Igual CP
- Humanidade; 
Igual CP
- Proporcionalidade; 
Igual CP
- Personalidade / Responsabilidade Pessoal ou Intranscendência; 
Igual CP
- Individualização da Pena; 
Igual CP
- Insignificância. 
Existe no Direito Penal militar, conceito, requisitos igual DP.
STJ não admite esse principio no DPM, mas o STF e STM aceitam.
Esse princípio traz uma causa supralegal que exclui a tipicidade material (mesmo que formalmente típico).
Crimes que aplicam esse princípio: 
	a) crimes militares patrimoniais sem constrangimento ilegal à vítima, dependendo do caso concreto: ex: furto de uso, furto, estelionato.
Não aplica esse princípio para crime que envolve droga.
Lei Penal Militar no Tempo 
- Lex Mitior (CF/88, art. 5º, XXXIX e XL, in fine; CPM, arts. 1º e 2º): lei mais benéfica é retroativa (aplica aos crimes ocorridos antes da sua vigência) e ultra ativa (aplica aos crimes ocorridos durante sua vigência – tempus regit actum), igual CP. 
a) Princípios:
Em regra, vige o Princípio da irretroatividade da lei penal militar. Exceção: a lei retroage para beneficiar o réu (Princípio da retroatividade e ultra atividade da lei mais benéfica), mesmo que já tenha sentença condenatória transitada em julgado (neste caso, juiz da execução aplicará a lei nova mais benéfica).
A verificação da lex mitior ocorre no caso concreto, pois norma mais benéfica em determinado caso pode não o ser em outro. 
b) Espécies de lex mitior: igual CP. Abolitio criminis, novatio legis in melius.
Lei supressiva de incriminação
Art. 2° Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime [abolitio criminis], cessando, em virtude dela, a própria vigência de sentença condenatória irrecorrível, salvo quanto aos efeitos de natureza civil.
Retroatividade de lei mais benigna
§ 1º A lei posterior que, de qualquer outro modo, favorece o agente, aplica-se retroativamente, ainda quando já tenha sobrevindo sentença condenatória irrecorrível.
Apuração da maior benignidade
§ 2° Para se reconhecer qual a mais favorável, a lei posterior e a anterior devem ser consideradas separadamente, cada qual no conjunto de suas normas aplicáveis ao fato.
Obs: Combinação de Leis Penais Militares (HC n.º 95.435/RS, em 21/10/2008):
Igual CP. Não pode haver cominação de leis penais. Ou aplica integralmente uma lei, ou integralmente outra lei.
Tratando-se de crime continuado e permanente aplica-se a lei vigente ao término da continuação ou permanência, mesmo que mais gravosa. Igual CP.
- Lex Gravior (CF/88, art. 5º, XL; CPM, art. 1º): lei mais gravosa é irretroativa e não ultra ativa. Igual CP
	a) Princípios: irretroatividade da lei penal militar.
	b) Espécies: novatio legis incriminadora e novatio legis in pejus. Igual CP.
- Lei Penal Intermediária (STF, RE n.º 418.876/MT, julgado em 30/03/2004); 
Se havendo sucessão de leis no tempo, a mais favorável é a lei do meio, ela é aplicada.
Igual CP.
- Medidas de Segurança (CPM, art. 3º): 
Não foi recepcionado pela CF 88 (art.5º, inciso 40): É INCONSTITUCIONAL.
“Art. 3º. As medidas de segurança regem-se pela lei vigente ao tempo da sentença, prevalecendo, entretanto, se diversa, a lei vigente ao tempo da execução.” 
- Lei Excepcional ou Temporária (CPM, art. 4º): 
“Art. 4º. A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência.” 
Igual CP.
Lei excepcional é aquela feita para vigorar em determinadas épocas, em virtude de situação de anormalidade (ex: catástrofes naturais, guerra, etc).
Lei temporária é aquela que traz a data de vigência na própria lei.
Ambas são ultra ativas, aplicando-se aos fatos ocorridos durante sua vigência, mesmo que lei posterior seja mais benéfica. 
Obs: CPM traz crimes militares em tempo de guerra, por isso, não são todos os crimes em tempo de guerra que são excepcionais.
- Tempo do Crime Militar (CPM, art. 5º): 
“Art. 5º. Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o do resultado.” 
Igual CP.
Adotou a Teoria da atividade/conduta.
Exceção a essa teoria é no que diz respeito ao início da contagem da prescrição da pretensão punitiva em abstrato, que adota teoria do resultado. (igual CP)
- Normas Penais em Branco.
Igual CP. São tipos penais incriminadores que possuem algum elementar cujo conceito/sentido/alcance estão previstos em outra norma jurídica.
No CPM tem bastante, pois toda vez que diz que o sujeito ativa ou passivo for militar é uma norma penal em branco, uma vez que o conceito de militar está em outra norma. (142, CF).
Lei Penal Militar no Espaço 
- Princípios da Territorialidade & Extraterritorialidade (CPM, art. 7º):
“Art. 7º. Aplica-se a lei penal militar [brasileira], sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime [militar] cometido, no todo ou em parte no território nacional [territorialidade], ou fora dele [extraterritorialidade], ainda que, neste caso, o agente esteja sendo processado ou tenha sido julgado pela justiça estrangeira [incondicionada].” 
a) Código Penal Comum (arts. 5º e 7º): 
· Territorialidade: Regra; 
· Extraterritorialidade: Exceção. 
b) Código Penal Militar (art. 7º): 
· Territorialidade: Regra. CPM aplica-se em todo território nacional.
· Extraterritorialidade: Regra. O agente de qualquer nacionalidade é punido pelo CPM, em qualquer lugar que esteja, se praticar crime militar.
No CPM toda extraterritorialidade é INCONDICIONADA.
- Território Nacional por Extensão (CPM, art. 7º, §§ 1º, 2º e 3º): 
“Art. 7º. (...) § 1º. Para os efeitos da lei penal militar consideram-se como extensão do território nacional as aeronaves e os navios brasileiros, onde quer que se encontrem, sob comando militar ou militarmente utilizados ou ocupados por ordem legal de autoridade competente, ainda que de propriedade privada.
a) Código Penal Comum (art. 5º): Embarcações e Aeronaves Brasileiras Privadas fora do território geográfico brasileiro não são territórios nacionais por extensão. 
b) Código Penal Militar (art. 7º, § 1º): se crime militar é praticado dentro de Navios e Aeronaves Brasileiras Privadas ou públicas, ainda que fora do território geográfico brasileiro, são territórios nacionais por extensão, desde que estejam sobre comando militar. 
“Art. 7º. (...) (...) § 2º. É também aplicável a lei penal militar ao crime [militar] praticado a bordo de aeronaves ou navios estrangeiros, desde que [estejam] em lugar sujeito à administração militar, e o crime [militar] atente contra as instituições militares.” 
§ 3º. Para efeito da aplicação deste Código, considera-se navio toda embarcação sob comando militar.” 
Legislação penal militar é só o Código Penal Militar.
Para aplicar lei penal militar ao crime militar cometido em aeronave e navio estrangeiro exigem-se 2 condições:
Que o navio e a aeronave estrangeira estejam em lugar sujeito à administração militar, e o crime militar atente contra as instituições militares.
- Lugar do Crime Militar (CPM, art. 6º): 
“Art. 6º. Considera-se praticado o fato, no lugar em que se desenvolveu a atividade criminosa, no todo ou em parte, e ainda que sob forma de participação, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. Nos crimes omissivos, o fato considera-sepraticado no lugar em que deveria realizar-se a ação omitida.” 
a) Código Penal Comum (art. 6º): Teoria da Ubiquidade: lugar onde ocorrer a conduta, lugar onde produziu o resultado ou lugar onde deveria produzir resultado. 
b) Código Penal Militar (art. 6º): 
· Crimes Militares Comissivos: Teoria da Ubiquidade – considera praticado o crime no lugar da conduta bem como no lugar do resultado ou onde deveria produzir o resultado; 
· Crimes Militares Omissivos: Teoria da Ação/Atividade/Conduta – crime é praticado no lugar em que deveria realizar-se a ação omitida.
- Pena Cumprida no Estrangeiro (CPM, art. 8º): 
“Art. 8º. A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas.” 
Igual CP.
CONCEITO DE CRIME MILITAR
- Crimes Comuns & Crimes Militares: 
Para ser crime Militar deve preencher os requisitos do art. 9 e 10 CPM, se não preencher é crime comum.
- Crimes Militares Próprios/puros & Crimes Militares Impróprios/impuro:
Jurisprudência do STF, STM:
	a) próprios: 
1ª tese diz que é crime que só está previsto no CPM ou previsto diferente do que a legislação penal comum, E só pode ser praticado por militar.
2ª tese crime que só está previsto no CPM ou previsto diferente do que a legislação penal comum E pode ser praticado por qualquer pessoa.
Em regra, nos concursos tem prevalecido a 2ª tese.
Exemplos de crimes que são considerados próprios nas duas correntes: motim, revolta, organização de grupo para pratica de violência, omissão de lealdade militar, conspiração, deserção, abandono de posto, insubordinação, insubmissão, dano culposo, recusa de obediência, violência contra superior, violência contra inferir, violência contra militar em serviço, desrespeito contra superior, desacato a superior, desrespeito a símbolo nacional, despojamento desprezível, violação de recado, etc...
	b) impróprios: 
são crimes previstos tanto no CPM como no CP.
- Crimes Militares em Tempo de Paz & Crimes Militares em Tempo de Guerra; 
Adota critério objetivo ratione legis: crime militar é aquele que o CPM prevê como tal.
	a) O que é Crime Militar em Tempo de Paz?
Para que haja crime militar em tempo de paz tem que haver 2 requisitos:
Crime deve estar Definido no CPM ou no CP comum, no caso do inciso II, art.9.
+
Circunstâncias arroladas no Art. 9º do CPM
A circunstância tem que ser IGUAL a aquelas previstas no artigo 9.
- O que é Crime Militar em Tempo de Guerra? 
Crime Definido ou Não no CPM
+
Circunstâncias do Art. 10 do CPM
Em tempo de guerra o crime não precisa estar definido no CPM, pode estar previsto em qualquer legislação.
- OBSERVAÇÃO: Nem Todo Crime Praticado:
a) Por Militar é Crime Militar! 
b) Contra Militar é Crime Militar! 
c) Em Lugar Sujeito à Administração Militar é Crime Militar! 
- Justiças Militares Federal/União & Estadual/distrital; 
	a) Federal: processa e julga crimes militares praticados contra as forças armadas por qualquer pessoa.
	b) estadual: só processa e julga militares estaduais ou distritais por crime militar contra as forças militares estaduais E as ações judiciais contra atos disciplinares militares.
O CPM APLICA-SE AOS MLITARES ESTADUAIS.
Obs: a condição de militar é verificado no momento da prática do fato, não podendo ser alterada por modificação posterior. (ex: exoneração). O mesmo ocorre com a condição de militar da ativa.
- militar federal:
É aquele incorporado às forças armadas: exército, aeronáutica e marinha.
- militar estadual: 
Integra a polícia militar e o corpo de bombeiros militares 
 
Crimes Militares em Tempo de Paz (CPM, art. 9º) 
- Art. 9º, I, do CPM: Crime definido apenas no CPM, ou também está previsto na Legislação Penal Comum, mas de Modo Diverso + Agente é Qualquer Pessoa; 
São os crimes militares próprios aceitos pelas duas teorias.
O sujeito ativo é qualquer pessoa: militar da ativa, reformado, da reserva, civil. (na parte especial do CPM existem alguns crimes militares próprios, mas que só podem ser praticados por militares da ativa).
Admitem a coautoria do Extraneus (CPM – 53,§1º): civil não pode sozinho cometer abandono de posto, mas se ele instiga o militar a abandonar, civil responderá como partícipe. Igual art. 30, CP. É possível em crimes militares próprios que o extraneus (civil) responda junto com o intraneus. (Isso na Justiça federal, pois justiça militar estadual não julga civil).
- Art. 9º, II, do CPM: Crimes definidos no CPM e/ou na Legislação Penal Comum + Agente é Militar da Ativa; 
Crimes militares impróprios 
Crimes previstos no CPM ou fora do CPM (passa a ser considerado crime militar se praticado diante de uma das alíneas)
Sujeito ativo é apenas militar da ativa.
Nas hipóteses de conflitos aparentes de normas (ainda não há jurisprudência):
	a) no conflito entre tipo penal genérico previsto no CPM (ex: furto) e tipo penal genérico previsto na legislação penal comum (ex: furto), PREVALECE O CPM, princípio da especialidade.
	b) no conflito entre tipo penal genérico previsto no CPM (ex: homicídio culposo) e tipo penal específico previsto na legislação penal comum (ex: homicídio culposo praticado na direção de veículo automotor – CTB), PREVALECE A LEGISLAÇÃO PENAL COMUM.
	c) condutas não tipificadas no CPM (ex: verbo “solicitar vantagem indevida” na corrupção passiva), porém tipificadas em tipos penais da legislação penal comum (art. 317, CP), quando se referirem ao mesmo crime (corrupção passiva), passaram a ser considerados crimes militares, se presente situações do inciso II, art.9.
	d) a lei 13.491/17 pode ser considerada, conforme caso concreto, novatio legis in pejus (irretroativa) ou novatio legis in mellius (retroativa).
Começaram discussões se a lei é de direito material ou processual, professor entende que é os dois.
- Art. 9º, III, do CPM: Crime definido no CPM e no CP de modo igual + Agente é Militar da Reserva, Militar Reformado ou Civil + Ofensa às Instituições Militares. 
Crimes militares impróprios 
Sujeito ativo: Militar da Reserva, Militar Reformado ou Civil
Ofensa as instituições militares
OBS: para STF e STM os militares da reserva e reformado continuam sendo militares (não são civis). Militares da reserva e reformados quando estiverem atuando em administração militar são equiparados a militares da ativa.
“Art. 9º. Consideram-se crimes militares, em tempo de paz: 
I – os crimes de que trata este Código, quando definidos de modo diverso na lei penal comum, ou nela não previstos, qualquer que seja o agente, salvo disposição especial;” 
II – os crimes previstos neste Código e os previstos na legislação penal, quando praticados:: 
Foi alterado pela lei 13.491/17
Não houve alteração no conceito de crime militar em tempo de paz nos casos do inciso I e III. Não houve alteração no conceito de crime militar em tempo de guerra. As inovações da lei foram no conceito de crime militar em tempo de paz somente do inciso II e aos crimes dolosos contra a vida de civil.
Antes dessa nova lei militares da ativa só podiam praticar crimes militares, com base nesse inciso, se o crime estivesse previsto no CPM, hoje os militares também podem praticar crime militar, com base neste inciso, se estiverem previstos no Código penal comum e nas leis penais extravagantes.
Tanto faz se o crime está ou não tipificado no código penal militar, se praticar crime diante de alguma das taxativas situações do inciso II, passaram a ser considerados crimes militares da competência da Justiça castrense, mesmo que não tipificado no CPM.
Ex: sujeito ativo é militar da ativa que pratica qualquer crime nas situações das alíneas, será crime militar. 
Exemplos de crimes que só existem no CP comum e que com a atualização legislativa poderá ser crime militar: 
infanticídio, aborto, tortura, abuso de autoridade, crimes contra a propriedade imaterial, crimes contra a organização do trabalho, crimes contra sentimento religioso e respeito aos mortos, crimes contra a família, crimes contra as finanças públicas, crimes contra a administração estrangeira, crimes contra ordem tributária, ordem econômica,econômica popular, mercado de capitais, terrorismo, etc..
Obs: se militar comete crime não descrito no CPM e não incorre em uma das situações do inciso II, comete crime comum.
a) por militar em situação de atividade ou assemelhado, contra militar na mesma situação ou assemelhado;” 
sujeito ativo – militar da ativa (federal ou estadual), independe de estar em serviço e independe o local.
Sujeito passivo – militar da ativa (federal ou estadual), independe de estar em serviço e independe o local.
Obs: STF entende que nem todo crime praticado por militar da ativa contra militar da ativa é delito militar.
STF entende que no caso concreto, se ambos os militares da ativa não estão em serviço e se o local do crime não for sujeito a administração militar e se o motivo do crime não diz respeito a assuntos típicos da caserna e ainda não se tratar de crime militar próprio (pois se não seria caso do art.9, I), conclui que é crime comum, da competência da justiça comum. 
b) por militar em situação de atividade ou assemelhado, em lugar sujeito à administração militar, contra militar da reserva, ou reformado, ou assemelhado, ou civil;” 
sujeito ativo – militar da ativa, não precisa estar em serviço
local do crime – lugar sujeito à administração militar
sujeito passivo – militar da reserva, reformado ou civil.
c) por militar em serviço ou atuando em razão da função, em comissão de natureza militar, ou em formatura, ainda que fora do lugar sujeito à administração militar contra militar da reserva, ou reformado, ou civil;”
sujeito ativo: militar da ativa em serviço ou atuando em razão da função ou em formatura. Independe o lugar do crime
sujeito passivo: militar da reserva, reformado ou civil
d) por militar durante o período de manobras ou exercício, contra militar da reserva, ou reformado, ou assemelhado, ou civil;” 
sujeito ativo: militar da ativa durante período de treinamento, dentro ou fora do quartel.
Sujeito passivo: militar da reserva, reformado ou civil
e) por militar em situação de atividade, ou assemelhado, contra o patrimônio sob a administração militar, ou a ordem administrativa militar.” 
Sujeito ativo: militar da ativa
Sujeito passivo: patrimônio sob administração militar, ordem administrativa militar.
III – os crimes [previstos no CPM] praticados por militar da reserva, ou reformado, ou por civil, contra as instituições militares, considerando-se como tais não só os compreendidos no inciso I, como os do inciso II, nos seguintes casos: 
a) contra o patrimônio sob a administração militar, ou contra a ordem administrativa militar.
Ex: civil entra na OM (organização militar) e furta tênis de militar. É crime comum, pois o tênis é particular.
Patrimônio sob a administração militar = Patrimônio da união administrado pelas forças armadas.
Mas bens particulares podem ser considerados patrimônio da administração militar, se estiverem apreendidos ou guardados dentro da administração militar. (sobre a guarda da adm militar)
Ordem adm militar: ex: crimes contra a administração militar.
b) em lugar sujeito à administração militar contra militar em situação de atividade ou assemelhado, ou contra funcionário de Ministério militar ou da Justiça Militar, no exercício de função inerente ao seu cargo;” 
lugar sujeito a adm militar: não é só dentro do quartel, pode ser dentro de veículo militar.
Militar em situação de atividade é o militar da ativa. 
O assemelhado não existe mais (era servidores públicos civis, lotados e em exercício na OM e estavam submetidos a hierarquia e disciplina militar).
Obs: com base neste artigo é possível civil cometer crime militar contra civil. (funcionário)
c) contra militar em formatura, ou durante o período de prontidão, vigilância, observação, exploração, exercício, acampamento, acantonamento ou manobras;” 
d) ainda que fora do lugar sujeito à administração militar, contra militar em função de natureza militar, ou no desempenho de serviço de vigilância, garantia e preservação da ordem pública, administrativa ou judiciária, quando legalmente requisitado para aquele fim, ou em obediência a determinação legal superior.”
Jurisprudência: ex: exército desempenhando garantia da ordem pública coloca tropas nas ruas. Civil que desacatar/desobediência esses militares em serviço pratica crime militar. Mesmo se tentar matar militar responderá na justiça militar e não no Júri.
§ 1º Os crimes de que trata este artigo, quando dolosos contra a vida e cometidos por militares contra civil, serão da competência do Tribunal do Júri.
Quando for crime doloso contra a vida de CIVIL praticado por MILITAR (qualquer um, das forças armadas ou estaduais) é competência da justiça comum, mais especificamente TRIBUNAL DO JURI.
Esse parágrafo é regra absoluta para militares estaduais e distritais.
Esse parágrafo é regra para militares das forças armadas, mas comportam exceções, como previsto no §2º.
§ 2º Os crimes de que trata este artigo, quando dolosos contra a vida e cometidos por militares das Forças Armadas contra civil, serão da competência da Justiça Militar da União, se praticados no contexto: 
I – do cumprimento de atribuições que lhes forem estabelecidas pelo Presidente da República ou pelo Ministro de Estado da Defesa; 
Presidente é o supremo comandante das forças armadas.
É genérico, qualquer atribuições determinadas pelo presidente ou pelo ministro de defesa.
II – de ação que envolva a segurança de instituição militar ou de missão militar, mesmo que não beligerante; ou
A missão militar pode ser beligerante ou pode ser não beligerante.
Ex: missões de paz da ONU.
Segurança de instituição militar: ex: soldado que esteja de sentinela no quartel e um civil invade quartel, soldado o mata.
III – de atividade de natureza militar, de operação de paz, de garantia da lei e da ordem [GLO] ou de atribuição subsidiária, realizadas em conformidade com o disposto no art. 142 da Constituição Federal e na forma dos seguintes diplomas legais: 
a) Código Brasileiro de Aeronáutica;
ex: tiro de destruição. Aeronave hostil.
b) Lei Complementar n 97, de 9 de junho de 1999 – quando forças armadas podem ser empregadas e por quem; 
c) Código de Processo Penal Militar;
opinião do professor: ex: militar das forças armadas no desempenho de uma das atribuições do CPPM (instaurar IPM, APF, escolta de presos, realizar diligências etc.), se no exercício de uma dessas atribuições atentar contra vida de civil, aplica essa alínea. 
d) Código Eleitoral. 
Ex: em época de eleição os tribunais eleitorais podem requisitar as forças armadas para garantir segurança.
OBS: concurso de crime entre militar federal e estadual em crime doloso contra a vida de civil: 
O policial militar irá para Júri. Se o militar federal não estava em qualquer das situações previstas no art. 9,§2º, também irá para Júri com o policial.
Mas se o militar das forças armadas estava em uma daquelas situações haverá separação de processos. Militar federal será julgado pela Justiça militar da união.
Crimes Militares em Tempo de Guerra (COM, art. 10, I) 
“Art. 10. Consideram-se crimes militares, em tempo de guerra: 
I – os especialmente previstos neste Código para o tempo de guerra;” 
II – os crimes militares previstos para o tempo de paz;”
Conclui-se que todos os crimes do CPM são crimes militares em tempo de guerra, quando a conduta praticada ocorrer no momento em que o Brasil estiver em guerra.
III – os crimes previstos neste Código, embora também o sejam com igual definição na lei penal comum ou especial, quando praticados, qualquer que seja o agente: 
a) em território nacional, ou estrangeiro, militarmente ocupado; 
b) em qualquer lugar [do planeta], se comprometem ou podem comprometer a preparação, a eficiência ou as operações militares ou, de qualquer outra forma, atentam contra a segurança externa do País ou podem expô-la a perigo;”
os incisos I, II, III exigem que o crime esteja previsto no CPM.
IV – os crimes definidos na lei penal comum ou especial, embora não previstos neste Código, quando praticados em zona de efetivas operações militares ou em territórioestrangeiro, militarmente ocupado.” 
Observação: Na hipótese do art. 10, IV, do CPM, são crimes militares todos os delitos previstos em legislação penal, inclusive comum, desde que o Brasil esteja em guerra ao tempo da ação ou omissão delitiva e o crime seja praticado em zona de efetivas operações militares (na presença do inimigo) ou em território estrangeiro, militarmente ocupado.
Independe o sujeito ativo, pode ser até civil.
“Art. 15. O tempo de guerra, para os efeitos da aplicação da lei penal militar, começa com a declaração ou o reconhecimento do estado de guerra, ou com o decreto de mobilização se nele estiver compreendido aquele reconhecimento; e termina quando ordenada a cessação das hostilidades.” 
“Art. 20. Aos crimes praticados em tempo de guerra, salvo disposição especial, aplicam-se as penas cominadas para o tempo de paz, com o aumento de um terço.” 
“Art. 25. Diz-se crime praticado em presença do inimigo, quando o fato ocorre em zona de efetivas operações militares, ou na iminência ou em situação de hostilidade.”
Militares Estrangeiros (CPM, art. 11) 
“Art. 11. Os militares estrangeiros, quando em comissão ou estágio nas forças armadas [brasileiras], ficam sujeitos à lei penal militar brasileira, ressalvado o disposto em tratados ou convenções internacionais.” 
Militar da Reserva ou Reformado (CPM, arts. 12 e 13) 
“Art. 12. O militar da reserva ou reformado, empregado na administração militar, equipara-se ao militar em situação de atividade, para o efeito da aplicação da lei penal militar.” 
Em tempo de paz qualquer pessoa pode cometer crime militar com base no inciso I, art.9.
No art. 9º, II só militar da ativa.
No artigo 9º, III, pratica militar da reserva, ou reformado (não empregados na adm militar), ou por civil.
Os militares da reserva ou reformado geralmente não estão empregados na administração militar. Mas aqueles que estiverem, ao tempo da pratica da conduta delitiva, empregados na administração militar são equiparados a militares da ativa.
Portanto, podem praticar crimes baseados no inciso I e II do artigo 9º.
“Art. 13. O militar da reserva, ou reformado, conserva as responsabilidades e prerrogativas do posto ou graduação, para o efeito da aplicação da lei penal militar, quando pratica ou contra ele é praticado crime militar.” 
Ex: se militar da ativa desrespeitar militar da reserva, o militar da ativa pratica crime de desrespeito.
O fato de o sujeito ativo, ou passivo, ou ambos não serem militares da ativa, não afasta a tipificação do artigo 60, 157, 175, 176, 298, etc.
Ex: art. 157. Soldado da ativa pratica violência contra superior reformado. Aplica artigo 157.
Defeito de Incorporação (CPM, art. 14) 
“Art. 14. O defeito do ato de incorporação não exclui a aplicação da lei penal militar, salvo se alegado ou conhecido antes da prática do crime.” 
Art. 28, Lei do serviço militar.
Se um militar não deveria ter sido incorporado às forças armadas, mas o foi, se ele cometer crime e alegar que a incorporação foi irregular, mesmo que comprove tal situação ocorreu, não afasta a aplicação da lei penal militar.
Exceção: se o réu provar que na época de incorporação avisou que tal ato era defeituoso, ou se provar que tal situação era conhecido por alguém da administração militar.
 
Contagem de Prazo (CPM, art. 16) 
“Art. 16. No cômputo dos prazos inclui-se o dia do começo. Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário comum [gregoriano].”
Igual CP.
Legislação Especial & Salário Mínimo (CPM, art. 17) 
“Art. 17. As regras gerais deste Código aplicam-se aos fatos incriminados por lei penal militar especial, se esta não dispõe de modo diverso. Para os efeitos penais, salário mínimo é o maior mensal vigente no país, ao tempo da sentença.” 
Observações: 
a) Não existe atualmente lei penal militar especial. 
b) O salário mínimo é nacionalmente unificado. 
Crimes Praticados em Prejuízo de País Aliado (COM, art. 18) 
“Art. 18. Ficam sujeitos às disposições deste Código os crimes praticados em prejuízo de país em guerra contra país inimigo do Brasil: 
I – se o crime é praticado por brasileiro; 
II – se o crime é praticado no território nacional, ou em território estrangeiro, militarmente ocupado por força brasileira, qualquer que seja o agente.” 
Se Brasil estiver em guerra e tiver um país aliado, se alguém cometer crime militar contra o aliado, aplica o CPM brasileiro se o agente é brasileiro ou se o crime é praticado no Brasil ou em pais estrangeiro ocupado pelo Brasil (independente do agente)
Infrações Disciplinares (CPM, art. 19) 
“Art. 19. Este Código não compreende as infrações dos regulamentos disciplinares.” 
Observações: 
Existem crimes militares aos quais cominam sanções penais principais e acessórias. Toda parte criminal é disciplinado pelo CPM ou CP.
Os militares também estão sujeitos aos regulamentos disciplinares da sua respectiva força. Eles não tipificam crimes militares e não cominam penais militares. Caso militar cometa uma infração disciplinar (transgressão disciplinar militar/ contravenção militar) ele estará sujeito ao regulamento. 
a) Todo crime militar é transgressão disciplinar? E vice-versa? 
Todo crime militar é transgressão disciplinar, mas nem toda transgressão disciplinar é crime militar.
b) Havendo delito militar, o Comandante da OM pode desde já punir o subordinado por transgressão? 
Nas forças armadas NÃO.
Nas instituições estaduais SIM.
c) Caso o Comandante da OM, por equívoco, puna o subordinado por transgressão disciplinar, isto impede o IPM, a ação penal militar, o processo ou a condenação criminal? 
d) O Comandante da OM estará impedido de punir o subordinado por transgressão disciplinar se houver: 
· Arquivamento da Inquisa? 
· Rejeição da Denúncia? 
· Sentença Absolutória? 
e) A sentença penal condenatória impede o Comandante da OM de punir o subordinado por transgressão disciplinar? 
Assemelhado (CPM, art. 21) 
“Art. 21. Considera-se assemelhado o servidor, efetivo ou não, dos Ministérios da Marinha, do Exército ou da Aeronáutica, submetido a preceito de disciplina militar, em virtude de lei ou regulamento.” 
Não existe mais 
Pessoa Considerada Militar (CPM, art. 22) 
“Art. 22. É considerada militar, para efeito da aplicação deste Código, qualquer pessoa que, em tempo de paz ou de guerra, seja incorporada às forças armadas, para nelas servir em posto, graduação, ou sujeição à disciplina militar.” 
Pelo artigo 22 só seriam militares os incorporados pelas forças armadas, não falando sobre militares estaduais.
Hoje, o conceito de militar é, atualmente, o concebido pela Constituição Federal (arts. 42 e 142) e pelos Estatutos Militares.
Equiparação a Comandante (CPM, art. 23)
“Art. 23. Equipara-se ao comandante, para o efeito da aplicação da lei penal militar, toda autoridade com função de direção.” 
No geral, quem chefia um quartel/OM é chamado de comandante. Mas dependendo da estrutura da OM esse comandante pode ser oficial superior ou oficial general. 
Porém, existem OMs que quem comanda é chamado de DIRETOR. Ex: hospitais militares das forças armadas.
Independente da nomenclatura, quem tem função de direção de uma OM é considerado comandando para efeitos penais.
Existem tipos penais que só podem ser praticados por comandantes. E outros tipos que se o sujeito passivo for comandante há causa de aumento de pena, etc.
Conceito de Superior (CPM, art. 24) 
“Art. 24. O militar que, em virtude da função, exerce autoridade sobre outro de igual posto ou graduação, considera-se superior, para efeito da aplicação da lei penal militar.” 
Observações: 
Para saber sobre Hierarquia militar os critérios são:
a) Ordenação (Estatuto dos Militares): critério vertical (não interessa o tempo, a antiguidade, a função que exerce). Os que tem posto que estão acima daquele agente usado como paradigma são seus superiores.
b) Antiguidade (Estatuto dos Militares): critério horizontal. Se os postos (oficias) ou graduações (praças) forem iguais, o mais antigo no posto/graduação tem precedência sobre o mais moderno.
c) Função (CPM, art. 24): quando 2 militares de mesmoposto/graduação, mesmo que um for mais antigo que o outro, se no caso concreto o mais moderno exercer função de chefia e o mais antigo não, o mais moderno tem precedência. 
O critério funcional do art. 24, ataca o critério da antiguidade, mas NUNCA quebra o critério de ordenação.
“Brasileiros”, “Nacionais” & “Estrangeiros” (CPM, art. 26) 
“Art. 26. Quando a lei penal militar se refere a ‘brasileiro’ ou ‘nacional’, compreende as pessoas enumeradas como brasileiros na Constituição do Brasil.” 
Observações: 
	a) Para efeitos do CPM: brasileiro = nacional = brasileiro nato e brasileiro naturalizado. 
	b) Aplica-se o art. 12 da CF/88. 
“Art. 26. (...) Parágrafo único. Para os efeitos da lei penal militar, são considerados estrangeiros os apátridas e os brasileiros que perderam a nacionalidade.” 
Verificar o tempo da pratica delitiva.
Funcionários da Justiça Militar (CPM, art. 27) 
“Art. 27. Quando este Código se refere a funcionários, compreende, para efeito da sua aplicação, os juízes, os representantes do Ministério Público, os funcionários e auxiliares da Justiça Militar.” 
Observações: 
a) Juízes: Todos os que compõem o Judiciário Militar; 
b) Ministério Público: MP junto à Justiça Militar. 
c) Funcionários e Auxiliares da Justiça Militar: Analistas, Oficiais de Justiça, Técnicos. 
Prevalência do Código Penal Militar (CPM, art. 28) 
“Art. 28. Os crimes contra a segurança externa do país ou contra as instituições militares, definidos neste Código, excluem os da mesma natureza definidos em outras leis.” 
Muitos desses crimes contra a segurança externa do país, previstos no CPM, são idênticos a crimes contra a segurança nacional previstos na LSN - Lei n.º 7.170/83. Para saber qual lei aplica verificar artigo 9º.
TEORIA GERAL DO CRIME MILITAR
	Código Penal Comum:
- Teoria Finalista da ação: Crime é fato típico, antijurídico e culpável.
- Fato Típico:
Elementos do fato típico doloso: conduta, resultado, nexo, tipicidade.
Elementos do fato típico culposo: conduta, resultado, nexo, previsibilidade, tipicidade.
	Código Penal Militar:
- Teoria Causalista: culpabilidade é psicológico normativa, há elementos psicológicos (dolo e culpa) e há elementos normativos (imputabilidade e exigibilidade de conduta diversa).
O dolo e culpa é analisado na culpabilidade. 
Obs: a consciência potencial da ilicitude não existe na culpabilidade militar.
Apesar do CPM adotar a teoria causalista, toda a doutrina e a jurisprudência do direito penal militar brasileiro adota a teoria FINALISTA (dolo e culpa são analisados na conduta - conceito normativo puro da culpabilidade).
CONCEITO ANALÍTICO DE CRIME: crime é FATO TÍPICO, Antijurídico/ilícito e culpável.
- Fato Típico Militar: conduta, resultado, nexo causal e tipicidade.
	Fato Típico Militar 
Igual CP
- Conduta (CPM, arts. 33, I, e 40): Conduta é todo comportamento humano, positivo ou negativo, consciente e voluntário, dirigido a uma finalidade específica.
a) conduta comissiva: praticada com uma ação positiva, corresponde a um fazer.
b) conduta omissiva: omissão, comportamento negativo. Quando a lei expressamente prever é possível ser punido por crime omissivo. 
Art. 29, § 2º A omissão é relevante como causa quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; a quem, de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; e a quem, com seu comportamento anterior, criou o risco de sua superveniência.
i) crime omissivo próprio/puro: omissão é lida no próprio tipo penal, vem descrita na lei, ex: omissão de socorro; omissão de providências para salvar comandados (art. 200, CPM). Responde pela omissão, independentemente do resultado. Não admite tentativa.
ii) omissivo impróprio/impuro: omissão de um agente garantidor. O agente tem o dever jurídico de agir para evitar um resultado. Responde pelo resultado da omissão se tiver o dever de agir e puder agir. Ex: pais, salva-vidas. Responde pelo resultado que não evitou, mesmo que o crime seja comissivo. Ex: mãe que se distrai e filho se afoga, mãe responde pela morte do filho diante da sua omissão.
O dever de agir incumbe a quem:
· A lei concedeu obrigação de cuidado, proteção, vigilância. Ex: pais, tutores, curadores.
· assumiu de outra forma a responsabilidade de proteção, garantidor. Ex: segurança, salva-vidas, enfermeira.
· com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado. Ex: alguém joga pessoa que não sabe nadar em piscina.
A conduta deve ser consciente e voluntária, ou seja, o indivíduo deve saber o que está fazendo e ter liberdade locomotora para fazer, portanto não há conduta quando:
a) atos reflexos: leva susto e dá um soco.
b) sonambulismo e hipnose, atos de inconsciência.
c) coação física irresistível: ex: pega a mão de pessoa coloca arma e o coator aperta gatilho da arma que está na mão do coagido. 
d) caso fortuito: fato imprevisível ao agente.
e) Força maior: atos da natureza.
Art. 40. Nos crimes em que há violação do dever militar, o agente não pode invocar coação irresistível senão quando física ou material.
Conduta dolosa:
Art. 33. Diz-se o crime:
I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo;
dolo é a vontade livre e consciente de praticar a ação criminosa. O agente quis produzir o resultado (dolo direto – teoria da vontade) ou assumiu o risco de produzi-lo (dolo eventual – teoria do assentimento)
a) dolo direto: o agente tem a vontade livre e consciente de produzir o resultado. (o foco é produzir o resultado independentemente da conduta)
Direto de 1º grau, quando quer o resultado; 2º grau, é a consequência necessária para atingir um resultado, é o efeito colateral que com certeza irá ocorrer. (juízo de certeza) (ex: quer matar 1 pessoa e coloca bomba em avião, matando 50)
b) dolo eventual: não tem juízo de certeza, tem juízo de risco. Agente prevê um resultado possível e não se importa se ele acontecer. (o foco é a vontade da conduta, apesar do resultado)
Ex: quer jogar controle no chão, mas não quer quebra-lo, porém corre o risco de vir a quebrar – dolo eventual. 
Ex: Quer jogar a garrafa de água cheia sem tampa no chão, mas não quer molhar o chão, porém com certeza molhará – dolo direto de 2º grau.
Conduta culposa: Previsibilidade (CPM, art. 33, II)
II - culposo, quando o agente, deixando de empregar a cautela, atenção, ou diligência ordinária, ou especial, a que estava obrigado em face das circunstâncias, não prevê o resultado que podia prever ou, prevendo-o, supõe levianamente que não se realizaria ou que poderia evitá-lo.
Inobservância de dever objetivo de cuidado. O agente, mediante uma conduta voluntária, da causa a um resultado involuntário, decorrente da violação do dever geral de cuidado.
Para punir alguém por crime culposo deve haver previsão expressa. Não há punição da tentativa.
a) culpa consciente: a diferença entre ela e o dolo eventual está no dane-se (dolo eventual) ou i danou-se (culpa consciente). Tem o risco, a previsão do resultado, mas a pessoa acredita sinceramente que nada vai acontecer. Ex: caçador que vê companheiro perto do animal que vai abater, mas confia na sua mira e atira, acertando o amigo).
b) culpa inconsciente: o agente não prevê o resultado, embora seja previsível.
Modalidades de culpa:
Imprudência: fez algo que não deveria ter feito. É ação precipitada, sem cautela.
Negligência: não fez algo que deveria ter feito. É ausência de precaução, desleixo. 
Imperícia: inobservância de um dever relacionado à profissão. Falta de aptidão para o exercício da conduta. Ex: condutor de veiculo automotor que anda em alta velocidade é imprudente, porém se ele é um motorista profissional ele é imperito.
Obs: não se admite compensação de culpas no direito penal. (culpa de um, não exclui a culpa do outro).
Concorrência de culpas é possível, ou seja, 2 ou mais pessoas pode concorrer culposamente para produzir um resultado. Neste caso todos responderão na medida de suas culpabilidades.
Obs: os graus de culpa não tem previsãona lei, mas serve de parâmetro para aplicação da pena (culpa levíssima, leve ou grave)
Obs: crime preterdolos. É uma das espécies de crimes qualificados pelo resultado. A conduta produz um resultado mais grave que o pretendido. A ação inicia dolosamente e termina culposamente. Em razão do resultado, a pena é aumentada, mas só se o resultado culposo fosse previsível. (dolo no antecedente e culpa no consequente). É inadmissível a tentativa.
- Resultado:
É a consequência da conduta.
	a) resultado naturalístico: modificação do mundo exterior, percepção dos efeitos do crime pelos sentidos humanos. Nem todo crime gera modificação do mundo exterior:
		i. crimes materiais/resultado: aqueles que exigem resultado para configurar o crime. Ex: homicídio, furto, roubo.
		ii. crimes formais/consumação antecipada: aqueles que, embora possam ter resultado, são consumados mesmo antes da sua ocorrência. Ex: extorsão mediante sequestro – basta sequestrar a vítima para consumar o crime, ainda que o resgate não seja pago.
	b) resultado jurídico: efeito que a conduta produz exclusivamente na órbita jurídica, sem alterar o mundo exterior.
		i. crimes de mera conduta/simples atividade: não tem resultado naturalístico. Ex: violação de domicílio, ato obsceno, porte ilegal de arma de fogo.
- Nexo Causal (CPM, art. 29):
Art. 29. O resultado de que depende a existência do crime somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido.
§ 1º A superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação quando, por si só, produziu o resultado. Os fatos anteriores, imputam-se, entretanto, a quem os praticou
Nexo causal é o elo entre a conduta praticada e o resultado dela decorrente. O nexo causal só pode ser aplicado aos crimes materiais.
Teorias:
	a) Teoria da equivalência dos antecedentes – conditio sine qua non:
Causa é toda circunstância antecedente, sem a qual o resultado não teria acontecido. Para saber se algo deu causa para o resultado, basta excluir essa circunstância e analisar se o resultado desapareceria. Essa teoria é limitada pelo dolo e culpa, pois só será punido se deu causa com dolo ou culpa.
É a adotada como regra no Brasil.
	b) Teoria da causalidade adequada: causa é apenas a ação ou omissão do agente apta e idônea para produzir o resultado. Doutrina entende que é aplicada no caso de concausa relativamente independente superveniente.
Ex: vítima leva facada, e a ambulância capota e mata a vítima. Rompe o nexo causal, responde pela tentativa.
	c) Teoria da imputação objetiva: pra que a conduta seja causa de um resultado, o agente, com sua conduta, deve criar um risco não tolerado ao bem jurídico. STJ tem utilizado essa teoria em situações excepcionais.
Concausas:
causas que correm paralelamente com a causa principal para produzir o resultado.
	a) dependente: concausas que dependem da causa principal para produzir o resultado. Ex: perfuração decorrente de tiro.
	b) independente: são as concausas que por si só produzem o resultado.
		i) absolutamente independentes: concausa que produziu o resultado sozinha, não tendo vínculo com a causa principal. Rompe o nexo causal, não respondendo pelo resultado, mas sim pela tentativa. 
Ex: pessoa ingere veneno e agente da tiro, mas vitima morre pelo veneno, agente responde por tentativa de homicídio – concausa preexistente. 
Ex: vitima está tendo infarto e agente atira, mas morre por infarto – concausa concomitante.
Ex: agente da veneno para vitima, mas que é atropelada e morre pelo atropelamente. – concausa superveninente.
		ii) relativamente independentes: por si só a concausa produz o resultado, mas a conduta do agente foi decisiva para ao resultado.
· preexistente: concausa já existia antes da conduta. Ex: ferimento não letal em sujeito hemofílico que morre por hemorragia. Responde pela morte.
· concomitante: concausa acontece ao mesmo tempo da causa principal. Ex: 2 pessoas dão veneno, e a junção dos 2 mata. Responde pelo crime.
· superveniente: a concausa ocorre depois, como se tivesse agido sozinha. Ex: vítima leva facada, e a ambulância capota e mata a vítima. Rompe o nexo causal, responde pela tentativa.
- Tipicidade (CPM, art. 47):
É a subsunção/adequação do fato concreto à norma penal. Quando a conduta tiver previsão legal.
Tipicidade é a adequação, objetiva e subjetiva, formal e material, da conduta humana a uma norma penal. Mas alguns doutrinadores entendem que apenas a tipicidade formal e material não é suficiente.
Segundo ZAFFARONI, o juízo de tipicidade estaria composto de:
	a) tipicidade formal: se relaciona com a pura letra de lei (elementares e circunstâncias).
		i. Elementares: descrevem aquilo que é fundamental para formação da figura incriminadora, que são:
· elementares objetivas: o significado do conteúdo da norma não depende de juízo de valor, são facilmente compreendidos.
· elementares normativos: demandam juízo de valor. Ex: ato obsceno
· elementares subjetivas: analisa a intenção do agente, qual era a finalidade da conduta. 
		ii. Circunstâncias: são todos os dados acessórios da figura típica, cuja ausência não elimina a tipicidade da conduta. Sua função é influir na fixação da pena. Ex: motivo torpe
	b) tipicidade conglobante: composto pelos elementos da tipicidade material e da antinormatividade.
		i. tipicidade material: concretização de uma norma, ou seja, lesão a um bem jurídico tutelado pelo direito penal, e que tenha relevância. (principio da insignificância pode afastar)
		ii. antinormatividade: a conduta esteja proibida pelo ordenamento jurídico como um todo, globalmente considerado. A conduta não pode ser ao mesmo tempo proibida pelo direito penal e permitida pelo restante do ordenamento jurídico.
“Art. 47. Deixam de ser elementos constitutivos do crime:
I - a qualidade de superior ou a de inferior, quando não conhecida do agente;
Erro de fato essencial 
II - a qualidade de superior ou a de inferior, a de oficial de dia, de serviço ou de quarto, ou a de sentinela, vigia, ou plantão, quando a ação é praticada em repulsa a agressão.”
Igual legitima defesa.
Excludentes de Tipicidade:
	a) Princípio da Insignificância: causa supra legal.
Aplicável para determinados crimes, dependendo do caso concreto. Ex: crimes patrimoniais sem constrangimento ilegal à vitima.
O STJ não aplica. Mas STF e STM aplicam.
Nos crimes militares ligados a drogas não se aplicam o principio da insignificância. Também não aplica nos crimes militares próprios.
- Princípio da Culpabilidade:
Responsabilidade penal só pode ser subjetiva (dolo ou culpa)
- Desistência Voluntária & Arrependimento Eficaz (CPM, art. 31);
Mesmo conceito e efeitos do CP.
- Crime Impossível (CPM, art. 32);
Igual CP.
- Erro de Fato Essencial (CPM, art. 36);
Igual erro de tipo essencial do CP. (art. 20, caput)
- Consentimento do Ofendido;
Igual CP. Causa extralegal.
- Imputação Objetiva:
Igual CP.
Obs: o princípio da adequação social previsto no direito penal comum, não se aplica ao direito penal militar.
	Antijuridicidade/ilicitude
- Conceito & Sinonímia;
É a contrariedade que se estabelece entre uma conduta e todo o ordenamento jurídico.
Não estuda seus elementos pois em regra, se há tipicidade há ilicitude (teoria da ratio cognoscendi – tipicidade é indiciária da antijuridicidade), estuda as hipóteses em que exclui a ilicitude.
Causas de exclusão ou justificação da antijuridicidade são normas penais permissivas.
Art. 42. Não há crime quando o agente pratica o fato:
I - em estado de necessidade;
II - em legítima defesa;
III - em estrito cumprimento do dever legal;
IV - em exercício regular de direito.
- Antijuridicidade como Essência do Crime & Antijuridicidade como Elemento do Crime;
- Antijuridicidades Formal & Material;
- Antijuridicidades Objetiva & Subjetiva.
- Legítima Defesa (CPM, arts. 42, II, e 44):
Igual CP
“Art. 44. Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.”
	a) Direito de reação
	b) a uma agressãohumana, atual ou iminente e injusta:
Agressão sempre deriva de conduta humana, jamais de animal ou fenômeno da natureza.
Injusta, e por isso, não há legítima defesa recíproca (A agride B que age em legitima defesa, agredindo A. A não pode agredir B novamente e alegar legitima defesa).
Legítima defesa recíproca putativa é possível, ex: policial vê um carro com um cabo de vassoura pra fora, mas pensa ser arma e por isso atira; o motorista atropela o policial para se defender, agindo em legítima defesa contra uma legitima defesa putativa (percepção equivocada sobre a existência de uma agressão).
Agressão deve partir de uma pessoa, porém um animal pode ser usado como arma do crime e, portanto pode dar ensejo a legitima defesa dependendo do caso.
Não pode ter legítima defesa de uma agressão passada ou futura, deve ser atual, ou na iminência de ocorrer.
	c) direito próprio ou alheio.
	d) usando meios necessários e moderados para cessar a agressão: ex: vem com uma faca agredir e a outra pessoa só tem uma arma. É meio necessário (que está a sua disposição), porém não quer dizer que pode atirar na cabeça (deve utilizar o meio de modo suficiente para cessar a agressão). 
Legítima defesa sucessiva ocorre na hipótese de excesso na defesa. É quando a defesa é exercida de maneira desproporcional contra a agressão inicial. O agressor inicial tem direito de se defender do excesso, pois se transforma em algo injusto.
	e) pessoa deve ter consciência da injusta agressão e que está agindo para repeli-la.
OBS: legítima defesa putativa: agente supõe erroneamente que está sofrendo ou que virá a sofrer uma injusta agressão. O agente errou quanto ao fato, afastando a culpabilidade.
- Estrito Cumprimento do Dever Legal (CPM, art. 42, III);
Igual CP
Casos que a lei obriga um agente público a realizar condutas, dando-lhe poderes para executar as ordens.
Ex: oficial de justiça com mandado judicial invade domicílio para cumprir ordem judicial. Soldado que mata inimigo no campo de batalha.
Precisa estar cumprindo dever legal, dentro dos limites do dever.
Obs: se estiver cumprindo uma ordem, e não uma lei pode haver exclusão da culpabilidade.
- Exercício Regular de um Direito (CPM, art. 42, IV);
Igual CP.
o indivíduo pode fazer tudo aquilo que a lei permite ou não proíbe. É o desempenho de uma conduta autorizada por lei, ou não proibida pela lei.
Ex: pratica boxe e na luta utiliza golpe permitido que machuca o oponente.
Precisa estar amparada pelos limites.
- Causa Supralegal: Consentimento do Ofendido.
Igual direito penal
- Estado de Necessidade Justificante (CPM, arts. 42, I, e 43);
Diante de uma situação de perigo, permite-se o sacrifício de um bem jurídico para a proteção e outro, desde que haja razoabilidade.
“Art. 43. Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para preservar direito seu ou alheio, de perigo certo e atual, que não provocou, nem podia de outro modo evitar, desde que o mal causado, por sua natureza e importância, é consideravelmente inferior ao mal evitado, e o agente não era legalmente obrigado a arrostar o perigo.”
Requisitos:
a) Perigo certo e atual: Idem o CP- 
b) Não provocação dolosa do perigo: Idem o CP - quem age em estado de necessidade não pode ser o causador do perigo. (perigo criado com dolo afasta o estado de necessidade, para doutrina majoritária o perigo culposo não afasta)
c) Direito próprio ou alheio: Idem o CP;
d) Inevitabilidade do sacrifício a outro bem jurídico: Idem o CP - quem age em estado de necessidade não podia por outro modo evitar o sacrifício sem risco pessoal.
e) Inexistência de dever legal de arrostar/enfrentar o perigo: Idem o CP - Impossibilidade de alegação para quem tem o dever legal de agir
f) Animus Defendendi: Idem o CP – ter consciência que está agindo para defender bem jurídico seu ou alheio
g) Inexigibilidade do sacrifício do bem tutelado: não era razoável exigir o sacrifício do bem ameaçado. 
· Código Penal Comum: adota Teoria Unitária: 
			Se Bem Jur. Tutelado é de igual valor ou maior valor ao Bem Jur. Sacrificado o Est. de Neces. Será Justificante – CP, art. 24.
· Código Penal Militar: adota Teoria Diferenciadora: 
			Se o Bem Jur. Tutelado for de maior valor que Bem Jur. Sacrificado, tem o Est. de Neces. Justificante - CPM, art. 43.
Obs: justificante é excludente de ilicitude/antijuridicidade. 
			Mas se Bem Jur. Tutelado é de igual valor ou menor valor do Bem Jur. Sacrificado, tem Est. de Neces. Exculpante - CPM, art. 39.
Obs: exculpante é excludente de culpabilidade.
Assim, no CPM há duas possibilidades de configurar o Estado de necessidade: como excludente do crime, quando o bem atacado é de menor valor que o bem defendido; e como excludente da culpabilidade, quando o bem atacado é de igual ou de maior valor do que o defendido.
- Estado de Necessidade Coativo/comandante (CPM, art. 42, parágrafo único):
Só pode ocorrer pelo comandante. 
“Art. 42. (...)
Parágrafo único. Não há igualmente crime quando o comandante de navio, aeronave ou praça de guerra, na iminência de perigo ou grave calamidade, compele os subalternos, por meios violentos, a executar serviços e manobras urgentes, para salvar a unidade ou vidas, ou evitar o desânimo, o terror, a desordem, a rendição, a revolta ou o saque.”
Arts. 198 a 200, CPM. O comandante se não tomar medidas enérgicas poderá responder pelos crimes de omissão de eficiência da força ou omissão de providencias para salvar comandados.
- Excesso nas Justificantes:
O agente excede-se na hora de se defender. O excesso pode ocorrer no emprego de meio desnecessário ou na sua não moderação.
	a) Excesso Doloso (CPM, art. 46):
Agente, intencionalmente, aproveita-se da situação, prosseguindo desnecessariamente na justificante. Se houver excesso consciente responde por dolo. Mas no CPM o juiz pode atenuar a pena no excesso doloso.
“Art. 46. O juiz pode atenuar a pena ainda quando punível o fato por excesso doloso.”
	b) Excesso Culposo (CPM, art. 45, caput):
Excesso foi inconsciente, não percebido pelo agente, mas evitável, responde por culpa (se houver). Se inevitável não responde.
“Art. 45. O agente que, em qualquer dos casos de exclusão de crime, excede culposamente os limites da necessidade, responde pelo fato, se este é punível, a título de culpa.”
	c) Excesso Acidental (CPM, art. 34):
igual CP.
“Art. 34. Pelos resultados que agravam especialmente as penas só responde o agente quando os houver causado, pelo menos, culposamente.”
	d) Excesso Escusável/exculpante (CPM, art. 45, parágrafo único):
só previsto no CPM. Causa de Exclusão da culpabilidade, por inexigibilidade de conduta diversa. Excesso, mesmo que doloso, foi resultado de surpresa ou perturbação de ânimo.
“Art. 45. (...)
Parágrafo único. Não é punível o excesso quando resulta de escusável surpresa ou perturbação de ânimo, em face da situação.”
Culpabilidade militar
É o juízo de reprovação de uma conduta.
só analisa depois de analisar os dois primeiros (análise em degrau). 
- Culpabilidade no Código Penal Comum:
	a) Teoria Normativa Pura; 3 elementos todos normativos. Não há elemento psicológico
	b) Elementos da Culpabilidade: imputabilidade (o que exclui é a inimputabilidade), consciência potencial da ilicitude (exclui diante do erro de proibição inevitável), exigibilidade de conduta diversa (exclui diante da inexigibilidade de conduta diversa).
- Culpabilidade no Código Penal Militar:
	a) Teoria Psicológico-Normativa; existem elementos psicológicos e normativos.
	b) Elementos da Culpabilidade: imputabilidade, exigibilidade de conduta diversa, dolo e culpa. (doutrina e jurisprudência atual colocam dolo e culpa no fato típico).
- Inimputabilidade (CF/88, art. 228; CPM, arts. 48 e 49; ECA, art. 103):
Sistemas / Critérios: igual CP.
Imputabilidade é a possibilidade de o agente ser responsabilizado pela ação criminosa. É requisito para aplicação da pena.
a) Regra: Biopsicológico/Biopsíquico/Misto/Eclético: mesmo existindo alguma doença mental, é analisado se no momento do crime era capaz de entender o caráter ilícito da conduta e, caso entendesse o caráter ilícito,se podia determinar-se de acordo com esse entendimento. Precisa de laudo de insanidade mental
b) Exceção: Biológico. Menores de 18 anos são penalmente inimputáveis. São processados na vara da infância e juventude.
Hipóteses / Causas:
a) Doença Mental;
b) Desenvolvimento Mental Incompleto;
c) Desenvolvimento Mental Retardado;
d) Embriaguez Acidental (Fortuita) Completa: embriaguez é a intoxicação aguda e transitória causada pelo álcool ou substâncias de efeitos análogos. A embriaguez por caso fortuito ou força maior ocorre quando o agente não quer ficar embriagado e nem age culposamente.
Há casos em que a embriaguez é patológica, ou seja, assemelha-se a uma psicose, sendo considerada uma doença mental. O alcoólatra não é doente mental para fins de imputabilidade.
A embriaguez acidental pode diminuir a pena se a capacidade de discernimento não estava completamente prejudicada.
A embriaguez pode ser agravante (art. 70, II, c, CPM), pode ser crime autônomo (art. 202, CPM)
Obs: actio libera in causa: em regra a imputabilidade é aferida no momento da prática do crime, entretanto quando o sujeito coloca-se, propositalmente, em situação de inimputabilidade para praticar o crime ocorre a actio libera in causa, antecipando o momento da avaliação da imputabilidade. Ex: embriaguez preordenada.
e) Menoridade: o CPM prevê hipóteses de responsabilização de menores de 18 anos (art.50 a 52), mas são inconstitucionais.
OBSERVAÇÕES:
Não há no CPM disposições sobre a emoção e a paixão, nem acerca das ebriezes voluntária e culposa, como o faz o Código Penal comum (art. 28, I e II).
Aplicam-se normalmente os incisos I e II do art. 28 do Código Penal comum aos crimes militares, portanto não exclui a imputabilidade penal criminal.
A semimputabilidade do CPM é regida pelos arts. 48, parágrafo único, e 49, parágrafo único, identificando-se com as disposições, sobre o mesmo tema, do Código Penal comum. Se a doença diminui a capacidade de discernimento não exclui a imputabilidade, mas diminui a pena de 1/5 a 1/3 (art. 73, CPM)
Art. 48. Não é imputável quem, no momento da ação ou da omissão, não possui a capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento, em virtude de doença mental, de desenvolvimento mental incompleto ou retardado.
Parágrafo único. Se a doença ou a deficiência mental não suprime, mas diminui consideravelmente a capacidade de entendimento da ilicitude do fato ou a de autodeterminação, não fica excluída a imputabilidade, mas a pena pode ser atenuada, sem prejuízo do disposto no art. 113. [medida de segurança]
Art. 49. Não é igualmente imputável o agente que, por embriaguez completa proveniente de caso fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter criminoso do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
Parágrafo único. A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente por embriaguez proveniente de caso fortuito ou força maior, não possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter criminoso do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
As disposições do Código Penal comum acerca de medidas de segurança são inteiramente aplicáveis pelos operadores do Direito Penal Militar (toda jurisprudência e doutrina), mas a letra do CPM sobre medida de segurança é diferente do CP comum.
Não há previsão de tratamento ambulatorial no CPM, mas doutrina utiliza por meio de analogia in bonam partem.
Inexigibilidade de conduta diversa:
- Coação Moral Irresistível (CPM, arts. 38, a, e § 1º, e 40):
É inexigibilidade de conduta diversa. Conceito é igual CP, mas há uma diferença.
“Art. 38. Não é culpado quem comete o crime:
a) sob coação irresistível ou que lhe suprima a faculdade de agir segundo a própria vontade;
§ 1º. Responde pelo crime o autor da coação (...).”
“Art. 40. Nos crimes em que há violação do dever militar, o agente não pode invocar coação irresistível senão quando física ou material.”
OBS: Código Penal Comum: 
Coação Física / Material Irresistível (Vis Absoluta): Exclui a Conduta em qualquer crime;
Coação Moral Irresistível (Vis Compulsiva): Exclui a Culpabilidade em qualquer crime.
ATENÇÃO: Código Penal Militar:
a) Coação Física / Material Irresistível (Vis Absoluta): Exclui a Conduta em todos os crimes militares. Há emprego de força física para obrigar o sujeito a praticar o crime.
b) Coação Moral Irresistível (Vis Compulsiva): há emprego de grave ameaça para obrigar o agente há cometer crime. A ação é voluntária, mas a vontade não é livre. Exclui a Culpabilidade em qualquer crime militar, Exceto nos Crimes contra o Dever Militar.
Obs: é responsabilizado o autor da coação.
- Obediência Hierárquica (CPM, art. 38, b, e §§ 1º e 2º):
Inexigibilidade de conduta diversa. Isenta o agente de pena. Agente pratica o ato em estrita obediência à ordem direta de superior hierárquico, desde que ela não seja para a prática de ato manifestamente criminoso. 
Requisitos:
	a) relação hierárquica no âmbito da administração militar
	b) ordem não manifestamente criminosa.
Obs: não exige competência. Se o agente exceder no cumprimento da ordem, responderá pelo excesso.
 “Art. 38. Não é culpado quem comete o crime:
b) em estrita obediência a ordem direta de superior hierárquico, em matéria de serviços.
§ 1º. Responde pelo crime o autor (...) da ordem.”
§ 2º. Se a ordem do superior tem por objeto a prática de ato manifestamente criminoso, ou há excesso nos atos ou na forma da execução, é punível também o inferior.”
Quem deu a ordem e quem executou respondem em concurso.
Obs: Código Penal Comum (art. 22, in fine): requisito de: Ordem não manifestamente ilegal;
Código Penal Militar (art. 38, b): Ordem não manifestamente criminosa.
Se a ordem for manifestamente criminosa o agente não pode alegar obediência hierárquica, mas pode alegar coação irresistível se presentes os requisitos.
- Estado de Necessidade Exculpante (CPM, art. 39):
“Art. 39. Não é igualmente culpado quem, para proteger direito próprio ou de pessoa a quem está ligado por estreitas relações de parentesco ou afeição, contra perigo certo e atual, que não provocou, nem podia de outro modo evitar, sacrifica direito alheio, ainda quando superior ao direito protegido, desde que não lhe era razoavelmente exigível conduta diversa.”
	a) Estado de Necessidade Justificante (art. 43):
· Exclui a Ilicitude;
· Bem Jur. Tutelado > Bem Jur. Sacrificado;
· O agente não pode ter o dever legal de enfrentar o perigo;
· Qualquer pessoa pode ser beneficiada.
	b) Estado de Necessidade Exculpante (art. 39):
é exclusivo do CPM.
· Exclui a Culpabilidade;
· Bem Jur. Tutelado ≤ Bem Jur. Sacrificado;
· O agente pode ter, ou não, o dever legal de enfrentar o perigo;
· Beneficiado: “pessoa a quem o agente está ligado por estreitas relações de parentesco ou afeição”.
- Excesso / Erro Escusável (CPM, art. 45, parágrafo único):
só previsto no CPM. Causa de Exclusão da culpabilidade, por inexigibilidade de conduta diversa. Excesso, mesmo que doloso, foi resultado de surpresa ou perturbação de ânimo.
“Art. 45. (...)
Parágrafo único. Não é punível o excesso quando resulta de escusável surpresa ou perturbação de ânimo, em face da situação.”
Erro de proibição não está previsto no CPM, mas na prática tem aplicado nos crimes militares.
Mas existe erro de direito no CPM, que é parecido com o erro de proibição do CP.
Erro jurídico-penal militar
- Erro no Direito Penal Comum:
	a) Erro de Tipo:
· Essencial (CP, art. 20, caput); exclui dolo e culpa
· Acidental (CP, arts. 20, § 3º, 73 e 74).
Hipóteses: erro sobre a pessoa, aberratio ictus, aberratio delicts. Erro sobre objeto, aberratio cause.
	b) Erro de Proibição (CP, art. 21):
· Escusável; exclui a culpabilidade (isenta de pena)
· Inescusável: reduz a pena
	c) Erro de Tipo Permissivo (Descriminantes Putativas) (CP, art. 20, § 1º).
Só elimina culpabilidade. Ex: legitima defesa putativa e estado de necessidade putativo.
	Erro no Direito Penal Militar
- Erro de Direito (CPM, art. 35):
Errode Direito (Error Jus): Desconhecimento da lei (ignorantia legis) + Erro sobre a Ilicitude do Fato.
Erro é a falsa representação da realidade ou equivocado conhecimento de um objeto. Ignorância é a ausência de percepção da realidade ou o desconhecimento total do objeto. O CPM dá o mesmo tratamento a ambas as situações.
Erro de direito é aquele em que uma pessoa por falta de conhecimento, ignorância, ou uma interpretação equivocada da lei, acredita que agiu de acordo com o ordenamento jurídico. 
“Art. 35. A pena pode ser atenuada ou substituída por outra menos grave quando o agente, salvo em se tratando de crime que atente contra o dever militar, supõe lícito o fato, por ignorância ou erro de interpretação da lei, se escusáveis.”
a) Escusável: não elimina a culpabilidade, não isenta agente de pena, só provoca atenuação (de 1/5 a 1/3) ou substituição da pena, desde que não seja crime contra dever militar.
· Crimes contra o Dever Militar: Nenhuma relevância ao Direito Penal Militar: Nada exclui, nada isenta, nada atenua, nada substitui;
· Demais Crimes Militares: Atenuação ou Substituição de Pena.
b) Inescusável: Nenhuma relevância ao Direito Penal Militar: Nada exclui, nada isenta, nada atenua, nada substitui
- Erro de Fato (CPM, art. 36)
agente tem falsa percepção da realidade. Agente desconhece fato que torna ação criminosa (ex: pega relógio igual ao seu, mas é de amigo), ou agente acredita estar diante de uma causa que justifica sua conduta. Ex: descriminantes putativas.
“Art. 36. É isento de pena quem, ao praticar o crime, supõe, por erro plenamente escusável, a inexistência de circunstância de fato que o constitui ou a existência de situação de fato que tornaria a ação legítima.
§ 1º. Se o erro deriva de culpa, a este título responde o agente, se o fato é punível como crime culposo.
§ 2º. Se o erro é provocado por terceiro, responderá este pelo crime, a título de dolo ou culpa, conforme o caso.” Ex: terceiro entrega arma a militar e diz que está descarregada [mentindo], falando para militar mirar e apertar gatilho em companheiro.
	a) Erro de Fato Essencial:
igual erro de tipo essencial do CP. A falsa percepção da realidade recai sobre elementares ou circunstancias do tipo. Ex: desacato – não sabe que a pessoa é funcionária pública.
“Art. 36. É isento de pena quem, ao praticar o crime, supõe, por erro plenamente escusável, a inexistência de circunstância de fato que o constitui (...).”
Se escusável/invencível, agente fica isento de pena (pode ocorrer a desclassificação do crime).
Se inescusável/vencível, responde por culpa, se houver previsão legal. 
	b) Erro de Fato Permissivo:
igual erro de tipo essencial do CP. Descriminantes putativas, fica isento de pena.
“Art. 36. É isento de pena quem, ao praticar o crime, supõe, por erro plenamente escusável, (...) a existência de situação de fato que tornaria a ação legítima.”
c) Erro de Fato Acidental (CPM, art. 37).
· Error in Persona & Aberratio Ictus (CPM, art. 37): erro na execução, agente erra pessoa que queria atingir.
“Art. 37. Quando o agente, por erro de percepção ou no uso dos meios de execução, ou outro acidente, atinge uma pessoa em vez de outra, responde como se tivesse praticado o crime contra aquela que realmente pretendia atingir. Devem ter-se em conta não as condições e qualidades da vítima, mas as da outra pessoa, para configuração, qualificação ou exclusão do crime, e agravação ou atenuação da pena.”
Ex: pessoa querendo matar o pai atira em sua direção, mas acaba atingindo outra pessoa. Responde por homicídio agravado por matar ascendente.
· Aberratio Delicti / Criminis (CPM, art. 37, §§ 1º e 2º)
“Art. 37. (...)§ 1º. Se, por erro ou outro acidente na execução, é atingido bem jurídico diverso do visado pelo agente, responde este por culpa, se o fato é previsto como crime culposo.
Por erro na execução ocorre resultado diverso do pretendido, respondendo pelo resultado a titulo de culpa se houver previsão legal. Ex: agente, tentando quebrar vidraça acaba atingindo pessoa. Responderá por lesão corporal culposa.
Erro sobre qualquer resultado, menos o da pessoa.
Obs: § 2º. Se, no caso do artigo, é também atingida a pessoa visada, ou, no caso do parágrafo anterior, ocorre ainda o resultado pretendido, aplica-se a regra do art. 79.” [concurso formal]
Outras Espécies de Erro
- Error in Objecto; igual CP. erro quanto ao objeto. Agente acredita que o objeto do crime seja um, quando em verdade é outro. Ex: A furta 1 kg de sal, acreditando ser droga.
- Aberratio Causæ; igual CP. erro no nexo causal. O agente acredita que com sua conduta obteve o resultado, quando na verdade outra conduta sua foi a causa do resultado. Responde por crime doloso. Ex: da tiro, achando que morreu joga no rio, morrendo afogado.
- “Consciência Dissidente”; sujeito sabe a conduta correta, mas por suas convicções políticas, sociais, religiosas, filosóficas não aceita ter que cumprir com aquele dever. CF dá outras opções alternativas. Na insubmissão essa causa é bem marcante. 
- Erro de Proibição Culturalmente Condicionado; indígenas
- Erro de Subsunção: sujeito ativo quer praticar crime e pratica. Mas achava que estava praticando um crime, mas na verdade era outro. Responde pelo crime que a lei diz que ele cometeu. Não interessa o que ele achou.
- Erro de Punibilidade. Agente acredita erroneamente que tem ou não tem uma causa de exclusão punibilidade.
ITER CRIMINIS
	Fases do Iter Criminis;
Igual CP.
	Tentativa (CMP, art. 30, II, e parágrafo único):
- Conceito, Requisitos & Teoria Objetiva;
Igual CP
- Espécies de Tentativa;
Igual CP
- Inadmissibilidade da Tentativa;
Igual CP
- Punibilidade da Tentativa:
CP – sempre reduz de 1/3 a 2/3.
CPM – reduz de 1/3 a 2/3, mas pode aplicar a pena sem reduzir se o crime for grave.
“Art. 30. (...)
Parágrafo único. Pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime, diminuída de um a dois terços, podendo o juiz, no caso de excepcional gravidade, aplicar a pena do crime consumado.”
	Desistência Voluntária & Arrependimento Eficaz (CPM, art. 31);
Igual CP.
	Crime Impossível (CPM, art. 32);
Igual CP art.17 – teoria objetiva temporada. Exclui a tipicidade.
	Arrependimento Posterior 
CP prevê no art. 16.
CPM – para determinados crimes tem regras específicas. Mas não há artigo que aplica para todos os crimes. Não tem norma geral nesse sentido 
CONCURSO DE PESSOAS
Quando vários sujeitos se reúnem para a prática de uma infração.
	Requisitos:
- pluralidade de agentes e de condutas
- relevância causal de cada ação: as condutas devem ser decisivas para ocorrer o resultado.
- liame subjetivo/ vínculo psicológico: não precisa de ajuste prévio, só é necessário que todos saibam que estão cometendo crime. O vínculo subjetivo deve ser homogêneo (principio da convergência), todos devem agir com dolo ou todos devem agir com culpa para ter o concurso.
Obs: crimes culposos não admitem participação. Só existe participação dolosa.
- identidade de crimes/ unidade de infração penal.
	Teorias do Concurso de Pessoas;
Igual CP. Regra teoria monista. Exceção teoria pluralista.
- teoria monista/unitária: todos que concorreram para um mesmo resultado deverão responder pelo mesmo crime.
Art. 53. Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas.
- teoria dualista: é a exceção, ocorre em crimes específicos. Ex: funcionário público que aceita vantagem indevida pratica um crime, quem oferece pratica outro.
	Concursos Eventual (crimes monosubjetivos) & Necessário (crimes plurisubjetivos;
Igual CP.
- concurso Necessário: crime que só pode ser pratica em concurso de agentes (ex: associação criminosa).
- concurso eventual: crimes que podem ser praticados em concurso ou por apenas uma pessoa.
	Autoria e coautoria: 
- Teorias: Igual CP.
	a) teoria restritiva/clássica/formal/objetiva: autor e coautor são aqueles que praticam o verbo do tipo. É a regra adotada.
	b) teoria do domínio final do fato: jurisprudência vem adotando atualmente. Autor e coautor são todos aqueles que podem determinar “se” e “como” o crime vai ocorrer, tem poderde consumação e desistência da prática criminosa.
- espécies de Autorias: Igual CP
	a) autoria direta: o agente realiza o núcleo do tipo com as próprias mãos.
	b) autoria indireta/intelectual: o sujeito planeja, coordena, organiza, mas não executa diretamente o crime.
	c) autoria mediata: o agente se vale de outrem para praticar o crime (ex: coação moral ou física).
	d) autoria colateral: duas pessoas querem praticar um mesmo crime, sem saber da atuação do outro e o resultado decore da ação de apenas um deles. Como não há liame subjetivo, cada um responde pelo resultado que causou, não havendo concurso de agentes.
	e) autoria incerta: é espécie de autoria colateral, porém não sabe quem efetivamente produziu o resultado, ambos responderão pela modalidade tentada do resultado, mas não em concurso de agentes.
	f) autoria desconhecida: não se sabe quem praticou o crime.
 	
	Participação strito senso(CPM, art. 53, caput, e § 3º): 
Tudo igual CP.
- Conceito: partícipe é aquele que concorre para a prática de um crime, auxiliando, induzindo ou instigando o executor, sem realizar o núcleo do tipo.
	a) teoria restritiva: é aquele que não pratica o núcleo do tipo, mas cria a ideia do crime em alguém (induz), reforça a ideia (instiga) ou auxilia materialmente o crime.
- Acessoriedade Limitada: para que haja participação a conduta principal deve ser típica e antijurídica. Adotada pela doutrina majoritária.
	a) acessoriedade máxima: para que haja participação a conduta principal deve ser típica, antijurídica e culpável.
	b) hiperacessoriedade: para ter participação o autor deve ser efetivamente responsabilizado.
	c) acessoriedade mínima: há participação com a simples anuência a um crime.
- Punibilidade: responde pelo mesmo crime que os coautores.
- participação de menor importância: casos em que a participação não foi tão determinante para o crime. É uma causa de diminuição da pena que somente pode ser aplicada aos partícipes. Não existe coautoria de menor importância
Art. 53 § 3º A pena é atenuada com relação ao agente, cuja participação no crime é de somenos importância.
	Cooperação Dolosamente Distinta (CP, art. 29, § 2º):
Desvio subjetivo de conduta. CP prevê, mas o CPM não prevê expressamente, mas aplica por analogia. 
“Art. 29, CP. (...)
§ 2º. Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave.”
Se alguém quis participar de crime menos grave é aplicado a pena dele. Mas se existia a previsibilidade de um resultado diverso, a pena pode ser aumentada até a metade. ex: pessoa diz que as vezes tinha segurança na casa, pena do furto é aumentada.
Se pensar na teoria do domínio final do fato pode ter um auxilio e acabar visualizando uma coautoria: ex: motorista profissional preparado para fugir.
	Incomunicabilidade de Circunstâncias e de Condições de Caráter Pessoal do Agente & Comunicabilidade de Elementares de Caráter Pessoal do Agente (CPM, art. 53, § 1º, 2ª parte);
Igual CP.
Não se comunicam as circunstancias e condições de caráter pessoa do agente, salvo quando elementares do crime.
§ 1º A punibilidade de qualquer dos concorrentes é independente da dos outros, determinando-se segundo a sua própria culpabilidade [a pena de cada um será de acordo com suas culpabilidades]. Não se comunicam, outrossim, as condições ou circunstâncias de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime.
	Impunibilidade (CPM, art. 54);
Igual CP – art. 31.
Por mais que te convença a praticar um crime, ou dê a arma do crime, se a pessoa não inicia a execução do crime, em regra, não pode haver punição. Se é partícipe de crime tentado, seu crime também é tentado.
Art. 54. O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição em contrário, não são puníveis se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado.
	Agravação de Pena (CPM, art. 53, § 2º).
Agravantes no caso de concurso de pessoas.
§ 2° A pena é agravada em relação ao agente que:
I - promove ou organiza a cooperação no crime ou dirige a atividade dos demais agentes;
II - coage outrem à execução material do crime;
III - instiga ou determina a cometer o crime alguém sujeito à sua autoridade, ou não punível em virtude de condição ou qualidade pessoal;
IV - executa o crime, ou nele participa, mediante paga ou promessa de recompensa.
	“Cabeças” (CPM, art. 53, §§ 4º e 5º)
“Art. 53. (...)
§ 4º. Na prática de crime de autoria coletiva necessária, reputam-se cabeças os que dirigem, provocam, instigam ou excitam a ação.”
§ 5º. Quando o crime é cometido por inferiores e um ou mais oficiais, são estes considerados cabeças, assim como os inferiores que exercem função de oficial.”
Cabeças = líderes, chefes do crime, lideram, provocam a prática do crime.
OBS: São crimes de autoria coletiva necessária:
a) Motim e Revolta (arts. 149 e 368);
b) Organização de grupo para a prática de violência (art. 150);
c) Conspiração (arts. 152 e 368);
d) Amotinamento (arts. 182 e 396);
e) Concerto para deserção (art. 191);
f) Rixa (art. 211).
Nesses crimes, cabeças são aqueles que dirigem, provocam, instigam ou excitam a ação.
Aos cabeças podem ser aplicados causa de aumento de pena ou penas mais severas. São considerados cabeças os oficiais, sempre que cometerem crime junto com inferiores, e nos crimes de concurso necessário os que dirigem, lideram a prática criminosa.
Ex: 6 militares em coautoria praticam furto. Não é crime de concurso necessário, mesmo que há pessoa que lidera, não aplica art. 53, §4º.
O parágrafo 4º não especifica o posto ou graduação do militar. Pela leitura isolada desse parágrafo o cabeça pode ser praça.
Mas o parágrafo 5º diz que quando tiver concurso de inferior e oficial, os oficiais também são considerados cabeças, mesmo que não chefie o crime.
Há divergência doutrinária:
1ª posição doutrinária diz que o §4º fala de cabeças só para crimes de autoria necessária. E o §5º aplica nos crimes monosubjetivos.
2º posição diz que o §5º é continuação do §4º.
Obs: marcar letra da lei.
TEORIA GERAL DA PENA MILITAR
- Código Penal Comum
a) Não prevê penas acessórias;
Existem efeitos da condenação.
b) Prevê somente penas privativas de liberdade, restritivas de direitos e de multa (arts. 44 a 49);
c) Efeitos Condenatórios podem ser automáticos ou não-automáticos (arts. 91 e 92).
- Código Penal Militar
a) Prevê penas principais e penas acessórias;
b) Não prevê penas restritivas de direitos, nem de multa;
c) Efeitos Condenatórios são todos automáticos (art. 109).
Conceito
Pena é a consequência atribuída ao agente que praticou uma conduta contrária ao direito.
Ela tem dupla finalidade: retribuição pelo crime praticado e prevenção pelos que podem vir a ocorrer.
PENAS PRINCIPAIS
- Morte (CPM, arts. 55, a, 56 e 57);
- Reclusão, Detenção & Prisão (CPM, arts. 55, b, c, e d, e 58 a 62);
- Impedimento (CPM, arts. 55, e, e 63);
- Suspensão exercício do Posto, Graduação, Cargo ou Função (CPM, arts. 55, f, e 64);
- Reforma (CPM, arts. 55, g, e 65).
	Morte
“Art. 56. A pena de morte é executada por fuzilamento.”
“Art. 57. A sentença definitiva de condenação à morte [sentença transitado em julgado] é comunicada, logo que passe em julgado, ao Presidente da República [supremo comandante das forças armadas], e não pode ser executada senão depois de sete dias após a comunicação.
Parágrafo único. Se a pena é imposta em zona de operações de guerra, pode ser imediatamente executada, quando o exigir o interesse da ordem e da disciplina militares.”
Existe pena de morte no Brasil para alguns crimes militares e somente em tempo de guerra.
A pena de morte é executada somente após o trânsito em julgado da decisão:
	a) Regra Geral: Após 7 (sete) dias da comunicação ao Presidente da República (presidente pode substituir a pena, pode conceder graça ou indulto). Passados 7 dias e o Presidente não se manifestar a sentença será executada;
	b) Exceção: Imediatamente, desde que imposta em zona de operações e o exigir o interesse da ordem e da disciplina militares.

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