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Universidade Estácio de Sá
Curso de Psicologia
PSICOLOGIA E SAÚDE MENTAL
Resenha do filme:
"Nise: O coração da loucura"
Niterói-Rj
2020.2
Resenha do filme: Nise, o coração da loucura.
“Não se cura além da conta. Gente curada demais é gente chata. Todo mundo tem um pouco de loucura. Vou lhes fazer um pedido: vivam a imaginação, pois ela é a nossa realidade mais profunda. Felizmente, eu nunca convivi com pessoas muito ajuizadas”.  
(Nise da Silveira)
"Nise: O coração da loucura" é um filme brasileiro de 2016. baseado em fatos reais conta a história de uma psiquiatra que não concordava com os métodos agressivos utilizados na época para o tratamento dos portadores de transtorno mentais. Então, ela decidiu inová-los por contra própria, com o auxílio da arte e do amor, procurando um modo em que os pacientes não temessem o tratamento e pudessem ter liberdade. Seus princípios inspiradores acabaram mudando vidas e surpreendendo várias pessoas.
O filme trata da reforma psiquiátrica brasileira e se passa no hospital psiquiátrico Pedro II, local onde a médica psiquiatra Nise da Silveira nascida em Alagoas, em 05 de fevereiro de 1905, se consagrou como uma das mais importantes psiquiatras no Brasil. Formada em 1926 na faculdade de Medicina da Bahia, era a única mulher em uma turma de 157 alunos. O filme se inicia mostrando a volta de Nise ao hospital psiquiátrico, depois de mais de 1 ano presa, por ser acusada de envolvimentos políticos, retorna ao trabalho no centro Psiquiátrico Nacional. Logo no início do filme é notória a dificuldade que Nise já encontra, antes mesmo de entrar na unidade hospitalar, onde precisa bater inúmeras vezes até que se abra o portão, que é feito de metal, e muros muito altos. Esta cena pode ser interpretada como uma expressão de exclusão dos pacientes , chamados por Nise de clientes, do mundo externo. 
 Em sua chegada ao hospital a médica se apavora ao ver alguns métodos utilizados em pacientes, como a lobotomia e a eletroconvulsoterapia, que é uma terapia por eletrochoque métodos comuns no tratamento de doentes mentais, principalmente de esquizofrênicos. Nise se posicionou contra esses métodos, porque eram tratamentos cruéis, desumanos e apesar de científicos, causavam dores, logo não poderiam ser aplicados a ninguém. Diante desse posicionamento o diretor do hospital a oferece um cargo no setor de terapia ocupacional do hospital. Ela aceita essa função e começa então, com a ajuda dos enfermeiros Ivone e Lima, uma revolução na forma de ver e de tratar os doentes mentais que chegavam a seu setor, pessoas que viviam não apenas em um local sujo, mas principalmente em um hospital onde não eram respeitados e enxergados como seres humanos. Inicialmente não foi fácil, já que alguns pacientes possuíam comportamentos agressivos e instáveis. Essa transformação que a médica almejava atingir trouxe também mudanças comportamentais para os funcionários do hospital, principalmente para o enfermeiro Lima, que antes da chegada de Nise da Silveira tratava os pacientes de forma hostil e agressiva. 
Nise, influenciada pelos ensinamentos do psiquiatra suíço Carl Gustav Jung, defendia a tese de que os esquizofrênicos faziam uso da linguagem simbólica, por meio da arte, para se expressarem e começa a introduzir a arte terapia como processo terapêutico. Isso permitia que seus clientes expressassem suas emoções e experiências inconscientes. A médica levou ainda atividades ao ar livre, que permitiu uma interação maior entre seus clientes. Ali encontraram tinta, papel, lápis, telas, respeito, ternura e liberdade para se expressarem.  Foram feitas algumas exposições com os quadros e esculturas feitas pelos pacientes. 
Em meio as dificuldades e aos desafios de possuir um projeto tão importante e arriscado nas mãos, Nise persistiu no seu trabalho e provou para muitos que, mesmo não sendo perfeito, seu método de tratamento possuía resultados incríveis. Trouxe esperança e humanidade para a vida de pessoas que antes eram tão mal tratadas, passando por cima de preconceitos e mostrando que, no fim, o respeito o carinho prevalece.
A partir daí o trabalho da Dra. Nise da Silveira ganhou maior notoriedade e passou a colocar a doença mental sob uma nova visãoàs ideias de humanização aplicadas no tratamento psiquiátrico.
O presente filme trouxe uma reflexão que um ser humano tem o direito e deve ser tratado para além de uma patologia ou qualquer outra demanda, tem o direito de ser tratado dignamente, com respeito, com igualdade. O filme em seu início traz bem claro que os pacientes eram tratados como apenas objetos científicos, fora esquecido completamente da parte humana dessas pessoas, onde a Nise teve um papel de suma importância em trazer a luz do pensamento, discutir e trazer esse entendimento para os profissionais envolvidos e incumbidos de tratar desses pacientes. Essa mudança culminou na melhora significativa do quadro clínico dos internados.

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