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A Psicologia em Discussão: do Senso Comum ao Conhecimento Científico

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A Psicologia em Discussão: do Senso Comum ao Conhecimento Científico
Sabe aquele conhecimento intuitivo, baseado em experiências positivas e negativas que vamos acumulando no nosso dia a dia e que, inclusive, utilizamos para explicar o nosso comportamento e o das outras pessoas? Esse tipo de conhecimento, é chamado de Psicologia do senso comum. 
 	A Psicologia, porém, não se fundamenta nesse tipo de análise nem o utiliza na sua prática profissional.
Esta aula mostra as relações que envolvem o senso comum e o conhecimento científico atribuído ao campo da Psicologia ao longo da história. Além dessas questões, discute a instauração da Ciência Psicológica a partir do século XIX, seu campo de atuação, os objetos de estudos e os conteúdos da Psicologia.
No nosso cotidiano, fazemos uso do termo Psicologia em vários sentidos.
Muitas vezes, não percebemos que estamos abordando questões de senso comum, que tomamos com verdade científica, principalmente pelo contexto cultural em que estamos inseridos.
Exemplo: “Estou triste com o que aconteceu ... vou conversar com minha amiga, pois ela sempre me compreende e me ajuda analisar a situação por outro ângulo.”
Inúmeras outras vezes sustentamos opiniões sobre como adquirir controle sobre a vida. Esses e outros conhecimentos que acumulamos no nosso cotidiano são chamados de Psicologia do Senso Comum. Mas isto não quer dizer que esse tipo de conhecimento seja válido, pois não adota os critérios da Psicologia Científica.
É fato que o senso comum permite sentir e analisar uma realidade, mas uma psicologia construída a partir de observações casuais tem fraquezas críticas. 
Os autores Lakatos e Marconi ajudam a entender essa questão quando analisam as características do senso comum.
	Caráter acrítico
Verdadeiros ou não, a pretensão de que esses conhecimentos o sejam não se manifesta sempre de uma forma crítica. 
Não necessitando de uma elaboração racional, o senso comum não procede a uma crítica dos seus elementos, é um conhecimento passivo, em que o indivíduo não se interroga sobre os dados da experiência, nem se preocupa com a possibilidade de existirem erros no seu conhecimento da realidade.
	Caráter sensitivo
Referente a vivências, estados de ânimo e emoções da vida diária.
	Caráter assistemático
A organização da experiência não visa a uma sistematização das ideias, nem da forma de adquiri-las, nem na tentativa de validá-las.
	Caráter subjetivo
É o próprio sujeito que organiza suas experiências e conhecimentos. 
Em outras palavras, cada indivíduo vê o mundo à sua maneira, formando as suas opiniões, sem a preocupação de as testar ou de as fundamentar em um exame isento e crítico da realidade.
	Caráter superficial
Conforma-se com a aparência, com aquilo que se pode comprovar simplesmente estando junto das coisas. 
O senso comum não aprofunda o seu conhecimento da realidade, fica-se pela superfície, não procurando descobrir as causas dos acontecimentos, ou seja, a sua razão de ser que, por sua vez, permitiria explicá-los racionalmente.
Como você deve ter percebido, a instauração da Psicologia como ciência não pode ser baseada apenas nos conhecimentos cotidianos do senso comum.
A constituição da Psicologia como área do conhecimento científico ocorreu muito recentemente. Na verdade, sua confirmação ocorreu há pouco mais de 100 anos, sob a égide das ciências naturais, tendo sido então fruto da interferência dos modelos físico-matemáticos.
Para isso, foi preciso delimitar o seu objeto de estudo, e estabelecer métodos e técnicas específicas, divulgados em uma linguagem científica.
O marco histórico da Psicologia como área da ciência foi em 1875, quando Wilhelm Wundt criou o primeiro Laboratório de Experimentos em Psicofisiologia, na Alemanha, o que significou o desligamento das ideias psicológicas de ideias abstratas e espiritualistas.
O status de ciência da Psicologia só ocorreu com o seu afastamento do campo da Filosofia e quando passou a obedecer aos critérios da metodologia científica, tais como:
· definir seu objeto de estudo;
· delimitar seu campo de estudo;
· formular métodos de estudo desse objeto;
· formular teorias enquanto um corpo consistente de conhecimento na área.
A partir desses critérios, a Psicologia a comprovar os seus experimentos e servir de ponto de partida para outros estudos.
Esta é a letra grega Psi, símbolo da Psicologia. Você sabe o que significa o termo “Psicologia”?
	Psique - Significa alma. A alma era defendida pelos gregos como a fonte da vida, o que animava ou dava vida ao corpo.
	Logos - Significa estudo.
Etimologicamente, portanto, Psicologia significa o estudo da alma. Hoje, a Psicologia é um ramo das Ciências Humanas e, assim como demais áreas, tem como objeto de estudo o homem.
	Nesta disciplina, iremos conceber a Psicologia como o estudo da subjetividade humana. Para compreender melhor o sujeito, a Psicologia tem como matéria-prima todas as suas expressões, quer sejam visíveis ou invisíveis.
A Psicologia estuda o homem em relação a seus aspectos peculiares e por isso tem que se debruçar sobre o estudo da sua mente, mas não pode deixar de lado dois aspectos fundamentais: o biológico e o social, pois assim poderá compreender as escolhas e as ações do sujeito em diferentes espaços.
	O objeto específico da Psicologia envolve dois eixos (comportamento e inconsciente):
· Comportamento: A psicologia estuda o comportamento humano, uma vez que é através do comportamento que expressamos nossas manifestações interiores. Quando estamos felizes, expressamos nossa felicidade através de comportamentos, expressões faciais, gesticulações. Quando estamos preocupados ou raivosos, também através do nosso comportamento que manifestamos esses sentimentos. 
· Inconsciente: A Psicologia preocupa-se com as manifestações de nosso inconsciente, com aqueles comportamentos, lembranças, pensamentos que temos e não sabemos explicar por que, nem sabemos exatamente de onde vêm.
Apesar de o comportamento humano ser o principal interesse da Psicologia, esta também estuda e atua em outros campos de aplicação, que costumamos chamar de pura ou aplicada.
Nosso interesse é pela educação, pelas questões que envolvem os sujeitos em uma gama de situações ou atividades educacionais, faz com que coloquemos “a serviço da educação e do ensino o conjunto dos conhecimentos psicológicos sobre as bases do desenvolvimento e da aprendizagem. Com eles, o professor estará em posição mais favorável para planejar a sua ação” (Davis e Oliveira).
	Verifique seus conhecimentos! (Atividade)
Caráter subjetivo do senso comum – é o próprio sujeito que organiza suas experiências e conhecimentos
Caráter acrítico do senso comum – não se preocupa com a possibilidade de existirem erros no seu conhecimento da realidade
Caráter sensitivo do senso comum – Capacidade de reconhecer uma relação entre dois objetos, conhecendo-se a relação entre cada um deles e um terceiro
Eixos do objeto específico da Psicologia – Comportamento e inconsciente
Psicologia como ciência – Seu objetivo de estudo é a subjetividade humana, utiliza teorias consistentes, e métodos e técnicas específicas
	Psicologia Geral – Busca determinar o objeto, os métodos, os princípios gerais e as ramificações da ciência.
Psicologia do Desenvolvimento – Estuda as mudanças que ocorrem no ciclo vital de um indivíduo;
Psicologia Social – Investiga todas as situações em que a conduta humana é influenciada e influencia outras pessoas e grupos;
Psicopatologia – Ramo da Psicologia interessado no comportamento anormal, como as neuroses e psicoses;
Psicologia Clínica – Conhecida pelas terapias, que podem ser individuais ou em grupo;
Psicologia Educacional – Estuda todas as fases do desenvolvimento humano e da aprendizagem.
	A Psicologia estuda o comportamento do homem, levando em conta as manifestações de seu inconsciente.
A Psicologia aplicada se subdivide em: Psicologia Clínica, Psicologia Educacional, Psicologia Organizacional e Psicologia Jurídica.
	
Síntese da Aula 01
A Psicologia em Discussão: do Senso Comum ao ConhecimentoCientífico
	Nesta aula, você:
Atentou para as diferenças entre a Psicologia do senso comum e a Psicologia científica, relacionando o campo das ciências psicológicas com as questões que influenciam na formação da subjetividade de cada indivíduo.

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