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Instalações Prediais: Elétrica e Hidráulica Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof. Me. Vanderlei Rotelli Revisão Textual: Prof.ª Esp. Kelciane da Rocha Campos Instalações Elétricas • Instalações Elétricas. • Apresentar conceitos iniciais; • Apresentar os principais conceitos de instalações elétricas de baixa tensão. OBJETIVOS DE APRENDIZADO Instalações Elétricas Orientações de estudo Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua formação acadêmica e atuação profissional, siga algumas recomendações básicas: Assim: Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e horário fixos como seu “momento do estudo”; Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo; No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam- bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados; Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus- são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de aprendizagem. Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Determine um horário fixo para estudar. Aproveite as indicações de Material Complementar. Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma Não se esqueça de se alimentar e de se manter hidratado. Aproveite as Conserve seu material e local de estudos sempre organizados. Procure manter contato com seus colegas e tutores para trocar ideias! Isso amplia a aprendizagem. Seja original! Nunca plagie trabalhos. UNIDADE Instalações Elétricas Instalações Elétricas Seja bem-vindo(a) à nossa Unidade de Instalações Prediais. Esta é uma disciplina muito importante para o curso de Design de Interiores; é, também, uma disciplina técnica que deve ser conhecida por todos os designers, pois trabalhamos com estas instalações em todos os nossos projetos, seja instalan- do novos pontos elétricos ou hidráulicos, seja alterando os existentes. Para facilitar o entendimento, a disciplina foi dividida em instalações elétricas e instalações hidráulicas. Vamos iniciar entendendo os principais conceitos de insta- lações elétricas, compreendendo como utilizamos estes conceitos, e vamos finalizar entendendo como utilizar estes conhecimentos em nossos projetos de interiores. Na segunda parte da disciplina, vamos conhecer os conceitos e a utilização deles em nossos projetos de hidráulica. Quando falamos sobre um projeto de instalações elétricas para o design de inte- riores, estamos falando sobre a indicação dos pontos existentes e dos novos pontos de elétrica, telefonia, lógica, etc. De forma geral, todos os pontos que são instalados com o auxílio de eletrodutos constarão em nosso projeto. No Brasil, as instalações elétricas são definidas por Normas e Regras, que definem tanto a produção e distribuição de energia elétrica, como a sua instalação e utilização pelos consumidores finais, sejam consumidores residenciais, comerciais ou indus- triais; a NBR 5410, de 2004, é a que trata das instalações prediais de baixa tensão. Mas acredito que você esteja se perguntando o que são instalações elétricas de baixa tensão, certo? Bem, as instalações elétricas são divididas entre “extra baixa tensão”, “baixa tensão” e “alta tensão”. A diferença entre todas elas está na tensão elétrica; nossas instalações, que são de baixa tensão, operam entre 75V e 1500V, o que abrange quase todas as edificações existentes. Como você já percebeu, a eletricidade é invisível, o que percebemos são os efei- tos desta força da natureza, através do calor, da luz e do choque elétrico. Existem, também, algumas grandezas elétricas que você precisa conhecer: a tensão, a corrente e a potência elétrica. Você deve estar se perguntando: “mas o que são estas grandezas?”. Elas servem como medidas para a eletricidade, como veremos a seguir. A tensão elétrica, medida em Volts (V), é a “força”, é responsável pela movimen- tação dos elétrons; já a corrente elétrica, medida em Ampères (A), é o fluxo destes elétrons; um raio é um exemplo de uma corrente elétrica. Para ficar mais claro, imagine o seguinte: você conseguiu ampliar um cabo de eletricidade o bastante para que consiga ver os elétrons soltos dentro deste cabo se movimentando de maneira aleatória. A figura 1 ilustra este conceito. 8 9 Figura 1 – Elétrons livres em um cabo de força Fonte: Acervo do Conteudista Para que todos os elétrons se movimentem em uma única direção, devemos aplicar uma força; esta força é a tensão elétrica. Como já foi dito, ela é medida em Volts. As usinas hidrelétricas, por exemplo, são geradores de tensão; podemos con- siderar que a eletricidade parte destes geradores. A figura 2 mostra esta situação; é possível perceber que todos os elétrons seguem uma direção. Figura 2 – Tensão elétrica Fonte: Acervo do Conteudista Finalmente, quando os elétrons se movimentam de maneira ordenada dentro do condutor, temos a corrente elétrica, que é medida em Ampères. Apenas para que fi- que mais claro, quando você recebe um choque elétrico, não é a tensão que provoca danos ao corpo, mas sim a corrente elétrica. A figura 3 ilustra este último conceito. Figura 3 – Corrente elétrica Fonte: Acervo do Conteudista 9 UNIDADE Instalações Elétricas Vamos agora entender o último conceito relacionado às grandezas elétricas e que se refere aos efeitos que percebemos. Estamos falando da “potência elétrica”. Quando temos tensão elétrica, os elétrons se movem, e temos a corrente elétrica; quando temos a corrente elétrica, os aparelhos elétricos funcionam; as luzes, por exemplo, se acendem com uma determinada intensidade. Esta intensidade é de- terminada pela potência elétrica, ou seja, o que utilizamos em nosso cotidiano é a potência elétrica, são estes os efeitos práticos da eletricidade que experimentamos. Isto está claro? O que precisamos entender é o seguinte: não conseguimos ver a eletricidade; vemos apenas os efeitos que ela provoca, ou seja, os aparelhos elétri- cos funcionando, as luzes acendendo, o chuveiro elétrico esquentando, etc. O que mede estes efeitos é a “potência elétrica”. A potência elétrica, portanto, é o conjunto da tensão e da corrente elétrica; sua unidade será, então, dada por Volt-Ampère (VA). Lembre-se de que a tensão elétri- ca é medida em Volts (V) e a corrente elétrica é medida em Ampères (A). A potência elétrica pode ser dividida em potência “ativa” e potência “reativa”; a potência ativa é a que é efetivamente transformada em potência mecânica, que é aquela que movimenta os motores dos aparelhos, como liquidificadores e batedei- ras; em potência térmica, que aquece chuveiros e torradeiras; e potência luminosa, que acende lâmpadas. A potência reativa é a que se transforma em campos mag- néticos e que movimenta reatores, transformadores e motores elétricos. Em projetos residenciais, que são nosso foco, trabalhamos com a potência elé- trica “ativa”, ou seja, para que façamos nossos projetos e nossos cálculos, vamos utilizar este conceito. Conseguiu entender as diferenças entre estas noções? Estas ideias ficarão mais claras agora, pois vamos começar a pensar em nossas instalações elétricas e vamos utilizar o que acabamos de ver. No Brasil, a geração de energia vem principalmente das hidrelétricas, que pro- duzem o que é chamado de “energialimpa”, ou seja, não é produzido carbono para a geração desta eletricidade. De acordo com o site da ANEEL, que é a agência responsável pela fiscalização e regulamentação do setor elétrico, cerca de 65% da energia utilizada no Brasil são produzidos desta maneira; a geração eólica e a foto- voltaica são responsáveis por quase 10% da geração; os outros 25 % são gerados por centrais termelétricas e termonucleares. Você pode conferir os números exatos no site da ANEEL, em: https://bit.ly/28INSwk Ex pl or A ANEEL fiscaliza a chegada da energia em sua residência; esta energia chega até a sua residência através de uma concessionária, responsável pela ligação entre a produtora de energia e o consumidor final. Esta concessionária é responsável pela ligação até o medidor na entrada edificação. O link a seguir mostra esta ligação. 10 11 Ligação elétrica da concessionária, disponível em: http://bit.ly/2vNkXo7 Ex pl or O medidor, popularmente conhecido como relógio de luz, é o dispositivo que mede o consumo de energia de uma edificação; esta medição é feita em Kwh, ou seja, quantos quilowatts são consumidos por hora. Um Quilowatt equivale a 1.000 watts. Nesta ligação, logo depois do medidor é colocado um disjuntor geral, que fun- ciona como um interruptor que se desliga em caso de sobrecarga na corrente elétrica. No item – Ligações, medidor e disjuntor geral, você verá como fica a ligação em uma residência, acesse o link: http://bit.ly/2vQas3oEx pl or A partir do medidor e em toda a parte interna da edificação, a responsabilidade é do consumidor, ou do responsável pelo projeto e pelas instalações. Esta respon- sabilidade, dependendo das dimensões e da complexidade de cada projeto, deve ser assumida por um profissional competente, como um engenheiro eletricista. Este tipo de projeto mais complexo precisa de um responsável legal, capacitado para fazer os cálculos e se responsabilizar pela segurança e pela precisão do de- senho. Estes projetos são registrados nos órgãos competentes, e é preciso que o profissional responsável esteja habilitado para assumir a autoria e fazer o registro da responsabilidade no órgão competente; em caso de algum problema no projeto, ou de acidentes decorrentes de algum erro, este será o profissional acionado. Projetos residenciais podem ser executados por profissionais capacitados, mas não precisam, obrigatoriamente, ser registrados nos órgãos competentes. Este tipo de projeto é bastante simples, como veremos a seguir, e podem ser executados por um profissional treinado. Como você já deve ter percebido, no Brasil, de maneira geral, as ligações elétri- cas de distribuição, a partir das concessionárias, são aéreas, ou seja, estas ligações são feitas a partir de postes, e os fios e cabos correm aparentes, pelo alto destes postes. As ligações entre estes postes de distribuição da rua e os postes de entrada das edificações também são feitas pelo alto. Este tipo de ligação, além de ser esteti- camente desagradável, apresenta uma série de problemas, pois é muito frágil e está sujeito a uma série de acidentes, que acontecem com frequência, seja pela queda de árvores, seja pela passagem de veículos muito altos, que acabam por desconectar os cabos. Este tipo de ligação, também, demanda uma manutenção muito cons- tante, tanto com a troca de peças que estão sujeitas à ação das intempéries, como pela poda e corte de árvores, que partem a fiação. Os cabos subterrâneos são mais seguros, ou seja, estão menos sujeitos a acidentes, e possuem uma manutenção muito mais fácil e simples, mas o custo para o enterramento da infraestrutura que já está instalada é muito alto; outro fator que faz com que as concessionárias não 11 UNIDADE Instalações Elétricas queiram executar o enterramento dos cabos é que o espaço dos postes é alugado para outras concessionárias e permissionárias, de TV a cabo, telefonia, etc. Quando a ligação dos postes de distribuição para o poste de entrada estiver feita, a energia estará pronta para ser distribuída e utilizada na edificação. A energia elé- trica é, então, levada, através do circuito de distribuição, até o quadro de distribui- ção; o circuito de distribuição é um cabo que faz a ligação entre a caixa de medição e o quadro de distribuição, ou quadro de luz, como é conhecido popularmente; este quadro fará a distribuição da energia por toda a edificação, centralizando todas as ligações. A figura 4 mostra esta ligação. Quanto mais a energia elétrica é transmitida por um cabo, mais ela se dispersa, ou seja, maior a perda que acontece; este é um dos motivos pelos quais a caixa de distribuição está geralmente localizada próxima à entrada da edificação. Além disto, por transmitir bastante potência elétrica, estes cabos precisam ter uma bitola gran- de, ou seja, um diâmetro largo, e, portanto, têm um custo alto. No link acima, por exemplo, é possível ver que a bitola dos cabos que entram na edificação é grande; de maneira geral, este tipo de cabo tem um custo alto e é utilizado em pequenas extensões. A figura 5 mostra um quadro de distribuição residencial. Figura 4 – Ligação elétrica Fonte: Adaptado de Electra Figura 5 – Quadro de distribuição Fonte: Getty Images Nosso projeto de interiores começa a influenciar e ser influenciado pelo projeto de elétrica a partir deste ponto. O quadro de distribuição ou quadro de luz, como já foi dito, deve ser colocado próximo à entrada da edificação, muitas vezes em uma posição que fica bastante aparente nas paredes; este quadro, de acordo com a nor- ma, deve ficar desimpedido e ter o acesso fácil e direto. O que isto representa para o nosso projeto? Isto quer dizer que teremos de adaptar nosso projeto de interiores de acordo com o que foi pensado no projeto 12 13 de elétrica; em um projeto de elétrica que foi bem executado, por exemplo, este quadro de distribuição pode estar atrás da porta da cozinha, que geralmente esta- rá aberta, escondendo o quadro. Pode acontecer, no entanto, que este quadro de distribuição esteja na sala de estar, o que significa que ele estará aparente em seu projeto, como podemos ver na figura 6. Figura 6 – Quadro de distribuição aparente Fonte: Getty Images Este quadro, como é possível ver na figura 6, está localizado atrás da porta da sala, que é um a porta que geralmente está fechada, ou seja, o quadro estará sempre aparente. O que podemos fazer para disfarçar este item? Podemos man- dar fazer uma moldura fixa na parede e fazer com que a porta fique mais discreta; lembre-se, no entanto, de que o acesso a este quadro deve ser fácil e livre, não podendo ser obstruído por mobiliário. O link abaixo mostra algumas ideias para disfarçar este quadro. Soluções para o quadro de distribuição: http://bit.ly/2PWmhyi Ex pl or O quadro de distribuição é onde são instalados os disjuntores, ou os fusíveis em edificações mais antigas. Os disjuntores são utilizados para a separação da corrente elétrica que é fornecida pela concessionária nos vários circuitos elétricos, ou circui- tos terminais, que compõem a instalação. Um circuito elétrico, ou terminal, é o con- junto de dispositivos, como lâmpadas e tomadas, que estão ligados a um disjuntor. O disjuntor tem a função de proteger os circuitos terminais e os dispositivos que estão ligados neles, pois em caso de sobrecarga eles se desconectam, cortan- do a passagem da energia elétrica e evitando maiores problemas; basta reconec- tar o disjuntor para restabelecer a energia. Quando um disjuntor se desconecta com frequência, no entanto, isso pode significar que algum ponto do circuito está com alguma sobrecarga ou com algum curto-circuito. Falaremos sobre isso mais adiante, não se preocupe. A figura 7 mostra os tipos de disjuntores mais comuns: 13 UNIDADE Instalações Elétricas o unipolar, o bipolar e o tripolar; geralmente, para edificações residenciais, os disjuntores unipolares são os mais utilizados, pois fazem as ligações conhecidas como 110V, e os bipolares são menos utilizados,pois fazem as ligações de 220V, como chuveiros, por exemplo. Os disjuntores tripolares são mais utilizados em indústrias, pois são utilizados em ligações trifásicas, como as de motores elétricos. Figura 7 – Disjuntores Em instalações elétricas mais antigas, os fusíveis têm a mesma função do disjun- tor, ou seja, o fusível interrompe a passagem de energia em caso de sobrecarga, com a diferença de que o fusível “queima” e precisa ser trocado. É claro que “queimar” é um termo popular, já que o que acontece é que o filamento que compõe o fusível derrete e não pode ser recomposto, obrigando a substituição da peça. A praticidade dos disjuntores fez com que nenhuma instalação elétrica nova fosse feita com o uso de fusíveis, e mesmo as antigas, conforme vão sendo atualizadas, utilizam esta tec- nologia mais nova. O link a seguir mostra como funciona um fusível; é possível ver no corte da peça o fio de chumbo, que derrete com a sobrecarga de energia elétrica, evitando que este excesso de potência passe para o circuito terminal e sobrecarre- gue algum aparelho ou alguma ligação, inutilizando as peças. Fusíveis, disponível em: https://bit.ly/2YeK6Ey Ex pl or Outra importante interação entre o projeto de elétrica e o projeto de interiores acontece no momento da divisão dos circuitos terminais. É claro que este projeto independe do designer, mas é interessante que você dialogue com o projetista, a fim de entender os detalhes do projeto e sugerir as alterações que forem necessá- rias, de acordo com seu projeto. Lembre-se de que as alterações deverão ser feitas de acordo com o seu projeto, pois na maior parte das vezes estamos executando alterações que incluem modificações nos circuitos elétricos, seja aumentando o nú- mero de pontos elétricos, seja mudando a sua posição. A Norma 5410 preconiza que a divisão de uma instalação elétrica em circuitos terminais deve seguir alguns princípios, conforme abaixo. • É preciso, por exemplo, separar os circuitos terminais de iluminação dos cir- cuitos terminais de tomadas comuns, chamadas de tomadas de uso geral. Este cuidado simples pode garantir que, caso aconteça algum problema em uma tomada, como, por exemplo, um curto-circuito, a iluminação não seja afetada, permitindo que o problema seja sanado de maneira simples e rápida. Parece 14 15 óbvio, certo? Mas saiba que muitas vezes esta regra básica não é atendida, causando grandes transtornos aos usuários. • É preciso prever circuitos separados para aparelhos com corrente superior a 10 A, como secadores de cabelos e chuveiros. Os aparelhos que trabalham com resistências, geralmente, têm um consumo de energia maior; este consu- mo é indicado pela amperagem do eletrodoméstico, ou seja, quanto maior a amperagem, maior o consumo. Com esta relação em mente, você deve saber que é preciso que este tipo de ligação tenha um circuito separado, ou seja, que estes aparelhos estejam ligados a um único disjuntor. O chuveiro, por exemplo, está conectado a um disjuntor exclusivo. Um detalhe extremamente importante, e ignorado pela maioria dos profissio- nais, é que tomadas para aparelhos que consumam mais energia, ou seja, que tenham maior amperagem, são diferentes das tomadas padrão, conforme mostra a figura 8. A tomada para 20 ampères deve ser indicada para o uso em banheiros, área de serviço e cozinhas, que possuem mais aparelhos com amperagem maior, como o forno de micro-ondas, por exemplo. até 10 A orifício 04 mm até 20 A orifício 04 mm Figura 8 – Tipos de tomada Este tipo de tomada deve ser conectado a um disjuntor exclusivo, e este disjuntor deve, obviamente, ter uma potência maior, prevendo o consumo. Note que não se fala apenas em trocar o modelo da tomada, mas sim em criar uma ligação específica e exclusiva. É muito comum que profissionais despreparados façam apenas a troca da tomada, sem a devida troca de potência, o que é errado e pode causar sobrecar- gas e acidentes. O que acontece nestes casos? Exatamente! O aparelho não vai rece- ber a potência que precisa, não vai funcionar da maneira esperada, e o sistema vai ser sobrecarregado, fazendo com que aquele disjuntor específico seja desconectado. • Os circuitos de cozinhas, banheiros e áreas de serviço devem ser alimentados por circuitos exclusivos, ou seja, circuitos que sejam destinados apenas a estes ambientes; como já foi dito, muitos dos aparelhos eletrodomésticos que são utilizados nestes locais, como secadores, fornos de micro-ondas, secadoras de roupa, ferro elétrico, etc., possuem uma amperagem muito alta, ou seja, preci- sam de muita potência, e, portanto devem estar ligados a disjuntores exclusivos ou, pelo menos, a disjuntores que estejam conectados a um único ambiente e que tenham bastante potência para atender à demanda (mesmo que esta não seja a solução ideal). Você também notou, na figura 8, que as tomadas que utilizamos no Brasil devem ter três pinos e, portanto, os plugues também devem ter os três pinos. O pino cen- tral funciona como aterramento, ou seja, deve ser ligado ao fio terra da edificação, para evitar que ocorram choques ou superaquecimentos; o fio terra vai desviar o excesso de energia para a haste que está em contato com a terra. Outro detalhe 15 UNIDADE Instalações Elétricas muito importante com relação a este tipo de tomada é que ela fica recuada em re- lação ao espelho, que é o acabamento que vai na parede. A função desta distância é evitar acidentes, já que nenhuma peça metálica do plugue fica aparente no mo- mento de fazer a conexão, evitando choques e machucados. Mas o que nós, como Designers de Interiores, podemos fazer, já que este não é um projeto que iremos executar? Devemos, além de ter este conhecimento, que você está adquirindo, confirmar se o projeto de elétrica ou se o profissional que está executando as instalações conhece estas instruções e está seguindo as nor- mas. É comum, por exemplo, que alguns profissionais não façam a ligação do pino central das novas tomadas no aterramento da edificação, o que inutiliza totalmente a eficácia destas peças. Nosso papel principal como designers de interiores é indicar a posição e a quan- tidade de pontos de energia em cada ambiente, prevendo o uso que cada ambiente terá e calculando o número de tomadas e interruptores em cada cômodo. A Norma indica o número mínimo de tomadas a ser projetada, mas você verá que este número é realmente pequeno e bastante inferior ao necessário para as exigências atuais, mas é preciso levar em consideração que esta regulamentação é antiga, a NBR 5410 é de 2004, quando as pessoas não utilizavam tantos aparelhos e carregadores como hoje em dia. Mas vamos ver quais são as recomendações da norma, que devem ser seguidas. • Qualquer cômodo, independentemente do uso, com menos de 6m² deve ter pelo menos um ponto de tomada (um ponto de tomada pode ter mais de uma tomada). • Salas, dormitórios e dependências com mais de 6m² devem ter um ponto de tomada para cada 5 m de perímetro mais 1 para as frações. O que isto quer dizer? Vamos ver um exemplo: seu cliente tem um dormitório que tem 4,5m x 4m, ou seja, 18 m². Como este cômodo tem mais de 6m², devemos obter o perímetro para descobrir o número de pontos de tomada; para isto devemos somar as medidas de todas as paredes, ou seja, 4m + 4,5m + 4m + 4,5m, o que nos dá um total de 17 m. De acordo com a NBR, devemos estabelecer que haverá um ponto de tomada a cada 5 m mais um ponto de tomada pela fração, o que nos dá um total de 4 pontos de tomada para este ambiente. Fácil de entender isto, certo? • Cozinhas, áreas de serviço, lavanderias, etc. Nestes casos, independentemente da área, devem ser previstos pontos de tomada a cada 3,5m de perímetro, mais um ponto para a fração. No exemplo acima, assumimos que o ambiente era um dormitório, mas caso imaginemos que seja uma cozinha, teremos um perímetro de 17m; a cada 3,5m deste perímetro mais a fração, teremos um ponto de tomada, o que nos dará um total de 5 pontos de tomada, certo?Va- mos conferir: 3,5m x 4 = 14m, mais a fração de 3m, que corresponde a mais um ponto de tomada. No caso da cozinha, de acordo com a NBR, devemos prever, além dos pontos calculados acima, pelo menos duas tomadas sobre a bancada (no mesmo ponto ou em pontos diferentes). 16 17 • Para as varandas, independentemente da área e do perímetro, deve ser previs- to pelo menos um ponto de tomada. • Para os banheiros, pelo menos um ponto de tomada junto ao lavatório, desde que esteja a pelo menos 0,60 m do box, para evitar o respingo de água, o que pode causar graves acidentes. Como foi dito antes, a NBR nos dá o número mínimo de tomadas a ser proje- tado em cada ambiente. Em uma edificação nova, esta Norma deve ser obedecida, então você vai encontrar este número mínimo de pontos de tomada, mas, ainda assim, em muitos casos, vai precisar aumentar o número de pontos de tomada, em função do uso das pessoas que utilizam a edificação. Em edificações antigas que serão reformadas, é muito comum que você en- contre vários cômodos com apenas um ponto de tomada, e com uma caixa de distribuição subdimensionada, precisando, muitas vezes, de um novo projeto de elétrica. Dependendo da época de construção, poderemos encontrar até caixas de distribuição com fusíveis; nestes casos, pode ser recomendável contratar um engenheiro elétrico para a execução do projeto. Um hábito que é interessante que você desenvolva é uma visita à residência ou ao escritório de seus clientes antes ou durante a execução do seu projeto de interio- res e das suas indicações para o projeto de elétrica, observando como é feito o uso cotidiano dos equipamentos e aparelhos. Caso você note a presença de extensões, de adaptadores ou de benjamins ou T’s, esta é uma indicação clara de que é preciso repensar a instalação, aumentando o número e a disposição dos pontos de tomada; esta verificação terá uma influência direta em seu projeto. A partir destas observações e das conversas com o cliente, você vai executar seu projeto de elétrica, que inclui a indicação dos pontos de tomada, dos interruptores, etc., ou seja, você vai indicar para o engenheiro ou para o profissional qualificado o que ele deverá fazer para que as instalações elétricas atendam às necessidades do seu projeto e, portanto, às necessidades do seu cliente. Vamos estudar, na próxima Unidade, o significado da simbologia utilizada nos projetos de elétrica, bem como todos os itens que são utilizados em um projeto, de tal forma a que estejamos capacitados a entender um projeto de instalações elétri- cas e fazer as nossas interferências neste tipo de projeto. Os conceitos que vimos nesta Unidade são fundamentais para o prosseguimento de nossos estudos, por isso releia o que não estiver claro, tirando as suas dúvidas, e nos reencontraremos em breve. Até lá! 17 UNIDADE Instalações Elétricas Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Vídeos Física – Circuitos Elétricos: Resumo Video interessante para se aprofundar em circuitos elétricos. https://youtu.be/eX-XWKFnpWA Leitura Habitação Social e Eficiência Energética: Um protótipo para o clima de Belo Horizonte ASSIS, Eleonora Sad de et al. Habitação social e eficiência energética: um protótipo para o clima de Belo Horizonte. Anais do II Congresso Brasileiro de Eficiência Energética. Vitória, Espírito Santo, Brasil. https://bit.ly/2W3WtWy Viabilidade Econômica de um Projeto de Micro Geração Fotovoltaica Residencial no Ambiente de Compensação de Energia Elétrica REIS, Vagner Vieira et al. Viabilidade econômica de um projeto de microgeração fotovoltaica residencial no ambiente de compensação de energia elétrica. Convibra 2015 https://bit.ly/2Q6KP7L 18 19 Referências LIMA FILHO, D. S. Projetos de instalações elétricas prediais. 12ª ed. São Paulo: Editora Érica, 2011. SILVA, B. W. Manual de instalações elétricas. 1ª ed. São Paulo: BWS Consul- toria, 2015. 19
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