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Vade Mecum CFC - 2020 V2

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VADE MECUM PARA EXAME CFC 
CFC DE A A Z 
 
cfcdeaaz.com 
 
 
1 
 
VADE MECUM PARA EXAME DO CFC 
CFC DE A A Z 
 
 
2 
APRESENTAÇÃO – VADE MECUM PARA EXAME CFC! 
 
Olá! Tudo bem? 
Aqui é o Prof. Gabriel Rabelo e escrevo para apresentar este VADE MECUM PARA O EXAME DE SUFICIÊNCIA DO 
CFC. 
Sabemos que a leitura da lei seca é uma etapa importantíssima na sua preparação e, por este motivo, 
resolvemos poupar o seu tempo e compilar a legislação mais importante para a sua prova do Exame de 
Suficiência. 
Sabemos que a banca gosta muito da literalidade das normas e que é cada vez mais corriqueiro a cobrança 
dos Pronunciamentos Contábeis em provas de concursos. 
Assim, trouxemos aqui essencialmente a Lei 6.404/76, também chamada lei das sociedades por ações, os 
principais pronunciamentos que devem ser conhecidos para a sua prova, algumas normas de Perícia 
Contábil, de Auditoria e também de ética. Faltou apenas o MCASP, mas para este seria necessária uma 
publicação separada. 
Esperamos que você faça bom uso deste Vade Mecum. Quando você estiver estudando as suas aulas em 
vídeo ou em PDF, pode ser interessante fazer uma breve consulta aos dispositivos legais mencionados pelo 
professor ou pelos exercícios. 
O Vade Mecum já está atualizado de acordo com o Novo CPC 00! 
 
Caso queira se juntar ao nosso time, o CFC De A a Z está com matrículas abertas. Mais informações no site 
cfcdeaaz.com 
 
Bons estudos! 
 
Prof. Gabriel Rabelo 
Instagram @contabilidadefacilitada 
 
VADE MECUM PARA EXAME DO CFC 
CFC DE A A Z 
 
 
3 
ÍNDICE – LEGISLAÇÃO CONTÁBIL COMPILADA 
 
LEI 6.404/76 – LEI DAS SOCIEDADES POR AÇÕES ...................................................................................................................... 4 
CPC ESTRUTURA CONCEITUAL – ESTRUTURA CONCEITUAL PARA ELABORAÇÃO E DIVULGAÇÃO DE RELATÓRIO 
CONTÁBIL-FINANCEIRO ................................................................................................................................................... 11 
CPC 01 (R4) – REDUÇÃO AO VALOR RECUPERÁVEL DE ATIVOS ....................................................................................... 48 
CPC 02 (R3) – EFEITOS DAS MUDANÇAS NAS TAXAS DE CÂMBIO E CONVERSÃO DE DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS ..... 65 
CPC 03 (R2) – DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA .................................................................................................. 72 
CPC 04 (R4) – ATIVO INTANGÍVEL .................................................................................................................................... 78 
CPC 06 (R2) – OPERAÇÕES DE ARRENDAMENTO MERCANTIL ......................................................................................... 92 
CPC 07 (R2) – SUBVENÇÃO E ASSISTÊNCIA GOVERNAMENTAIS .................................................................................... 100 
CPC 09 – DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO. ................................................................................................... 104 
CPC 12 – AJUSTE A VALOR PRESENTE ............................................................................................................................ 111 
CPC 15 (R4) – COMBINAÇÃO DE NEGÓCIOS .................................................................................................................. 115 
CPC 16 (R2) – ESTOQUES ............................................................................................................................................... 124 
CPC 18 (R3) – INVESTIMENTO EM COLIGADA, EM CONTROLADA E EM EMPREENDIMENTO CONTROLADO EM 
CONJUNTO .................................................................................................................................................................... 128 
CPC 20 (R2) – CUSTOS DE EMPRÉSTIMOS ...................................................................................................................... 135 
CPC 23 (R2) – POLÍTICAS CONTÁBEIS, MUDANÇA DE ESTIMATIVA E RETIFICAÇÃO DE ERRO ........................................ 138 
CPC 24 (R2) – EVENTO SUBSEQUENTE ........................................................................................................................... 144 
CPC 25 (R2) – PROVISÕES, PASSIVOS CONTINGENTES E ATIVOS CONTINGENTES ......................................................... 147 
CPC 26 (R5) – APRESENTAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS.............................................................................. 155 
CPC 27 (R4) – ATIVO IMOBILIZADO ................................................................................................................................ 173 
CPC 28 (R4) – PROPRIEDADE PARA INVESTIMENTO ...................................................................................................... 181 
CPC 31 (R4) – ATIVO NÃO CIRCULANTE MANTIDO PARA VENDA E OPERAÇÃO DESCONTINUADA ............................... 190 
CPC 32 (R4) – TRIBUTOS SOBRE O LUCRO ...................................................................................................................... 196 
CPC 36 (R3) – DEMONSTRAÇÕES CONSOLIDADAS ........................................................................................................ 212 
CPC 46 (R2) – MENSURAÇÃO DO VALOR JUSTO ............................................................................................................ 229 
CPC 47 – RECEITA DE CONTRATO COM CLIENTE ............................................................................................................ 249 
ITG 2000 (R1) – ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL ................................................................................................................... 274 
NBC PG 01 – CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DO CONTADOR .................................................................................... 276 
NBC PG 100 – APLICAÇÃO GERAL AOS PROFISSIONAIS DA CONTABILIDADE ................................................................. 279 
NBC TA 200 (R1) – OBJETIVOS GERAIS DO AUDITOR INDEPENDENTE E A CONDUÇÃO DA AUDITORIA EM 
CONFORMIDADE COM NORMAS DE AUDITORIA .......................................................................................................... 284 
NBC TA 300 (R1) – PLANEJAMENTO DA AUDITORIA DE DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS ............................................... 298 
NBC TA 500 (R1) - EVIDÊNCIA DE AUDITORIA ................................................................................................................ 304 
NBC TA 700 – FORMAÇÃO DA OPINIÃO E EMISSÃO DO RELATÓRIO DO AUDITOR INDEPENDENTE SOBRE AS 
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS ...................................................................................................................................... 312 
NBC TA 705 – MODIFICAÇÕES NA OPINIÃO DO AUDITOR INDEPENDENTE ................................................................... 328 
NBC TP 01 – PERÍCIA CONTÁBIL ..................................................................................................................................... 335 
NBC PP 01 – PERITO CONTÁBIL ...................................................................................................................................... 340 
 
 
VADE MECUM PARA EXAME DO CFC 
CFC DE A A Z 
 
 
4 
LEI 6.404/76 – LEI DAS SOCIEDADES POR AÇÕES 
 
CAPÍTULO XV 
Exercício Social e Demonstrações Financeiras 
 
SEÇÃO I 
Exercício Social 
 
Art. 175. O exercício social terá duração de 1 (um) ano e a data 
do término será fixada no estatuto. 
Parágrafo único. Na constituição da companhia e nos casos de 
alteração estatutária o exercício social poderá ter duração 
diversa. 
SEÇÃO II 
Demonstrações Financeiras 
Disposições Gerais 
 
Art. 176. Ao fim de cada exercício social, a diretoria fará 
elaborar, com base na escrituração mercantil da companhia, as 
seguintes demonstrações financeiras, que deverão exprimir com 
clareza a situação do patrimônio da companhia e as mutações 
ocorridas no exercício:I - balanço patrimonial; 
II - demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados; 
III - demonstração do resultado do exercício; e 
IV – demonstração dos fluxos de caixa; e 
V – se companhia aberta, demonstração do valor adicionado. 
§ 1º As demonstrações de cada exercício serão publicadas com 
a indicação dos valores correspondentes das demonstrações do 
exercício anterior. 
§ 2º Nas demonstrações, as contas semelhantes poderão ser 
agrupadas; os pequenos saldos poderão ser agregados, desde 
que indicada a sua natureza e não ultrapassem 0,1 (um décimo) 
do valor do respectivo grupo de contas; mas é vedada a 
utilização de designações genéricas, como "diversas contas" ou 
"contas-correntes". 
§ 3º As demonstrações financeiras registrarão a destinação dos 
lucros segundo a proposta dos órgãos da administração, no 
pressuposto de sua aprovação pela assembléia-geral. 
§ 4º As demonstrações serão complementadas por notas 
explicativas e outros quadros analíticos ou demonstrações 
contábeis necessários para esclarecimento da situação 
patrimonial e dos resultados do exercício. 
§ 5o As notas explicativas devem 
I – apresentar informações sobre a base de preparação das 
demonstrações financeiras e das práticas contábeis específicas 
selecionadas e aplicadas para negócios e eventos significativos; 
II – divulgar as informações exigidas pelas práticas contábeis 
adotadas no Brasil que não estejam apresentadas em nenhuma 
outra parte das demonstrações financeiras; 
III – fornecer informações adicionais não indicadas nas próprias 
demonstrações financeiras e consideradas necessárias para uma 
apresentação adequada; e 
IV – indicar: 
a) os principais critérios de avaliação dos elementos 
patrimoniais, especialmente estoques, dos cálculos de 
depreciação, amortização e exaustão, de constituição de 
provisões para encargos ou riscos, e dos ajustes para atender a 
perdas prováveis na realização de elementos do ativo; 
b) os investimentos em outras sociedades, quando relevantes 
(art. 247, parágrafo único); 
c) o aumento de valor de elementos do ativo resultante de 
novas avaliações (art. 182, § 3o ); 
d) os ônus reais constituídos sobre elementos do ativo, as 
garantias prestadas a terceiros e outras responsabilidades 
eventuais ou contingentes; 
e) a taxa de juros, as datas de vencimento e as garantias das 
obrigações a longo prazo; 
f) o número, espécies e classes das ações do capital social; 
g) as opções de compra de ações outorgadas e exercidas no 
exercício; 
h) os ajustes de exercícios anteriores (art. 186, § 1o); e 
i) os eventos subsequentes à data de encerramento do exercício 
que tenham, ou possam vir a ter, efeito relevante sobre a 
situação financeira e os resultados futuros da companhia. 
§ 6o A companhia fechada com patrimônio líquido, na data do 
balanço, inferior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais) não 
será obrigada à elaboração e publicação da demonstração dos 
fluxos de caixa. 
§ 7o A Comissão de Valores Mobiliários poderá, a seu critério, 
disciplinar de forma diversa o registro de que trata o § 3o deste 
artigo. 
Escrituração 
Art. 177. A escrituração da companhia será mantida em 
registros permanentes, com obediência aos preceitos da 
legislação comercial e desta Lei e aos princípios de 
contabilidade geralmente aceitos, devendo observar métodos 
ou critérios contábeis uniformes no tempo e registrar as 
mutações patrimoniais segundo o regime de competência. 
§ 1º As demonstrações financeiras do exercício em que houver 
modificação de métodos ou critérios contábeis, de efeitos 
relevantes, deverão indicá-la em nota e ressaltar esses efeitos. 
§ 2o A companhia observará exclusivamente em livros ou 
registros auxiliares, sem qualquer modificação da escrituração 
mercantil e das demonstrações reguladas nesta Lei, as 
disposições da lei tributária, ou de legislação especial sobre a 
atividade que constitui seu objeto, que prescrevam, conduzam 
VADE MECUM PARA EXAME DO CFC 
CFC DE A A Z 
 
 
5 
ou incentivem a utilização de métodos ou critérios contábeis 
diferentes ou determinem registros, lançamentos ou ajustes ou 
a elaboração de outras demonstrações financeiras. 
§ 3o As demonstrações financeiras das companhias abertas 
observarão, ainda, as normas expedidas pela Comissão de 
Valores Mobiliários e serão obrigatoriamente submetidas a 
auditoria por auditores independentes nela registrados. 
§ 4º As demonstrações financeiras serão assinadas pelos 
administradores e por contabilistas legalmente habilitados. 
§ 5o As normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários 
a que se refere o § 3o deste artigo deverão ser elaboradas em 
consonância com os padrões internacionais de contabilidade 
adotados nos principais mercados de valores mobiliários. 
§ 6o As companhias fechadas poderão optar por observar as 
normas sobre demonstrações financeiras expedidas pela 
Comissão de Valores Mobiliários para as companhias abertas. 
SEÇÃO III 
Balanço Patrimonial 
Grupo de Contas 
Art. 178. No balanço, as contas serão classificadas segundo os 
elementos do patrimônio que registrem, e agrupadas de modo 
a facilitar o conhecimento e a análise da situação financeira da 
companhia. 
§ 1º No ativo, as contas serão dispostas em ordem decrescente 
de grau de liquidez dos elementos nelas registrados, nos 
seguintes grupos: 
I – ativo circulante; e 
II – ativo não circulante, composto por ativo realizável a longo 
prazo, investimentos, imobilizado e intangível. 
§ 2º No passivo, as contas serão classificadas nos seguintes 
grupos: 
I – passivo circulante; 
II – passivo não circulante; e 
III – patrimônio líquido, dividido em capital social, reservas de 
capital, ajustes de avaliação patrimonial, reservas de lucros, 
ações em tesouraria e prejuízos acumulados. 
§ 3º Os saldos devedores e credores que a companhia não tiver 
direito de compensar serão classificados separadamente. 
Ativo 
Art. 179. As contas serão classificadas do seguinte modo: 
I - no ativo circulante: as disponibilidades, os direitos realizáveis 
no curso do exercício social subseqüente e as aplicações de 
recursos em despesas do exercício seguinte; 
II - no ativo realizável a longo prazo: os direitos realizáveis após 
o término do exercício seguinte, assim como os derivados de 
vendas, adiantamentos ou empréstimos a sociedades coligadas 
ou controladas (artigo 243), diretores, acionistas ou 
participantes no lucro da companhia, que não constituírem 
negócios usuais na exploração do objeto da companhia; 
III - em investimentos: as participações permanentes em outras 
sociedades e os direitos de qualquer natureza, não classificáveis 
no ativo circulante, e que não se destinem à manutenção da 
atividade da companhia ou da empresa; 
IV – no ativo imobilizado: os direitos que tenham por objeto 
bens corpóreos destinados à manutenção das atividades da 
companhia ou da empresa ou exercidos com essa finalidade, 
inclusive os decorrentes de operações que transfiram à 
companhia os benefícios, riscos e controle desses bens; 
VI – no intangível: os direitos que tenham por objeto bens 
incorpóreos destinados à manutenção da companhia ou 
exercidos com essa finalidade, inclusive o fundo de comércio 
adquirido. 
Parágrafo único. Na companhia em que o ciclo operacional da 
empresa tiver duração maior que o exercício social, a 
classificação no circulante ou longo prazo terá por base o prazo 
desse ciclo. 
Passivo Exigível 
 Art. 180. As obrigações da companhia, inclusive 
financiamentos para aquisição de direitos do ativo não 
circulante, serão classificadas no passivo circulante, quando se 
vencerem no exercício seguinte, e no passivo não circulante, se 
tiverem vencimento em prazo maior, observado o disposto no 
parágrafo único do art. 179 desta Lei. 
Patrimônio Líquido 
Art. 182. A conta do capital social discriminará o montante 
subscrito e, por dedução, a parcela ainda não realizada. 
§ 1º Serão classificadas como reservas de capital as contas que 
registrarem:a) a contribuição do subscritor de ações que ultrapassar o valor 
nominal e a parte do preço de emissão das ações sem valor 
nominal que ultrapassar a importância destinada à formação do 
capital social, inclusive nos casos de conversão em ações de 
debêntures ou partes beneficiárias; 
b) o produto da alienação de partes beneficiárias e bônus de 
subscrição; 
§ 2° Será ainda registrado como reserva de capital o resultado 
da correção monetária do capital realizado, enquanto não-
capitalizado. 
§ 3o Serão classificadas como ajustes de avaliação patrimonial, 
enquanto não computadas no resultado do exercício em 
obediência ao regime de competência, as contrapartidas de 
aumentos ou diminuições de valor atribuídos a elementos do 
ativo e do passivo, em decorrência da sua avaliação a valor 
justo, nos casos previstos nesta Lei ou, em normas expedidas 
pela Comissão de Valores Mobiliários, com base na competência 
conferida pelo § 3o do art. 177 desta Lei. 
§ 4º Serão classificados como reservas de lucros as contas 
constituídas pela apropriação de lucros da companhia. 
§ 5º As ações em tesouraria deverão ser destacadas no balanço 
como dedução da conta do patrimônio líquido que registrar a 
origem dos recursos aplicados na sua aquisição. 
VADE MECUM PARA EXAME DO CFC 
CFC DE A A Z 
 
 
6 
Critérios de Avaliação do Ativo 
Art. 183. No balanço, os elementos do ativo serão avaliados 
segundo os seguintes critérios: 
I - as aplicações em instrumentos financeiros, inclusive 
derivativos, e em direitos e títulos de créditos, classificados no 
ativo circulante ou no realizável a longo prazo: 
a) pelo seu valor justo, quando se tratar de aplicações 
destinadas à negociação ou disponíveis para venda; e 
b) pelo valor de custo de aquisição ou valor de emissão, 
atualizado conforme disposições legais ou contratuais, ajustado 
ao valor provável de realização, quando este for inferior, no 
caso das demais aplicações e os direitos e títulos de crédito; 
II - os direitos que tiverem por objeto mercadorias e produtos 
do comércio da companhia, assim como matérias-primas, 
produtos em fabricação e bens em almoxarifado, pelo custo de 
aquisição ou produção, deduzido de provisão para ajustá-lo ao 
valor de mercado, quando este for inferior; 
III - os investimentos em participação no capital social de outras 
sociedades, ressalvado o disposto nos artigos 248 a 250, pelo 
custo de aquisição, deduzido de provisão para perdas prováveis 
na realização do seu valor, quando essa perda estiver 
comprovada como permanente, e que não será modificado em 
razão do recebimento, sem custo para a companhia, de ações 
ou quotas bonificadas; 
IV - os demais investimentos, pelo custo de aquisição, deduzido 
de provisão para atender às perdas prováveis na realização do 
seu valor, ou para redução do custo de aquisição ao valor de 
mercado, quando este for inferior; 
V - os direitos classificados no imobilizado, pelo custo de 
aquisição, deduzido do saldo da respectiva conta de 
depreciação, amortização ou exaustão; 
VII – os direitos classificados no intangível, pelo custo incorrido 
na aquisição deduzido do saldo da respectiva conta de 
amortização; 
VIII – os elementos do ativo decorrentes de operações de longo 
prazo serão ajustados a valor presente, sendo os demais 
ajustados quando houver efeito relevante. 
§ 1o Para efeitos do disposto neste artigo, considera-se valor 
justo 
a) das matérias-primas e dos bens em almoxarifado, o preço 
pelo qual possam ser repostos, mediante compra no mercado; 
b) dos bens ou direitos destinados à venda, o preço líquido de 
realização mediante venda no mercado, deduzidos os impostos 
e demais despesas necessárias para a venda, e a margem de 
lucro; 
c) dos investimentos, o valor líquido pelo qual possam ser 
alienados a terceiros. 
d) dos instrumentos financeiros, o valor que pode se obter em 
um mercado ativo, decorrente de transação não compulsória 
realizada entre partes independentes; e, na ausência de um 
mercado ativo para um determinado instrumento financeiro: 
1) o valor que se pode obter em um mercado ativo com a 
negociação de outro instrumento financeiro de natureza, prazo 
e risco similares; 
2) o valor presente líquido dos fluxos de caixa futuros para 
instrumentos financeiros de natureza, prazo e risco similares; ou 
3) o valor obtido por meio de modelos matemático-estatísticos 
de precificação de instrumentos financeiros. 
§ 2o A diminuição do valor dos elementos dos ativos 
imobilizado e intangível será registrada periodicamente nas 
contas de 
a) depreciação, quando corresponder à perda do valor dos 
direitos que têm por objeto bens físicos sujeitos a desgaste ou 
perda de utilidade por uso, ação da natureza ou obsolescência; 
b) amortização, quando corresponder à perda do valor do 
capital aplicado na aquisição de direitos da propriedade 
industrial ou comercial e quaisquer outros com existência ou 
exercício de duração limitada, ou cujo objeto sejam bens de 
utilização por prazo legal ou contratualmente limitado; 
c) exaustão, quando corresponder à perda do valor, decorrente 
da sua exploração, de direitos cujo objeto sejam recursos 
minerais ou florestais, ou bens aplicados nessa exploração. 
§ 3o A companhia deverá efetuar, periodicamente, análise 
sobre a recuperação dos valores registrados no imobilizado e no 
intangível, a fim de que sejam 
I – registradas as perdas de valor do capital aplicado quando 
houver decisão de interromper os empreendimentos ou 
atividades a que se destinavam ou quando comprovado que não 
poderão produzir resultados suficientes para recuperação desse 
valor; ou 
II – revisados e ajustados os critérios utilizados para 
determinação da vida útil econômica estimada e para cálculo da 
depreciação, exaustão e amortização. 
§ 4° Os estoques de mercadorias fungíveis destinadas à venda 
poderão ser avaliados pelo valor de mercado, quando esse for o 
costume mercantil aceito pela técnica contábil. 
Critérios de Avaliação do Passivo 
Art. 184. No balanço, os elementos do passivo serão avaliados 
de acordo com os seguintes critérios: 
I - as obrigações, encargos e riscos, conhecidos ou calculáveis, 
inclusive Imposto sobre a Renda a pagar com base no resultado 
do exercício, serão computados pelo valor atualizado até a data 
do balanço; 
II - as obrigações em moeda estrangeira, com cláusula de 
paridade cambial, serão convertidas em moeda nacional à taxa 
de câmbio em vigor na data do balanço; 
III – as obrigações, os encargos e os riscos classificados no 
passivo não circulante serão ajustados ao seu valor presente, 
sendo os demais ajustados quando houver efeito relevante. 
Critérios de Avaliação em Operações Societárias 
VADE MECUM PARA EXAME DO CFC 
CFC DE A A Z 
 
 
7 
Art. 184-A. A Comissão de Valores Mobiliários estabelecerá, 
com base na competência conferida pelo § 3o do art. 177 desta 
Lei, normas especiais de avaliação e contabilização aplicáveis à 
aquisição de controle, participações societárias ou negócios. 
SEÇÃO IV 
Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados 
 
Art. 186. A demonstração de lucros ou prejuízos acumulados 
discriminará: 
I - o saldo do início do período, os ajustes de exercícios 
anteriores e a correção monetária do saldo inicial; 
II - as reversões de reservas e o lucro líquido do exercício; 
III - as transferências para reservas, os dividendos, a parcela dos 
lucros incorporada ao capital e o saldo ao fim do período. 
§ 1º Como ajustes de exercícios anteriores serão considerados 
apenas os decorrentes de efeitos da mudança de critério 
contábil, ou da retificação de erro imputável a determinado 
exercício anterior, e que não possam ser atribuídos a fatos 
subseqüentes. 
§ 2º A demonstração de lucros ou prejuízos acumulados deverá 
indicar o montante do dividendo por ação do capital social e 
poderá ser incluída na demonstração das mutações do 
patrimônio líquido, se elaborada e publicada pela companhia. 
SEÇÃO V 
Demonstração do Resultado do ExercícioArt. 187. A demonstração do resultado do exercício 
discriminará: 
I - a receita bruta das vendas e serviços, as deduções das 
vendas, os abatimentos e os impostos; 
II - a receita líquida das vendas e serviços, o custo das 
mercadorias e serviços vendidos e o lucro bruto; 
III - as despesas com as vendas, as despesas financeiras, 
deduzidas das receitas, as despesas gerais e administrativas, e 
outras despesas operacionais; 
IV – o lucro ou prejuízo operacional, as outras receitas e as 
outras despesas; 
V - o resultado do exercício antes do Imposto sobre a Renda e a 
provisão para o imposto; 
VI – as participações de debêntures, empregados, 
administradores e partes beneficiárias, mesmo na forma de 
instrumentos financeiros, e de instituições ou fundos de 
assistência ou previdência de empregados, que não se 
caracterizem como despesa; 
VII - o lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante 
por ação do capital social. 
§ 1º Na determinação do resultado do exercício serão 
computados: 
a) as receitas e os rendimentos ganhos no período, 
independentemente da sua realização em moeda; e 
b) os custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou incorridos, 
correspondentes a essas receitas e rendimentos. 
SEÇÃO VI 
Demonstrações dos Fluxos de Caixa e do Valor 
Adicionado 
Art. 188. As demonstrações referidas nos incisos IV e V do 
caput do art. 176 desta Lei indicarão, no mínimo: 
I – demonstração dos fluxos de caixa – as alterações ocorridas, 
durante o exercício, no saldo de caixa e equivalentes de caixa, 
segregando-se essas alterações em, no mínimo, 3 (três) fluxos: 
a) das operações; 
b) dos financiamentos; e 
c) dos investimentos; 
II – demonstração do valor adicionado – o valor da riqueza 
gerada pela companhia, a sua distribuição entre os elementos 
que contribuíram para a geração dessa riqueza, tais como 
empregados, financiadores, acionistas, governo e outros, bem 
como a parcela da riqueza não distribuída. 
CAPÍTULO XVI 
Lucro, Reservas e Dividendos 
 
SEÇÃO I 
Lucro 
Dedução de Prejuízos e Imposto sobre a Renda 
Art. 189. Do resultado do exercício serão deduzidos, antes de 
qualquer participação, os prejuízos acumulados e a provisão 
para o Imposto sobre a Renda. 
Parágrafo único. o prejuízo do exercício será obrigatoriamente 
absorvido pelos lucros acumulados, pelas reservas de lucros e 
pela reserva legal, nessa ordem. 
Participações 
Art. 190. As participações estatutárias de empregados, 
administradores e partes beneficiárias serão determinadas, 
sucessivamente e nessa ordem, com base nos lucros que 
remanescerem depois de deduzida a participação 
anteriormente calculada. 
Parágrafo único. Aplica-se ao pagamento das participações dos 
administradores e das partes beneficiárias o disposto nos 
parágrafos do artigo 201. 
Lucro Líquido 
Art. 191. Lucro líquido do exercício é o resultado do exercício 
que remanescer depois de deduzidas as participações de que 
trata o artigo 190. 
Proposta de Destinação do Lucro 
Art. 192. Juntamente com as demonstrações financeiras do 
exercício, os órgãos da administração da companhia 
apresentarão à assembléia-geral ordinária, observado o 
VADE MECUM PARA EXAME DO CFC 
CFC DE A A Z 
 
 
8 
disposto nos artigos 193 a 203 e no estatuto, proposta sobre a 
destinação a ser dada ao lucro líquido do exercício. 
SEÇÃO II 
Reservas e Retenção de Lucros 
 
Reserva Legal 
Art. 193. Do lucro líquido do exercício, 5% (cinco por cento) 
serão aplicados, antes de qualquer outra destinação, na 
constituição da reserva legal, que não excederá de 20% (vinte 
por cento) do capital social. 
§ 1º A companhia poderá deixar de constituir a reserva legal no 
exercício em que o saldo dessa reserva, acrescido do montante 
das reservas de capital de que trata o § 1º do artigo 182, 
exceder de 30% (trinta por cento) do capital social. 
§ 2º A reserva legal tem por fim assegurar a integridade do 
capital social e somente poderá ser utilizada para compensar 
prejuízos ou aumentar o capital. 
Reservas Estatutárias 
Art. 194. O estatuto poderá criar reservas desde que, para cada 
uma: 
I - indique, de modo preciso e completo, a sua finalidade; 
II - fixe os critérios para determinar a parcela anual dos lucros 
líquidos que serão destinados à sua constituição; e 
III - estabeleça o limite máximo da reserva. 
Reservas para Contingências 
Art. 195. A assembléia-geral poderá, por proposta dos órgãos da 
administração, destinar parte do lucro líquido à formação de 
reserva com a finalidade de compensar, em exercício futuro, a 
diminuição do lucro decorrente de perda julgada provável, cujo 
valor possa ser estimado. 
§ 1º A proposta dos órgãos da administração deverá indicar a 
causa da perda prevista e justificar, com as razões de prudência 
que a recomendem, a constituição da reserva. 
§ 2º A reserva será revertida no exercício em que deixarem de 
existir as razões que justificaram a sua constituição ou em que 
ocorrer a perda. 
Reserva de Incentivos Fiscais 
Art. 195-A. A assembléia geral poderá, por proposta dos órgãos 
de administração, destinar para a reserva de incentivos fiscais a 
parcela do lucro líquido decorrente de doações ou subvenções 
governamentais para investimentos, que poderá ser excluída da 
base de cálculo do dividendo obrigatório (inciso I do caput do 
art. 202 desta Lei). 
Retenção de Lucros 
Art. 196. A assembléia-geral poderá, por proposta dos órgãos da 
administração, deliberar reter parcela do lucro líquido do 
exercício prevista em orçamento de capital por ela previamente 
aprovado. 
§ 1º O orçamento, submetido pelos órgãos da administração 
com a justificação da retenção de lucros proposta, deverá 
compreender todas as fontes de recursos e aplicações de 
capital, fixo ou circulante, e poderá ter a duração de até 5 
(cinco) exercícios, salvo no caso de execução, por prazo maior, 
de projeto de investimento. 
§ 2o O orçamento poderá ser aprovado pela assembléia-geral 
ordinária que deliberar sobre o balanço do exercício e revisado 
anualmente, quando tiver duração superior a um exercício 
social. 
Reserva de Lucros a Realizar 
Art. 197. No exercício em que o montante do dividendo 
obrigatório, calculado nos termos do estatuto ou do art. 202, 
ultrapassar a parcela realizada do lucro líquido do exercício, a 
assembléia-geral poderá, por proposta dos órgãos de 
administração, destinar o excesso à constituição de reserva de 
lucros a realizar. 
§ 1o Para os efeitos deste artigo, considera-se realizada a 
parcela do lucro líquido do exercício que exceder da soma dos 
seguintes valores: 
I - o resultado líquido positivo da equivalência patrimonial (art. 
248); e 
II – o lucro, rendimento ou ganho líquidos em operações ou 
contabilização de ativo e passivo pelo valor de mercado, cujo 
prazo de realização financeira ocorra após o término do 
exercício social seguinte. 
§ 2o A reserva de lucros a realizar somente poderá ser utilizada 
para pagamento do dividendo obrigatório e, para efeito do 
inciso III do art. 202, serão considerados como integrantes da 
reserva os lucros a realizar de cada exercício que forem os 
primeiros a serem realizados em dinheiro. 
Limite da Constituição de Reservas e Retenção de Lucros 
Art. 198. A destinação dos lucros para constituição das reservas 
de que trata o artigo 194 e a retenção nos termos do artigo 196 
não poderão ser aprovadas, em cada exercício, em prejuízo da 
distribuição do dividendo obrigatório (artigo 202). 
Limite do Saldo das Reservas de Lucro 
Art. 199. O saldo das reservas de lucros, exceto as para 
contingências, de incentivos fiscais e de lucros a realizar, não 
poderá ultrapassar o capital social. Atingindo esse limite, a 
assembléia deliberará sobre aplicação do excesso na 
integralização ou no aumento do capital social ou na 
distribuição de dividendos. 
Reserva de Capital 
Art. 200. As reservas de capital somente poderão ser utilizadas 
para: 
I - absorção de prejuízos que ultrapassarem os lucros 
acumulados e as reservas delucros (artigo 189, parágrafo 
único); 
II - resgate, reembolso ou compra de ações; 
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9 
III - resgate de partes beneficiárias; 
IV - incorporação ao capital social; 
V - pagamento de dividendo a ações preferenciais, quando essa 
vantagem lhes for assegurada (artigo 17, § 5º). 
Parágrafo único. A reserva constituída com o produto da venda 
de partes beneficiárias poderá ser destinada ao resgate desses 
títulos. 
SEÇÃO III 
Dividendos 
Origem 
Art. 201. A companhia somente pode pagar dividendos à conta 
de lucro líquido do exercício, de lucros acumulados e de reserva 
de lucros; e à conta de reserva de capital, no caso das ações 
preferenciais de que trata o § 5º do artigo 17. 
§ 1º A distribuição de dividendos com inobservância do disposto 
neste artigo implica responsabilidade solidária dos 
administradores e fiscais, que deverão repor à caixa social a 
importância distribuída, sem prejuízo da ação penal que no caso 
couber. 
§ 2º Os acionistas não são obrigados a restituir os dividendos 
que em boa-fé tenham recebido. Presume-se a má-fé quando os 
dividendos forem distribuídos sem o levantamento do balanço 
ou em desacordo com os resultados deste. 
Dividendo Obrigatório 
Art. 202. Os acionistas têm direito de receber como dividendo 
obrigatório, em cada exercício, a parcela dos lucros estabelecida 
no estatuto ou, se este for omisso, a importância determinada 
de acordo com as seguintes normas: 
I - metade do lucro líquido do exercício diminuído ou acrescido 
dos seguintes valores: 
a) importância destinada à constituição da reserva legal (art. 
193); e 
b) importância destinada à formação da reserva para 
contingências (art. 195) e reversão da mesma reserva formada 
em exercícios anteriores; 
II - o pagamento do dividendo determinado nos termos do 
inciso I poderá ser limitado ao montante do lucro líquido do 
exercício que tiver sido realizado, desde que a diferença seja 
registrada como reserva de lucros a realizar (art. 197); 
III - os lucros registrados na reserva de lucros a realizar, quando 
realizados e se não tiverem sido absorvidos por prejuízos em 
exercícios subseqüentes, deverão ser acrescidos ao primeiro 
dividendo declarado após a realização. 
§ 1º O estatuto poderá estabelecer o dividendo como 
porcentagem do lucro ou do capital social, ou fixar outros 
critérios para determiná-lo, desde que sejam regulados com 
precisão e minúcia e não sujeitem os acionistas minoritários ao 
arbítrio dos órgãos de administração ou da maioria. 
§ 2o Quando o estatuto for omisso e a assembléia-geral 
deliberar alterá-lo para introduzir norma sobre a matéria, o 
dividendo obrigatório não poderá ser inferior a 25% (vinte e 
cinco por cento) do lucro líquido ajustado nos termos do inciso I 
deste artigo. 
§ 3o A assembléia-geral pode, desde que não haja oposição de 
qualquer acionista presente, deliberar a distribuição de 
dividendo inferior ao obrigatório, nos termos deste artigo, ou a 
retenção de todo o lucro líquido, nas seguintes sociedades: 
I - companhias abertas exclusivamente para a captação de 
recursos por debêntures não conversíveis em ações; 
II - companhias fechadas, exceto nas controladas por 
companhias abertas que não se enquadrem na condição 
prevista no inciso I. 
§ 4º O dividendo previsto neste artigo não será obrigatório no 
exercício social em que os órgãos da administração informarem 
à assembléia-geral ordinária ser ele incompatível com a situação 
financeira da companhia. O conselho fiscal, se em 
funcionamento, deverá dar parecer sobre essa informação e, na 
companhia aberta, seus administradores encaminharão à 
Comissão de Valores Mobiliários, dentro de 5 (cinco) dias da 
realização da assembléia-geral, exposição justificativa da 
informação transmitida à assembléia. 
§ 5º Os lucros que deixarem de ser distribuídos nos termos do § 
4º serão registrados como reserva especial e, se não absorvidos 
por prejuízos em exercícios subseqüentes, deverão ser pagos 
como dividendo assim que o permitir a situação financeira da 
companhia. 
§ 6o Os lucros não destinados nos termos dos arts. 193 a 197 
deverão ser distribuídos como dividendos. 
Dividendos de Ações Preferenciais 
Art. 203. O disposto nos artigos 194 a 197, e 202, não 
prejudicará o direito dos acionistas preferenciais de receber os 
dividendos fixos ou mínimos a que tenham prioridade, inclusive 
os atrasados, se cumulativos. 
Dividendos Intermediários 
Art. 204. A companhia que, por força de lei ou de disposição 
estatutária, levantar balanço semestral, poderá declarar, por 
deliberação dos órgãos de administração, se autorizados pelo 
estatuto, dividendo à conta do lucro apurado nesse balanço. 
§ 1º A companhia poderá, nos termos de disposição estatutária, 
levantar balanço e distribuir dividendos em períodos menores, 
desde que o total dos dividendos pagos em cada semestre do 
exercício social não exceda o montante das reservas de capital 
de que trata o § 1º do artigo 182. 
§ 2º O estatuto poderá autorizar os órgãos de administração a 
declarar dividendos intermediários, à conta de lucros 
acumulados ou de reservas de lucros existentes no último 
balanço anual ou semestral. 
Pagamento de Dividendos 
Art. 205. A companhia pagará o dividendo de ações nominativas 
à pessoa que, na data do ato de declaração do dividendo, 
estiver inscrita como proprietária ou usufrutuária da ação. 
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10 
§ 1º Os dividendos poderão ser pagos por cheque nominativo 
remetido por via postal para o endereço comunicado pelo 
acionista à companhia, ou mediante crédito em conta-corrente 
bancária aberta em nome do acionista. 
§ 2º Os dividendos das ações em custódia bancária ou em 
depósito nos termos dos artigos 41 e 43 serão pagos pela 
companhia à instituição financeira depositária, que será 
responsável pela sua entrega aos titulares das ações 
depositadas. 
§ 3º O dividendo deverá ser pago, salvo deliberação em 
contrário da assembléia-geral, no prazo de 60 (sessenta) dias da 
data em que for declarado e, em qualquer caso, dentro do 
exercício social. 
 
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11 
CPC ESTRUTURA CONCEITUAL – ESTRUTURA 
CONCEITUAL PARA ELABORAÇÃO E 
DIVULGAÇÃO DE RELATÓRIO CONTÁBIL-
FINANCEIRO 
 
CAPÍTULO 1: OBJETIVO DO RELATÓRIO FINANCEIRO PARA FINS 
GERAIS 
Introdução 
1.1 O objetivo do relatório financeiro para fins gerais 
forma a base desta Estrutura Conceitual. Outros aspectos desta 
Estrutura Conceitual – as características qualitativas de 
informações financeiras úteis e a restrição de custo sobre tais 
informações, o conceito de entidade que reporta, elementos 
das demonstrações contábeis, reconhecimento e 
desreconhecimento, mensuração, apresentação e divulgação – 
decorrem logicamente do objetivo. 
Objetivo, utilidade e limitações do relatório financeiro para 
fins gerais 
1.2 O objetivo do relatório financeiro para fins gerais
1
 é 
fornecer informações financeiras sobre a entidade que reporta 
que sejam úteis para investidores, credores por empréstimos e 
outros credores, existentes e potenciais, na tomada de decisões 
referente à oferta de recursos à entidade.
2
 Essas decisões 
envolvem decisões sobre: 
(a) comprar, vender ou manter instrumento de patrimônio 
e de dívida; 
(b) conceder ou liquidar empréstimos ou outras formas de 
crédito; ou 
(c) exercer direitos de votar ou de outro modo influenciar 
os atos da administração que afetam o uso dos recursos 
econômicos da entidade. 
1.3 As decisões descritas no item 1.2 dependem dos 
retornos que os existentes e potenciais investidores, credores 
por empréstimos e outros credores esperam, por exemplo, 
dividendos, pagamentos de principal e juros ou aumentos no 
preço de mercado. As expectativas dos investidores, credores 
por empréstimos e outros credores quanto aos retornos 
dependem de sua avaliação do valor, da época e da incerteza 
(perspectivas) de futuros fluxos de entrada de caixalíquidos 
para a entidade e de sua avaliação da gestão de recursos da 
administração sobre os recursos econômicos da entidade. 
Investidores, credores por empréstimos e outros credores, 
existentes e potenciais, precisam de informações para ajudá-los 
a fazer essas avaliações. 
 
 
1 
Ao longo da Estrutura Conceitual, os termos “relatórios financeiros” (“financial reports”) e 
“relatório financeiro” (“financial reporting”) referem-se a relatórios financeiros para fins gerais 
e relatório financeiro para fins gerais, salvo se especificamente indicado de outro modo. 
2
 
Ao longo da Estrutura Conceitual, o termo “entidade” refere-se à entidade que reporta, salvo 
se especificamente indicado de outro modo. 
1.4 Para fazer as avaliações descritas no item 1.3, os 
investidores, credores por empréstimos e outros credores, 
existentes e potenciais, precisam de informações sobre: 
(a) os recursos econômicos da entidade, reivindicações 
contra a entidade e alterações nesses recursos e reivindicações 
(ver itens de 1.12 a 1.21); e 
(b) a eficiência e eficácia da administração e do órgão de 
administração da entidade
3
 no cumprimento de suas 
responsabilidades sobre o uso dos recursos econômicos da 
entidade (ver itens 1.22 e 1.23). 
1.5 Muitos investidores, credores por empréstimos e 
outros credores, existentes e potenciais, não podem exigir que 
as entidades que reportam forneçam informações diretamente 
a eles, devendo se basear em relatórios financeiros para fins 
gerais para muitas das informações financeiras de que 
necessitam. Consequentemente, eles são os principais usuários 
aos quais se destinam relatórios financeiros para fins gerais.
4
 
1.6 Contudo, relatórios financeiros para fins gerais não 
fornecem nem podem fornecer todas as informações de que 
necessitam investidores, credores por empréstimos e outros 
credores, existentes e potenciais. Esses usuários precisam 
considerar informações pertinentes de outras fontes, como, por 
exemplo, condições e expectativas econômicas gerais, eventos 
políticos e ambiente político e perspectivas do setor e da 
empresa. 
1.7 Relatórios financeiros para fins gerais não se destinam 
a apresentar o valor da entidade que reporta, mas fornecem 
informações para auxiliar investidores, credores por 
empréstimos e outros credores, existentes e potenciais, a 
estimar o valor da entidade que reporta. 
1.8 Usuários primários individuais têm necessidades e 
desejos de informação diferentes e possivelmente conflitantes. 
Ao desenvolver as normas, busca-se fornecer um conjunto de 
informações que atenda às necessidades do maior número de 
principais usuários. Contudo, concentrar-se em necessidades de 
informação ordinárias não impede que a entidade que reporta 
inclua informações adicionais que sejam mais úteis para um 
subconjunto específico de principais usuários. 
1.9 A administração da entidade que reporta também está 
interessada em informações financeiras sobre a entidade. 
Contudo, a administração não precisa se basear em relatórios 
financeiros para fins gerais, pois ela pode obter internamente as 
informações financeiras de que precisa. 
1.10 Outras partes, como reguladores e o público em geral, 
que não investidores, credores por empréstimos e outros 
credores, podem também considerar relatórios financeiros para 
 
3
 
Ao longo da Estrutura Conceitual, o termo “administração” refere-se à administração e ao 
órgão de administração da entidade, salvo se especificamente indicado de outro modo. 
4
 
Ao longo da Estrutura Conceitual, os termos “principais usuários” e “usuários” referem-se a 
esses investidores, credores por empréstimos e outros credores, existentes e potenciais, 
que devem se basear em relatórios financeiros para fins gerais para muitas das informações 
financeiras de que necessitam. 
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12 
fins gerais úteis. Contudo, esses relatórios não são direcionados 
essencialmente a esses outros grupos. 
1.11 Em grande medida, relatórios financeiros baseiam-se 
em estimativas, julgamentos e modelos e, não, em 
representações exatas. Esta Estrutura Conceitual estabelece os 
conceitos subjacentes a essas estimativas, julgamentos e 
modelos. Os conceitos são a meta que os responsáveis pela 
elaboração (preparadores) de relatórios financeiros se esforçam 
por atingir. Como na maioria das metas, a visão desta Estrutura 
Conceitual de relatório financeiro ideal é improvável de ser 
atingida integralmente, ao menos não em curto prazo, pois leva 
tempo para compreender, aceitar e implementar novas formas 
de analisar transações e outros eventos. Contudo, estabelecer 
uma meta a ser atingida é essencial para que o relatório 
financeiro evolua de modo a melhorar a sua utilidade. 
Informação sobre recursos econômicos da entidade que 
reporta, reivindicações contra entidade e alterações em 
recursos e reivindicações. 
1.12 Relatórios financeiros, para fins gerais, fornecem 
informações sobre a posição financeira da entidade que 
reporta, as quais consistem em informações sobre os recursos 
econômicos da entidade e as reivindicações contra a entidade 
que reporta. Os relatórios financeiros fornecem ainda 
informações sobre os efeitos de transações e outros eventos 
que alteram os recursos econômicos e reivindicações da 
entidade que reporta. Ambos os tipos de informações fornecem 
dados úteis para decisões referentes à oferta de recursos à 
entidade. 
Recursos econômicos e reivindicações 
1.13 Informações sobre a natureza e os valores dos recursos 
econômicos e reivindicações da entidade que reporta podem 
auxiliar os usuários a identificar os pontos fortes e fracos 
financeiros da entidade que reporta. Essas informações podem 
auxiliar os usuários a avaliar a liquidez e solvência da entidade 
que reporta, suas necessidades de financiamento adicional e a 
sua probabilidade de êxito na obtenção desse financiamento. 
Essas informações também podem auxiliar os usuários a avaliar 
a gestão de recursos da administração sobre os recursos 
econômicos da entidade. Informações sobre prioridades e 
exigências de pagamento de reivindicações existentes auxiliam 
os usuários a prever como futuros fluxos de caixa serão 
distribuídos entre aqueles que tiverem reivindicações contra a 
entidade que reporta. 
1.14 Diferentes tipos de recursos econômicos afetam 
diferentemente a avaliação, por usuário, das perspectivas de 
fluxos de caixa futuros da entidade que reporta. Alguns fluxos 
de caixa futuros resultam diretamente de recursos econômicos 
existentes, tais como contas a receber. Outros fluxos de caixa 
resultam da utilização de vários recursos em conjunto para 
produzir e comercializar produtos ou serviços a clientes. Embora 
esses fluxos de caixa não possam ser identificados com recursos 
econômicos (ou reivindicações) individuais, os usuários de 
relatórios financeiros precisam conhecer a natureza e o valor 
dos recursos disponíveis para uso nas operações da entidade 
que reporta. 
Alterações em recursos econômicos e reivindicações 
1.15 Alterações nos recursos econômicos e reivindicações 
da entidade que reporta resultam do desempenho financeiro 
dessa entidade (ver itens de 1.17 a 1.20) e de outros eventos ou 
transações, como a emissão de instrumentos de dívida ou de 
instrumentos patrimoniais (ver item 1.21). Para avaliar 
adequadamente tanto as perspectivas de fluxos de entrada de 
caixa futuros para a entidade que reporta quanto à gestão de 
recursos da administração sobre os recursos econômicos da 
entidade, os usuários precisam ser capazes de identificar esses 
dois tipos de mudanças. 
1.16 Informações sobre o desempenho financeiro da 
entidade que reporta ajudam os usuários a compreender o 
retorno produzido pela entidade sobre seus recursos 
econômicos. Informações sobre o retorno produzido pela 
entidade podem ajudar os usuários a avaliar a gestão de 
recursos da administraçãosobre os recursos econômicos da 
entidade. Informações sobre a variação e os componentes 
desse retorno também são importantes, especialmente na 
avaliação da incerteza dos fluxos de caixa futuros. Informações 
sobre o desempenho financeiro passado da entidade que 
reporta e sobre como a sua administração cumpriu suas 
responsabilidades de gestão de recursos são normalmente úteis 
para prever os retornos futuros da entidade sobre seus recursos 
econômicos. 
Desempenho financeiro refletido pela contabilização pelo 
regime de competência 
1.17 O regime de competência reflete os efeitos de 
transações e outros eventos e circunstâncias sobre 
reivindicações e recursos econômicos da entidade que reporta 
nos períodos em que esses efeitos ocorrem, mesmo que os 
pagamentos e recebimentos à vista resultantes ocorram em 
período diferente. Isso é importante porque informações sobre 
os recursos econômicos e reivindicações da entidade que 
reporta e mudanças em seus recursos econômicos e 
reivindicações durante o período fornecem uma base melhor 
para a avaliação do desempenho passado e futuro da entidade 
do que informações exclusivamente sobre recebimentos e 
pagamentos à vista durante esse período. 
1.18 Informações sobre o desempenho financeiro da 
entidade que reporta durante o período, refletidas por 
mudanças em seus recursos econômicos e reivindicações, 
exceto aquelas resultantes da obtenção de recursos adicionais 
diretamente de investidores e credores (ver item 1.21), são 
úteis na avaliação da capacidade passada e futura da entidade 
de gerar fluxos de entrada de caixa líquidos. Essas informações 
indicam em que medida a entidade que reporta aumentou seus 
recursos econômicos disponíveis e, assim, a sua capacidade de 
gerar fluxos de entrada de caixa líquidos por meio de suas 
operações e, não, pela obtenção de recursos adicionais 
diretamente de investidores e credores. Informações sobre o 
desempenho financeiro da entidade que reporta durante o 
período também podem ajudar os usuários a avaliar a gestão de 
recursos da administração sobre os recursos econômicos da 
entidade. 
 
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13 
1.19 Informações sobre o desempenho financeiro da 
entidade que reporta durante o período podem indicar também 
em que medida eventos como alterações nos preços de 
mercado ou nas taxas de juros aumentaram ou diminuíram os 
recursos econômicos e reivindicações da entidade, afetando 
assim a capacidade da entidade de gerar fluxos de entrada de 
caixa líquidos. 
Desempenho financeiro refletido por fluxos de caixa passados 
1.20 Informações sobre os fluxos de caixa da entidade que 
reporta durante o período também auxiliam os usuários a 
avaliar a capacidade da entidade de gerar futuros fluxos de 
entrada de caixa líquidos e avaliar a gestão de recursos da 
administração sobre os recursos econômicos da entidade. Essas 
informações indicam como a entidade que reporta obtém e 
despende caixa, incluindo informações sobre contratação e 
amortização de dívida, dividendos em dinheiro ou outras 
distribuições de caixa a investidores, e outros fatores que 
podem afetar a liquidez ou solvência da entidade. Informações 
sobre fluxos de caixa auxiliam os usuários a compreender as 
operações da entidade que reporta, avaliar suas atividades de 
financiamento e investimento, avaliar sua liquidez ou solvência 
e interpretar outras informações sobre o desempenho 
financeiro. 
Alterações em recursos econômicos e reivindicações não 
resultantes do desempenho financeiro 
1.21 Os recursos econômicos e reivindicações da entidade 
que reporta podem sofrer alterações também por outras razões 
além do desempenho financeiro, como, por exemplo, a emissão 
de instrumentos de dívida ou de instrumentos patrimoniais. 
Informações sobre este tipo de alteração são necessárias para 
propiciar aos usuários pleno entendimento do motivo para as 
alterações nos recursos econômicos e reivindicações da 
entidade que reporta e das implicações dessas alterações em 
seu desempenho financeiro futuro. 
Informações sobre o uso de recursos econômicos da entidade 
1.22 Informações sobre a eficiência e a eficácia da 
administração da entidade que reporta no cumprimento de suas 
responsabilidades sobre o uso dos recursos econômicos da 
entidade ajudam os usuários a avaliar a gestão de recursos da 
administração sobre esses recursos. Essas informações também 
são úteis para prever quão eficiente e eficazmente a 
administração usará os recursos econômicos da entidade em 
períodos futuros. Portanto, podem ser úteis para avaliar as 
perspectivas da entidade de futuros fluxos de entrada de caixa 
líquidos. 
1.23 Exemplos de responsabilidades da administração sobre 
o uso dos recursos econômicos da entidade incluem proteger 
esses recursos contra efeitos desfavoráveis de fatores 
econômicos, como mudanças de preços e tecnológicas, e 
garantir que a entidade cumpra as leis, regulamentos e 
disposições contratuais aplicáveis. 
 
 
 
CAPÍTULO 2: CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS DE 
INFORMAÇÕES FINANCEIRAS ÚTEIS 
Introdução 
2.1 As características qualitativas de informações 
financeiras úteis discutidas neste Capítulo identificam os tipos 
de informações que tendem a ser mais úteis a investidores, 
credores por empréstimos e outros credores, existentes e 
potenciais, para que tomem decisões sobre a entidade que 
reporta com base nas informações contidas em seu relatório 
financeiro (informações financeiras). 
2.2 Relatórios financeiros fornecem informações sobre os 
recursos econômicos da entidade que reporta, reivindicações 
contra a entidade que reporta e os efeitos de transações e 
outros eventos e condições que alteram esses recursos e 
reivindicações. (Essas informações são referidas nesta Estrutura 
Conceitual como informações sobre os fenômenos 
econômicos.) Alguns relatórios financeiros incluem também 
material explicativo sobre as expectativas e estratégias da 
administração para a entidade que reporta e outros tipos de 
informações prospectivas. 
2.3 As características qualitativas de informações 
financeiras úteis
5
 se aplicam a informações financeiras 
fornecidas nas demonstrações contábeis, bem como a 
informações financeiras fornecidas de outras formas. O custo, 
que é uma restrição generalizada sobre a capacidade da 
entidade que reporta de fornecer informações financeiras úteis, 
se aplica de forma similar. Contudo, as considerações, ao se 
aplicarem as características qualitativas e a restrição de custo, 
podem ser diferentes para tipos diferentes de informações. Por 
exemplo, aplicá-las a informações prospectivas pode ser 
diferente de aplicá-las a informações sobre recursos 
econômicos e reivindicações existentes e a alterações nesses 
recursos e reivindicações. 
Características qualitativas de informações financeiras úteis 
2.4 Se informações financeiras devem ser úteis, elas 
devem ser relevantes e representar fidedignamente aquilo que 
pretendem representar. A utilidade das informações financeiras 
é aumentada se forem comparáveis, verificáveis, tempestivas e 
compreensíveis. 
Características qualitativas fundamentais 
2.5 As características qualitativas fundamentais são 
relevância e representação fidedigna. 
Relevância 
2.6 Informações financeiras relevantes são capazes de 
fazer diferença nas decisões tomadas pelos usuários. 
Informações podem ser capazes de fazer diferença em uma 
decisão ainda que alguns usuários optem por não tirar 
vantagem delas ou já tenham conhecimento delas a partir de 
outras fontes. 
 
5 
Ao longo da Estrutura Conceitual, os termos “características qualitativas” e “restrição de 
custo” referem-se às características qualitativas de informações financeiras úteis e às 
restrições de custo sobre essas informações. 
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14 
2.7 Informações financeiras são capazes de fazer diferença 
em decisões se tiverem valor preditivo ou valor confirmatório,ou ambos. 
2.8 Informações financeiras têm valor preditivo se podem 
ser utilizadas como informações em processos empregados 
pelos usuários para prever resultados futuros. Informações 
financeiras não precisam ser previsões ou prognósticos para ter 
valor preditivo. Informações financeiras com valor preditivo são 
empregadas por usuários ao fazer suas próprias previsões. 
2.9 Informações financeiras têm valor confirmatório se 
fornecem feedback sobre (confirmam ou alteram) avaliações 
anteriores. 
2.10 Os valores preditivo e confirmatório das informações 
financeiras estão inter-relacionados. Informações que possuem 
valor preditivo frequentemente possuem também valor 
confirmatório. Por exemplo, informações sobre receitas para o 
ano corrente, que podem ser utilizadas como base para prever 
receitas em anos futuros, também podem ser comparadas a 
previsões de receitas para o ano corrente que tenham sido 
feitas em anos anteriores. Os resultados dessas comparações 
podem ajudar o usuário a corrigir e a melhorar os processos que 
foram utilizados para fazer essas previsões anteriores. 
 
Materialidade 
2.11 A informação é material se a sua omissão, distorção ou 
obscuridade puder influenciar, razoavelmente, as decisões que 
os principais usuários de relatórios financeiros para fins gerais 
(ver item 1.5) tomam com base nesses relatórios, que fornecem 
informações financeiras sobre entidade específica que reporta. 
Em outras palavras, materialidade é um aspecto de relevância 
específico da entidade com base na natureza ou magnitude, ou 
ambas, dos itens aos quais as informações se referem no 
contexto do relatório financeiro da entidade individual. 
Consequentemente, não se pode especificar um limite 
quantitativo uniforme para materialidade ou predeterminar o 
que pode ser material em uma situação específica. 
Representação fidedigna 
2.12 Relatórios financeiros representam fenômenos 
econômicos em palavras e números. Para serem úteis, 
informações financeiras não devem apenas representar 
fenômenos relevantes, mas também representar de forma 
fidedigna a essência dos fenômenos que pretendem 
representar. Em muitas circunstâncias, a essência de fenômeno 
econômico e sua forma legal são as mesmas. Se não forem as 
mesmas, fornecer informações apenas sobre a forma legal não 
representaria fidedignamente o fenômeno econômico (ver itens 
de 4.59 a 4.62). 
2.13 Para ser representação perfeitamente fidedigna, a 
representação tem três características. Ela é completa, neutra e 
isenta de erros. Obviamente, a perfeição nunca ou raramente é 
atingida. O objetivo é maximizar essas qualidades tanto quanto 
possível. 
2.14 A representação completa inclui todas as informações 
necessárias para que o usuário compreenda os fenômenos que 
estão sendo representados, inclusive todas as descrições e 
explicações necessárias. Por exemplo, a representação 
completa de grupo de ativos inclui, no mínimo, a descrição da 
natureza dos ativos do grupo, a representação numérica de 
todos os ativos do grupo e a descrição daquilo que a 
representação numérica retrata (por exemplo, custo histórico 
ou valor justo). Para alguns itens, uma representação completa 
pode envolver também explicações de fatos significativos sobre 
a qualidade e natureza do item, fatores e circunstâncias que 
podem afetar sua qualidade e natureza e o processo utilizado 
para determinar a representação numérica. 
2.15 A representação neutra não é tendenciosa na seleção 
ou na apresentação de informações financeiras. A 
representação neutra não possui inclinações, não é parcial, não 
é enfatizada ou deixa de ser enfatizada, nem é, de outro modo, 
manipulada para aumentar a probabilidade de que as 
informações financeiras serão recebidas de forma favorável ou 
desfavorável pelos usuários. Informações neutras não significam 
informações sem nenhum propósito ou sem nenhuma 
influência sobre o comportamento. Ao contrário, informações 
financeiras relevantes são, por definição, capazes de fazer 
diferença nas decisões dos usuários. 
2.16 A neutralidade é apoiada pelo exercício da prudência. 
Prudência é o exercício de cautela ao fazer julgamentos sob 
condições de incerteza. O exercício de prudência significa que 
ativos e receitas não estão superavaliados e passivos e despesas 
não estão subavaliados.
6
 Da mesma forma, o exercício de 
prudência não permite a subavaliação de ativos ou receitas ou a 
superavaliação de passivos ou despesas. Essas divulgações 
distorcidas podem levar à superavaliação ou subavaliação de 
receitas ou despesas em períodos futuros. 
2.17 O exercício de prudência não implica necessidade de 
assimetria, por exemplo, a necessidade sistemática de evidência 
mais convincente para dar suporte ao reconhecimento de ativos 
ou receitas do que ao reconhecimento de passivos ou despesas. 
Essa assimetria não é característica qualitativa de informações 
financeiras úteis. Não obstante, determinadas normas podem 
conter requisitos assimétricos se isso for consequência de 
decisões que se destinam a selecionar as informações mais 
relevantes que representam fidedignamente o que pretendem 
representar. 
2.18 Representação fidedigna não significa representação 
precisa em todos os aspectos. Livre de erros significa que não há 
erros ou omissões na descrição do fenômeno e que o processo 
utilizado para produzir as informações apresentadas foi 
selecionado e aplicado sem erros no processo. Nesse contexto, 
livre de erros não significa perfeitamente precisa em todos os 
aspectos. Por exemplo, a estimativa de preço ou valor não 
observável não pode ser determinada como precisa ou 
imprecisa. Contudo, a representação dessa estimativa pode ser 
fidedigna se o valor for descrito de forma clara e precisa como 
sendo a estimativa, se a natureza e as limitações do processo de 
estimativa forem explicadas e se nenhum erro tiver sido 
 
6
 
Ativos, passivos, receitas e despesas estão definidos na Tabela 4.1. Eles são elementos das 
demonstrações contábeis. 
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CFC DE A A Z 
 
 
15 
cometido na escolha e na aplicação do processo apropriado 
para o desenvolvimento da estimativa. 
2.19 Quando valores monetários em relatórios financeiros 
não puderem ser observados diretamente e, em vez disso, 
devem ser estimados, surge incerteza na mensuração. O uso de 
estimativas razoáveis é parte essencial da elaboração de 
informações financeiras e não prejudica a utilidade das 
informações se as estimativas são descritas e explicadas de 
forma clara e precisa. Mesmo um elevado nível de incerteza na 
mensuração não impede necessariamente essa estimativa de 
fornecer informações úteis (ver item 2.22). 
Aplicação das características qualitativas fundamentais 
2.20 As informações devem tanto ser relevantes como 
fornecer representação fidedigna do que pretendem 
representar para serem úteis. Nem a representação fidedigna 
de fenômeno irrelevante nem a representação não fidedigna de 
fenômeno relevante auxiliam os usuários a tomar boas 
decisões. 
2.21 O processo mais eficiente e eficaz para aplicar as 
características qualitativas fundamentais é, normalmente, o 
seguinte (observados os efeitos de características de melhoria e 
a restrição de custo, os quais não são considerados neste 
exemplo). Em primeiro lugar, identificar o fenômeno 
econômico, informações sobre o que é capaz de ser útil para os 
usuários das informações financeiras da entidade que reporta. 
Em segundo lugar, identificar o tipo de informação sobre esse 
fenômeno que é mais relevante. Em terceiro lugar, determinar 
se essas informações estão disponíveis e se podem fornecer 
representação fidedigna do fenômeno econômico. Em caso 
afirmativo, o processo para satisfazer às características 
qualitativas fundamentais se encerra nesse ponto. Em caso 
negativo, o processo é repetido com o próximo tipo de 
informação mais relevante. 
2.22 Em alguns casos, o ponto de equilíbrio (trade-off) entre 
as característicasqualitativas fundamentais pode precisar ser 
encontrado para atingir o objetivo do relatório financeiro, que é 
fornecer informações úteis sobre fenômenos econômicos. Por 
exemplo, as informações mais relevantes sobre um fenômeno 
podem ser uma estimativa altamente incerta. Em alguns casos, 
o nível de incerteza na mensuração envolvido na realização 
dessa estimativa pode ser tão alto que pode ser questionável se 
a estimativa forneceria representação suficientemente 
fidedigna desse fenômeno. Em alguns desses casos, a 
informação mais útil pode ser a estimativa altamente incerta, 
acompanhada pela descrição da estimativa e da explicação das 
incertezas que a afetam. Em outros casos, se essa informação 
não fornece representação suficientemente fidedigna desse 
fenômeno, a informação mais útil pode incluir uma estimativa 
de outro tipo que é ligeiramente menos relevante, mas que está 
sujeita a uma menor incerteza na mensuração. Em 
circunstâncias limitadas, pode não haver estimativa que forneça 
informações úteis. Nessas circunstâncias limitadas, pode ser 
necessário fornecer informações que não se baseiam em 
estimativa. 
 
Características qualitativas de melhoria 
2.23 Comparabilidade, capacidade de verificação, 
tempestividade e compreensibilidade são características 
qualitativas que melhoram a utilidade de informações que 
sejam tanto relevantes como forneçam representação fidedigna 
do que pretendem representar. As características qualitativas 
de melhoria podem também ajudar a determinar qual de duas 
formas deve ser utilizada para representar o fenômeno caso se 
considere que ambas fornecem informações igualmente 
relevantes e representação igualmente fidedigna desse 
fenômeno. 
Comparabilidade 
2.24 As decisões dos usuários envolvem escolher entre 
alternativas, como, por exemplo, vender ou manter o 
investimento, ou investir em uma ou outra entidade que 
reporta. Consequentemente, informações sobre a entidade que 
reporta são mais úteis se puderem ser comparadas a 
informações similares sobre outras entidades e a informações 
similares sobre a mesma entidade referentes a outro período ou 
a outra data. 
2.25 Comparabilidade é a característica qualitativa que 
permite aos usuários identificar e compreender similaridades e 
diferenças entre itens. Diferentemente das outras 
características qualitativas, a comparabilidade não se refere a 
um único item. A comparação exige, no mínimo, dois itens. 
2.26 Consistência, embora relacionada à comparabilidade, 
não é a mesma coisa. Consistência refere-se ao uso dos mesmos 
métodos para os mesmos itens, seja de período a período na 
entidade que reporta ou em um único período para diferentes 
entidades. Comparabilidade é a meta; a consistência ajuda a 
atingir essa meta. 
2.27 Comparabilidade não é uniformidade. Para que 
informações sejam comparáveis, coisas similares devem parecer 
similares e coisas diferentes devem parecer diferentes. A 
comparabilidade de informações financeiras não é aumentada 
fazendo-se que coisas diferentes pareçam similares, tanto 
quanto se fazendo que coisas similares pareçam diferentes. 
2.28 É provável que se atinja certo grau de comparabilidade 
ao se satisfazer às características qualitativas fundamentais. A 
representação fidedigna de um fenômeno econômico relevante 
deve naturalmente possuir certo grau de comparabilidade com 
a representação fidedigna de fenômeno econômico relevante 
similar por outra entidade que reporta. 
2.29 Embora um único fenômeno econômico possa ser 
representado de forma fidedigna de diversas formas, permitir 
métodos contábeis alternativos para o mesmo fenômeno 
econômico diminui a comparabilidade. 
 
 
 
 
 
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CFC DE A A Z 
 
 
16 
Capacidade de verificação 
2.30 A capacidade de verificação ajuda a garantir aos 
usuários que as informações representem de forma fidedigna os 
fenômenos econômicos que pretendem representar. 
Capacidade de verificação significa que diferentes observadores 
bem informados e independentes podem chegar ao consenso, 
embora não a acordo necessariamente completo, de que a 
representação específica é representação fidedigna. 
Informações quantificadas não precisam ser uma estimativa de 
valor único para que sejam verificáveis. Uma faixa de valores 
possíveis e as respectivas probabilidades também podem ser 
verificadas. 
2.31 A verificação pode ser direta ou indireta. Verificação 
direta significa verificar o valor ou outra representação por meio 
de observação direta, por exemplo, contando-se dinheiro. 
Verificação indireta significa verificar os dados de entrada de 
modelo, fórmula ou outra técnica e recalcular os dados de saída 
utilizando a mesma metodologia. Um exemplo é verificar o valor 
contábil do estoque, checando as informações (quantidades e 
custos) e recalculando o estoque final, utilizando a mesma 
premissa de fluxo de custo (por exemplo, utilizando o método 
primeiro a entrar, primeiro a sair). 
2.32 Verificar algumas explicações e informações financeiras 
prospectivas pode ser possível somente em período futuro, ou 
pode mesmo não ser possível. Para auxiliar os usuários a decidir 
se desejam utilizar essas informações, normalmente seria 
necessário divulgar as premissas subjacentes, os métodos de 
compilação das informações e outros fatores e circunstâncias 
que sustentam as informações. 
Tempestividade 
2.33 Tempestividade significa disponibilizar informações aos 
tomadores de decisões a tempo para que sejam capazes de 
influenciar suas decisões. De modo geral, quanto mais antiga a 
informação, menos útil ela é. Contudo, algumas informações 
podem continuar a ser tempestivas por muito tempo após o 
final do período de relatório porque, por exemplo, alguns 
usuários podem precisar identificar e avaliar tendências. 
Compreensibilidade 
2.34 Classificar, caracterizar e apresentar informações de 
modo claro e conciso as torna compreensíveis. 
2.35 Alguns fenômenos são inerentemente complexos e 
pode não ser possível tornar a sua compreensão fácil. Excluir 
informações sobre esses fenômenos dos relatórios financeiros 
pode tornar mais fácil a compreensão das informações contidas 
nesses relatórios financeiros. Contudo, esses relatórios seriam 
incompletos e, portanto, possivelmente distorcidos. 
2.36 Relatórios financeiros são elaborados para usuários 
que têm conhecimento razoável das atividades comerciais e 
econômicas e que revisam e analisam as informações de modo 
diligente. Algumas vezes, mesmo usuários bem informados e 
diligentes podem precisar buscar o auxílio de consultor para 
compreender informações sobre fenômenos econômicos 
complexos. 
 
 
Aplicação das características qualitativas de melhoria 
2.37 As características qualitativas de melhoria devem ser 
maximizadas tanto quanto possível. Contudo, as características 
qualitativas de melhoria, seja individualmente ou como grupo, 
não podem tornar informações úteis se essas informações 
forem irrelevantes ou não fornecerem representação fidedigna 
do que pretendem representar. 
2.38 A aplicação das características qualitativas de melhoria 
é um processo iterativo que não segue uma ordem prescrita. 
Algumas vezes, a característica qualitativa de melhoria pode ter 
de ser diminuída para maximizar outra característica qualitativa 
de melhoria. Por exemplo, a redução temporária na 
comparabilidade como resultado da aplicação prospectiva de 
nova norma pode ser vantajosa para aumentar a relevância ou a 
representação fidedigna em longo prazo. Divulgações 
apropriadas podem compensar parcialmente a não 
comparabilidade. 
Restrições do custo sobre relatórios financeiros úteis 
2.39 O custo é uma restrição generalizada sobre as 
informações que podem ser fornecidas pelo relatório financeiro. 
O relatório de informações financeiras impõe custos, e é 
importante que esses custos sejam justificados pelos benefícios 
de apresentar essas informações. Há vários tipos de custos e 
benefícios a serem considerados. 
2.40 Os fornecedoresde informações financeiras gastam a 
maior parte dos esforços envolvidos na coleta, processamento, 
verificação e disseminação de informações financeiras, mas, em 
última instância, os usuários arcam com esses custos na forma 
de retornos reduzidos. Os usuários de informações financeiras 
podem também incorrer em custos de análise e interpretação 
das informações fornecidas. Se as informações necessárias não 
são fornecidas, os usuários incorrem em custos adicionais para 
obter essas informações em qualquer outra parte ou para 
estimá-las. 
2.41 A apresentação de informações financeiras que sejam 
relevantes e representem de forma fidedigna aquilo que 
pretendem representar ajuda os usuários a tomar decisões com 
mais confiança. Isso resulta no funcionamento mais eficiente 
dos mercados de capitais e no menor custo de capital para a 
economia como um todo. O investidor, mutuante ou outro 
credor individual recebe também os benefícios ao tomar 
decisões mais informadas. Contudo, não é possível aos 
relatórios financeiros para fins gerais fornecer todas as 
informações que cada usuário acredita serem relevantes. 
2.42 Ao aplicar a restrição de custo, deve-se avaliar se é 
provável que os benefícios do relatório de informações 
específicas justificam os custos incorridos para fornecer e 
utilizar essas informações. Ao aplicar a restrição de custo no 
desenvolvimento da norma proposta, buscam-se informações 
de fornecedores de informações financeiras, usuários, 
auditores, acadêmicos e outros sobre a natureza e a quantidade 
esperada dos benefícios e custos dessa norma. Na maior parte 
das situações, as avaliações se baseiam na combinação de 
informações quantitativas e qualitativas. 
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17 
 
2.43 Devido à subjetividade inerente, as avaliações de 
diferentes indivíduos sobre os custos e benefícios da 
apresentação de itens específicos de informações financeiras 
variam. Portanto, procura-se considerar custos e benefícios em 
relação ao relatório financeiro, de modo geral, e, não apenas, 
em relação a entidades individuais que reportam. Isto não 
significa que as avaliações de custos e benefícios sempre 
justificam os mesmos requisitos de relatório para todas as 
entidades. Diferenças podem ser apropriadas por conta dos 
diferentes portes das entidades, diferentes formas de obtenção 
de capital (pública ou privada), diferentes necessidades dos 
usuários ou outros fatores. 
 
CAPÍTULO 3: DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E A ENTIDADE QUE 
REPORTA 
Demonstrações contábeis 
3.1 Os Capítulos 1 e 2 discutem as informações fornecidas 
em relatórios financeiros para fins gerais e os Capítulos 3 a 8 
discutem as informações fornecidas nas demonstrações 
contábeis para fins gerais, que são uma forma específica de 
relatórios financeiros para fins gerais. As demonstrações 
contábeis
7
 fornecem informações sobre recursos econômicos da 
entidade que reporta; reivindicações contra a entidade e 
alterações nesses recursos; e reivindicações que atendem às 
definições dos elementos das demonstrações contábeis (ver 
Tabela 4.1). 
Objetivo e alcance das demonstrações contábeis 
3.2 O objetivo das demonstrações contábeis é fornecer 
informações financeiras sobre os ativos, passivos, patrimônio 
líquido, receitas e despesas da entidade que reporta
8
 que sejam 
úteis aos usuários das demonstrações contábeis na avaliação 
das perspectivas para futuros fluxos de entrada de caixa líquidos 
para a entidade que reporta e na avaliação da gestão de 
recursos da administração sobre os recursos econômicos da 
entidade (ver item 1.3). 
3.3 Essas informações são fornecidas: 
(a) no balanço patrimonial, ao reconhecer ativos, passivos 
e patrimônio líquido; 
(b) na demonstração do resultado e na demonstração do 
resultado abrangente,
9
 ao reconhecer receitas e despesas; e 
(c) em outras demonstrações e notas explicativas, ao 
apresentar e divulgar informações sobre: 
 
7 Ao longo da Estrutura Conceitual, o termo “demonstrações contábeis” refere-se a 
demonstrações contábeis para fins gerais. 
8
 
Ativos, passivos, patrimônio líquido, receitas e despesas estão definidos na Tabela 4.1. Eles 
são elementos das demonstrações contábeis. 
9
 
A Estrutura Conceitual não especifica se a(s) demonstração(ões) de desempenho financeiro 
compreende(m) uma única demonstração ou duas demonstrações. 
(i) ativos, passivos, patrimônio líquido, receitas e despesas 
reconhecidos (ver item 5.1), incluindo informações sobre sua 
natureza e sobre os riscos resultantes desses ativos e passivos 
reconhecidos; 
(ii) ativos e passivos que não foram reconhecidos (ver item 
5.6), incluindo informações sobre sua natureza e sobre os riscos 
resultantes deles; 
(iii) fluxos de caixa; 
(iv) contribuições de detentores de direitos sobre o 
patrimônio e distribuições a eles; e 
(v) os métodos, premissas e julgamentos utilizados na 
estimativa dos valores apresentados ou divulgados, e mudanças 
nesses métodos, premissas e julgamentos. 
Período de relatório 
3.4 As demonstrações contábeis são elaboradas para um 
período de tempo específico (período de relatório) e fornecem 
informações sobre: 
(a) ativos e passivos – incluindo ativos e passivos não 
reconhecidos – e patrimônio líquido que existiam no final do 
período de relatório, ou durante o período de relatório; e 
(b) receitas e despesas para o período de relatório. 
3.5 Para ajudar os usuários das demonstrações contábeis a 
identificarem e avaliarem mudanças e tendências, as 
demonstrações contábeis também fornecem informações 
comparativas de, pelo menos, um período de relatório anterior. 
3.6 As informações sobre possíveis transações futuras e 
outros possíveis eventos futuros (informações prospectivas) são 
incluídas nas demonstrações contábeis se: 
(a) referirem-se a ativos ou passivos da entidade – 
incluindo ativos ou passivos não reconhecidos – ou patrimônio 
líquido que existiam no final do período de relatório, ou durante 
o período de relatório, ou a receitas ou a despesas do período 
de relatório; e 
(b) forem úteis aos usuários das demonstrações contábeis. 
Por exemplo, se o ativo ou passivo é mensurado estimando os 
fluxos de caixa futuros, as informações sobre esses fluxos de 
caixa futuros estimados podem ajudar os usuários das 
demonstrações contábeis a compreenderem as mensurações 
apresentadas. As demonstrações contábeis normalmente não 
fornecem outros tipos de informações prospectivas, por 
exemplo, material explicativo sobre as expectativas e 
estratégias da administração para o período de relatório. 
3.7 As demonstrações contábeis incluem informações 
sobre transações e outros eventos que ocorreram após o final 
do período de relatório se o fornecimento dessas informações 
for necessário para alcançar o objetivo das demonstrações 
contábeis (ver item 3.2). 
Perspectiva adotada nas demonstrações contábeis 
3.8 As demonstrações contábeis fornecem informações 
sobre transações e outros eventos observados do ponto de vista 
da entidade que reporta como um todo e, não, do ponto de 
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CFC DE A A Z 
 
 
18 
vista de qualquer grupo específico de investidores, credores por 
empréstimos e outros credores, existentes ou potenciais, da 
entidade. 
Premissa de continuidade operacional 
3.9 As demonstrações contábeis são normalmente 
elaboradas com base na suposição de que a entidade que 
reporta está em continuidade operacional e continuará em 
operação no futuro previsível. Assim, presume-se que a 
entidade não tem a intenção nem a necessidade de entrar em 
liquidação ou deixar de negociar. Se existe essa intenção ou 
necessidade, as demonstrações contábeis podem ter que ser 
elaboradas em base diferente. Em caso afirmativo, as 
demonstrações contábeis descrevem a base utilizada. 
Entidade que reporta 
3.10 A entidade que reporta é a entidade que é obrigada a, 
ou decide, elaborar demonstrações contábeis. A entidade que

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