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Ciências Humanas e suas Tecnologias

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Prévia do material em texto

introdução
Olá, querido estudante,
Nesta seção abordaremos uma visão histórica dos 
movimentos sociais, com destaque especial para as rupturas, 
golpes e revoluções, constituindo um grande desafio que 
esperamos superar neste fascículo. No Brasil e no mundo, a 
associação de pessoas com objetivos semelhantes tem fornecido 
material infindo para todos os que trabalham na área das 
Ciências Sociais e que tem ganhado grande importância no 
Enem. Vamos começar?
oBJEto do ConHECiMEnto
Perspectiva histórica dos 
movimentos sociais
A luta pela sobrevivência foi um agente catalisador 
para a organização e mobilização dos grupos sociais 
que perceberam as vantagens de agir coletivamente. 
Na Pré-história, observamos que os indivíduos já se organizavam 
em clãs. A descoberta do fogo tornou-se elemento decisivo 
para os primeiros homens, pois permitiu cozer os alimentos e 
proteger-se contra o frio. Destacamos ainda, a descoberta das 
primeiras técnicas de produção na agricultura e a atividade 
pecuária, que permitiram a sedentarização e o aparecimento das 
primeiras civilizações no Oriente próximo, região do Crescente 
Fértil. Nessas civilizações, obras hidráulicas gigantescas que 
pudessem assegurar o abastecimento de água em períodos 
de escassez ou a construção de diques e barragens para 
conter inundações, demandavam grande disponibilidade de 
mão de obra e um controle forte para organizá-la: os Estados 
Teocráticos. Sendo assim, o poder político nessas civilizações 
encontrava-se fortemente ligado à religião. A população 
trabalhava sob regime de servidão coletiva nas terras 
pertencentes ao Estado, simbolicamente administrada pelo 
rei-deus ou por sacerdotes. Mesmo assim, não eram raros os 
episódios de insubordinação que buscavam romper o equilíbrio 
CiênCias Humanas e suas TeCnologias
5
Fascículo
EnEm Em fascículos - 2012
vigente, variando da insatisfação popular de camponeses, 
especialmente nos momentos de escassez de recursos, a 
movimentos de grupos oriundos da elite, como na reforma 
monoteísta no Egito. Outro exemplo facilmente perceptível está 
entre os hebreus. Se a manutenção de suas práticas religiosas 
foi fator de unidade, o movimento sionista foi sua expressão 
máxima, enquanto movimento social e político, na medida 
em que o desejo de criar um lar (nação) judaica na Palestina 
perdurou por séculos até a sua concretização, em 1948.
As civilizações clássicas também experimentaram uma 
diversidade de movimentos sociais e políticos. Na Grécia Antiga, 
apesar da fragmentação territorial e da divisão administrativa 
em cidades-estado com características singulares, surgiu a 
democracia em meio a turbulências políticas. Embora tenham 
criado os fundamentos da democracia, os gregos promoveram a 
exclusão da grande maioria da população do processo político, 
resultando num quadro de grave opressão social, especialmente 
sobre os escravos. Em Roma, as disputas pelo poder resultaram 
em constantes alterações na ordem e na estrutura política e 
social. Mesmo assim, não podemos desprezar a capacidade de 
mobilização de movimentos sociais como os que ocorreram 
na fase republicana de Roma, onde os plebeus conseguiram 
avanços importantes, pressionando os patrícios a criar ou alterar 
a legislação, como a transformação das leis orais em leis escritas; 
direito da representação política dos plebeus com a escolha dos 
tribunos da plebe; autorização para casamento entre patrícios 
e plebeus e o plebiscito, entre outras. Podemos destacar ainda, 
em Roma, movimentos de grande envergadura, tais como a 
revolta dos escravos liderada por Spartacus ou os problemas 
relacionados à questão agrária, que tiveram a participação dos 
irmãos Graco. 
O surgimento do Cristianismo como uma seita do 
judaísmo também representou outro importante momento de 
ruptura, na medida em que a divulgação dos seus princípios 
monoteístas de amor ao próximo e pacifistas se chocavam 
com as bases do Império Romano, que era fundamentado em 
diversidade de deuses (politeísmo), escravismo e militarismo. 
O avanço do Cristianismo associado às pressões dos povos 
bárbaros e a crise do escravismo fizeram sucumbir o Império 
Romano. Em meio a tais crises, os imperadores liberaram e 
se converteram ao Cristianismo (Constantino) e o elevaram à 
condição de religião oficial do Império (Teodósio), fazendo surgir 
uma poderosa instituição: a Igreja Católica.
Na Europa Ocidental Medieval, embora a Igreja Católica 
conseguisse impor uma estrutura teocêntrica, especialmente 
após a conversão de importantes grupos bárbaros como os 
francos, e tivesse ascendência direta em todos os setores da vida 
Neste fascículo, onde trabalharemos com a área de Ciências Humanas e suas Tecnologias, revisaremos as perspectivas 
históricas dos movimentos sociais, o papel das Organizações Supranacionais na nova ordem mundial e os movimentos sociais, 
diversidade e políticas afirmativas.
Revisando esses assuntos, estaremos apoiando o aprendizado dessa área, contextualizando-o para a realidade do nosso dia a dia.
Bom estudo para você! 
Caro aluno,
Enem em fascículos 2012
2 Ciências Humanas e suas Tecnologias
social, política e econômica, podemos afirmar que teve muito 
trabalho ante o surgimento de movimentos, denominados 
por ela de heréticos, para manter seu status quo. Nessa fase, 
teve atuação destacada o Tribunal da Santa Inquisição. Ainda 
no período medieval, observou-se o envolvimento da religião 
com o poder, manifesto em eventos como as Jihad e as 
Cruzadas, justificadas como guerras santas, respectivamente, 
por muçulmanos e cristãos. 
No período de transição feudo-capitalista, uma 
nova classe social surgiu do fortalecimento do comércio e 
se envolveu em diversos conflitos em busca de afirmação. 
Claro que estamos nos referindo à burguesia. Para tanto, esse 
grupo precisava romper com o modelo político, econômico e 
social herdado do período medieval. Essa ruptura precisava 
ocorrer em vários níveis como, por exemplo, em termos políticos. 
A formação das Monarquias Nacionais ou Estados Modernos, 
sobrepondo-se ao poder supranacional da Igreja e local dos 
senhores, que prejudicavam o comércio devido a proibições de 
lucro e diversidade de moedas, pesos e medidas. Em termos 
econômicos, as práticas mercantilistas favoreceriam as relações 
comerciais e a busca de novos mercados com a expansão 
marítima, superando a lógica autossuficiente feudal. Em termos 
culturais, o desenvolvimento de uma cultura laica, racional 
e empírica, embasou o Renascimento Cultural, contrário ao 
pensamento dogmático cristão. As mudanças econômicas 
e culturais motivaram as reformas religiosas, especialmente 
a calvinista, que buscava legitimar as práticas econômicas 
burguesas.
As revoluções burguesas inauguraram uma era de 
transformações que consolidaram o modelo capitalista. Grande 
contribuição prestou nesse sentido a Revolução Francesa, marco 
de ruptura com o Antigo Regime e que exerceu influências em 
diversos locais do planeta. A Revolução Americana foi a primeira 
a romper os laços do colonialismo no Novo Mundo e iniciou a 
trajetória de uma grande potência – os EUA. 
A Revolução Industrial foi o grande fator de consolidação 
da economia capitalista, mas também provocou uma 
concentração de riquezas acentuada. O Regime disciplinar das 
fábricas, a ausência de leis trabalhistas e o aviltamento dos 
salários pela grande oferta de mão de obra, resultaram em 
movimentos sociais de resistência que iam desde a quebra das 
máquinas até a mobilização do operariado em sindicato e a 
realização de greves.
No mundo contemporâneo, as rupturas se tornaram 
cada vez mais intensas e ligadas a fatores diversos. A questão das 
nacionalidades (ex.: questão balcânica); a disputa por mercados 
(imperialismo); as crises econômicas mundiais (crack da Bolsa 
de Nova Iorque); a ascensão de regimes totalitários de esquerda 
e direita (nazifascismo e socialismo), entre outros, resultaram 
em dois conflitos mundiais e uma infinidade de questões 
locais. Na segundametade do século XX, vieram a Guerra 
Fria e as rupturas e processos revolucionários que marcaram 
a descolonização afro-asiática. Já no início do século XXI, 
intensificaram-se as questões étnico-religiosas (questão judaica 
e palestina) e os conflitos locais, além é claro, do terrorismo.
No Brasil, a história dos movimentos sociais remonta 
ao período colonial, manifestando desde a insatisfação ante 
o fiscalismo exagerado da metrópole em movimentos elitistas 
e regionais (nativistas), até movimentos que questionavam a 
legitimidade do Pacto Colonial (emancipacionistas). 
Na passagem da colônia para o império, podemos 
observar certa singularidade, já que o processo se iniciou 
formalmente com a abertura dos portos, logo após a chegada da 
Família Real ao Brasil em 1808, ou seja, a partir de uma iniciativa 
da própria metrópole. O projeto político da independência foi 
resultado das contradições entre os interesses da elite agrária 
brasileira e do projeto português de recolonização do Brasil, 
expresso na Revolução Liberal do Porto. Sabendo do risco que 
corria, a aristocracia rural brasileira aproximara-se do jovem 
príncipe D. Pedro, pretendendo convencê-lo a permanecer 
no Brasil. Essa situação contribuiu de fato para que o Brasil 
mantivesse a monarquia, a unidade territorial, a estrutura 
agroexportadora, e principalmente, a escravidão. Ainda 
podemos associar a este episódio, os interesses externos, já que a 
Inglaterra teve destacada atuação, ansiosa por ampliar mercados 
consumidores. Ressalte-se que a maior parte da população não 
participou ativamente deste processo autonomista, o que ajuda 
em parte a explicar o pequeno entusiasmo popular ao celebrar 
a data de nossa independência, sentindo mais orgulho nacional 
em eventos esportivos, como nas Copas do Mundo de Futebol.
A transição para a República foi igualmente recheada 
de particularismos. O governo de D. Pedro II enfrentava sérias 
dificuldades para manter a estabilidade, especialmente após 
a Guerra do Paraguai, quando a percepção por parte dos 
militares de sua limitada atuação política, estava diretamente 
associada ao modelo político vigente. Além disso, a participação 
dos escravos naquele conflito contribuiu para mudar a visão 
sobre a escravidão por parte de alguns militares que passaram 
a simpatizar com a causa abolicionista. O avanço dessas ideias 
comprometia, em muito, a relação do Imperador com os 
escravocratas, que cobravam uma atuação do Estado a fim 
de que não tivessem seus interesses econômicos contrariados. 
A relação do Trono com a Igreja Católica também estava 
desgastada, especialmente após os episódios envolvendo 
a Igreja, o Estado e a maçonaria. Enfim, a condição de 
continuidade de uma monarquia parecia cada vez mais remota 
devido à saúde do Imperador e à questão de gênero da sucessora 
(Princesa Isabel). Enfim, o golpe republicano, em 1889, foi 
resultado da conjugação dos interesses de cafeicultores, classes 
médias urbanas e militares, em que mais uma vez, a grande 
maioria da população, esteve alijada do processo político do 
seu país, como atesta o jornalista Aristides Lobo, ao afirmar que 
“O povo assistiu àquilo bestializado, atônito, surpreso, sem 
saber o que significava. Muitos acreditavam estar vendo uma 
parada”.
Na fase republicana do Brasil, golpes e revoluções se 
processam. A república que trazia muitas expectativas para a 
população findou em grande decepção, especialmente pelo 
projeto excludente da Constituição de 1891. O próprio equilíbrio 
entre os poderes proposto neste projeto durou pouco, pois 
Deodoro da Fonseca tendo seus interesses centralizadores 
contrariados pelo Congresso de maioria civil e de ideais 
federalistas optou pelo fechamento do poder legislativo. 
Embora, nesta fase, a atuação popular pelo voto fosse limitada, 
a Primeira República presenciou vários movimentos sociais que 
de alguma forma representavam uma reação ao latifúndio, 
à miséria e à opressão política das oligarquias, como nos 
movimentos messiânicos de Canudos e do Contestado, e 
ainda, em movimentos urbanos, como as Revoltas da Vacina 
e da Chibata.
Enem em fascículos 2012
3Ciências Humanas e suas Tecnologias
O processo de industrialização, iniciado ao longo da 
Primeira Guerra, produziu transformações econômicas e sociais. 
Os grupos oligárquicos que controlavam a Primeira República 
não conseguiram atender aos interesses dos novos grupos 
sociais que surgiram, como a burguesia nacional e os operários. 
Além destes, as oligarquias dissidentes e o movimento tenentista 
são exemplos das novas forças que surgiam naquele momento 
e que abriram caminho para a Revolução de 1930, que levou 
ao poder o oligarca gaúcho Getúlio Vargas. 
Com Vargas o modelo populista ganhou força, o 
Estado passou a atuar como mediador, reconhecendo os novos 
grupos sociais, mas promovendo sobre eles uma forte tutela 
mediante o atendimento de algumas reivindicações, das quais 
se destacou a concessão de leis trabalhistas, o voto feminino 
e o incentivo à indústria. Mas havia um interesse continuísta e 
para concretizá-lo, o recurso de fechar o Congresso e indicar 
interventores nos estados foi prática constante. Para justificar 
essas medidas de exceção, o cenário de polarização ideológica 
entre as esquerdas e a extrema direita no período entre guerras, 
contribuiu bastante. 
Restituída a democracia em 1946, as questões pontuais 
do autoritarismo varguista ainda não tinham sido totalmente 
resolvidas, até se agravaram com o seu retorno e posterior 
suicídio em 1954, sendo este ato, um duro golpe nos seus 
adversários que tinham como certa a tomada do poder, seja 
através de golpe ou nas próximas eleições. Nem mesmo a 
estabilidade ante o crescimento econômico-industrial dos anos 
J.K restabeleceram a tranquilidade, afinal a curta gestão de Jânio 
interrompida por sua inesperada renúncia causou uma forte 
crise institucional, em virtude da contestação da posse do vice 
João Goulart por setores conservadores, situação superada com 
a adoção do regime parlamentar entre os anos de 1961 e 1963. 
O histórico de Goulart (ex-ministro do Trabalho de Vargas) 
assustava aos segmentos conservadores que temiam que o 
Brasil seguisse a mesma trajetória cubana. Isolado politicamente 
e sob uma forte pressão internacional dos EUA, Jango acabou 
deposto por um golpe civil-militar.
Já durante o Regime Militar (1964 a 1985), devemos 
destacar que, embora não fossem os únicos, o movimento 
estudantil e o movimento operário tiveram importante atuação 
no questionamento da ordem autoritária e da subordinação 
ao capital estrangeiro. A Marcha dos Cem Mil, em 1968, 
em protesto contra a morte do estudante Edson Luís e a 
greve operária dos metalúrgicos, em 1979, na busca de um 
sindicato desvinculado da tutela do Estado são exemplos a 
serem destacados.
O declínio do bloco soviético, o avanço das ideias 
neoliberais e o fortalecimento dos regimes democráticos no 
mundo influenciaram nas mobilizações pela redemocratização 
do Brasil, que ocorreria após 1985. A jovem democracia 
enfrentou turbulências, mas embasada na Constituição de 
1988 foi se mantendo e se ratificando, atingindo seu auge no 
impeachment de Fernando Collor, na transparência das eleições 
e na ascensão da primeira mulher ao cargo de Presidente da 
República. 
Atualmente, o processo cada vez mais intenso de 
globalização conta com o crescimento das redes sociais, que 
contribuem intensamente para a difusão de movimentos que 
defendem causas nobres e urgentes, tais como a defesa do 
meio ambiente e o combate à fome, ao racismo e a todo tipo 
de preconceito. Ao mesmo tempo, ainda se espalham exemplos 
de intolerância e ódio através de ideias de grupos neonazistas, 
fundamentalistas e terroristas. Ao que parece, esses novos 
movimentos sociais terão de conviver com antigos dilemas, 
resultantes das contradições do mundo capitalista.
QuEStão CoMEntada
Compreendendo a Habilidade
– Avaliar criticamente conflitos culturais, sociais, políticos, econômicos 
ou ambientaisao longo da história..
C-3
H-15
•	 Leia.
Texto I
QUINZE DE NOVEMBRO
Deodoro todo nos trinques
Bate na porta de Dão Pedro Segundo.
“— Seu imperador, dê o fora
que nós queremos tomar conta desta bugiganga.
Mande vir os músicos.”
O imperador bocejando responde:
“Pois não meus filhos não se vexem
me deixem calçar as chinelas
podem entrar à vontade:
só peço que não me bulam nas obras completas de
Victor Hugo”.
Murilo Mendes. História do Brasil. Poemas.
Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994 p. 169.
Texto II
Então, barão de
Cotegipe, ganhei
ou não ganhei
a parada?!?
A Senhora
ganhou a parada
...mas perdeu
o trono.
13 de maio de
1888
Carlos Eduardo Novaes e César Lobo.
História do Brasil para principiantes.
 O poema e a charge anteriores retratam importante 
momento de ruptura da história do Brasil. Sobre este 
episódio, assinale a alternativa verdadeira.
a) A charge refere-se à Princesa Isabel que ao assinar a Lei 
Áurea agravou a crise do império que culminou com o 
golpe republicano, e o poema, ao mencionar Deodoro, 
destaca a atuação dos militares nesse processo.
b) O poema e a charge referem-se à abdicação de D. Pedro I, 
em que sua filha, a Princesa Isabel, ainda menor de 
idade, foi comunicada que não poderia assumir o trono.
c) O texto e a charge mostram o caráter revolucionário da 
Proclamação da República, destacando a importância 
dos militares, que após violentos combates conseguiram 
a expulsão imediata da Família Real do Brasil.
d) O texto e a charge referem-se à Independência do 
Brasil em que a aristocracia rural insatisfeita com a 
possibilidade de ser governada por uma mulher decidiu 
retirá-la do trono, diante do debilitado estado de saúde 
do Imperador.
e) A charge demonstra o grande prestígio de que 
desfrutava a Princesa Isabel, herdeira do trono, que ao 
assinar a Proclamação da República seria homenageada 
por uma parada militar sem perceber que com isso 
perderia o trono.
Enem em fascículos 2012
4 Ciências Humanas e suas Tecnologias
Comentário
O processo de Proclamação da República no Brasil 
foi liderado por setores progressistas da aristocracia rural, 
especialmente da região Sudeste, onde se expandiam e se 
desenvolviam cafezais – notadamente no oeste paulista, que eram 
controlados por uma burguesia agrária dinâmica e moderna, que 
utilizava mão de obra livre. A aproximação com os militares foi 
devido a uma conjuntura de atritos entre o trono e a caserna, que 
levou os últimos a se afastar e romper com o Império, liderando 
a Proclamação da República, em 15 de novembro de 1889. 
É importante frisar que a mudança do regime político não trouxe 
alterações profundas nas estruturas econômicas ou sociais, sendo 
mantidas a economia predominantemente agrária, a concentração 
fundiária e a exclusão social. Também não houve participação da 
maioria da população, normalmente à parte das decisões mais 
importantes do Brasil.
Resposta correta: a
EXErCÍCioS dE FiXação
Compreendendo a Habilidade
– Analisar a atuação dos movimentos sociais que contribuíram para 
mudanças ou rupturas em processos de disputa pelo poder.
– Avaliar criticamente conflitos culturais, sociais, políticos, econômicos 
ou ambientais ao longo da história.
C-3
H-13
H-15
01. Após a avaliação das imagens abaixo e dos textos 
nelas contidos sobre o processo de independência do 
Brasil e a realidade social vivida nos primeiros anos do 
pós-independência, marque a opção mais coerente.
Viva a Independência
O que é isso, mãe?
Deve ser
 um novo
 produto
 inglês
Puxa, depois da
Independência, nossa vida
melhorou um bocado!
http://www.historia.uff.br/nec/imagem/charge-sobre-idep%C3%aAndencia-do-brasil.
SCHIMIDT. M. História Crítica no Brasil, São Paulo: Nova Geração, s.d. p. 90.
a) A primeira imagem retrata o entusiasmo com que a 
independência foi recebida pelos diversos segmentos 
da sociedade, enquanto a segunda demonstra que os 
escravos, muito embora, ainda na condição de cativos 
não eram mais submetidos a condições hostis de 
trabalho e exploração.
b) Enquanto a primeira imagem, desprovida de ironia, 
sugere a total ignorância do povo que não percebia 
que o nosso projeto de independência era atrelado aos 
interesses ingleses, a segunda reflete, ironicamente, a 
posição social dos escravos neste processo.
c) As duas imagens promovem uma interpretação crítica 
da Independência do Brasil, levando em consideração 
a tutela exercida pela Inglaterra, bem como a situação 
inalterada dos escravos no pós-independência.
d) As duas imagens assumem posições conservadoras 
por não evidenciarem ou criticarem abertamente as 
contradições econômicas e sociais existentes no contexto 
de nossa independência.
e) A primeira imagem demonstra o caráter econômico da 
independência, destacando as vantagens da entrada 
dos produtos ingleses no Brasil e a segunda que, no 
pós-independência, revela que apenas alguns escravos 
conseguiram ascensão social por realizarem trabalhos 
menos duros.
Compreendendo a Habilidade
– Reconhecer as transformações técnicas e tecnológicas que determinam 
as várias formas de uso e apropriação dos espaços rural e urbano.
– Analisar de maneira crítica as interações da sociedade com o meio 
físico, levando em consideração aspectos históricos e/ou geográficos.
C-4
C-6
H-19
H-27
02. O conceito de Revolução Neolítica foi criado pelo 
arqueólogo australiano Gordon Childe para designar o 
processo caracterizado pelo início da sedentarização dos 
primeiros grupos humanos, graças ao descobrimento da 
agricultura e à domesticação de animais. Segundo alguns 
autores, o homem passou de parasita a sócio da natureza. 
A sedentarização levou à formação de aldeias e à 
necessidade de organização e divisão do trabalho. 
As relações sociais se tornaram mais complexas e o 
resultado foi o surgimento de classes sociais, leis escritas, 
religião, governo e estado, que originaram as primeiras 
civilizações.
 Acerca da Revolução Neolítica, assinale a alternativa que 
explica corretamente o termo em destaque no enunciado.
a) O homem deixou de ser coletor e viver do que retirava 
da natureza e passou a utilizar os recursos naturais 
para reproduzir elementos da própria natureza em seu 
benefício.
b) A humanidade passou a viver exclusivamente do que 
a natureza lhe oferecia, tornando-se dependente dos 
recursos naturais e sem atuar no ambiente de modo a 
alterar sua estrutura.
c) Com o surgimento das primeiras civilizações o homem 
passou a intervir na natureza, por exemplo alterando o 
curso de rios, sem contudo agredi-la, ao reconhecer a 
parceria entre ambos.
d) No processo de formação das primeiras civilizações, foi 
fundamental a simbiose entre o homem e a natureza, 
através de rituais religiosos que possibilitaram o 
conhecimento das técnicas agrícolas.
e) A passagem de uma economia coletora para uma 
economia produtora permitiu o aumento da expectativa 
de vida e o crescimento das populações que passaram 
a viver da agricultura e da pecuária.
dE olHo no EnEM
MOVIMENTOS SOCIAIS VÃO DIVULGAR LISTA
DE PARLAMENTARES “FICHA LIMPA”
Dois movimentos sociais, a Articulação Brasileira 
Contra a Corrupção e a Impunidade (Abracci) e o Movimento 
de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE), já se preparam 
para divulgar a lista de parlamentares brasileiros considerados 
“ficha limpa”. Os movimentos vão criar uma página na Internet 
(www.fichalimpaja.org.br), na qual divulgarão os nomes de 
todos os políticos que estão aptos a concorrer nas eleições 
de outubro próximo, além de documentos que comprovem 
a elegibilidade dos mesmos, já com base na nova legislação 
eleitoral.
Enem em fascículos 2012
5Ciências Humanas e suas Tecnologias
De acordo com informações da assessoria de imprensa 
do MCCE, o eleitor poderá fazer a consulta dos políticos por 
estado, cargo ou partido político. Além disso, a sociedade 
poderá denunciar algum nome que figure na lista como “ficha 
limpa” erroneamente. Os documentos disponibilizados pelos 
políticos e publicados em PDF na página serão analisadospor 
uma assessoria jurídica, por meio de uma parceria firmada 
com as faculdades de Direito da Fundação Getulio Vargas 
e da Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP). Uma das 
organizadoras da iniciativa e membro da Abracci, Betina Sarue, 
afirmou que o objetivo da página é oferecer ao eleitor uma 
lista positiva e voluntária para auxiliar o eleitorado. Segundo a 
assessoria, a página será lançada ainda sem nomes, para que 
nenhum partido político alegue favorecimentos. A divulgação, 
para que os candidatos possam ter seus nomes no site, será feita 
por meio dos partidos políticos. São eles que deverão esclarecer 
a proposta da Abracci/MCCE e pedir que os concorrentes 
a cargos políticos se manifestem. “Por isso, o interesse dos 
parlamentares em participar é fundamental”, esclareceu.
Só Notícias/Alex Fama
http://www.sonoticias.com.br/noticias
introdução
Olá, querido estudante,
Com a nova ordem mundial, expressa pelo processo 
de mundialização da economia, e com o enfraquecimento 
dos estados nacionais que resultou no fim das fronteiras, 
as organizações supranacionais passaram a ter cada vez 
mais destaque no cenário internacional. Nesse novo cenário, 
organizações internacionais como o Fundo Monetário 
Internacional (FMI), Organização das Nações Unidas (ONU), 
Organização Mundial do Comércio (OMC) e, mais recentemente, 
os BRICS assumiram um papel de destaque na chamada política 
internacional.
oBJEto do ConHECiMEnto
Organizações supranacionais
Criadas após a Segunda Guerra Mundial, essas 
instituições surgem com o entendimento de que os direitos, 
deveres e condições socioeconômicas dos países não podem 
mais ser vistos como problemas isolados. Já que influenciam 
a ordem global, precisam de alguns mecanismos para serem 
regulados globalmente.
Sem dúvida, as resoluções dos organismos internacionais 
– como a OMC, ONU e FMI – sempre têm um grande impacto 
nos governos e na formação da opinião pública internacional. 
Diante desse poder é forte o questionamento sobre a “igualdade 
de vantagens” e “não autoridade sobre os governos” como 
princípios das instituições internacionais. Como garantir esses 
pressupostos para países com realidades político-econômicas 
tão assimétricas quanto a dos países desenvolvidos e dos países 
subdesenvolvidos?
Esse é um ponto polêmico, alimentado pelo fato de a 
maioria das instituições internacionais, que deveriam garantir 
a representatividade de todos os países, terem na verdade sua 
constituição e distribuição de poder condicionadas pela posição 
político-econômica dos países na comunidade internacional. 
No FMI, por exemplo, os votos estão relacionados com a cota 
de contribuição dos Estados para o Fundo. Os EUA, como maior 
cotista, têm a maioria dos votos. No FMI e Banco Mundial 
existe uma espécie de voto censitário de acordo com o poder 
econômico dos países.
ONU
Organização das Nações 
Unidas (ONU), ou simplesmente 
Nações Un ida s (NU ) , é uma 
organização internacional cujo 
objetivo declarado é facil itar a 
cooperação em matéria de direito 
internacional, segurança internacional, 
desenvo l v imento econômico , 
progresso social, direitos humanos e a 
realização da paz mundial. A ONU foi fundada em 1945, após 
a Segunda Guerra Mundial, para substituir a Liga das Nações. 
Ela contém várias organizações subsidiárias para realizar suas 
missões.
Existem atualmente 193 estados-membros, incluindo 
quase todos os estados soberanos do mundo. De seus escritórios 
em todo o mundo, a ONU e suas agências especializadas 
d e c i d e m s o b r e q u e s t õ e s 
dessubstantivas e administrativas, 
em reuniões regulares, ao longo do 
ano. A organização está dividida 
em instâncias administrativas, 
principalmente: a Assembleia Geral 
(assembleia deliberativa principal); 
o Conselho de Segurança (para 
decidir determinadas resoluções de paz e segurança); o Conselho 
Econômico e Social (para auxiliar na promoção da cooperação 
econômica e social internacional e desenvolvimento); 
o Secretariado (para fornecimento de estudos, informações e 
facilidades necessárias para a ONU), o Tribunal Internacional 
de Justiça (o órgão judicial principal). Além de órgãos 
complementares de todas as outras agências do Sistema 
das Nações Unidas, como a Organização Mundial de Saúde 
(OMS), o Programa Alimentar Mundial (PAM) e o Fundo 
das Nações Unidas para a Infância (UNICEF). A figura mais 
publicamente visível da ONU é o Secretário-Geral, cargo 
ocupado desde 2007 por Ban Ki-moon, da Coreia do Sul. 
A organização é financiada por contribuições voluntárias dos 
seus Estados-membros, e tem seis idiomas oficiais: árabe, chinês, 
inglês, francês, russo e espanhol.
Organismos intergovernamentais, ou programas são:
•	 OIT – Organização Internacional do Trabalho.
•	 FAO – Organização das Nações Unidas para Agricultura e 
Alimentação.
•	 UNESCO – Organização das Nações Unidas para Educação, 
Ciência e Cultura.
Enem em fascículos 2012
6 Ciências Humanas e suas Tecnologias
•	 OMS – Organização Mundial de Saúde.
•	 Grupo do Banco Mundial (BIRD, Banco Internacional de 
Desenvolvimento).
•	 IDA – Associação de Desenvolvimento.
•	 CFI – Corporação Financeira Internacional.
•	 AGMF – Agência de Garantia Multilateral de Financiamento.
•	 CIRDF – Agência Internacional para a Resolução de Disputas 
Financeiras (CIRDF).
•	 FMI – Fundo Monetário Internacional.
•	 ICAO – Organização da Aviação Civil Internacional.
•	 UPU – União Postal Universal.
•	 ITU – União Internacional de Telecomunicações.
•	 OMM – Organização Meteorológica Mundial.
•	 IMO – Organização Marítima Internacional.
•	 OMPI – Organização Mundial da Propriedade Intelectual.
•	 FIDA – Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola.
•	 UNIDO – Organização das Nações Unidas para o 
Desenvolvimento Industrial.
•	 OMT – Organização Mundial do Turismo.
•	 AIEA – Agência Internacional de Energia Atômica.
•	 OMC – Organização Mundial do Comércio.
•	 OPAQ – Organização para a Proibição de Armas Químicas.
•	 CTBTO – Organização Preparatória para o Tratado de 
Proibição de Testes Nucleares.
•	 UNCTAD – Conferência das Nações Unidas sobre Comércio 
e Desenvolvimento.
•	 PMA – Programa Mundial de Alimentos.
Alguns programas são criados especificamente para 
determinadas regiões, como por exemplo:
•	 PNUD – Programa das Nações Unidas para o 
Desenvolvimento.
•	 UNICEF – Fundo das Nações Unidas para a Infância.
•	 PNUMA – Programa das Nações Unidas para o Meio 
Ambiente.
•	 ACNUR – Alto Comissariado das Nações Unidas para 
Refugiados.
•	 UNFPA – Fundo de População das Nações Unidas.
•	 UN-Habitat – Programa das Nações Unidas para 
Assentamentos Urbanos.
•	 UNIFEM – Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas 
para Mulher.
•	 UNAIDS – Programa Conjunto das Nações Unidas sobre 
HIV/Aids.
•	 UNODC – Escritório das Nações Unidas contra Drogas e 
Crime.
•	 UNRWA – Agência das Nações Unidas de Assistência aos 
Refugiados Palestinos.
FMI
O Fundo Monetário 
Internacional (FMI) é uma 
organização internacional que 
pretende assegurar o bom 
func ionamento do s i s tema 
f i n a n c e i r o m u n d i a l p e l o 
m o n i t o r a m e n t o d a s t a x a s 
de câmbio e da balança de 
pagamentos, através de assistência 
técnica e financeira. Sua criação ocorreu pouco antes do final 
da Segunda Guerra Mundial, em julho de 1944, e sua sede é 
em Washington, DC, Estados Unidos. Atualmente conta com 
mais de 187 nações. O FMI foi criado em 1944, com 45 países 
representados inicialmente em Bretton Woods, New Hampshire, 
nos EUA.
Tem como objetivo básico zelar pela estabilidade do 
sistema monetário internacional, através da promoção da 
cooperação e da consulta de assuntos monetários entre os 
seus 187 países-membros. Com exceção de Coreia do Norte, 
Cuba, Liechtenstein, Andorra, Mônaco, Tuvalu e Nauru, 
todos os membros da ONU fazem parte do FMI. O Fundo 
favorece a progressiva eliminação das restrições cambiais nos 
países-membros e concede recursos temporariamente para 
evitar ou remediar desequilíbriosno balanço de pagamentos. 
Além disso, o FMI planeja e monitora programas de ajustes 
estruturais e oferece assistência técnica e treinamento para os 
países-membros.
Banco Mundial
O Banco Mundial começou a 
partir da criação do Banco Internacional 
para Reconstrução e Desenvolvimento 
(BIRD) nas Conferências de Bretton 
Woods, em 1944. Por costume, o 
Banco Mundial é presidido por um 
norte-americano.
A missão inicial do Banco Mundial, até então somente 
o BIRD, foi de financiar a reconstrução dos países devastados 
pela Segunda Guerra Mundial. Com o tempo, a missão evoluiu 
para a de financiamento do desenvolvimento dos países mais 
pobres e de auxílio financeiro.
O Banco Internacional para 
Reconstrução e Desenvolvimento 
(BIRD) possui 187 países-membros, 
enquanto a Associação Internacional 
de Desenvolvimento (IDA) tem 168 
membros. Cada Estado-membro do 
BIRD deve ser também um membro 
do Fundo Monetário Internacional (FMI) sendo que somente 
os membros do BIRD estão autorizados a juntar-se a outras 
instituições dentro do Banco.
Poder de voto no Banco Mundial
Estado-membro Percentagem
 Estados Unidos 16,39%
 Japão 7,86%
 Alemanha 4,49%
 França 4,30%
 Reino Unido 4,30%
 Brasil 2,24%
Outros 62,66%
OMC
A Organização Mundial do 
Comércio (OMC) é uma organização 
internacional que trata das regras do 
comércio internacional. Possui sede 
em Genebra, Suíça, e conta com 156 
membros. Suas funções são:
•	 gerenc ia r 	 os 	 acordos 	 que	
compõem o sistema multilateral 
de comércio;
OMC
Enem em fascículos 2012
7Ciências Humanas e suas Tecnologias
•	 servir	 de	 fórum	 para	 comércio	 nacional	 (firmar	 acordos	
internacionais);
•	 supervisionar	a	adoção	dos	acordos	e	implementação	destes	
acordos pelos membros da organização (verificar as políticas 
comerciais nacionais).
O u t r a f u n ç ã o m u i t o 
importante na OMC é o Sistema 
de resolução de Controvérsias da 
OMC, o que a destaca entre outras 
instituições internacionais. Este 
mecanismo foi criado para solucionar 
os conflitos gerados pela aplicação 
dos acordos sobre o comércio internacional entre os membros 
da OMC.
Além disso, a cada dois anos, a OMC deve realizar pelo 
menos uma Conferência Ministerial. Existe um Conselho Geral 
que implementa as decisões alcançadas na Conferência e é 
responsável pela administração diária. A Conferência Ministerial 
escolhe um diretor-geral com o mandato de quatro anos. 
Atualmente, o Diretor-geral é Pascal Lamy, que tomou posse 
em 8 de março de 2008.
FAO
Organização das Nações Unidas para Agricultura e 
Alimentação
Emblema da FAO com o seu lema latino, Fiat Panis 
(Seja feito o pão)
Tipo Agência especializada
Acrônimo FAO
Comando José Graziano
Status ativa
Fundação 16 de outubro de 1945
Sede Roma, Itália
Organização das Nações Unidas para Agricultura e 
Alimentação (FAO, sigla de Food and Agriculture Organization) 
é uma organização das Nações Unidas cujo objetivo é aumentar 
a capacidade da comunidade internacional para de forma eficaz 
e coordenada, promover o suporte adequado e sustentável 
para a Segurança Alimentar e Nutrição. Para isso, realiza 
programas de melhoria da eficiência na produção, elaboração, 
comercialização e distribuição de alimentos e produtos 
agropecuários de granjas, bosques e pescarias.
De acordo com a própria FAO, suas principais atividades 
são:
•	 Desenvolver	assistência	para	países	subdesenvolvidos.
•	 Informação	 sobre	 nutrição,	 comida,	 agricultura,	
florestamento e pesca.
•	 Aconselhamento	a	governos.
•	 Servir	 como	 um	 fórum	 neutro	 para	 discutir	 e	 formular	
políticas nos principais assuntos relacionados a agricultura 
e alimentação.
A FAO foi fundada a 16 de outubro de 1945, em 
Quebeque, Canadá. Em 1951, sua sede foi transferida para 
Roma, por iniciativa do governo italiano, que teria investido 
quatro milhões de dólares na construção da nova sede. Em 
2000, tinha 181 membros (180 países e a União Europeia).
OEA
A Organização dos Estados Americanos é o mais antigo 
organismo regional do mundo. A sua origem remonta à Primeira 
Conferência Internacional Americana, realizada em Washington, 
D.C., de outubro de 1889 a abril de 1890. Esta reunião resultou 
na criação da União Internacional das Repúblicas Americanas, e 
começou a se tecer uma rede de disposições e instituições, dando 
início ao que ficará conhecido como “Sistema Interamericano”, 
o mais antigo sistema institucional internacional.
A OEA foi fundada em 1948 com a assinatura, em 
Bogotá, Colômbia, da Carta da OEA que entrou em vigor em 
dezembro de 1951. A Organização foi criada para alcançar nos 
Estados-membros, como estipula o Artigo 1º da Carta, “uma 
ordem de paz e de justiça, para promover sua solidariedade, 
intensificar sua colaboração e defender sua soberania, sua 
integridade territorial e sua independência”. Hoje, a OEA 
congrega os 35 Estados independentes das Américas e constitui 
o principal fórum governamental político, jurídico e social do 
hemisfério. Além disso, a Organização concedeu o estatuto de 
observador permanente a 67 Estados e à União Europeia (EU). 
Para atingir seus objetivos mais importantes, a OEA baseia-se 
em seus principais pilares que são a democracia, os direitos 
humanos, a segurança e o desenvolvimento. 
Organização dos Estados Americanos (OEA)
Organisation des États Américains
Organization of American States
Organización de los Estados Americanos
Bandeira da Organização dos Estados Americanos
Países membros da OEA.
Enem em fascículos 2012
8 Ciências Humanas e suas Tecnologias
Fundação 5 de maio de 1948
Tipo Organização internacional
Sede Washington D.C., Estados 
Unidos
Membros 35 países
Línguas oficiais
Inglês
Francês
Espanhol
Português
Secretário-Geral
José Miguel Insulza
 Chile 
(desde 26 de maio de 2005)
G8
O G r u p o d o s 
Sete e a Rússia, mais 
conhecido como G8, é 
um grupo internacional 
que reúne os sete países 
ma i s indus t r i a l i zados 
e d e s e n v o l v i d o s 
e c o n o m i c a m e n t e d o 
mundo, mais a Rússia. 
Todos os países se dizem 
nações democrát icas : 
Estados Unidos, Japão, 
Alemanha, Reino Unido, França, Itália e o Canadá (antigo G7), 
mais a Rússia – esta última não participando de todas as reuniões 
do grupo. Durante as reuniões, os dirigentes máximos de cada 
Estado-membro discutem questões de alcance internacional.
O G8 é muito criticado por um grande número de 
movimentos sociais, normalmente integrados no movimento 
antiglobalização, que acusam o G8 de decidir uma grande 
parte das políticas globais, social e ecologicamente destrutivas, 
sem qualquer legitimidade nem transparência. Sempre que 
ocorrem reuniões do G8 são convidados também um grupo 
denominado de G5 (Brasil, India, China, México e África do Sul). 
Tudo indica que no futuro essas duas organizações se juntem 
formando o G13.
G20
O Grupo dos 20 (ou G20) é um grupo formado pelos 
ministros de finanças e chefes dos bancos centrais das 19 
maiores economias do mundo mais a União Europeia. Foi criado 
em 1999, após as sucessivas crises financeiras da década de 
1990. Visa favorecer a negociação internacional, integrando 
o princípio de um diálogo ampliado, levando em conta o peso 
econômico crescente de alguns países, que, juntos, representam 
90% do PIB mundial, 80% do comércio mundial (incluindo 
o comércio intra-UE) e dois terços da população mundial. 
O peso econômico e a representatividade do G-20 conferem-lhe 
significativa influência sobre a gestão do sistema financeiro e 
da economia global. 
O G-20 estuda, analisa e promove a discussão entre 
os países mais ricos e os emergentes sobre questões políticas 
relacionadas com a promoção da estabilidade financeira 
internacional e encaminha as questões que estão além da 
responsabilidade individual de qualquer organização.
Com o crescimento da importância do G-20 a partir 
da reunião de 2008, em Washington, e diante da crise 
econômica mundial, os líderes participantes anunciaram, em 
25 de setembro de 2009,que o G-20 seria o novo conselho 
internacional permanente de cooperação econômica, eclipsando 
o G8, constituído pelas oito economias mais ricas.
Grupo dos 20
G-20
Mapa-múndi destacando os países do G-20. 
Países-membros do G-20
Países-membros da União Europeia que não são 
individualmente representados no G-20
Fundação
1999
2008 (Cúpula)
Membros 20
Presidência do G-20 México (2012)]
Argentina Austrália Brasil Canadá
China França Alemanha Índia
Indonésia Itália Japão México
Rússia Arábia Saudita África do Sul Coreia do Sul
Turquia Reino Unido Estados Unidos União Europeia
OCDE
A Organização para a 
Cooperação e Desenvolvimento 
Econômico (OCDE) é uma 
organização internacional de 34 
países que aceitam os princípios 
da democracia representativa e 
da economia de livre mercado. 
Os membros da OCDE são 
economias de alta renda com um 
alto Índice de Desenvolvimento 
Humano (IDH) e são considerados países desenvolvidos, exceto 
México, Chile e Turquia.
Teve origem em 1948 como a Organização para a 
Cooperação Econômica (OECE), liderada por Robert Marjolin 
da França, para ajudar a administrar o Plano Marshall para 
a reconstrução da Europa, após a Segunda Guerra Mundial. 
Posteriormente, a sua filiação foi estendida a estados não 
europeus. Em 1961, foi reformada para a Organização para 
a Cooperação Econômica e Desenvolvimento da Convenção 
sobre a Organização para a Cooperação Econômica e 
Desenvolvimento. A sede da OCDE é localizada em Paris, França.
Enem em fascículos 2012
9Ciências Humanas e suas Tecnologias
Réalisation, Roberto Girmeno et Atelier de cartographie de Sciences Po.
L’Organisation de coopération et de développement économiques en 2010 Source: Questions internationales (nº 41 janvier-février 2010)
États fondatesurs
le 14 décembre 1960
Autres États membres
Négociations pour l’adhésion
à I’OCDE en cours
Endagement renforcé
en vue d’une éventuelle adhésion
Source: www.cecd.org© Dila, Paris, décembre 2009.
Grupo dos 77
O Grupo dos 77 nas Nações 
Unidas é uma coalizão de nações em 
desenvolvimento, que visa promover 
os interesses econômicos coletivos de 
seus membros e criar uma maior 
capacidade de negociação conjunta 
na Organização das Nações Unidas. 
Havia 77 membros fundadores da 
organização, mas a organização, 
desde então, expandiu para 131 países-membros. Desde 2011, 
a Argentina detém a presidência.
O grupo foi fundado em 15 de junho de 1964 pela 
“Declaração Conjunta dos Setenta e Sete Países” emitida 
na Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e 
Desenvolvimento (UNCTAD). A primeira reunião importante foi 
em Argel, em 1967, quando a “Carta de Argel” foi adotada e a 
base para as estruturas institucionais permanentes foi iniciada. 
Há seções do Grupo dos 77, em Roma (FAO), Viena (ONUDI), 
Paris (UNESCO), Nairobi (UNEP) e o Grupo dos 24 em 
Washington, DC (FMI e Banco Mundial).
BRICS
BRICS EM NÚMEROS
ÁREA PIBPOPULAÇÃO
(HABITANTES)
8,5 MIL KM2
BRASIL
RÚSSIA
ÍNDIA
CHINA
ÁFRICA DO SUL
17 MIL KM2
3,3 MIL KM2
9,6 MIL KM2
1,2 MIL KM2
195,4 MILHÕES
140,4 MILHÕES
1,21 BILHÕES
1,35 BILHÕES
2,51 MILHÕES
US$ 1,6 TRILHÕES
US$ 1,2 TRILHÕES
US$ 1,3 TRILHÕES
US$ 5 TRILHÕES
US$ 300 BILHÕES
fonte: Banco Mundial
Em economia, BRICS é um acrônimo que se refere 
aos países-membros fundadores (Brasil, Rússia, Índia e China) 
e à África do Sul, que juntos formam um grupo político de 
cooperação. Em 14 de abril de 2011, o “S” foi oficialmente 
adicionado à sigla BRIC para formar o BRICS, após a admissão 
da África do Sul (em inglês: South Africa) ao grupo. Os membros 
fundadores e a África do Sul estão todos em um estágio 
similar de mercado emergente, devido ao seu desenvolvimento 
econômico. É geralmente traduzido como “os BRICS” ou “países 
BRICS” ou, alternativamente, como os “Cinco Grandes”.
Apesar de o grupo ainda não ser um bloco econômico 
ou uma associação de comércio formal, como no caso da União 
Europeia, existem fortes indicadores de que “os quatro países 
do BRIC têm procurado formar um “clube político” ou uma 
“aliança”, e assim converter “seu crescente poder econômico 
em uma maior influência geopolítica.” Desde 2009, os líderes 
do grupo realizam cúpulas anuais.
A sigla (originalmente “BRIC”) foi cunhada por Jim 
O’Neill em um estudo de 2001 intitulado “Building Better Global 
Economic BRICs”. Desde então, a sigla passou a ser amplamente 
usada como um símbolo da mudança no poder econômico 
global, distanciando-se das economias desenvolvidas do G7 
em relação ao mundo em desenvolvimento.
De acordo com um artigo publicado em 2005, o México 
e a Coreia do Sul seriam os únicos outros países comparáveis 
aos BRICS, mas suas economias foram inicialmente excluídas 
por serem consideradas mais desenvolvidas, uma vez que 
já eram membros da Organização para a Cooperação e 
Desenvolvimento Econômico.
?
?
O G-20 Agrícola – é um grupo de países em 
desenvolvimento criado em 20 de agosto de 2003, na fase 
final da preparação para a V Conferência Ministerial da OMC, 
realizada em Cancun, entre 10 e 14 de setembro de 2003. 
O Grupo concentra sua atuação em agricultura, o tema central 
da Agenda de Desenvolvimento de Doha.
Enem em fascículos 2012
10 Ciências Humanas e suas Tecnologias
O G-20 tem uma vasta e equilibrada representação 
geográfica, sendo atualmente integrado por 23 membros: 
5 da África (África do Sul, Egito, Nigéria, Tanzânia e Zimbábue), 
6 da Ásia (China, Filipinas, Índia, Indonésia, Paquistão e 
Tailândia) e 12 da América Latina (Argentina, Bolívia, Brasil, 
Chile, Cuba, Equador, Guatemala, México, Paraguai, Peru, 
Uruguai e Venezuela).
O Grupo nasceu com o objetivo de tentar, como 
de fato o fez, impedir um resultado predeterminado em 
Cancun e de abrir espaço para as negociações em agricultura. 
Naquela ocasião, o principal objetivo do Grupo foi defender 
resultados nas negociações agrícolas que refletissem o nível de 
ambição do mandato de Doha e os interesses dos países em 
desenvolvimento. Para tanto, o Grupo adotou uma posição 
comum, circulada como documento oficial da OMC, antes e 
durante Cancun (WT/MIN(03)/W/6). Essa posição permanece 
como a plataforma central do Grupo.
O G-20 consolidou-se como interlocutor essencial e 
reconhecido nas negociações agrícolas. A legitimidade do Grupo 
deve-se às seguintes razões:
•	 importância	dos	seus	membros	na	produção	e	comércio	
agrícolas, representando quase 60% da população 
mundial, 70% da população rural em todo o mundo e 
26% das exportações agrícolas mundiais;
•	 sua	 capacidade	 de	 traduzir	 os	 interesses	 dos	 países	 em	
desenvolvimento em propostas concretas e consistentes;
•	 sua	habilidade	em	coordenar	seus	membros	e	interagir	com	
outros grupos na OMC.
G15
O Grupo dos 15, ou G15, foi estabelecido na nona 
reunião de cúpula do movimento dos Não Alinhados em 
Belgrado, Iugoslávia em setembro de 1989. Foi proposta a 
cooperação e a entrada para outros grupos internacionais, tais 
como a Organização Mundial de Comércio (OMC) e o grupo das 
oito nações ricas e industrializadas (G8). É composto dos países 
da América do Norte, da América do Sul, da África, e da Ásia 
com um objetivo em comum, o crescimento e a prosperidade. 
O G15 focaliza na cooperação entre países nas áreas de 
investimento, de comércio, e de tecnologia. A sociedade do 
G15 expandiu a 18 países, mas o nome permaneceu o mesmo. 
Os países do acordo são: Argélia, Argentina, Brasil, Chile, Egito, 
Índia, Indonésia, Irã, Jamaica, Quênia, Nigéria, Malásia, México, 
Peru, Senegal, Sri Lanka, Venezuela e Zimbábue. O Irã entrou 
para o G15 na reunião de cúpula dos Não Alinhados de 2006, 
em Havana.
G4
O G4 é uma aliança entre Alemanha, Brasil, Índia e Japão 
com o objetivo de apoiar as propostas uns dos outros para 
ingressar em lugares permanentes no Conselho de Segurança 
das Nações Unidas. Diferentemente de outras alianças similares 
como o G7 e o G8, onde o denominador comum é a economia 
ou motivos políticos a longo termo, o objetivo é apenas buscar 
um lugar permanenteno Conselho.
A ONU possui atualmente cinco membros permanentes 
com poder de veto no Conselho de Segurança: China, Estados 
Unidos, França, Reino Unido e Rússia.
Enquanto quase todas as nações concordam com o 
princípio que a ONU precisa de uma reforma que inclui expansão, 
poucos países desejam negociar quando a reorganização deve 
acontecer. Também há descontentamento entre os membros 
permanentes atuais quanto à inclusão de nações controversas 
ou países não apoiados por eles. Por exemplo, a República 
Popular da China é contra a entrada do Japão e a Alemanha 
não recebe apoio dos EUA.
A França e o Reino Unido anunciaram que apoiam as 
reivindicações do G4, principalmente o ingresso da Alemanha e 
do Brasil. Uma questão importante são os países vizinhos (com 
chances menores de ingressar) aos que propõem a entrada que 
frequentemente são contra os esforços do G4: o Paquistão é 
contra a entrada da Índia; a Coreia do Sul e a China são contra 
o Japão; a Argentina e o México são contra o Brasil e a Itália é 
contra a Alemanha; formando um grupo que ficou conhecido 
como Coffee Club, contra a expansão do Conselho por aqueles 
que a propõem.
QuEStão CoMEntada
Compreendendo as Habilidades
– Interpretar diferentes representações gráficas e cartográficas dos 
espaços geográficos.
– Identificar os significados histórico-geográficos das relações de poder 
entre as nações.
C-2
H-6
H-7
•	 “...	O	mercado	doméstico	reagiu	positivamente	ao	discurso	
do presidente Bill Clinton, que afirmou que os Estados 
Unidos apoiam a concessão de uma linha de crédito de 
15 bilhões de dólares, pelo Fundo Monetário Internacional 
(FMI), para a América Latina, caso haja uma piora da 
economia dos países da região.”
D. P - Economia 
Enem em fascículos 2012
11Ciências Humanas e suas Tecnologias
PAI! QUEM TÁ
CHEGANDO ALI??
É O FIM DO
MUNDO!
Macedo, André. D.P. - 10/08/99.
 Com relação ao comportamento do FMI, anterior à 54ª 
Assembleia Anual FMI-BID, ocorrida na última semana de 
setembro de 1999, é incorreto afirmar que:
a) o FMI é um instrumento financeiro controlado pelos 
países ricos, principalmente os Estados Unidos.
b) o FMI auxilia a estabilização da economia capitalista 
mundial, evitando grandes oscilações no valor das 
diversas moedas dos países desenvolvidos.
c) o FMI fiscaliza políticas econômicas e de desenvolvimento, 
postas em prática pelos países que contraem dívidas.
d) o FMI prega a cooperação monetária internacional e a 
estabilidade das moedas.
e) o FMI, nos países com instabilidade econômica, fiscaliza 
a implementação de políticas públicas sociais, com 
consequente diminuição dos focos de pobreza.
Comentário
O FMI é uma organização internacional que pretende 
assegurar o bom funcionamento do sistema financeiro mundial pelo 
monitoramento das taxas de câmbio e da balança de pagamentos, 
através de assistência técnica e financeira.
Resposta correta: e
EXErCÍCioS dE FiXação
Compreendendos as Habilidades
– Identificar os significados histórico-geográficos das relações de poder 
entre as nações.
– Comparar o significado histórico-geográfico das organizações 
políticas e socioeconômicas em escala local, regional ou mundial.
C-2
H-7
H-9
03. Com o fim da Guerra Fria e com o avanço do processo 
de globalização, um conjunto de transformações vem 
ocorrendo nas estruturas de poder mundial. Como reflexo 
desse processo, algumas organizações internacionais 
criadas no pós-guerra, como a ONU, o FMI e o BIRD, vêm 
perdendo importância, enquanto outras parecem adquirir 
maior peso na definição das grandes questões mundiais, 
como o G-8, o G-20, a OMC e a OCDE. Sobre essas novas 
organizações, é incorreta a seguinte opção.
a) O G-8 é o grupo formado pelas sete economias mais 
ricas do mundo desenvolvido: Estados Unidos, Japão, 
Alemanha, França, Itália, Reino Unido e Canadá, 
acrescido da Rússia. Teve um papel importante na 
discussão de medidas para o enfrentamento da recente 
crise econômica mundial.
b) O G-20 é o grupo das nações mais pobres do mundo, 
que exibem os piores indicadores econômicos e sociais. 
Tem tido um papel fundamental no debate de temas 
como o endividamento externo, a concentração mundial 
da riqueza e a fome.
c) A OMC (Organização Mundial do Comércio), formada 
por cerca de 150 nações, tem tido um papel fundamental 
na supervisão dos acordos comerciais, na defesa do 
livre comércio e na mediação de conflitos comerciais 
entre os países signatários.
d) A OCDE (Organização para a Cooperação e 
Desenvolvimento Econômico), é formada por 30 
países-membros, responsáveis por mais da metade 
da economia mundial. Busca promover políticas que 
assegurem o crescimento econômico, a melhoria da 
qualidade de vida nos países-membros e a liberalização 
do comércio.
e) O G-4 é formado por Brasil, Japão, Índia e Alemanha, 
que pleiteiam adentrar no Conselho de Segurança.
Compreendendos as Habilidades
– Identificar os significados histórico-geográficos das relações de poder 
entre as nações.
– Comparar o significado histórico-geográfico das organizações 
políticas e socioeconômicas em escala local, regional ou mundial.
C-2
H-7
H-9
04. Grupo anuncia maior controle para o sistema financeiro.
 Cercada de expectativas, a reunião do G-20, grupo que 
congrega os países mais ricos e os principais emergentes 
do mundo, chegou ao fim, em Londres, com o consenso 
da necessidade de combate aos paraísos fiscais e da criação 
de novas regras de fiscalização para o sistema financeiro. 
Além disso, os líderes concordaram, dentre várias medidas, 
em injetar US$ 1,1 trilhão na economia para debelar a crise.
Adaptado de http://zerohora.clicrbs.com.br
 A passagem da década de 1980 para a de 1990 ficou 
marcada como um momento histórico no qual se esgotou 
um arranjo geopolítico e teve início uma nova ordem 
política internacional, cuja configuração mais clara ainda 
está em andamento.
 Conforme se observa na notícia, essa nova geopolítica 
possui a seguinte característica marcante:
a) diminuição dos fluxos internacionais de capital.
b) aumento do número de polos de poder mundial.
c) redução das desigualdades sociais entre o Norte e o Sul.
d) crescimento da probabilidade de conflitos entre países 
centrais e periféricos.
e) o fim dos conflitos internacionais e do terrorismo.
dE olHo no EnEM
Os Estados Unidos devem apoiar a inclusão do Brasil 
como membro permanente no Conselho de Segurança da ONU, 
eliminar a tarifa à importação do etanol brasileiro, suspender 
a obrigatoriedade do visto e tratar o País como uma potência 
global, e não apenas regional.
Enem em fascículos 2012
12 Ciências Humanas e suas Tecnologias
A avaliação é de um 
amplo estudo com o título 
“EUA Devem Desenvolver 
uma Parceria Madura e Forte 
com o Brasil”, realizado 
por uma força-tarefa de 30 
especialistas americanos em 
diferentes áreas reunidos 
pelo Council on Foreign 
Relations (CFR), um dos mais 
importantes centros de estudos de política externa do mundo, 
com base em Nova York.
Conhecido pela enorme inf luência tanto no 
Departamento de Estado como na Casa Branca, o CFR busca, 
através desse estudo, fortalecer a importância do Brasil dentro 
do governo americano. Contendo algumas críticas tanto ao 
presidente Barack Obama como à secretária de Estado, Hillary 
Clinton, o estudo teve a participação de figuras ligadas aos 
Partidos Republicano e Democrata.
“A força-tarefa recomenda que a administração Obama 
apoie o Brasil como membro do Conselho de Segurança. 
Acreditamos que o Brasil, com esta cadeira, teria uma maior 
responsabilidade diante dos principais temas internacionais”, 
afirma o estudo divulgado na terça-feira, 12, pelo CFR. Ao 
visitar o Brasil, em março passado, o presidente americano não 
apoiou a iniciativa brasileira, apesar de ter dado esse apoio, 
meses antes, à Índia, que também ambiciona integrar o órgão 
máximo das Nações Unidas.
Segundo o estudo, “um apoio formal dos Estados Unidos 
ao Brasil reduziria a suspeita dentro do governo brasileiro de que 
o compromissoamericano de uma relação madura e entre iguais 
não passa de retórica”. “Há pouco a perder e muito a ganhar com 
um apoio ao Brasil no CS neste momento”, diz o texto.
Abstenções. No estudo, a força-tarefa empenha-se até mesmo em 
justificar o histórico de abstenções do Brasil nas votações da ONU 
– ou mesmo posições contrárias aos EUA, como nas resoluções que 
propunham sanções ao Irã, em 2010, ou que aprovavam a criação 
de uma zona de exclusão aérea na Líbia, há alguns meses. “Os 
brasileiros usam a abstenção como forma de expressar frustração 
diante da comunidade internacional ao censurar o Irã, mas não a 
Arábia Saudita”, diz o texto.
Para o CFR, o Departamento de Estado deveria criar um 
escritório “apenas para assuntos brasileiros”. Atualmente, o 
País está incluído na Subsecretaria do Hemisfério Ocidental, que 
inclui a América Latina e o Canadá. O Conselho de Segurança 
Nacional também deveria ter um diretor para coordenar 
questões estratégicas com o governo brasileiro. “É do interesse 
dos EUA reconhecer o Brasil como um ator internacional, 
com uma influência global que deve continuar crescendo”, 
acrescentam os formuladores da proposta.
O estudo chega até mesmo a pedir uma revisão das 
exigências para que o Brasil possa ser incluído no Visa Waiver 
Program. Este programa permite que cidadãos de 36 países 
entrem nos Estados Unidos por até 90 dias para negócios e 
turismo sem a necessidade de obter o visto em consulados. 
A maioria deles é europeia, além de algumas nações asiáticas 
e da Oceania, como o Japão e a Austrália. Nenhum país da 
América Latina está incluído. “Isso facilitaria o comércio entre 
os dois países e o Brasil, como medida de reciprocidade, deveria 
aplicar o mesmo aos americanos”, afirmam.
Para completar, em um claro elogio ao Brasil, eles afirmam 
que “o crescimento resultou em uma significante redução 
da desigualdade, expansão da classe média e uma vibrante 
economia”. “Tudo dentro do contexto democrático”, diz o texto.
Gustavo Chacra, correspondente de O Estado de S.Paulo.
introdução
Olá, querido estudante,
O tema que abordaremos neste fascículo – Movimentos 
sociais, diversidade e políticas afirmativas – possui uma relação 
direta com pontos referentes à área 3 da Matriz de Referência de 
Ciências Humanas e suas Tecnologias, que engloba: Compreender 
a produção e o papel histórico das instituições sociais, políticas 
e econômicas, associando-as aos diferentes grupos, conflitos e 
movimentos sociais.
Neste fascículo, resolvemos aprofundar um assunto bem 
atual na agenda política brasileira, as chamadas ações afirmativas, 
muito em destaque ultimamente. Esse compromisso é resultado 
da luta histórica do movimento social negro que, como principal 
protagonista intelectual e militante do antirracismo no Brasil, 
trabalhou quase um século para que o racismo fosse reconhecido 
pela sociedade e pelo Estado brasileiro.
oBJEto do ConHECiMEnto
Movimentos sociais, diversidade e 
políticas afirmativas
Somente na década de 1990 e após muita pressão do 
movimento negro, o governo federal brasileiro, na gestão do 
presidente Fernando Henrique Cardoso, decidiu reconhecer 
publicamente a existência do racismo e suas consequências 
no Brasil, dando início a um processo de discussão sobre o 
problema e implementando algumas tímidas medidas de 
combate ao racismo. Um dos resultados positivos dessa luta 
histórica é que hoje, mesmo com resistência de alguns setores 
da sociedade, não é mais possível negar que o racismo é uma 
questão presente na realidade concreta e que é necessário um 
amplo debate, tanto no sentido da sua superação, quanto no 
sentido da superação das desigualdades raciais. Esse é um tema 
relativamente novo no debate político no Brasil.
Foi, portanto, a luta do movimento negro que fez com 
que ganhasse espaço no debate sobre políticas públicas o 
conceito de ação afirmativa – políticas temporárias e específicas 
de promoção de igualdade de oportunidades e condições 
concretas de participação na sociedade.
No processo de democratização que desejamos ver 
instaurado no Brasil, o conceito de ação afirmativa e as 
políticas concretas que surgem a partir dele são instrumentos 
fundamentais, que nasceram nas lutas de afirmação de 
identidade, de cidadania e de direitos dos movimentos sociais. 
Ao se constituir essa opção, que é uma opção ética, afirma-se 
a defesa do direito de viver com dignidade, com liberdade 
e com iguais possibilidades de participação (e de acesso 
aos bens materiais e imateriais). Podemos afirmar que uma 
política de democratização consiste na criação daquilo a que, 
necessariamente, todos devem ter acesso, criando os meios que 
assegurem esse acesso. É nesse ponto que o conceito de ação 
afirmativa é importante.
Lenin Nolly/EFE
Enem em fascículos 2012
13Ciências Humanas e suas Tecnologias
Podemos, inclusive, afirmar que as desigualdades sociais 
são causa e não consequência do nosso desenvolvimento 
desigual. É só lembrarmos que no Brasil as desigualdades 
sobreviveram mesmo nos períodos de crescimento do PIB. 
A tradicional fórmula que propõe crescimento para combater a 
pobreza, já demonstrou sua inércia, pois são as desigualdades e 
não o baixo crescimento, o elemento fundamental de produção 
de pobreza. A educação formal é exemplo disso, pois o aumento 
quantitativo, ao longo do século passado, de oportunidades 
educacionais, não eliminou as desigualdades educacionais em 
todos os níveis. A educação pública – sobretudo a educação 
superior – é um exemplo de gestão estatal de interesses 
particulares. Os movimentos sociais populares e democráticos 
mostram que a exigência de igualdade aparece como ponto 
de partida de uma política constituinte de recomposição 
democrática do social e do político. A abertura das instituições à 
multiplicidade é o caminho possível para torná-las democráticas.
O caminho da mudança no Brasil deve começar pelo 
combate às desigualdades sociais. Esse combate passa pela 
reestruturação de diversas instituições (entre elas, o sistema 
educacional – acesso, currículo, material didático, formação 
de educadores, formas de seleção, financiamento de pesquisas 
etc. – e o sistema previdenciário, um dos maiores produtores 
de desigualdades), por políticas massivas de acesso aos direitos 
fundamentais, complementadas por políticas específicas 
para os grupos sociais mais vulneráveis à discriminação. Por 
isso, devem ser implementadas políticas de acesso à renda 
digna, de aumento de vagas nas escolas e universidades 
públicas, de acesso à saúde e à moradia, com políticas de ação 
afirmativa para negros, indígenas, portadores de deficiências e 
necessidades especiais e, obviamente, os mais pobres.
Assumir as políticas de ação afirmativa como parte da 
estratégia de democratização, em nada contradiz a necessidade 
de desenvolver políticas universais. Pelo contrário, as políticas 
de ação afirmativas e seus instrumentos (as cotas, as bolsas e 
incentivos, a priorização de investimentos para grupos sociais 
historicamente discriminados, os programas educacionais e a 
formação de educadores para o combate à discriminação, a 
valorização cultural etc.), são políticas de universalização de 
direitos, à medida que, mesmo inicialmente estabelecendo 
critérios desiguais, são políticas de constituição material daquilo 
que a coletividade definir como o que todos (rigorosamente 
todos) devem ter acesso.
Karl Marx, historiador alemão (1818–1883), um dos 
teóricos do socialismo científico, afirmou durante sua vida: 
“a sociedade capitalista é antes de tudo uma sociedade de 
classes” e a “história do homem é a própria luta de classes”. 
Sendo assim, o conflito social interclasses gera a apropriação dos 
bens e oportunidades sociais por alguns segmentos; é a partir da 
análise do pensamento de Marx, dos propósitos capitalistas que 
vigoram no Brasil há mais de 400 anos que se insere a exploração 
do povo afrodescendente, por exemplo, como mera ferramenta 
de utilidade material, força de trabalho e bem comercializável;sem o devido reconhecimento do desmantelamento de centenas 
de milhares de etnias que compunham o território, o continente 
africano e que dispersaram por todo o mundo ocidental na 
constituição do capitalismo em suas múltiplas contradições 
sociais.
Para tentar superar as mazelas sociais e promover a 
inclusão e a justiça, a partir dos anos 1990, o Brasil tem sido 
alvo em potencial dos programas de ações afirmativas que visam 
reconhecer e corrigir situações de direitos negados socialmente 
ao longo da história.
Ações afirmativas são políticas focais que alocam 
recursos em benefício de pessoas pertencentes a grupos 
discriminados e vitimados pela exclusão socioeconômica no 
passado ou no presente. Trata-se de medidas que têm como 
objetivo combater discriminações étnicas, raciais, religiosas, de 
gênero ou de casta, aumentando a participação de minorias no 
processo político, no acesso à educação, saúde, emprego, bens 
materiais, redes de proteção social e/ou no reconhecimento 
cultural.
Este processo discriminatório atinge de forma negativa, 
pessoas que são marcadas por estereótipos que as consolidam 
socialmente como inferiores, incapazes, degeneradas etc., 
colocando-as em situações de subcidadania e precariedade civil. 
Dito de outra forma, o racismo, o machismo, a xenofobia, a 
homofobia, entre outras ideologias discriminatórias, vincularam 
e vinculam determinadas pessoas a características coletivas e 
pejorativas que as impedem de receber prestígio, respeito e 
valoração social como um indivíduo qualquer, por meio de 
discriminações, que na maioria das vezes, são executadas 
indiretamente, ou seja, “por baixo dos panos”, nos bastidores, 
sem testemunhas e alarde. 
A Ação Afirmativa é, portanto, um conjunto de medidas 
especiais, porque agem focadas nos grupos marginalizados. 
E temporárias, pois possuem objetivos determinados que 
quando alcançados tornam-nas desnecessárias. E podem ser 
elaboradas e executadas pelo Estado e/ou pela iniciativa privada 
de maneira compulsória ou espontânea. 
Entre as medidas que podemos classificar como ações 
afirmativas podemos mencionar: incremento da contratação e 
promoção de membros de grupos discriminados no emprego 
e na educação por via de metas, cotas, bônus ou fundos de 
estímulo; bolsas de estudo; empréstimos e preferência em 
contratos públicos; determinação de metas ou cotas mínimas de 
participação na mídia, na política e outros âmbitos; reparações 
financeiras; distribuição de terras e habitação; medidas de 
proteção a estilos de vida ameaçados; e políticas de valorização 
identitária.
A ação afirmativa se diferencia das políticas puramente 
antidiscriminatórias por atuar preventivamente em favor de 
indivíduos que potencialmente são discriminados, o que pode ser 
entendido tanto como uma prevenção à discriminação quanto 
como uma reparação de seus efeitos. Políticas puramente 
antidiscriminatórias, por outro lado, atuam apenas por meio 
de repressão aos discriminadores ou de conscientização dos 
indivíduos que podem vir a praticar atos discriminatórios.
Há inúmeras experiências de políticas afirmativas em 
todo mundo (Índia, Malásia, África do Sul, Gana, Guiné, 
Argentina, Paraguai, Bolívia, Peru, Equador, México, Brasil, 
entre outros) com critérios variados como, por exemplo, casta, 
deficiência física, descendência, etnia, gênero, nacionalidade, 
raça, etc. O próprio Brasil possui um histórico de políticas de 
cunho afirmativo: a Lei dos Dois Terços (5.452/1943) do 
governo Getúlio Vargas, a Lei do Boi (5465/1968) que reservou 
vagas nas instituições de ensino – médio e superior – agrícolas 
para agricultores e filhos destes, a Lei 8.112/1990 que prescreve 
cotas para portadores de deficiências físicas no serviço público 
civil da União, a Lei 9.504/1997 que preconiza cotas para 
mulheres nas candidaturas partidárias, entre outras. 
É necessário, neste contexto, o entendimento de 
conceitos que podem contribuir para o êxito das ações 
afirmativas e a inclusão social. As ações afirmativas são formas 
de políticas públicas que objetivam transcender as ações do 
Estado na promoção do bem-estar e da cidadania para garantir 
igualdade de oportunidades e tratamento entre as pessoas e a 
mobilização dos setores culturais com intenção de ampliar as 
ações de inclusão social.
Enem em fascículos 2012
14 Ciências Humanas e suas Tecnologias
QuEStão CoMEntada
Compreendendo as Habilidades
– Identificar registros de práticas de grupos sociais no tempo e no 
espaço.
– Analisar a atuação dos movimentos sociais que contribuíram para 
mudanças ou rupturas em processos de disputa pelo poder.
C-3
H-11
H-13
•	 Em	relação	à	multiplicidade	de	interpretações	e	enfoques	
sobre o que são movimentos sociais, considere:
I. Os movimentos sociais são sempre de confronto político. 
Na maioria dos casos eles têm uma relação com o Estado, 
seja de opção, seja de parceria, de acordo com seus 
interesses e necessidades;
II. Os movimentos sociais podem ser definidos como ações 
coletivas propositivas que, vitoriosas ou fracassadas, 
resultam em transformações nos valores e instituições 
da sociedade;
III. A análise sobre os movimentos sociais não pode ser 
separada da análise de classe social e pode resumir os 
movimentos a algo determinado pelas classes;
IV. O movimento social refere-se à ação dos homens 
na história para resolver problemas da comunidade, 
independentemente do poder público, muitas vezes 
tomando iniciativas que caberiam ao Estado (por 
exemplo, as várias ações realizadas por Organizações 
Não Governamentais – ONGs – e associações de 
moradores de bairros);
V. Os movimentos sociais são ações coletivas de caráter 
sociopolítico, construídas por atores sociais pertencentes 
a diferentes classes e camadas sociais para pressionar 
o poder político a resolver os problemas relacionados 
à segurança, à educação, à saúde etc. (um exemplo 
são as ações que exigem do Estado medidas contra a 
exploração sexual e o trabalho infantil).
 Está correto o que se afirma apenas em:
a) I, IV e V b) I, II, III e V
c) I, II, IV e V d) II, III, IV e V
e) III, IV e V
Comentário
Podemos dizer que os movimentos sociais sempre estiveram 
presentes na nossa sociedade, daí termos que compreendê-los 
como um fenômeno essencial. Isso por que são resultados 
de um conflito, que tem por objetivo gerar mudanças sociais. 
Um movimento social é fruto de um conflito por que determinado 
grupo ao não concordar com certa situação busca formas de resolver 
essa situação; daí por que o conflito é o elemento gerador dos 
movimentos sociais. Mas para que um movimento social, de fato, 
se estabeleça, é necessário planejamento, faz-se necessário um 
projeto e acima de tudo organização, que é a base para o sucesso 
dos movimentos sociais. Um movimento social tem uma relação 
conflituosa com o Estado, isso porque enquanto que o movimento 
social deseja mudanças, modificações, o Estado por sua vez, deseja 
manter a ordem das coisas ou o seu status quo. A cada dia, surgem 
novos movimentos sociais por que vivemos em uma sociedade de 
desiguais, e como o Estado não atende plenamente a necessidade 
dos cidadãos, faz-se necessário o surgimento desses movimentos. 
Hoje, os movimentos sociais se apresentam com novos contornos e 
formatos, formados por sujeitos mais participativos, mais atuantes, 
cônscios de seus direitos. 
Resposta correta: c
EXErCÍCioS dE FiXação
Compreendendo a Habilidade
– Comparar diferentes pontos de vista, presentes em textos analíticos e 
interpretativos, sobre situações ou fatos de natureza histórico-geográfica 
acerca das instituições sociais, políticas e econômicas.
C-3
H-14
05. A Revista Feminina, de 1920, publicou um decálogo dirigido 
às mulheres casadas, orientando-as para uma vida “do lar” 
com honra e respeito. Eis alguns de seus itens:
I. “Ama teu esposo acima de tudo na terra e ama teu 
próximo da melhor maneira que puderes; mas lembra-te 
de que tua casa é de teu esposo e não de teu próximo.“
III. “Espera teu esposo com teu lar sempreem ordem e o 
semblante risonho; mas não te aflijas excessivamente 
se alguma vez ele não reparar nisso.”
VI. “Lembra-te sempre que te casaste para partilhar com teu 
esposo as alegrias e as tristezas da existência; quando 
todos o abandonarem, fica tu a seu lado e diz-lhe: ‘Aqui 
me tens! Sou sempre a mesma!’”
X. “Se teu esposo se afastar de ti, espera-o; se tardar 
em voltar, espera-o; ainda mesmo que te abandone, 
espera-o! Porque tu não és somente sua esposa; és ainda 
a honra de seu nome. E quando um dia ele voltar, há de 
te abençoar.”
M. Maluf e M. L. Mott. “Recônditos do mundo feminino”. In: Sevcenko (Org.). 
História da vida privada no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1998. v. 3, 
p. 371-372, 395-396.
 Os Mandamentos das Mulheres Casadas, citados 
anteriormente, revelam que as mulheres brasileiras, no 
início do século XX:
a) viviam em uma sociedade matriarcal, pois cabia a elas 
ditar as normas no plano doméstico, cuidando do lar, 
do esposo e dos filhos segundo seu próprio critério.
b) tinham uma importante posição ao lado do marido, 
no lar e nos negócios, devendo honrar o nome de seu 
esposo, o que apontava para a igualdade de gêneros.
c) eram totalmente submissas ao marido, devendo cuidar 
da melhor maneira possível do lar e dos filhos, o que 
caracterizava uma sociedade patriarcal.
d) não deveriam suportar em silêncio os problemas da vida, 
mas compartilhar suas dificuldades com os amigos, pois 
os amigos são “o próximo”.
e) tinham, em geral, uma vida de trabalhos domésticos 
pesados, embora algumas rompessem com essa 
submissão para se dedicar à política.
Compreendendo as Habilidades
– Avaliar criticamente conflitos culturais, sociais, políticos, econômicos 
ou ambientais ao longo da história.
– Analisar a importância dos valores éticos na estruturação política das 
sociedades.
C-3
C-5
H-15
H-23
06. Leia os trechos a seguir.
 “A brasileira Silvia Novais, [...] passou a sofrer ataques 
racistas de grupos de intolerância pela Internet desde 
que venceu o concurso na Europa como a mais bela 
descendente de italianos.”
http://surgiu.com.br
Enem em fascículos 2012
15Ciências Humanas e suas Tecnologias
 “Durante a Marcha das Vadias, além de chamar a atenção 
da sociedade para a discriminação que a mulher enfrenta 
por causa da roupa, as organizadoras querem trazer para 
o debate a violência sexual.”
http://www.diariodepernambuco.com.br
 “[...] pai e filho estavam abraçados na 38ª Exposição 
Agropecuária lndustrial e Comercial (EAPIC), em São João 
da Boa Vista, [...], quando foram abordados por um grupo 
de homens que perguntaram se eles eram homossexuais. 
[...]. O grupo se afastou, voltando em seguida para agredir 
os dois.”
http://www.revistaladoa.com.br
 “O norueguês Anders Behring Breivik, 32 anos, está sendo 
acusado de ser o autor dos ataques na Noruega, a polícia 
o classificou como um ‘fundamentalista cristão’ que tinha 
‘opiniões hostis ao Islã’.” 
http://noticias.gospelprime.com.br
 Os recortes transcritos anteriormente, embora tratem de 
assuntos diferentes, têm em comum o fato de que:
a) a mulher assumiu novos papéis na sociedade e tem 
ocupado cada vez mais postos destinados aos homens, 
mais ainda precisa lutar contra a discriminação e por 
mais igualdade.
b) o mundo globalizado necessita de normas jurídicas 
para regulamentar o convívio multicultural, visto que os 
modernos meios de comunicação puseram em contato 
e aproximaram as mais diversas culturas. 
c) os conflitos da sociedade contemporânea passaram a 
ser explicados apenas pelas questões de gênero, cultura 
e identidade. 
d) as sociedades do mundo globalizado, para serem 
multiculturais, aboliram o pensamento único e adotaram 
o diálogo entre as diversas culturas, visões de mundo 
e de valores como forma de convivência pacifica na 
chamada “aldeia global”.
e) a sociedade globalizada vivencia um momento 
de profundas contradições, no qual as chamadas 
“minorias” ganham evidência, buscam se fazer 
presentes e respeitadas, entretanto, as intolerâncias, 
as violências, as xenofobias e os fundamentalismos de 
todos os tipos ganham força.
dE olHo no EnEM
A POLÊMICA DO SISTEMA DE COTAS
O Senado aprovou, no último dia 07 de agosto, um 
Projeto de Lei que prevê que 50% das vagas em universidades 
federais sejam reservadas para quem cursou o ensino médio 
integralmente em escolas públicas, unificando assim a divisão 
das vagas por cotas sociais e raciais. De autoria da deputada 
federal Nice Lobão (PSD-MA), a proposta, já aprovada na 
Câmara, ainda tem de passar pela sanção da presidente Dilma 
Rousseff, que é entusiasta do projeto.
Dessa porcentagem, metade será destinada a estudantes 
cuja renda familiar é igual ou inferior a 1,5 salário-mínimo por 
pessoa (equivalente a R$ 933,00). Paralelamente, para os 50% 
de todas as vagas da instituição de ensino, serão aplicados 
também critérios raciais. Estudantes autodeclarados negros, 
pardos e indígenas terão cotas proporcionais ao número desse 
grupo de pessoas que vivem no Estado onde está localizada a 
universidade, com base em dados do último censo do Instituto 
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), não importando a 
renda per capita do aluno. Se houver sobra de vagas, elas irão 
para os demais alunos das escolas públicas. Assim, os 50% 
restantes das cotas podem ser ocupados por quem tem renda 
maior, desde que seja obedecido o critério racial.
Assim que sancionada pela presidente Dilma, a lei 
modificará todo o sistema de divisão de vagas das universidades 
federais. Atualmente, quase todas elas utilizam algum sistema 
de cota social, racial ou de gênero, que deixarão de lado para 
adotar este modelo único. A lei não modifica em nada o sistema 
de adesão nas universidades estaduais nem nas particulares, 
que poderão continuar a escolher se adotam ou não algum 
sistema de cotas. Segundo o texto aprovado pelo Senado, a 
aplicabilidade desse sistema será revisada em dez anos.
O objetivo das cotas é corrigir injustiças históricas 
provocadas pela escravidão na sociedade brasileira. Um dos 
efeitos desse passado escravocrata é o fato de negros e índios 
terem menos oportunidades de acesso à educação superior e, 
consequentemente, ao mercado de trabalho. Brasileiros brancos 
têm, em média, dois anos a mais de escolaridade do que negros 
e pardos, de acordo com dados de 2008 do Instituto Brasileiro 
de Geografia e Estatística (IBGE).
Foi esse argumento – de que o sistema de cotas é uma 
forma de combater a herança escravagista do século XIX – que 
prevaleceu entre os ministros do Supremo, quando em abril, 
já haviam decidido por unanimidade que o sistema de cotas 
raciais em universidades não contraria a Constituição brasileira. 
Eles julgaram uma ação proposta pelo DEM contra o sistema 
de cotas na UnB (Universidade de Brasília), adotado em 2004. 
A instituição reserva 20% das vagas para candidatos que se 
declarem negros ou pardos. O partido sustentou que a medida 
viola o princípio constitucional de igualdade e é discriminatória.
As cotas raciais fazem parte de um modelo de ação 
afirmativa criado nos anos 1960, nos Estados Unidos. A proposta 
era de amenizar o impacto da desigualdade social e econômica 
entre negros e brancos. Hoje, apesar da reserva de vagas 
ser considerada ilegal nos Estados Unidos, as universidades 
americanas usam as ações afirmativas para selecionar alunos 
negros e hispânicos com potencial.
No Brasil, o sistema de cotas raciais não beneficia apenas 
negros, mas pardos e índios. Há ainda as chamadas cotas sociais, 
para alunos vindos de escolas públicas e deficientes físicos, e 
cotas mistas, para estudantes negros que estudaram na rede 
pública de ensino, por exemplo. Para concorreram a essas vagas, 
os candidatos devem assinar um termo autodeclarando a raça 
e, em algumas instituições, passar por entrevistas.
O problema é que, em uma sociedade mestiça como 
a brasileira, há o risco de distorções no processo de seleção. 
O caso mais conhecido ocorreu em 2007. Dois irmãos gêmeos 
univitelinos

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