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SUMÁRIO Microbiologia Virologia Bacteriologia Micologia Parasitologia INSTITUTO EDUCACIONAL E TECNOLÓGICO LEI Nº 9.394, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1996. Vol. 3 INSTRUMENTADOR CIRÚRGICO INSTITUTO EDUCACIONAL E TECNOLÓGICO EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA. MICROBIOLOGIA www.insapiens.com.br Autor: Marcelo Erik Lopes - Empresário e Professor Universitário. Biomédico e Especialista em Citologia Esfoliativa Cérvico Vaginal. Farmacêutico e Mestre em Medicina Veterinária – P&D em novas fórmulas medicamentosas. Criador do Instituto Educacional e Tecnológico – SAPIENS. Desenvolvedor do E-commerce – www.insapiens.com.br. Sócio Fundador da Farmácia de Manipulação – ALPHINIA. Criador do Projeto: Na Batida do Coração sem fins Lucrativos. Executivo e Consultor em Laboratórios Educacionais Universitários. CONTEÚDO PROGRAMÁTICO 1. INTRODUÇÃO A MICROBIOLOGIA, MICROSCOPIA E BIOSSEGURANÇA 2. VIROLOGIA (CARACTERÍSTICAS VIRAIS – VIRION, VIRÓIDES, VIRUSÓIDES, PRIONS E BACTERIÓFAGOS) E REPRODUÇÃO VIRAL. 3. VIROLOGIA (HIV, INFLUENZA, RABIES VÍRUS, FILOVÍRUS) 4. VIROLOGIA (FLAVIVÍRUS, HERPESVIRIDAE, VARICELA-ZOSTER, PARAMYXOVIRIDAE E HPV). 5. REINO MONERA – BACTERIOLOGIA (INTRODUÇÃO AOS PROCARIOTOS E SUAS ORGANELAS) 6. REINO MONERA – BACTERIOLOGIA (PROCARIOTOS E SUAS ORGANELAS E ARRANJOS) 7. MEIOS DE CULTURA PARA PROCARIOTOS 8. PROCARIOTOS DE IMPORTÂNCIA MÉDICA 9. REINO FUNGI – MICOLOGIA (INTRODUÇÃO AO ESTUDO DOS FUNGOS E NOÇÕES FUNDAMENTAIS DE MORFOLOGIA MACRO E MICROSCOPICA) 10. MICOSES ( FUNGOS OPORTUNISTAS E SUPERFICIAIS) 11. MICOSES (DERMATOFITOSES OU TINHAS) E MEIOS DE CULTURA USADOS EM MICOLOGIA. 12. FUNGOS COMESTÍVEIS, VENENOSOS E ALUCINÓGENOS INTRODUÇÃO A MICROBIOLOGIA O nome microbiologia vem do grego: mikros (“pequeno”), bios (“vida”) e logos (“ciência”) é o estudo dos organismos microscópicos e de suas atividades. Preocupa-se com a forma, a estrutura, a reprodução, a fisiologia, o metabolismo e a identificação dos microrganismos. Assim a microbiologia envolve o estudo de organismos procariotos (bactérias, archaeas), eucariotos inferiores (algas, protozoários, fungos) A microbiologia teve início com o polimento de lentes, feitas a partir de peças de vidro, combinadas até produzir aumentos suficientemente grandes que possibilitassem a visualização dos microrganismos. Os relatos de Robert Hooke e Antony van Leeuwenhoek possibilitaram as primeiras observações de bactérias e outros microrganismos. Embora não tenha sido, provavelmente, o primeiro a ver as bactérias e os protozoários, o holandês Antony van Leeuwenhoek (1632-1723) foi o primeiro a relatar suas observações, com descrições precisas e desenhos. Embora Van Leeuwenhoek seja considerado o “pai” da microbiologia, os relatos de Hooke, descrevendo a estrutura de um bolor, foram publicados anteriormente aos de Leeuwenhoek. Assim, esses dois pesquisadores são considerados os pioneiros nessa ciência. Assim sendo, esses microrganismos tiveram destaque no conceito: SAÚDE X DOENÇA. Saúde x Doença Diferentemente da teoria da unicausalidade, muito aceita no início do século XX, que considera como fator único de surgimento de doenças um agente etiológico - vírus, bactérias, protozoários, fungos, etc. O conceito de saúde-doença estuda os fatores biológicos, econômicos, sociais e culturais e, com eles, pretende obter possíveis motivações para o surgimento de alguma enfermidade. Vírus Acelulares; menores e mais simples, em estrutura que as bactérias; contém geralmente apenas um tipo de ácido nucléico (DNA ou RNA), protegido por uma capa proteica; podem multiplicar-se apenas dentro das células vivas. Porém, poucos vírus de DNA, como o citomegalovírus e o vírus da hepatite B, podem iniciar a síntese de moléculas de RNA enquanto ainda estão se formando, de modo que a partícula viral contém os dois tipos de ácidos nucléicos (DNA e RNA). Bactérias São procariontes; não possuem membrana nuclear (carioteca) e estruturas membranosas intracelulares organizadas; são divididas em dois grupos: Eubactérias e Arqueobactérias. Protozoários São eucariontes; unicelulares, não apresentam parede celular rígida, não contém clorofila; alimentam-se por ingestão; alguns movem-se por meio de flagelos ou cílios e são amplamente distribuídos na natureza. Fungos São eucariontes; com parede celular rígida; uni ou pluricelulares; desprovidos de clorofila; alimentam-se por absorção. São conhecidos como bolores, leveduras e cogumelos. Algas São eucariontes; contém clorofila (realizam fotossíntese); podem ser uni ou pluricelulares; apresentam parede celular rígida; crescem em diversos ambientes, mas a maioria é aquática. Microscopia O microscópio é um instrumento indispensável para os trabalhos laboratoriais, tornando possível a observação de estruturas invisíveis a olho nu. Os microscópios são classificados dependendo do princípio no qual a ampliação é baseada. Eles podem ser: Ópticos – empregam dois sistemas de lentes, ocular e objetiva, através das quais a imagem ampliada é obtida. Eletrônicos – empregam um feixe de elétrons para produzir a imagem ampliada. O microscópio óptico é utilizado para observar células procariotas e eucariotas, e o eletrônico, detalhes celulares e vírus. Ocular Braço Micrométrico Macrométrico Iluminação Condensador Platina Objetiva Revolver Microscópio Plataforma Base ou pé Partes mecânicas do microscópio Pé (1) – dá suporte ao microscópio, garantindo a estabilidade. Braço (3) – haste vertical ou inclinável fixada à base. Platina (4) – plataforma na qual se colocam as preparações a serem observadas. Apresenta no centro, uma abertura por onde passam os raios luminosos. Revólver (6) – suporte das objetivas, fixado à extremidade inferior do tubo, serve para facilitar a substituição de uma objetiva por outra, colocando-as por rotação em posição de observação. Canhão: suporte cilíndrico da ocular. Macrométrico: permite movimentos de grande amplitude e rápidos, por deslocamento vertical da platina. É indispensável para fazer as focagens. Micrométrico: permite movimentos lentos do deslocamento da platina para focagens mais precisas. Partes ópticas do microscópio Sistema de ampliação – consiste na associação de dois conjuntos de lentes (objetiva e ocular), constituindo um sistema óptico composto. A ampliação total resulta do produto da capacidade de ampliação da objetiva pela capacidade de ampliação da ocular. Objetiva: aumenta a imagem do objeto. Objetiva de imersão: é a lente que fornece maior aumento, é muito usada em laboratório de microbiologia. É necessário óleo de imersão para assegurar um trajeto do raio luminoso opticamente homogêneo entre a lâmina e a lente objetiva. Depois do uso, devem-se limpar as superfícies ópticas com papel absorvente com um pouco de xilol, pois restos de óleo podem danificar o sistema óptico do microscópio. Ocular: lente que aumenta a imagem recebida da objetiva. Sistema de iluminação: Espelho duplo ou fonte de luz – destina-se a refletir para a platina a luz que recebe da fonte luminosa. Tendo em vista que a base desta disciplina é trabalhar com microrganismos, é importante ter uma noção da escala de tamanho e das diferentes unidades de comprimento. Unidades métricas usadas em microbiologia são: micrômetro e nanômetro. Jaleco, guarda-pó ou bata é uma peça de roupa, normalmente de tecido branco, utilizada como forma de barreira corporal em hospitais, laboratórios, fábricas, restaurantes, escolas, entre outros. Em muitos desses lugares, onde é importante haver boa higiene e assepsia, o seu uso é obrigatório. Noutros o seu uso é facultativo, caso não existam problemas reais de biossegurança. BIOSSEGURANÇA Vestimenta obrigatória aos profissionais da área da saúde e devem ser utilizados sempre dentro do estabelecimento de saúde e nunca fora, pois muitas vezes está contaminado tornando o profissional um disseminador de microrganismos!Os equipamentos de proteção individual EPIs são todos os dispositivos de uso individual destinados a proteger a saúde e a integridade física do trabalhador. A seguir, são enumerados os EPIs disponíveis hoje no mercado e na maioria dos laboratórios de pesquisa, clínico e ensino. BIOSSEGURANÇA PROTETORES FACIAIS . Oferecem uma proteção à face do trabalhador contra risco de impactos (partículas sólidas, quentes ou frias), de substâncias nocivas (poeiras, líquidos e vapores), como também das radiações (raios infravermelho e ultravioleta, etc.). BIOSSEGURANÇA PROTETORES OCULARES Servem para proteger os olhos contra impactos, respingos e aerossóis. É importante que sejam de qualidade comprovada, a fim de proporcionar ao usuário visão transparente, sem distorções e opacidade. BIOSSEGURANÇA PROTETORES RESPIRATÓRIOS São utilizados para proteger o aparelho respiratório. Existem vários tipos de respiradores, que devem ser selecionados conforme o risco inerente à atividade a ser desenvolvida. BIOSSEGURANÇA PROTETORES RESPIRATÓRIOS Os respiradores com filtros mecânicos, por exemplo, destinam-se à proteção contra partículas suspensas no ar, os com filtros químicos protegem contra gases e vapores orgânicos. As máscaras, que podem ser semifaciais e de proteção total, são necessárias no caso de uso de gases irritantes como o cloreto de hidrogênio. BIOSSEGURANÇA LUVAS Previnem a contaminação das mãos do trabalhador ao manipular, por exemplo, material biológico potencialmente patogênico e produtos químicos. Além de reduzir a probabilidade de que os microrganismos presentes nas mãos dos trabalhadores possam ser transmitidos aos pacientes durante um atendimento médico-hospitalar. BIOSSEGURANÇA Métodos de Proteção Anti-Infecciosa Historicamente, no Brasil, o Controle das Infecções Hospitalares teve seu marco referencial com a Portaria MS nº 196, de 24 de junho de 1993, que instituiu a implantação de Comissões de Controle de Infecções Hospitalares em todos os hospitais do país, independente de sua natureza jurídica . Na ocasião, o Ministério da Saúde optou por treinar os profissionais de saúde credenciando Centros de Treinamento (CTs) para ministrar o Curso de Introdução ao Controle de Infecção Hospitalar. Métodos de Proteção Anti-Infecciosa Atualmente, as diretrizes gerais para o Controle das Infecções em Serviços de Saúde são delineadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), na Gerência Geral de Tecnologia em Serviços de Saúde , através da Unidade de Controle de Infecções em Serviços de Saúde (UCISA), e novo impulso tem sido dado no sentido de enfrentar a problemática das infecções relacionadas à assistência . Com a finalidade de capacitar profissionais de saúde para o controle das infecções em serviços de saúde, a Anvisa está apresentando o Curso Básico de Controle de Infecção Hospitalar, elaborado conforme orientações das legislações pertinentes à matéria. Vírus Bactérias Fungos biologia Virologia CARACTERÍSTICAS VIRAIS 1. São acelulares 2. São parasitas intracelulares obrigatórios 3. Apresentam DNA ou RNA 4. Possuem um capsídeo protéico 5. O parasitismo é específico 6. São estruturas SUPRAMOLECULARES QUANDO ESTÃO PARASITANDO 1. Os vírus apresentam capacidade reprodutiva 2. Têm capacidade mutacional e evolutiva. 3. Utilizam o metabolismo da célula hospedeira. VIRÍON • A partícula viral, quando fora da célula hospedeira, é chamada de vírion. • Cada espécie de vírus apresenta vírions de formatos diferentes. • O Vírion é uma partícula viral completa, constituída por DNA ou RNA cercado por uma proteína. • Constitui a forma capaz de proporcionar o poder de infectar outras células dos vírus. O Vírus não possui, ao contrario da célula, sistema enzimático próprio. Por essas características o vírus é considerado como microrganismo de grande simplicidade ou molécula de grande complexidade, além do mais, ele pode ser cristalizado sem perder seu poder infeccioso. Recentemente foram descobertos três elementos responsáveis por doenças em plantas, animais e seres humanos, sendo esses elementos classificados em: • Viróides • Virusóides • Prions Viróides: Compostos apenas de RNA; Virusóides: Constituídos de um ácido nucléico de RNA envolto por uma estrutura protéica; Prions: São de natureza proteica. Estes elementos tem sido estudados dentro da virologia, não apenas pela semelhança, mas também por que a pouco tempo serem agentes de doenças que eram consideradas de natureza viróides. VIRUS Anatomia CLASSIFICAÇÃO VIRAL• Classe I - DNA de banda (ou fita) dupla. • Classe II - DNA de banda simples. • Classe III - RNA de banda dupla. • Classe IV - banda simples de RNA positivo (isto é, o RNA é imediatamente traduzido pelos ribossomas, atuando como se fosse RNA mensageiro). • Classe V - banda simples de RNA negativo (é necessário transcrever a banda em RNA mensageiro). • Classe VI - banda simples, positiva, de RNA, com DNA como intermediário na formação das proteínas (retrovírus). • Classe VII - banda dupla de DNA com um RNA intermediário na replicação (Hepadnavírus). CLASSIFICAÇÃO DOS VÍRUS QUANTO AO TIPO DE ÁCIDO NUCLÉICO Vírus com DNA. DNA RNA Proteína Ex.: Bacteriófago Poxvírus (Varíola) Herpesvírus Hepadnavírus (HepatiteB) Papovavírus (HPV) Vírus com RNA. RNA Proteínas Ex.: Influenza (Gripe) Rabdovírus (Raiva) Filovírus (Ebola) Reovírus (Encefalite) Flavivírus (Hepatite C) Paramixovírus (Sarampo,caxumba) Vírus com RNA e Transcriptase Reversa RNA DNA RNA PROTEÍNAS. Ex.: HIV REPRODUÇÃO VIRAL CONSIDERAÇÃO INICIAL Devido a ausência de um metabolismo próprio os vírus devem parasitar a célula hospedeira e utilizar toda a sua maquinaria biossintética. TIPOS DE REPRODUÇÃO NOS BACTERIÓFAGOS LISOGÊNICO – o metabolismo da bactéria não é interferido podendo mesmo contaminada se reproduzir normalmente. LÍTICO – o DNA viral comanda o metabolismo da bactéria e com a formação de novos vírus a célula hospedeira sofre uma lise, liberando novos vírus HIV O VIH é um membro do género Lentivirus, e parte da família Retroviridae. Os lentivirus têm diversas propriedades morfológicas e biológicas em comum. Muitas espécies são infectadas por lentivírus, que são caracteristicamente responsáveis por doenças de longa duração com período de incubação longo. Os lentivírus são transmitidos como vírus ARN encapsulados, de sentido positivo e de cadeia única. Ao entrar na célula-alvo, o genoma ARN viral é convertido em ADN de cadeia dupla pela transcriptase reversa, que é transportada juntamente com o genoma viral na partícula do vírus. VIH O ADN viral resultante é então importado para o núcleo celular e integrado no ADN celular pela integrase e cofatores. Uma vez integrado, o vírus pode tornar- se latente, desta forma não são detectados pelo sistema imunológico. Em alternativa, o vírus pode ser transcrito, produzindo novos genomas ARN e proteínas virais que são libertadas das células como novas partículas virais que iniciam novamente o ciclo de reprodução. Espécie Virulência Infectividade Prevalência Origem deduzida VIH-1 Elevada Elevada Global Chimpanzé-comum VIH-2 Muito baixa Baixa África Ocidental Cercocebus atys HIV NO PLANETA REPRODUÇÃO DO HIV SÍNDROME DA IMUNODEFICIÊNCIA ADQUIRIDA 1. Causada pelo HIV 2. Este vírus proporciona a diminuição do teor de linfócitos t4 no organismo 3. O organismo fica vulnerável a diversas patologias SINTOMAS • Febre • Inflamação dos linfonodos • Erupções na pele, na boca e órgãos genitais • Diarreia e dores abdominais • Falta de apetite e perda de peso • Náusea e vômitos PROGRESSÃO TRANSMISSÃO DO HIV • Sangue • Sêmen • Secreção vaginal • Liquido cefalorraquidiano • Liquido amniótico • Leite materno PODE OCORRER POR VÁRIOS FLUIDOS CORPORAIS CONTAMINADOS TESTES MAIS USADOS 1. ELISA – indica a presença de anticorpos 2. WESTERN – BLOTTING– identifica anticorpos específicos Obs.: tanto o Elisa quanto o Western-Blotting podem dá resultados falsos TRATAMENTO • O tratamento da aids é feito com medicamentos anti-retrovirais, drogas que inibem a reprodução do HIV no sangue. À associação desses medicamentos com fins terapêuticos é dado o nome de Terapia Anti- retroviral (TARV), popularmente conhecida como "coquetel". • A TARV conta com 17 medicamentos que estão divididos em quatro classes: • os inibidores de transcriptase reversa análogos de nucleosídeos. • os inibidores de transcriptase reversa não análogos de nucleosídeos. • os inibidores de protease . • os inibidores de fusão . TRATAMENTO INFLUENZA (GRIPE) INFLUENZA (GRIPE) O vírus Influenza é uma partícula esférica que tem um diâmetro interno de aproximadamente 110 nm e um núcleo central de 70 nm. A superfície é coberta por proteínas de aproximadamente 10 nm de comprimento com funções essenciais ao vírus: a hemaglutinina, responsável pela entrada do vírus nas nossas células onde este se irá multiplicar; e a neuraminidase permite a libertação dos novos vírus que irão à conquista de novas células. INFLUENZA (GRIPE) Apresenta um genoma constituído por segmentos de ácido ribonucleico (ARN), o qual codifica, entre uma grande variedade de proteínas virais, as proteínas acima mencionadas. INFLUENZA (GRIPE) Existem três tipos de vírus Influenza – A, B e C. Apenas os vírus A e B causam doença com impacto significativo na saúde humana, sendo os principais causadores das epidemias anuais. O Influenza A é essencialmente um vírus das aves que se adapta ocasionalmente aos humanos podendo causar pandemias (isto é, epidemias que se propagam ao mundo todo). Os vírus B e C infetam apenas humanos. O influenza B é responsável por surtos localizados em pequenas comunidades (por exemplo, em escolas). O tipo C causa uma gripe ligeira e está, por isso, menos estudado. INFLUENZA (GRIPE) A variabilidade das proteínas virais, Hemaglutinina (H) e Neuraminidase (N), no vírus da gripe A, está na base da sua classificação em diferentes subtipos (por exemplo, H5N1 ou H1N1). Atualmente conhecem-se 16 tipos diferentes de Hemaglutinina (H1-H16) e 9 de Neuraminidade (N1-N9). É a sua combinação que define o subtipo de vírus da gripe A expresso, o qual apresentará uma resposta epidemiológica e clínica específica. INFLUENZA (GRIPE) • Propaga-se facilmente. • Pode ser parcialmente evitada por vacina. • Geralmente tratável pela própria pessoa. • Geralmente diagnosticável pela própria pessoa. • Raramente requer exames laboratoriais ou de imagem. • Curto prazo: resolve-se dentro de dias a semanas. INFLUENZA (GRIPE) Como é a propagação? • Por gotículas respiratórias no ar (tosse ou espirro). • Por contato com a pele (apertos de mão ou abraços). • Por saliva (beijos ou bebidas compartilhadas). • Por toque em uma superfície contaminada (cobertor ou maçaneta). O H1N1 é um vírus que pode causar gripe. Crianças, idosos, gestantes e pessoas com doenças crônicas ou imunodeficiências são mais vulneráveis. Após os sintomas, o tratamento deve iniciar em 48 horas, com orientação médica. Além da vacinação, é importante lavar as mãos e evitar locais com aglomeração de pessoas. INFLUENZA (GRIPE) Tem Vacina! RABIES VÍRUS RABIES VÍRUS No Brasil, o morcego é o principal responsável pela manutenção da cadeia silvestre, enquanto o cão, em alguns municípios, continua sendo fonte de infecção importante. Outros reservatórios silvestres são: macaco, cachorro-do-mato, raposa, gato-do- mato, mão-pelada, guaxinim, entre outros. Outras vias de transmissão (respiratória, sexual, vertical) também são relatadas, mas têm probabilidades muito remotas de ocorrência em seres humanos. Existe relato de transmissão por via digestiva somente em animais. RABIES VÍRUS (RAIVA) O vírus do gênero Lyssavirus é o causador da raiva, uma das doenças historicamente mais temidas da humanidade. Não há tratamento comprovadamente eficaz para a raiva. Poucos pacientes sobrevivem à doença, a maioria com sequelas graves. RABIES VÍRUS O vírion tem em geral a forma de um projétil (arredondada numa extremidade e reta na outra), podendo também ter formato de bacilo (as duas pontas arredondadas), medindo cerca de 170 nm de comprimento por 70 nm de largura. RABIES VÍRUS O revestimento lipídico é cercado por uma camada de espículos de glicoproteína, com cerca de 5 a 10 nm de comprimento. O nucleocapsídeo tem formato helicoidal simétrico e é envolvido por uma camada lipídica. RABIES VÍRUS As pessoas podem ter: Dor local: músculos No corpo: fadiga, febre, inquietação, mal-estar, perda de apetite ou tontura Nos músculos: paralisia com músculos fracos, espasmos musculares ou tremor muscular Sintomas psicológicos: alucinação, delírio ou medo No aparelho gastrointestinal: náusea ou vômito Nos sentidos: comichão ou sensibilidade à luz No comportamento: agressão ou irritabilidade Também comum: ansiedade, ataque epiléptico, coma, dificuldade para engolir, dilatação da pupila, dor de cabeça, morte cerebral, rigidez da nuca ou sialorreia RABIES VÍRUS Tem Vacina! FILOVÍRUS (EBOLA) FILOVÍRUS (EBOLA) O Ebola é um vírus - "Ebolavirus" que pertence à família denominada "Filoviridae", por serem vírus de forma filamentosa. Estes filovírus encontram-se entre os patógenos mais virulentos causadores de infecções de cunho letal em humanos. A doença é conhecida como Febre Hemorrágica pro Ebola (FHE). É um vírus constituído de RNA de fita simples protegido por um capsídeo e envelopado. FILOVÍRUS (EBOLA) As pessoas podem ter: Dor local: abdome, articulações, músculos ou peito No aparelho gastrointestinal: diarreia, náusea, sangue nas fezes, vômito ou vômito com sangue No corpo: calafrios, fadiga, febre, mal-estar ou tremor Também comum: confusão mental, dor de cabeça, olho vermelho, petéquia ou tosse com sangue FILOVÍRUS (EBOLA) Como é a propagação Por produtos com sangue (agulhas sujas ou sangue não testado). De mãe para bebê durante a gravidez, parto ou amamentação. Por sexo vaginal, anal ou oral sem proteção. Por contato com a pele (apertos de mão ou abraços). Por saliva (beijos ou bebidas compartilhadas). Por toque em uma superfície contaminada (cobertor ou maçaneta). FILOVÍRUS (EBOLA) FILOVÍRUS (EBOLA) FLAVIVÍRUS (HEPATITE C) FLAVIVÍRUS (HEPATITE C) O vírus da hepatite C (VHC) é um Vírus ARN de senso positivo, de reduzida dimensão, de estirpe única e encapsulado. É um membro do género hepacivírus da família Flaviviridae. Existem sete principais genótipos de VHC, ordenados de um a sete. Nos Estados Unidos, cerca de 70% dos casos têm origem no genótipo 1, 20% no genótipo 2, sendo atribuído a cada genótipo restante cerca de 1% dos casos. O genótipo 1 é igualmente o mais comum na América do Sul e na Europa FLAVIVÍRUS (HEPATITE C) Não tem cura, mas o tratamento pode ajudar Propaga-se facilmente Requer um diagnóstico médico Sempre requer exames laboratoriais ou de imagem Esse vírus é transmitido pelo contato com sangue contaminado, por exemplo, ao compartilhar agulhas ou usar equipamentos de tatuagem não esterilizados FLAVIVÍRUS (HEPATITE C) A maioria das pessoas não apresenta sintomas. Aqueles que desenvolvem os sintomas podem apresentar fadiga, náusea, falta de apetite e amarelamento dos olhos e da pele. A hepatite C é tratada com medicamentos antivirais. Em algumas pessoas, os novos remédios podem erradicar o vírus. FLAVIVÍRUS (HEPATITE C) Pode não ter sintomas, mas as pessoas podem ter: Dor local: abdômen No aparelho gastrointestinal: inchaço, líquido no abdômen, náusea ou sangramento No corpo: fadiga, febre, mal-estar ou perda de apetite Na pele: pele e olhos amarelos ou rede de vasos sanguíneos inchados na pele Também comum: depressão ou perda de peso FLAVIVÍRUS (HEPATITE C) O VHC induz infecçãocrónica em 50% a 80% dos indivíduos infectados. Entre estes, a taxa de sucesso do tratamento é de 40% a 80%. Em casos raros, a infecção pode desaparecer sem qualquer tratamento. Os portadores de hepatite C crónica são aconselhados a evitar bebidas alcoólicas e medicamentos que apresentem toxicidade para o fígado, para além de ser recomendada a vacinação contra a hepatite A e hepatite B. Para aqueles que têm cirrose, recomenda-se também a vigilância do hepatocarcinoma através de ecografia. HERPES VIRUS Herpesviridae Herpesviridae é uma grande família de vírus DNA que causam doenças em animais, incluindo seres humanos. Os membros desta família, também são conhecidos como herpesvírus. O nome da família é derivado da palavra grega herpein ("rastejar"), referindo-se a latente, infecções recorrentes típicas deste grupo de vírus. Herpesviridae pode causar infecções latentes ou líticas. Herpesviridae Caracterizam-se pela sua capacidade de infectar ativamente as células alvo ou então ficar quiescente, como dormente dentro delas sem as destruir e sem ser detectado. As subfamílias de herpesvirus são: Alfa-herpes-vírus Vírus Herpes Simplex 1 e 2 (HSV-1 e HSV-2) - Causadores da doença vulgarmente conhecida por Herpes. Vírus da Varicela-zoster (HHV-3, Human Herpesvirus-3), também conhecido por catapora-zoster no Brasil (ver Herpes-zóster). Herpesviridae Beta-herpes-vírus Citomegalovírus (ou HCMV, Human Cytomegalovirus, ou HHV-5, Human Herpesvirus-5) - Causa um tipo de mononucleose infecciosa. Herpesvírus 6 e 7 (HHV-6 e HHV-7, Human Herpesvirus-6 e 7) - Causa da doença infantil infecciosa roséola. Herpesviridae Gama-herpes-vírus Vírus Epstein-Barr - Causa a doença do beijo ou mononucleose infecciosa. Envolvido na patogenese de alguns cancros, como o linfoma de Burkitt e o carcinoma nasofaringeal. Herpesviridae Herpesvírus-8 (HHV-8, Human Herpesvirus-8, ou KSHV, Kaposi's Sarcoma- associated Herpesvirus) - Vírus que pode causar sarcoma de Kaposi (hemangiossarcoma, ou seja, tumor maligno de vasos sanguíneos) Alguns destes vírus são neurotrópicos e podem causar encefalites, outros são linfotrópicos e causam por vezes distúrbios do sistema imunitário raramente levando a linfomas. Causam infecções graves em imunodeficientes como na SIDA/AIDS. Herpesviridae Herpesviridae Herpesviridae Herpesviridae Herpesviridae Detecção e Terapias Antivirais Os métodos utilizados na detecção dos diferentes herpesvírus dependem do objetivo da mesma: confirmação de um diagnóstico, avaliação do risco de desenvolver uma doença associada ao vírus em questão ou estudos seroepidemiológicos sobre densidade de população que apresenta anticorpos para um vírus específico. A eficácia da detecção é muito variável para as diferentes técnicas e para os diferentes vírus. Faremos aqui um pequeno resumo das mais utilizadas. Herpesviridae O PCR é um dos métodos mais utilizados para a detecção dos herpesvírus humanos uma vez que permite amplificação do DNA viral e posterior comparação com marcadores que permitem, com maior ou menor especificidade, identificar a presença de um determinado vírus. O DNA viral pode ser recolhido de diversas formas, por exemplo em lesões de doenças presumivelmente causadas pelo vírus, células sanguíneas, plasma, etc. Há várias variações deste método, como o PCR múltiplo, que utiliza iniciadores dos diferentes herpesvírus ou o PCR quantitativo que permite determinar se a infecção está na sua fase latente ou ativa. Herpesviridae Outra técnica largamente utilizada é a ELISA (enzyme-linked immunosorbent assays) que usa a espectrofotometria para a detecção de anticorpos específicos no sangue. Esta técnica tem a desvantagem de não permitir a detecção do vírus nas fases iniciais da infecção, uma vez que os anticorpos só são produzidos pelo hospedeiro após esta fase. Um método que permite uma detecção precoce da presença do vírus é a imunofluorescência, que é um teste enzimático que permite a detecção dos antigenes específicos dos vírus. Herpesviridae As doenças causadas por herpesvírus são muito diversas e, como tal, a terapêutica específica para cada uma dessas doenças é muito variável e não nos alongaremos sobre esta. Atualmente há diferentes terapias antivirais que atuam especificamente na replicação do vírus, sendo os mais comuns, o aciclovir, o valaciclovir, o ganciclovir e o foscarnet. Podem ser tomados como prevenção ou aplicados em lesões cutâneas de forma a diminuir a intensidade e a duração destas (ex: herpes labial). Herpesviridae Nenhuma destas terapias representa uma cura para a infecção do vírus uma vez que apenas atuam na fase ativa do vírus, não tendo qualquer ação na fase latente o que se deve ao facto de todas estas drogas terem por base a inibição da polimerase viral por introdução no interior da célula de um composto fosforilado análogo a um nucleosídio, que se liga a DNA viral em replicação, impedindo a continuação desta. A aplicação das diferentes drogas antivirais varia com a doença em causa, com o estado imunitário do paciente e com a tolerância deste ao medicamento, uma vez que, estes são, geralmente tóxicos. Varicela-Zoster (CATAPORA) Varicela (ou Catapora) é uma doença altamente contagiosa causada pela infeção com o vírus Varicela-Zoster (VVZ). A doença provoca erupções cutâneas características na pele onde se formam bolhas pequenas e muito pruriginosas que ganham crosta. Tem geralmente início no peito, nas costas e na face, espalhando-se depois para o resto do corpo. Varicela-Zoster (CATAPORA) Os restantes sintomas incluem febre, fadiga e dores de cabeça. Os sintomas começam-se a manifestar entre dez a vinte e um dias após a exposição ao vírus e geralmente duram entre cinco a dez dias. As complicações podem incluir pneumonia, inflamação do cérebro ou infeções bacterianas da pele, entre outras. A doença é muitas vezes mais grave em adultos do que em crianças Varicela-Zoster (CATAPORA) Varicela-Zoster (CATAPORA) Os sintomas iniciais são: Febre 37,5°C e 39,5 Mal-estar Falta de apetite Dor de cabeça Cansaço Lesões avermelhadas na pele As lesões avermelhadas na pele, seu sintoma mais característico, aparece entre um ou dois dias depois da infeção quando surgem por todo o corpo e que conforme os dias passam vão virando pequenas bolhas cheias de líquido. Eventualmente essas bolhinhas formam crostas que provocam muita coceira, mas que diminui o risco de transmissão Infeções causadas por S. aureus ou Streptococcus pyogenes podem levar a quadros: sepse, com artrite, pneumonia, endocardite, encefalite ou meningite e glomerulonefrite Varicela-Zoster (CATAPORA) NÃO HÁ CURA, mas há antivirais (como o aciclovir e o valaciclovir, comercializados no Brasil) indicados em pacientes imunodeprimidos (como oncológicos, reumatológicos e outros) ou até mesmo imunocompetentes, a fim de evitar a neuralgia pós herpética (sequela dolorosa do Herpes Zóster) ou aliviar sintomas de grande expressão (como impossibilidade de ingestão hídrica pelo acometimento de mucosas). Varicela-Zoster (CATAPORA) Paramyxoviridae Sarampo O vírus do sarampo é um vírus com genoma de ARN simples de sentido negativo (a sua cópia é que é ADN e serve para síntese proteica). É um vírus envelopado (com membrana lipídica externa) pleomórfico com cerca de 150-300 nanômetros. Induz a fusão de células infectadas formando células gigantes, o que facilita a sua circulação e multiplicação sem ser reconhecido e inativado por anticorpos circulantes, e é resistente ao complemento. Paramyxoviridae Ele infecta as células fundindo a sua membrana (envelope) com a da célula após acoplagem da sua proteína envelopar, ocorrendo a fusão a receptor específico. Reproduz-se no citoplasma da célula. A sua multiplicação destrói as células exceto nos neurônios. Os eritemas cutâneos são causados mais pela ação do sistema imunitário contra o vírus que por ele próprio. A resolução dadoença dá imunidade para toda a vida. Paramyxoviridae O diagnóstico é clinico devido às características muito típicas, especialmente as manchas de Koplik - manchas brancas na mucosa da boca-parte interna da bochecha. Pode ser feita dosagem de anticorpos em amostra de sangue. As técnicas utilizadas no diagnóstico laboratorial para a detecção são: •a) (EIE/ELISA) Ensaio imunoenzimático para dosagem de IgM e IgG; •b) (HI) Inibição da hemaglutinação para dosagem de Ac totais; •c) Imunofluorescência para dosagem de IgM e IgG; •d) Neutralização em placa. No Brasil o mais usado é o ELISA. Paramyxoviridae Paramixovírus (Sarampo) É espalhada pela tosse, espirros, beijos, pelas gotículas que saem quando se fala e qualquer outra forma de contato com fluidos do nariz de uma pessoa infectada e boca, diretamente ou através de objetos (como copos e talheres). É altamente contagiosa, 90% das pessoas que ainda não possuem imunidade são contaminadas caso compartilhem o mesmo ambiente com uma pessoa infectada por algumas horas por dia (casa, creche, escola, trabalho...). Paramixovírus (Sarampo) O período contagioso começa 2-4 dias antes do aparecimento das marquinhas pelo corpo e continua até 2-5 dias após o início delas (Infectividade de quatro a nove dias no total). Portanto, crianças com sarampo não devem ir a escola por 5 dias depois do aparecimento das erupções cutâneas e devem informar a escola quando elas aparecem para que as outras crianças sejam vacinadas HPV Vírus que infecta os queratinócitos da pele ou, mucosas, e possui mais de 200 variações diferentes. A maioria dos subtipos está associada a lesões benignas, tais como verrugas, mas certos tipos são frequentemente encontrados em determinadas neoplasias como o cancro do colo do útero, do qual se estima que sejam responsáveis por mais de 90% de todos os casos verificados. Vírus do papiloma humano (VPH ou HPV, do inglês human papiloma virus) Não está comprovada a possibilidade de contaminação por meio de objetos, do uso de vaso sanitário e piscina ou pelo compartilhamento de toalhas e roupas íntimas. Sendo a doença sexualmente transmissível (DST) mais frequente. Vírus do papiloma humano (VPH ou HPV, do inglês human papiloma virus) A principal forma é pela via sexual, que inclui contato oral-genital, genital-genital ou mesmo manual-genital. Assim sendo, o contágio com o HPV pode ocorrer mesmo na ausência de penetração vaginal ou anal. Também pode haver transmissão durante o parto. Não está comprovada a possibilidade de contaminação por meio de objetos, do uso de vaso sanitário e piscina ou pelo compartilhamento de toalhas e roupas íntimas. Sendo a doença sexualmente transmissível (DST) mais frequente. Manifestação mais característica e frequente da infecção por HPV é a formação de verrugas, que são lesões hiperproliferativas benignas também designadas por papilomas, de onde deriva o nome do vírus. Contudo, diferentes subtipos de HPV são responsáveis por infecção preferencial em diferentes zonas, sendo capazes de causar diversas patologias. •Verrugas: São causadas por subtipos cutâneos como o HPV-1 e HPV-2, e podem ocorrer em locais como as mãos, os pés e a face, entre outros. A forma de transmissão do vírus inclui o contato casual com zonas infectadas, podendo ocorrer autoinoculação para novas áreas. Este tipo de manifestação está geralmente associada a indivíduos mais jovens, e não aparenta estar relacionada com um aumento do risco de cancro •Condiloma acuminado: Estes condilomas verificam- se sobretudo em populações sendo mais frequente nas mulheres (dois terços dos casos). Mais de 30 variantes de HPV infectam a região genital, embora os tipos 6 e 11 sejam os principais responsáveis por cerca de 90% dos casos, podendo causar verrugas na vulva, pénis e ânus. adultas e sexualmente ativas, •Papilomatose respiratória: Esta manifestação rara decorre com a formação de verrugas ao longo das vias respiratórias, podendo causar obstrução à passagem do ar e obrigando a intervenções cirúrgicas recorrentes para a sua excisão. Bem, o HPV, ou vírus do papiloma humano, infecta os queratinócitos da pele ou mucosas, e possui mais de 200 variações. REINO MONERA E FUNJI REINO MONERA - PROCARIONTES Bactéria Acinomiceto Algas azuis (Não serão estudados nesta apostila) REINO FUNGI - EUCARIONTES Leveduras Filamentosos biologia Bacteriologia Estas células são desprovidas de mitocôndrias, plastídeos, complexo de Golgi, retículo endoplasmático e sobretudo cariomembrana o que faz com que o ADN fique disperso no citoplasma. Como organela, só possuem ribossomos. As bactérias são seres unicelulares aclorofilados, microscópicos, que se reproduzem por divisão binária. Elas são células esféricas ou em forma de bastonetes curtos com tamanhos variados, alcançando às vezes micrômetros linearmente. ORGANELAS ENCONTRADAS NOS PROCARIOTOS • Na maioria das espécies, a proteção da célula é feita por uma camada extremamente resistente, a parede celular, havendo imediatamente abaixo uma membrana citoplasmática que delimita um único compartimento contendo DNA, RNA, proteínas e pequenas moléculas. • Através da microscopia eletrônica, o interior celular aparece com uma matriz de textura variada, sem, no entanto, conter estruturas internas organizadas. • As bactérias são pequenas e podem multiplicar-se com rapidez, simplesmente se dividindo por fissão binária. • Quando o alimento é farto, "a sobrevivência dos mais capazes" em geral significa a sobrevivência daqueles que se dividem mais rapidamente. • Em condições adequadas, uma simples célula procariótica pode dividir-se a cada 20 minutos, dando origem a 5 bilhões de células ( número aproximadamente igual à população humana da terra) em pouco menos de 11 horas. • À habilidade em dividir-se de maneira rápida possibilita populações de bactérias a se adaptar às mudanças de ambiente. • Sob condições de laboratório por exemplo, uma população de bactérias mantida em uma dorna evolui dentro de poucas semanas por mutações de seleção natural para utilização de novos tipos de açúcares como fonte de carbono e de energia. • Na natureza, as bactérias vivem em uma enorme variedade de nichos ecológicos e mostram uma riqueza correspondente na sua composição bioquímica básica. • Dois grupos de bactérias distantemente relacionados são reconhecidos: • As eubactérias, que são os tipos comuns encontrados na água, solo e organismos vivos maiores. • As arquibactérias, que são encontradas em ambientes realmente inóspitos, como os pântanos, fontes termais, fundo do oceano, salinas, vulcões, fonte ácidas, etc. • Existem espécies bacterianas que utilizam virtualmente qualquer tipo de moléculas orgânicas como alimento, incluindo açúcares, aminoácidos, gorduras, hidrocarbonetos, polipeptídios e polissacarídeos. • Algumas podem também obter seus átomos de carbono do gás carbônico e o seu nitrogênio do N2. • Apesar de sua relativa simplicidade, as bactérias são os mais antigos seres que se tem notícias e também são os mais abundantes habitantes da terra. Cocos: que são células esféricas que quando agrupadas aos pares recebem o nome de diplococos. Quando o agrupamento constitui uma cadeia de cocos estes são denominados estreptococos. Cocos em grupos irregulares, lembrando cachos de uva recebem a designação de estafilococos. Bacilos: são células cilíndricas, em forma de bastonetes, em geral se apresentam como células isoladas porém, ocasionalmente, pode-se observar bacilos aos pares (diplobacilos) ou em cadeias (streptobacilos). Espirilos: são células espiraladas e geralmente se apresentam como células isoladas. FORMAS BACTERIANAS CÁPSULA BACTERIANA • É a camada rígida com fronteira definida formada por uma série de polímeros orgânicos que nas bactérias se deposita no exterior da sua parede celular. • Geralmente contém glicoproteínas e um grande númerode polissacáridos diferentes, incluindo poliálcoois e aminoaçúcares. • A cápsula é uma camada rígida organizada numa matriz impermeável que exclui corantes como a tinta da china. A camada de material extracelular que se deforma com facilidade, é incapaz de excluir partículas e não tem um limite definido, denomina-se glicocálice. • Ambas podem ser detectadas com diversos métodos de coloração. CÁPSULA BACTERIANA CÁPSULA BACTERIANA • A cápsula permite às bactérias terem uma camada protetora resistente à fagocitose. • Também é utilizada como depósito de alimentos e como lugar de eliminação de substâncias. • Protege da desidratação, já que contem uma grande quantidade de água disponível em condições adversas. • Evita também o ataque dos bacteriófagos e permite a adesão da bactéria às células animais do hospedeiro. • Quanto à constituição desta estrutura (parede celular), diz-se que as bactérias podem ser gram-negativas ou gram-positivas, isto levando em consideração a coloração delas. PAREDE CELULAR MEMBRANA CELULAR Esta membrana é na verdade uma camada dupla de fosfolipídios, mas também contem proteínas essenciais auxiliadoras na permeabilidade de nutrientes, na defesa e na produção de energia. FIMBRIA • Também conhecidas como “pili”, estas estruturas são microfibrilas (curtas e finas) proteicas, características das bactérias gram-negativas e diferentemente dos flagelos, não servem para locomoção, mas para adesão. • Existe ainda um tipo específico de fímbria, a sexual. • Esta serve para auxiliar no processo de conjugação, ligando as bactérias para que troquem material genético. FIMBRIA FLAGELO Muitas bactérias se movem graças ao batimento de flagelos, filamentos proteicos ligados à membrana e à parede celular. Os flagelos bacterianos são movidos por verdadeiros motores moleculares, cujo princípio básico de funcionamento é semelhante ao dos motores elétricos convencionais: um rotor móvel que gira dentro de um anel fixo à incrível velocidade de até 15 mil rotações por minuto. FLAGELO: CITOPLASMA • O citoplasma da célula bacteriana é um líquido viscoso, constituído por proteínas dissolidas em água e por inúmeros tipos de pequenas moléculas e íons. • Aí acontecem as milhares de transformações químicas que caracterizam a vida da bactéria. CITOPLASMA • As proteínas, por exemplo, são fabricadas em pequenos grãos espalhados pelo citoplasma, os ribossomos. • Uma única célula da bactéria Escherichia coli contém cerca de 15 mil ribossomos, cada um deles capaz de produzir uma molécula de proteína por minuto. O MATERIAL GENÉTICO DA BACTÉRIA NUCLEÓIDE • O cromossomo bacteriano é constituído por uma molécula circular de DNA, que fica mergulhada no líquido citoplasmático. • A região onde se concentra o cromossomo é chamada nucleóide. • O cromossomo contém genes necessários ao crescimento e à reprodução da bactéria. • As informações genéticas são traduzidas em moléculas de proteínas que constituem as diversas partes da célula e controlam o funcionamento celular, atuando como enzimas. PLASMÍDEO • Além do DNA presente no nucleóide, a célula bacteriana pode ainda conter moléculas adicionais de DNA, chamadas plasmídeo. • Estes são bem menores do que a molécula de DNA que constitui o cromossomo, e sua presença não é essencial à bactéria. • A presença de plasmídeos pode ser vantajosa para a bactéria. • Entre outras vantagens, certos plasmídeos contêm informações que permitem à bactéria degradar as moléculas de antibióticos que poderiam matá-las. RIBOSSOMAS Os ribossomos acham-se espalhados no interior da célula e conferem uma aparência granular ao citoplasma. Embora o mecanismo geral da síntese proteica das células procarióticas e eucarióticas seja o mesmo, existem diferenças consideráveis em relação a biossíntese e estrutura dos ribossomos. GRÂNULOS DE RESERVA • As células procarióticas não apresentam vacúolos, porém podem acumular substâncias de reserva sob a forma de grânulos constituídos de polímeros insolúveis. • São comuns polímeros de glicose (amido e glicogênio), ácido beta-hidroxibutírico e fosfato. • Estes grânulos podem ser evidenciados pela microscopia óptica, utilizando colorações específicas. Cissiparidade ou Fissão binária, em biologia celular, é o nome dado ao processo de reprodução assexuada dos organismos unicelulares que consiste na divisão de uma célula em duas por mitose, cada uma com o mesmo genoma da “célula- mãe” (com o mesmo DNA ou material genético da "célula-mãe") O processo inicia-se com a replicação do DNA, em que cada nova cadeia se liga à membrana celular que, então se invagina e acaba por dividir a célula em duas, num processo chamado citocinese. COLETA, TRANSPORTE E ARMAZENAMENTO DE AMOSTRAS COLETA, TRANSPORTE E ARMAZENAMENTO DE AMOSTRAS. • É a parte mais importante no isolamento do microrganismo que é responsável pelo processo infeccioso. • Uma coleta mal feita resulta no insucesso da pesquisa do real agente etiológico da doença. • Quando há contaminação na coleta, por exemplo, com microrganismos da flora normal, pode gerar uma terapia incorreta tratando-se o germe contaminante e não o causador da doença. ***Por exemplo, num caso de pneumonia causada por Klebsiella pneumoniae, se a coleta for feita erroneamente (só na saliva e não no escarro), a terapia antibiótica estará inadequada.*** • A amostra clínica deve ser material do verdadeiro local da infecção e colhida com o mínimo de contaminação. • Deve-se ter cuidado com a contaminação do escarro pela saliva, com a coleta de exsudatos de feridas para não tocar na pele adjacente, com a contaminação da amostra de endométrio com secreção vaginal e um cuidado especial com a limpeza do tecido parauretral e períneo antes da coleta de urina. • Outro problema é a impossibilidade de atingir abcessos profundos sem agulhas e cânulas. • Deve-se estabelecer períodos ótimos para coletar as amostras para proporcionar um maior acerto no isolamento dos agentes causadores, mas, para isso é necessário conhecer a fisiopatologia dos processos infecciosos. • A quantidade de material deve ser suficiente para a boa execução da técnica usada; observar que nas formas agudas há abundância de exsudatos, porém, nas crônicas, há escassez. • Cuidado som os swabs secos, isto é, com pouco material; pode ser desperdício de material do laboratório e do paciente. • O melhor procedimento é retirar outra amostra e fazer uma declaração sobre as condições da amostra que foi enviada. • No caso de escarro, 0,5 mL é pouco para toda a rotina (pesquisa de BAAR e cultura), além de poder não conter secreções pulmonares dos locais certos. • Dispositivos de coleta, recipientes e meios de cultura devem ser rigorosamente esterilizados para que se chegue a um ótimo isolamento. • Os frascos para urina e escarro devem ter a boca larga, para não haver contaminação do frasco, e tampa firme para não haver vazamento do material no transporte. Recomendam-se os swabs com pontas de poliéster porque o algodão pode ter ácidos graxos que impedem certas bactérias sensíveis. Deve-se respeitar o tempo de contato entre o swab e amostra; os swabs de orofaringe devem ser colocados em meios de transporte para que não ressequem e provoquem a morte bacteriana. swab com pontas de poliéster Swab e meio de transporte • Existem no mercado várias opções, uma delas é o Culturette (ampola de vidro com meio de Stuart para transporte), que assegura a umidade e conserva a amostra por 24 horas. • Outro meio de transporte é o de Amies que é semisólido Para a coleta de anaeróbios não se usa swabs, mas sim agulhas e seringas para aspiração. • As amostras devem ser protegidas do oxigênio e da dissecação. • Sempre que possível coletar as amostras antes da administração de antibióticos, a qual irá reduzir a segurança do resultado da cultura (possibilidade de falso negativo), porém, existem microrganismos que têm o seu crescimento normal mesmo em presençade antibióticos. • Há casos nos quais vários antibióticos da terapia têm ação bacteriostática e quando colocamos a amostra em meios frescos (líquidos), com CIM (concentração inibitória mínima) de antibióticos, abaixo da concentração existente no local da infecção, o isolamento não fica problemático. • Para um bom desempenho dos exames bacteriológicos existem certas regras de cadastramento do paciente que devem ser observadas: • O recipiente deve ser rotulado de maneira legível e contendo todas as informações completas sobre o paciente, tais como: Numeração do exame; Médico; Data e hora; Local da coleta do material. Deve-se ter um bom contato com o médico, no caso de precisar de alguma informação antecipada do quadro do paciente. TEMPO DE ENTREGA DAS AMOSTRAS: 1) Respiratória: 30 min 2) Gastrointestinal: 1h 3) Hemocultura: 30 min 4) Anaeróbio: 30 min 5) Catéter intravascular: 15 min 6) LCR e líquido pleural 7) Urina: até 1h, se refrigerada 8) Swabs: imediatamente 9) Amostras com anestésicos locais: Imediatamente!! Meios de Cultura para Bacterianas Por se tratar de microbiologia básica, somente será demonstrado alguns meios para conservação, transporte, identificação e isolamento, porém na apostila de microbiologia clínica você encontrará inúmeros meios de cultura e técnicas de ensaio microbiológico. CONSISTÊNCIA, PROCEDENCIA, ESPACETOS FÍSICOS E QUÍMICOS Um meio de cultura deve ser uma mistura dos nutrientes necessários ao crescimento microbiano. A concentração de cada um dos componentes do meio obedece a limites preciosos: não deve ser tão baixa e nem tão alta a ponto de inibir o crescimento bacteriano. Além de fornecer os compostos imprescindíveis à sobrevivência e reprodução de um grupo microbiano, o meio deve conter substâncias capazes de neutralizar os produtos de excreção dos microrganismos que, quando acumulados, limitam o desenvolvimento da cultura. Assim, um meio adequadamente tamponado neutraliza os ácidos orgânicos produzidos pela fermentação. Os microrganismos, para um crescimento adequado necessitam de nutrientes e condições favoráveis (pH, pressão osmótica, temperatura, oxigênio, umidade, etc.). O meio de cultura é a associação quantitativa e qualitativa de substâncias que permitem o cultivo de microrganismo fora do meio natural. Os meios de cultura, nos quais os microrganismos crescem, são esterilizados e livres de outras formas de vida, sendo a autoclave o método mais aplicado para este tipo de esterilização. Uma população microbiana em crescimento ativo em um meio nutritivo constitui uma cultura. “Cultura pura” vem a ser cultura de uma única espécie. Todos os trabalhos de laboratórios são baseados em culturas puras, que as únicas que permitem estudos precisos da morfologia microbiana. ESTADO FÍSICO DO MEIO DE CULTURA A consistência do meio de cultura está relacionada com a quantidade de ágar presente; podendo ser: Líquidos: não contém ágar, são utilizados para o crescimento rápido de culturas, testes de fermentação e outros fins. Semi-sólidos: meios de cultura que apresentam uma pequena quantidade de ágar, esta estando entra 0,3 a 0,% Solido: apresentam grande quantidade de ágar, e são usualmente utilizados para isolamento de culturas puras (métodos de estrias), estudos das características culturais (morfologia), estocagem de culturas. PROCEDÊNCIA DOS MEIOS DE CULTURA Os meios de cultura quanto a origem de seus constituintes pode ser classificados como: Naturais: não sofrem alterações na sua composição. Ex.: batata. Sintéticos (Artificiais): são preparados pela mistura de diversas substâncias químicas conhecidas. Ex.: Ágar simples, Ágar sangue, Muller Hington. COMPOSIÇÃO DO MEIO DE CULTURA De acordo com os componentes do meio de cultura, este pode ser classificado da seguinte forma: SIMPLES: são destinados ao cultivo de germes poucos exigentes ou servem de base para outros meios de cultura: Ex.:caldo simples ENRIQUECIDOS: meios de composição simples adicionados de e substâncias que melhoram o seu valor nutritivo: Ex.: ágar sangue, ágar chocolate. COMPLEXOS: aqueles que não se conhecem a composição química exata de seus nutrientes: Ex.: Lownstein Jensen FINALIDADE DOS MEIOS DE CULTURA Estas finalidades são referentes as aplicações dos diferentes tipos e meios de cultura e diferentes composições no trabalho microbiológico. CONSERVADORES E/OU DE TRANSPORTE: são meios de cultura com a finalidade de manter mais ou menos estável a população microbiana presente neste material, caso ele não possa ser manuseado no momento da colheita. Ex.: Salina glicerinada. ENRIQUECIDOS: Também conhecidos como meios de suporte ou não seletivos, são de modo geral utilizados na maioria das análises microbiológicas. Favorece uma noção do numero relativo de bactérias normais e anormais na cultura servindo tanto para gram positivas quanto para gram negativas. Ex.: ágar sangue e ágar chocolate. SELETIVOS: são meios sólidos que contem substâncias inibidoras para determinar grupos de microrganismos com a finalidade de permitir a dominância e o crescimento muito mais rápido do germe que se deseja isolar. Ex.: ágar Salmonella Shigella, (SS); ágar sal manitol. DIFERENCIAIS: são meios que contém corantes, indicadores e outros componentes que evidenciam determinados propriedades de diferentes espécies microbianas. EX.: ágar sangue, que permite a verificação da produção de grau de hemólise, ágar Mac Conkey. SELETIVOS-DIFERENCIAIS: são meios que combinam seletividade e diferenciação microbiana. Ex.: ágar manitol – seletivo para Stafilococcus, devido o alto teor de sal, diferenciando o Sta. Aureus (colônias amarelas) do Sta. Epidermidis (colônias brancas). ESTOQUE: são meios específicos destinados a manutenção adequada da viabilidade e das características fisiológicas de um determinado microrganismo. Ex.: ágar nutriente, caldo nutriente) ***Usado para bacterioteca por no máximo 2 meses.*** INDICADOR: meio de cultura utilizado no estudo das propriedades bioquímicas das bactérias, auxiliando assim sua identificação. O tipo mais simples de meio indicador é aquele usado no estudo de reações de fermentação, incorporando-se ao meio básico carboidratos e uma substância indicadora. Ex.: Citrato MEIOS UTILIZADOS BHI (ágar infuso de cérebro e coração): Meio rico em nutrientes adequados para o cultivo de vários microrganismos, inclusive os mais exigentes. MEIO DE STUART: Meio de transporte, para o isolamento de bactérias aeróbias e anaeróbias facultativas. CALDO TIOGLICOLATO: Caldo do enriquecimento, empregado para a recuperação de bactérias aeróbias e anaeróbias, favorecendo o desenvolvimento da maioria das bactérias. ÁGAR CLED: ágar cistina lactose eletrólitos deficiente. É um meio de cultura não seletivo. Mas utilizando para a confecção de uroculturas. Esse meio permite também a diferenciação de colônias lactose negativa, bem como a identificação presuntiva de alguns microrganismos. MICRORGANISMO ASPECTO DAS COLÔNIAS Escherichia coli Colônias de tamanho média, e coloração amarelo – dourado. Klebsiella e Enterobacter Colônias grandes mucoides de coloração amarelo – dourado. Proteus e Serratia Colônias incolores sobre um fundo azul intenso do meio de cultura. Pseudomonas Colônias ligeiramente pardas sofre um fundo azul esverdeado do meio. Staphylococcus Colônias pequenas de coloração amarelas. Strepetococcus Colônias puntiformas de coloração amarelas. A lactose existente no meio é degradada com a produção de ácido, provocando a viragem do indicador azul de bromotimol para amarelo (+). As que não fermentam a lactose desenvolvem colônias de coloração (-). THAYER MARTIN Meio seletivo, utilizado para o isolamento de Neisseria gonorrhoeae, Neisseria meningitidis. Inibe a maioria dos outros microrganismos. A inibição de microrganismo indesejável poderá ser efetuada através da adição de antibióticos, como a vancomicina. ÁGAR CETRIMIDE Finalidade –Meio seletivo utilizado para isolamento e identificação de Pseudomonas aeruginosa. Outras bactérias são inibidas pelo composto cetrimide (brometo de cetilmetilamônio. Interpretação: (+) crescimento de cepas com produção de pigmento azul esverdeado amarelo esverdeado, ou sem pigmento. (-) não há crescimento e nem produção de pigmentos. ÁGAR NUTRIENTE (AN) Meio relativamente simples, de fácil preparo e barato, muito usado nos procedimentos do laboratório de microbiologia. Utilidade: análise de água, alimentos e leite como meio para cultivo preliminar das amostras submetidas à exames bacteriológicos e isolamento de organismos para culturas puras, conservação e manutenção de culturas em temperatura ambiente, como método opcional para os laboratórios que não dispõem do método da criopreservação (congelamento das cepas em freezer à - 70ºC) e observação da esporulação de espécies de bacilos Gram positivos. ÁGAR NUTRIENTE (AN) Interpretação: Cor original do meio: branco opalescente Positivo: Crescimento na superfície do ágar; Negativo: Ausência de crescimento. ÁGAR SANGUE O meio, usando uma base rica, oferece ótimas condições de crescimento a maioria dos microrganismos. A conservação dos eritrócitos íntegros favorecem a formação de halos de hemólise nítidos, úteis para a diferenciação de Streptococcus spp. e Staphylococcus spp. Utilidade: isolamento de microrganismos não fastidiosos, verificação de hemólise dos Streptococcus spp. eStaphylococcus spp. e usado na prova de satelitismo (para identificação presuntiva de Haemophilus spp.). ÁGAR SANGUE Interpretação: Cor original do meio: vermelho. Beta hemólise: presença de halo transparente ao redor das colônias semeadas (lise total dos eritrócitos). Alfa hemólise: presença de halo esverdeado ao redor das colônias semeadas (lise parcial dos eritrócitos). Gama hemólise (sem hemólise): ausência de halo ao redor das colônias (eritrócitos permanecem íntegros). AGAR CHOCOLATE Amplamente utilizado para o cultivo de microrganismos exigentes, embora cresçam neste meio quase todos os tipos de microrganismos. À base do meio, é adicionado sangue de cavalo, carneiro ou coelho em temperatura alta, o que faz com que as hemácias lisem, liberando hemina e hematina, compostos fundamentais para o crescimento dos microrganismos exigentes. Utilidade: crescimento de microrganismos exigentesHaemophilus spp., Neisseria spp., Branhamella catarrhalis eMoraxella spp. AGAR CHOCOLATE Interpretação: Cor original do meio: castanho escuro (chocolate). Colônias de tamanho pequeno a médio, com pigmento amarelo: sugestivo de Neisseria spp, Branhamella catarrhalis ou Moraxella spp. Colônias pequenas e delicadas, com pigmento creme claro: sugestivo de Haemophilus spp. ÁGAR MACCONKEY (MC) O cristal violeta inibe o crescimento de microrganismos Gram positivos especialmente enterococos e estafilococos. A concentração de sais de bile é relativamente baixa em comparação com outros meios, por isso não é tão seletivo para Gram negativos como, por exemplo, o ágar SS. Utilidade: isolar bacilos Gram negativos (enterobactérias e não fermentadores) e verificar a fermentação ou não da lactose. ÁGAR MACCONKEY (MC) Interpretação: Cor original do meio: rosa avermelhado. Crescimento de bacilos Gram negativos. Colônias cor de rosa: fermentadoras de lactose. Colônias incolores: não fermentadoras de lactose. Não há crescimento de cocos Gram positivos. ÁGAR SALMONELLA-SHIGELLA (SS) Possui componentes (sais de bile, verde brilhante e citrato de sódio) que inibem microrganismos Gram positivos. A incorporação de lactose ao meio permite diferenciar se o microrganismo é lactose positiva (bactérias que fermentam a lactose produzem ácido que na presença do indicador vermelho neutro resultando na formação de colônias de cor rosa), e bactérias que não fermentam a lactose formam colônias transparentes. Tissulfato de sódio e o citrato férrico permitem a detecção de H²S evidenciado por formação de colônias de cor negra no centro. Utilidade: selecionar e isolar espécies de Salmonella e Shigella, em amostras de fezes, alimentos e água. ÁGAR SALMONELLA-SHIGELLA (SS) Interpretação: Cor original do meio: vermelho alaranjado. Colônias com centro negro (H²S) ou colônias incolores: suspeita de Salmonella. Colônias incolores: suspeita de Shigella spp. Colônias cor de rosa ou vermelho: suspeita de Escherichia coli ou Klebsiella spp. As bactérias não fermentadoras de lactose são incolores. As bactérias fermentadoras de lactose aparecem na cor rosa. ÁGAR HEKTOEN ENTERIC (HE) Os sais biliares e os corantes azul de bromotimol e fucsina ácida inibem o crescimento da maioria dos microrganismos Gram positivos. Lactose, sacarose e salicina fornecem carboidratos fermentáveis para incentivar o crescimento e diferenciação de enterobactérias. Utilidade: isolar e diferenciar os membros da espécieSalmonella e Shigella de outros Enterobacteriaceae. ÁGAR HEKTOEN ENTERIC (HE) Interpretação: Cor original do meio: azul-esverdeado Colônias amarelas a salmão: enterobactérias fermentadoras de carboidratos. Colônias azuis-esverdeadas com ou sem centro preto: suspeita de Salmonella spp. e Shigella spp. Ágar Cystine Lactose Electrolyte Deficient (CLED) Usado para isolamento e quantificação de microrganismos presentes em amostras urina. A deficiência de eletrólitos inibe o véu de cepas de Proteus. Utilidade: isolar e quantificar microrganismos Gram positivos, Gram negativos e leveduras. Interpretação: Cor original do meio: azul claro. Colônias lactose positiva: cor amarela. Colônias lactose negativa: cor azul. ÁGAR LÖWENSTEIN-JENSEN (LJ) É um meio rico e superior a outros meios de cultivo destinados para o isolamento de Neisseria gonorrhoeae e Neisseria meningitidis, pois contém em sua fórmula antibióticos que inibem o crescimento de Neisserias saprófitas e outras bactérias, quando em amostras colhidas de sítios contaminados. Utilidade: usado para o isolamento seletivo de Neisseria gonorrhoeae e Neisseria meningitidis, a partir do material de investigação. Meio indicado para o cultivo e diferenciação de espécies de Micobactérias em amostras clínicas diversas ÁGAR LÖWENSTEIN-JENSEN (LJ) Interpretação: Cor original do meio: marrom-chocolate Colônias pequenas e opacas: suspeita de Neisseria gonorrhoeae e Neisseria meningitidis. ÁGAR REGAN-LOWE (RL) Consiste em uma base de carvão vegetal acrescida de sangue (carneiro ou cavalo) e cefalexina. O carvão e o amido atuam como absorventes, removendo qualquer substância inibitória, o sangue tem função desintoxicante e enriquecedor e a cefalexina inibe a maioria dos contaminantes da microbiota do trato respiratório. Utilidade: isolamento do gênero Bordetella em amostras clínicas que são geralmente contaminadas com a microbiota do trato respiratório. ÁGAR REGAN-LOWE (RL) Interpretação: Cor original do meio: preto Colônias pequenas acinzentadas e brilhantes: suspeita de Bordetella pertussis e Bordetella parapertussis. ÁGAR VERDE BRILHANTE (BG) O extrato de levedura e duas peptonas fornecem os nutrientes; a lactose e a sacarose, juntamente com o vermelho de fenol, fornecem um sistema de diferenciação que exclui os fermentadores da lactose e/ou sacarose (ex: E. coli), enquanto que as salmonelas não produzem ácido a partir destes açúcares. Utilidade: isolamento de outras salmonelas que não sejam asS. Typhi, existentes nas fezes e em outros materiais. Interpretação: Cor original do meio: castanho Colônias brancas a vermelhas rodeadas por zonas vermelhas: suspeita de Salmonella spp. ouProteus spp. Colônias amarelas a esverdeadas rodeadas por zonas amarelo-esverdeadas: suspeita deEscherichia coli, Klebsiella spp. ou Enterobacter spp. ÁGAR VERDE BRILHANTE (BG) Interpretação: Cor original do meio: castanho Colônias brancas a vermelhas rodeadas por zonas vermelhas: suspeita de Salmonella spp. ou Proteus spp. Colônias amarelas a esverdeadasrodeadas por zonas amarelo-esverdeadas: suspeita deEscherichia coli, Klebsiella spp. ou Enterobacter spp. ÁGAR MUELLER-HINTON (MH) Meio padronizado por Kirby e Bauer e pelo CLSI que oferece condições de crescimento das principais bactérias. Utilidade: realização do teste de avaliação da resistência aos antimicrobianos pelos métodos de difusão em disco e E-test para enterobactérias, não fermentadores, Staphylococcus,Enterococcus sp. ÁGAR MUELLER-HINTON (MH) A zona do diâmetro é particular para cada antibiótico e organismo, sendo comparado com diâmetros padronizados pelo CLSI (Clinical Laboratory Standards Institute), que determina cada microrganismo sendo sensível, intermediário ou resistente. Interpretação: Cor original do meio: amarelo palha. MEIO RUGAI Enterobactérias MEIO RUGAI Enterobactérias Kit de EPM MILI: Série de 7 testes em 2 tubos para identificação bioquímica de enterobactérias Produção de gás, H2S, urease, L-triptofano desaminase Motilidade, indol, lisina descarboxilase Alguns Testes de identificação Coloração de Gram Procedimentos da coloração de Gram 1. Em uma lâmina, contendo esfregaço seco, cubra-o pingando gotas de violeta-de-metila e deixe agir por 15 segundos; 2. Adicione água ao esfregaço, em cima do violeta-de-metila, cobrindo toda a lâmina. Deixe agir por mais 45 segundos; 3. Após o tempo corrido, escorra o corante e lave o esfregaço em um filete de água corrente. Cubra a lâmina com lugol ou Iodo de Gram e deixe por 60 segundos; 4. Escorra todo o lugol e lave em um filete de água corrente; 5. Aplique álcool etílico a 95%, ou acetona, para descorar a lâmina por 10 a 20 segundos; 6. Lave em um filete de água corrente; 7. Cubra toda a lâmina com safarina e deixe corar por aproximadamente 30 segundos; 8. Lave a lâmina em um filete de água; 9. Seque a lâmina com auxílio de um papel de filtro limpo ou deixe-a secar ao ar livre; 10. Aplique uma gota de óleo de imersão sobre o esfregaço e observe no microscópico com objetiva de imersão (100 x) AULA PRÁTICA Prof. Marcelo Lopes Biomédico e Farmacêutico www.marcelo.far.br As bactérias Gram-positivas, têm a parede celular composta por mureína (peptídeoglicano - peptídeo de ácido n-acetil murâmico), durante o processo de descoloração com álcool etílico, retém o corante, permanecendo com a coloração conferida pelo corante primário (roxo). As bactérias Gram-negativas com parede celular composta predominantemente por ácidos graxos (lipopolissacarídeos e lipoproteínas), são incapazes de reter o violeta de Genciana, assumindo a cor do corante de fundo (vermelha). São as diferenças da estrutura da parede bacteriana, principalmente com relação à espessura da camada de peptidoglicano, que é responsável pelo diferente comportamento das bactérias diante da coloração de Gram. PAREDE CELULAR Se gram-negativas, a coloração é avermelhada ou rosa, com pouca variação deste tom, com a parede formada por duas camadas. Se gram-positivas, a coloração é arroxeada, também com pouca variação deste tom, com a parede formada por uma camada apenas. Gram Positiva Gram Negativa A catalase (formalmente denominada hidroperoxidase é uma enzima intracelular, encontrada na maioria dos organismos, que decompõe o peróxido de hidrogénio (H2O2) segundo a reação química: 2 H2O2 → 2 H2O + O2. Esta enzima encontra-se nos peroxissomas em animais e plantas e também nos glioxissomas (apenas em plantas) e no citoplasma de procariontes. O chamado teste da catalase é usado em microbiologia e consiste na detecção de catalase em bactérias, servindo essencialmente para a distinção entre estafilococos e estreptococos. Uma gota de peróxido de hidrogénio a 3%(v/v) é depositada numa lâmina de microscópio; uma amostra (uma gota de cultura líquida do microorganismo a testar ou uma colónia colhida com uma alça de inoculação ou um palito) é então esfregada nesta gota. Se aparecem bolhas, o organismo é catalase-positivo (possui catalase, caso dos estafilococos), se não é catalase-negativo (estreptococos). As bolhas são formadas pelo oxigénio molecular libertado na reação da catalase. biologia Micologia FUNGOS INTRODUÇÃO AO ESTUDO DOS FUNGOS A Micologia compreende um vasto campo de estudo, envolvendo microrganismos conhecidos por fungos, leveduras e actinomicetos, embora estes últimos estejam hoje classificados entre as bactérias. O estudo interessa a vários setores científicos e industriais. Após uma parte introdutória, em que se observarão aspectos gerais da Micologia, faremos uma análise sistemática das micoses. NOÇÕES FUNDAMENTAIS DE MORFOLOGIA Hifa é o nome que se usa para designar os filamentos dos fungos. Micélio é o conjunto das hifas. A hifa de um fungo diferencia-se de um filamento bacteriano (bacilos, bastonetes), porque hifa é, geralmente, ramificada, coisa que ocorre raras vezes entre as bactérias. Podemos estudar as hifas sob vários aspectos. QUANTO A ESPESSURA: são delgadas nos Actinomicetos, produtoras de actinomicose, micetoma actinomicótico e pseudomicoses superficiais (eritrasma e tricomicose axilar). Delgada, significa em torno de 1 μm, mais ou menos. Atualmente a hifa delgada é denominada filamento bacteriano. As hifas mais espessas, de 2 até mais de 10 μm, são próprias dos fungos verdadeiros (12ª divisão: Eumycophyta, atualmente Reino Fungi. Quanto à presença de septos - as hifas podem ser asseptadas ou contínuas ou cenocítica, sendo próprias da classe zigomicetos (ficomicetos), agentes das zigomicoses. Hifa continua ou cenocítica. Zigomiceto (microcultura, 400x). Hifa septada (microcultura, 400x). As hifas podem ser encaradas ainda como verdadeiras e falsas - As hifas verdadeiras são as que crescem sem interrupção, a partir de germinação de um esporo. As falsas hifas ou hifas gemulantes ou pseudo-hifas são as que crescem por gemulação ou por brotamento sucessivo. Pseudohifa, blastoconídios e clamidoconídios. Candida albicans (microcultura, 400x). Estas últimas são características das leveduras ou fungos que se reproduzem por gemulação (brotamento) e produzem as leveduroses (sapinho) bucal, sapinho vaginal, unheiro das donas de casa etc. Uma quarta maneira de estudar as hifas é pela coloração: As hifas hialinas de cores claras são chamadas mucedíneas. As hifas de tonalidade escura ou negra são hifas demácias; neste caso, as micoses por elas produzidassão chamadas Demaciomicoses. ESPOROS a) Artroconídios - São esporos que se formam pelo simples desmembramento das hifas septadas. Juntamente com estas últimas, servem para diagnosticar, num raspado cutâneo, as Dermatofitoses (impingens, ácido úrico, “frieira”, onicomicoses). Hifa septada fragmentada em artroconídios (micromorfologia, 400x). É o único tipo de esporo encontrado no gênero Geotrichum sp. é um esporo importante na disseminação da COCCIDIOIDOMICOSE. b) Blastoconídio - É o esporo que se forma por gemulação (brotamento). Encontrado normalmente nas leveduras. No Brasil, podemos citar como mais importante desse grupo a Paracoccidioidomicose (antigamente Blastomicose Sul Americana ou Micose de Lutz), mas há outras. O micélio gemulante ou pseudomicélio das leveduras também produz blastoconídio. Importante: Alguns fungos que apresentam normalmente micélio septado na fase saprofítica, na natureza ou nas culturas de laboratório, ao passarem para a fase parasitária no organismo humano ou animal, transformam-se em simples elementos arredondados, reproduzindo-se por gemulação, são as micoses blastomicoides. NOÇÕES FUNDAMENTAIS DE BIOLOGIA DOS FUNGOS Temperatura Também são muito liberais quanto à temperatura, mas a maioria desenvolve-se melhor entre 25º a 30º C. Alguns fungos isolados do estado parasitário preferem temperaturas próximas de 37º C, para seu isolamento inicial. Umidade Ambiente saturado de umidade é melhor para os fungos. Haja vista o bolor que aparece nos lugares mais úmidosde nossas casas. Leveduras, pode haver um aumento da temperatura do meio em que se desenvolvem; estas fermentações são reações exotérmicas. A oxidação total de 180g de glicose pela levedura Saccharomyces cerevisiae, segundo Lacaz, produz cerca de 700.000 calorias. As fermentações são devido a enzimas diversas: Glicidases (sacarases, maltases etc.), Enzimas Proteolíticas (proteases, peptidases) e ainda fosfatases, asparaginase, oxirredutase, dehidrogenase etc. Os fungos são cromóforos, quando os pigmentos permanecem no micélio e nos esporos. As culturas apresentam-se com variadas colorações: negra, vermelha, amarela, branca, acastanhada, verde etc. O metabolismo dos fungos tanto produzem uma vitamina como uma toxina, tanto um antibiótico como um outro produto industrial qualquer (leucina, serina, arginina, metionina, ácido oleico, ácido esteárico, prolina, histidina e muitos outros). Exemplos de alguns antibióticos e respectivos fungos produtores: GRISEOFULVINA .................. Penicillium griseofulvi PENICILINA ............................ P. notadum TERRAMICINA ....................... Streptomyces rimosus NEOMICINA ........................... S. fradii AUREOMICINA ...................... S. aureofaciens ESTREPTOMICINA ................ S. griseus ANFOTERICINA B. ................ S. nodosus Griseofulvina e Anfotericina B têm lugar destacado na terapêutica micológica. O primeiro, para as micoses superficiais e o segundo, para as micoses profundas. ECOLOGIA A maioria dos fungos vivem nos mais diversos substratos da natureza e são isolados do: solo seco, pântanos, troncos apodrecidos ou nas frutas, leite, água, poeira. São denominados geofílicos (preferência para o solo), zoofílicos (animais) e antropofílicos - os que só têm sido isolados do homem até agora, como alguns agentes de micoses superficiais: Trichophyton rubrum, Epidermophyton floccosum etc. Trichophyton rubrum Epidermophyton floccosum MICOSES OCASIONAIS OU MICOSES POR FUNGOS OPORTUNISTAS São micoses produzidas por fungos habitualmente saprófitos, que se tornam parasitas quando se defrontam com organismos em que o sistema de defesa está completamente abalado por doenças graves, crônicas, ou submetidos a medicação intensiva por antibióticos, corticosteroides e citostáticos, resultando em desequilíbrios sérios do aparelho imunológico. Mícides ou Alérgides Micósicas São manifestações cutâneas provocadas por reação de sensibilidade aos fungos, sem a presença destes nos mícides, porém, presentes num foco à distância. Alergia Provocada por Fungos: Trata-se, em geral, de manifestações do aparelho respiratório: Rinites, asma brônquica. São produzidas por fungos, especialmente quando as pessoas sensíveis vivem em ambiente quente e úmido, que favorece o emboloramento das paredes e dos objetos. Aspergillus, Alternaria, Penicillium, Cladosporium (Hormodendrum), Curvularia e outros estão geralmente em causa. DIAGNÓSTICO DE LABORATÓRIO DAS MICOSES Para o diagnóstico das micoses, no laboratório, deve ser feito: 1º - Exame direto 2º - Cultura 3º - Biópsia - Histopatologia 4º - Provas Imunológicas 5º - Exame Radiológico 6º - Inoculação Animal MICOSES SUPERFICIAIS CLASSIFICAÇÃO: Podemos dividir as micoses superficiais em 3 grupos, a saber: 1 - Ceratofitoses (Miscelânea) 2 - Dermatofitoses 3 - Leveduroses As ceratofitoses constituem um grupo heterogêneo de micoses superficiais, porquanto se incluem micoses produzidas por parasitos de diversas classificações e com tipos de lesões dermatológicas, as mais diversas. Entretanto, há um traço comum ligando as micoses deste grupo, é que não se conhece neste grupo reações do tipo IDE, isto é, reações de hipersensibilidade cutânea, que ocorrem nas dermatofitoses e nas leveduroses (dermatomícides e levedúrides). Incluem-se neste grupo: a) As Piedras – branca e preta b) A Pitiríase versicolor c) A Ceratomicose nigra ou Tinea nigra d) A Tricomicose palmelina ou Leptotrix e) O Eritrasma Deve-se destacar também que o eritrasma e a tricomicose palmelina, causados por bactérias, não são micoses, mas tradicionalmente são estudados na micologia. As Dermatofitoses apresentam, como principal característica clínica, o fato de mostrarem lesões com contornos mais ou menos arredondados, bordas vesiculosas, pruriginosas; como característica micológica mais importante, a de serem produzidas por fungos conhecidos por dermatófitos, agrupados numa família: closterosporacea, cujo elemento morfológico típico é um esporo grande, multicelular – o closterosporo, presente só em cultura, no laboratório, não no tecido parasitado. As Leveduroses constituem um grupo bem definido micologicamente, visto serem produzidas por levedos ou leveduras; clinicamente podemos caracterizá- las por lesões geralmente exsudativas, com preferência de localização nas regiões intertriginosas do organismo, recobrindo-se de induto esbranquiçado; deve ressaltar-se, porém, a relevância dos fatores adjuvantes, para nós muito mais importantes que a presença do próprio parasito nas lesões, conforme será estudado no capítulo Candidíase, a mais importante das leveduroses. Nesta classificação foi adotado o conceito histopatológico para separação de micoses superficiais e profundas. Assim, consideramos micose superficial aquela que, na pele, não atinge o derma; na mucosa, não atinge a submucosa, de modo que não produzem reações tissulares do tipo granulomatoso. Embora superficial, epidérmica ou mucosa, do ponto de vista da presença do parasito, o mesmo não se pode dizer de seus metabólitos, que são capazes de filtrar no derma (dermatofitoses e leveduroses) ou na submucosa (leveduroses) e produzir lesões à distância (dermatofítides e levedúrides). Somente nos agentes das ceratofitoses ainda não foram descritos IDES. MISCELÂNEA (Ceratofitose) PITIRÍASE VERSICOLOR I – DEFINIÇÃO A pitiríase versicolor é uma ceratofitose que se caracteriza por manchas cutâneas de tonalidades que variam da hipo a hiperpigmentação, com distribuição mais frequente no tronco, membros superiores e face, mas distribuindo-se, às vezes atipicamente, pela região crural, membros Inferiores e couro cabeludo. PATOGENIA Entre nós é comum relacionar a pitiríase versicolor com praia: micose de praia. Nada tem uma coisa com a outra. Na verdade, a patogenia é obscura. Parece certo, porém, que é de origem endógena, o homem convivendo normalmente com seu agente causal, no estado saprofitário. As condições que produzem a mudança para o estágio parasitário ainda não são evidentes, sabe-se, porém, que os climas quentes e úmidos, o meio sócio econômico, falta de asseio, fatores carênciais, desequilíbrios orgânicos provocados por doenças agravadas por tratamentos mal orientados, (antibioticoterapia, corticoterapia) e, sobretudo, a seborreia de constitue o substrato a que melhor se adapta o parasito da pitiríase versicolor. TRICOMICOSES NODULARES DEFINIÇÃO Denominamos Pedras ou Piedras, micoses que se manifestam sob a forma de nódulos duros, consistência pétrea nos pelos e cabelos, coloração escura ou preta, e branco ou branco-amarelado. PATOGENIA Para a pedra preta, alguns autores atribuem o seu aparecimento ao uso de certos óleos cosméticos por parte das mulheres destas regiões endêmicas da Bolívia e do Paraguai. Simons relaciona o aparecimento das piedras pretas com banho nos rios das regiões endêmicas, particularmente no Suriname, onde melhor observou e ele mesmo se infectou. Sabe-se, também, que a pedra preta é transmissível, pelo menos entre crianças, segundo observação de AARS, citado por Simons. Para a pedra branca de localização gênito-crural, que nos parece merecer melhor interpretação, achamos que, dada a frequência com que se isola o Trichosporon sp. dessa região, mesmo quando não há lesão alguma, o mesmo é um habitante normal da pele humana e, sob certas condições, produz pedra nos pelos e lesões dermatológicas no tegumento