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Universidade Nove de Julho Profª Ms. Cintia R. Vivanco CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO (CME) Conceitos e RDC nº 15/12 Objetivos Apresentar conceitos e estrutura do Centro de Materiais e Esterilização (CME) à luz normativa relacionada: Resolução da Diretoria Colegiada Anvisa nº 15/2012 e correlatas. Definir e diferenciar processos realizados no CME. INTRODUÇÃO Os serviços de saúde possuem estrutura variável de acordo com o nível de atenção assistencial para o qual foi definido: Atenção primária = prevenção. Ex: UBS Atenção secundária = atendimento ambulatorial, laboratorial, especialidades, exames. Ex: AME Atenção terciária = tratamento, hospitais gerais e especializados, reabilitação. Ex: hospitais INTRODUÇÃO Em cada serviço de saúde, público ou privado, diversos setores se interconectam para garantir um fluxo de atendimento com qualidade, respeitando o ordenamento legal regido pelo Ministério da Saúde (MS); Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA); Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS); E demais órgãos relacionados. INTRODUÇÃO Destaca-se em todos os serviços de saúde, públicos ou privados, em qualquer nível de atenção, um setor altamente especializado de suporte técnico que possui como principal atividade o processamento de materiais e equipamentos que abastecem todas as unidades consumidoras do serviço. Estamos falando do CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO (CME) Ou CENTRAL DE MATERIAIS E ESTERILIZAÇÃO (CME). CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO - CME Segundo a RDC / Anvisa nº15/2012, centro de material e esterilização – CME é uma unidade funcional destinada ao processamento de produtos para saúde dos serviços de saúde. Ou seja, é uma unidade de apoio técnico a todas as unidades assistenciais. A cadeia de gestão do CME, proposta pela ANVISA é composta por: ESTRUTURA do CME: Recursos Humanos: especialização, capacitação, atribuições e segurança. Equipamentos: aquisição, qualificação, calibração, manutenção. Insumos: aquisição do material, qualidade da água e dos saneantes, EPIs. Gerenciamento dos processos de CME: rastreabilidade, protocolos, barreiras físicas e técnicas. GERENCIAMENTO DE PROCESSOS Recepção Limpeza Secagem Avaliação integridade e funcionalidade Preparo e acondiciona- mento dos produtos ESTERILIZAÇÃO ou DESINFECÇÃO Armazenagem e Distribuição CLASSIFICAÇÃO DO CME CME Classe I é aquele que realiza o processamento de produtos para a saúde não-críticos, semicríticos e críticos de conformação não complexa, passíveis de processamento. CME Classe II é aquele que realiza o processamento de produtos para a saúde não-críticos, semicríticos e críticos de conformação complexa e não complexa, passíveis de processamento. (RDC ANVISA nº15/2012) DIFERENÇAS ENTRE: CME classe I e CME classe II CME classe I deve possuir, no mínimo, barreira técnica entre o setor sujo e os setores limpos. CME classe I deve processar apenas materiais não complexos. CME classe II e empresa processadora, é obrigatória a separação física da área de recepção e limpeza dos produtos para saúde das demais áreas. CME classe II processa materiais complexos e não complexos. CME classe II deve possuir lavadora ultrassônica com conector para canulados, dispor de água purificada, secadora para os materiais, pistolas de ar comprimido, seladoras de embalagem, etc... (SOBECC, 2017) SIGNIFICADOS: Barreira técnica: conjunto de medidas comportamentais dos profissionais de saúde visando a prevenção de contaminação cruzada entre ambiente sujo e limpo, na ausência de barreira física. Produtos para saúde de conformação complexa: possuem lúmem inferior a cinco milímetros ou com fundo cego; espaços internos inacessíveis para a fricção direta; reentrâncias ou válvulas. Ex: endoscópio. Produtos para saúde de conformação não complexa: superfícies internas e externas podem ser atingidas por escovação durante o processo de limpeza; possuem diâmetro superior a cinco milímetros nas estruturas tubulares. Ex.: pinças, calásio, tesouras... COMPOSIÇÃO DO CME classe I e II Área de Recepção, descontaminação (limpeza) e separação de materiais. ( área suja) Área de preparo de materiais e roupa limpa. ( área limpa) Área de desinfecção química (quando aplicável) Área de esterilização. Local para monitoramento do processo de esterilização.(sala de enfermagem). Área de armazenagem e distribuição de materiais e roupas esterilizados. (RDC 15/2012 e RDC 307/2002). CLASSIFICAÇÃO: ÁREAS HOSPITALARES CLASSIFICAÇÃO: ÁREAS HOSPITALARES • Área não crítica: são áreas não ocupadas por pacientes. Ex.: setor administrativo, educação continuada, recepções, almoxarifados,... • Área semicritica: ocupadas por pacientes estáveis, que não exijam cuidados intensivos ou de isolamento. Ex: unidades de internação, ambulatórios, setor de diagnósticos por imagem,... • Área crítica: oferecem risco alto potencial para aquisição de infecções, seja pelos procedimentos invasivos realizados, pela presença de pacientes susceptíveis às infecções, vulneráveis ou pelo risco ocupacional no manejo de substâncias infectantes ou material contaminado. Ex: CC, CME, RA, UTI, semintesiva... CONCEITOS IMPORTANTES Para que possamos entender o fluxo dos materiais processados no CME, é necessário compreender e diferenciar alguns conceitos. PRÉ-LIMPEZA: remoção da sujidade visível presente nos produtos para saúde. Realizado na unidade consumidora, muitas vezes. LIMPEZA: remoção de sujidades orgânicas e inorgânicas invisível a olho nu, redução da carga microbiana presente nos produtos para saúde, utilizando água, detergentes, produtos e acessórios de limpeza, por meio de ação mecânica : manual ou automatizada, atuando em superfícies internas (lúmen) e externas, de forma a tornar o produto seguro para manuseio e preparado para desinfecção ou esterilização. CONCEITOS IMPORTANTES DESINFECÇÃO: é o processo aplicado a um artigo ou superfície que visa a eliminação de microrganismos, exceto esporos, das superfícies fixas de equipamentos, materiais e mobílias utilizadas em assistência à saúde. A desinfecção é indicada para todos os artigos, mediante aplicação de agentes químicos e físicos. Este processo subdivide-se em: TIPOS DE DESINFECÇÃO: Desinfecção de baixo nível: elimina bactérias, alguns fungos e vírus. Não elimina micobactérias. Desinfecção de nível intermediário: elimina micobactérias, bactérias vegetativas, muitos vírus e fungos, mas não esporos. Desinfecção de alto nível: elimina todos os microrganismos, e elimina alguns esporos bacterianos. CONCEITOS IMPORTANTES • Esterilização: procedimento aplicável a artigos, de destruição total dos microrganismos inclusive esporos. • Assepsia: conjunto de práticas que se evita a penetração de microrganismos em objetos ou locais isentos dos mesmos. • Antissepsia: meios através dos quais se impede a proliferação dos microrganismos na pele e mucosas, pelo uso de antissépticos. Restringe-se ao tecido vivo. • O QUE FAZER ENTÃO PARA GARANTIR A SEGURANÇA NO ATENDIMENTO? • OS ARTIGOS MÉDICOS HOSPITALARES SOFRERÃO DESINFECÇÃO OU ESTERILIZAÇÃO? • TUDO DEPENDE DE SUA CLASSIFICAÇÃO E UTILIZAÇÃO! CLASSIFICAÇÃO DE SPALDING Os artigos médico-hospitalares ou produtos para saúde (PPS) podem ser classificados segundo o risco para aquisição de infecção em: Artigo não crítico: utilizado em procedimentos com baixíssimo risco de desenvolvimento de infecções associadas ou que entram em contato apenas com pele íntegra. Requer limpeza ou desinfecção de baixo nível (álcool 70%), dependendo do risco de transmissão secundáriade microrganismos de importância epidemiológica. Ex.: roupas de cama e banho, mobiliário de paciente, utensílios para alimentação, termômetro axilar, diafragma de estetoscópio, comadre, esfigmomanômetro, papagaio... CLASSIFICAÇÃO DE SPALDING Artigos semicríticos: artigos que entram em contato com membranas mucosas íntegras ou pele não íntegra. Devem estar livres de todos os microrganismos, exceto para grande número de esporos. Requerem desinfecção de alto nível. Ex: endoscópios, equipamentos de terapia respiratória e de anestesia. CLASSIFICAÇÃO DE SPALDING Artigos críticos: estão envolvidos em alto risco de aquisição de infecção se contaminados com quaisquer microrganismos, incluindo os esporos bacterianos ou que penetram tecidos ou órgãos estéreis. Devem estar livres de todos os microrganismos. Devem ser ESTERILIZADOS. Ex: instrumental cirúrgico, catéteres vasculares, pinças de biópsia, placas, parafusos e próteses em geral. Como definir o processo no CME? O enfermeiro responsável pelo CME, deve considerar a estrutura física do setor para adequar o fluxo dos materiais, seguindo a lógica unidirecional, independente da classificação do CME (classe I ou classe II). O fluxo unidirecional é necessário para evitar o cruzamento de materiais sujos (contaminados) com materiais limpos e estéreis. ASSIM, É POSSIVEL MINIMIZAR INFECÇÃO RELACIONADA À ASSISTÊNCIA À SAÚDE (IRAS). Expurgo. Área Suja Preparo Material e Carga na Autoclave. Área Limpa Retirada material da Autoclave e Guarda para distribuição. Área Estéril Fluxo Unidirecional com barreiras físicas e técnicas entre as áreas. EXPURGO (ÁREA SUJA) Limpeza / secagem Rotinas estabelecidas: protocolos Produtos de limpeza estabelecidos: CCIH Limpadores enzimáticos Detergentes / desincrostantes • Limpeza manual e Limpeza automatizada • Sistema de Climatização - Controle de temperatura (18º a 22º) Vazão mínima de ar total de 18,00 m3/h/m2 Diferencial de pressão negativo entre os ambientes adjacentes - Exaustão forçada de todo ar da sala com descarga para o exterior da edificação. (RDC nº 50/2002) DESENVOLVIMENTO DO BIOFILME 5 ESTÁGIOS: (1) fixação inicial, (2) fixação irreversível, (3) maturação I, (4) maturação II e (5) dispersão. (P. aeruginosa em desenvolvimento. Gráficos de Peg Dirckx, David Davies e Karin Sauer, cortesia do Dr. Gregory Schultz, WUWHS 2008, Toronto.) LIMPEZA X REMOÇÃO DE BIOFILMES A limpeza é a melhor estratégia para eliminar os biofilmes. É a etapa mais importante para garantir a eficácia do resultado final do processamento de materiais no setor. MECÂNICA: Limpeza automatizada mecânica por uso de lavadora ultrassônica (bolhas que desprendem a sujidade por cavitação). Ou limpeza manual. QUÍMICA: - Enzimas - tratamento que desestabiliza o biofilme. - Agente de superfícies ativas : detergentes, desinfetantes (desconexão do biofilme) -Oxidantes - hidrolisam as proteínas Ex.: água sanitária - Alquilantes - removem o cálcio , magnésio e substâncias poliméricas extracelulares, desestabilizando a matriz do biofilme • Uso de EPIs: vestimenta fechada impermeável, touca, calçado fechado, luva, máscara e óculos TERMODESINFECTADORAS Realiza a limpeza por turbilhonamento - ocorre a dispersão de jatos de água através de braços rotatórios. Associar o uso de detergentes enzimáticos. Realiza também desinfecção de alto nível (ajuste de ciclo), que ocorre por termocoagulação, utilizando-se a circulação de água quente na superfície dos artigos, ocorrendo a morte microbiana dos microrganismos termossensíveis. Utilizada para limpeza de instrumentais cirúrgicos cuja formatação seja menos complexa e, em artigos de assistência respiratória (desinfecção de alto nível). ATIVIDADE CME (VALENDO 2 PONTO) Com base no conteúdo estudado na aula de CME (primeira parte), acesse o link abaixo e responda individualmente, as questões objetivas. Utilize o e-mail da Uninove (...@uni9.edu.br) para identificar-se no google forms. Você terá até o final da aula para realizar a atividade. Link de acesso:******************** mailto:...@uni9.edu.br INSPEÇÃO: AVALIAÇÃO DA LIMPEZA, INTEGRIDADE, FUNCIONALIDADE. Material deve ser inspecionado antes de seguir para área limpa de preparo. Lente intensificadora de imagens (mínimo 8 x de aumento), Teste químico como indicador de limpeza (ATP) Ponto crítico de controle do processo: O que não está limpo não pode ser processado. PROCESSO DE DESINFECÇÃO • COLOCAR EM SOLUÇÃO DESINFETANTE POR TEMPO DETERMINADO ou EQUIPAMENTO ESPECIFICO, • RETIRAR E ENXAGUAR (ÁGUA PURIFICADA), • SECAR,MONTAR, • ENCAMINHAR EMBALADO OU PARA USO. SERÁ EMBALADO SEGUINDO PROTOCOLOS. NÍVEIS DE DESINFECÇÃO Baixo nível: elimina a maioria das bactérias, alguns vírus e fungos, mas não elimina micobactérias =>Hipoclorito de sódio 0,025% Indicação: nutrição. Álcool 70% Indicação: artigos não críticos. Médio nível: elimina bactérias vegetativas, a maioria dos vírus, fungos e micobactérias =>Hipoclorito de sódio 1% - 30 minutos, Álcool 70%. Indicação: utensílios do paciente e ambiente em UBS, creche, casa de repouso. Alto nível: destrói todos os microrganismos, com exceção do alto número de esporos => Glutaraldeído 2% - 20 – 30 minutos, Formaldeído, Ácido Peracético, Pasteurizadora, Termodesinfetadora. Indicação: dispositivos de assistência ventilatória, endoscópios. Área hospitalar preferencialmente. Observação: O glutaraldeído deve ser inativado para ser desprezado na rede de esgoto com autorização da SABESP. (bissulfito de sódio 10 à 15’ inativa o glutaraldeído). ÁREA DE PREPARO (área limpa) SEMPRE lavar as mãos antes do preparo do material, Inspecionar o artigo antes do empacotamento quanto a limpeza, integridade e funcionalidade, (segunda inspeção...) Selecionar a embalagem de acordo com o processo, o peso e o tamanho, Quanto as embalagens – avaliar selagem correta, Quanto ao empacotamento – empregar técnica de empacotamento universal, Uso de indicador químico CLASSE 5 OU 6. Preparo / Empacotamento Seladoras de embalagem, por termosseladura ou pela orientação do fabricante. Embalagens regularizadas junto à Anvisa ou em tecido de algodão. Material para rotulagem: REQUISITOS BÁSICOS PARA EMBALAGENS 1. Ser adequada ao item a ser esterilizado: Permitir identificação do conteúdo, Permitir fechamento completo e seguro do item, Proteger o conteúdo de dano físico, Resistir à rasgos, puncturas e abrasões, Não ter furos, Ser atóxica, não interagir com o processo de esterilização, Apresentar baixa liberação de fibras e partículas, Permitir liberação do conteúdo sem contaminação, Manter a esterilidade até que o pacote seja aberto. REQUISITOS BÁSICOS PARA EMBALAGENS 2. Ser apropriado ao método de esterilização: Promover selagem íntegra, Prover adequada barreira a líquidos e partículas, Ser compatível com condições físico-químicas do processo de esterilização, Permitir adequada remoção de ar, Permitir penetração do agente esterilizante. 3. Apresentar relação custo e benefício positiva. 4. Apresentar instruções escritas de uso. TECIDO DE ALGODÃO VANTAGENS: Economia (custos indiretos) Resistência Ex.: LAP CIRÚRGICO (contendo: campos operatórios, aventais cirúrgicos e compressas). DESVANTAGENS: Vulnerabilidade à contaminação Difícil controle do número de reprocessamentos Tecidos cerzidos não são recomendados (agulha) Pacote molhado PAPEL GRAU CIRÚRGICO É um laminadocom duas faces de papel ( uso industrial ) ou uma face de papel e outra com filme transparente (HOSPITALAR). Permeável ao vapor e óxido de etileno; Resistente a temperaturas de até 160º C; Impermeável a microrganismos, oferecendo segurança ao material esterilizado; Validade de esterilização de acordo com as condições de estocagem e integridade da embalagem; Não pode ser reaproveitado porque torna-se impermeável ao agente esterilizante após uma esterilização; O ar deve ser removido ao máximo da embalagem para evitar ruptura dos pacotes por expansão do mesmo. PAPEL CREPADO Atóxico, biodegradável; Composto de celulose tratada, resiste até 150º C por 1 hora; Permeável ao vapor e óxido de etileno; É flexível mas menos resistente à tração que o tecido e não tecido; Funciona como barreira microbiana efetiva; Guarda memória das dobras. TECIDO NÃO TECIDO (SMS) e TNT Sintético, resultado da união de três camadas de não tecido, 100% polipropileno; Barreira microbiana; Maleável, facilitando a confecção dos pacotes; Não guarda memória nas dobras. Resistente às condições físicas do processo de esterilização; Atóxico e livre de furos; Permeável ao vapor, óxido de etileno e plasma de peróxido de hidrogênio; TYVEC Compatível com óxido de etileno, vapor, radiação gama e plasma de peróxido de hidrogênio; Alta resistência à tração e perfuração; Excelente barreira microbiana; O uso em larga escala é limitado pelo alto custo. CONTAINERS Containers: Apresentam perfurações na tampa e fundo, onde são colocados filtros permeáveis ao vapor e impermeáveis a microrganismos. TEMPO DE VALIDADE DA ESTERILIZAÇÃO DOS ARTIGOS A manutenção da esterilidade de um artigo não depende do processo de esterilização escolhido, mas de fatores adjuvantes, que são: Capacidade do invólucro de manter a barreira microbiana (tipo e configuração do invólucro e tipo de selagem). Condições ambientais que interfiram com esta capacidade (número de vezes que o artigo é manipulado, estocagem nas prateleiras abertas ou fechadas, limpeza, temperatura e umidade). Observar a distribuição dos pacotes nas prateleiras, pois a mesma deve favorecer a circulação de ar em todos os lados dos pacotes. ÁREA LIMPA: PREPARO E CARGA NA AUTOCLAVE LEMBRANDO... ESTERILIZAÇÃO É o processo que visa a destruição completa de todas as formas de vida microbiana viável, incluindo os esporos (99,999999% ). Existem diversos tipos de equipamentos que promovem esterilização. PROCESSOS DE ESTERILIZAÇÃO: Processos físicos: Vapor saturado sob pressão (H²O) = Autoclave Calor seco (estufa: uso restrito: pós, pastas, vidraria) Radiação (cobalto 60 emite raios gama: uso industrial) Ultra rápida (FLASH STERILIZATION: emergência) Processos físico-químicos: Óxido de etileno (ETO) Plasma de peróxido de hidrogênio(H2O2) Vapor a baixa temperatura de formaldeído (VBTF) Processo químico: Ácido peracético ÁREA ESTERILIZADA: EQUIPAMENTOS AUTOCLAVES: A esterilização a vapor é realizada em autoclaves, cujo processo possui fases de: remoção do ar, penetração do vapor sob pressão e secagem. Introduz vapor na câmara interna sob alta pressão com ambiente em vácuo. É mais seguro que o gravitacional devido a alta capacidade de sucção do ar realizada pela bomba de vácuo. É proibido o uso de autoclave gravitacional de capacidade superior a 100 litros.( RDC nº15/12) Autoclave: funcionamento para instrumentais. O tempo de exposição não inclui alcance da temperatura e tb não inclui tempo de exaustão e secagem. Prevalece o tempo indicado pelo fabricante. Pacotes (tecidos) Temperatura: 134ºC (aceitável variação de 133ºC a 135ºC) Tempo de esterilização: 05 minutos Tempo de secagem: 10 minutos Bowie &Dick temperatura: 134ºC (aceitável variação de 133ºC à 135ºC) Tempo de esterilização: 3,5 minutos (210 segundos) Tempo de secagem: 01 minutos TEMPERATURA (ºc) TEMPO EXPOSIÇÃO AUTOCLAVE 121 30 minutos AUTOCLAVE 132 à 134 15 minutos ESTERILIZAÇÃO RÁPIDA EM VAPOR – FLASH ESTUFA (USO RESTRITO) RADIAÇÃO (USO INDUSTRIAL) Óxido de etileno: Uso e funcionamento Produtos médico-hospitalares que não podem ser expostos ao calor ou a agentes esterilizantes líquidos: instrumentos de uso intravenoso e de uso cardiopulmonar em anestesiologia, etc. Temperatura: aproximadamente 54oC, variável com tempo. Tempo de exposição: variável de 3 a 16 horas; Aeração: este período é necessário para que o óxido de etileno residual possa ser reduzido a níveis seguros para a utilização dos artigos nos pacientes e para o manuseio pela equipe, é realizado utilizando ar quente em um compartimento fechado específico para esse fim, o tempo desse período depende da composição e tamanho dos artigos. Este período pode variar de 6 horas a 7 dias. PLASMA DE PERÓXIDO DE HIDROGÊNIO (STERRAD): (H²O²) ciclo 55 à 75 min. em temperatura de: 55ºC VBTF Realiza a esterilização com a combinação de solução de formaldeído a 2% na presença de vapor saturado e com temperatura entre 50°C a 78°C, com duração máxima de tempo de ciclo de 3 horas. ÁCIDO PERACÉTICO Este composto (ácido acético + água + oxigênio = ácido peracético) tem ação esporicida em temperaturas baixas e mesmo em presença de matéria orgânica. Entretanto recomenda-se lavagem e secagem de materiais antes de submeter à solução. incompatível com ferro e cobre, O ácido peracético 0,2% pode provocar desconforto respiratório; seus vapores são irritantes, Pode ser utilizado para desinfecção/esterilização de: plásticos, poliuretano, polietileno, PVC, ABS, nylon 6 e 66, fibra ótica, borrachas, silicone, natural, nitrílica, tecido, naturais, sintética. Materiais plásticos, borracha ou silicone podem sofrer ressecamento e/ou rigidez dependendo de sua porosidade. Se mantiverem o dor avinagrado é porque há resíduos do produto. Recomenda-se fazer um bom enxágue (água purificada). ÁCIDO PERACÉTICO - DESINFECÇÃO E ESTERILIZAÇÃO QUÍMICA DESINFECÇÃO QUÍMICA DE ALTO NÍVEL: age sobre vírus, fungos, bactérias, micobactérias e esporos. O tempo de ação como desinfetante de alta atividade biocida é de 10 minutos de contato. A solução em uso tem validade de até 28 dias. ESTERILIZAÇÃO QUÍMICA: O tempo de ação do ácido peracético como esterilizante é de 30 minutos de contato. A solução em uso tem validade de 28 dias e pode ter sua concentração monitorada com fita teste específica, diariamente. ESTERILIZAÇÃO QUÍMICA Para a esterilização, colocar a solução em recipiente plástico com tampa em um volume que permita a total imersão dos artigos. Os artigos limpos e secos devem ser mergulhados por 30 minutos na solução, depois dos 30 minutos retirar os artigos da solução usando uma pinça ou luva estéril. Em seguida, enxaguar em solução fisiológica estéril ou água esterilizada ou secar com compressa estéril. Acondicionar os artigos em envelope estéril ou em caixas metálicas estéreis e guardar em local que promova bom isolamento do meio externo. O isolamento dos artigos do meio ambiente deve garantir a durabilidade da esterilização. ARMAZENAMENTO E DISTRIBUIÇÃO A área de estocagem deve favorecer a localização do item Prateleiras fechadas é desejável, porém as abertas podem existir – controle de pessoal, limpeza e ventilação Manusear o mínimo os pacotes e só quando estiverem completamente frios Considerar contaminados pacotes que caírem no chão Estocar os artigos sem danificar as embalagens Verificar validades Estabelecer rotinas de limpeza nesta área Cuidados com o transporte de materiais MONITORIZAÇÃO DOS PROCESSOS DEESTERILIZAÇÃO É um programa de controle de esterilização, incluindo métodos físicos, químicos e biológicos deve ser utilizado para demonstrar a eficiência do processo. Indicadores físicos: monitorizarão e registro das variáveis do processo, incluindo tempo, temperatura, umidade e concentração do esterilizante gasoso. Indicadores químicos: consistem em tiras de papel impregnadas com tinta termocrômica que mudam de cor quando expostas aos parâmetros de esterilização como tempo e temperatura. INDICADORES QUÍMICOS: CLASSE 1 : Indicadores de Processamento. Exemplo: fita de autoclave CLASSE 2: Indicadores para uso específico. Exemplo: Teste Bowie & Dick (teste de vácuo) CLASSE 3: Indicadores de Parâmetro único (monoparamétrico). CLASSE 4: Indicador de Multiparamétrico. Exemplo: Comply Teste CLASSE 5: Indicador de Integração. CLASSE 6: Simulador ou Emulador. INDICADORES BIOLÓGICOS é uma preparação padronizada de esporos bacterianos em suspensões contendo em torno de 106 esporos por unidade de papel filtro e um substrato de cultura. ROTINA DE TESTES Utilizar indicadores biológicos diariamente. Utilizar teste de Bowie & Dick em autoclaves pré-vácuo, na primeira carga do dia. Utilizar integradores em todos os pacotes (indicador químico interno). REGISTROS DOS ESTERILIZADORES Data e hora do ciclo Conteúdo da carga Temperatura e tempo de exposição Operador Resultado do teste de Bowie-Dick Resultados dos indicadores biológicos Resultados dos indicadores químicos Manutenção, reparos, calibração ATIVIDADE EM GRUPO: Para responder no caderno (sem nota) 1- Qual a importância do CME para assistência DIRETA ao paciente? 2- Destaque 1 aspectos importantes de cada um dos ambientes que compõe o CME (expurgo, preparo e acondicionamento, esterilização, armazenagem e distribuição) 3- Por que é importante o uso dos indicadores/integradores? 4- Descreva os riscos OCUPACINAIS latentes no CME, a norma que trata sobre eles e sugira medidas corretivas para minimizar danos que eles causam na saúde dos colaboradores do setor. Referências bibliográficas MINISTÉRIO DA SAÚDE – ANVISA. RDC Nº 15, DE 15 DE MARÇO DE 2012. Dispõe sobre requisitos de boas práticas para o processamento de produtos para saúde e dá outras providências. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2012/rdc0015_15_03_2012.html Ministério da Saúde – ANVISA. RDC 50, 21 de fevereiro de 2002 . Dispõe sobre o Regulamento técnico para planejamento, elaboração e avaliação de projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde. Disponível em: https://www20.anvisa.gov.br/segurancadopaciente/index.php/legislacao/item/rdc-50-de-21-de-fevereiro-de-2002 Ministério da Saúde – ANVISA. RDC 307, 14 de novembro de 2002. Altera a Resolução - RDC nº 50 de 21 de fevereiro de 2002 que dispõe sobre o Regulamento Técnico para planejamento, programação, elaboração e avaliação de projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde. Disponível em: https://cevs.rs.gov.br/upload/arquivos/201612/15140404-vigilncia-sanitria-rdc-307-02.pdf RAPOSO, Mytes; MORAES, Anamaris. CME – “O Coração Do Hospital” - Uma investigação ergonômica em centrais de materiais esterilizados nas Unidades Públicas de Saúde de Juiz de Fora – MG. XXV Encontro Nac. de Eng. de Produção – Porto Alegre, RS, Brasil, 29 out a 01 de nov de 2005. COSTA, Aline. ENFERMEIRO NA CENTRAL DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO: invisível, mas essencial. 2007. Dissertação apresentada ao programa de Pós- Graduação em Enfermagem do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde. UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, 2007. LEITE, Flavia Borges. Janeiro, CENTRAL DE MATERIAL ESTERILIZADO PROJETO DE REESTRUTURAÇÃO E AMPLIAÇÃO DO HOSPITAL REGIONAL DE FRANCISCO SÁ. http://bvsms.saude.gov.br/bvs/artigos/artigo_CME_flavia_leite.pdf. Ministério do Trabalho e Emprego (BR). Norma Regulamentadora nº 32. Portaria nº 485, de 11 de novembro de 2005. Brasília, DF: MTE; 2005. 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VIVANCO ATÉ A PRÓXIMA AULA!
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