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TUDO O QUE VOCÊ PRECISA SABER SOBRE SAÚDE E BEM-ESTAR EM UM SÓ LUGAR EDITORA CHEFE: JULIANA REIS 1O EDIÇÃO | 16 DE DEZEMBRO DE 2018 | LAURO DE FREITAS - BA ANSIEDADE O INIMIGO INVISÍVEL QUE DESAFIA OS JOVENS Irritabilidade, tensão constante e preocupação com o futuro. Certamente essas não são as primeiras coisas que vêm à nossa mente quando pensamos na palavra “juventude”não é verdade? ALIMENTAÇÃO BEM-ESTAR ESPORTE VITALIDADE QUE VEM DO PRATO YOGA, A ARTE DE VIVER PLENAMENTE A NOVA ERA DAS ACADE- MIAS DE MUSCULAÇÃO Saiba mais sobre os benefícios do cruvi- dorismo. P. 12. Aquele empurrãozinho que faltava para uma vida em equilibrio. P. 18 Além dos corpos sarados e definidos. Confira o que fala os especialistas. P. 24 2 espo- rteSsaúde 3 ANSIE -DADE O INIMIGO INVISÍVEL QUE DESAFIA OS JOVENS Por Juliana Reis 4 IRRITABILIDADE, TENSÃO CONSTANTE E PREOCUPAÇÃO COM FUTURO. Certamente essas não são as primeiras coisas que vêm à nossa mente quando pensamos na palavra “juventude”, não é verdade? O estranha- mento diante dessa associação de ideias prova que está mais do que na hora de abrirmos os olhos para a realidade que nos cerca, pois fato é que a incidência desses e outros sintomas tem sido cada vez mais freqüente entre a população jovem. A soma dos fatores aponta para um diag- nóstico muitas vezes subestimado: o transtorno de ansiedade. Antes de entender o problema, é importante di- ferenciá-lo da ansiedade transitória, que é uma resposta natural do organismo a uma ameaça ou desafio iminente. Desse ponto de vista, esse me- canismo desempenha um papel importantíssimo até mesmo para a sobrevivência do indivíduo, pois trata-se do processo que potencializa a ca- pacidade muscular (para uma provável necessi- dade de luta ou fuga) e a agilidade mental (para a tomada de decisões). o que é ? Letícia Lima Psicoterapeuta leticia_terapias@yahoo. com.br (71) 99922-1797 / 99102-8132 De acordo com a psica- nalista integrativa clí- nica Letícia Bacelar, na ansiedade transitória di- versos fluidos são libera- dos no organismo cons- tantemente, alterando o seu funcionamento nor- mal. É então que surgem sintomas como boca seca, tensão nos múscu- los da garganta devido à produção de cortisol, aumento de produção de glicose no fígado 5 saúde A situação requer atenção especial quando esse estado de tensão passa a ser frequente, prolon- gado, sem ameaça real aparente e, principal- mente, paralisante das atitudes cotidianas. Nesse contexto, a ansiedade adquire caráter patológi- co. Letícia explica que “de maneira metafórica, a ansiedade é uma velocidade interna do indivíduo que se sente ameaçado por algo ou alguém, ou mesmo pode ser proveniente de alguma vivência traumática”. Mas qual seria a razão para o au- mento do número de casos de ansiedade pato- lógica entre jovens do mundo inteiro nos últimos anos? A raiz do problema pode estar ainda na infância. “A RAIZ DO PROBLEMA PODE ESTAR AINDA NA INFÂNCIA” — o que eleva o nível de açúcar no sangue —, rápida tensão muscular, ativação do baço para levar mais oxigênio ao corpo, além do aumento do fluxo sanguíneo, que tanto pode causar rubor quanto palidez no sujeito ansioso. 6 te na vida adulta, é cheia de novas responsabili- dades e desafios que tendem a ser superados gradualmente, mas quando a ansiedade pato- lógica se faz presente, não é tão simples assim. Na opinião da psicanalista, a razão para tanta in- segurança não reside exclusivamente no indivíduo, mas é fruto de uma construção coletiva. “Vivemos num contexto histórico onde o medo é enfatizado e utilizado como forma de condicionar o outro, uma forma disfuncional de gerenciar situações, seja na interação familiar, social, religiosa ou financeira”, afirma Letícia. “Traduzindo em outras palavras: usa-se o medo como manipulação, uma forma de desestabilizar o outro e deter o controle sobre ele, o que é uma verdadeira desumanidade — seja com uma criança ou mesmo com um adulto inseguro, que geralmente se permite acatar tais comandos de forma irrefletida”, completa. E como esse processo acontece efetivamente? Se- gundo a psicanalista, a resposta pode vir da infân- cia que esses jovens tiveram. “Penso que o estilo de vida contemporâneo dinâmico, com muita in- formação e insegurança, quais as causas ? Não é novidade para ninguém que as fases de transição da vida naturalmente provo- cam um certo grau de stress, devido ao medo do desconhecido. A ju- ventude, momento em que o indivíduo deixa de ser adolescente e ingressa efetivamen- 77 é um fator de peso para o desenvolvimento des- ses transtornos, pois isso imputa uma aceleração interna à criança, de forma precoce. Ela então pre- cisa se adaptar à rotina do adulto, que é distinta da sua, e assim não pode vivenciar o tempo ne- cessário para seu amadurecimento e se enraizar no seu espaço principal, o familiar, para assimilar novas interações sociais e as futuras relações pro- fissionais”, reflete Letícia. E continua: “a própria instabilidade do núcleo familiar, com baixa qua- lidade na interação, muitas vezes leva a criança a perceber o ambiente como ameaçador e hostil. Todos esses são fatores que dificultam a forma- ção de vínculos saudáveis, o que contribui para a insegurança da criança, que permanece em esta- do de alerta, iniciando assim o frequente estado ansioso, caracterizado por muita preocupação e expectativas equivocadas quanto ao futuro”. saúde “ VIVEMOS NUM CONTEXTO HISTÓRICO ONDE O MEDO É ENFATIZADO “ 8 como minimizar as chances de ocorrência ? Não há como garantir imunidade à ansiedade patológica, mas certas medidas podem contri- buir muito para a prevenção. “Proporcionar à criança e ao adolescente um ambiente equili- brado, com boa escuta, diálogo, empatia, boas experiências, afeto e cuidado, bem como com a participação em tarefas básicas que consolidam melhor aprendizados e comportamentos, certa- mente promoverá o adequado amadurecimen- to”, enumera Letícia. Por seu próprio caráter incapacitante, a ansie- dade patológica deve ser tratada com toda a atenção. Letícia Bacelar explica que, dentre os profissionais que tratam as questões psíquicas, psicológicas e comportamentais, apenas o psi- quiatra está apto a prescrever medicação. No entanto, nada impede que o indivíduo inicie o tratamento com o psicólogo ou psicanalista, pois caso haja necessidade de medicação, será feito o encaminhamento para o profissional adequa- do. “Esse procedimento inclusive viabiliza a melhor aceitação do tratamento, pois ainda há uma grande resistência por parte das pessoas em buscarem atendimento psiquiátrico, devido à desinformação”, ressalta a médica. como tratar o problema ? 99 Embora seja uma condição de saúde mental, a ansiedade tem conseqüências de longo pra- zo no organismo do paciente como um todo (confira os sintomas no box), o que só refor- ça a importância do tratamento. Os prejuízos orgânicos atingem o trato digestivo — em es- pecial o estômago —, há risco de problemas cardiovasculares, a função respiratória é en- fraquecida, há sobrecarga do sistema ner- voso, surgem dificuldades para adormecer e até o sistema imunológico pode ser afetado. Quando perguntada sobre a melhor maneira de a judar quem sofre com o problema, Letícia não hesita para responder: “apoiando e orien- tando-o a buscar tratamento adequado com os profissionais que tratam as psicopatologias”, finaliza. Em qualquer idade, ansiedade é coisa séria e precisa ser cuidada integralmente para que o paciente tenha de volta sua plena quali- dade de vida. saúde “ Proporcionar à criança e ao adolescente um ambiente equilibrado...” 10 sintomas da ansiedade Irritabilidade, descontrole mental e emocional. Medo, tensão e nervosismo constantes. Dificuldade de concentração e para dormir. Preocupação excessiva com o futuro. Pensamento disfuncional negativo. Taquicardia, respiração ofe- gante ou falta de ar. Sudorese,tremores involuntá- rios, agitação motora de per- nas e braços. Boca seca, mãos e pés frios, tensão muscular. Dores abdominais, diarreia, náusea. Sensação de cansaço e fraqueza. psicológios físicos 11 1 2 3 4 sintomas da ansiedade A psicanalista Letícia Bacelar ressalta que todos os recursos a seguir favorecem o controle da an- siedade, mas não tratam os estados patológicos nem substituem o atendimento especializado com psicoterapeuta. Redução do consumo de bebi- das alcoólicas, energéticos e até mesmo de alguns suplementos alimentares, pois são estimulan- tes e potencializam os sintomas. A meditação promove ótimo resultado. Embora no come- ço seja difícil para o sujeito an- sioso, habituar-se à prática é possível se houver disciplina. Terapias naturais que reduzem o stress diário e promovem o bem-estar, como aromaterapia e yoga, costumam funcionar para muitos pacientes. A atividade física diária por pelo menos 30 minutos contribui para reduzir a ansiedade através da descarga de tensão física e emo- cional. Além disso, melhora o funcionamento cardiovascular, a condição do sistema circulatório e a oxigenação cerebral, além de aumentar a produção de seroto- nina, a substância do bem-estar e do prazer. HÁBITOS QUE AJUDAM A SUPERAR O PROBLEMA saúde 12 alimentação AAA 13 vivos ALI MEN- TOS VITALIDADE QUE VEM DO PRATO Por Juliana Reis 14 VOCÊ JÁ OUVIU FALAR EM CRUVIDORISMO? E EM ALIMENTAÇÃO VIVA? As duas expressões dão nome a uma mesma filosofia alimentar defendida por muitos profis- sionais de nutrição, e que tem conquistado o in- teresse dos adeptos de um estilo de vida mais natural. Conversamos com a nutricionista Fer- nanda Bacha para entender melhor essa tendên- cia, os fundamentos científicos que a sustentam e seus benefícios. CONFIRA! De modo literal, é isso que cruvidoris- mo quer dizer: consu- mo de alimentos crus. “A alimentação viva é uma dieta baseada em alimentos crus, ou comida crua ? que não passaram por nenhum processamento térmico acima de 50oC”, diz Fernanda. Entretan- to, seria impreciso reduzi-lo a essa definição sim- plória, pois trata-se da vertente alimentar de um estilo de vida bem mais abrangente. A prática surgiu nos Estado Unidos, na década de 1990, com o nome “raw food”. O movimento pode ser considerado o viés mais rigoroso do ve- getarianismo, pois defende o consumo somente de alimentos de origem vegetal no seu estado mais puro. “O MOVIMENTO PODE SER CONSIDERADO O VIÉS MAIS RIGOROSO DO VEGETARIANISMO...” 15 A ideia por trás do cruvi- dorismo é que os vege- tais são compostos por células vivas, e que as temperaturas elevadas destroem as enzimas que eles carregam. Se preservadas, essas mes- mas enzimas auxiliam o a explicação da ciência alimentação processo de digestão. Fernanda explica que “o estímulo ao consumo de alimentos crus garante maior aporte de fibras, vitaminas, minerais e compostos bioativos, que são fun- damentais para a nossa qualidade de vida”. Além de ser uma escolha saudável por si mesma, a alimentação viva estimula o aban- dono de hábitos alimentares prejudiciais à saúde. “Ao priorizar esse tipo de alimento, é reduzido o consumo dos industrializados, que acredito serem os piores vilões da ali- mentação moderna”, aponta a nutricionista. os benefícios Na opinião de Fernanda, todo o organismo sai ganhando quando nos dispomos a adotar uma dieta mais natural. “Acredito que chegamos a um ponto em que é necessário retroceder alguns passos para as nossas raízes de alimentação mais natural. O consumo de alimentos processa- dos, industrializados, ricos em aditivos químicos, açúcar e gorduras artificiais é o que tem adoe- cido a população. Pensar em alimentos vivos é voltar às origens”, defende. 16 A nutricionista enxerga benefícios dessa prática para a qualidade de vida em geral, sendo uma aliada até mesmo no tratamento de problemas como a ansiedade patológica. “A ansiedade pode ser devastadora e gerar vários desequilíbrios no Apesar dos muitos pon- tos positivos que carre- ga, o cruvidorismo não é recomendável para todos. “Para indivíduos com baixo peso ou que estão passando por al- gum tratamento médico que requeira maior apor- te calórico, ou ainda para pessoas que apresentam “... SENDO UMA ALIADA ATÉ MESMO NO TRATAMENTO DE PROBLEMAS COMO A ANSIEDADE PATOLÓGICA...” quem pode aderir? organismo, incluindo no sistema digestivo, o que tem muita relação com a alimentação. Quando nos alimentamos de manei- ra mais saudável, ocorre uma melhora de humor e de problemas relaciona- dos”, afirma. No entanto, Fernanda reforça a im- portância do acompanha- mento desses casos por profissionais especializa- dos em saúde mental: “é necessária uma aborda- gem multidisciplinar, com tratamento psicológico ou psiquiátrico”, completa. Fernanda Bacha Nutrição Funcional, Estética e Esportiva fernandabachanutri@gmail.com (71) 3018-0440 / 98178-8680 17 Por outro lado, a alimentação viva é altamen- te aconselhável para quem deseja “limpar” o organismo do excesso de alimentos altamen- te calóricos ou processados. Mesmo quando adotada apenas temporariamente, a prática costuma ser eficaz para ajudar a eliminar toxi- nas. Além de sentirem os efeitos no corpo, seus adeptos mais atentos a questões espirituais relatam que experimentam também maior cla- reza nessa área, além de clareza mental e uma conexão com a natureza. Se interessou e quer adotar o cruvidorismo? Antes de tudo, visite um nutricionista, que será capaz de avaliar se suas condições atuais per- mitem essa mudança de hábitos e de que ma- neira ela deve ser implementada para que não haja riscos à sua saúde. alimentação problemas digestivos, o mais aconselhável é a transição gradual, acrescentando frutas e vegetais a cada refeição”, explica a nutricio- nista. Ela também faz um alerta: “vale ressal- tar que o tratamento térmico a juda a reduzir a contaminação microbiológica, então é im- portante que seja feita a lavagem correta dos alimentos e que se tenha cuidado redobrado em relação a pacientes que estejam com bai- xa imunidade”. “ A ALIMENTAÇÃO VIVA É ALTAMENTE ACON- SELHÁVEL PARA QUEM DESEJA “LIMPAR” O ORGANISMO.” 18 BBbem-estar 19 YOGA A ARTE DE VIVER PLENAMENTE Por Juliana Reis 20 As tarefas diárias são mui- tas, os compromissos sociais preenchem completamente o tempo livre e as cobranças por desempenho exemplar e sucesso constante inundam todas as esferas da vida. Em meio a esse turbilhão de exi- gências, não sobra tempo para algo que deveria ser primor- dial: a conexão interior com nós mesmos. Embora não nos incomode tanto no dia a dia, em algum momento essa ne- gligência cobra seu preço, geralmente manifestado em forma de problemas de saúde física e/ou mental. Na contra- mão do comportamento que produz esse cenário encontra- -se o Yoga. O MUNDO CONTEMPORÂNEO NÃO NOS DÁ TRÉGUA! Muito mais que um conjunto de posturas e técni- cas de respiração, o Yoga é uma filosofia de vida baseada em conhecimentos existentes há mais de 5 mil anos. Seu nome deriva da palavra em sânscrito “yuj”, que quer dizer “integrar”, “unir”. Em português há duas grafias utilizadas — Yoga e Ioga —, ambas corretas. O ponto de partida 21 bem-estar No Ocidente, a faceta mais famosa desse siste- ma filosófico é a prática física associada a ela, na qual os praticantes — chamados de “Yogi” ou “Yogin” — são estimulados a encontrar, atra- vés de movimentos do corpo e da respiração, o caminho que conduz a respostas para questões fundamentais como “quem sou eu? ”e “qual a mi- nha vocação?”. De acordo com os Yoga Sutras de Patanjali, texto clássico fundamental que sistematiza os princí- pios dessa filosofia, o Yoga é o recolhimento das atividades da mente de modo que o indivíduo possa se reconciliar com sua própria essência e A caminhada exercê-la com ple- nitude. Quem nos apresenta esse uni- verso é Silvia Pro- serpio, arquitetaur- banista e voluntária instrutora de Yoga da Arte de Viver, uma organização internacional sem fins lucrativos que está presente em mais de 155 países. “Quando vi os efei- tos da prática do Yoga em minha vida, surgiu a vontade de que todos tivessem acesso a esse conhecimento tão precioso”, conta Silvia. Após completar um ano como praticante, ela foi aprovada na seleção para participar do treinamento de instrutores e após algum tempo conquistou permissão para ensinar. O MUNDO CONTEMPORÂNEO NÃO NOS DÁ TRÉGUA! Silvia Proserpio Arquiteta e instrutora vo- luntária da Arte de Viver | silproserpio@gmail.com (71) 98887-2149 22 O autoconhecimento advindo dessa busca é tão poderoso que impacta positivamente todas as áreas da vida da pessoa. Há até quem diga que o Yogi que se dedica corretamente alcança um sentimento de paz tão profundo que pode ser percebido na sua face iluminada. A instruto- ra Silvia confirma a impressão que muita gente tem de que, de um modo geral, os praticantes apresentam semelhanças em sua forma de en- carar o mundo e lidar com as situações: “Quando você se reco- necta com sua essência de paz e amor, algo que a prática constante do Yoga traz, naturalmen- te se torna mais calmo, feliz e respeitoso com a natureza e a sociedade” O destino Além de promover uma verdadeira transforma- ção de pensamentos e atitudes, o Yoga produz efeitos diretos na saúde do corpo. Silvia conta que “além de tônus muscular e flexibilidade, a prática estimula melhorias nos sistemas linfáti- co, cardiovascular e pulmonar, aumento da imu- nidade, entre outros benefícios”. Como se esses ganhos não fossem suficientes, o Yoga também é reconhecido por ser um exce- lente aliado no tratamento de condições como, por exemplo, a ansiedade patológica, que é ca- racterizada por um estado de tensão constante tão acentuado que chega a ser paralisante. “O que provoca a ansiedade? A mente no fu- turo. Como trazer a mente para o momento presente: com a prática do Yoga”, sentencia a instrutora. Vale sempre lembrar que, quando o assunto é saúde mental, nem o Yoga, nem qual- quer outra prática, deve ser tida como substi- tuta do acompanhamento por um profissional de psicoterapia com competência para tratar o caso específico do paciente. “O Yoga traz centramento, controle do stress, das emoções e dos pensamentos, consciência do momento presente, redução da ansiedade e do medo”, enumera a instrutora. A lista de benefí- cios se estende: “Ele traz também aumento da confiança, mentalidade mais positiva e meditati- va, entusiasmo, foco, conexão, liberdade e felici- dade”, completa Silvia. Para quem deseja iniciar-se nessa filosofia, a boa notícia é que não há contraindicação. “A Yoga é para todos. Até os sete anos, naturalmente so- mos todos Yogis, então não há necessidade de aulas nessa fase”, explica nossa entrevistada. Quanto àquele empurrãozinho necessário para 23 dar o primeiro passo, a instrutora tem uma dica: “COMECE! A mente tem a tendên- cia de adiar as coi- sas que são positivas para a nossa vida. Experimente durante 40 dias e veja o efei- to. Depois disso você decide se continua ou não”. Com tantos benefícios acenando no horizonte, difícil mesmo vai ser en- contrar quem queira voltar atrás depois de ter iniciado essa jornada! 24 TITULO E esporte 25 A NOVA ERA DAS ACADEMIAS DE MUSCULAÇÃO Por Juliana Reis 26 PARE E PENSE POR UM MINUTO: QUANTAS PESSOAS QUE VOCÊ CONHECE FREQUENTAM UMA ACADEMIA ATUALMENTE? BASTANTE GENTE, NÃO É? Talvez você mesmo esteja incluído nessa es- tatística. A atividade física orientada para ob- jetivos específicos tem atraído cada vez mais praticantes de todas as idades. Do jovem que busca desenvolver um corpo definido ao idoso que quer manter-se em movimento, o perfil dos alunos das academias é diverso. Para o empre- sário e professor de educação física Renato Pe- tersen, essa variedade passa longe de ser um problema. “Trabalhamos com um grupo hetero- gêneo, brinco que é ‘dos oito aos oitenta’ anos. O mais importante é realizar um trabalho que respeite as individualidades biológicas, para, a partir disso, termos uma prescrição de ativida- de que desenvolva as valências de cada indi- víduo e otimize a conquista de seus objetivos”, destaca Renato. 27 esporte Se engana quem pen- sa que os benefícios da prática se limitam a redução da gordu- ra corporal, ganho de massa muscular e de condicionamento físi- co. O professor conta que, de acordo com estudos, antes mesmo desses efeitos percep- esforço que dá resultado tíveis, a principal conseqüência da atividade físi- ca é a liberação de endorfina no cérebro, o hor- mônio responsável pela sensação de bem-estar. Praticante de musculação, o consultor de negó- cios Osmário de Souza, 35 anos, sabe bem o que é isso: “a autoestima fica lá em cima! Ajuda muito a diminuir o stress do dia a dia”, diz. Em relação aos resultados físicos obtidos, a ex- plicação para a eficácia da musculação é que, diferente do que acontece em outros tipos de atividade, nela é possível combinar valências de cadência e força, a fim de equalizar um trabalho de intensidade coerente com a necessidade de cada aluno. Pelo fato de gerar adaptações neu- rais e musculares mais definitivas, essa modali- dade permite um trabalho mais linear e propor- cional para toda a musculatura corporal. 28 Não é por acaso que os jovens, geralmente mais preocupados com questões estéticas e resul- tados rápidos, buscam a musculação cada vez mais cedo, antes mesmo de completarem 15 anos. No passado, esse interesse era desenco- ra jado, mas atualmente a profissionalização da área já permite atender o público adolescente sem que a prática traga prejuízos à saúde do aluno. “Durante muito tempo, a musculação foi tida como vilã do crescimento infantil, por ‘fe- char as placas de crescimento’. Porém, muitos estudos recentes demonstram apenas benefí- cios e desmistificam completamente essa sus- peita. O cuidado que se deve ter é o mesmo que se tem em qualquer atividade física, ela deve ser bem orientada para respeitar a fase de evo- lução de cada indivíduo”, afirma Renato. Quanto à idade mínima, ele orienta que o imprescindí- vel até os 13 anos é a prática de esportes, mas em caso de obesidade ou resistência à prática esportiva, o professor garante que não há pro- blema em se iniciar um trabalho na academia antes dessa idade. A profissionalização faz a revolução 29 Quem compartilha dessa opinião profis- sional é o ortopedis- ta e traumatologista Tarso Leal, que re- força a importância de incentivar que as crianças se exerci- tem desde cedo. “Es- tudos da Sociedade Americana de Pedia- tria já comprovam os benefícios da ativi- dade física na infân- cia, pois ela a juda Fernanda Bacha Nutrição Funcional, Estética e Esportiva fernandabachanutri@gmail.com (71) 3018-0440 / 98178-8680 a definir a quantidade de massa magra que o paciente terá na vida adulta. O que se aconse- lha é que, na infância, como o corpo ainda está crescendo, não haja tantas atividades de im- pacto, mas atividades aeróbicas, como natação e corrida”, explica. “A partir da adolescência as atividades com peso começam a ser liberadas progressivamente, para estímulo do desenvolvi- mento da massa muscular, sempre respeitando os limites de cada um. É um mito que nesta fase a musculação altera o crescimento. O adoles- cente que inicia cedo vai ter melhor desenvolvi- mento motor, físico, aumento da densidade ós- sea e mineral. Não existe uma idade específica, pode ser iniciada a qualquer tempo, desde que bem orientada, para evitar lesões”, garante o médico. O educador ressalta que a atividade física em academias agora é vista de forma muito dife- rente, principalmente pelos médicos, pois estes passaram a entender que os profissionais hoje em dia têm um grau de capacitação que não tinham há duas décadas. “Eu trabalhei dentro 30 Enquanto profissionais das academias qualifi-cam-se cada vez mais e a As “promessas milagrosas” da internet quantidade de in formações disponíveis au- menta, ironi- camente cres- ce também o volume de in formações equivocadas disseminadas nas redes sociais. Renato conta que gosta des- construir esses equívocos em suas aulas, conver- sando com os praticantes. “Explico que as ‘fór- mulas mágicas’ de redes sociais são tentadoras, mas que para todo benefício rápido existe um risco. O aluno precisa entender que a conquista saudável do seu objetivo requer uma mudança de hábito, e que ela deve ser contínua”, adverte o educador físico. de sala de musculação nesses últimos 20 anos, participando assiduamente dessa transforma- ção. Saímos da margem da sociedade e trans- formamos nossa profissão em uma área muito respeitada, capaz de dialogar com médicos e nutricionistas para discutir estratégias de igual para igual. É muito satisfatório perceber isso”, relata. 31 Por falar em continuidade, a freqüência mínima de atividade física definida pela Organização Mundial da Saúde para que se considere que uma pessoa saiu do sedentarismo é de três ve- zes por semana. Já a freqüência ideal para que seja possível desenvolver um plano de treina- mento bastante satisfatório, com avanços mais rápidos, é de cinco vezes por semana, de acordo com Renato. Além dos inquestionáveis resultados visíveis, a musculação traz uma série de benefícios à saúde e à qualidade de vida de seus praticantes (confi- ra no box). A endorfina, hormônio do bem-estar do qual já falamos, é capaz de ajudar até mesmo no controle do stress e da ansiedade, embora os casos mais severos dessa última — estágio em que a medicina passa a chamá-la de ansiedade patológica — devam ser sempre acompanhados por profissionais de psicoterapia. Isso porque ati- vidade física é uma aliada poderosa, mas jamais uma substituta do tratamento médico especiali- zado de qualquer problema. Renato finaliza nossa conversa com um convi- te a todos que desejam experimentar essa ati- vidade: “comece, pois é viciante! Precisamos quebrar o ciclo dos dois primeiros meses, onde ocorrem 70% das desistências. Depois disso o corpo se acostuma e não quer mais parar de praticar, passa a sentir falta”, conclui. “...AS ‘FÓRMULAS MÁGICAS’ DE REDES SOCIAIS SÃO TENTA- DORAS, MAS QUE PARA TODO BENEFÍCIO RÁPIDO EXISTE UM RISCO...” Muito mais que corpos sarados POR QUE MALHAR? POR QUE MALHAR? POR QUE MALHAR? para melhorar para aumentar para controlar Concentração, qualida- de do sono, imunidade, disposição, desempenho sexual e convívio social. Logevidade e autoestima. Apetite, índices labora- toriais (como triglicerí- deos e colesterol). para previnir Doenças metabóli- cas (como o diabe- tes), osteoporose. para reduzir Dores articulares, dores na coluna, stress e ansiedade. 32 Fique informado em qualquer lugar, nos siga nas redes sociais: @sabesaude
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