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ATELIER DE PRÁTICAS DE ESTÁGIO I 
PROFESSOR MS FABRICIO TAVARES 
2014/02 
ORGANIZAÇÃO DO CONTEÚDO 
 1. Concepção de Direitos 
 2. Conceito de Estado 
 3.Tipos de Estado 
 4.Políticas Sociais- Conceitos 
 5. Estado e Política Neoliberal 
 6. Políticas Setoriais 
 7. Conselhos 
 8. Temas Importantes 
 
 
1. CONCEPÇÃO DE DIREITOS 
 1º Geração: Direitos Civis e Políticos: conquistas ocorridas nos séculos XVIII 
e XIX. São direitos exigidos pelo homem individualmente e tem como principio 
opor-se à presença da intermediação do Estado para o seu exercício, pois é o 
homem fundido na ideia da liberdade, que deve ser o titular dos Direitos Civis, 
exercendo-os conta o poder do Estado, ou no caso dos Direitos Políticos, 
exercê-los na esfera de intervenção do Estado. 
 2º Geração: Direitos Sociais. São exercidos pelos homens por meio da 
intervenção do Estado, que é quem deve provê-lo. É no âmbito do Estado que 
os homens buscam o cumprimento dos Direitos Sociais, embora ainda o façam 
de forma individual. Esses direitos vêm se constituindo desde o século XIX, 
mas ganharam evidência no XX. Ancoram-se na ideia da igualdade, que se 
constitui numa meta a ser alcançada,buscando enfrentar as desigualdades 
sociais. 
 Desde o século XX, evidenciam-se os movimentos por reconhecimento dos 
direitos da 3º geração. São evidenciados o direito ao desenvolvimento, à 
paz, ao meio ambiente, findados na ideia da solidariedade. Natureza coletiva 
e também difusa, pois não é apenas o individuo que assume a titularidade, mas 
a família, os povos, as nações que requerem. (COUTO, 2006) 
2. CONCEITO DE ESTADO 
 Alguns autores dizem que não há concepções divergentes ou 
rivais na sua definição. 
Conceito: 
 um conjunto de instituições e prerrogativas, entre as quais, o 
poder coercitivo, que só o Estado possui por delegação da própria 
sociedade; 
 o território, isto é, um espaço geograficamente delimitado onde o 
poder estatal é exercido. Muitos denominam esse território de 
sociedade, ressaltando a sua relação com o Estado, embora esse 
mantenha relações com outras sociedades, para além de seu 
território; 
 um conjunto de regras e condutas reguladas dentro de um 
território, o que ajuda a criar e manter uma cultura política 
comum a todos os que fazem parte da sociedade nacional ou do 
que muitos chamam de nação. (PEREIRA, 2009) 
2. CONCEITO DE ESTADO 
 Outros, ao contrário, afirmam que definir Estado é tarefa quase 
impossível, porque ele é constituído de vários aspectos e, 
dependendo dos aspectos considerados, a definição varia. 
Conceito: 
 Há diferentes entendimentos a respeito de certas noções de Estado. 
 O Estado designa uma forma política e historicamente constituída. Seu 
aparecimento está ligado a certas épocas e circunstâncias, que podem 
ser datadas, e seu desaparecimento ou substituição ocorrerá quando 
essas condições desaparecerem. Isso quer dizer que é necessário 
distinguir o tipo de Estado a que os referimos: feudal, burguês, 
socialista. 
 A definição de Estado está associada aos seus órgãos ou elementos 
constitutivos e, às vezes, confunde‐se com eles. Para uns, Estado e 
governo são a mesma coisa. Para outros, o Estado se identifica com a 
burocracia ou com a justiça. (PEREIRA, 2009) 
2. CONCEITO DE ESTADO 
 Na verdade, o Estado não existe em abstrato (sem 
vinculações com a realidade e com a história) e nem de 
forma absoluta (assumindo sempre uma única 
configuração). Quando se fala de Estado, é preciso 
especificá‐lo, isto é, qualificá‐lo, porque ele existe sob 
diferentes modalidades, formas e contextos. Um mesmo 
país pode viver sob o domínio de um Estado totalitário, em 
um determinado momento, e de um Estado democrático, 
em outro. 
 É algo em movimento e em constante mutação. Trata‐se de 
um fenômeno que tem que ser pensado e tratado como um 
processo, a despeito de algumas ideologias pretenderem 
vê‐lo como um ente que se basta a si mesmo (visão 
metafísica). (PEREIRA, 2009) 
2. CONCEITO DE ESTADO 
 O Estado também tem índole relacional porque não é um 
fenômeno isolado, fechado, circunscrito a si mesmo e auto-
suficiente, mas algo em relação. Contudo, a relação exercitada 
pelo Estado não se dá de forma mecânica, linear ou como 
justaposição de elementos que se agregam sem se 
interpenetrarem. 
 É por meio da relação com a sociedade que o Estado abrange 
todas as dimensões da vida social, todos os indivíduos e classes, e 
assumem diferentes responsabilidades, inclusive as de atender 
demandas e reivindicações da sociedade em seu conjunto (não só 
de uma classe). Por isso, apesar de ele ser dotado de poder 
coercitivo, também pode realizar ações protetoras, desde que 
pressionado e controlado pela sociedade. (PEREIRA, 2009) 
2. CONCEITO DE ESTADO 
 É uma instituição constituída e dividida por interesses diversos, tendo 
como principal tarefa administrar esses interesses, mas sem 
neutralidade. 
 O poder do Estado representa a força concentrada e organizada da 
sociedade (o bloco no poder) com vista a regular a sociedade em seu 
conjunto. 
 O Estado pode ser considerado “o lugar de encontro e a expressão” de 
todas as classes porque, embora ele zele pelos interesses das classes 
dominantes e tenha, ele mesmo, um caráter de classe, esse zelo se dá de 
forma contraditória. Isso porque, para manter as classes dominadas 
afastadas do bloco no poder, ele tem de incorporar interesses dessa 
classe e acatar a interferência de todos os integrantes da sociedade nos 
assuntos estatais, para poder se legitimar e preservar o próprio bloco no 
poder. É relacionando‐se com todas as classes que o Estado assume 
caráter de poder público e exerce o controle político e ideológico sobre 
todas elas. (PEREIRA, 2009) 
2. CONCEITO DE ESTADO 
 Estudar o Estado é estudar uma arena tensa e contraditória, 
na qual interesses e objetivos diversos e opostos se 
confrontam. No contexto capitalista, coexistem, nessa 
arena, interesses tanto dos representantes do capital, em se 
reproduzir e se ampliar à custa do trabalho, quanto dos 
trabalhadores, em partilhar da riqueza acumulada e influir 
no bloco no poder. 
 O Estado representa mais do que um conjunto de 
instituições com autoridade para tomar decisões, e com 
poder coercitivo, pois se configura também como uma 
relação de dominação, que deve ser controlada pela 
sociedade. (PEREIRA, 2009) 
2. CONCEITO DE ESTADO 
 A noção de governo difere da noção de Estado, pois, 
enquanto este é uma relação de dominação, aquele 
constitui um conjunto de pessoas jurídicas e órgãos que 
exerce, institucionalmente, o poder político, ou a 
dominação, numa determinada sociedade. 
 São governantes, portanto, o conjunto de pessoas jurídicas 
que governa o Estado e, governados, aqueles que estão 
sujeitos ao poder do governo na esfera estatal. Por essa 
perspectiva, o governo constitui um aspecto do Estado. 
(PEREIRA, 2009) 
3. TIPOS DE ESTADO 
Estado Liberal 
 Surgiu das lutas contra o Absolutismo. Princípios de 
individualismo e dos Direitos Naturais. 
 É preciso conservar a disposição para competição na 
sociedade. Toda a tutela pelo Estado é desmanteladora do 
espírito empreendedor, tão necessário ao desenvolvimento 
do capitalismo. (COUTO, 2006) 
 
 
3. TIPOS DE ESTADO 
Estado de Bem Estar Social – Welfare State 
 No contexto da crise econômica de 1929 e do crescimento 
das desigualdades e das tensões sociais, surgiu no âmbito 
mundial, a proposta do Estado Social, que alcança sua 
consolidação e desenvolvimento no pós-guerra. (décadas 
50 e 60). 
 Os pilares do Estado de Bem Estar Social foram 
construídos a partir da solidariedade social, nascida na 
guerra: 
 - garantir uma Renda mínima para as famílias; 
 - garantir status ou classe, a todos os cidadãos; (COUTO, 
2006) 
 
 
3. TIPOS DE ESTADO 
Estado Neoliberal 
 1979 – Inglaterra e 1980 – EUA, optam a derrocata do 
Estado de bem estar social. Quebra do poder dos 
sindicatos, desregularização do trabalho,a retirada parcial 
do Estado da intervenção na área social. 
 O ajuste proposto a partir das orientações teóricas 
neoliberais recoloca a questão dos Direitos Sociais como 
um problema a se enfrentado pela sociedade. 
 A orientação teórica de recorte neoliberal vem sendo 
questionada com a desregulamentação dos Direitos. 
Consequências bastante diversas para os países que 
construíram um sistema forte de proteção social. (COUTO, 
2006) 
 
4.POLÍTICA SOCIAL- CONCEITO 
 Indefinição do termo política social. A tendência é 
empregá-lo de forma genérica e sem a devida mediação 
teórico-conceitual. (PEREIRA, 2009, p.163-164) 
 Conceituar e definir política social implica reconhecer que 
existem paradigmas ou estatutos epistemológicos 
competitivos e rivais colocados à disposição desse processo. 
(PEREIRA, 2009, p.165) 
 (...)como produto da relação dialeticamente contraditória 
entre estrutura e historia e, portanto, de relações – 
simultaneamente antagônicas e recíprocas – entre capital x 
trabalho, Estado x Sociedade, e princípios de liberdade e da 
igualdade que regem os direitos de cidadania. (PEREIRA, 
2009, p.166) 
4.POLÍTICA SOCIAL- CONCEITO 
 Política social se apresenta como um conceito complexo que não 
condiz com a ideia pragmática de mera provisão ou alocação de 
decisões tomadas pelo Estado e aplicadas verticalmente na 
sociedade. (PEREIRA, 2009, p.166) 
 (...) jamais deverá ser compreendida como um processo linear, de 
conotação exclusivamente positiva ou negativa, ou a serviço 
exclusivo desta ou daquela classe. Na realidade, ela tem se mostrado 
simultaneamente positiva e negativa e beneficiado interesses 
contratios de acordo com a correlação de formas prevalecente. É 
isso que torna a política social dialeticamente contraditória. É essa 
contradição que permite à classe trabalhadora e aos pobres em 
geral, também utilizá-la a seu favor. (PEREIRA, 2009, p.166) 
 (...) ela é identificada como uma política de ação, que tem perfil, 
funções e objetivos próprios e produz impactos no contexto em que 
atua. (PEREIRA, 2009, p.166) 
4.POLÍTICA SOCIAL- CONCEITO 
 Trata-se, portanto, de uma categoria acadêmica e política, 
de constituição teórico e prática, que não apenas se dispõe 
a conhecer e explicar o mundo real, mas também a agir 
neste mundo, visando mudanças. (PEREIRA, 2009, p.166) 
 A política social refere-se a princípios que governam 
atuações dirigidas a fins, com o concurso de meios, para 
promover mudanças, seja em situações, sistemas e práticas, 
seja em condutas e comportamentos. (PEREIRA, 2009, 
p.171) 
 O conceito de política social só tem sentido se quem a 
utiliza acreditar que deve (política e eticamente) influir 
numa realidade concreta que precisa ser mudada. 
(PEREIRA, 2009, p.171) 
4.POLÍTICA SOCIAL- CONCEITO 
 Apesar do termo política social estar relacionado a todos os outros 
conteúdos políticos, ele possui identidade própria. Refere-se à 
política de ação que visa, mediante esforço organizado e pactuado, 
atender necessidades sociais cuja resolução ultrapassa a iniciativa 
privada, individual e espontânea, e requer deliberada decisão 
coletiva regida por princípios de justiça social que, por sua vez, 
devem ser amparados por leis impessoais e objeticas, garantidoras 
de direitos. (PEREIRA, 2009, p.171-172) 
 A política social está inextrincavelmente relacionada ao Estado, 
governos, políticas e aos movimentos da sociedade (...) ela envolve o 
exercício do poder praticado, concomitantemente, por indivíduos, 
grupos, profissionais, empresários, trabalhadores, entre vários 
segmentos sociais que tentam influir na sua constituição e direção 
(PEREIRA, 2009, p.172) 
4.POLÍTICA SOCIAL- CONCEITO 
 A política social assume uma concepção que levanta pelo 
menos as seguintes questões: 
 Embora o termo policy signifique basicamente princípios para 
ação, o termo social, que a complementa, qualifica a ação a ser 
desenvolvida e os requerimentos indispensáveis à satisfação de 
demandas e necessidades. 
 Apesar de nem sempre a política social produzir bem estar, este 
é de fato o seu fim ultimo – do contrário o termo social perderá 
consistência. E mais, para ser social, uma política de ação tem 
que lidar com diferentes forças e agentes em disputa por 
recursos e oportunidades, sem perder a sua contraditória 
irredutibilidade a um único domínio. (PEREIRA, 2009, p.172) 
4.POLÍTICA SOCIAL- CONCEITO 
 
 (...) a política social é uma espécie do gênero política 
pública. Fazem parte desse gênero relativamente 
recente na pauta dos estudos políticos, todas as 
políticas (entre quais a econômica) que requerem a 
participação ativa do Estado, sob o controle da 
sociedade, no planejamento e execução de 
procedimentos e metas voltados para a satisfação de 
necessidades sociais. (PEREIRA, 2009, p.173) 
 São vistas como mecanismos de manutenção da força 
de trabalho, em alguns momentos, em outros como 
conquistas dos trabalhadores, ou como doação das 
elites dominantes, e ainda como instrumento de 
garantia do aumento da riqueza ou dos direitos do 
cidadão. 
 Historicamente, o estudo das políticas sociais deve ser 
marcado pela necessidade de pensar as políticas sociais 
como “concessões ou conquistas”, na perspectiva 
marxista de uma ótica da totalidade. (PIANA, 2013) 
 
 
4.POLÍTICA SOCIAL- CONCEITO 
 as políticas sociais são entendidas como fruto da 
dinâmica social, da inter-relação entre os diversos 
atores, em seus diferentes espaços e a partir dos 
diversos interesses e relações de força. 
 Surgem como “[...] instrumentos de legitimação e 
consolidação hegemônica que, contraditoriamente, 
são permeadas por conquistas da classe trabalhadora” 
 surge no capitalismo com as mobilizações operárias e a 
partir do século XIX com o surgimento desses 
movimentos populares, é que ela é compreendida 
como estratégia governamental. (PIANA, 2013) 
 
 
4.POLÍTICA SOCIAL- CONCEITO 
 Pode-se afirmar que não há política social desligada 
das lutas sociais. 
 De modo geral, o Estado assume algumas das 
reivindicações populares, ao longo de sua existência 
histórica. 
 Os direitos sociais dizem respeito inicialmente à 
consagração jurídica de reivindicações dos 
trabalhadores. Certamente, não se estende a todas as 
reivindicações, mas na aceitação do que é conveniente 
ao grupo dirigente do momento. (PIANA, 2013) 
 
 
4.POLÍTICA SOCIAL- CONCEITO 
 O surgimento das políticas sociais foi gradativo e 
diferenciado entre os países, com base nos 
movimentos e organizações reivindicatórias da classe 
trabalhadora e na correlação de forças no âmbito do 
Estado. 
 A história relata que é no final do século XIX o período 
em que o Estado capitalista passa a assumir e a realizar 
ações sociais mais amplas, planejadas e sistematizadas 
sob caráter de obrigatoriedade. (PIANA, 2013) 
 
 
4.POLÍTICA SOCIAL- CONCEITO 
5. ESTADO E POLÍTICA NEOLIBERAL 
 
 A ênfase na chamada “sociedade civil ativa” passou a 
integrar as propostas dos governos, mediante um apelo 
moral à participação em torno da cidadania e das ações 
voltadas à superação da pobreza e das desigualdades. 
 Essa pedagogia participacionista articulou homens e 
mulheres em torno das demandas mais caras ao 
projeto societário do grande capital, e deu suporte ao 
fortalecimento ideológico e político da hegemonia 
burguesa. (SIMIONATTO & LUZA, 2011, p. 221) 
 É sob esta lógica que as administrações municipais vêm construindo 
seus procedimentos de gestão e de execução de programas e serviços 
sociais, com ampla participação do setor público não estatal, cujas 
ações de indivíduos e grupos contribuem direta e indiretamente na 
materialização da perspectiva de descentralização, focalização e 
privatização das políticas sociais e, no mesmo curso, para a 
despolitização da sociedade civil. (SIMIONATTO & LUZA, 2011, p. 
217) 
 Tal contexto remete aos desdobramentos da contrarreforma do 
Estado brasileiro, que tem implicado uma profunda 
reconfiguraçãodo setor público, em curso desde os governos FHC 
(1995-2002) e Luís Inácio Lula da Silva (2003-2010), mediante um 
conjunto de atos normativos federais, sancionados a partir da 
década de 1990, que passam a legitimar a participação da sociedade 
civil na execução de serviços de caráter público. (SIMIONATTO & 
LUZA, 2011, p. 217) 
5. ESTADO E POLÍTICA NEOLIBERAL 
 A relação Estado-sociedade civil, pautada nessa filosofia 
colaboracionista, ganhou impulso com o Programa 
Comunidade Solidária, fomentando a emergência das 
empresas cidadãs voltadas ao desenvolvimento social 
sustentável. 
 Através do Grupo de Institutos, Fundações e Empresas 
(GIFE) e do Instituto Ethos de Responsabilidade Social, 
criados respectivamente em 1995 e 1998, começaram a 
despontar empresas de responsabilidade social, que, sob a 
noção de capitalismo ético e de empresa cidadã, vêm 
atuando junto à ONU para tornar o mercado e o 
capitalismo mais humanos. (SIMIONATTO & LUZA, 2011, 
p. 217) 
5. ESTADO E POLÍTICA NEOLIBERAL 
 Também emergiram neste contexto, através do Programa de 
Publicização, as Organizações Sociais (OSs) e as Organizações 
Sociais da Sociedade Civil de interesse Público (OSCIPs), 
entidades que, na realidade brasileira, constituem-se em novas 
modalidades institucionais de direito privado, fomentadas a 
partir de estímulos fiscais (isenções) a fim de partilhar, por meio 
de parcerias, responsabilidades com a aparelhagem estatal nas 
áreas de Educação, Saúde e Assistência Social. 
 Essa nova arquitetura da sociedade civil acomodou “um 
associativismo prestador de serviços sociais de ‘interesse público’, 
em oposição ao associativismo majoritariamente reivindicativo 
dos anos 1980”. (SIMIONATTO & LUZA, 2011, p. 217) 
5. ESTADO E POLÍTICA NEOLIBERAL 
 O pragmatismo ganha relevo no gerenciamento das demandas e 
na delimitação da população a ser atingida pelos programas 
sociais, ou ainda, em relação aos que podem ser incluídos, não 
por suas necessidades, mas pelo custo que podem significar aos 
cofres públicos. 
 Esfuma-se aqui qualquer perspectiva vinculada aos direitos 
sociais duramente conquistados e assegurados na Carta de 1988, 
à medida em que prevalece a lógica do mercado na gestão e na 
execução das políticas sociais. As demandas e necessidades 
sociais são reduzidas a uma questão de natureza técnica, o que 
implica em consequências tanto no tocante à formulação de 
políticas públicas, quanto à ampliação e consolidação de 
processos democráticos. (SIMIONATTO & LUZA, 2011, p. 219) 
5. ESTADO E POLÍTICA NEOLIBERAL 
 Programas reforçam o desmantelamento da política de Assistência 
Social, revelando a desresponsabilização do Estado e a 
refilantropização da questão social, com ações que reatualizam as 
práticas da caridade e do clientelismo, da benemerência e da 
filantropia, normalmente perpassadas por um ideário valorativo da 
“sociedade solidária” e de grande permeabilidade no marketing 
político tanto público quanto privado. 
 Nesse sentido, na medida em que amplos setores da população 
ficarão descobertos pela assistência estatal e também não terão 
condições de acesso aos serviços privados, transfere-se para a órbita 
da sociedade civil a responsabilidade em assisti-los, por meio de 
práticas caritativas, de ajuda mútua ou de autoajuda. 
(SIMIONATTO & LUZA, 2011, p. 219) 
5. ESTADO E POLÍTICA NEOLIBERAL 
 Os diferentes governos sob os fundamentos da ideologia neoliberal, 
através de um processo de contrarreformas têm aprofundado a 
hegemonia da “pequena política” e consolidado de forma hegemônica a 
desresponsabilização do Estado e o repasse de suas funções à sociedade 
civil. De arena de luta de classes e disputa de projetos societários, a 
sociedade civil foi convertida num espaço de coesão social e 
harmonização entre as classes sociais a serviço do capital. 
 Com a intensificação e legitimação do repasse de serviços do Estado 
para a esfera pública não estatal e a iniciativa privada, a gestão das 
políticas sociais assume uma perspectiva fragmentada, haja vista que a 
execução não é originária do mesmo lugar em que estas são pensadas, 
existindo uma instância do planejamento das ações e outra de execução 
dos serviços, autônoma, quase que isenta da interferência do Estado, 
retratando a fragmentação existente neste processo. (SIMIONATTO & 
LUZA, 2011, p. 224) 
5. ESTADO E POLÍTICA NEOLIBERAL 
 Resulta, portanto, da contrarreforma do Estado brasileiro uma lógica 
perversa para as políticas sociais, especialmente na ponta do sistema 
(esfera municipal), movida pelo interesse privado de grupos e segmentos 
sociais que reforçam a focalização, a seletividade e uma “progressiva 
mercantilização do atendimento às necessidades sociais” 
 Os serviços oferecidos pelo Estado “deixam de expressar direitos”, 
convertendo-se em mercadorias adquiridas no mercado por aqueles que 
podem pagar. 
 A mesma lógica perversa atravessa a sociedade civil, que vem sendo 
gradativamente destituída de sua perspectiva crítica e fundante de novas 
hegemonias para tornar-se uma sociedade proativa, em favor do capital, 
que a isola e a mantém em seu campo de visão para utilizá-la na 
consolidação de seus interesses. 
 Estado, sociedade civil e políticas sociais caminham, assim, na 
contracorrente de um projeto político de ampliação de cidadania, de um 
Estado forte para as classes subalternas e de uma sociedade civil portadora 
da grande política, fundadora de novas hegemonias e de novos Estados. 
(SIMIONATTO & LUZA, 2011, p. 217) 
 
5. ESTADO E POLÍTICA NEOLIBERAL 
 Resulta, portanto, da contrarreforma do Estado brasileiro uma lógica 
perversa para as políticas sociais, especialmente na ponta do sistema 
(esfera municipal), movida pelo interesse privado de grupos e segmentos 
sociais que reforçam a focalização, a seletividade e uma “progressiva 
mercantilização do atendimento às necessidades sociais” 
 Os serviços oferecidos pelo Estado “deixam de expressar direitos”, 
convertendo-se em mercadorias adquiridas no mercado por aqueles que 
podem pagar. 
 A mesma lógica perversa atravessa a sociedade civil, que vem sendo 
gradativamente destituída de sua perspectiva crítica e fundante de novas 
hegemonias para tornar-se uma sociedade proativa, em favor do capital, 
que a isola e a mantém em seu campo de visão para utilizá-la na 
consolidação de seus interesses. 
 Estado, sociedade civil e políticas sociais caminham, assim, na 
contracorrente de um projeto político de ampliação de cidadania, de um 
Estado forte para as classes subalternas e de uma sociedade civil portadora 
da grande política, fundadora de novas hegemonias e de novos Estados. 
(SIMIONATTO & LUZA, 2011, p. 217) 
 
5. ESTADO E POLÍTICA NEOLIBERAL 
 Tem-se em quase todo o mundo, o desmonte das políticas 
nacionais de garantias sociais básicas, cujas principais 
implicações estão voltadas aos cortes de programas sociais à 
população de baixa renda, à diminuição dos benefícios da 
seguridade social e à criminalização da pobreza com o incentivo 
às práticas tradicionais de clientelismo, à filantropia social e 
empresarial, à solidariedade informal e ao assistencialismo, 
revestidos de práticas alternativas e inovadoras para uma 
realidade de pobreza e exclusão social. 
 Políticas Sociais na contemporaneidade: caráter eventual e 
complementar por meio de práticas fragmentadas e 
compensatórias. (PIANA, 2013) 
 
5. ESTADO E POLÍTICA NEOLIBERAL 
Política de 
Assistência Social 
Educação 
Habitação 
Direitos Humanos 
e Cidadania 
Trabalho e Renda 
Desenvolvimento 
Rural 
Justiça e Segurança 
Publica 
Política de Saúde Previdência Social 
Igualdade Racial 
Igualdade de 
Gênero 
Direitos da 
Criança, 
Adolescente e 
Juventude 
Segurança 
Alimentar 
6. POLITICAS SOCIAIS SETORIAIS 
Fonte: IPEA, 2014 
 A Constituição Federal de 1988 definiu instrumentos de 
participação da sociedade civil no controle da gestão das 
políticas sociais, estabeleceu mecanismos de participação eimplementação destas políticas, apontou canais para o 
exercício da democracia participativa, por meio de decisões 
direta como o plebiscito, referendo e de projetos de 
iniciativa popular. 
 Nesta perspectiva, a Carta Constitucional instituiu a 
criação de conselhos integrados por representantes dos 
diversos segmentos da sociedade civil para colaborar na 
implementação, execução e controle das políticas sociais. 
(PIANA, 2013) 
 
7. CONSELHOS 
 Hoje, esses conselhos, que expressam uma das principais 
inovações democráticas no campo das políticas sociais, 
organizam-se em diferentes setores destas políticas e 
assumem uma representatividade nas diferentes esferas 
governamentais. 
 Possuem uma composição paritária entre representantes da 
sociedade civil e do governo e função deliberativa no que se 
refere à definição da política em cada setor e ao controle 
social sobre sua execução.. (PIANA, 2013) 
 
7. CONSELHOS 
8. Temas importantes 
Elementos para Discussão 
• Intersetorialidade 
• Legislações 
• Planos, Programas, Projetos 
• Conselhos 
• Conferências 
• Política Neoliberal 
REFERÊNCIAS 
 COUTO, B. R. C. O direito social e a Assistência Social na sociedade 
brasileira: uma equação possível?. São Paulo: Cortez, 2006. 
 PEREIRA, Potyara Amazoneida P. Estado, sociedade e esfera 
pública. In: Serviço Social: Direitos sociais e competências 
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