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BARREIRAS BIOLÓGICAS Olá estudantes, tudo bem? Na aula dessa semana iremos aprender sobre a distribuição dos fármacos no organismo, essa distribuição se dá de uma maneira relativamente fácil na maioria dos tecidos do corpo, porém, em algumas regiões como nas barreiras hematoencefálica e placentária essa distribuição se torna um pouco mais difícil. Hoje vamos falar um pouquinho de cada uma delas. BARREIRA HEMATOENCEFÁLICA (BHE) O cérebro é o epicentro de uma eclética matriz de atividade fisiológica. Ele integra informações sobre o ambiente externo com sinais do ambiente interno para poder executar atividades específicas. Com toda a atividade especial que ocorre a nível neuronal é essencial que o ambiente químico no qual essas células operam seja estritamente regulado. Esta é a função primária da barreira hematoencefálica. A BHE é constituída por células endoteliais que ficam alinhadas com os capilares. A superfície luminal dessas células entra em contato com o sangue circulante e seus constituintes. A superfície abluminal está em contato com uma membrana basal circunferencialmente contínua. As células endoteliais estão ancoradas umas às outras por zônulas de oclusão e junções de oclusão, que fornecem suporte estrutural para a parede endotelial e também por zônulas de adesão que conecta fisicamente células adjacentes. Sendo assim, o endotélio funciona como uma barreira impermeável entre o lúmen capilar e o tecido cerebral e tem importância fisiológica e clínica, pois regula a passagem para o tecido nervoso não só de substancias a serem utilizadas pelos neurônios, mas também de medicamentos e partículas tóxicas. Os fármacos destinados a atuar no SNC devem ser pequenos o suficiente e hidrofóbicos para atravessar facilmente as membranas biológicas, ou devem utilizar as proteínas de transporte existentes na barreira hematoencefálica para penetrar nas estruturas centrais. Os fármacos hidrofílicos que não conseguem ligar-se a proteínas de transporte facilitado ou ativo na barreira hematoencefálica são incapazes de penetrar no SNC. É possível transpor a barreira hematoencefálica utilizando uma infusão intratecal do fármaco, em que este é diretamente liberado no líquido cefalorraquidiano (LCR). Embora essa abordagem possa ser utilizada no tratamento da meningite infecciosa ou carcinomatosa, a via intratecal não é prática para fármacos que precisam ser regularmente administrados ao paciente. BARREIRA PLACENTÁRIA A barreira placentária representa um conjunto de tecidos que se localizam entre a circulação materna e a fetal. Essa barreira pode facilitar ou restringir a passagem de drogas da circulação materna para a fetal. As drogas que atravessam essa barreira biológica são as lipofílicas e não polares e de peso molecular inferior a 1.000, do mesmo Sabemos que a placenta apresenta permeabilidade seletiva, porém o transfer placentário humano é pouco conhecido, e a maior parte das informações vêm de experiências em mamíferos. O transporte através da placenta envolve o movimento de moléculas entre três compartimentos: sangue materno, citoplasma do sinciciotrofoblasto e sangue fetal. A placenta não é apenas uma barreira inerte, mas também um tecido metabolizador que pode transformar drogas, produzindo metabólitos das mesmas e até inativá-las, protegendo, assim, os órgãos ainda imaturos do feto. Por outro lado, os metabólitos de drogas produzidos pela placenta podem ser mais tóxicos do que a droga originária e lesar o feto. ________ Referências: CAVALLI, Ricardo de Carvalho; BARALDI, Cláudia de Oliveira e CUNHA, Sérgio Pereira da. Transferência placentária de drogas. Rev. Bras. Ginecol. Obstet. [conectados]. 2006, vol.28, n.9 [cited 2020-09-09], pp.557-564. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100- 72032006000900009&lng=en&nrm=iso>. ISSN 1806-9339. https://doi.org/10.1590/S0100- 72032006000900009 . CRUMBIE, L; GOFFIN, J.; CHAVES, C. Barreira Hematoencefálica. Tradução: CARMO, L.; CHAVES, C. KenHub:2020. Disponível em: < https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/barreira- hematoencefalica>, acesso em: 09 set. 2020. GOLAN, David E. (ed.). Princípios de farmacologia: a base fisiopatológica da farmacologia. 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014. Livro digital. (1 recurso online). ISBN 978-85-277-2600-9. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/978-85-277-2600-9. Acesso em: 8 set. 2020. SILVA, Penildon. Farmacologia. 8. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2010. Livro digital. (1 recurso online). ISBN 978-85-277-2034-2. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/978-85-277-2034-2. Acesso em: 8 set. 2020.
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