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Casos concretos Sociologia Jurídica

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Universidade Estácio de Sá
Aluno: Felipe Marques Gonçalves 
Matrícula: 
Turno: Manhã Turma: 3027
Casos Concretos AV1
CASO CONCRETO Aula 02 
Em ação de arbitragem, AGU evita que cofres públicos percam R$ 6 bi. Decisão colocou fim a nove ações judiciais que poderiam levar ao pagamento de uma indenização ao Grupo Libera, que atua no Porto de Santos. PorAgência Brasil. 9 jan 2019. A Advocacia-Geral da União (AGU) obteve uma sentença arbitral para determinar que o Grupo Libra, que atua noPorto de Santos, pague R$ 2 bilhões aos cofres públicos. O valor é referente aos repasses previstos no contrato de exploração da área do porto que deixaram de ser pagos pela empresa em função de discordâncias com o contrato de concessão, assinado em 1998, com a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp). De acordo com a AGU, foi a primeira vez que o órgão participou voluntariamente de um procedimento arbitral no país, que colocou fim a nove ações judiciais e poderiam levar ao pagamento de uma indenização de aproximadamente R$ 6 bilhões à empresa portuária. Conforme a sentença arbitral, a empresa deixou de pagar a integralidade do contrato durante o período no qual os valores foram questionados. ?É incontroverso que Libra deixou de realizar o pagamento da integralidade do preço ajustado durante toda a vigência do contrato. Para tanto, invocou, em diversas ações judiciais, os alegados descumprimentos de Codesp e as situações de desequilíbrio econômico-financeiro do contrato?, diz o texto da sentença. (Disponível em: https://exame.abril.com.br/economia/em-acao-de-arbitragem-agu-evita-que-cofres-publicos-percam-r-6-bi/ ) Na notícia acima, verifica-se a utilização de um dos meios alternativos de resolução de conflitos que existem no direito brasileiro que é a arbitragem. Face ao exposto, responda as seguintes indagações:
Quais são as principais características da arbitragem?
RESPOSTA: A arbitragem é um meio alternativo para resolução de conflitos, na qual tem como principal característica a utilização de uma terceira pessoa imparcial, previamente escolhida por ambas as partes, para solucionar possíveis conflitos futuros entre elas. Trata-se de uma espécie de heterocomposição de conflitos, que se desenvolve mediante trâmites mais simplificados e menos formais do que o processo jurisdicional. A arbitragem é notadamente reconhecida no ordenamento jurídico brasileiro e possui previsão legal em sua lei Nº 9.307, DE 23 DE SETEMBRO DE 1996 que dispõe sobre a arbitragem.
Trata-se de meio autocompositivo ou heterocompositivo de resolução de conflitos? Justifique.
RESPOSTA: Heterocomposição. Pois a heterocomposição é justamente a técnica pela qual as partes elegem um terceiro para resolver a sua lide, com as mesmas prerrogativas do poder judiciário.
As duas principais formas de heteromposição são a arbitragem e a própria jurisdição.
Na sua cidade possui câmara arbitral? Em caso positivo, cite dois exemplos. Em caso negativo, pesquise a câmara arbitral mais próxima de sua cidade.
RESPOSTA: A cidade de Cabo frio possui atualmente uma câmara arbitral, que é o "TRIBUNAL ARBITRAL DO BRASIL", localizado na região central do município. 
Doutrina: 
http://www.mpsp.mp.br/portal/page/portal/documentacao_e_divulgacao/doc_biblioteca/bibli_servicos_produtos/bibli_boletim/bibli_bol_2006/RDC_02_05.pdf
Artigo: A Arbitragem como Meio de Solução de Controvérsias
HUMBERTO THEODORO JÚNIOR
Professor Titular da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais
"A arbitragem sistematizada pela Lei nº 9.307 faz parte do notável esforço legislativo brasileiro que nos últimos anos tem se caracterizado pela modernização dos métodos de composição de conflitos, sempre à procura de novos e múltiplos expedientes para aprimorar e multiplicar as técnicas de pacificação social, de modo a não deixar desamparados interesses de importantes segmentos sociais, aos quais o abrigo da Justiça tradicional não tem se mostrado adequado e satisfatório."
Jurisprudência: 
0283784-24.2016.8.19.0001 - APELAÇÃO
Ementa 
1ª Ementa
Des(a). MARIA REGINA FONSECA NOVA ALVES - Julgamento: 11/06/2019 - DÉCIMA QUINTA CÂMARA CÍVEL
 
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO INDENIZATÓRIA. CONTRATO DE TRANSPORTE MARÍTIMO. AVARIA DE CARGA. PEDIDO DE RESSARCIMENTO DA INDENIZAÇÃO PAGA PELA SEGURADORA EM FACE DO SUPOSTO CAUSADOR DO DANO. SENTENÇA DE EXTINÇÃO SEM ANÁLISE DO MÉRITO, NA FORMA DO ARTIGO 485, VII, DO CPC. RECURSO DA SEGURADORA DEMANDANTE. - Sentença que julgou extinto o feito sem análise do mérito, ante o reconhecimento da existência de cláusula de compromisso arbitral, a ser observada no contrato de transporte marítimo firmado entre a Ré (Transportadora) e a Empresa Segurada. - Voluntariedade que se apresenta como princípio norteador da arbitragem, que é forma de composição de conflito instituída pela livre vontade das partes, por meio de uma convenção. - Tribunal Pleno do C. Supremo Tribunal Federal, que, ao se manifestar na Sentença Estrangeira Contestada nº 6.75307 - Reino Unido da Grã-Bretanha e da Irlanda do Norte, Acórdão de 13/06/2002, DJe de 04/10/2002 consignou que "A convenção de arbitragem é a fonte ordinária do direito processual arbitral e que tem por fundamento maior a autonomia da vontade das partes. Estas, espontaneamente, optam em submeter os litígios existentes ou que venham a surgir nas relações negociais à decisão de um árbitro. - Seguradora sub-rogada que não fez parte da relação jurídica firmada entre o seu segurado e a empresa de transporte, revelando-se abusiva a imposição de sujeita-la à cláusula compromissória, sem que tenha, de fato, participado do contrato de transporte marítimo. - Sub-rogação, que decorre da lei civil, transferindo ao sub-rogado os direitos e ações a que o segurado fazia jus, mas, apenas, as características de direito material do crédito. Desta forma, repita-se, a cláusula de arbitragem posta no negócio jurídico originário, firmado entre o segurado e o transportador, opera efeitos somente para solucionar eventual conflito que surja entre eles, contratantes daquela prestação de serviço, não atingindo, portanto, aquele que não fez parte da avença (Agente Segurador), e nem anuiu expressamente com tal ônus contratual. Precedente do C. STJ e deste E. Tribunal de Justiça nesse sentido. - Cláusula de Compromisso Arbitral que não deve ser observada no contrato de seguro, diverso do originário estabelecido pelo transportador e pelo titular da carga, mostrando-se inadequada a extinção do feito sem análise do mérito. ANULAÇÃO DA SENTENÇA.
CASO CONCRETO Aula 03
14/07/16 06:00 . Milícia impõe regras à Força Nacional no Rio. Marcos Nunes e Flavia Junqueira. Os agentes da Força Nacional que participarão do esquema de segurança da Olimpíada -um aparato que prevê o combate a ações criminosas e até a terroristas -estão tendo de se submeter às ordens da milícia na Zona Oeste do Rio. Segundo agentes denunciaram ao EXTRA, os 3.500 PMs, policiais civis e bombeiros de vários estados do Brasil não podem circular armados pela Gardênia Azul e foram impedidos até de instalar internet nos apartamentos onde estão alojados, no condomínio Vila Carioca, do"Minha casa, minha vida", no bairro do Anil. Como a milícia explora o sinal a cabo na região e, de acordo com os agentes, as operadoras de internet fixa são impedidas de atuar na área pelos paramilitares, a saída é que cada policial use a própria internet móvel, pagando do próprio bolso. O Ministério da Justiça informou, por meio de nota, que vai apurar as informações e encaminhá-las à Polícia Federal, à Subsecretaria de Inteligência da Secretaria de Segurança e à Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco). O Vila Carioca, ainda não inaugurado, começou a ser ocupado pela Força Nacional em maio. Os agentes que concordaram em conversar com o EXTRA, sob a condição de anonimato, estão no Rio há cerca de 15 dias. Contam ter recebido as orientações sobre as restrições impostas pela milícia de seus coordenadores -policiais militares, policiais
civis e bombeiros têm coordenações separadas -dentro do próprio conjunto habitacional, assim que os grupos chegavam ao Vila Carioca. As determinações eram passadas sempre a grupos de poucos agentes por vez. ? A gente já cansou de ver gente armada na Gardênia -contou um dos militares da Força Nacional. Além da arma, a orientação aos agentes é que não andem com a identidade policial. Segundo dizem os agentes, a Gardênia Azul é uma "área branca", ou seja, sem risco para os policiais, já que estão levando lucro para a comunidade ao comprar produtos. [...] O Ministério da Justiça e Cidadania afirmou que "não existe tolerância com atividades criminosas" e que irá apurar a denúncia de que milícias estão interferindo no trabalho da Força Nacional. (disponível em: https://extra.globo.com/casos-de-policia/milicia-impoe-regras-forca-nacional-no-rio-19707975.html). O fato narrado acima evidencia a existência do fenômeno conhecido como pluralismo jurídico. Assim, com base no material disponibilizado na disciplina, responda as seguintes perguntas:
a) Quais as principais diferenças entre o Monismo e o Pluralismo jurídico?
RESPOSTA: O monismo jurídico defende a hipótese de que há uma única fonte para a Lei, no modelo do Antigo Regime, está fonte era o Rei, hoje ela é o Parlamento. Enquanto que, o Pluralismo Jurídico defende que a lei tem fontes diversas e é construída por um encontro entre diferentes.
b) A notícia apresentada estaria mais próxima da ideia de Pluralismo Jurídico desenvolvida por Boaventura de Souza Santos ou Antônio Carlos Wolkmer? Justifique.
RESPOSTA: O que a notícia descreve é  uma situação em que uma organização criminosa que representa um poder paralelo ao Estado impõe um conjunto particular de regras e práticas próprias, que substituem, dentro da região que está sob a dominação efetiva daquele grupo, um outro "conjunto de Leis".
Esta ideia está mais próxima do conceito de pluralismo jurídico que Boaventura de Sousa Santos desenvolveu, pois descreve uma situação de uma situação em que uma comunidade está sob o domínio de um conjunto alternativo de leis e regras, o que envolve aspectos sociológicos que são diferentes daqueles que Wolkmer expõe ao defender que a fonte da Lei não é apenas o Parlamento, e sim outras práticas sociais.
Doutrina: 
https://icaroduarte.jusbrasil.com.br/artigos/121943432/monismo-juridico-versus-pluralismo-juridico
autor: Icaro de Souza Duarte
artigo: Monismo jurídico versus pluralismo jurídico: uma análise à luz do direito do trabalho
"O antagonismo entre o monismo e o pluralismo jurídico tem como ultima ratio a relação entre Estado e Direito, principalmente sob dois aspectos: primeiramente a discussão gira em torno da existência ou não do direito previamente ao Estado e, com a existência do Estado, se cabe exclusivamente a ele o poder de criar normas jurídicas ou é possível se falar em distintos centros de positivação jurídica. Essa discussão ganha maior destaque quando tratada no plano do direito do trabalho, em que há a presença da autonomia privada coletiva." 
CASO CONCRETO Aula 04
Segundo a Ana Lúcia Sabadell, os fatores de eficácia da norma no direito referentes à situação social são fatores ligados às condições da vida na sociedade em determinado momento. O sistema de relações sociais e a atitude do poder político diante da sociedade civil influenciam as chances de aplicação (quota de eficácia) (SABADELL, Ana Lúcia. Manual de Sociologia Jurídica. 6.ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2013, p. 37). 
Com base nesta teoria, apresente estes fatores, conceituando-os de forma sucinta, além de citar alguma norma que tenha se tornado eficaz por influência destes fatores.
Resposta: São os fatores institucionais que são dependentes da atuação dos órgãos de elaboração e de aplicação do direito. Considerando que a divulgação do conteúdo da norma na população pelos meios adequados que são utilizados os métodos educacionais e alguns dos meios de propagando política comercial. E os fatores relacionados à situação social que são referentes às condições de vida da sociedade em um momento determinado.
Doutrina: 
http://www.giselewelsch.com.br/static/arquivos-publicacoes/Artigo%205%20-%20A%20Eficacia%20Juridica%20e%20Social%20%28Efetividade%29%20das%20Normas%20de%20Direitos%20Fundamentais.pdf
Artigo: A EFICÁCIA JURÍDICA E SOCIAL (EFETIVIDADE) DAS NORMAS DE DIREITOS FUNDAMENTAIS.
Autor: Gisele Mazzoni Welsch
Deve-se distinguir da eficácia jurídica o que muitos autores denominam de eficácia social da norma, que se refere, como aponta Reale, ao cumprimento efetivo do Direito por parte de uma sociedade, ao “reconhecimento” do Direito pela comunidade ou, mais especificamente, aos efeitos que uma regra opera através do seu cumprimento. Em tal acepção, eficácia social é a concretização do comando normativo, sua força realizadora no mundo dos fatos. Deliberadamente, ao estudar a capacidade de produzir efeitos, deixou-se de lado a cogitação de saber se estes efetivamente se produzem. A efetividade propugna não a eficácia jurídica como possibilidade da aplicação da norma, mas a eficácia social e os
mecanismos para a sua real aplicação. 
A efetividade significa, portanto, a realização do Direito, o desempenho concreto de sua função social. Ela traduz a materialização, no mundo dos fatos, dos preceitos legais e simboliza a aproximação, tão íntima quanto possível, entre o dever-ser normativo e o ser da realidade social. A efetividade das normas depende, em primeiro lugar, da sua eficácia jurídica, da aptidão formal para incidir e reger as situações da vida, operando os efeitos que lhe são inerentes. Não se trata apenas da vigência da regra, mas também, e, sobretudo, da “capacidade de o relato de uma norma dar-lhe condições de atuação”, isoladamente ou conjugada com outros normas. Se o efeito jurídico pretendido pela norma for irrealizável, não há efetividade possível.
Jurisprudência: 
0043389-05.2015.8.19.0002 - APELAÇÃO
1ª Ementa
Des(a). MARIA REGINA FONSECA NOVA ALVES - Julgamento: 11/06/2019 - DÉCIMA QUINTA CÂMARA CÍVEL
 
APELAÇÕES CÍVEIS. PRETENSÃO PARA CONDENAR OS RÉUS AO PAGAMENTO DE ALUGUEL SOCIAL. IMÓVEL RESIDENCIAL INTERDITADO PELA DEFESA CIVIL DO MUNICÍPIO DE NITERÓI. SENTENÇA QUE JULGOU PROCEDENTE O PEDIDO, E CONDENOU OS RÉUS AO PAGAMENTO DO BENEFÍCIO. - Pretensão deduzida que encontra amparo no caput do artigo 6º da Constituição Federal, cujo direito é de natureza social. A referida norma é dotada de eficácia limitada, carecendo, portanto, que o Estado programe políticas para sua efetividade - Inteligência do Decreto-Estadual nº 42.406/10, que institui o Programa "Morar Seguro", e atribui solidariedade entre o Estado e o Município, nos termos dos artigos 5º e 8º. Legitimidade passiva dos Réus para a concessão do referido benefício. - Comprovado o risco de desabamento, assim como a situação de hipossuficiência econômica da Autora, deve ser conferido o direito ao indigitado benefício. - Cabe à Administração Pública fiscalizar as áreas consideradas de risco, e realizar medidas que minorem a possibilidade de acontecimentos desastrosos. - Consigne-se, por oportuno, que as necessidades dos cidadãos devem observar um mínimo de sobrevivência digna, que, é certo, não pode ficar relegado pela escassez de recursos orçamentários, sob pena de afronta ao interesse primário do Estado Democrático. - Afasta-se, então, a incidência do Princípio da Reserva do Possível, haja vista que alegada limitação esbarra na garantia do mínimo existencial. - A legislação infraconstitucional não pode excepcionar garantias previstas na Constituição, razão pela qual deve ser interpretada em harmonia com o direito de moradia e dignidade da pessoa humana, de modo a facilitar, e jamais impedir, o recebimento dos auxílios que regulamenta. - Precedentes deste Tribunal de Justiça, inclusive desta Colenda Câmara nesse sentido. - De outro vértice, assiste razão ao Estado do Rio de Janeiro no que toca à sua pretensão de exclusão do pagamento da taxa judiciária.
Precedentes desta Corte de Justiça. RECURSOS CONHECIDOS, DESPROVIDO O PRIMEIRO E PROVIDO O SEGUNDO.

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