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PROJETO INTEGRADO MULTIDISCIPLINAR - PIM CURSO SUPERIOR TECNOLÓGICO EM SERVIÇOS JURÍDICOS, NOTARIAIS E DE REGISTRO CENTROS JUDICIÁRIOS DE SOLUÇÃO DE CONFLITOS E CIDADANIA- CEJUSC- AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO LUCIENE ALVES DE OLIVEIRA RA: 2184146 SOUSA-PB 2022 LUCIENE ALVES DE OLIVEIRA RA: 2184146 PIM VI CENTROS JUDICIÁRIOS DE SOLUÇÃO DE CONFLITOS E CIDADANIA- CEJUSC – AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO Projeto Integrado Multidisciplinar VI, apresentado à Universidade Paulista – UNIP para aprovação bimestral, Graduação Sup.Tecnológico em Serviços Jurídicos, Notariais e de Registro. Orientadora: Prof.(a) Ma. Priscilla Zinczynszyn SOUSA-PB 2022 RESUMO O cometimento desse Projeto Multidisciplinar: PIM VI, é escrutinar a funcionalidade do CEJUSC com os Contratos Civis e Empresariais, Teoria do Direito Administrativo, Conciliação, Mediação, Negociação e Arbitragem, congruentes com uma audiência de conciliação. O Conselho Nacional de Justiça, abonando sobre Política Judiciária Nacional de tratamento congruente aos conflitos de interesses no âmbito do Poder Judiciário, através da Resolução 125, de 29 de novembro de 2010, determinou que os tribunais oferecessem um serviço pouco conhecido: o Centro Judiciário de Solução de Conflito e Cidadania (Cejusc), através do Juizado Especial (JEC). Dentre distintas providências determinadas naquela resolução, o Conselho Nacional de Justiça ordenou que os tribunais formassem Núcleos Permanentes de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos, os quais, por sua vez, precisariam instituir Cejuscs como meio de se consolidar no Judiciário brasileiro o sistema de numerosos mecanismos, facultando ao jurisdicionado estrutura física e pessoal equivalentes para incentivar, orientar e realizar composições. Objetiva-se, com a criação desses centros, transceder a mentalidade de que o procedimento judicial é o único factível para a solução de conflitos, dado que, pode circunscrever, impor autoritariamente a regra ao caso existente não resolvendo a demanda em seu modo mais profundo, sendo, portanto, necessária a utilização de meios mais oportunos à resolução. Logo, instituídos os Cejuscs, estes advieram a ser operados prefererivelmente, para realização ou gestão de sessões e audiências de conciliação e mediação conduzidas por conciliadores e mediadores, bem como para fazer atendimentos e aconselhar o cidadão, constituindo-se em unidades do Judiciário. Palavras Chaves: Audiência. Cejusc, Políticas Judiciárias, Conciliação. Conflitos, Mediação. 4 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO.............................................................................................................5 2. DESENVOLVIMENTO.................................................................................................7 2.1 Mediação, Conciliação, Negociação e Arbitragem.......................................................7 2.2 Fundamentos do Direito Administrativo........................................................................8 2.3 Contratos Civis e Empresariais.....................................................................................8 3. METODOLOGIA........................................................................................................10 3.1 Pesquisa Dissertativa.................................................................................................10 3.2 Funcionamento do Cejusc..........................................................................................11 3.3 Estruturação do Cejusc..............................................................................................12 3.4 Gerenciamento administrativo do Cejusc...................................................................12 3.5 Aspéctos relevantes da Conciliação...........................................................................12 3.6 Procedimentos relevantes da audiência de conciliação.............................................13 3.7 Assistência advocatíssima às partes..........................................................................15 3.8 Audiência de Conciliação............................................................................................15 4. CONCLUSÃO............................................................................................................15 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................................18 5 1. INTRODUÇÃO Os Centros Judiciários de Solução de Conflitos e Cidadania (CEJUSCs) são unidades do Poder Judiciário a qual concerne preferivelmente, a execução das sessões e audiências de conciliação e de mediação ao cuidado de conciliadores e mediadores, bem como o acolhimento e a instrução aos cidadãos. Os CEJUSCs devem, impreterivelmente, compreender três setores: setor pré-processual, setor processual e setor de cidadania. É possível ao cidadão, procurar o CEJUSC e requerer o agendamento de uma sessão de conciliação ou mediação de forma gratuita. Previamente, enfatizamos a relevãncia da mediação e do diálogo como primeiros passos para a deliberação de um conflito, os quais podem decorrer com ou sem o auxílio de um advogado. Processar nem sempre é a forma mais congruente para a solução de um conflito. Os Juizados Especiais (Lei nº 9.099/95) provieram para deliberar, gratuitamente, causas julgadas simples, procurando, sempre que latente, a conciliação e o acordo. Para tanto, é preciso considerar as premissas exigidas por esse procedimento judicial simplificado para solução de conflito. Consideremos: ✓ As causas não podem exceder o valor de 40 salários-mínimos; ✓ Para as causas com o valor de até 20 salários-mínimos, não é imposto a assistência de advogado para arrolar um processo. Entretanto, caso o valor suplante esse limite, é necessário nomear advogado ou buscar a Defensoria Pública; ✓ Apenas podem sugestionar ação no JEC as pessoas físicas, as microempresas e as empresas de pequeno porte; ✓ Não podem ajuizar ação no JEC, nem ser réu, os sujeitos manifestados incapazes por lei (como o menor de 18 anos, a pessoa interditada, o preso, a massa falida e o insolvente civil); ✓ Não se enquadra no JEC ações de família (pagamento de pensão alimentícia, separação, divórcio, inventário), ações contra o Governo Federal, ações previdenciárias contra o INSS, ações trabalhistas, ações de despejo que não seja para uso próprio, ações complexas e que dependem de perícia. Por conseguinte, discorrer sobre acesso à justiça é trazer à tona uma série de discussões acerca desse direito fundamental, especialmente no que tange à http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9099.htm 6 atuação do Poder Judiciário, criado para garantir a todos um tratamento igualitário na resolução dos conflitos, limitando o poder dos mais fortes em detrimento dos mais fracos, razão última da intervenção estatal, onde exerce o poder-dever de julgar em tempo razoável os processos que lhe são encaminhados.(FERNANDES, 2018, p.1). Em ato continuo, o princípio da Duração razoável do processo foi incluído no sistema constitucional pela emenda nº. 45, de 2004 e tem como premissa celeridade processual e sua tramitação. (BRASIL,2004). A integridade e confiabilidade no Poder Judiciário estão associadas a uma contestação rápida e eficaz nas tarefas ajuizadas. Theodoro Júnior (2005, p.20) esclarece que: a primeira grande conquista do Estado Democrático é justamente a de oferecer a todos uma justiça confiável, independente, imparcial e dotada de meios que a faça respeitada e acatada pela sociedade. Neste mesmo sentido, afirmam Marinoni e Arenhart (2001): O direito de acesso à justiça exige queo Estado preste a adequada tutela jurisdicional que, para esses autores, significa, também, a tutela estatal tempestiva e efetiva. Há tutela adequada quando, para determinado caso concreto, há procedimento que pode ser dito adequado, porque hábil para atender determinada situação concreta, que é peculiar ou não a uma situação de direito material. Conforme Grinover (1990, p. 244) o acesso à justiça pode ser considerado o direito mais importante, na medida em que dele depende a viabilização dos demais. A resolução 125 do Conselho Nacional de Justiça deu origem ao CEJUSC com a finalidade de disseminar a cultura de pacificação social, estimular a prestação de serviços autocompositivos de qualidade, incentivar os tribunais a se organizarem,a planejarem programas amplos de autocomposição, e a reafirmar a função deagente apoiador da implantação de políticas públicas do CNJ (SILVA,2018, p.5). O artigo 165 do Novo Código de Processo Civil veio incumbir que: [...] os tribunais criarão centros judiciários de solução consensual deconflitos, responsáveis pela realização de sessões e audiências deconciliação e mediação, e pelo desenvolvimento de programas destinados a auxiliar, orientar e estimular a autocomposição (BRASIL, 2015). 7 2. DESENVOLVIMENTO Evidencia-se que, com o propósito de testificar a efetividade processual, como também a moderação do número de ações e a peculiaridade na prestação de serviços jurisdicionais, foram instituídos os Centros Judiciários de Solução de Conflitos e Cidadania – CEJUSCS. São órgãos do Poder Judiciário do Estado que são responsáveis pela realização de audiência de autocomposição. Diante dessas informações, buscou-se a pesquisa através de bases de dados disponíveis no meio acadêmico e virtual, contemplando discenir trabalhos correlatos ao que será exposto. Como objeto da pesquisa dissertativa, procura-se evidenciar a atividade composta por tal órgão, repondendos as questões sugeridas, como também as mudanças e consequências de seu desempenho e ainda mencionar a importância dos mecanismos da conciliação na resolução de conflitos, objetivando identificar como um meio eficaz de acesso à justiça (BRASIL,1988). Buscou-se ainda, correlacionar as disciplinas estudas no bimestre a toda estruturação desse projeto. 2.1 Mediação, Conciliação, Negociação e Arbitragem Decorre muita divergência no que se refere a contraposição dos conflitos, dado que, o convívio humano, a datar dos tempos remotos, sempre foi uma incumbência laboriosa, existindo, frequentemente, hegemonia em atingir-se o bem- estar próprio em agravo dos direitos do outro. É significativo destacar que o problema não é a presença do conflito em si, mas a forma de conduzi-lo, e a busca por uma resolução justa é que é a questão crucial. Ao longo do tempo se aplicou a autotutela, perpetrando uso de todos os meios, quer constituíssem violência ou não, em busca do contentamento de seus próprios interesses. Ditosamente, hoje essa prática é bloqueada pelo ordenamento jurídico e considerada crime. É ostensivo que a cultura do litígio subsiste bem dominante em nossa sociedade, e que ainda se pateteia a busca pelo Judiciário, recorrendo a um terceiro magistrado, para a averiguação do litígio, possibilitando uma decisão a ser cumprida pelas partes conflitantes. 8 Não obstante, esse modo de solução nem sempre é o mais propício ao caso, e daí manifesta-se a necessidade de outras formas de enfrentamento dos conflitos na iminência de se ajustar ao caso concreto, bem como, para fins de desburocratização e diligenciar maior celeridade às relações desconstruídas que tenham demanda de reparação. É de considerável relevância categorizar a definição dos mecanismos de mediação e conciliação e arbitragem. O primeiro refere-se a um meio singular de solução de conflitos que objetiva facilitar o diálogo entre as partes envolvidas em determinada controvérsia, com a presença de um terceiro equânime, o mediador, o qual precisará executar com retidão e poderá apenas assegurar a comunicação e não deliberar solução para o caso. Por conseguinte, Souza (2014, p. 13) expressa que: “A mediação de um conflito pode ser definida como a intervenção construtiva de um terceiro imparcial junto às partes envolvidas no conflito, com visitas à busca de uma solução construída pelas próprias partes.” . Por consequência, a Mediação aporta como intercorrência de resolução de conflitos, na qual aponta a figura de um terceiro, o mediador, acarretando como característica primacial a dignidade da vontade das partes, sendo estes, incubidos pela efetuação da deliberação. Na negociação existe um moderador, como na conciliação e na mediação. As partes pertinentes negociam e intentam um acordo. Muitos advogados já estão predispostos a se sentarem à mesa com os constituintes de seus clientes para celebrarem, tanto a contratação, como a solução de conflitos de casos de seus procuradores. A arbitragem é o procedimento que mais se associa com o Judiciário, visto que, nessa categoria há a figura do árbitro, que obstante possa ser antepposto pelas partes, ele detém o poder de decisão, e esta tem legitimidade de sentença e disserta sobre direitos patrimoniais disponíveis, assim, dispõe o art. 1º da Lei de Arbitragem nº 9.307, de 23 de Setembro de 1996. 2.2 Fundamentos do Direito Administrativo: O Direito Administrativo é a esfera do Direito Público Interno que, por meio de regras e princípios pertinentes, determina o exercício da função administrativa que https://www.jusbrasil.com.br/topicos/47616845/artigo-1-da-lei-n-13140-de-26-de-junho-de-2015 https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/203030325/lei-13140-15 https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/203030325/lei-13140-15 https://www.projuris.com.br/direito-publico/ 9 é efetivada por agentes públicos, órgãos públicos, pessoas jurídicas de Direito Público, em outros termos, pela Administração Pública. Não obstante, haja uma apreensão com o direito coletivo, este jamais conseguirá transceder os direitos fundamentais. Basta recordar que o direito administrativo desponta pontualmente com o estado de direito liberal, em contraposição ao absolutismo. A este respeito, Di Pietro: "A defesa do interesse público corresponde ao próprio fim do Estado. O Estado tem que defender os interesses da coletividade. Tem que atuar no sentido de favorecer o bem-estar social. Negar a existência desse princípio é negar o próprio papel do Estado. O princípio da supremacia do interesse público não coloca em risco os direitos individuais, porque tem que ser aplicado em consonância com os princípios todos que informam o direito administrativo, como os da legalidade, impessoalidade, razoabilidade, segurança jurídica e tantos outros consagrados no ordenamento jurídico. Ele protege os direitos individuais." "A defesa do interesse público corresponde ao próprio fim do Estado. O Estado tem que defender os interesses da coletividade. Tem que atuar no sentido de favorecer o bem-estar social. Negar a existência desse princípio é negar o próprio papel do Estado. O princípio da supremacia do interesse público não coloca em risco os direitos individuais, porque tem que ser aplicado em consonância com os princípios todos que informam o direito administrativo, como os da legalidade, impessoalidade, razoabilidade, segurança jurídica e tantos outros consagrados no ordenamento jurídico. Ele protege os direitos individuais." (Direito administrativo, 27ª edição. p. 37 e 38) 2.3 Contratos Civis e Empresariais Compreendendo a conjuntura pós pandemia e projetando certificar maior apressuramento, palpabilidade e segurança jurídica aos mecanismos de recuperação judicial e de falência, um Grupo de Trabalho do Plenário do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), instituído pela Portaria nº 162/2018 e nomeado pelo presidente do CNJ edo STF (Supremo Tribunal Federal), redigiu algumas observações aos Tribunais Brasileiros. Dentre elas, uma das que conceituamos como mais relevantes, ppreconiza a conciliação e mediação entre empresários, fornecedores e trabalhadores. 10 Os autos jurídicos praticados pela ou com a empresa necessitam ser precavidamente negociados e cumprir políticas internas para que estejam conforme as finalidades das organizações. Em função disso, os contratos empresariais, ou contratos corporativos, obstante o setor que os desempenhem, precisam ser temáticas de estudo e instrução pelos profissionais que atuam na área. Por instrumento da autocomposição, a resolução busca deter a falência de empresas. Dar-se-á a conciliação e mediação por intermédio de CEJUSC’s Empresariais (Centros Judiciários de Solução de Conflitos e Cidadania em matéria empresarial), seguindo o modelo do CEJUSC já efetivo na Justiça Comum. Os conciliadores e mediadores necessitaram ter qualificação distintiva para atuação na área do Direito Empresarial, ocorrendo que as sessões de conciliação e mediação serão preferencialmente virtuais. O ato normativo também evidencia que as sessões poderão ser realizadas por câmaras privadas especializadas. A ingerência do CEJUSC Empresarial decorrerá na fase pré-processual e também em ações já ajuizadas. Os constituintes do grupo de trabalho do plenário do CNJ concluíram que, com a consumação de negociações precedentes à recuperação empresarial, sucederá uma diminuição do número de novas demandas. No que se refere as demandas ajuizadas, a medida tenciona esclarecer a enorme morosidade no pagamento das dívidas dos credores e na tramitação da dificuldade nas cortes. Nesse contexto de ocorrências previstos, propiciará a superação da crise pela qual encontramo-nos cruzando. 3. METODOLOGIA A elaboração deste projeto deu-se por meio de pesquisa dissertativa em sites do: Cejusc, Jec, CNJ e uso de literaturas relacionadas. 3.1 Pesquisa Dissertativa A pesquisa dissertativa no site do Cejuscs e CNJ/ refutou as seguintes perguntas: ✓ Como funcionam os Cejuscs (ou as audiências prévias de conciliação no 11 fórum)? Os CEJUSCs oportunizam um ambiente neutro, onde os interessados em sanar um conflito detêm a possibilidade de dialogar, negociar e alcançar um acordo satisfatório, com a assessoria de um “conciliador”, isto é, de um terceiro imparcial e capacitado em métodos consensuais de solução de conflitos. ✓ Quais os aspectos mais relevantes para a boa gestão dos Cejuscs, considerando as audiências pré- processuais e processuais de conciliação e mediação? Em sua configuração, o CEJUSC conserva uma metodologia muito resumida. Contém diferentes searas, tratem-se, cível, família, fazendária, previdenciária. São capazes de deter como partes tanto pessoas físicas como jurídicas em ambos os polos. Por isso, o CEJUSC, de uma forma geral, é competente e traz benefício vultuoso tanto às partes envolvidas, quanto ao Judiciário e até mesmo aos advogados. ✓ Quais são os procedimentos relevantes da audiência de conciliação no fórum ou no JEC? É obrigatório que a parte esteja assistida por advogado nas sessões de conciliação e mediação pré-processual e processual? Comumente, as partes são intimadas exclusivamente para uma Audiência de Conciliação, com o objetivo de diligenciarem a se conciliar, ou seja, lograr um acordo. Com reiteração as movimentações revogam já neste ato, o que torna o JEC altamente econômico, célere e idôneo, se comparado à Justiça Comum. 3.2 Funcionalidade do CEJUSC Mediação e conciliação devem desempenhar, portanto, como instrumentos pelos quais o Estado pode deferir a pacificação social das demandas sem, com isso, limitar o acesso ao Judiciário, sem tanger a inafastabilidade do controle jurisdicional, e pode perpetra-lo a um só tempo, com propósito de atestar a celeridade e satisfação dos interesses imunes pelas partes subversivas, que ocasionalmente precisam apenas de um foro apropriado para que se componham. Os CEJUSC são órgãos do Poder Judiciário Estatal, apontados a constituir 12 e realizar as audiências de conciliação e mediação visando a resolução de conflitos sociais. A principal finalidade dos CEJUSCs é fornecer à população um serviço de conciliação e mediação de qualidade, por meio de profissionais capacitados, seja na fase processual ou ainda quando não há processo na Justiça. 3.3 Estruturação do CEJUSC O ambiente físico em que são concretizadas as sessões nos CEJUSC se distingue de uma sala de audiências habitual. É configurado por mesas redondas, de no máximo seis por magistrado supervisor, com espaço entre elas que preserve a privacidade das partes e dos advogados. Tais mesas de negociação são monitoradas por um magistrado, onde as conciliações e mediações exclusivamente terão validade após a homologação pelo mesmo. Assim sendo, tornando profusa a capacidade dos magistrados de solução das demandas, visto que, simultaneamente, um único juiz supervisiona a execução de seis sessões, o que resulta em importante medida para a celeridade da prestação jurisdicional e alívio do Poder Judiciário. 3.4 Gerenciamento Administrativo do CEJUSC São compostos e coordenados pelo Núcleo Permanente de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos, nos termos da Resolução 174/2016, de 30 de setembro de 2016 do CSJT, e do Ato nº 197/2017, de 08 de junho de 2017, do Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região, sendo geridos por Juízes Coordenadores. 3.5 Aspectos Relevantes da Conciliação Esta possui quatro etapas, quais sejam: 1) abertura; 2) esclarecimento das partes sobre suas ações; 3) criação de opções e sugestões; 4) acordo. Em contrapartida, a mediação consiste em sete etapas: 1) pré-mediação; 2) investigação; 3) criação de opções; 4) escolha das opções; 5) avaliação das opções; 6) preparação para o acordo; e 7) acordo e assinatura (BRAGA NETO, 2008, p. 64-65). O Conselho Nacional de Justiça (2015) exprime sobre a descomplexificação propiciada com a conciliação onde o litígio é resolvido em um só 13 ato, prescindindo, por exemplo, a geração de provas. Isto posto, as partes deixam de expender com a produção de uma provável prova pericial e com locomoções ao Fórum. Seu êxito está na satisfação encontrada entre uma solução composta pelos próprios jurisdicionados ao contraditório de uma decisão judicial compulsória por um terceiro, qual seja o magistrado, aos jurisdicionados. E é síntese, pacífica por se tratar de ato voluntário partilhado entre as partes. A eficácia da conciliação exige discussão aberta, direta e franca entre as partes. Pode acontecer antes ou depois da instauração do processo. É importante alternativa de aproximação e participação dos envolvidos na solução do conflito. Mas também proporciona efetivo acesso à justiça, já que sua eficácia depende do tratamento igualitário entre os contendores que decidem, em conjunto e da melhor forma, a situação conflituosa, buscando a maior harmonia e a mútua satisfação (FARINELLI; CAMBI, 2011, p. 288). 3.6 Procedimentos relevantes da audiência de conciliação no fórum ou no JEC (Juizado Especial Cível) O mecanismo do Juizado Especial Cível tem rudimento com a petição inicial. Ressalta-se que o autor poderá postergar o pedido até o momento da audiência de instrução e julgamento (Enunciado 157 do FONAJE). Prontamente, será o réu nomeado para apresentar-ser em audiência de conciliação. As partes devem compulsoriamente estar presentes em audiência (Enunciado 20 do FONAJE). A não-comparecimento do autor em audiência converte-se no arquivamento do processo e condenação em custas (Artigo 51, I da Lei 9.099/95 e Enunciado 28 do FONAJE), a ausência do réu em audiência resulta em revelia (Artigo 20 da Lei 9.099/95). A pessoa jurídica quando autora deve estarrepresentada em audiência pelo empresário individual ou pelo sócio dirigente (Enunciado 141 do FONAJE) e quando ré pode estar representada por preposto (Artigo 9º, § 4º da Lei 9.099/95). É proibido figurar como advogado e preposto simultaneamente (Enunciado 98 do FONAJE). As partes devem chegar com precedência ao local para confirmar em qual sala realizar-se-á sua audiência: • No horário da audiência transcorre as proclamas, ou seja, momento em que as partes são chamadas para o ato pelo conciliador ou serventuário da Justiça; http://www.jusbrasil.com.br/topicos/11307424/artigo-51-da-lei-n-9099-de-26-de-setembro-de-1995 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/11307403/inciso-i-do-artigo-51-da-lei-n-9099-de-26-de-setembro-de-1995 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/103497/lei-dos-juizados-especiais-lei-9099-95 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/11308774/artigo-20-da-lei-n-9099-de-26-de-setembro-de-1995 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/103497/lei-dos-juizados-especiais-lei-9099-95 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/11309790/artigo-9-da-lei-n-9099-de-26-de-setembro-de-1995 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/11309686/par%C3%A1grafo-4-artigo-9-da-lei-n-9099-de-26-de-setembro-de-1995 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/103497/lei-dos-juizados-especiais-lei-9099-95 14 • Se o réu não se apresentar, realiza-se à revelia, em que serão julgados verdadeiros todos os fatos alegados em preliminar (art. 20, Lei nº 9099/95); • Se o autor não comparecer, quem julga poderá deliberar sentença (art. 23, Lei nº 9099/95) e nesse caso, será condenado ao pagamento das custas processuais; • Durante audiência, o autor e seu advogado(a) sentam-se à direita do conciliador e à esquerda o réu e seu advogado(a); • O advogado(a) e a parte devem definir antes mesmo da audiência, sobre a viabilidade de acordo e estipularem uma margem de negociação; • Mediante acordo afixado, o(a) advogado(a) precisa manter-se vigilante à ata de audiência, averiguando datas, partes, valores, prazos de pagamento, multas e todos as condições estabelecidas, para resguardar de possíveis equívocos; • Se não houver consenso, o(a) o advogado(a) do autor(a) deve evidenciar a contestação e documentos de forma imediata, ou, se, interpretar necessário, impetrar prazo para impugnação; • Após, será determinada audiência de instrução e julgamento, caso as partes tenham outras provas para serem produzidas. Se não tiverem, o processo irá para sentença. 3.7 Assistência Advocatícia às Partes As partes precisam apresentar-se com defensores ou advogados, para viabilizar a realização e instrução da audiência, de acordo com o artigo 334, § 9º do Novo Código de Processo Civil: Art. 334. Se a petição inicial preencher os requisitos essenciais e não for o caso de improcedência liminar do pedido, o juiz designará audiência de conciliação ou de mediação com antecedência mínima de 30 (trinta) dias, devendo ser citado o réu com pelo menos 20 (vinte) dias de antecedência. [...] § 9o As partes devem estar acompanhadas por seus advogados ou defensores públicos. (BRASIL, 2015 a, p. 66) 3.8 Audiência de Conciliação Online Audiência Cível de Conciliação 01 15 Processo nº 0805149-72.2016.8.12.0001 Classe: Procedimento Comum - Indenização por Dano Material Requerente: Josué Castro Cabreira Requerido: André Luiz da Silva Tavares Tema: Indenização por Dano Material Tipo de Audiência: Conciliação / Mediação Presidente do ato: José de Andrade Neto Aos 08/08/2017 às 15:45h, na cidade e Comarca de Campo Grande, na sala de audiências do Fórum local, sito na Rua da Paz, nº 14, 3º andar - Bloco I, Jardim dos Estados - CEP 79002-919, Fone: (67) xxx-3624, Campo Grande – MS, no qual presente se reputava o Dr. José de Andrade Neto, foi constituída audiência nos autos acima aludidos. formado o pregão, constatou-se as seguintes presenças: do autor e seu patrono, Dr. Fabiano Pissini; do requerido e seu patrono, Dr. Rodrigo Peri. Instaurada a audiência, foi acionada a conciliação, tendo as partes constituído a seguinte equiparação: “como forma de dar ampla e geral quitação por todos os fatos e pedidos relacionados na inicial, o requerido aceita pagar e o autor aceita receber a quantia total de R$ 2.500,00 (dois mil e quinhentos reais), parcelada em 5 parcelas mensais e sucessiva de R$ 500,00, sendo a primeira com vencimento para o dia 8 de setembro de 2017 e as demais para o mesmo dia dos meses seguintes. O pagamento deverá ser feito através de depósito na conta n. xxx4195-6, ag. xx99, conta poupança, do Banco Santander, CPF xxxxx-20. Cada parte arcará com os honorários de seu advogado e as custas serão pro rata. Pediram a homologação do acordo. Em caso de atraso no pagamento, haverá o vencimento antecipado da dívida e o acréscimo de 15% do valor total. Caso haja alguma inconsistência nos dados bancários, as partes acertam que poderá o requerido depositar em juízo. Renunciaram ao prazo recursal" Pelo Juiz foi dito o seguinte: "Homologo o acordo feito entre as partes. P.R.I.C.-se. Homologo, também, a renúncia ao prazo recursal. Arquive-se". José de Andrade Neto. Juiz de Direito (assinado por certificação digital) 4. CONCLUSÃO Este projeto propor-se a estudar o funcionamento do Centro Judiciário de 16 Solução de Conflito e Cidadania (Cejusc), com a destinação de averiguar se são realizadas as deliberações legais que o caracterizam. Com esse propósito, foi aplicada a metodologia de levantamento bibliográfico e foram levantados dados estatísticos do Cejusc. Essas referências foram comparadas ao que dispõe a lei, com objetivo de saber se o Cejusc efetua sua meta de orientar e estimular a autocomposição, de modo que as partes tenham autonomia para resolver a lide. Consuma-se que os acordos editados diretamente pela vontade das partes viabilizados pelo Cejusc têm demasiada efetividade, fixando freios na cultura do litígio, asseverando aos hipossuficientes o acesso à justiça, propagando o exercício da cidadania, fortalecendo a democracia e ainda tem como reflexo a diminuição da quantidade exacerbada de serviço no âmbito judiciário. Fundamentado como tendência mundial, o novo Código de Processo Civil, Lei nº 13.105 (BRASIL, 2015) ratificou a conciliação como um método de pacificação social e regularizou, em uma seção exclusiva, a atividade dos mediadores e conciliadores judiciais, inserindo essas duas figuras ao quadro dos auxiliares da justiça, conjunção significativa da importância facultada ao tema. A elementar ocorrência sobre a mediação e a conciliação figura na parte geral, mais especificamente no § 3º do artigo 3º do novo Código, o qual, além de discorrer sobre a inafastabilidade da jurisdição, dispõe que os institutos da mediação e da conciliação deverão ser incentivados pelos magistrados, advogados, defensores públicos e membros do Ministério Público, incluindo o curso do processo judicial, prevalecendo, assim, do ponto de vista da estruturação das normas procedimentais pelo prestígio às formas de autocomposição. Considerando os aspectos observados, o CEJUSC surgiu para atender aos cidadãos de maneira rápida, de fácil acesso e ampla, a fim de mitigar o judiciário, unindo- se a mediação e conciliação. Mediante estudos, pesquisas, leituras e acompanhamento de audiências online, podemos constatar que a mediação e a conciliação são métodos de solução de conflito no Direito brasileiro. Tem sido praticada já há alguns anos no Judiciário brasileiro, como possibilidade de resolver os conflitos sem os transtornos de um processo judicial. Efetivamente, há distinções entre essas duas instituições, mas o intento de ambas é praticamente o mesmo. Os conflitos que podem ser resolvidos no CEJUSC pré-processual são: Causas cíveis em geral (acidentes de trânsito, cobranças, dívidas bancárias, conflitos de vizinhança) e causas de família, tais como divórcio,pedido de 17 pensão alimentícia, guarda de filhos, regulamentação de visitas entre outras. Assim, o presente estudo analisou a composição, a estrutura e a atuação dos Centros Judiciários de Métodos Consensuais e conclui-se que, dessa forma, como serviço público que é, o Judiciário deve, observada a sua competência funcional, cumprir com a prestação do serviço jurisdicional de forma eficiente e adequada, gerando resultados positivos e atendimento satisfatório aos desejos da sociedade (DI PIETRO, 2014, p. 84); situação que gera nesta mesma sociedade sentimento de que o Judiciário está buscando formas de contornar a crise que o assola. Refere-se, assim, de significativo trâmite para uma política de administração de justiça consensual que, através da implementação de métodos adequados para a solução de conflitos, expande as formas de atuação do Poder Judiciário, aproximando-o da sociedade e conferindo-lhe maior credibilidade e legitimidade. 18 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRASIL. Conselho Nacional de Justiça. Manual de Mediação Judicial. 6 ed. Brasil: CNJ, 2016. 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