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Meio Ambiente CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI Armando de Queiroz Monteiro Neto Presidente SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL – SENAI Conselho Nacional Armando de Queiroz Monteiro Neto Presidente SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL – SENAI Departamento Nacional José Manuel de Aguiar Martins Diretor Geral Regina Maria de Fátima Torres Diretora de Operações Meio Ambiente Brasília 2010 José Olavo Braga © 2010. SENAI – Departamento Nacional Qualquer parte desta obra poderá ser reproduzida, desde que citada a fonte. Equipe técnica que participou da elaboração desta obra SENAI – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Departamento Nacional Setor Bancário Norte, Quadra 1, Bloco C Edifício Roberto Simonsen – 70040-903 – Brasília – DF Tel.:(61)3317-9000 – Fax:(61)3317-9190 http://www.senai.br Coordenador Projeto Estratégico 14 DRs Luciano Mattiazzi Baumgartner - Departamento Regional do SENAI/SC Coordenador de EaD – SENAI/AM José Nabir de Oliveira Ribeiro - Departamento Regional do Amazonas Coordenador de EaD – SENAI/GO Ariana Ramos Massensini - Núcleo Integrado de Educação a Distância SESI e SENAI Coordenador de EaD – SENAI/PB Felipe Vieira Neto - Centro de Educação Profissional Prof. Stenio Lopes Coordenador de EaD – SENAI/SC em Florianópolis Diego de Castro Vieira - SENAI/SC em Florianópolis Design Educacional, Design Gráfico, Diagramação e Ilustrações Equipe de Desenvolvimento de Recursos Didáticos do SENAI/SC em Florianópolis Revisão Ortográfica e Normativa FabriCO Fotografias Banco de Imagens SENAI/SC http://www.sxc.hu/ http://office.microsoft.com/en-us/images/ http://www.morguefile.com/ Ficha catalográfica elaborada por Luciana Effting CRB 14/937 – SENAI/SC Florianópolis B813m Braga, José Olavo Meio ambiente / José Olavo Braga. Brasília: SENAI/DN, 2010. 165 p. : il. color ; 30 cm. Inclui bibliografias. 1. Meio ambiente. 2. Ecologia urbana. 3. Transformando o lixo. 4. Proteção ambiental. I. SENAI. Departamento Nacional. II. Título. CDU 504 Sumário Apresentação do curso .................................................................................. 09 Plano de estudos ............................................................................................. 11 Unidade 1: Histórico e Conhecimentos Básicos ................................... 13 Unidade 2: Qualidade e Conscientização Ambiental e Recursos Naturais e Sustentabilidade ......................................................................... 39 Unidade 3: Aspectos e Impactos Ambientais ....................................... 59 Unidade 4: Gestão Ambiental e ISO 14000 ........................................... 75 Unidade 5: Legislação Ambiental .............................................................. 87 Unidade 6: Coleta Seletiva ........................................................................... 99 Unidade 7: Programa de Gerenciamento de Resíduos .....................121 Unidade 8: Programas de Meio Ambiente ............................................139 Conhecendo o autor .....................................................................................159 Referências .......................................................................................................161 9 Apresentação do Curso Olá caro aluno! Seja bem-vindo ao curso de Meio Ambiente! A partir de agora você irá aprender os mais diver- sos aspectos sobre o tema. Conhecerá um pouco da história do meio ambiente, como os conceitos foram evoluindo ao longo dos anos e qual a visão atual sobre o assunto. Aqui você terá a oportunida- de de conhecer algumas ferramentas utilizadas para a proteção e recuperação do meio ambiente. Além disso, verá noções de legislação, do programa Pro- dução Mais Limpa, dos Mecanismos de Desenvolvi- mento Limpo e do Programa Nacional de Conserva- ção de Energia Elétrica. Preparado para iniciar o estudo? Sucesso nessa caminhada e conte conosco! José Olavo Braga 11 Plano de Estudos Carga horária: 40h Ementa Histórico, conhecimentos básicos, qualidade e conscientização ambiental, recursos naturais e sustentabilidade, aspectos e impactos ambientais, gestão ambiental e ISO 14000, noções da legislação ambiental, programas ambientais: coleta seletiva, Programa de Gerenciamento de Resíduos (PGR), Produção Mais Limpa (PmaisL), Mecanismos de De- senvolvimento Limpo (MDL), Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel). Objetivos Objetivo Geral Este curso tem por objetivo despertar seu interes- se para o assunto meio ambiente. Aqui você ficará familiarizado com os termos e acontecimentos ambientais. Para isso, a abordagem histórica do meio ambiente, alguns conceitos e assuntos relacionados ao tema farão com que você coloque em prática o seu lado ambientalmente correto. 12 Meio Ambiente Objetivos Específicos A partir do estudo das unidades propostas para este curso, você será capaz de: � Desenvolver conhecimento e habilidade de percepção sobre o meio ambien- te; � Conhecer ferramentas para cuidados com o meio ambiente, dentro de casa e no ambiente de trabalho. 13 1Histórico e Conhecimentos Básicos Objetivos de Aprendizagem Ao final desta unidade, você estará apto a: � Entender o contexto histórico do meio am- biente até os dias atuais; � Compreender o tema meio ambiente; � Conceituar termos do meio ambiente, como o ciclo da água e do car bono, o efeito estufa e o aquecimento global. Aulas Acompanhe nesta unidade o estudo das aulas seguintes. Aula 1: Histórico Aula 2: Conhecimentos Básicos 14 Meio ambiente Para Iniciar Está pronto para iniciar o curso? Então seja bem-vindo à primeira uni- dade! Aqui você conhecerá um breve histórico do tema, com o surgimento da concepção do ser humano sobre a importância do meio ambiente. Também verá alguns conhecimentos básicos sobre o ciclo da água e do carbono, efeito estufa e aquecimento global. Você sabia que eventos e pessoas marcaram a história do meio am- biente? Isso mesmo, e você irá conhecê-los! Também vai compreender as tranformações que o planeta Terra vem passando nos últimos séculos por conta da má utilização dos recursos naturais. Além disso, irá refletir sobre como a humanidade utiliza os recursos de forma inconsciente. Entenderá como funciona o equilíbrio ambiental no ciclo da água e do carbono, elementos fundamentais para a existência de vida na Terra, e como o ser humano desregula esses sistemas que equilibram os ele- mentos do planeta. Já ouviu falar disso? É verdade, as ações do homem influenciam o meio ambiente! E atenção! Seus conhecimentos ao longo da unidade serão testados por desafios com o objetivo de frisar a leitura dos assuntos a serem abordados. Siga em frente e bons estudos!! 15Unidade 1 Meio ambiente Aula 1 : Histórico Você sabe quando o homem começou a ter inte- resse por assuntos ligados ao meio ambiente? Não se sabe ao certo quando surgiu a primeira concepção de meio ambiente ou quando este co- meçou a ser tratado com mais atenção. No entan- to, alguns eventos marcam o percurso histórico do meio ambiente até os dias de hoje. Esse é o assunto que você verá a seguir. Está curio- so? Vamos lá! As últimas décadas foram marcadas por algumas discussões mais intensas sobre esse tema em todo o mundo. Mas o que fez com que as pessoas se interessas- sem pelo tema, você sabe? Um dos motivos que fez com que a população despertasse para o tema está ligado às profundas mudanças ocorridas a partir do estabelecimento do modelo econômico de desenvolvimento insus- tentável, o capitalismo. Esse impacto está cada vez maisvisível no dia a dia. CAPITALISMO: Regime socioeconômi- co no qual os meios de produção pertencem a sociedades privadas, ou particulares. 16 Meio ambiente A história dos impactos ambientais pode ter vários começos: no big bang, por exemplo, quando o planeta surgiu, ou na Revolução Industrial, no século XVIII, quando as transformações do am- biente ficaram mais evidentes em consequência da grande atividade industrial. Bursztyn e Persegona (2008) demonstram uma linha cronológica sobre o tema meio ambiente. Quer conhecer essa trajetória? Então acompanhe! A história do nosso tema começa no ano 6000 a.C., quando se evidencia o uso do fogo para a limpeza da floresta de Kalambo, na Tanzânia, desmatan- do grande parte da área florestal. E em 2700 a.C. surge a primeira lei florestal. Essa lei afirmou que o excesso de pastagem e corte de árvores para usar como lenha contribuíam para o desmatamento e erosão do solo. Já em 300 a.C., o filósofo grego Teofrasto iniciou os primeiros estudos sobre botânica. E em 150 a.C., os romanos deram início às atividades de minera- ção na Espanha, extraindo chumbo para a confec- ção de recipientes, o que contribuiu com a polui- ção atmosférica. Chegando ao século I, Columena e Plínio observaram que as quebras de safra e a erosão do solo aconteciam em decorrência da ausência de um gerenciamento dos recursos naturais. Na civilização maia ocorreu um colaspo por conta da erosão do solo e do crescimento da população no século X. Esse período foi também caracteriza- do pelo desmatamento de grandes áreas flores- tais na costa do Mediterrâneo para construção de embarcações do Império Bizantino, em Veneza. A urbanização acelerada e, consequentemente, o BIG BANG: Teoria científica que defende o surgimento do universo a partir de um estado extremamente denso e quente há cerca de 13,7 bilhões de anos. BOTÂNICA: Ciência dos vegetais; fitologia. SAFRA: Toda a produção do ano de um determinado gê- nero agrícola; colheita. GERENCIAMENTO: Refere-se a técnicas de gestão, avaliação e uso das ferramentas respec- tivas. 17Unidade 1 Meio ambiente aumento da produção de lixo fizeram com que em Londres a população fosse proibida de descartar o lixo, ou “imundícies” – como era dito no ano de 1309 – nas ruas e caminhos da cidade. Sendo assim, o lixo era jogado no rio Tâmisa ou em qualquer outro lugar fora da cidade. Cerca de 50 anos depois, proibiu-se jogar lixo nesse rio. Os resíduos poderiam ser jogados apenas fora da cidade, portanto, todo o lixo era levado por carroças além dos limites da cidade. Em 1496 determinou-se que a cidade de Lisboa deveria ser limpa por homens pagos pelos mora- dores das freguesias. Em 1492, Cristóvão Colombo chegou à América e, em 1500, Pedro Álvares Ca- bral descobriu o Brasil. A Carta de Pero Vaz de Caminha ao rei de Portugal mar- ca a chegada dos portugueses ao Brasil, pois relatava todas as belezas naturais que encontraram. As riquezas naturais eram tantas que os portu- gueses começaram a extrair os recursos naturais brasileiros sem se preocupar com o esgotamento do meio ambiente. Mas foi em 1548 que surgiu a primeira preocupação com a extração do pau- brasil: uma legislação especial determinava que tal atividade deveria ser feita com o menor prejuízo à terra. 18 Meio ambiente Você já ouviu falar no termo “madeira de lei”? Sabe o que é? Descubra! O termo “madeira de lei” surgiu em 1603 devido a uma relação de árvores que estavam sendo prote- gidas por lei. Ah, agora sim! E nesse mesmo ano, a preocupação com o meio ambiente aumentou em decorrência da proibição do ato de se jogarem materiais que pudessem matar os peixes ou sujar as águas dos rios. No ano de 1638, ao mesmo tempo que lutava contra a monocultura de cana-de-açúcar, o conde João Maurício de Nassau lançou em Recife, Per- nambuco, o primeiro jardim botânico e zoológico do Novo Mundo. Mais tarde, em 1641, ele proibiu o corte de cajueiros e, alguns anos depois, que os bagaços de cana-de-açúcar fossem lançados aos rios. MONOCULTURA: Cultura exclusiva de um produto agrícola. 19Unidade 1 Meio ambiente Como estava a Inglaterra no contexto da preservação ambiental? Entenda me- lhor! Por conta da queima de carvão, a Inglaterra medieval vivia constantemente com o ar sendo poluído, o que era motivo de reclamação de muitas pessoas na época. Mas o que incomodava a população era a presença da fumaça, e não a alteração da qualidade do ar. Em 1665, Robert Boyle ficou conhecido por descobrir, por meio de suas expe- riências com as propriedades dos gases, que o ar é importante para a vida dos animais, incluindo os seres humanos. Com isso, a preocupação com o meio am- biente aumentou: em 1700, uma fábrica de cloreto de mercúrio foi processada por liberar gases tóxicos, na cidade de Finale, na Itália. Muitos estudiosos da época realizavam expedições que resultavam em livros, a maioria sobre botânica, como foi o caso do Systema Naturae, de Carl Von Lineu, que introduziu o sistema moderno de classificação de plantas e animais. Além desse, outros livros começavam a desvendar os conhecimentos que hoje temos sobre meio ambiente. O início da primeira Revolução Industrial acontece no ano de 1750, quando a população achava que quanto mais fumaça, maior seria o pro- gresso para a sociedade. Porém, seus efeitos nocivos ao meio ambiente são prova- dos pelas descobertas cientí- ficas, nas quais o homem é o principal vilão do planeta. Com isso, é dado início ao movimento ambiental inglês e outros que foram se difun- dindo no decorrer dos anos. 20 Meio ambiente Em 1760, Dom José I emite um valvará que prote- ge todos os manguezais do litoral do Brasil, proi- bindo o corte das árvores cujas cascas eram utili- zadas para o curtimento de couro, a fim de promover a preservação das espécies. A descoberta de que as plantas res- piram e liberam oxigênio foi feita por Joseph Priestley no ano de 1772. Um fato importante a ser destacado é que pessoas que limpavam chaminés estavam desenvolvendo câncer. O primeiro a observar isso foi Percival Pott, em 1775. Ele relacionou o aparecimento da doença em pessoas que faziam esse tipo de trabalho, pois estes estavam sempre em contato com a fuligem. Nesse sentido, relacionou uma das causas do câncer com fatores ambientais. O geólogo James Hutton (1726–1797), em apre- sentação ao Royal Society de Edimburgo, avança com a ideia de que o planeta Terra seria um ser vivo. Nota “A Terra, a exemplo dum corpo animal, degrada-se ao mesmo tempo que se reconstitui; está num estado de crescimento e aumento, mas também num outro estado, de diminuição e deterioração” (BURSZTYN e PERSEGONA, 2008, p. 42). Já o naturalista inglês Charles Darwin escreveu sobre a evolução das espécies, afirmando que a sociedade evolui em consequência de causas am- bientais. Em 1794, publicou o livro As leis da vida orgânica. Mais tarde, Darwin e outros estudiosos foram influenciados por Thomas Malthus, que no ALVARÁ: Documento de autoriza- ção, emitido por autori- dade administrativa ou judiciária; licença; permis- são. CURTIMENTO DE COURO: Preparo do couro de modo que ele fique livre de apo- drecimento. FULIGEM: Substância negra depositada pela fumaça. 21Unidade 1 Meio ambiente livro Ensaio sobre o princípio da população destacou sua observação de que as plantas e animais se reproduzem mais rápido que o crescimento da produção de alimentos. Dica Conheça mais sobre a vida e a obra do escritor britânico Charles Darwin. Para isso, visite o site da Wikipédia: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Charles_Darwin>. As ideias de Darwin são muito interessantes e sempre atuais. Nossa, quantas descobertas importantes sobre o meio ambiente, não é mesmo? Conheça mais! Na mesma época em que o Brasil estava com aproximadamente 3,5 milhões de habitantes e o mundo com cerca de 1 bilhão, José Bonifácio de Andrada e Silva recomendou que a costa litorânea brasileira fossereflorestada, pois se encon- trava totalmente devastada. Sabemos que as plantas absorvem água e dióxido de carbono na presença de luz solar, mas em 1804, o químico Nicolas Saussure publicou essa informação pela primeira vez em sua obra Chemical research on vegetation (Investigação Química sobre a Vegetação), possibilitando um despertar para as visões de meio ambiente. Você sabia que hoje o Jardim Botânico do Rio de Janeiro tem cerca de 137 hectares de área preserva- da? Isso é verdade, mas saiba que há 200 anos, esse espaço tinha pouco mais de 2.500 hectares e foi a primeira unidade de conservação do Brasil, chamada de Real Horto Botânico do Rio de Janeiro, fundado por Dom João VI. 22 Meio ambiente ? Pergunta E os animais, quando tiveram atenção dentro do contexto da preservação? Em 1824 foi criada a ONG Society for the Protection of Animals (Sociedade de Proteção aos Animais) para defender a vida animal de atividades comuns na época, como tiro aos pombos, caça ao veado e ao coelho. Jean-Baptiste Fourier, em 1827, foi o primeiro cientista a considerar o efeito estufa: um fenôme- no que mantém a terra aquecida através de gases atmosféricos que prendem a energia solar na terra sem que o calor retorne ao espaço, elevando a temperatura do planeta. Mas você conhecerá melhor o tema efeito estufa na segunda aula desta unidade. Fique atento! Como você pode perceber, o século XIX foi marca- do pela criação de várias legislações com o obje- tivo de proteger o meio ambiente, por inúmeras publicações de estudiosos, que foram descobrindo aos poucos a importância do equilíbrio ambiental, e pela criação de parques de preservação e prote- ção de áreas verdes. Ao mesmo tempo, atividades que visavam favorecer o bem-estar dos seres hu- manos foram sendo desenvolvidas, como a extra- ção de petróleo e sua utilização como combustível. ONG: Sigla de Organização Não Governamental, designa- ção dada a entidades que militam à margem das decisões do Estado. 23Unidade 1 Meio ambiente No início do século XX, a população brasileira tinha aproximadamente 17 milhões de habitantes, e junto com as preocupações da sociedade, aumentou também o número de ONG’s com o objetivo de proteger o meio ambiente. Mas note que esse século teve um avanço significativo nos estudos ambientais e também nos efeitos ambientais que a humanidade estava recebendo. Um exemplo disso foi a morte de 70 pessoas na Bélgica em virtude de uma inversão térmica em 1930. Nesse período, o mundo contava com aproximadamente 2 bilhões de habitantes. Além de vários desastres ambientais, a escassez de recursos naturais começou a ser percebida pela população. Em função dessa preocupação, em 16 de junho de 1972 vários países se reuni- ram em Estocolmo para a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Am- biente Humano. O resultado desse encontro foi o desenvolvimento de uma declaração que reuniu princípios para orientar a preservação e melhoria do meio ambiente. Pronto para continuar aprendendo sobre as pessoas e acontecimentos que marcaram a história do meio ambiente? Então, vamos lá! Ainda tem muita coisa interessante para você! A prova de que o homem tem inteligência para desenvolver tecnologias, mas se esquece de pensar sobre o perigo que isso pode causar, foi demonstrada com a explosão de um reator nuclear em Chernobil durante um ensaio, em 1986. Esse fato marcou um dos maiores acidentes ambientais da história, contaminando uma grande extensão de terra e toda a população que habitava os arredores da central nuclear. Reflita As décadas de 80 e 90 foram marcadas pela adoção de uma postura mais ativa diante dos acontecimentos ambientais. Parques foram criados, leis decretadas e o governo já tinha domínio estratégico para uma política de meio ambiente. 24 Meio ambiente ? Pergunta Você já ouviu falar sobre o Protocolo de Quioto? Vamos entender melhor! O Protocolo de Quioto tem como objetivo esta- belecer acordos com países para estipular metas de redução de emissão de gases do efeito estufa na atmosfera. Além disso, busca criar mecanismos de desenvolvimento menos impactantes ao meio ambiente. A primeira reunião que ocorreu sobre o tema foi em 1988, na cidade de To- ronto, no Canadá. Líderes e pesquisadores se reuniram para descutir sobre as mudanças climáticas do planeta. Mas foi em 1990 que se criou o Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC), o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas. Esse foi o meca- nismo científico que alertou o planeta do aquecimento global, ou seja, das altera- ções na temperatura no planeta,aquecendo a Terra além do normal. Esse aumento na temperatura acontece em decorrência da queima de combus- tíveis fósseis, que liberam o gás CO2 (dióxido de carbono), principal responsável pelo aquecimento global. Ah, agora sim você sabe como acontece o efeito estufa, certo? Siga em frente para ver os próximos acontecimentos! Mais tarde, em 1992, no Rio de Janeiro, aconteceu a ECO-92, uma reunião que contou com a participação de 160 líderes de países que assinaram a Conven- ção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima. No encontro foram estabelecidas metas de redução de emissão de gases que propiciam o efeito estufa e constatado que todos os países são causadores dessa emissão, não se restringindo somente aos países desenvolvidos. Já em 1995, o IPCC declara que as mudanças climáticas estavam no cotidiano da população e eram provenientes das atividades desenvolvidas pelo homem. 25Unidade 1 Meio ambiente Foi então que, em 1997, na cidade japonesa de Quioto (por isso o nome Pro- tocolo de Quioto), ficou firmado o compromisso de os países industrializados reduzirem as emissões de gases poluentes. Nesse protocolo, ficou destacado que cada país deveria agir em prol desse objetivo. Essa necessiadade foi novamente destacada em uma reunião na Argentina, no ano de 2004, ressaltando o compromisso dos países paraticipantes para a redu- ção da emissão de gases. Em 16 de fevereiro de 2005, o Protocolo de Quioto passa a ser um compromisso legal com todos os países envolvidos, onde foram determinadas penalidades para o não cum- primento das metas estabelecidas. O mais recente evento sobre mudanças climáticas, que aconteceu na cidade de Copenhagen, capital da Dinamarca, foi a COP 15, ou 15ª Conferência das Partes sobre o Clima. Nessas conferências, que ocorrem anualmente desde 1995, todos os países par- ticipantes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima se reúnem para discutir e tomar decisões sobre essa convenção. 26 Meio ambiente ? Pergunta Mas o que é a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima? Essa convenção é um tratado internacional que tem como objetivo estabilizar o nível de concen- tração de gases do efeito estufa na atmosfera. A COP 15 não resultou em um documento para formalizar o compromisso entre nações. No entan- to, foi uma vitória na busca pela preservação do meio ambiente. As duas semanas de discurssão da COP 15 tive- ram atenção total por parte de políticos de todo o mundo e as notícias relacionadas ao tema foram destaque em todos os meios de comunicação. Assim, formalizou-se o interesse de todos pelos acontecimentos ambientais e o tema se tornou pauta de discussão entre as pessoas. E qual foi o maior obstáculo na luta pela defesa do meio ambiente? Desde a ECO-92 até a COP-15, um dos maiores empecilhos foi o comprometimento dos políticos e da a sociedade em tomar medidas de redução de gases do efeito estufa. Portanto, além do compro- misso mais profundo por parte dos políticos, é preciso iniciativa de cada ser humano. EMPECILHO: Estorvo; embaraço; obs- táculo. 27Unidade 1 Meio ambiente Relembrando Nesta aula, você aprendeu sobre a história do tema meio ambiente e alguns acontecimentos ao longo dos anos. Viu também que não existe uma data certa para o início do conceito de meio ambiente e que possivelmente a descoberta do fogo foio marco inicial do uso dos recursos naturais. Várias descobertas foram feitas e os conceitos ambientais foram sendo construídos conforme a consciência ambiental da humanidade, cuja popula- ção aumentou rapidamente, ocupando os mais diversos locais. Além disso, você conheceu os pontos importantes que marcaram a trajetória do meio ambiente, como o Protocolo de Quioto e as preocupações com as mudanças climáticas do planeta, decorrentes do crescente desenvolvimento industrial e sua característica poluidora. Colocando em prática Pronto para aprender mais sobre o tema? Faça do seu aprendizado um momento significativo! Que tal agora colocar em prática os conheci- mentos adquiridos nesta unidade? Realize os exercícios propostos no ambiente virtual de aprendizagem (AVA). Aproveite também para trocar ideias e tirar dúvidas com o professor tutor e os colegas pelas ferra- mentas do AVA. Siga adiante com os estudos! Aula 2: Conhecimentos Básicos Aqui você aprenderá sobre os principais conceitos de meio ambiente, verá quais são os ciclos da água e do carbono e as interferências que esses ciclos estão sofrendo atualmente. Preparado para inicar o estudo? Vamos lá! 28 Meio ambiente Ciclo da Água O planeta Terra é composto por 71% de água superficial e o restante são conti- nentes e ilhas. Toda água existente em nosso planeta não é simplesmente está- tica e nem tem lugar fixo. Ela está em constante circulação, seja pela atmosfera, solo, rios, animais ou plantas. Essa movimentação da água, entre a atmosfera e o planeta Terra, é conhecida como ciclo da água. ? Pergunta E você sabe como o ciclo da água se inicia? O início do ciclo da água, ou ciclo hidrológico, dá-se pela radiação solar. Os raios solares emitidos pelo sol propagam o calor que chega à superfície da Terra e faz com que a água presente nos lagos, rios e oceanos evaporem para a atmosfera. Ou seja, a água em estado líquido passa para o estado gasoso. Além disso, a água presente no solo na fase líquida também evapora. Ah, agora ficou mais claro, você concorda? Você sabia que 84% da água que evapora da Terra é proveniente dos oceanos e os outros 16% é do continente? Isso mesmo! 29Unidade 1 Meio ambiente ? Pergunta E o fenômeno chamado transpiração? Você sabe como acontece? Todas as plantas e animais possuem água em sua composição. Esse componen- te também vai para a atmosfera na forma gasosa, resultando, assim, no fenôme- no chamado transpiração. As plantas absorvem parte da água existente no solo e da chuva que a rega para realizar suas funções vitais. A mesma coisa acontece nos animais, sendo que a água é ingerida em vez de ser absorvida. Veja um exemplo na figura seguinte. Assim ficará mais fácil entender o ciclo da água. Figura 1 – Ciclo da água Além da transpiração, existem os fenômenos chamados sublimação e conden- sação. Você já deve ter ouvido falar neles, certo? Confira com atenção! No alto das montanhas, como a do Himalaia ou da Cordilheira dos Andes, e também nos polos norte e sul, existem geleiras, ou seja, a água em seu estado sólido. Essa água sólida (gelo e neve) muda para o estado gasoso através de um fenômeno chamado sublimação. Nele, a água das geleiras também evapora, chegando à atmosfera na forma de vapor. 30 Meio ambiente Esse vapor d’água que se encontra na atmosfera é conduzido pela força das massas de ar. Quando essas moléculas de água chegam a pontos mais altos na atmosfera, onde a temperatura é menor, elas se amontoam, ou melhor, se condensam. Esse fenônemo é chamado de condensação. É ele que forma as nuvens. Ao se tornarem densas através da condensação, as moléculas de água que estão nas nuvens ficam pesadas e se liquefazem, caindo em forma de precipitação. Esse é o caso das chuvas, granizo e neve. A precipitação faz com que a água retorne para a superfície terrestre, renovando a água do planeta. ? Pergunta Mas você sabe a diferença entre chuva, granizo e neve? A chuva é a precipitação da água no estado líqui- do, na forma de gotas. O granizo, da água no esta- do sólido, em pedras de gelo. E a neve é a precipi- tação da água na forma de cristais de gelo. Todo volume de água que cai sobre a superfície da Terra se distribui por vários ambientes, sendo que grande parte se acumula em reservatórios, como lagos, rios e oceanos. Além disso, a água pode se infiltrar no solo, atingindo as águas subterrâneas, podendo ser retida pelas plantas ou escoar pelo relevo, onde grande quantidade corre em direção ao mar. CONDENSAÇÃO: Ação ou efeito de con- densar-se; transformação de estado gasoso em líquido. MOLÉCULAS: Agrupação definida e ordenada de átomos, ele- tricamente neutra. 31Unidade 1 Meio ambiente Atenção O ciclo hidrológico, por mais que seja um processo dividido em etapas, é uma atividade dinâmica onde todas as etapas ocorrem simultaneamente. Ao mesmo tempo em que uma parte da água está sendo evaporada pela radiação do sol, outra está sendo escoada em direção aos oceanos, e outra está sendo precipitada em outro local. Reflita Que tal agora relembrar as etapas do ciclo hidrológico e explicar cada uma delas com suas próprias palavras? Anote suas conclusões no caderno para depois trocar experiências com seus colegas de curso e professor tutor pelas ferramentas do ambiente virtual de aprendizagem (AVA). Acompanhe agora o ciclo do carbono. Vamos em frente! 32 Meio ambiente Ciclo do Carbono O ciclo do carbono tem como peça principal o elemento químico carbono (C), que é o quarto elemento em maior quantidade na Terra. Esse é en- contrado junto com o hidrogênio (H) em todos os compostos orgânicos. Está em toda parte do plane- ta: na água, no ar, no solo ou até mesmo no interior do planeta. Esse ciclo pode ser dividido em dois subciclos. Um deles acontece de forma rápida, pela fotossíntese das plantas e repiração dos animais. O outro acon- tece lentamente com o acúmulo de matéria orgâni- ca decomposta parcialmente que, ao longo do tempo, torna-se parte da crosta terrestre. Figura 2 – Ciclo do carbono O ciclo rápido pode ser definido como ciclo bio- lógico, pois acontece quando as plantas utilizam a energia solar juntamente com o gás carbônico (CO2) da atmosfera para produzir compostos orgâ- nicos, como é o caso da glicose, que serve para o seu desenvolvimento. Essa atividade faz com que a planta absorva o carbono da atmosfera na forma de gás. FOTOSSÍNTESE: Síntese da matéria orgâ- nica, nas plantas clorofila- das, sob influência da luz solar. 33Unidade 1 Meio ambiente ? Pergunta E o que mais pode emitir gás carbônico para a atmosfera? Outra atividade que emite gás carbônico para a atmosfera é a respiração dos animais. Vamos ver como isso ocorre! Na cadeia produtiva, o carbono que a planta absorveu passa para os animais herbívoros e posteriormente aos carnívoros, via alimentação. Estes respiram quebrando as moléculas orgânicas dos alimentos e liberam o gás carbônico para a atmosfera novamente. A decomposição da matéria orgânica é outra for- ma de o gás carbônico retornar para a atmosfera. Lembre-se de que todos os animais e plantas têm em sua composição o elemento carbono. Então, quando ocorre a decomposição desses corpos, o carbono que fazia parte da estrutura dos animais e plantas é liberado na forma de gás carbônico. Para finalizar o ciclo, o gás carbônico é absorvido pelas plantas, que servem de alimento para os animais. Estes respiram e liberam o gás carbônico novamente para a atmosfera. Quando as plantas e animais morrem são decompostos e novamen- te liberam gás carbônico de suas estruturas para a atmosfera, fechando o ciclo. Isso ocorre com grande frequência, pois constantemente as plantas estão fazendo fotossíntese e os animais respiran- do, renovando o carbono do planeta. HERBÍVOROS: Indivíduos que se alimen- tam de vegetais. CARNÍVOROS: Indivíduos que se alimen- tam de carnes. 34 Meio ambiente Mas existe uma alteração nesse ciclo. Nos últimos tempos, principalmenteem função do desmatamento, o número de plantas está diminuindo e, ao mesmo tempo, a quantidade de pessoas no pla- neta aumenta a cada dia. Portanto, exis- tem mais pessoas respirando e menos plantas fazendo fotossíntese, o que faz com que grande parte do gás carbônico permaneça na atmosfera, agravando o efeito estufa. O ciclo mais lento, conhecido como ciclo geológi- co, ocorre através da formação dos combustíveis fósseis, também chamados de combustíveis mi- nerais. Esses combustíveis fósseis se formaram há milhões de anos por causa do acúmulo e decom- posição gradativa de materiais orgânicos que, por algum motivo, não entraram na cadeia alimentar. Podemos ressaltar que as condições ambientais de pressão e temperatura foram favoráveis na forma- ção dos combustíveis fósseis, como é o caso do petróleo, carvão mineral e gás natural. Essa forma- ção vem acontecendo até os dias atuais, porém, em uma velocidade muito inferior à da escala humana. O ciclo geológico começa pelo armazenamento do carbono no processo de formação dos combustí- veis fósseis e continua quando esses combustíveis são queimados, liberando novamente o gás carbô- nico para a atmosfera. Com a Revolução Industrial, o consumo dos com- bustíveis fósseis para utilização nos processos de industrialização, termelétricas e em veículos automotivos, fez com que houvesse uma mudança no ciclo do carbono. A frequência e velocidade com que os combustíveis fósseis são queimados não é a mesma necessária para sua formação. Sendo assim, o tempo de formação dos combustí- ves é geológico, levando séculos para que aconte- ça. TERMELÉTRICAS: É uma instalação indus- trial usada para geração de energia elétrica/eletri- cidade a partir da energia liberada em forma de calor. 35Unidade 1 Meio ambiente Com o aumento da queima de combustíveis fósseis, o nível de gás carbônico liberado também aumenta, na mesma proporção. No entanto, a atmosfera não está preparada para receber grandes volumes de gás carbônico em um curto espaço de tempo, como vem ocorrendo nas últimas décadas. A resposta para isso, juntamente com o gás carbônico que foi liberado pelos animais e não foi utilizado pelas plantas, é um agrava- mento do efeito estufa e, consequentemente, um aquecimento do planeta. A partir de agora você irá conhecer alguns problemas ambientais mais preocu- pantes dos últimos tempos: o efeito estufa e o aquecimento global. Vamos lá! O Efeito Estufa e o Aquecimento Global O efeito estufa é um processo natural que mantém a Terra aquecida através da retenção de parte da radiação solar que chega à Terra. Essa retenção se dá por uma camada de gases que se encontra na atmosfera, que é composta por metano, óxidos de azoto, ozônio, gás carbônico, etc. Essa camada mantém a temperatura ideal para sobrevivência humana na Terra. O sol emite radiação em direção à Terra e quando chega na superífice terrestre é refletida de volta para o espaço. No entanto, uma parte é refletida de volta para a superfície da Terra por uma camada de gases que se encontra na atmos- fera e outra é devolvida para o espaço. Funciona como uma estufa de jardim, que deixa o calor entrar para manter a temperatura ideal, mas não deixa o calor sair. Observe esse processo na figura seguinte! 36 Meio ambiente Figura 3 – Efeito estufa Ficou claro até aqui? Podemos seguir no estudo do efeito estufa? Siga em frente! Mas é preciso observar que existem mais gases refletindo calor de volta para a Terra do que o normal, e isso é um problema. Os gases liberados na queima dos combustíveis fósseis e também pela ação do desmatamento, como explicado anteriomente, deixam mais espessa a camada de gases do efeito estufa. Essa camada mais grossa faz com que a luz seja refletida e gere mais calor de volta para a Terra, não deixando com que ele seja liberado para o espaço e aumen- tando a temperatura da Terra. Esse é o fenômeno conhecido como aquecimento global. Reflita O aquecimento global é uma preocução de grande enfoque, atualmente, por deixar os dias mais quentes e fazer com que a sensação de calor persista por mais tempo. 37Unidade 1 Meio ambiente A primeira consequência do aquecimento global é a mudança no clima das regiões. E a elevação da temperatura pode levar a mudanças na existência de plantas e animais, no derretimento das geleiras e, consequentemente, no aumento do nível dos oceanos, pois os próprios oceanos passam a ter a temperatura de suas águas elevada. Todo esse impacto já pode ser percebido. Como exemplo, temos o caso do fenômeno El Ñino, temporadas de grandes chuvas e secas em locais onde não se tinha ocorrência, mudanças no com- portamento dos animais e em suas ecologias etc. Dica O aquecimento global é o assunto do documentário Uma verdade inconveniente, do diretor Davis Guggenheim. Trata-se de uma palestra que o político Al Gore ministra sobre a influência da ação do homem no clima do planeta. Vale a pena conferir! EL ÑINO: Aquecimento cíclico da temperatura da água do mar no oceano Pacífico Oriental e na costa oci- dental da América do Sul, que pode resultar em variações nos padrões climáticos em diversas regiões do planeta. 38 Meio ambiente Relembrando Nesta aula você aprendeu sobre os ciclos da água e do carbono. Percebeu que esses ciclos são dinâmicos e podem ser desregulados conforme ações an- trópicas poluidoras, como o caso de emissões de gases causadores do efeito estufa e agravamento do aquecimento global. Colocando em prática Agora é uma boa hora para colocar em prática os conhecimentos ad- quiridos. Então, antes de iniciar a próxima unidade, acesse o AVA e re- vise o assunto estudado resolvendo o desafio proposto. Utilize também as ferramentas do ambiente virtual para compartilhar ideias e dúvidas com o professor tutor e os colegas. Finalizando Como você estudou nesta unidade, não existe uma data certa de quando começou o conceito de meio ambiente e que possivelmente a descoberta do fogo foi o marco inicial do uso dos recursos naturais. Várias descobertas foram feitas em relação às atividades e suas interli- gações com o planeta. Os conceitos ambientais foram sendo construí- dos conforme a consciência ambiental da humanidade, cuja população aumentou rapidamente, ocupando os mais diversos espaços físicos. Aqui você conheceu o Protocolo de Quioto e as preocupações com as mudanças climáticas do planeta, decorrentes do crescente desenvolvi- mento industrial, juntamente com sua característica poluidora. 39Unidade 1 Meio ambiente Aprendeu também sobre os ciclos da água e do carbono, e que esses ciclos são dinâmicos e podem ser desre- gulados conforme ações antrópicas poluidoras, como o caso de emissões de gases causadores do efeito estufa e agravamento do aquecimento global. Parabéns, caro aluno! Agora que você aprendeu sobre o histórico e teve conhecimentos básicos. Na próxima unidade veremos sobre a qualidade e controle ambiental, conscientização ambiental e recursos naturais, e sus- tentabilidade. CONSCIENTIZAÇÃO: Tornar consciente. SUSTENTABILIDADE: É um conceito sistêmi- co, relacionado com a continuidade dos aspec- tos econômicos, sociais, culturais e ambientais da sociedade humana. 41 2Qualidade e Conscientização Ambiental, Recursos Naturais e Sustentabilidade Objetivos de Aprendizagem Ao final desta unidade, você estará apto a: � Compreender questões relacionadas à qua- lidade, conscientização ambiental, recursos naturais e sustentabilidade; � Entender conceitos relacionados ao meio ambiente, como poluição dos recursos da água, do ar e do solo. Aulas Acompanhe nesta unidade o estudo das aulas seguintes. Aula 1 – Qualidade e Controle Ambiental Aula 2 – Conscientização Ambiental e Recursos Naturais Aula 3 – Sustentabilidade 42 Meio ambiente Para Iniciar Olá! Caro aluno, seja bem-vindo à segunda unidade do curso. Após estudar a história e os conhecimentos básicos sobre meio am- biente, compreenderá aspectos ligadosà qualidade e ao controle ambiental, à conscientização ambiental, recursos naturais, e sustentabi- lidade. Esta etapa irá tratar dos conceitos de qualidade e conscientização ambiental, bem como de suas ferramentas. Também irá apresentar os conceitos de recursos naturais e sustentabilidade, abordando temas como poluição da água, do ar e do solo. Vamos começar? Aproveite bem esta unidade e bons estudos! Aula 1: Qualidade e Controle Ambiental Nesta aula, você vai refletir sobre os conceitos e definições dos temas: qualida- de e controle ambiental. Além disso, verá exemplos de poluição do meio am- biente. O objetivo desta aula é fazer com que você adquira conhecimentos sobre qualidade e controle ambiental e saiba de que forma se inserem no tema meio ambiente. 43Unidade 2 Meio ambiente Qualidade Ambiental ? Pergunta O que representa qualidade para você? Segundo o Dicionário Aurélio, qualidade é a “propriedade, atributo ou condição das coisas ou das pessoas serem capazes de distingui-las das outras e de lhes determinar a natureza” (FERREIRA, 1999, p. 1.675). A norma ISO 8402, de 1986, define qualidade como “a totalidade das funciona- lidades e características de um produto ou serviço que tem a sua capacidade para satisfazer explícitas ou implícitas necessidades” (ABNT, 1986, p. 4). Depois dessas definições ficou mais fácil conceituar qualidade, você concorda? E o meio ambiente, como pode ser definido? De acordo com a resolução do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) no 306, de 2002: “meio ambiente é o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química, biológica, social, cultural e urbanística, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas” (BRASIL, 2002, p. 760). 44 Meio ambiente A norma ISO 14001, de 2004, define meio ambien- te como “a circunvizinhança em que uma organiza- ção opera, incluindo-se ar, água, solo, recursos naturais, flora, fauna, seres humanos e suas inter-relações” (ABNT, 2004, p. 2). Assim, podemos definir qualidade ambiental como parâmetros (ou indicadores) e características (ou propriedades) que podem ser mensurados e quantificados ou somente observados e interpreta- dos, em relação a um aspecto ou fenômeno, tanto do meio ambiente natural como do artificial. Ah, agora sim! Essas definições incrementaram suas ideias sobre os temas? Vamos continuar! Para verificar a qualidade da água, por exemplo, são analisadas as características químicas, físicas e biológicas relacionadas ao seu uso para uma determinada finalidade. Assim, a mesma água pode ser de boa qualidade para uma determinada finalidade, e de má quali- dade para outra, dependendo de suas caracterís- ticas e das exigências requeridas pelo uso. Mas é importante ressaltar que a qualidade da água está relacionada com as múltiplas utilidades dos recur- sos hídricos. Controle Ambiental Como você estudou, qualidade ambiental é defini- da por parâmetros ou indicadores, características ou propriedades, que podem ser mensurados e quantificados, ou somente observados e interpre- tados de um aspecto ou fenômeno, tanto do meio ambiente natural como artificial. Na prática, a qualidade ambiental só existe quan- do ela é avaliada, isto é, definida como controle ambiental, tendo o objetivo de evitar a poluição e contaminação do meio ambiente. FLORA: Conjunto das plantas de uma região. FAUNA: Conjunto dos animais próprios de uma região. PARÂMETROS: Constante à qual, numa relação ou função, é atri- buído um valor particular e distinto. MENSURADOS: Medidos. 45Unidade 2 Meio ambiente Atenção O controle ambiental deve ser visto como ferramenta de prevenção aos impactos ambientais, sejam eles do meio físico ou biológico. E o que podemos definir como impacto ambiental? Já pensou nisso? Entende-se por impacto ambiental a alteração no meio ou em algum de seus componentes por determinada ação ou atividade. Essas alterações precisam ser quantificadas e qualificadas, pois apresentam variações relativas, podendo ser positivas ou negativas, grandes ou pequenas. Outra definição importante que você deve aprender é a de poluição ambiental: a ação que altera as condições naturais das águas, solos e ar. Temos um exem- plo de poluição quando ocorre, no meio ambiente, a liberação de lixo orgâni- co ou industrial, gases poluentes, objetos ou materiais de difícil degradação, elementos químicos etc. Vamos entender melhor como ocorre a poluição dos recursos naturais? Veja, a seguir, as definições e alguns exemplos. Poluição da água Entende-se por poluição da água a alteração de suas características físicas, quí- micas e/ou biológicas, pela interferência da ação do homem. A contaminação de um rio por poluentes pode acontecer de forma difusa (aquelas que não possuem um ponto específico de descarga, como a descarga de substâncias oriundas da agricultura ao longo das margens de um rio) ou pontual (aquelas que possuem pontos específicos de descarga, como esgotos sanitários e industriais). Observe um exemplo na sequência: 46 Meio ambiente Figura 4 – Fontes difusas e pontuais Nossa! Como a ação do homem está ligada à po- luição das águas! E como fica com relação ao solo? Descubra! Poluição do Solo De maneira geral, o solo pode ser conceituado como a camada exterior da superfície continental da Terra, ou ainda como um agregado de minerais não consolidados e de partículas orgânicas pro- duzidas pela ação combinada do vento, da água e dos processos de desintegração orgânica. Para Braga et al. (2005), a poluição do solo se divide em rural e urbana. Quer saber o que acon- tece em cada uma dessas áreas? Então preste atenção! Na área rural, com a necessidade de haver uma produtividade agrícola cada vez maior, é preciso um grande uso de fertilizantes no solo, com o intuito de suprir a demanda de nutrientes das culturas. O uso constante de fertilizantes em áreas de cultivo pode ocasionar a incorporação de teores tóxicos à flora, à fauna e ao homem. O que tam- RURAL: No, relativo ao ou próprio do campo. 47Unidade 2 Meio ambiente bém pode acontecer é o transporte desses elementos tóxicos para os cursos de água, promovendo a poluição. Já nas áreas urbanas, os problemas de poluição do solo ocorrem principalmente pela geração de resíduos residenciais, industriais, comerciais e de serviços. Uma questão importante é que a disposição de materiais orgânicos e/ou inor- gânicos existentes nesses resíduos pode promover alterações na constituição básica do solo, modificando suas propriedades originais, que são benéficas para as espécies que dele dependem. O contato desses resíduos com o solo pode também influenciar a qualidade das águas sob ele, pela percolação do chorume dos resíduos, ou seja, do líquido proveniente dos processos de degradação da matéria orgânica presente no lixo. A figura seguinte representa de forma sucinta como ocorre a poluição do solo por diferentes fontes poluidoras. Figura 5 – Ciclo das fontes poluidoras 48 Meio ambiente Além da poluição da água e do solo, temos a poluição do ar. Você sabe como ela acontece e quais são os principais causadores? Continue atento! Poluição do Ar Pode-se afirmar que o ar está poluído quando apresenta substâncias químicas (gases e material particulado) em concentrações nocivas aos seres vivos. O uso de combustíveis fósseis (carvão e petróleo) é um dos principais fatores de poluição do ar. Quando esses combustíveis são queimados, liberam para a atmosfera substâncias como enxofre, carbono e nitrogênio. Ao entrar em contato com a atmosfera, essas substâncias promovem alguns dos principais impactos ambientais do planeta, que são o aquecimento global e as chuvas ácidas. 49Unidade 2 Meio ambiente Relembrando Como você aprendeu nesta aula, o conceito de qualidade é a “propriedade, atributo ou condição das coisas ou das pessoas serem capazes de distingui- las das outras e de lhes determinar a natureza” (FERREIRA, 1999, p. 1.675).Você viu também que o controle ambiental é a avaliação da qualidade am- biental com o objetivo de evitar os impactos ambientais e observou alguns exemplos de poluição da água, do solo e do ar. Colocando em Prática Pronto para exercitar? Que tal responder às perguntas no AVA e aplicar os conhecimentos adquiridos? Vamos lá! Aula 2: Conscientização Ambiental e Recursos Naturais Nesta aula você compreenderá o conceito de conscientização ambiental e como ela está difundida na sociedade. Também irá conhecer os recursos naturais pre- sentes na terra e como o ser humano utiliza essa riqueza. Está preparado? Então, mãos à obra! Os assuntos serão bem importantes para você refletir sobre o que acontece em seu dia a dia! Conscientização Ambiental Para iniciar o estudo, conheça a definição oficial de educação ambiental, do Ministério do Meio Ambiente. 50 Meio ambiente Nota “Educação ambiental é um processo permanente, no qual os indivíduos e a comunidade tomam consciência do seu meio ambiente e adquirem conhecimentos, valores, habilidades, experiências e determinação que os tornam aptos a agir – individual e coletivamente – e resolver problemas ambientais presentes e futuros” (ISERHARDT et al., 2009). A educação ambiental tem o objetivo de formar cidadãos conscientes de sua responsabilidade em relação à preservação do meio ambiente. Nas últimas décadas, em função do desenvolvimento industrial e do aumento da população, algumas cidades passaram por acelerados processos de urba- nização. Essas cidades conheceram também a degradação ambiental e seus respectivos impactos, prejudiciais às pessoas. Temos aqui uma informação muito positiva! Em todo o mundo, principalmen- te no continente europeu, cada vez mais a sociedade tem se conscientizado ambientalmente. Isso é muito bom, não é mesmo? Assim, conceitos como o de desenvolvimento sustentável e a preocupação com a preservação do meio ambiente são temas muito discutidos e disseminados. No campo da educação, observa-se que a todo momento novos cursos ligados ao meio ambiente surgem no ensino superior e disciplinas ligadas à educação ambiental passam a fazer parte do ensino básico. Nota-se, também, que assim como a conscientização ambiental, outros aspec- tos têm contribuído para uma redução gradativa dos impactos ambientais mais 51Unidade 2 Meio ambiente relevantes, como o aperfeiçoamento dos processos de licenciamento, o monito- ramento e a fiscalização ambiental, além da aplicação de leis mais severas. Muitas são as iniciativas de disseminação da conscientização ambiental. Então, cabe a você também ajudar a disseminar essa ideia. Passe adiante! Recursos Naturais A palavra “recurso” significa algo a que se possa recorrer para a obtenção de alguma coisa. Assim, considera-se recurso natural tudo o que esteja na natureza e seja necessário ao homem. Você sabe o que pode ser citado como exemplo? Podemos listar a água, o solo, o oxigênio, as plantas, os animais, os minerais etc. Atenção Os recursos naturais podem ser classificados como renováveis e não renováveis. O que são recursos renováveis e recursos não renováveis? Vamos aprender as diferenças entre eles! Recursos renováveis são aqueles que podem ser explorados de forma sustentá- vel. Eles são considerados inesgotáveis à vida humana. Como exemplo, pode- mos pensar na energia solar, considerada infinita quando comparada ao tempo de vida dos humanos. Os recursos renováveis têm uma vantagem principal: são menos poluentes e não se esgotam. Porém, na maioria das vezes seu aproveita- mento apresenta um alto custo de instalação e manutenção, como no caso da exploração do recurso hidrelétrico. As principais fontes de recursos naturais renováveis são: o vento, a energia solar, a energia geotérmica, as plantas, os animais e a água. Apesar de os recursos serem renováveis, a conscientização para o seu uso tam- bém é necessária. Lembre-se de que a qualidade desses recursos depende das ações do homem. 52 Meio ambiente Já os recursos não renováveis são aqueles que podem ser explorados, mas não são inesgotáveis. Como exemplo, temos o petróleo, que leva milhões de anos para se formar e cerca de 50 anos para se esgotar. Os recursos não renováveis apresentam como principal vantagem o fato de geralmente serem mais baratos. Entretanto, têm como desvantagem o fato de serem limitados e escassos, mais poluentes e mais perigosos em casos de aci- dentes. As principais fontes de recursos não renová- veis são minerais (como o ouro, a bauxita, o ferro, o cobre e o estanho) ou energéticos (o petróleo, o carvão e o gás natural). Mas veja bem: as formas de extração desses recur- sos são extremamente impactantes ao meio ambiente. Atenção! Existem recursos naturais que podem ser classificados como reno- váveis ou não. Isso vai acontecer de acordo com a maneira que o homem os utiliza. A água, por exemplo, é fundamental à vida humana e tem suas reservas limita- das. Como a necessidade de seu uso aumenta na medida em que a população 53Unidade 2 Meio ambiente mundial cresce, a sua poluição também aumenta. Com isso, esse recurso não poderia mais ser utilizado, perdendo sua qualidade para uso humano. Reflita É fundamental a utilização da água de maneira racional, sem desperdícios e buscando a redução da poluição dos recursos hídricos. Existem também recursos que podem ter sua vida útil ampliada em função da reutilização. Eles são considerados renováveis, mesmo tendo suas reservas limitadas. Por exemplo, recursos como o ferro e o alumínio, quando reciclados, podem ser constantemente reaproveitados, evitando que mais recursos sejam extraídos da natureza. Relembrando Nesta aula você compreendeu o conceito de conscientização ambiental e como ela está difundida na sociedade. Você também aprendeu que recursos naturais são todos os elementos que estão na natureza e são necessários ao homem, além de perceber como os seres humanos utilizam esses recursos. Colocando em Prática Está na hora de testar seus conhecimentos. Para isso, utilize o apren- dizado desta aula e responda às questões no AVA. Lembre-se também de que as ferramentas do AVA estão disponíveis para que você possa interagir com o professor tutor e os colegas. Até a próxima aula! 54 Meio ambiente Aula 3: Sustentabilidade A partir de agora você estudará como o termo “sustentabilidade” entrou na história da humanidade e quais atividades mostram o modo de agir de maneira sustentável. Sustentabilidade Você sabe quando foi a primeira vez em que o conceito de desenvolvimento sustentável foi usado oficialmente? Isso aconteceu durante a Assembleia Geral das Nações Unidas, em 1979. Entretanto, o conceito, passou a ser adotado por organismos governamentais somente em 1987, após a publicação do documento conhecido como Nosso Futuro Comum, desenvolvido por especialistas integrantes da Comissão Mun- dial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento da ONU. Esse documento define desenvolvimento sustentável como “o desenvolvimen- to que satisfaz as necessidades presentes, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades”. (COMISSÃO MUNDIAL SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO, 1991, p. 41). Conforme Manzini & Vezzoli (2005), o conceito de sustentabilidade ambiental refere-se às condições sistêmicas segundo as quais, em nível regional e planetá- rio, as atividades humanas não devem interferir nos ciclos naturais em que está baseado tudo o que a resiliência do planeta permite. Ao mesmo tempo, não de- vem empobrecer seu capital natural, que será transmitido às gerações futuras. Atenção A sustentabilidade está diretamente relacionada ao desenvolvimento econômico e material sem agressão ao meio ambiente, com a utilização dos recursos naturais de forma inteligente para que eles permaneçam no futuro. 55Unidade 2 Meio ambiente O documento Nosso Futuro Comum, desenvolvido pela ONU, é também conhe- cido como uma agenda global para a mudança. Naverdade, tratava-se de um apelo à Assembleia Geral das Nações Unidas para: � Propor estratégias ambientais de longo prazo para obter um desenvolvi- mento sustentável por volta do ano 2000 e daí por diante; � Recomendar maneiras para que a preocupação com o meio ambiente se traduza em maior cooperação entre os países em estágios diferentes de de- senvolvimento econômico e social e leve à consecução de objetivos comuns e interligados que considerem as inter-relações de pessoas, recursos, meio ambiente e desenvolvimento; � Considerar meios e maneiras pelos quais a comunidade internacional possa lidar mais eficientemente com as preocupações de cunho ambiental; � Ajudar a definir noções comuns relativas a questões ambientais de lon- go prazo e os esforços necessários para tratar com êxito os problemas da proteção e da melhoria do meio ambiente, uma agenda de longo prazo a ser posta em prática nos próximos decênios, e os objetivos a que aspira a comunidade mundial (COMISSÃO MUNDIAL SOBRE MEIO AMBIENTE E DE- SENVOLVIMENTO, 1991, p. xi). 56 Meio ambiente Dica Ficou curioso com o documento? Então conheça o conteúdo completo do relatório Nosso Futuro Comum, que está disponível para leitura no site: <http://www.scribd.com/doc/12906958/Relatorio-Brundtland-Nosso- Futuro-Comum-Em-Portugues> e traz informações importantes sobre o meio ambiente. Vale a pena conferir! Outro documento importante que trata de assuntos ligados à sustentabilidade é a Carta da Terra. Já ouviu falar nela ou conhece seu conteúdo? A Carta da Terra é uma declaração de princípios éticos fundamentais para a construção de uma sociedade global justa, sustentável e pacífica no século XXI. O documento estabelece como princípios prioritários para a sustentabilidade: 1. Respeitar a Terra e a vida em toda sua diversidade.[...]; 2. Cuidar da comunidade da vida com compreensão, compaixão e amor. [...]; 3. Construir sociedades democráticas que sejam justas, participativas, sustentáveis e pacíficas. [...]; 4. Garantir as dádivas e a beleza da Terra para as atuais e as futuras gerações. [...]; 5. Proteger e restaurar a integridade dos sistemas ecológicos da Terra, com especial atenção pela diversidade biológica e pelos processos naturais que sustentam a vida. [...]; 6. Prevenir o dano ao ambiente como o melhor método de proteção ambiental e, quando o conhecimento for limitado, assumir uma postura de precaução. [...]; 7. Adotar padrões de produção, consumo e reprodução que protejam as capacidades regenerativas da Terra, os direitos humanos e o bem-estar comunitário. [...]; 8. Avançar o estudo da sustentabilidade ecológica e promover a troca aberta e a ampla aplicação do conhecimento adquirido. [...]; 9. Erradicar a pobreza como um imperativo ético, social e ambiental. [...]; 10. Garantir que as atividades e instituições econômicas em todos os níveis promovam o desenvolvimento humano de forma equitativa e sustentável. [...]; 57Unidade 2 Meio ambiente 11. Afirmar a igualdade e a equidade dos gêneros como prerrequisitos para o desenvolvimento sustentável e assegurar o acesso universal à educação, assistência de saúde e às oportunidades econômicas. [...]; 12. Defender, sem discriminação, os direitos de todas as pessoas a um ambiente natural e social, capaz de assegurar a dignidade humana, a saúde corporal e o bem-estar espiritual, concedendo especial atenção aos direitos dos povos indígenas e minorias. [...]; 13. Fortalecer as instituições democráticas em todos os níveis e proporcionar-lhes transparência e prestação de contas no exercício do governo, participação inclusiva na tomada de decisões, e acesso à justiça. [...]; 14. Integrar, na educação formal e na aprendizagem ao longo da vida, os conhecimentos, valores e habilidades necessárias para um modo de vida sustentável. [...]; 15. Tratar todos os seres vivos com respeito e consideração. [...]; 16. Promover uma cultura de tolerância, não violência e paz. [...] (CARTA DA TERRA, 2000, p. 2-6). Puxa! Quantas considerações importantes sobre o bem-estar da Terra e das pessoas, você não acha? A Carta da Terra estabelece, ainda, as principais estratégias ambientais para se alcançar a sustentabilidade ambiental, que são: [...] � Adotar planos e regulamentações de desenvolvimento sustentável em todos os níveis que façam com que a con- servação ambiental e a reabilitação sejam parte integral de todas as iniciativas de desenvolvimento. [...]; � Estabelecer e proteger as reservas com uma natureza viável e da biosfera, incluindo terras selvagens e áreas marinhas, para proteger os sistemas de sustento à vida da Terra, manter a biodiversidade e preservar nossa herança natural; � Promover a recuperação de espécies e ecossistemas amea- çadas; 58 Meio ambiente � Controlar e erradicar organismos não nativos ou modifica- dos geneticamente que causem dano às espécies nativas e ao meio ambiente, e prevenir a introdução desses organis- mos daninhos; � Manejar o uso de recursos renováveis como água, solo, produtos florestais e vida marinha de forma que não exce- dam às taxas de regeneração e que protejam a sanidade dos ecossistemas; � Manejar a extração e o uso de recursos não renováveis, como minerais e combustíveis fósseis de forma que dimi- nuam a exaustão e não causem dano ambiental grave. [...]; � Orientar ações para evitar a possibilidade de sérios ou irreversíveis danos ambientais, mesmo quando a informa- ção científica for incompleta ou não conclusiva; � Impor o ônus da prova àqueles que afirmarem que a ativi- dade proposta não causará dano significativo e fazer com que os grupos sejam responsabilizadas pelo dano ambien- tal; � Garantir que a decisão a ser tomada se oriente pelas con- sequências humanas globais cumulativas, de longo prazo, indiretas e de longo alcance; � Impedir a poluição de qualquer parte do meio ambiente e não permitir o aumento de substâncias radioativas, tóxicas ou outras substâncias perigosas; � Evitar que atividades militares causem dano ao meio am- biente. [...]; � Reduzir, reutilizar e reciclar materiais usados nos sistemas de produção e consumo e garantir que os resíduos pos- sam ser assimilados pelos sistemas ecológicos; � Atuar com restrição e eficiência no uso de energia e re- correr cada vez mais aos recursos renováveis energéticos, como a energia solar e do vento; � Promover o desenvolvimento, a adoção e a transferência equitativa de tecnologias ambientais saudáveis; � Incluir totalmente os custos ambientais e sociais de bens e serviços no preço de venda e habilitar os consumidores a identificar produtos que satisfaçam as mais altas normas sociais e ambientais; � Garantir acesso universal à assistência de saúde que fo- 59Unidade 2 Meio ambiente mente a saúde reprodutiva e a reprodução responsável; � Adotar estilos de vida que acentuem a qualidade de vida e subsistência material num mundo finito; [...] � Apoiar a cooperação científica e técnica internacional relacionada a sustentabilidade, com especial atenção às necessidades das nações em desenvolvimento; � Reconhecer e preservar os conhecimentos tradicionais e a sabedoria espiritual em todas as culturas que contribuam para a proteção ambiental e o bem-estar humano; � Garantir que informações de vital importância para a saú- de humana e para a proteção ambiental, incluindo infor- mação genética, estejam disponíveis ao domínio público (CARTA DA TERRA, 2000, p. 3-4). Dica O documento completo está disponível para leitura em: <http://www. mundosustentavel.com.br/carta_terra.pdf>. Verifique, o conteúdo é muito importante! Relembrando Nesta aula você aprendeu que o conceito de sustentabilidade ambiental refere-se às condições sistêmicas segundo as quais, em nível regional e planetário, as atividades humanas não devem interferir nos ciclos naturais em que se baseia tudo o que a resiliência do planeta permite. Ao mesmo tempo, não devem empobrecer seu capital natural, queserá transmitido às gerações futuras (MANZINI & VEZZOLI, 2005). Além disso, você viu como o termo sustentabilidade está sendo utilizado atualmente e quais atitudes são sustentáveis. 60 Meio ambiente Colocando em Prática Agora é uma boa hora para treinar os conhecimentos adquiridos nesta aula. Acesse o AVA e realize as atividades propostas. Mãos à obra! Finalizando Parabéns! Você chegou ao final de mais uma unidade de estudos. Aqui você verificou que o conceito de qualidade é a “propriedade, atributo ou condição das coisas ou das pessoas serem capazes de distingui-las das outras e de lhes determinar a natureza” (FERREIRA, 1999, p. 1.675). Viu também que controle ambiental é a avaliação da qualidade am- biental com o objetivo de evitar os impactos ambientais, além de ter verificado alguns exemplos de poluição da água, do solo e do ar. Aprendeu também que o conceito de conscientização ambiental é consciência adquirida por uma pessoa quanto à importância de preser- var o meio ambiente e como ela está difundida na sociedade. Consta- tou, ainda, que recursos naturais são todas as coisas que estão na natu- reza e são necessárias ao homem, observando como os seres humanos utilizam esses recursos. Estudou que o conceito de sustentabilidade é “o desenvolvimento que satisfaz as necessidades presentes, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades” (COMISSÃO MUNDIAL SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO DA ONU, 1991, p. 46), além de entender como esse termo está sendo utilizado atualmente e quais atitudes são sustentáveis. 61 3Aspectos e Impactos Ambientais Objetivos de Aprendizagem Ao final desta unidade, você estará apto a: � Entender os conceitos de aspectos e impac- tos ambientais; � Conhecer alguns exemplos relacionados ao tema meio ambiente, como desertificação, agricultura, eutrofização, resídu os sólidos, ilhas de calor, efeito estufa e chuvas ácidas. Aulas Acompanhe nesta unidade o estudo das aulas seguintes. Aula 1: Conhecendo os Aspectos e Impactos Ambientais Aula 2: Exemplos de Impacto Ambiental 62 Meio ambiente Para Iniciar Olá, caro aluno! Estamos em mais uma unidade de estudos, onde o foco serão os conceitos de qualidade e conscientização ambientais e suas ferramentas, além dos conceitos de recursos naturais e susten- tabilidade. Você verá os aspectos e impactos ambientais com alguns exemplos que facilitarão sua compreensão. Utilize os conhecimentos construídos em sua prática diária. Está pronto? Aperte o cinto e bons estudos pelo mundo do meio am- biente. Aula 1: Conhecendo Aspectos e Impactos Ambientais Depois de estudar conceitos de meio ambiente, sustentabilidade, qualidade e controle ambiental, entre outros, o que você pode concluir sobre os impactos da ação do homem no meio ambiente? Esse será o assunto que vamos des- vendar nesta aula. A partir de agora, você aprenderá, por conceitos e exemplos sobre o tema, o que é um aspecto e um impacto ambiental. Aspectos Ambientais Conforme a ISO 14.001, aspectos são definidos como “elementos das ativida- des, produtos e serviços de uma organização que podem interagir com o meio ambiente” (ABNT, 2004, p. 2). O aspecto tanto pode ser uma máquina, ou equipamento, como uma atividade, executada por ela ou por alguém, que produz (ou pode produzir) algum efeito sobre o meio ambiente. 63Unidade 3 Meio ambiente Dessa forma, define-se aspecto ambiental como aquele aspecto que tem um impacto ambiental significativo. Por sua vez, impacto ambiental pode ser enten- dido como os efeitos causados pelos aspectos. Segundo a ABNT (2004, p. 2), aspecto ambiental Nota “refere-se a um elemento de uma atividade, serviço ou produto de uma organização que pode ter um impacto benéfico ou adverso no ambiente. Por exemplo, pode envolver uma descarga de efluente, uma emissão gasosa, o consumo ou reutilização de uma matéria prima ou ruído”. Já impacto ambiental, de acordo com a ABNT (2004, p. 2), Nota “refere-se à mudança que decorre em resultado de um aspeto. Exemplos de impactos podem incluir: poluição atmosférica, contaminação de águas ou depleção de recursos naturais”. 64 Meio ambiente Depois dessas definições, como você acha que uma empresa pode implantar um sistema de gestão ambiental? Para a implantação de um sistema de gestão am- biental, a primeira etapa a ser seguida é a realiza- ção de um diagnóstico ambiental em toda a orga- nização. Esse levantamento deve possibilitar que a empresa defina suas diretrizes de melhorias ambientais, seja na redução, no controle e/ou na mitigação dos aspectos e impactos ambientais existentes, seja na mudança de processos e/ou insumos. Mas, veja bem! Um inventário de diagnóstico, em um sistema de gestão ambiental, nunca termina, pois o levantamento dos aspectos e impactos am- bientais é um processo contínuo. Logo, é fundamental que seja definida uma meto- dologia para a realização periódica do levantamen- to de impactos oriundos de novos projetos e de mudanças de processos e serviços ou produtos. ? Pergunta E como definir a metodologia a ser seguida na empresa em que você trabalha? Independentemente da organização em que se trabalhe, a escolha da metodologia deve seguir requisitos básicos para o diagnóstico ambiental. Vamos conhecer cada um deles? Observe com atenção! 1 Analisar, caracterizar e, se possível, estabelecer um esquema da organização dividido em pro- cessos e produtos ou serviços. GESTÃO: Ação ou efeito de gerir; gerência; administração. 65Unidade 3 Meio ambiente 2 Identificar, se possível, todos os aspectos ambientais associados aos proces- sos e produtos ou serviços. 3 Identificar os possíveis impactos ambientais, atuais ou potenciais, positivos ou negativos, e associá-los a cada aspecto ambiental identificado. 4 Avaliar a significância dos impactos dos pontos de vista ambiental e empre- sarial quanto à duração do impacto, à probabilidade de ocorrência, à dificul- dade, aos custos de adequação, à influência da alteração nos processos e ao efeito sobre a má exposição na mídia. Seguindo todas essas etapas, ficará mais fácil criar uma metodologia de diag- nóstico ambiental dentro de uma empresa, certo? Que tal, agora, conhecer os impactos ambientais? Vamos em frente! Impactos Ambientais Você já presenciou alguma situação em que a ação do homem causou impactos no meio ambiente? Segundo a Resolução n.º 001/86 do Conama, define-se impacto ambiental como: qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam: I – a saúde, a segurança e o bem-estar da população; II – as atividades sociais e econômicas; III – a biota; IV – as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; V – a qualidade dos recursos ambientais. Portanto, impactos ambientais podem ser definidos como qualquer alteração causada ou que pode ser causada no meio ambiente pelas atividades de uma empresa, seja essa alteração benéfica ou não. Ah! Agora ficou mais simples compreender impacto ambiental, você não acha? Devemos destacar, também, que existem impactos resultantes de acidentes na- turais, como a explosão de um vulcão, que pode provocar poluição atmosférica. Portanto, é fundamental a constan- te atenção aos impactos provocados pelo homem. 66 Meio ambiente Dentro do contexto de preservação, podemos pensar em um dos principais problemas ambientais no mundo. Sabe qual é? Uma dica: ele está relacionado às florestas tropicais. Acompanhe a seguir. As principais causas das perdas de florestas tropicais são: � extração da madeira para fins comerciais; � instalação de projetos agropecuários; � implantação de projetos de mineração; � construção de usinas hidrelétricas; � propagação do fogo resultante de incêndios. ? Pergunta Mas, o que acontece quando as florestas são desmatadas ou queimadas? É característicados solos de florestas tropicais a existência de uma fina cama- da de húmus, onde estão presentes os nutrientes que possibilitam uma rápida recomposição vegetal. Porém, se essas áreas passam a ser destinadas a pasta- gens ou ao plantio de monoculturas, tornam-se suscetíveis ao empobrecimento do solo, pois sua capacidade de ciclagem de nutrientes é reduzida, podendo ter sua camada de húmus esgotada em alguns anos. Outro aspecto importante é que as chuvas são praticamente contínuas em florestas tropicais e fazem, constantemente, a lavagem dos solos (lixiviação), infiltrando os sais minerais em suas camadas mais profundas. Com a retirada da vegetação nativa, por des- matamento ou queimada, as chuvas também podem provocar a desagregação do solo e o transporte do material arenoso para os leitos dos cursos de água. Assim, aos poucos, o solo vai se tornando mais pobre e arenoso, propício à desertificação. 67Unidade 3 Meio ambiente Atenção Um dos principais impactos oriundos de desmatamentos e queimadas em florestas tropicais é a perda de biodiversidade. Em florestas como a Amazônica, durante uma caminhada de 100 metros, dificilmente se consegue perceber a repetição de indivíduos florestais. Ainda com relação às florestas tropicais, outros impactos podem ocorrer em função de queimadas e do desmatamento. Vamos conhecê-los! � Genocídio e etnocídio das nações indígenas. � Enchentes e assoreamento dos rios devido à elevação da sedimentação. � Extinção de nascentes: rebaixamento do lençol freático, resultante da menor infiltração da água das chuvas no subsolo. � Diminuição dos índices pluviométricos devido ao fim da evapotranspiração. � Elevação das temperaturas como consequência da maior irradiação de calor para a atmosfera a partir do solo exposto. � Proliferação de pragas e doenças devido ao desequilíbrio das cadeias ali- mentares e ao aumento das concentrações de gás carbônico (um dos princi- pais causadores do efeito estufa) na atmosfera por causa das queimadas. 68 Meio ambiente Relembrando Você aprendeu, nesta aula, que aspectos ambientais podem ser definidos como elementos das atividades, produtos e serviços de uma organização, que podem interagir com o meio ambiente. Também aprendeu que, de acordo com a ABNT (2004, p. 2), impactos ambientais são definidos como “qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas”. Colocando em Prática Vamos em busca de novos conhecimentos! Mas, antes de iniciar nos- sa próxima aula, realize os exercícios propostos no AVA para fixar os conhecimentos. Aula 2: Exemplos de Impacto Ambiental Nesta aula, você estudará alguns exemplos de impactos ambientais, como de- sertificação, agricultura, eutrofização, resíduos sólidos, ilhas de calor e chuvas ácidas. Está entusiasmado com o assunto? Então, vamos iniciar com o tema desertifica- ção! Desertificação Como você viu anteriormente, uma das características predominantes da Flores- ta Amazônica é a constante incidência de chuvas. Considere que, na Amazônia, aspectos como pluviometria, temperatura, transpiração vegetal e inundação 69Unidade 3 Meio ambiente periódica dos rios são fundamentais ao ecossistema. Sendo assim, mudanças em qualquer um desses aspectos podem provocar alterações na paisagem. ? Pergunta E o que são ciclos hidrológicos? Você já ouviu falar deles? Define-se como ciclo hidrológico o processo de reciclagem permanente das águas. Nesse ciclo, tanto o solo quanto a vegetação exercem papel fundamental no controle das chuvas. Parte da água que infiltra no solo alimenta os rios, en- quanto a outra parte retorna para a atmosfera após ser absorvida pelas plantas. Segundo Branco (2002), estudos do Instituto Nacional de Pesquisas Amazônicas (Inpa) revelam que, na Amazônia, mais da metade da água devolvida à atmos- fera é transferida pela transpiração das folhas. Os estudos também revelam que quando ocorre um desmatamento, as áreas próximas sofrem efeito de seca e quase toda a umidade desaparece, causando a morte de outras árvores. Nos dias de hoje, é comum ouvir falar sobre o problema do desmatamento. Como esse problema ocorre na Amazônia? Entenda melhor! Uma das consequências do desmatamento na Amazônia são os processos de laterização, que consistem na formação de uma camada impermeável na super- fície do solo. Isso acontece em função do aquecimento do solo pelos raios sola- res, que, através de capilaridade, faz com que a água das camadas mais profun- das e ricas em sais de ferro e outros minerais, subam para a superfície. Assim, os minerais se precipitam com a evaporação da água, formando uma camada dura, o que torna o solo menos permeável e mais suscetível à desertificação. 70 Meio ambiente As principais consequências ambientais da desertificação são: � perda de biodiversidade; � perda de produtividade nas áreas afetadas; � escassez de recursos hídricos; � aumento de areia nas áreas produtivas. Agricultura Conforme você estudou, a necessidade de se ter uma produtividade agrícola cada vez maior, em função do aumento constante da demanda por alimentos, proporciona maior uso de fertilizantes no solo, com o intuito de suprir a de- manda de nutrientes das culturas. Atualmente, com o uso de novas técnicas e a modernização do campo, a produ- ção de alimentos aumentou significativamente. No entanto, esse avanço trouxe impactos ao meio ambiente, como a poluição por fertilizantes e defensivos agrícolas e os processos erosivos. ? Pergunta E como acontece a poluição por fertilizantes? Você já estudou esse assunto anteriormente, não é mesmo? A poluição por fer- tilizantes acontece, principalmente, devido ao acúmulo de nutrientes não fixa- dos pelas plantas, no solo. Isso ocorre em função da necessidade de aumentar a produtividade. Dessa forma, tem-se o uso constante de fertilizantes nas áreas de cultivo e, com o tempo, parte dos nutrientes é incorporada ao ambiente e não à planta, agregando teores tóxicos à flora, à fauna e ao homem. O que tam- bém pode acontecer é o transporte desses poluentes para os cursos de água, promovendo a poluição. Atenção Além dos fertilizantes, os defensivos agrícolas também causam impactos ambientais no campo. 71Unidade 3 Meio ambiente Você sabia que o plantio de grandes áreas de monoculturas desequilibra as ca- deias alimentares constituídas? É verdade! Essa ação propicia a proliferação de vários tipos de insetos, que se tornam verdadeiras pragas com a falta de seus predadores. A guerra de combate às pragas leva a uma maior utilização de agrotóxicos e, ainda, ao aparecimento de linhagens de animais mais resistentes. Consequen- temente, o resultado desse ciclo é a poluição do solo e a produção de produtos contaminados, que podem oferecer riscos aos humanos. Outro impacto que precisa ser discutido se refere aos processos erosivos na agricultura. O plantio de monoculturas em grandes áreas, a busca pelo aumen- to da produtividade e a utilização maciça de defensivos agrícolas e fertilizantes tem ocasionado o empobrecimento dos solos e, em alguns casos, levado até mesmo ao processo de desertificação de solos que antes eram considerados férteis. Com esse empobrecimento os solos ficam mais suscetíveis ao intemperismo, ou seja, ao desgaste e à desagregação provocados por agentes como a chuva, a temperatura e o vento. Dessa forma, verifica-se o constante surgimento de novos processos erosivos na agricultura. Percebeu como os efeitos de atividades que refletem na qualidade do solo podem influenciar a saúde do homem? Então, fique alerta e identifique essas questões em seu cotidiano! Eutrofização No Brasil, a maioria das cidades tem os esgotos como um dos principais proble- mas ambientais. Você sabe quais são as causas? 72 Meio ambiente O tratamento inadequado, ou a falta de tratamen- to, tem levado à poluição dos corpos hídricos. E uma das principaisconsequências do lançamento de efluentes não tratados e do lixo nos corpos hídricos é a eutrofização ou eutroficação. Esse termo não é muito comum, mas requer aten- ção especial! A eutrofização consiste na fertilização das águas causada pelo excesso de nitratos e fosfa- tos presentes nos esgotos urbanos. Com a fertilização, logo surgem algas que se mul- tiplicam rapidamente, gerando um desequilíbrio ecológico. Em seguida, em função das grandes concentrações, essas algas acabam morrendo e se decompondo, gerando mau cheiro, consumindo o oxigênio da água e criando inúmeros problemas, como a mortandade de peixes. O problema do lixo é uma realidade que assusta! E quantas consequências pode causar ao meio ambiente, não é mesmo? Sendo assim, a melhor atitude é o descarte em locais apropriados! URBANOS: Relativo à cidade. 73Unidade 3 Meio ambiente Resíduos Sólidos É comum observar, principalmente nas cidades interioranas e pouco desenvolvi- das, depósitos de lixo em terrenos baldios, vulgarmente conhecidos como lixões a céu aberto. Entretanto, algumas cidades brasileiras ditas desenvolvidas tam- bém apresentam problemas com a gestão dos resíduos sólidos. A poluição do solo, das águas, do ar e visual são alguns dos impactos ocasionados pela má gestão dos resíduos sólidos. O líquido oriundo da decomposição dos resíduos, conhecido como chorume, percola pelo solo e, muitas vezes, chega a contaminar o lençol freático. Como resultado dessa infiltração pode-se ter a contaminação de toda a microbacia. Além dos problemas ambientais, a má gestão dos resíduos também pode cau- sar problemas de saúde pública, como proliferação de vetores causadores de doenças (moscas, mosquitos, baratas, ratos etc.), geração de maus odores e, ainda, doenças respiratórias e epidemias pela veiculação hídrica. E as ilhas de calor? Elas já lhe são familiares? Entenda melhor como esse fenô- meno acontece! 74 Meio ambiente Ilhas de Calor Nas grandes cidades, a supressão da vegetação, a impermeabilização do solo por edificações, infraestrutura viária e outros tipos de construções, mais a polui- ção atmosférica, têm gerado o aumento da temperatura local, o que se denomi- na ilha de calor. Com a impermeabilização do solo e a perda de vegetação há maior irradiação de calor. E, nas grandes cidades, existe maior concentração de gases e materiais particulados na atmosfera principalmente, em função da queima de combus- tíveis fósseis por fábricas e automóveis. Essa poluição atmosférica funciona, então, como uma camada que inibe a dissipação do calor na atmosfera, criando o fenômeno ilha de calor. Depois dessa explicação, ficou mais fácil entender as ilhas de calor, certo? Va- mos continuar aprendendo! ? Pergunta Você sabia que o efeito estufa é semelhante ao fenômeno ilha de calor, porém em escala global? Isso mesmo! Como você já estudou, o efeito estufa é um fenômeno natural de retenção do calor solar pelos gases existentes na atmosfera, o que mantém a Terra quente. Principalmente com o aumento dos gases derivados da queima de combustíveis fósseis (gasolina, diesel, etc.), ocorre um desequilíbrio nesse fe- nômeno que impede cada vez mais a dissipação do calor, levando ao aumento médio da temperatura da Terra, fato conhecido como aquecimento global. Chuvas Ácidas Muito se escuta falar sobre o fenômeno da chuva ácida. Quer saber mais sobre isso? Acompanhe! A queima de combustíveis fósseis, como carvão e petróleo, libera poluentes como óxidos de nitrogênio e de enxofre. Em contato com a água, essas subs- tâncias reagem, formando o ácido nítrico e o ácido sulfúrico, presentes na chu- va ácida. Com o auxílio do vento, a poluição atmosférica pode ser transportada por distâncias enormes, até mesmo entre países. 75Unidade 3 Meio ambiente Assim, em caso de chuva ácida, poluentes oriundos de São Paulo, por exemplo, poderão prejudicar municípios, estados ou países vizinhos, por meio de precipi- tações Nossa! Esse é um problema muito grave! Veja, agora, as principais consequên- cias das chuvas ácidas. � empobrecimento do solo; � acidificação de cursos de água; � problemas de saúde (toxicidade); � corrosão dos materiais utilizados em construções; perda de áreas cultivadas. Relembrando Você finalizou mais uma aula! Nela, pôde ver o que são impactos ambien- tais, exemplificados pelos fenômenos de desertificação, agricultura, eutrofi- zação, resíduos sólidos, ilhas de calor e chuvas ácidas. Com esse conteúdo, também pôde perceber como essas atividades interferem na qualidade do meio ambiente. Colocando em Prática Antes de iniciar a próxima aula, realize as atividades propostas no AVA. Lembre-se de utilizar as ferramentas do ambiente virtual para compar- tilhar informações e tirar dúvidas com o professor tutor e os colegas. Preparado? Siga em frente! 76 Meio ambiente Finalizando Nesta unidade, você viu que, segundo a ABNT (2004, p.2), aspecto am- biental pode ser definido como “elementos das atividades, produtos e serviços de uma organização que podem interagir com o meio ambien- te”. E impactos ambientais têm como definição “qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas”. Aprendeu, também, o que pode ser um impacto ambiental, exempli- ficado pelos fenômenos de desertificação, agricultura, eutrofização resíduos sólidos, ilhas de calor e chuvas ácidas, além de ver como essas atividades interferem na qualidade do meio ambiente. Você compreendeu os aspectos e impactos ambientais e, na próxima unidade, estudará a gestão ambiental e a ISO 14000. 77 4Gestão Ambiental e ISO 14000 Objetivos de Aprendizagem Ao final desta unidade, você estará apto a: � Compreender o que é gestão ambiental e ISO 14000; � Conhecer como funcionam as fer ramentas de prevenção à destruição e controle do meio ambiente. Aulas Acompanhe nesta unidade o estudo das aulas seguintes. Aula 1: Gestão Ambiental Aula 2: ISO 14000 78 Meio ambiente Para Iniciar Após estudar sobre qualidade, conscientização ambiental, recursos naturais e sustentabilidade, você conhecerá o conceito de gestão am- biental e a política que rege esse gerenciamento – a Política Nacional do Meio Ambiente. Também aprenderá como e por que a ISO 14000 foi criada, seu conceito e qual metodologia é utilizada por essa ferramen- ta. Então, esteja confortável e bons estudos! Aula 1: Gestão Ambiental Nesta aula, você estudará o conceito de gestão ambiental e como esta é aplica- da nas organizações, bem como a Política Nacional do Meio Ambiente. Para você, o que é gestão ambiental? Como ela é implantanda em uma organi- zação? De acordo com a ABNT (2004, p. 14), gestão ambiental é [...] o sistema que inclui a estrutura organizacional, atividades de planejamento, responsabilidades, práticas, procedimentos, processos e recursos para desenvolver, implementar, atingir, analisar criticamente e manter a política ambiental. Agora que você conhece o conceito de gestão ambiental, vamos entender como ela surgiu e quais são suas ferramentas e aplicações? Ferramentas e Aplicações No Brasil e em muitos outros países, durante um longo período de tempo, a poluição era vista como um indicativo de progresso. Essa percepção foi mantida até que os problemas relacionados à degradação do meio ambiente e à conta- minação do ar, da água e do solo provocaram efeitos sobre os seres humanos. 79Unidade 4 Meio ambiente No Brasil, a Gestão Ambiental Pública teve início em 1967, com a criação do Conselho Nacional de Controle da Polui- ção Ambiental. Em 1973, foi criada a Secretaria Especial do Meio Ambiente (Sema) e o Conse- lho Consultivo do Meio Ambiente (CCMA) no âmbito do Ministério do Interior. Já em 1981, deu-se o grande marco da gestão ambiental no Brasil, com a Lei nº 6.938/1981, que estabelece a Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA). Dica Quer conhecer o conteúdo completoda Lei no 6.938, de 31 de agosto de 1981, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente? Então, visite o site http://www.mp.go.gov.br/nat_sucroalcooleiro/Documentos/ legislacao/Geral/lic_ambiental/lic3.pdf. No ano de 1989, extinguiu-se a Sema e foi criado o Ibama, com as funções de ser responsável pela execução da Política Nacional do Meio Ambiente , de desenvolver atividades para preservação e conservação do patrimônio natural, e ainda de controlar e fiscalizar o uso dos recursos naturais (água, flora, fauna, solo etc.). 80 Meio ambiente Finalmente, em 1992, ano da Eco 92, foi criado o Ministério de Meio Ambiente que, segundo dados da Prefeitura Municipal de Santa Maria – RS (2009), tem como missão promover a adoção de princípios e estratégias para conhecimen- to, proteção e recuperação do meio ambiente; uso sustentável de recursos naturais; valorização de serviços ambientais; e inserção de desenvolvimento sustentável na formulação e implementação de políticas públicas, de forma transversal e compartilhada, participativa e democrática, em todos os níveis e instâncias de governo e sociedade. Você lembra o que foi a Eco 92? Então, vamos relembrar. Acesse o site da Wikipé- dia: http://pt.wikipedia.org/wiki/ECO-92 e veja o que foi a Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desen- volvimento (CNUMAD), realizada entre 3 e 14 de junho de 1992, no Rio de Janeiro. A Política Nacional do Meio Ambiente No Brasil, o principal instrumento para a Gestão Ambiental Pública é a Lei nº 6.938/81, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente e seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências. “Essa é a mais relevante norma ambiental depois da Constituição Federal de 1988, pela qual foi recepcionada, visto que traçou toda a sistemática das políti- cas públicas brasileiras para o meio ambiente” (FARIAS, 2006, p. 1). Dessa forma, conforme o artigo 4º da Lei nº 6.938/81, a Política Nacional do Meio Ambiente, visa: I – À compatibilização do desenvolvimento econômico-social com a preserva- ção da qualidade do meio ambiente e do equilíbrio ecológico; II – À definição de áreas prioritárias de ação governamental relativa à qualidade e ao equilíbrio ecológico, atendendo aos interesses da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios; III – Ao estabelecimento de critérios e padrões de qualidade ambiental e de normas relativas ao uso e manejo de recursos ambientais; 81Unidade 4 Meio ambiente IV – Ao desenvolvimento de pesquisas e de tecnologias nacionais orientadas para o uso racional de recursos ambientais; V – À difusão de tecnologias de manejo do meio ambiente, à divulgação de da- dos e informações ambientais e à formação de uma consciência pública sobre a necessidade de preservação da qualidade ambiental e do equilíbrio ecológico; VI – À preservação e restauração dos recursos ambientais com vistas à utiliza- ção racional e disponibilidade permanente, concorrendo para a manutenção do equilíbrio ecológico propicio à vida; VII – À imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação de recuperar e/ou indenizar os danos causados, e ao usuário da contribuição pela utilização de recursos ambientais com fins econômicos (BRASIL, 1981, p. 2). Percebeu a importância dessa lei? Outro importante instrumento para a Gestão Ambiental Pública é a Lei nº 12.187, de 29 de dezembro de 2009, que institui a Política Nacional sobre Mu- dança do Clima, que tem por objetivo impulsionar o Brasil a combater o aque- cimento global e surge em um cenário posterior à Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas de Copenhague, que solicita maiores ações governamen- tais nessa área (FERREIRA, 2010). Na nova lei sobre mudança do clima, podem-se destacar alguns instrumentos para gestão pública. Vamos conhecê-los? Observe! De acordo com o art. 6º, são instrumentos da Política Nacional sobre Mudança do Clima: XII – As medidas existentes, ou a serem criadas, que estimulem o desenvolvimento de processos e tecnologias, que contribuam para a redução de emissões e remoções de gases de efeito estufa, bem como para a adaptação, dentre as quais o estabelecimento de critérios de preferência nas licitações e concorrências públicas, compreendidas aí as parcerias público-privadas e a autorização, permissão, outorga e concessão para exploração de serviços públicos e recursos naturais, para as propostas que propiciem maior economia de energia, água e outros recursos naturais e redução da emissão de gases de efeito estufa e de resíduos (BRASIL, 2009, p. 5). Como você viu nesta aula, atualmente, no Brasil, a estrutura organizacional para a Gestão Ambiental Pública está definida e conta com instrumentos como a Lei nº 6.938/81, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, e a Lei nº 12.187, que dispõe sobre a Política Nacional sobre Mudança do Clima. Essas leis estabelecem as principais diretrizes a serem alcançadas no contexto da Gestão Ambiental Pública. 82 Meio ambiente Relembrando Você aprendeu, nesta aula, que, segundo ABNT (2004, p. 14), gestão am- biental é [...] o sistema que inclui a estrutura organizacional, atividades de planejamento, responsabilidades, práticas, procedimentos, processos e recursos para desenvolver, implementar, atingir, analisar criticamente e manter a política ambiental. Viu, também, que a Política Nacional do Meio Ambiente é o principal instru- mento de gestão ambiental no Brasil. Colocando em Prática Vamos realizar uma atividade? Então, acesse o AVA e bom trabalho! Aula 2: ISO 14000 Nesta aula, você compreenderá como foi criada a ISO 14000, bem como suas definições, além de verificar a metodologia utilizada por ela. Em 1972, em Estocolmo, a ONU realizou a primeira Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano, que resultou na criação do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) e na Comissão de Meio Am- biente e Desenvolvimento, que publicou o documento conhecido como Nosso Futuro Comum, em 1987. A partir desse documento, também conhecido como uma agenda global para a mudança, o conceito de desenvolvimento sustentá- vel, passou a ser adotado oficialmente por organismos governamentais. Em 1992, no Rio de Janeiro, foi realizada a Segunda Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano, que reforçou a necessidade de integração entre meio ambiente e desenvolvimento. 83Unidade 4 Meio ambiente Reflita Em meio aos colapsos ambientais, a preocupação da humanidade com o meio ambiente deu origem a um novo tipo de consumidor, que, na compra de um produto, faz exigências por qualidade, mas também observa questões como impactos ambientais e sociais, oriundos da fabricação do produto ou do serviço a ser adquirido. Essa crescente preocupação ambiental levou a Organização Internacional para Padronização (International Organization for Standardization – ISO) a criar uma norma técnica internacional para sistemas de gestão ambiental, estabelecendo diretrizes para auditoria ambiental, avaliação de desempenho ambiental e ciclo de vida dos produtos, originando, assim, a série de normas ISO 14000, publica- da em 1998. Atualmente, o Brasil tem uma legislação ambiental cada vez mais restritiva a processos e produtos poluentes e mecanismos de gerenciamento ambiental que têm direcionado a indústria, de modo geral, a se preocupar com as ques- tões ambientais. A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) publicou a norma ISO 14001:2004, que trata dos siste- mas de gestão ambiental, apresen- tando requisitos com orientações para uso dos mesmos. 84 Meio ambiente Mas, o que estabelece a norma ISO 14001 para a gestão ambiental? Vamos descobrir juntos! A ISO 14001 adota, em seu modelo de gestão ambiental, a metodologia conhe- cida como Plan-Do-Check-Act (PDCA), que consiste em: � Planejar: estabelecer os objetivos e processos necessários para atingir os resultados em concordância com a política ambiental da organização.� Executar: implementar os processos. � Verificar: monitorar e medir os processos em conformidade com a política ambiental, os objetivos, as metas e os requisitos legais, entre outros, e rela- tar os resultados obtidos. � Agir: atuar para melhorar o desempenho do sistema da gestão ambiental continuamente. A figura seguinte apresenta o modelo de sistema de gestão ambiental para a norma ISO 14001. Observe-a para entendê-lo melhor! Figura 6 – Modelo de gestão ambiental utilizado pela norma ISO 14001 85Unidade 4 Meio ambiente Atenção A ISO 14001 se aplica a qualquer organização que deseje: � estabelecer, implementar, manter e aprimorar um sistema de gestão ambiental; � assegurar-se da conformidade com sua política ambiental definida; � demonstrar conformidade com a norma a ser aplicada. Para que uma organização implemente o sistema de gestão ambiental de acor- do com a norma ISO 14001, é necessário o atendimento dos seguintes requisi- tos: � Requisitos gerais – consiste em uma organização buscar atender a todos os requisitos estabelecidos pela norma. � Política ambiental – consiste na definição de uma política ambiental para a empresa, em conformidade com o que estabelece a norma. � Planejamento – consiste em identificar periodicamente os aspectos am- bientais existentes e potenciais; estar em conformidade com os requisitos legais (legislação ambiental); e estabelecer objetivos, metas e programas de melhorias ambientais. � Implementação e operação – consiste em definir recursos disponíveis, fun- ções e responsabilidades e seus respectivos responsáveis; garantir a compe- tência profissional, a capacitação dos envolvidos, a conscientização quanto à importância do sistema e sua divulgação; controlar toda documentação pertinente; controlar as operações definindo critérios e procedimentos; e, principalmente, estar preparado para emergências e prevenir potenciais acidentes. � Verificação – consiste em monitorar as operações, avaliar os requisitos legais, estabelecer não conformidades, propor ações corretivas e preventi- vas, controlar todos os registros e ser avaliado em períodos planejados por auditorias externas e imparciais. � Análise pela administração – consiste na avaliação pela alta administração da organização, para assegurar sua continuidade em adequação, pertinên- cia, eficácia e investimentos necessários para sua melhoria. 86 Meio ambiente Além da redução dos impactos ambientais, são benefícios da implantação da norma ISO 14001: � promover normas voluntárias e de consenso internacional; � explicitar que existe maior ênfase na prevenção; � obter licenças e autorizações para ampliações e novos empreendimentos com maior facilidade; � tornar-se uma empresa certificada ambientalmente; � fortalecer uma imagem perante a opinião pública e o mercado. Relembrando Você aprendeu, nesta aula, que a série ISO 14000 é uma norma técnica internacional para sistemas de gestão ambiental, que estabelece diretrizes para auditoria ambiental, avaliação de desempenho ambiental e ciclo de vida dos produtos. Percebeu, também, que a metodologia utilizada pela ISO 14000 é o Plan-Do-Check-Act, que consiste em planejar, executar, verificar e agir para obter melhoria contínua da gestão. Siga em frente! Colocando em prática Agora, que tal realizar os exercícios propostos no Ambiente Virtual de Aprendizagem? Aproveite, também, para trocar ideias e tirar dúvidas com o professor tutor e os colegas por meio das ferramentas do AVA. Vamos adiante com os estudos! Finalizando Conforme a ABNT (2004, p.14), gestão ambiental é [...] o sistema que inclui a estrutura organizacional, atividades de planejamento, responsabilidades, práticas, procedimentos, processos e recursos para desenvolver, implementar, atingir, analisar criticamente e manter a política ambiental. 87Unidade 4 Meio ambiente Além das definições de gestão ambiental, você também aprendeu so- bre a Política Nacional do Meio Ambiente, que é o principal instrumen- to de gestão ambiental no Brasil. Compreendeu, ainda, que a série ISO 14000 é uma norma técnica inter- nacional para sistemas de gestão ambiental, que estabelece diretrizes para auditoria ambiental, avaliação de desempenho ambiental e ciclo de vida dos produtos. E mais: que a metodologia utilizada pela ISO 14000 é o Plan-Do-Check-Act, que significa planejar, executar, verificar e agir para obter melhoria contínua da gestão. Na próxima unidade, o foco de estudos será sobre Noções de Legisla- ção Ambiental. 89 5Legislação Ambiental Objetivos de Aprendizagem Ao final desta unidade, você estará apto a: � Compreender a legislação ambiental brasilei- ra e como é aplicada nas atividades poten- cialmente poluido ras do meio ambiente. Aulas Acompanhe nesta unidade o estudo das aulas seguintes. Aula 1: Noções de Legislação Ambiental 90 Meio Ambiente Para Iniciar Depois de passar pela gestão ambiental e pela norma ISO 14000, agora você entrará em contato com noções da legislação ambiental. Nesta unidade você aprenderá sobre os direitos e deveres ambientais dos cidadãos e sobre a hierarquia dos órgãos ambientais que tra- balham na formulação de leis, sua execução e fiscalização. Também conhecerá a Lei de Crimes Ambientais, a legislação sobre o controle da poluição, o Estudo e Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA), procedimentos de licenciamento ambiental e outras leis que dispõem sobre a qualidade e a preservação do meio ambiente. Avance com atenção e entusiasmo! Aula 1: Noções de Legislação Ambiental De acordo com Braga et al. (2005), a introdução da matéria ambiental na Lei Maior brasileira é um marco histórico de inegável valor, pois as constituições que precederam a de 1988 jamais se preocuparam com a proteção do meio ambiente de maneira específica ou global. Nas leis anteriores, não consta o emprego da expressão “meio ambiente”, o que revela a despreocupação com o espaço em que vivemos. A seguir, você conhecerá um pouco mais sobre como o meio ambiente é trata- do pela Constituição e pelas leis ambientais brasileiras. Está pronto para começar? Note que esse assunto é bem importante! 91Unidade 5 Meio Ambiente Constituição e Leis Ambientais Brasileiras Conforme o artigo 225 do Capítulo VI da Constituição da República Federativa do Brasil, todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações (BRASIL,1988, p. 131). Ainda segundo esse mesmo artigo 225: § 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: I – preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas; II – preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético; III – definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção; IV – exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade; 92 Meio Ambiente V – controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente; VI – promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente; VII – proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade.§ 2º – Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei. § 3º – As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados. § 4º – A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais. § 5º – São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por ações discriminatórias, necessárias à proteção dos ecossistemas naturais. § 6º – As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização definida em lei federal, sem o que não poderão ser instaladas (BRASIL, 1988, p. 131). Assim como a Constituição, de modo geral a legislação ambiental brasileira é muito avançada. Isso é muito importante, pois é ilusão acreditar que os proble- mas ambientais possam ser resolvidos somente pela educação. Reflita Ter um arcabouço legal avançado e uma justiça atenta e eficiente às questões ambientais são aspectos importantes que, somados ao bom licenciamento, monitoramento e fiscalização, podem promover uma maior conservação do meio ambiente. 93Unidade 5 Meio Ambiente A legislação ambiental brasileira segue uma hierarquia de órgãos que formu- lam, executam e fiscalizam as leis referentes ao meio ambiente, seu uso e con- servação. Vamos conhecer cada um deles? Observe! Figura 7 – Hierarquia dos órgãos ambientais Fonte: Pessoa (2010) Sisnama O Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama) é constituído pelos órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos municípios e pelas fundações instituídas pelo Poder Público, responsáveis pela proteção e melho- ria da qualidade ambiental. Segundo o Decreto no 99.274, de 1990, artigo 3o, o Sisnama tem a seguinte estrutura: I – Órgão Superior: o Conselho de Governo; II – Órgão Consultivo e Deliberativo: o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama); III – Órgão Central: a Secretaria do Meio Ambiente da Presidência da República (Semam/PR); IV – Órgãos Executores: o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – Instituto Chico Mendes; (Redação dada pelo Decreto nº 6.792, de 2009) 94 Meio Ambiente V – Órgãos Seccionais: os órgãos ou entidades da Administração Pública Fede- ral direta e indireta, as fundações instituídas pelo Poder Público cujas atividades estejam associadas às de proteção da qualidade ambiental ou àquelas de dis- ciplinamento do uso de recursos ambientais, bem assim os órgãos e entidades estaduais responsáveis pela execução de programas e projetos e pelo controle e fiscalização de atividades capazes de provocar a degradação ambiental; e VI – Órgãos Locais: os órgãos ou entidades municipais responsáveis pelo con- trole e fiscalização das atividades referidas no inciso anterior, nas suas respecti- vas jurisdições. Pronto para verificar cada um dos órgãos? Continue atento que iremos apren- der juntos! Órgão superior – Conselho do Governo O Conselho do Governo é integrado pelos ministros de Estado, pelos titula- res dos órgãos essenciais da Presidência da República e pelo advogado-geral da União, que será presidido pelo presidente da República ou, por sua deter- minação, pelo ministro de Estado chefe da Casa Civil, e secretariado por um dos membros para esse fim designado pelo presidente da República (PESSOA, 2010). Órgão consultivo e deliberativo – Conama Tem como finalidade assessorar, estudar e propor ao Conselho de Governo dire- trizes de políticas governamentais para o meio ambiente e os recursos naturais e deliberar, no âmbito de sua competência, sobre normas e padrões compatí- veis com o meio ambiente ecologicamente equilibrado e essencial à sadia quali- dade de vida, proposto pela Lei no 6.938/81 (PESSOA, 2010). Órgão central: Ministério do Meio Ambiente e da Amazônia Legal O Ministério do Meio Ambiente e da Amazônia Legal planeja, controla, coorde- na, supervisiona a implementação da política nacional e as diretrizes governa- mentais fixadas para o meio ambiente (PESSOA, 2010). 95Unidade 5 Meio Ambiente Órgão executor: Ibama O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) é uma entidade autárquica de regime especial, com autonomia ad- ministrativa e financeira, dotada de personalidade jurídica de direito público (poder de polícia). Possui 14 objetivos (PESSOA, 2010): 1 Reduzir os efeitos prejudiciais e prevenir acidentes decorrentes da utilização de agentes e produtos agrotóxicos, seus componentes e afins, bem como seus resíduos; 2 Promover a adoção de medidas de controle de produção, utilização, comer- cialização, movimentação e destinação de substâncias químicas e resíduos potencialmente perigosos; 3 Executar o controle e a fiscalização ambiental nos âmbitos regional e nacio- nal; 4 Intervir nos processos de desenvolvimento geradores de significativo impac- to ambiental, nos âmbitos regional e nacional; 5 Monitorar as transformações do meio ambiente e dos recursos naturais; 6 Executar ações de gestão, proteção e controle da qualidade dos recursos hídricos; 7 Manter a integridade das áreas de preservação permanentes e das reservas legais; 8 Ordenar o uso dos recursos pesqueiros em águas sob domínio da União; 9 Ordenar o uso dos recursos florestais nacionais; 10 Monitorar o status da conservação dos ecossistemas, das espécies e do pa- trimônio genético natural, visando à ampliação da representação ecológica; 11 Executar ações de proteção e de manejo de espécies da fauna e da flora brasileiras; 12 Promover a pesquisa, a difusão e o desenvolvimento técnico científico vol- tados para a gestão ambiental; 13 Promover o acesso e o uso sustentado dos recursos naturais; 14 Desenvolver estudos analíticos, prospectivos e situacionais verificando ten- dências e cenários, com vistas ao planejamento ambiental. Depois de conhecer um pouco da legislação ambiental do Brasil e da hierarquia dos órgãos que cuidam dessas leis, vamos continuar o assunto? A seguir, você verá sobre a Lei de Crimes Ambientais, o controle da poluição, o Estudo e Rela- tório do Impacto Ambiental (EIA/RIMA), o licenciamento ambiental e outras leis. Reúna dedicação e disciplina, e siga em frente! 96 Meio Ambiente Lei dos Crimes Ambientais Você sabia que destruir o meio ambiente é crime? É, sim! A Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, conhecida como Lei dos Crimes Am- bientais, é um instrumento legal de grande destaque dentro da legislação am- biental brasileira. Ela dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências. Observe o que consta no artigo 54! Art. 54 Causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou possam resultar em danos à saúde humana, ou que provoquem a mortandade de animais ou a destruição significativa da flora: Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa. § 1º Se o crime é culposo: Pena – detenção, de seis meses a um ano, e multa. § 2º Se o crime: I – tornar uma área, urbana ou rural, imprópria para a ocupação humana; II – causar poluição atmosférica que provoque a retirada, ainda que momentânea, dos habitantes das áreas afetadas, ou que cause danos diretos à saúde da população; 97Unidade 5 Meio Ambiente III – causar poluição hídrica que torne necessária a interrupção do abastecimento público de água de uma comunidade; IV – dificultar ou impedir o uso público das praias; V – ocorrer por lançamento de resíduos sólidos, líquidos ou gasosos, ou detritos, óleos ou substânciasoleosas, em desacordo com as exigências estabelecidas em leis ou regulamentos: Pena – reclusão, de um a cinco anos. § 3º Incorre nas mesmas penas previstas no parágrafo anterior quem deixar de adotar, quando assim o exigir a autoridade competente, medidas de precaução em caso de risco de dano ambiental grave ou irreversível (BRASIL, 1998, p. 9). Quanto à poluição, o que diz o artigo 3o da Lei 6.938/81? Veja! Controle da Poluição A Lei 6.938/81 estabelece em seu artigo 3º, inciso III: III – Poluição: a degradação da qualidade ambiental resultante das atividades que direta ou indiretamente: prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população; criem condições adversas às atividades sociais e econômicas; afetem desfavoravelmente a biota; afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente; lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos (BRASIL, 1981, p. 2). Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental – EIA/RIMA A Resolução Conama 001/86 regulamenta o Estudo de Impacto Ambiental. Art. 2º Dependerá de elaboração de estudo de impacto ambiental e respectivo Relatório de Impacto Ambiental – RIMA, a serem submetidos à aprovação do órgão estadual competente, e do Ministério do Meio Ambiente (extinta Secretaria Especial do 98 Meio Ambiente Meio Ambiente – SEMA) em caráter supletivo, o licenciamento de atividades modificadoras do meio ambiente [...]. Art. 5º O estudo de impacto ambiental, além de atender à legislação, em especial os princípios e objetivos expressos na Lei de Política Nacional do Meio Ambiente, obedecerá às seguintes diretrizes gerais: I – Contemplar todas as alternativas tecnológicas e de localização do projeto, confrontando-as com a hipótese de não execução do projeto; II – Identificar e avaliar sistematicamente os impactos ambientais gerados nas fases de implantação e operação da atividade; III – Definir os limites da área geográfica a ser direta ou indiretamente afetada pelos impactos, denominada área de influência do projeto, considerando, em todos os casos, a bacia hidrográfica na qual se localiza; lV – Considerar os planos e programas governamentais, propostos e em implantação na área de influência do projeto, e sua compatibilidade (BRASIL, 1936. p. 636-637). Licenciamento Ambiental A Resolução Conama 237/97 regulamenta o licenciamento ambiental pelo se- guinte artigo: Art. 2º A localização, construção, instalação, ampliação, modificação e operação de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais consideradas efetivas ou potencialmente poluidoras, bem como os empreendimentos capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental, dependerão de prévio licenciamento do órgão ambiental competente, sem prejuízo de outras licenças legalmente exigíveis (BRASIL, 1997, p. 1) O Decreto Federal no 99.274, de 6 de junho de 1990, divide o licenciamento ambiental em três fases distintas. Quer conhecê-las? Observe! � Licença Prévia – na fase do planejamento; � Licença de Instalação – na fase de implantação do empreendimento; � Licença de Operação – na fase de funcionamento da atividade licenciada. 99Unidade 5 Meio Ambiente Mas, afinal, quais são as principais leis que dispõem sobre o meio ambiente? Conheça cada uma delas e guarde bem, pois são muito importantes e podem garantir o respeito ao meio ambiente. � Lei no 4.771, de 15 de setembro de 1965 – Código Florestal. Dispõe sobre o ordenamento e manejo das florestas existentes no território nacional e das demais formas de vegetação. � Lei no 4.947, de 6 de abril de 1966 – Direito Agrário. Fixa normas de Direito Agrário e dispõe sobre o Sistema de Organização e Funcionamento do Insti- tuto Brasileiro de Reforma Agrária, e dá outras providências. � Lei no 5.197, de 3 de janeiro de 1967 – Lei de Fauna. Proporcionou medidas de proteção à fauna, elimina a caça profissional e o comércio deliberado de espécies de animais brasileiros, além de facultar a prática da caça amado- rista, considerada como uma estratégia de manejo e, sobretudo, estimula a construção de criadouros destinados à criação de animais silvestres para fins econômicos e industriais. � Lei no 6.938, de 31 de agosto de 1981 – Política Nacional do Meio Ambiente. Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências. � Lei no 9.433, de 8 de janeiro de 1997 – Política Nacional de Recursos Hídri- cos. Institui a Política Nacional de Recursos Hídricos, cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, regulamenta o inciso XIX do artigo 21 da Constituição Federal, e altera o artigo. 1o da Lei no 8.001, de 13 de março de 1990, que modificou a Lei no 7.990, de 28 de dezembro de 1989. � Lei no 9.605 de 12 de fevereiro de 1998 – Lei dos Crimes Ambientais. Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e ativida- des lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências. � Lei no 9.985 de 18 de julho de 2000 – SNUC. Regulamenta o artigo 225, parágrafo 1o, incisos I, II, III, e VII da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza e dá outras providências. � Lei no 12.187, que dispõe sobre a Política Nacional sobre Mudança do Clima. Essa lei estabelece o compromisso de redução das emissões de gases de efeito estufa em território brasileiro. 100 Meio Ambiente Relembrando Nesta aula você aprendeu sobre algumas leis ambientais no Brasil e a hierarquia dos órgãos que cuidam de toda a legislação referente ao meio ambiente, como o Sisnama, o Conama e o Ibama. Também estudou sobre a Lei dos Crimes Ambientais, controle da poluição, EIA/RIMA, licenciamento ambiental e outras leis referentes ao meio ambiente. Gostou do conteúdo? Então, vamos em frente para aprender mais! Colocando em prática Para reforçar todo esse conhecimento, não deixe de realizar as ativida- des propostas no AVA, certo? Finalizando Nesta unidade você teve uma introdução aos estudos de legislação am- biental no Brasil, conhecendo a hierarquia dos órgãos que cuidam de toda legislação referente ao meio ambiente, como o Sisnama, Conama, Ibama. Aprendeu também sobre a legislação ambiental brasileira, sobre a Lei dos Crimes Ambientais, controle da poluição, EIA/RIMA, licenciamento ambiental e outras leis referentes ao meio ambiente. Parabéns por mais esta etapa alcançada! Nosso próximo passo será estudar a coleta seletiva de lixo. 101 6Coleta Seletiva Objetivos de Aprendizagem Ao final desta unidade, você estará apto a: � Compreender o que é lixo, coleta seletiva e reciclagem; � Conhecer alguns temas relacionados a esses assuntos e como eles são tratados no Brasil. Aulas Acompanhe nesta unidade o estudo das aulas seguintes. Aula 1: Lixo Aula 2: Coleta Seletiva Aula 3: Reciclagem 102 Meio Ambiente Para Iniciar Depois de aprender as noções de Legislação Ambiental, como as leis funcionam, são formuladas, executadas e fiscalizadas, você vai conhecer mais sobre o lixo, coleta seletiva e reciclagem. Nesta unidade você aprenderá o que é lixo, quais tipos de lixo podem ser gerados e quais materiais encontrados nos lixos são recicláveis. Vai estudar também sobre o que significa e quais as vantagens e desvan- tagens de realizar a coleta seletiva e formas de fazê-la. Ficou curioso com o assunto? Perceba que os conhecimentos adquiridos poderão ser utilizados em seu dia a dia. Bons estudos! Aula 1: Lixo Este é um assunto comum a todas as pessoas, independentemente da idade, classe social ou nacionalidade, não é mesmo? Lixo ou resíduo sólido pode ser definido como todo material sólido ou semis- sólido indesejável que necessita ser removido por ter sido considerado inútil por quem o descartou em um recipiente com essa finalidade. Aquilo que não apresenta nenhuma serventia para quem o descarta, para outro pode tornar-se matéria-prima para um novo produto ou processo(IBAM, 2001, p. 25). Atenção A geração de lixo é um dos maiores problemas da sociedade moderna, atingindo todos os níveis sociais. Esse problema veio junto com a urbanização em massa e a ausência de conscientização da população quanto à redução do lixo produzido, à reciclagem e a disposição correta. Na cidade de São Paulo são coletados cerca de 14 milhões de quilos de lixo diariamente. Se fossem enfileirados, os sacos de lixo recolhidos alcançariam os 2 mil quilômetros que separam São Paulo (SP) e Salvador (BA). 103Unidade 6 Meio Ambiente Mas como o lixo é produzido? O lixo é uma produção de ordem humana. Se você pensar na natureza, nada vira lixo, nada é desperdiçado. Como exemplo podemos citar a casca da banana que o macaco comeu e jogou no solo. Ela vai servir de alimento para outros microrganismos ou será decomposta, participan- do da nutrição do solo, para posteriormente servir de nutriente ao crescimento de novas bananeiras. Nesse processo, tudo é aproveitado. Segundo Bretas (2002), a produção de resíduos sólidos de uma cidade está di- retamente relacionada à sua condição socioeconômica. Cidades com rendas per capita altas produzirão mais lixo que outras com a mesma população, mas em situação socioeconômica inferior. Além disso, vários outros fatores podem contribuir para a geração de resíduos. Entre eles, podemos citar o clima e hábitos alimentares. Quais são os tipos de resíduos, você sabe? Vamos em frente para descobrir! Tipos de resíduos Resíduos orgânicos Resíduos orgânicos são todos aqueles materiais restantes, de origem animal e vegetal, oriundos da alimentação, jardinagem etc. Quando dispostos indevida- mente em locais a céu aberto, diretamente no solo, próximos ou até mesmo em 104 Meio Ambiente mares, igarapés, rios e outros cursos de água, esses resíduos são potencialmen- te poluidores e ainda ajudam no desenvolvimento de vetores de transmissão de doenças, como no caso de moscas e ratos. Um exemplo de transmissão de doenças por conta dos resíduos orgânicos, é a peste bubônica, ou peste negra, que atingiu a Europa na Idade Média e di- zimou famílias. Essa doença era transmitida pela pulga de ratos contamina- dos, que encontravam ambiente perfeito para proliferação no meio do lixo. Isso acontecia em decorrência dos maus hábitos da população nas cidades da Idade Média. Muitas outras doenças são transmitidas por vetores que encontram no lixo o habitat perfeito para sua proliferação. Tais vetores e doenças podem ser exem- plificados conforme a tabela a seguir. Acompanhe! Tabela 1 – Doenças transmitidas por vetores e relacionadas com o lixo Vetores Formas de transmissão Principais doenças Ratos � através da mordida, urina e fezes; � através da pulga que vive no corpo do rato. peste bubônica; tifo murino; leptospirose. Moscas � por via mecânica (através das asas, pa- tas e corpo); � através das fezes e saliva. febre tifóide; salmonelose; cólera; disenteria; giardíase. Mosquitos � através da picada da fêmea. malária; leishmaniose; febre amarela; dengue; filariose. 105Unidade 6 Meio Ambiente Vetores Formas de transmissão Principais doenças Baratas � por via mecânica (através das asas, pa- tas e corpo) e pelas fezes. febre tifóide; cólera; giardíase. Fonte: Chenna (2007, p. 1) E os resíduos inorgânicos? Esses são os que mais agridem o meio ambiente devido ao tempo que levam para se decompor. Saiba mais! Resíduos Inorgânicos Os resíduos inorgânicos geralmente são resultados de produtos que passaram por algum processo industrial, ou seja, não tiveram origem biológica. Têm a característica de poderem ser reciclados pelo homem mas, se dispostos incorre- tamente no meio ambiente, são de difícil decomposição pela natureza. Veja alguns exemplos de resíduos inorgânicos. Papel Foi inventado em 123 a.C. pelo chinês Tsai-Lun e é feito de fibras de vege- tais. Antes do papel eram usados pergaminhos, feitos com pele de animais. Plástico O inglês Alexander Parkes foi o primeiro a estudar e criar o plástico. Hoje é derivado do petróleo e tem características de flexibilidade, resistência à água e durabilidade. Latas de alumínio Surgiram no ano de 1795, em um concurso realizado pelo governo francês, que premiaria, com 12 mil francos quem inventasse algo para resolver o problema de armazenamento de alimentos. 106 Meio Ambiente Vidro Foi descoberto acidentalmente pelos fenícios quando fizeram uma fogueira na beira da praia, apoiada em blocos de nitrato de sódio. Eles reuniram ca- lor, areia e nitrato de sódio, resultando em um líquido transparente: o vidro. Esses materiais e outros resíduos orgânicos podem ser reutilizados, reciclados e, consequentemente, reduzidos. Para tal finalidade, deve-se segregar, ou seja, separar os tipos de materiais para que cada um tenha seu devido tratamento. Isso é muito importante! Dica Problemas como a pobreza, a fome e a exclusão social podem ser as maiores causas de uma realidade retratada pelo cineasta Jorge Furtado em 1989, no documentário Ilha das Flores. O curta-metragem, com 13 minutos de duração, retrata a busca pela sobrevivência de pessoas que se alimentam de dejetos em lixões na cidade de Porto Alegre (RS). O filme é baseado em informações reais e está disponível no YouTube: http://www. youtube.com/watch?v=KAzhAXjUG28&feature=related. Relembrando Nesta aula você aprendeu sobre os tipos de resíduos, que podem ser or- gânicos e inorgânicos, e que estes últimos devem ser reciclados para evitar impactos ambientais. Além disso, conheceu mais sobre os resíduos inorgâni- cos: papel, plástico, latas de alumínio e vidro. Colocando em prática Não deixe de fazer uma nova leitura de todo conteúdo estudado. Sua revisão também poderá ser feita por meio das atividades no ambiente virtual. Confira! 107Unidade 6 Meio Ambiente Aula 2: Coleta Seletiva A partir de agora você vai aprender um tema muito importante: a coleta seletiva de lixo. Vai saber como ela é estruturada, suas metodologias e vantagens. Bons estudos! A coleta seletiva de lixo é um sistema de recolhimento de materiais recicláveis previamente separados na fonte geradora (D’ALMEIDA; VILHENA; INSTITUTO DE PESQUISAS TECNOLÓGICAS, 2000). Consiste em um sistema de coleta de resí- duos em que o gerador é chamado a separar seu resíduo no local em que ele é gerado. Assim, as famílias são chamadas a separar os resíduos em suas casas; professores e estudantes, em escolas; operários, na indústria, e assim por diante (REICHERT et al., 1999). ? Pergunta Mas para que separar o lixo? 108 Meio Ambiente Atenção Todos os resíduos gerados em uma casa, escola ou indústria têm, em sua composição, resíduos que podem ser reciclados e outros não. Portanto, se os tipos de resíduos forem misturados, aqueles que poderiam ser reciclados não poderão mais ser, pois estiveram em contato com resíduos orgâ- nicos, o que dificulta o processo de reciclagem. Posteriormente deverá ser feita a segregação desse lixo misto, o que poderia deixar de ser feito se os resíduos não fossem misturados. A coleta seletiva no Brasil teve origem na cidade de Curitiba, com a ideia de selecionar os resíduos orgânicos dos inorgânicos e também os diferentes tipos de resíduos inorgânicos entre si, a fim de reciclá-los. Lima (2001) cita algumas vantagens e desvantagens de realizar a coleta seletiva. Pronto para conhecê-las? Iremos iniciar pelas vantagens. Vantagens: � retornar à natureza aquilo que dela tiramos; � método de educação ambiental correto, especialmente com a população jovem (adolescentes) e infantil; � incentivo à prática da cidadania; � preservação de bens naturais, a exemplo da redução de derrubada de árvo- res por meio da reciclagem de resíduos, como papel e papelão; � aumento do tempo de vida útil dos sistemas de destino final de resíduos sólidos com a utilização de aterros controlados e sanitários; � alerta à problemática no mundo todo, com o aumento crescente da geração per capita de resíduossólidos. Desvantagens: � Alto custo de operação, chegando a ser dez vezes maior que os preços de uma coleta e transporte do lixo regular por meio de uma empreiteira; � Atendimento (salvo raras exceções) de somente uma pequena parcela da população; � Dificuldades de inserir o ressarcimento de tais serviços por meio da taxa de limpeza pública ou da taxa de coleta de resíduos. 109Unidade 6 Meio Ambiente Ainda são poucos os municípios brasileiros que usam o sistema de coleta seletiva. Em 2008, o Compromisso Empresarial para Reciclagem (Cempre) publicou que, em 1994, 81 municípios faziam a coleta seletiva em escala sig- nificativa. Em 2004, esse número avançou para 237; em 2006, para 327 e, em 2008, alcançou 405 (cerca de 7% do total de municípios no país). E quais são as maneiras de fazer a coleta seletiva? Entenda melhor! Existem diferentes formas de fazer a coleta seletiva. A escolha por uma delas vai depender da qualidade e da quantidade dos resíduos sólidos gerados pela população em uma cidade. As principais formas de realizar a coleta seletiva são: porta a porta ou domi- ciliar, em postos de entrega voluntária, em postos de troca e por catadores. A coleta porta a porta acontece de forma semelhante à coleta clássica de lixo, porém em dias e horários específicos, que não coincidem com os dias e horá- rios da coleta convencional. Nessa forma de coleta, os moradores, cientes do horário do seu bairro, depositam os resíduos acondicionados em recipientes que distinguem os tipos de materiais. Os postos de entrega voluntária (PEV), são locais fixos em uma comunidade, a fim de receber resíduos dos moradores voluntários. Os resíduos são acondicio- nados em contêineres coloridos, contendo o nome do resíduo a ser reciclado. Mas qual a cor para cada tipo de material? Ah, saber as cores é fundamental para separar o lixo de forma adequada. Acompanhe a seguir a relação da cor e do tipo de resíduo, padronizada pela Resolução do Conama no 275/2001. 110 Meio Ambiente Figura 8 – Esquema de cores da reciclagem Já os postos de troca, como o nome diz, funcionam com base na troca de ma- teriais que podem ser reciclados por algum benefício, como vale-alimentação, vale-transporte, descontos etc. Você já deve ter visto pessoas que percorrem as ruas à procura de materiais re- cicláveis, certo? São os catadores de lixo, presentes em quase todos os centros urbanos. 111Unidade 6 Meio Ambiente Os catadores são pessoas importantes no processo de coleta seletiva. Eles são responsáveis por coletar todos os tipos de materiais recicláveis e levá-los para onde será feita a reciclagem. Reflita O catador é um trabalhador urbano que por muitos anos não teve reconhecimento na sociedade. No entanto, atualmente está se tornando membro e parceiro no processo de coleta seletiva. Hoje, os catadores são reconhecidos pelo Ministério do Trabalho e Emprego pela profissão de Catadores de Materiais Recicláveis. Essa grande conquista ocorreu no ano de 2002. Muitos desses trabalhadores já tiveram outras funções em empresas, mas, devido à crise econômica nos últimos anos, ficaram desem- pregados e aderiram à função de catador (D’ALMEIDA; VILHENA; IPT, 2000). Os catadores estão organizados em associações sem fins lucrativos, ou co- operativas com fins lucrativos, centralizando as atividades e consolidando a classe. Os resíduos coletados pelos catadores são levados a locais para armazenamen- to, triagem e prensa, para posteriormente serem comercializados para indústrias de reciclagem. A boa comercialização desses resíduos garante a consolidação das organizações de catadores. Mas vale ressaltar que os catadores alimentam poderosos setores industriais com matéria-prima barata, aliviam os custos da limpeza pública com cada tone- lada de materiais que retiram das ruas e asseguram que o equilíbrio ambiental nas cidades não se deteriore de uma vez por todas (WALDMAN, 2009). Depois de todo o material reciclável ser coletado, os objetos são levados e aco- modados em um lugar com espaço para fazer a triagem do material antes de ser comercializado. ? Pergunta Mas o que é a triagem, você sabe? 112 Meio Ambiente A triagem consite em uma etapa que separa os resíduos de acordo com sua tipologia para serem prensados e arrumados em fardos para comercialização e encaminhamento aos setores de beneficiamento, reaproveitamento e recicla- gem do material. Ah, agora sim! Portanto, toneladas de materiais recicláveis, que são coletados no processo de coleta seletiva, são reciclados. Assim, aquilo que poderia ser descartado indevidademente no solo, em lixões e aterros, encontra outro destino com a reutilização e reciclagem. Relembrando Você aprendeu nesta aula como funciona a coleta seletiva e que ela pode ser realizada por meio de coleta porta a porta ou domiciliar, em postos de entrega vontulária, em postos de troca e por catadores. Que tal fazer da próxima etapa um momento significativo e prazeroso? Então misture com- prometimento com energia e vamos lá! Colocando em prática Chegou a hora da atividade. Verifique o ambiente virtual e bons estu- dos! Aula 3: Reciclagem Um tema bastante discutido no mundo atual é a reciclagem. Em seu dia a dia, como o assunto é tratado? Nesta aula você vai aprender o que é reciclagem e quais os materiais que podem ser reciclados. Continue atento e bons estudos! 113Unidade 6 Meio Ambiente Reciclagem pode ser definida como o aproveitamento de substâncias que, já tendo sido empregadas na constituição de um produto, são novamente utiliza- das para fabricação de outro. Neste contexto, a reciclagem implica na aplicação de processos de transformações, sejam eles industriais ou artesanais (TEIXEIRA; ZANIN, 1999). Entenda melhor os processos de reciclagem com alguns exemplos. Reciclagem de Papel A matéria-prima na fabricação de papel são fibras vegetais, conhecidas como fi- bras celulósicas, provenientes da madeira. Quando essas fibras são processadas química e/ou mecanimamente, formam a pasta celulósica, onde as fibras ficam liberadas, ou seja, depreendidas e prontas para fabricação do papel. Além das fibras celulósicas, o papel é composto por outros componentes, como agentes de colagem, pigmentos e revestimentos. As aparas de papel, ou seja, a rebarba que restou de papel no seu processo de fabricação, podem ser incorporadas no mesmo processo, como reciclagem do material. 114 Meio Ambiente Quer conhecer agora quais os papéis que podem ser reciclados? Acompanhe! � Jornais e revistas. � Folhas de caderno. � Fotocópias. � Envelopes. � Provas e apostilas. � Papelões e caixas em geral. � Aparas de papel. Mas existem também os que não podem ser reciclados. Veja! � Papéis sujos ou engordurados. � Papel higiênico. � Papéis metalizados. � Papéis parafinados. � Papéis plastificados. � Papel de fax e carbono. � Fotografias e adesivos. 115Unidade 6 Meio Ambiente Você sabia que uma tonelada de papel reciclado significa 64% de economia no consumo de energia elétrica? É verdade. Por isso, recicle! Segundo Indriunas (2007), produzir o papel reciclado é muito semelhante a produzir o papel comum após a entrega da celulose. É preciso moer, molhar, criando uma massa que lembra o papel machê, prensar, tingir e secar o papel. A principal diferença está na necessidade da utilização de vários produtos quími- cos durante o processo de reciclagem para retirar as impurezas do papel, como tintas e colas. Para alguns críticos, isso pode ser também perigoso para o meio ambiente, se não for feito de maneira correta. Na figura a seguir você poderá observar como acontece um processo básico de reciclagem de papel. Acompanhe para entender melhor! Figura 9 – Reciclagem do papel Fonte: Indriunas (2007) Além da reciclagem de papel, os plásticos também podem ser reaproveitados. Quer saber como? Então continue atento! Reciclagem de Plástico Plásticos são artefatos fabricados a partir de resinas (polímeros), geralmente sintéticose derivados do petróleo (D’ALMEIDA; VILHENA; IPT, 2000). 116 Meio Ambiente Tem a característica de ser moldável por ser flexível. Sabia que existem dois tipos de plásticos? Eles podem ser termofixos ou termoplásticos. Os termofixos, quando em seu processo de transformação, são moldados uma vez e não podem mais ser processados. É o caso, por exemplo, dos solados de sapato. Mas podem ser moídos e incorporados em processos, como condicio- nantes de alfato, por exemplo. Os termoplásticos são os mais utilizados e podem ser processados várias vezes após a primeira moldagem. Esse tipo de plástico pode ser submetido a tem- peraturas que façam com que o plástico derreta, dando a oportunidade de ser novamente moldado. Os termoplásticos mais conhecidos são as garrafas de refrigerante (PET), os forros de PVC (policloreto de vinila), as sacolas de super- mercado (polietileno de alta densidade – PEAD) e o náilon. Conheça agora os objetos de plástico que podem ser reciclados e os que não podem. Plásticos que podem ser reciclados: � todos os tipos de embalagens de xampus, detergentes e outros produtos domésticos; � embalagens de refrigerantes; � tampas plásticas de recipientes; � embalagens plásticas de ovos, frutas e legumes; � utensílios plásticos usados, como canetas esferográficas, escovas de dentes, baldes, artigos de cozinha etc. Plásticos que não podem ser reciclados: � plásticos tecnicamente conhecidos como termofixos, usados na indústria eletroeletrônica na produção de alguns computadores, telefones e eletrodo- mésticos; � plásticos do tipo celofane; � embalagens plásticas metalizadas, por exemplo, embalagens de salgadinhos; � isopor. 117Unidade 6 Meio Ambiente Para a reciclagem do plástico, existem diferentes processos. Quer saber quais são? Então continue com atenção! O plástico pode ser reciclado a partir de três processos: o químico, o mecânico e o energético. O processo químico de reciclagem do plástico consiste na recuperação dos componentes químicos básicos do plástico, reutilizando-os como matéria-prima de outros produtos plásticos. O processo mecânico consiste na separação dos diferentes tipos de plásticos que serão moídos em pequenas partículas e, posteriormente, lavadas para a retirada de contaminantes. Essas partículas são aglutinadas e depois de secas, formando uma massa plástica. Essa massa plástica é fundida em uma extrusora, tornando-a homogênea, pronta para ser resfriada e triturada, formando grãos plásticos chamados de pellet. A reciclagem energética aproveita o alto poder calorífico do plástico para trans- formá-lo em energia, seja ela térmica ou elétrica. Esse processo se assemelha ao processo de incineração, no entanto a energia liberada é aproveitada. Essa atividade ainda não é realizada no Brasil, mas em países como a Áustria e Suécia é frequentemente utilizada, já que pode reduzir em quase 90% o volu- me de lixo gerado. Entretanto, há a desvantagem de ser um processo caro e de complexa realização, necessitando de mão de obra qualificada para a operação de equipamentos específicos, sem contar no tratamento de emissões que deve ser feito. 118 Meio Ambiente ? Pergunta Você sabia que um quilo de plástico tem a mesma quantidade de energia que um quilo de óleo combustível? O vidro é um material inerte, ou seja, não reage ao meio ambiente e, portanto, não polui. Porém, existe grande quantidade de vidro que se acumula no meio ambiente, ocupando espaço físico desnecessariamente. Reciclagem de Vidro O vidro é um material inerte, ou seja, não reage ao meio ambiente e, portanto, não polui. Porém, existe grande quantidade de vidro que se acumula no meio ambiente, ocupando espaço físico desnecessariamente. O vidro é um material inerte, ou seja, não reage ao meio ambiente e, portanto, não polui. Porém, existe grande quantidade de vidro que se acumula no meio ambiente, ocupando espaço físico desnecessariamente. O processo de reciclagem do vidro é a reintrodução do material em novos produtos. O vidro tem 100% de aproveitamento em sua reciclagem, assim, a quantidade de vidro a ser reciclado será a mesma de produto acabado. E como acontece a reciclagem dos vidros? Compreenda as etapas! A primeira etapa da reciclagem é a segregação de outros materiais além do vidro e a separação dos diferentes tipos de vidro, como incolor, verde e âmbar/ marrom. Depois de separado ele é triturado em grânulos de tamanho igual ou derretido, podendo ser chamado de cullet. Posteriormente, é incorporado na produção de novos produtos. As vantagens de realizar a reciclagem do vidro são as seguintes: � é 100% reciclável, podendo ser reciclado infinitas vezes; � diminuição do volume de lixo enviado a aterros; � economia de matéria-prima; � redução do desperdício de energia. Ah, mas nem todos os vidros podem ser reciclados! Saiba mais sobre o assunto. Vidros que podem ser reciclados: � garrafas de bebidas em geral; � potes e frascos de produtos alimentícios; � frascos de cosméticos e perfumaria. 119Unidade 6 Meio Ambiente Vidros que não podem ser reciclados: � espelhos; � vidros de janelas, boxes de banheiro e automóveis; � lâmpadas e tubos de televisão; � ampolas de medicamentos; � vidro temperado (formas e travessas de utensílios domésticos). Reciclagem do Alumínio O processo de reciclagem de alumínio consiste no derretimento do material, tanto de sucata como da sobra de processos de reciclagem anteriores, para fa- bricação de novos produtos. E quais são os objetos de alumínio mais utilizados? Ah, esta resposta você deve saber, certo? O melhor exemplo de produto de alumínio que pode ser reciclado inúme- ras vezes é o das famosas latinhas de alumínio. Elas têm um ciclo de vida de até 42 dias. Esse é o tempo que leva para serem fabricadas, chegarem nas prateleiras, serem utilizadas e devidamente descartadas para posterior tratamento, até a reciclagem em si e o retorno de novas latinhas (do mesmo alumínio) para as prateleiras de supermercado. Além das latinhas de alumínio, também podem ser reciclados esquadrias de ja- nelas, componentes automotivos, eletrodomésticos e outros. Porém, seus ciclos de vida são maiores, levando mais tempo para serem descartados. 120 Meio Ambiente O Brasil está em primeiro lugar no que diz respeito à reciclagem de alumínio. Cerca de 95% de alumínio consumido é reciclado, movimentando hoje mais de US$ 100 milhões por ano. São vários os benefícios da reciclagem do alumínio. Entre eles, podemos citar: � infinitamente reciclável; � gasta-se somente 5% de energia para sua produção primária; � economiza os recursos minerais. Para diminuir o volume e facilitar o transporte, o alumínio, depois de consumi- do e coletado seletivamente, é prensado e encaminhado para fundição e lin- gotamento. Os lingotes são processados em lâminas para fabricação de novos produtos, que retornarão ao mercado. Você sabia que a produção de 1 kg de alumínio reciclado consome apenas 15,4 kWh de energia elétrica, enquanto a produção primária consome 308 kWh? 121Unidade 6 Meio Ambiente Relembrando Nesta aula você aprendeu o que é reciclagem e como é feita a reciclagem de materiais como papel, plástico, latas de alumínio e vidro, além das vanta- gens de reciclar esses materiais. Colocando em prática Está na hora de testar seus conhecimentos. Para isso, utilize o aprendi- zado desta aula e responda às questões no ambiente virtual. Lembre- se, também, de que as ferramentas do AVA estão disponíveis para você interagir com o professor tutor e os colegas. Finalizando Você finalizou mais uma unidade e certamente aprendeu novidades so- bre os temas de estudo, não é mesmo? Com o estudo, verificou o que é lixo, quais os tipos de lixo que podem ser gerados e que materiais po- dem ser reciclados. Você também viu as vantagens e desvantagens de realizar a coleta seletiva e as formas mais adequadas para fazê-la. Além de todas as informações, você acompanhou como estes temassão tra- tados no Brasil. Certamente aprendeu muito sobre questões presentes em seu dia-a-dia e como o comportamento das pessoas é importante para evitar problemas ambientais. 123 7Programa de Gerenciamento de Resíduos Objetivos de Aprendizagem Ao final desta unidade, você estará apto a: � Compreender aspectos sobre o Programa de Gerenciamento de Resíduos; � Aplicar a classificação dos resíduos e os ele- mentos utilizados na gestão de resíduos. Aulas Acompanhe nesta unidade o estudo das aulas seguintes. Aula 1: Classificação dos Resíduos Aula 2: O Programa de Gerenciamento de Resí- duos Aula 3: Elementos de Gestão 124 Meio Ambiente Para Iniciar Após aprender sobre o que é lixo, coleta seletiva e reciclagem, você vai conhecer um pouco mais sobre a classificação dos resíduos, o Progra- ma de Gerenciamento de Resíduos e os elementos de gestão de resídu- os. Aprenderá sobre como os resíduos podem ser classificados e as nor- mas que regem essas classificações. Conhecerá o Programa de Geren- ciamento de Resíduos, seus objetivos e os elementos que compõem o programa, bem como suas funcionalidades. Você vai verificar também a relação entre resíduo e economia, os tipos de tratamento de resíduos e sua disposição final, bem como as resolu- ções do Conama que se referem ao tema. Faça do seu estudo um momento agradável e de enriquecimento! Aula 1: Classificação dos Resíduos Pronto para aprender qual a situação dos resíduos sólidos no planeta, a classi- ficação dos resíduos e as normas que regem essa classificação? Esta aula será muito útil para você! Para iniciar o estudo, é importante destacar que a situação do manejo de resíduos sólidos no Brasil é preocupante. Principalmente no que diz respeito à questão da disposição final. Ainda são 63,6% os municípios brasileiros que utilizam lixões como forma de disposição dos resíduos sólidos urbanos, 18,4% utilizam aterros controlados e 13,8% dispõem os resíduos em aterros sanitários (IBAM, 2007). Ao analisar esses dados, é importante refletir sobre a destinação dos resíduos gerados pela humanidade com o objetivo de reverter essa situação, por mais que o problema de destinação final de resíduos não seja o único. Além dele, dificuldades na hora da coleta, transporte e tratamento também preocupam. Cada etapa tem suas peculiaridades, como o tipo de tratamento que cada resí- duo deverá receber, dependendo de suas características. 125Unidade 7 Meio Ambiente Ah, então existem diversos tipos de resíduos e cada um deve receber um trata- mento apropriado? Sigamos adiante para verificar a classificação dos resíduos! Classificação dos resíduos sólidos A palavra lixo tem origem no latim, onde lix significa cinzas ou lixívia. E a palavra resíduo, que também vem do latim residuu, significa o que sobra de determinadas substâncias. A designação resíduos sólidos é dada para todos os resíduos que se encontram na fase sólida e semissólida, resultantes de atividades industriais, domésticas, hospitalares, comerciais, entre outras (NASCIMENTO, 2004. p. 9, apud MELO, 2007). A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) elaborou normas vincula- das para a classificação dos resíduos sólidos. As normas são: NBR 10004, sobre Resíduos Sólidos e Classificação; NBR 10005, Lixiviação de Resíduos e Procedi- mento; NBR 10006, Solubilização de Resíduos e Procedimento, e NBR 10007, Amostragem de Resíduos e Procedimento. A partir dessas normas é possível classificar os resíduos sólidos de acordo com a potencialidade do risco ao meio ambiente e à saúde humana, divididos em classes. Acompanhe para saber quais são. a Resíduos classe I – perigosos: aqueles que possuírem uma ou mais das se- guintes características: inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade e patogenicidade. 126 Meio Ambiente b Resíduos classe II – não perigosos: � Resíduos classe II-A – não inertes: apresentam propriedades de combusti- bilidade, biodegradabilidade ou solubilidade, mas que não são classifica- dos como perigosos ou inertes. � Resíduos classe II-B – inertes: Nenhum dos seus constituintes apresenta solubilização em concentração superior ao padrão de potabilidades de águas (ABNT, 2004, p. 3-5). Os resíduos também podem ser classificados de acordo com a sua origem, ou seja, o local em que foram gerados. Vamos conhecê-los! Domiciliar: são aqueles gerados nas residências, oriundos das atividades do dia a dia da população em suas casas. É constituído, basicamente, por restos de ali- mentos, embalagens, papel etc. É frequentemente encontrados alguns resíduos tóxicos, conforme tabela abaixo: Tabela 2 – Resíduos domésticos potencialmente perigosos Tipo Produto Material para pintura � tintas; � solventes; � pigmentos; � vernizes. Materiais para jardinagem e animais � pesticidas; � inseticidas; � repelentes; � herbicidas. Materiais automotivos � óleos lubrificantes; � fluidos de freio e transmissão; � bateria. Outros itens � pilhas; � frascos de aerossóis em geral; � lâmpadas fluorescentes. Fonte: D’ALMEIDA; VILHENA; IPT, 2000 127Unidade 7 Meio Ambiente Mas não podemos nos esquecer de que os resíduos sólidos não são gerados apenas nas residências. Sabe em quais outros locais eles são gerados? Veja a seguir! Comercial: são aqueles gerados nas atividades comerciais e de prestação de serviços, como supermercados, bancos, restaurantes etc. Os resíduos provenien- tes dessas atividades são compostos por um grande volume de pláticos, papéis e embalagens. Público: são aqueles oriundos da limpeza urbana, como varrição das ruas, lim- peza de praias, podas de árvores e também da limpeza de feiras livres. Hospitalar: são aqueles oriundos de locais como hospitais, laboratórios, clíni- cas e farmácias e são constituídos por resíduos potencialmente transmissores de doenças, como agulhas, seringas, curativos, luvas descartáveis etc. Além destes, esses estabelecimentos também geram resíduos como alimentos exce- dentes, papel e embalagens, ou seja, resíduos que não entraram em contato com nenhuma patogenicidade e podem ser coletados se estivem devidamente separados dos resíduos que podem transmitr doença. Portos, aeroportos e terminais rodoviários e ferroviários: são aqueles ge- rados pela utilização de materiais de higiene pessoal e podem conter agentes patogênicos de outros lugares, já que as pessoas que frequentam esses locais são estrangeiros. Os resíduos assépticos, ou seja, aqueles não destinados para higiene pessoal, podem ser coletados de forma segregada, sem contato com os resíduos sépticos. Industrial: são aqueles gerados a partir de todas as atividades industriais. Sua constituição é bem variada, mas a maioria é considerada como tóxica (classe I). Agrícola: são aqueles oriundos das atividades de agricultura e pecuária, com- postos, por exemplo, de embalagem de fertilizantes. Essas atividades necessi- tam de legislação específica para o descarte desse tipo de resíduos. 128 Meio Ambiente Entulho: são aqueles gerados na construção civil, ou seja, restos de obras como madeira, cerâmicas quebradas, tijolos etc. A maiorida desses resíduos é consi- derada inerte, podendo ser reaproveitado. Relembrando Você aprendeu nesta aula as classificações dos redísuos quanto aos poten- ciais riscos ao meio ambiente e à saúde humana e quanto à sua origem. Ficou entusiasmado com o tema? Ainda há muita coisa interessante para você conhecer! Prossiga! Colocando em prática Preparado para mais um exercício? Então, acesse o AVA e responda-o. Utilize também as ferramentas para trocar conhecimentos. Vamos lá! Aula 2: O Programa de Gerenciamento de Resíduos Nesta aula você aprenderá o que é o Programa de Gerenciamento de Resíduos e quais as ferramentas utilizadas nesse tipo de gestão. Boa aula! Programa de Gerenciamento de Resíduos O Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos pode ser definido como ações associadas ao controle da geração, armazenamento, coleta, transporte, processamentoe disposição de resíduos sólidos. Deve estar de acordo com os 129Unidade 7 Meio Ambiente melhores princípios de saúde pública, economia, engenharia, conservação dos recursos naturais, estética e outras considerações ambientais e que representem as atitudes e mudanças de hábitos das comunidades (BRAGA; DIAS, 2008). Tem como objetivo eliminar ou reduzir os impactos que a geração e destinação de resíduos causa e mostrar quais são os impactos causados pela disposição indevida de resíduos: � Contaminação do solo pelo acúmulo de substânicas potencialmente tóxicas; � Contaminação das águas superficiais e lençóis freáticos pela percolação de chorume (líquido produzido pela decomposição da matéria orgânica presen- te nos resíduos); � Aumento de vetores, como ratos, baratas, moscas etc.; � Proliferação de doenças; � Emissões de gases causadores do efeito estufa; � Aumento no custo de recuperação de áreas degradas pelo impacto ambien- tal causado pelo lixo. Para fazer a gestão dos resíduos, alguns procedimentos precisam ser seguidos. Acompanhe! Figura 10 – Ciclo do Programa de Gerenciamento de Resíduos Fonte: Braga e Dias (2008) 130 Meio Ambiente Entenda melhor cada uma das etapas: Geração de resíduos: no momento em que o que foi usado, consumido ou o que sobrou não tem mais utilidade para uma pessoa, então gera-se um resído. Manuseio, separação, armazenamento, processamento de resíduos na fon- te: depois de gerado, o resíduo pode ser segregado conforme suas característi- cas individuais, armazenados de forma correta até o momento de sua destina- ção final ou até que esse resíduo encontre nova utilidade antes mesmo de sair de seu local de geração. Coleta de resíduos: todos os resíduos descartados por várias fontes geradoras são coletados. Transporte de resíduos: o transporte é feito do local onde os resíduos foram descartados até o local a ser tratado e disposto. O trabalho de transporte deve ser dimensionado quanto ao número de trabalhadores que realizarão a tarefa, a quantidade de resíduo a ser transportado e a distância a ser percorrida. Separação, processamento e transformação de resíduos: todo resíduo cole- tado e transportado, quando chega no local de destinação, deve ser separado para o devido tratamento individual, quando é processado e transformado para que receba tratamento final. Disposição final dos resíduos: essa é a última etapa, quando o resíduo, depois de processado e tratado, é finalmente disposto. A preocupação de realizar um gerenciamento de resíduos atendendo às legislações vigentes e diminuindo os impactos ambientais é importante para o bom funcionamento do gerenciamento de resíduos. O gerenciamento de resíduos não trata somente de cumprir as etapas descritas anteriormente, mas é necessário que se tenha consciência de atividades que proporcionem a diminuição da quantidade de resíduos na etapa final, pois esse é um processo caro. Existem algumas atividades bastante difundidas dentro do gerenciamento de resíduos, que são a redução na fonte, reciclagem e reutilização, recuperação de recursos e aterramento. Braga e Dias (2008) definem cada uma dessas atividades: � Redução na Fonte: redução de resíduos na fonte envolve a redução das quantidades e/ou toxicidade dos resíduos gerados. O posicionamento desse 131Unidade 7 Meio Ambiente elemento no topo da hierarquia do gerenciamento integrado de resíduos sólidos é devido à efetividade que essa ação pode representar na redução da quantidade de resíduos gerados, no gerenciamento dos custos asso- ciados e seus impactos ambientais. A redução dos resíduos pode ocorrer através de projeto, manufatura ou embalagem de produtos que apresentem o menor potencial tóxico possível, o menor volume e a maior vida útil. Pode ocorrer no âmbito doméstico, comercial ou industrial, por meio de padrões seletivos de compra e venda, bem como de reutilização dos materiais sepa- rados. � Reciclagem: envolve a separação e a coleta de materiais; a preparação des- ses materiais para o reúso, reprocessamento e remanufatura propriamente ditos. A reciclagem é um importante fator no auxílio à redução da demanda sobre os recursos naturais e sobre o tempo de vida útil dos aterros sanitá- rios futuros e em operação. � Recuperação de Recursos: é representada pelas operações de reaprovei- tamento de resíduos sólidos para a produção de energia pela incineração e pela compostagem da porção biodegradável para a utilização na agricul- tura ou em substituição à terra vegetal em parques e praças. Como recurso recuperado a partir do gerenciamento de resíduos sólidos, também pode ser citada a utilização do biogás produzido nos aterros sanitários, como conse- quência da decomposição anaeróbia da fração orgânica dos componentes dos resíduos sólidos. 132 Meio Ambiente � Aterramento: apesar de todas as alternativas para resolver o problema da disposição final dos resíduos sólidos, sempre haverá a necessidade de dispor em algum local as frações que não podem ser recicladas ou não têm utiliza- ção posterior. Alguns exemplos são o material residual sem aproveitamento após o processo de separação e reciclagem e os materiais residuais resul- tantes dos processos de recuperação de recursos (cinzas). Portanto, existem alternativas aplicáveis para o gerenciamento dos resíduos a longo prazo, que estão relacionadas ao aterramento de resíduos em áreas previamente escolhidas e definidas de acordo com critérios técnicos de engenharia e de geologia. Relembrando Você aprendeu nesta aula sobre o Programa de Gerenciamento de Resíduos, bem como sua estrutura e a definição das atividades contidas no programa de gestão. Colocando em prática Continue estudando sobre o tema e não deixe de realizar os exercícios propostos no AVA! Eles são muito importantes para lembrar os assun- tos estudados. Aula 3: Elementos de Gestão Nesta aula você aprenderá os elementos que compõem o Programa de Geren- ciamento de Resíduos e suas funcionalidades dentro do programa. Está curioso pelo tema? Haverá muita informação importante para você! Mesquita Júnior (2007) cita alguns elementos que compõem uma gestão de resíduos sólidos: 133Unidade 7 Meio Ambiente � Reconhecimento dos diversos agentes sociais envolvidos, iden- tificando os papéis por eles desempenhados e promovendo sua articulação; � Integração dos aspectos técnicos, ambientais, sociais, institucionais e políticos para assegurar a sustentabilidade; � Consolidação da base legal necessária e dos mecanismos que viabi- lizem a implementação das leis; � Mecanismos de financiamento para a auto-sustentabilidade das estruturas de gestão e do gerenciamento; � Informação à sociedade, empreendida tanto pelo poder público quanto pelos setores produtivos envolvidos, para que haja controle social; � Sistema de planejamento integrado, orientando a implementação das políticas públicas para o setor. Resíduos e Economia Desde a época dos homens primitivos, os recursos naturais são usados para a manutenção da vida na terra. Aquilo que não tinha mais utilidade, tornava-se resíduo e era disposto na natureza. Onde o homem habita ocorre tanto o uso dos recursos naturais como a geração de resíduos. Os tipos e quantidades de resíduos gerados são os mais diversos possíveis, dependendo da cultura e da economia que regem o local. Toda geração de resíduos tem um custo, seja ele de tratar e dispor correta- mente dos recursos naturais, como é feito atualmente, ou, futuramente, da implicação de como serão usufruídos os recursos naturais, que estão sendo utilizados de forma equivocada e sem controle ambiental. Os recursos devem ser destinados para atividades tecnológicas e inovadoras ou até para as mais simples, mas que mitiguem ou, se possível, eliminem a gera- ção de resíduos. Com isso, não haverá a necessidade de destinar custos para recuperar recursos que foram impactados pela disposição de resíduos, o que é muito mais caro e demorado. 134 Meio Ambiente Então,torna-se mais fácil investir em atividades que diminuam os impactos am- bientais com intenção de manter e melhorar a qualidade de vida da sociedade. Mas existem tratamentos que podem ser utilizados para reduzir os resíduos sólidos no meio ambiente. Vamos conhecer quais são! Tratamentos de Resíduos Monteiro et al. (2001) define tratamento como uma série de procedimentos destinados a reduzir a quantidade ou o potencial poluidor dos resíduos sólidos, seja impedindo descarte de lixo em ambiente ou local inadequado, seja trans- formando-o em material inerte ou biologicamente estável. O mesmo autor define aguns tratamentos: � Reciclagem: é a separação de materiais do lixo domiciliar, tais como papéis, plásticos, vidros e metais, com a finalidade de trazê-los de volta à indústria para serem beneficiados; (p. 120) � Incineração: é um processo de queima, na presença de excesso de oxigênio, no qual os materiais à base de carbono são decompostos, desprendendo calor e gerando um resíduo de cinzas; (p. 140) � Compostagem: é um processo natural de decomposição biológica de materiais orgânicos (aqueles que possuem carbono em sua es- trutura), de origem animal e vegetal, pela ação de micoorganismos. (p. 148) Figura 11 – Ciclo da matéria orgânica – Compostagem 135Unidade 7 Meio Ambiente Atenção O conhecimento do tipo de resíduo a ser tratado é o que definirá qual tratamento ele vai receber. Resíduos orgânicos têm como principal tratamento a compostagem. Resíduos como plástico, vidro, papel etc, devem ser reciclados, desde que tenham as características de um resíduo reciclável. E resíduos como os de origem hospitar e de aeroportos, portos e terminais, que têm característica de patogenicidade, devem ser incinerados. Ficou mais fácil agora entender qual o tipo de tratamento para cada resíduo? É fundamental ter essa informação bem clara! Avance em seu estudo! Disposição Final dos Resíduos Sólidos É recomendado que os resíduos domiciliares sejam dispotos em aterro. Ah, você já deve ter ouvido falar dos aterros, certo? Mas quais são os tipos de aterro? Existem dois tipos de aterro. Veja a diferença que o Instituto Brasileiro de Admi- nistração Municipal (2001) aponta: � Aterro sanitário: é um método para disposição final dos resíduos sólidos urbanos, sobre terreno natural, por meio do seu confinamento em camadas cobertas com material inerte, geralmente de solo, segundo normas opera- cionais específicas, de modo a evitar danos ao meio ambiente e em particu- lar à saúde e à segurança pública. � Aterro controlado: também é uma forma de se confinar tecnicamente o lixo coletado sem poluir o ambiente externo, porém, sem promover a coleta e o tratamento do chorume e a coleta e queima do biogás. Atenção Você consegue saber a diferença entre aterro sanitário e aterro controlado? A diferença básica entre um aterro sanitário e um aterro controlado é que este último prescinde da coleta e tratamento do chorume, assim como da drenagem e queima do biogás (IBAM, 2001). Existem também aterros industriais que são especializados em tratamento de resíduos de origem industrial. 136 Meio Ambiente Todos esses procedimentos têm por objetivo deixar os resíduos inertes, ou seja, sem interagir com o meio ambiente, para que os impactos sejam os mínimos possíveis. Mas além de se ter conhecimento dos mais diversos tipos de tecnolo- gias de tratamento e disposição final de resíduos, deve-se ter em mente que o mais importante é deixar de gerar volumosas quantidades de resíduos, evitando que estes cheguem ao meio ambiente como um aspecto negativo. Dica Quer saber mais sobre esse tema? Então pesquise as resoluções do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), que tratam desse assunto, disponíveis em http://www.mma.gov.br/port/conama/legiano. cfm?codlegitipo=3. Veja a seguir algumas das resoluções do Conama: Resolução no 008/91 – Ementa: Veda a entrada no Brasil de materiais residuais destinados à disposição final e incineração. Resolução no 011/86 – Ementa: Altera o art. 2º da Resolução Conama nº 001, de 23 de janeiro de 1986, estabelece definições, responsabilidades, critérios básicos e diretrizes gerais para uso e implementação da Avaliação de Impacto Ambiental como um dos instrumentos da Política Nacional de Meio Ambiente. 137Unidade 7 Meio Ambiente Resolução no 237/97 – Ementa: Dispõe sobre o sistema de licenciamento am- biental, a regulamentação de seus aspectos na forma do estabelecido na Polí- tica Nacional de Meio Ambiente, estabelece critério para o exercício da com- petência para o licenciamento a que se refere o art. 10 da Lei no 6.938/81 e dá outras providências. Resolução no 001/86 – Ementa: Define responsabilidades e critérios para ava- liação de impacto ambiental e define atividades que necessitam de Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e Relatório de Impacto Ambiental (RIMA). Resolução no 005/88 – Ementa: Estabelece critérios para exigências de licencia- mento para obras de saneamento. Resolução no 002/91 – Ementa: Determina procedimentos para manuseio de cargas deterioradas, contaminadas, fora de especificação ou abandonadas que serão tratadas como fontes potenciais de risco ao meio ambiente, até manifes- tação do órgão do meio ambiente competente. Resolução no 257/99 – Ementa: Disciplina o descarte e o gerenciamento am- bientalmente adequado de pilhas e baterias usadas, no que tange à coleta, reutilização, reciclagem, tratamento ou disposição final. Resolução no 006/88 – Ementa: Dispõe sobre o processo de Licenciamento Ambiental de Atividades Industriais, sobre os resíduos gerados e/ou existentes que deverão ser objeto de controle específico. Resolução no 005/93 – Ementa: Estabelece definições, classificação e procedi- mentos mínimos para o gerenciamento de resíduos sólidos oriundos de servi- ços de saúde, portos e aeroportos, terminais ferroviários e rodoviários. Resolução no 275/01 – Ementa: Estabelece o código de cores para os diferen- tes tipos de resíduos, a ser adotado na identificação de coletores e transporta- dores, bem como nas campanhas informativas para a coleta seletiva. Resolução no 283/01 – Dispõe sobre o tratamento e a disposição final de resí- duos de serviços de saúde. Relembrando Você aprendeu nesta aula quais são os elementos de gestão de resíduos, a relação dos resíduos e a economia, os diversos tipos de tratamento de resí- duos, bem como a destinação final dos resíduos. 138 Meio Ambiente Colocando em prática Agora você já sabe! Os exercícios estão aguardando por você no AVA. Siga em frente com atenção e entusiasmo! Finalizando Nesta unidade você conheceu as classificações dos redísuos quanto aos potenciais riscos ao meio ambiente e à saúde humana e também quanto à origem. Aprendeu ainda sobre o Programa de Gerenciamento de Resíduos, sua estrutura e a definição das atividades do programa de gestão. Acrescentou conhecimentos quando estudou sobre o Programa de Gerenciamento de Resíduos, sua estrutura e definição das atividades do programa de gestão. Parabéns, caro aluno! Agora que você aprendeu sobre o Programa de Gerenciamento de Resíduos, na unidade seguinte você aprenderá sobre os Programas de Meio Ambeinte. 139 8Programas de Meio Ambiente Objetivos de Aprendizagem Ao final desta unidade, você estará apto a: � Compreender os programas de meio am- biente, como o Produção mais Limpa (PmaisL), Mecanismos de Desenvolvimento Limpo (MDL) e o Programa Nacional de Con- servação de Energia Elétrica (Procel). Aulas Acompanhe nesta unidade o estudo das aulas seguintes. Aula 1: Produção Mais Limpa – PmaisL Aula 2: Mecanismos de Desenvolvimento Limpo – MDL Aula 3: Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel) 140 Meio Ambiente Para Iniciar Após aprender sobre a classificação de resíduos, o Programa de Geren- ciamento de Resíduos e seus elementos, você conhecerá uma pouco mais sobre o PmaisL, o MDL e o Procel. Conhecerá o que é o programa Produçãomais Limpa, os motivos para sua criação, os benefícios que ele traz e as considerações do tripé da sustentabilidade. Também saberá sobre o efeito estufa e as mudanças climáticas, os motivos para se criarem Mecanismos de Desenvolvimento Limpo e em que áreas os projetos de MDL podem ser desenvolvidos. Aprenderá, também, sobre o Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica, sua criação, suas frentes de atividades e os impactos ambientais da geração de energia elétrica. Bons estudos! Aula 1: Produção mais Limpa – PmaisL 141Unidade 8 Meio Ambiente Pronto para aprender sobre o programa Produção mais Limpa? Entenda como esse programa, que está sendo adotado por muitas empresas, funciona e que benefícios traz para o meio ambiente. A geração de resíduos de uma empresa é um gasto a mais em seu orçamento. Quanto mais a empresa produz, mais resíduos gera, e, consequentemente maior é o gasto para controlar, tratar e dispor esses resíduos. O cenário atual das empresas e indústrias não concentra a responsabilidade ambiental em apenas uma pessoa. Além de terem responsáveis e até mesmo setores de responsabilidade ambiental, todo o seu quadro de funcionários deve estar conscientizado para o bem-estar ambiental. Com o passar dos anos, o crescimento do número de empresas, de processos de produção e produtos cada vez mais tecnológicos, que consequentemente aumentou o número de resíduos, fez com que órgãos responsáveis pela quali- dade ambiental se consolidassem. Esses órgãos trabalham na regulamentação de atividades que podem alterar a qualidade do meio ambiente e uma das fer- ramentas utilizadas para essa regulamentoação é o licenciamento ambiental. ? Pergunta Em que consiste o licenciamento ambiental? A Resolução Conama no 237 define o licenciamento ambiental como o procedi- mento administrativo pelo qual o órgão ambiental competente licencia a locali- zação, a instalação, a ampliação e a operação de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras, ou daquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental, considerando as disposições legais e regulamentadoras e as normas técnicas aplicáveis ao caso. Outras ferramentas podem ser adotadas pela própria empresa, voluntaria- mente, para manter o controle de suas ações ambientais e prevenir possíveis impactos provocados por elas. A ferramenta mais conhecida no sistema de gestão é a ISO 14000, que trabalha na melhoria contínua de identificação de aspectos, na prevenção de impactos e nas soluções de acidentes ambientais. 142 Meio Ambiente Note que, somando-se todas as ferramentas disponíveis e as atividades am- bientais dentro da empresa, tem-se um alto custo como resultado para a em- presa e nenhum retorno no âmbito econômico, mas um retorno significante no âmbito da sustentabilidade. Todas essas ações são trabalhadas depois que o processo termina, ou seja, somente com aquilo que sobrou dele. Observou-se que se as fontes geradoras das preocupações eram produtos do processo, mas que não eram comerciali- zados, e sim gastos sem retorno lucrativo para a empresa realizar o tratamento, controle e disposição, já que os resíduos não podem ser descartados direta- mente no meio ambiente. Para resolver este problema, pensou-se, então, em otimizar o processo aprovei- tando a matéria-prima, ou seja, usando a água e a energia elétrica com o ob- jetivo de diminuir a geração de resíduos e, consequentemente, os gastos para tratá-los. Considera-se que a água e a energia pagas para serem utilizadas no processo produtivo são investimentos na fabricação de produtos, que posteriormente se- rão vendidos. Os resíduos consomem a mesma energia e água que um produto consome para ser fabricado, mas não proporcionam o retorno financeiro que um produto poderia proporcionar, ainda que seus custos sejam pagos por sua destinação correta. ? Pergunta Você já pensou que todos os resíduos que saem de sua empresa entraram como matéria-prima e você pagou por eles? Além disso, você precisa gastar para controlá-los, tratá-los e dispô-los adequa- damente. A partir dessa reflexão, pensou-se em uma produção mais limpa, ou seja, uma produção que gerasse o mínimo de resíduos possível ou que aproveitasse os resíduos gerados para fabricação de novos produtos ou reincorporação no pro- cesso produtivo. Essa técnica ganhou o nome de Produção mais Limpa. Atenção O programa Produção mais Limpa consiste na aplicação de estratégias ambientais em processos, produtos e serviços industriais, para torná-los 143Unidade 8 Meio Ambiente mais eficientes, reduzindo riscos à saúde humana e ao ambiente. Ele deve ser de ação preventiva e integrada. Figura 12 – Ciclo Produção mais Limpa A adoção do programa PmaisL em uma empresa resulta em ganhos no que diz respeito a custo-benefício. Ao adquirir, por exemplo, uma matéria-prima que seja 100% utilizada no seu processamento, não haverá gastos para tratar os resíduos, pois estes não foram gerados. A implantação do PmaisL deve contar com o engajamento de todos e acon- tecer sem interrupções, para que se obtenha o melhor resultado. ? Pergunta Mas, qual é o primeiro passo para garantir uma produção mais limpa? Para se pensar em uma produção mais limpa, o comprometimento da dire- ção da empresa e a sensibilização de todos seus setores é fundamental. Todos devem estar conscientes do que está sendo implantado na empresa e por qual motivo esse serviço está sendo realizado. Além da conscientização de todos, o 144 Meio Ambiente comprometimento dos funcionários para participar do programa e colaborar com ele são fundamentais. Faz-se necessária a formação de uma equipe para se responsabilizar pela implan- tação do programa na empresa. Essa equipe é composta pelos próprios funcio- nários, de preferência por algum representante de cada setor da organização. Eles devem ser conhecedores dos processos e atividades vinculados à empresa, o que justifica representarem diferentes áreas, para que haja multidisciplina- ridade. A equipe deve estar estruturada na forma de organograma e deve ser conhecida por todos da empresa. A equipe responsável pela implantação do programa na empresa deve infor- mar a todos sobre a metodologia a ser adotada, pois disseminar a informa- ção é de fundamental importância no processo de implantação. Lembre-se de que o programa deve contar com a participação de todos os setores para que seja efetuado com sucesso. O próximo passo é o conhecer a quantidade e os tipos de resíduo que são gerados no processo produtivo. Além disso, a equipe deve montar um fluxogra- ma com as informações do processo produtivo e suas interligações. A partir da formalização desses dados, chega-se às ferramentas para realizar um balanço de massas do sistema produtivo, de forma qualitativa e quantitativa, obtendo a informação do que e quanto está sendo gerado de resíduos no processo produ- tivo. ? Pergunta Você sabe qual a utilidade do balanço de massas? O balanço de massas serve para determinar quanto entra de material, energia e água, ou seja, tudo aquilo que faz parte do processo, e quanto sai, tanto de produto como de resíduos sólidos e emissões. Depois de todos os dados reunidos, forma-se um banco de dados, que deverão passar por avaliação. Essa avaliação é a chave para definir as prioridades entre as modificações que deverão ser feitas. Ou seja, identificar os pontos mais críti- cos que devem ser alterados. 145Unidade 8 Meio Ambiente Atenção Nessa avaliação é preciso levar em consideração a identificação das possíveis fontes geradoras de resíduos, que deverão receber maior atenção. Essa avaliação deverá conter âmbitos técnicos, ambientais e econômicos. Esse tripé é a base para escolher quais modificações poderão ser realizadas. No âm- bito técnico, um exemplo pode ser a qualidade do material, que deve ser manti- da para não alterar o padrão do produto acabado. No âmbito ambiental, a veri- ficaçãoé quanto ao atendimento das especificações ambientais, quantificando e qualificando o nível de poluição que a atividade gera. E, no quesito econômico, deve ser priorizado aquilo que é mais viável para empresa, o custo-benefício. Figura 13 – Tripé da sustentabilidade Depois de levantados todos os aspectos do processo, surge uma pergunta im- portante: “o que posso modificar?” A resposta a essa pergunta deve levar em consideração o motivo pelo qual uma prática será modificada: a minimização da geração de resíduos. Nessa etapa, o importante é estudar pontualmente todas as fontes geradoras de resíduos e, a partir disso, estudar alternativas que auxiliem no objetivo final. 146 Meio Ambiente Estão entre alternativas que podem ser adotadas, por exemplo, a substituição de um material que gere muitas sobras por outro que é utilizado ao máximo, sem desperdício, ou há até mesmo a reincorporação das sobras no processo produtivo. A escolha das alternativas de melhoria da produção é uma etapa de muito estudo e avaliação. É preciso ter certeza do que será modificado e quais os resultados que isso pode trazer, buscando ser os melhores possíveis, asso- ciando a questão técnica, ambiental e econômica. Após ter em mãos tudo que se pode modificar e como realizar, é o momento de implementar as modificações. Mas veja bem! Durante a implementação da Produção mais Limpa é necessário observar se tudo está ocorrendo de forma esperada. Caso contrário, deve-se tomar nota para melhorar o sistema. Esse processo de melhoria contínua vai monitorar e dar continuidade ao sistema, que sempre deve ser avaliado. Vale ressaltar que, todos os anos devem ser estudadas novas formas de dimi- nuir a geração de resíduos, visando à melhoria contínua do sistema. A implementação do sistema de Produção mais Limpa em uma empresa é resultado do esforço de todos e, quando comparados os índices antes do sistema e depois dele, é possível verificar uma melhoria da produção e a diminuição de resíduos. Sendo assim, essa empresa tem uma Produção mais Limpa. Relembrando Você aprendeu nesta aula como funciona o programa Produção mais Limpa (PmaisL) nas empresas e quais os benefícios que esse programa pode gerar como retorno para a organização. Colocando em prática A aula seguinte vai ser muito interessante para compreender melhor o assunto estudado. Antes, não deixe de realizar as atividades propostas 147Unidade 8 Meio Ambiente no AVA. Lembre-se de utilizar as ferramentas do ambiente virtual para compartilhar informações e tirar dúvidas com o professor tutor e os colegas. Preparado? Aula 2: Mecanismos de Desenvolvimento Limpo (MDL) Nesta aula você aprenderá o que são e como são realizados os Mecanismos de Desenvolvimento Limpo adotados pelas empresas. Continue atento e bons estudos! O efeito estufa e as mudanças climáticas Vamos lembrar o estudo sobre o que é o efeito estufa? O efeito estufa é um processo natural que mantém a terra aquecida, através da retenção de parte da radiação solar que chega à Terra. Essa retenção se dá por uma camada de gases estufa que se encontram na atmosfera, composta por metano, óxidos de azoto, ozônio etc. e principalmente gás carbônico. É o que mantém a temperatura ideal para sobrevivência humana na Terra. As mudanças climáticas são as consequências das elevadas emissões dos gases estufa, fazendo com que mais calor seja retido na Terra, alterando as configurações naturais dos ecossistemas. Conejero (2006) destaca algumas das consequências das mudanças climáticas: 148 Meio Ambiente � A elevação do nível dos oceanos; � O derretimento das geleiras e das calotas polares; � Perda da biodiversidade; � Aumento da incidência de doenças transmissíveis por mosquitos e outros vetores (malária, febre amarela, dengue); � Mudanças no regime de chuvas; � Intensificação de fenômenos extremos (secas, inundações, ciclones e tem- pestades tropicais); � Desertificação e perda de áreas agricultáveis; � Acirramento dos problemas relacionados ao abastecimento de água doce; � Aumento de fluxos migratórios. Além desses impactos, destacam-se impactos de grandeza social, econômico e ambiental. O Protocolo de Quioto, que você já aprendeu nas unidades anteriores, dividiu os países em dois grupos, os países desenvolvidos e os países em desenvolvi- mento. Para os países desenvolvidos, por serem os maiores poluidores, existe uma meta de redução de suas emissões até 2012, sendo a primeira fase de cumprimento do Protocolo de Quioto. Para os países em desenvolvimento não existem metas definidas, mas estes podem participar voluntariamente. 149Unidade 8 Meio Ambiente O Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) foi a ferramenta criada para estimular países a desenvolver técnicas de atividades mais limpas, promo- vendo o desenvolvimento sustentável para atender as metas do Protocolo de Quioto. Os projetos de MDL podem ser desenvolvidos conforme os seguintes setores: � Geração de energia (renovável e não renovável); � Distribuição de energia; � Demanda de energia (projetos de eficiência e conservação de energia); � Indústrias de produção; � Indústrias químicas; � Construção; � Transporte; � Mineração e produção de minerais; � Produção de metais; � Emissões de gases fugitivos de combustíveis; � Emissões de gases fugitivos na produção e consumo de halocarbonos e he- xafluorido de enxofre; � Uso de solventes; � Gestão e tratamento de resíduos; � Reflorestamento e florestamento; � Agricultura. 150 Meio Ambiente O Mecanismo de Desenvolvimento Limpo, além de promover o desenvolvi- mento sustentável da região, é uma forma de comércio a partir da venda dos créditos de carbono entre parceiros de países desenvolvidos e os em desenvol- vimento. Essa prática é conhecida como mercado verde. O Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (2006) diz que o Brasil é um país reconhecido internacionalmente por possuir uma das matrizes energéticas mais “limpas” e renováveis do mundo. Embora, no decorrer da história, isso não tenha sido uma escolha resultante de preocupações am- bientais, o fato é que, por ter seu abastecimento de eletricidade baseado em re- cursos hídricos e por possuir um importante programa de uso de combustíveis de biomassa (álcool) em substituição aos derivados do petróleo, o Brasil, entre os países que apresentam níveis equivalentes de desenvolvimento e de dimen- são econômica, possui um curriculum energético (e de emissões) que o qualifica positivamente no processo de implantação do MDL. O Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) foi desenvolvido a partir de uma proposta da delegação brasileira, que previa a constituição de um Fundo de Desenvolvimento Limpo (FDM) (LAMMY; DISSENHA, 2006). Relembrando Você aprendeu o motivo pelo qual os Mecanismos de Desenvolvimento Limpo (MDL) foram criados, como eles funcionam e quais os objetivos de se adotá-los. Colocando em prática Pronto para mais uma atividade? Então acesse o AVA. Além de trocar informações com os colegas e o professor tutor, os exercícios estão disponíveis! 151Unidade 8 Meio Ambiente Aula 3: Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel) Nesta aula você aprenderá o que é o Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel), o motivo de sua criação e suas diferentes frentes de atividades. Com a descoberta do petróleo, a sociedade tem usado esse recurso de forma abundante e inconsciente. Na década de 70, no entanto, chegou ao conheci- mento da humanidade que o petróleo é uma fonte esgotável, ou seja, que um dia vai acabar. Tal afirmação alarmou os produtores de petróleo, que criaram a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), e triplicaram o preço do barril de petróleo no período de cerca de sete anos. Essa cascata de acontecimentos resultou em crises que alertaram o mundo quanto à dependência dos exportadores de petróleo. 152 Meio Ambiente Para reduzir os desperdíciosde petróleo, o Brasil tomou providências, subs- tituindo o seu uso por outras fontes de geração de energia, como o uso de álcool em vez de gasolina. Foi então que, em 1985, o Ministério de Minas e Energia e a Indústria do Co- mércio criam o Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel), que, em 1991 tem seu crescimento para o âmbito de Programa de Governo, adquirindo novas responsabilidades. A missão do Procel é promover a eficiência energética, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida da população e eficiência dos bens e servi- ços, reduzindo os impactos ambientais (CENTRO BRASILEIRO DE INFORMA- ÇÃO DE EFICIÊNCIA, 2006). O programa é mantido com recursos da Eletrobras, da Reserva Global de Rever- são (RGR) e de entidades nacionais e internacionais que apoiem o objetivo. O Procel é formado por subprogramas específicos para atuação em diferentes segmentos de consumo de energia. Vamos conhecer alguns? Acompanhe! � Procel Info – Centro Brasileiro de Informação de Eficiência Energética; � Procel Edifica – Eficiência Energética em Edificações; � Procel Selo – Eficiência Energética em Equipamentos; � Procel Indústria – Eficiência Energética Industrial; � Procel Sanear – Eficiência Energética no Saneamento Ambiental; � Procel EPP – Eficiência Energética nos Prédios Públicos; � Procel GEM – Gestão Energética Municipal; � Procel Educação – Informação e Cidadania; � Procel Reluz – Eficiência Energética na Iluminação Pública e Sinalização Se- mafórica. 153Unidade 8 Meio Ambiente Quais são as metas do Procel? De acordo com o site da Eletrobras, as metas são as seguintes: � Redução nas perdas técnicas das concessionárias para um valor próximo a 10%; � Racionalização do uso da energia elétrica; � Aumento da eficiência energética em aparelhos elétricos. Você sabia que 95% da energia elétrica no Brasil é gerada por usinas hidrelétricas? A geração de energia elétrica, fundamental para as atividades dos seres huma- nos, também causa impactos no meio ambiente. A seguir você verá quais são! 154 Meio Ambiente A Geração de Energia Elétrica e Seus Impactos Ambientais A geração de energia elétrica é basicamente a transformação de uma energia primária em energia elétrica. Essas transformações podem ser por meio da luz, de células fotovoltaicas, de energia química, de eletrólise ou de movimento, por indução eletromagnética. A transformação de energia a partir do movimento é a mais utilizada nos dias atuais, por ser uma das maneiras mais práticas de se levar a energia elétrica até os consumidores. A obtenção de energia através do movimento consiste na transformação de uma energia potencial em energia elétrica. É o caso de usinas hidrelétricas, em que o movimento das águas faz girar turbinas e gera energia cinética, que é transfomada em energia elétrica. Nas usinas termoelétricas, a energia é obtida a partir da queima de petróleo e seus derivados, como carvão e gás natural, e o vapor movimenta as turbinas, convertendo a energia cinética do movimento das turbinas em energia elétrica. Já nos combustíveis nucleares ocorre a partir de reações nucleares que liberam energia gerando calor, que move um alterna- dor e gera. assim. energia elétrica. Existem fontes alternativas de geração de energia, como a eólica, obtida por meio dos ventos; a oceânica, a partir da movimentação das ondas, e a da luz solar, através de células fotovoltaicas. 155Unidade 8 Meio Ambiente A energia elétrica faz parte de todo processo de desenvolvimento e pro- gresso. Sem ela, as condições de armazenamento de alimentos, desenvolvi- mento de novas tecnologias, geração de água, saneamento etc. não seriam da forma que você vê todos os dias. A geração de eletricidade é de suma importância, mas causa alto impacto no meio ambiente. Esses impactos são o agravamento do efeito estufa, chuvas ácidas, poluição do ar, desmatamento e degradação das costas marinhas. Isso acontece por conta das construções de usinas, de suas atividades e da transmissão da energia, ou seja, de todo processo desde a geração até o consumo. A escolha de fontes alternativas de geração de energia, assim como a redu- ção do desperdício de energia, são fatores importantes para minimizar os impactos que essa atividade gera. ? Pergunta E no Brasil, quais são as grandes geradoras de energia elétrica? As usinas hidrelétricas são as grandes geradoras de energia no Brasil. Vale res- saltar aqui que existem grandes potenciais hidráulicos no país, por conta do nú- mero considerável de bacias hidrográficas em toda a nossa extensão territorial. Além de hidrelétricas, as usinas termoelétricas são utilizadas em grande escala. Ah, mas quais os impactos das usinas hidrelétricas e termoelétricas no meio ambiente? Podemos citar alguns impactos causados por esses dois tipos de usina, como alterações nos recursos hídricos, no clima local, na fauna e flora, impactos na vegetação e nas comunidades próximas à região. Segundo Giassi e Búrigo (2010), no caso das usinas hidrelétricas as interferên- cias ocorrem: � Nos recursos hídricos; � No clima local; 156 Meio Ambiente � Indução de sismos; � Nos solos e recursos minerais; � Na qualidade das águas; � Na vegetação; � Na fauna aquática, terrestre e aérea; � Nas populações: mudanças de cidades, benfeitorias, empresas; � Nos aspectos rurais; � Nas comunidades indígenas e em grupos étnicos. Já nas usinas termoelétricas, os problemas podem ocorrer em relação a: � Emissões aéreas de material particulado: problemas respiratórios, interferên- cia na fauna e flora, cheiro irritante, efeito estético desagradável; � Emissão de óxidos de enxofre: problemas respiratórios, cardiopulmonares, interferência na fauna e flora, acidificação de chuvas; � Emissão de dióxido de carbono: contribuição para o efeito estufa; � Emissão de óxido de nitrogênio, hidrocarbonetos e monóxido de carbono: chuvas ácidas; � Percolação das águas das chuvas nas áreas de estocagem: contaminação do lençol freático e dos cursos de água por elevação do pH, metais pesados e sólidos dissolvidos; � Sistemas de resfriamento da águas: interferência na fauna e flora aquáticas; � Sistema de remoção das cinzas pesadas; � Resíduos sólidos do processo: minas e usinas. Relembrando Você aprendeu nesta aula sobre a criação do Programa Nacional de Con- servação de Energia Elétrica (Procel), bem como os motivos que levaram ao surgimento desse programa. Aprendeu também sobre a relação entre ener- gia elétrica e o meio ambiente e ainda os impactos ambientais que a gera- ção de energia causa. 157Unidade 8 Meio Ambiente Colocando em prática Vamos realizar mais um exercício para fixar o conteúdo? Então acesse o ambiente virtual de aprendizagem. Lá você também poderá interagir com o professor tutor e os colegas. Compartilhe e aprenda cada vez mais! Finalizando Estamos chegando ao final da disciplina e nesta unidade você conhe- ceu como funciona o programa Produção mais Limpa (PmaisL) nas empresas e quais os benefícios para a organização. Aprendeu também o motivo pelo qual os Mecanismos de Desenvol- vimento Limpo (MDL) foram criados, como eles funcionam e quais os objetivos de se adotar esses mecanismos. Além disso, você conheceu a criação do Programa Nacional de Conser- vação de Energia Elétrica (Procel), bem como os motivos que levaram ao surgimento desse programa. Aprendeu também sobre a relação entre energia elétrica e o meio ambiente e também os impactos am- bientais causados pela geração de energia. Parabéns! Você completou os estudos sobre os Programas de Meio Ambiente nesta unidade, finalizando assim o seu curso! Este mate- rial foi desenvolvido com o intuito de que você absorva ao máximo a respeito de ética e cidadania, apreendendo conceitos importantes e colecionando informações que lhes serão úteis na constante melhoria do seu desempenho profissional. Aproveite cada oportunidade para praticar o que aprendeu. Não perca as chances de realizaros exercícios propostos e os desafios, pois eles lhes serão úteis para fixar todos os conceitos e valores apreendidos, guardando-os para toda vida. Que esse estudo o impulsione a buscar mais informações sobre o tema! 159 Conhecendo o autor JOSÉ OLAVO BRAGA é formado em Engenharia Ambiental, pela Universidade Luterana do Brasil (ULBRA), Manaus, e mestre em Ciências Flores- tais e Ambientais pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM). Atualmente é professor na ULBRA Manaus, empresário nas áreas de en- genharia e meio ambiente. Ocupou cargos de coordenação do curso de Engenharia Ambiental da ULBRA Manaus, dos setores de geoproces- samento da Agência Reguladora de Serviços Públicos do Amazonas (ARSAM) e na Secretaria Municipal de Limpeza Urbana de Manaus. 161 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 14001: sistema de gestão ambiental: es- pecificação e diretrizes para uso. Rio de Janeiro, RJ, 2004. ______. NBR 10004: resíduos sólidos – classificação. Rio de Janeiro, RJ, 2004. ______. NBR ISO 8402: gestão da qualidade e ga- rantia da qualidade – terminologia. Rio de Janeiro, RJ, 1994. BRAGA, B.; HESPANHOL, I.; CONEJO, J. G. L. et al. Introdução à engenharia ambiental: o desafio do desenvolvimento sustentável. 2. ed. São Paulo, SP: Pearson Prentice-Hall, c2005. 318 p. BRAGA, Maria Cristina Borba; DIAS, Natália Costa. Gestão de resíduos sólidos urbanos. Volume I. Curitiba: 2008. Disponível em: <http://administrado- res.com.br/informe-se/producao-academica/gestao- de-residuos-solidos-urbanos/1079/download/>. Acesso em: 30 maio 2010. BRANCO, Samuela Murgel. O meio ambiente em debate. São Paulo, SP: Editora Moderna, 2002. BRASIL. Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama). Dispõe sobre a revisão e complementa- ção dos procedimentos e critérios utilizados para o licenciamento ambiental. Resolução no 237, 23 de janeiro de 1997. Diário Oficial da União. Brasília, 22 dez. 1997, Seção 1, p. 30.841-30.843. Referências 162 Meio Ambiente ______. Estabelece os requisitos mínimos e o termo de referência para realização de auditorias ambientais. Resolução no 306, 5 de julho de 2002. Diário Oficial da União. Brasília, 19 de julho de 2002, Seção 1, p. 75-76. ______. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Senado, 1988. ______. Lei nº 12.187 de 29 de dezembro de 2009. Institui a Política Nacional sobre Mudança do Clima – PNMC e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, 29 dez. 2009. ______. Lei nº 6.938 de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, 31 ago. 1981. ______. Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998. Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, 12 fev. 1981. BRETAS, Adalberto Leão. Gerenciamento dos serviços de limpeza pública. (Resíduos sólidos regularmente descartados pela população). Santo André: ABLP e ABRELPE, 2002. BURSZTYN, Marcel; PERSEGONA, Marcelo. 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